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Capítulo 21- Estrutura e Funções do Cerebelo

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Estrutura e Função do Cerebelo (cap.21)
1.0-Generalidades
· Cerebelo e Cérebro são os dois órgãos que constituem o Sistema Nervoso Suprassegmentar 
· Esses dois órgãos são bastante semelhantes
· Os dois apresentam um córtex que envolve a substância branca 
· Corpo Medular do Cerebelo e Centro Medular do Cérebro
· Apresentam massas de substância cinzenta 
· Núcleos Centrais do Cerebelo e Núcleos da Base do Cérebro
· Vemos uma estrutura fina de substância cinzenta
· Córtex Cerebelar e Córtex Cerebral
· O córtex do cerebelo é bem menos complexo que o do cérebro
· O cerebelo tem o mesmo número de neurônios que o córtex
· O cerebelo tem funções tanto motoras e cognitivas
2.0-Citoarquitetura do Córtex Cerebelar
· De superfície para o interior temos
· Camada Molecular
· Camada das Células de Purkinje
· Camada Granular
· Camada de Purkinje
· As células de Purkinje
· São piriforme e grandes, 
· Dotadas de dendritos que se ramificam na camada molecular
· Possuem um axônio que sai em direção oposta, terminando nos núcleos do cerebelo
· Exercem ação inibitória nos núcleos do cerebelo
· Essas são as únicas fibras eferentes do córtex cerebelar
· Camada Molecular
· Majoritariamente fibras de direção paralela (as fibras dos axônios das células glandulares)
· Contém
· Células estreladas
· Modulam a união entre células de Purkinje e Granulares
· Células em cesto
· Apresentam sinapses axosomáticas dispostas em torno do corpo das células de Purkinje, como um cesto
· Modulam a união entre células de Purkinje e Granulares
· Camada Granular 
· Constituída principalmente por células granulares (ou grânulos do cerebelo) e pelas células de Golgi
· Células Granulares
· Células muito pequenas (as menores do corpo) com o citoplasma muito reduzido
· Possuem vários dendritos
· Tem um axônio que atravessa a camada das células de Purkinje e atinge a camada molecular
· O axônio bifurca-se em T e os ramos resultantes constituem as Fibras Paralelas que se dispõe paralelamente ao longo do eixo da folha cerebelar
· Fazem sinapse com os neurônios das células de Purkinje
· Cada célula granular faz sinapse com um grande número de células de Purkinje
· Células de Golgi
· Ramificações muito amplas
· Menos numerosas que as células granulares
· Modulam a união entre células de Purkinje e células granulares
3.0-Conexões Intrínsecas do Cerebelo
· As fibras que penetram o cerebelo são de dois tipos
· Fibras Trepadeiras
· Axônios do complexo olivar inferior
· Terminam se enrolando nos dendritos das células de Purkinje
· Potente ação excitatória nas células de Purkinje
· Fibras Musgosas
· Demais fibras que entram no cerebelo
· Penetram no cerebelo e emitem ramos colaterais que fazem sinapses excitatórias com os núcleos centrais
· Atingem a camada granular, onde se ramificam, terminando em sinapses excitatórias axodendríticas com as células granulares
· Essas granulares emitem axônios para a camada molecular que farão sinapses com as de Purkinje
· Ambas as fibras são Glutamatérgicas (neurotransmissor excitatório)
· Circuito Cerebelar Básico
· Impulsos chegam ao cerebelo pelas musgosas
· Ativam os núcleos centrais e depois ativam as células granulares
· As células granulares pelas fibras paralelas excitam as células de Purkinje
· As células de Purkinje irão realizar sinapses inibitórias com os núcleos do cerebelo
· Dessa forma, temos
· Informações sobre o movimento chegando e ativando os núcleos centrais
· Sendo que esses núcleos centrais serão modulados pelas Células de Purkinje
· A união das células de Purkinje com as granulares é modulada pela ação inibitória de outras três células inibitórias
· Células de Golgi
· Células em Cesto 
· Células Estreladas
· Tais células, junto com as células de Purkinje usam o neurotransmissor GABA (gama-amino-butírico)
· As únicas células excitatórias são as granulares, que utilizam glutamato
· O livro não cita isso, mas outra semelhança entre cerebelo e cérebro é que, no córtex dos dois, o neurotransmissor excitatório é o glutamato e os neurotransmissores inibitórios é o GABA
· A célula de Purkinje recebe sinapses
· Excitatórias diretamente das fibras trepadeiras 
· Excitatórias indiretamente das fibras musgosas
· Por meio das granulares
· Inibitórias das células de Golgi, das células estreladas e células em cesto
· A célula de Purkinje depois se projeta para
· Núcleos Centrais do Cerebelo
· Núcleo Vestibular (no caso do lobo flóculo-nodular)
· Essas são as únicas vias de saída do cerebelo (pelos núcleos centrais ou diretamente pros vestibulares)
4.0-Núcleos Centrais e Corpo Medular do Cerebelo
· Os seguintes, de lateral para medial são os núcleos do Cerebelo
· Núcleo Denteado
· Maior de todos, mais lateral, assemelha-se ao núcleo olivar inferior
· Núcleo Emboliforme 
· Núcleo Globoso
· Junto com o Emboliforme, por semelhança funcional, formam o Núcleo Interpósito
· Núcleo Fastigial
· Próximo ao plano mediano, relacionado com o ponto mais alto do IV ventrículo
· Dos núcleos centrais saem as fibras eferentes do cerebelo
· Nesses núcleos chegam as fibras das células de Purkinje
· O Corpo Medular do Cerebelo
· Composto de substância branca
· Fibras mielínicas
· Fibras Aferentes do Cerebelo
· Penetram pelos pedúnculos cerebelares e se dirigem ao córtex
· No córtex perdem a bainha de mielina
· Fibras formadas pelos Axônios das Células de Purkinje
· Se dirigem aos núcleos centrais do córtex
· Ao saírem do córtex, se tornam mielínicas
· Ao contrário do córtex, existem poucas fibras de associação no corpo medular do cerebelo
· Essas fibras são os ramos colaterais das células de Purkinje
5.0-Divisção Funcional do Cerebelo
· A divisão do cerebelo se distribui transversalmente á a anatômica, como vimos no capítulo 5
· Existe também a divisão longitudinal do cerebelo, que divide o corpo do cerebelo no sentido médiolateral
· Distinguem-se (acredito que no caso o Angelo quis dizer, no córtex e Vérmis distinguem-se)
· Zona Medial
· Ímpar
· Correspondendo ao Vérmis
· Axônios das células de Purkinje de dessa área vão para o núcleo Fastigial
· Zona Intermédia
· Paravermiana
· Axônios das células de Purkinje dessa área vão núcleo Interpósito
· Zona Lateral
· Maior parte dos hemisférios
· Não se separa da zona intermédia por nenhum elemento visível na superfície do cerebelo
· Axônios das células de Purkinje dessa área vão para o Núcleo Denteado
· As do lobo flóculo-nodular se projetam para o núcleo Fastigial ou diretamente para os núcleos vestibulares
· Essa maneira de dividir o cerebelo dá base para a divisão funcional do cerebelo
· Vestíbulocerebelo
· Lobo floculonodular
· Conexões com o núcleo Fastigial e núcleos vestibulares
· Espinocerebelo
· Compreende o Vérmis e a zona intermédia
· Faz conexões com a medula
· Cerebrocerebelo
· Compreende a zona lateral
· Tem conexões com o córtex cerebral
· Essa maneira veio substituir a maneira de dividir o córtex com base filogenética, que o dividia em arqui paleo e neo cerebelo. Essa divisão parou pela dificuldade de se conceituar paleocerebelo. O uso dessa divisão filogenética é desaconselhado pela sociedade brasileira de anatomia
6.0-Conexões Extrínsecas
6.1-Aspectos gerais
· Cerebelo influencia os neurônios motores do mesmo lado
· As vias aferentes, quando não homolaterais, sofrem duplo cruzamento
· Caso do trato espinocerebelar anterior que cruza na medula e na decussação do pedúnculo cerebelar superior
· Lesão de um lado do cerebelo provoca a sintomas do mesmo lado (no córtex é no lado oposto)
6.2-Vestibulocerebelo
· Relacionado com lobo flóculo-nodular e com os núcleos Fastigial e núcleos vestibulares
· Conexões Aferentes
· Chegam pelo Fascículo Vestibulocerebelar originado nos núcleos vestibulares pelo pedúnculo cerebelar médio
· Se distribuem no lobo floculonodular
· Informações originadas no Ouvido Interno
· Relacionado com Equilíbrio e Manutenção da Postura Básica
· Conexões Eferentes
· As células de Purkinje do vestibulocerebelo projetam-se para os núcleos vestibulares medial e lateral
· Através do Núcleo lateral, modulam os tratos vestibuloespinhais lateral e medial
· Musculaturaaxial e extensora dos membros para manter o equilíbrio e postura na marcha
· Sistema Motor Medial da Medula
· Através de projeções inibitórias para os Núcleos Vestibulares Mediais
· Controlam movimentos oculares e coordenam movimento da cabeça e dos olhos
· Por meio do Fascículo Longitudinal Medial
6.3-Espinocerebelo
· Conexões aferentes do Espinocerebelo 
· Conexões principalmente pelos Tratos espinocerebelar anterior e espinocerebelar posterior
· Através do trato espinocerebelar posterior
· Terminam no córtex medial e intermédio pelo pedúnculo cerebelar inferior
· Recebe impulsos proprioceptivos e, em menor grau, outros impulsos somáticos
· Sobre grau de contração dos músculos, tensão nas cápsulas articulares e nos tendões
· Posição e velocidade do movimento
· Do trato espinocerebelar anterior
· Terminam no córtex medial e intermédio pelo pedúnculo cerebelar superior
· Ativado pelos sinais motores que chegam pelo trato corticoespinhal à medula
· Permite ao cerebelo avaliar o grau de atividade nesse trato
· Do córtex
· Relacionadas com o recebimento do plano motor
· Conexões eferentes do Interpósito
· Do córtex para o núcleo Interpósito e, de lá, vão para
· Núcleo Rubro
· Tálamo do lado oposto, chegando ao córtex
· Via Interpósito-tálamo-cortical
· Do córtex que recebeu essa via, origina-se o trato corticoespinhal
· Assim, através desses tratos o cerebelo influencia os neurônios motores da medula do mesmo lado
· A ação do Interpósito se faz principalmente com os neurônios do grupo lateral da coluna anterior
· Controlando movimentos dos músculos distais, responsáveis por movimentos delicados
· Conexões Eferentes do Fastigial 
· Por esse núcleo, da zona medial, saem as fibras
· Fastigio-vestibulares
· Sinapse com os núcleos vestibulares
· Assim, pelos núcleos vestibulares, vai para medula pelos tratos vestibuloespinhais
· Fastígio-reticulares
· Terminam na formação reticular
· Impulsos que pelos tratos reticuloespinhais atingem os neurônios motores
· Em ambos os casos, os neurônios agem sobre o grupo medial da coluna 
· Controlando musculatura axial e proximal dos membros
· Para equilíbrio e postura
6.4-Cerebrocerebelo
· Conexões Aferentes
· Recebe fibras pontinas (Pontocerebelares)
· Essas fibras têm origem nos núcleos pontinos e entram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar médio
· Fazem parte da via Cortico-ponto-cerebelar
· Chegam informações de áreas motoras e não motoras do córtex cerebral
· A projeção cortico-ponto-cerebelar tem mais fibras que a projeção corticoespinhal
· Muito importante funcionalmente
· Conexões eferentes
· Axônios das células de purkinje da zona lateral fazem sinapse no núcleo denteado
· Os impulsos vão para o tálamo do lado oposto e daí para as áreas motoras do córtex cerebral
· Via dento-tálamo-cortical
· De onde se origina o trato corticoespinhal
· Através desse trato, o núcleo denteado participa da atividade motora
· Age sobre os membros responsáveis por movimentos delicados
7.0-Resumo dos aspectos funcionais
· As principais funções são
· Manutenção do equilíbrio e da postura
· Controle do tônus muscular
· Controle dos movimentos voluntários
· Aprendizagem motora
· Funções cognitivas específicas
7.1-Manutenção do Equilíbrio e da Postura
· Basicamente pelo Vestíbulo-cerebelo
· Contração adequada dos músculos axiais e proximais
· Manter o equilíbrio e a postura normal, mesmo com o corpo em deslocamento
· Transmitida aos neurônios motores pelos tratos vestibuloespinhais
· Vestibuloespinhal medial e lateral
· Esses tratos são gerados nos núcleos vestibulares laterais que recebem aferências do Vestíbulo-cerebelo
7.2-Controle do Tônus Muscular
· Um dos sintomas da descerebelização é a perda do tônus muscular
· Pode ocorrer por lesão dos Núcleos Centrais
· Os núcleos, especialmente o denteado e o interposto, mantêm, mesmo na ausência de movimento, certo nível de atividade espontânea
· O Denteado pela via dento-tálamo-cortical atinge o local de formação do trato corticoespinhal 
· O Interpósito envia fibras para o núcleo rubro e para o tálamo que vai para o córtex (via Interpósito-tálamo-cortical) onde se originam, respectivamente, o trato corticoespinhal e trato rubroespinhal
· Isso ocorre pela ação desses núcleos nas vias laterais (trato corticoespinhal e rubroespinhal) é importante para a manutenção do tônus.
7.3-Controle dos Movimentos Voluntários
· Lesões do cerebelo tem como sintomatologia uma grave Ataxia
· Falta de coordenação de movimentos voluntários
· Erros na forca, extensão e direção do movimento
· O mecanismo através do qual o cerebelo controla o movimento envolve duas etapas
· Planejamento do Movimento 
· Correção do Movimento
· Planejamento do Movimento
· Cerebrocerebelo 
· Plano Motor elaborado no Cerebrocerebelo a partir de informações da via cortico-ponto-cerebelar
· Fibras do córtex para núcleos pontinos, que entram pelo pedúnculo cerebelar médio no cerebelo
· A partir de áreas do córtex cerebral envolvidas com funções psíquicas superiores (áreas de associação) que expressam a intenção do movimento, a intenção do movimento é criada e desce para o cerebelo.
· Ou seja, pela via córtico-pontino-cerebelar, o cerebelo recebe informações sobre o movimento que quer ser realizado e elabora o plano motor
· O plano motor é elaborado e enviado às áreas motoras de associação do córtex cerebral
· Esse envio é realizado pela via Dento-tálamo-cortical
· Essa via é do denteado para o tálamo para o córtex
· As áreas de associação são a Área pré-motora e a Área motora suplementar
· Nas áreas de associação, o plano motor do cerebelo é associado com os dados dessas áreas, formando um plano motor comum
· O plano motor comum é colocado em ação pela ativação da área motora primária
· A área motora primária emite o trato corticoespinhal
· Começa o movimento, que, uma vez iniciado, é controlado pelo espinocerebelo
· Correção do Movimento
· O espinocerebelo recebe muitas aferências sensoriais
· Chegam do Trato espinocerebelar
· Informações do movimento em execução
· Livro não especifica como essa parte tem acesso ao plano motor, apenas diz que esta parte possui aferências corticais
· Envia Eferências pela Via interpósito-tálamo-cortical
· Age sobre áreas motoras e trato corticoespinhal
· Fazendo correções do movimento em execução
· Compara as características do movimento em execução com o plano motor
· Promovendo correções e ajustes para que o movimento se faça de maneira adequada
· Assim os papéis são diferentes
· O Cerebrocerebelo recebe apenas aferências corticais e está envolvido com elaboração do plano motor
· O Espinocerebelo tem aferências corticais e espinhais e está envolvido com a correção do movimento
· Logicamente, estudos de neuroimagem na ressonância magnética funcional permitem ver que
· Núcleo Dentado
· Núcleo do Cerebrocerebelo (zona lateral)
· Envolvido com Planejamento motor
· Ativado antes do início do movimento 
· Núcleo Interpósito
· Núcleo do Espinocerebelo (zona medial)
· Envolvido com Correção do Movimento
· Ativado após o início
· Em certos movimentos muito rápidos (movimentos balísticos), apenas o Cerebrocerebelo é ativado, não há tempo para a correção do movimento pelo espinocerebelo, pois não há tempo dele receber informações sensoriais
· O Angelo fala que um exemplo desse movimento é o de “bater à máquina”, não tenho nem ideia do que seja isso
7.4-Aprendizagem Motora
· Se executarmos uma atividade motora várias vezes, ela passa a ser feito cada vez mais rápida e sem erros
· Sistema nervoso aprende a executar tarefas motoras repetitivas, envolvendo modificações um pouco estáveis em circuitos nervosos
· O cerebelo participa disso por meio das fibras olivocerebelares
· As Fibras Olivocerebelares
· Chegam ao córtex como trepadeiras
· Para lembrar disso, só pensar que a Oliveira é uma planta trepadeira
· Ou que pessoas que trepam muito são experientes nisso (amo), então as fibras motoras de aprendizagem são as trepadeiras
· As Trepadeiras fazem sinapse diretamente com as Células de Purkinje, em sinapses excitatórias
· As trepadeiras podem mudar a excitabilidadedas de purkinje com base nas atividades das fibras musgosas e fibras paralelas
· As Trepadeiras fornecem sinal de erro durante o movimento, o que deprime as fibras paralelas simultaneamente ativas, permitindo que certos movimentos surjam
· Através de sucessivos movimentos, o padrão de atividade cada vez mais apropriado surgiria ao longo do tempo por meio dessa experimentação
· Ação importante para a aprendizagem motora
· As trepadeiras detectariam diferenças nas informações esperadas e as que ocorrem na realidade, ao invés de só monitorizar a ação aferente
· Essa é uma teoria que precisa de confirmação
· O que é fato
· Lesão do cerebelo ou oliva inferior prejudica o aprendizado motor em que prática, tentativa e erro levam à execução perfeita do movimento
7.5-Funções Não Motoras 
· Atualmente sabe-se que o cerebelo tem funções cognitivas também
· Suas funções cognitivas envolvem o Cerebrocerebelo
· Através de conexões com a área pré-frontal
· Funções como
· Resolver quebra cabeças
· Associar palavras a verbos (???)
· Resolver mentalmente operações aritméticas
· Reconhecer figuras complexas
· Cérebro e cerebelo estão fortemente relacionados neste tipo de função
8.0-Correlações Anatomoclínicas
· Os sintomas de lesões no cerebelo podem ser agrupados em três categorias
· Incoordenação dos movimentos
· Chamado de Ataxia
· Manifesta-se principalmente nos membros
· Característico da Marcha Atáxica
· Marcha instável
· Semelhante a um ébrio
· Andar com as pernas abertas para ampliar a base de sustentação
· Perda de equilíbrio
· Pode se manifestar em dificuldades de articular as palavras
· Doente a falar com voz arrastada
· Perda de Equilíbrio
· Dificuldade de manter a posição ereta
· Abrir as pernas para ampliar sua base de sustentação
· Diminuição do Tônus da Musculatura Esquelética (hipotonia)
· Frequentemente, há envolvimento global do cerebelo no aparecimento desses sintomas
· Nesse caso, o paciente parece muito com uma pessoa bêbada
· Com exceção do quadro psíquico, que pode ser normal
· Esse fato ocorre, pois, álcool tem ação tóxica sobre as células de Purkinje
8.1-Síndromes Cerebelares
· Normalmente todo o cerebelo é acometido em lesões
· Certas patologias, contudo, especialmente tumores, afetam apenas áreas específicas do cerebelo
· Nesse caso surgem síndromes específicas, as Síndromes Cerebelares
· Distinguimos três síndromes principais dependendo da área acometida
Síndrome do Vestibulocerebelo
· Perda da capacidade de usar informações vestibulares para 
· Movimento do corpo durante 
· Marcha
· Postura de pé
· Perda do controle dos movimentos oculares durante a rotação da cabeça
· Ocorre marcha com base alargada e movimentos irregulares das pernas (ataxia)
· Tanto de olhos abertos e fechados tem tendência a quedas
· Não há dificuldade no movimento preciso de braços e pernas se o indivíduo estiver deitado ou apoiado
· Dessa forma, o cerebelo pode usar informações proprioceptivas dos tratos espinocerebelares
· Síndrome do vestibulocerebelo ocorre em crianças com menos de 10 anos por tumores do teto do IV ventrículo, comprimindo o lobo nódulo e o pedúnculo do flóculo
· Nesses casos, há apenas perda do equilíbrio com ataxia de tronco
· Criança não consegue se manter em pé
· Ocorre também nistagmo
· Sem alterações no tônus muscular
· Faz sentido, já que o núcleo interpósito e denteado são os relacionados com tônus e eles pertencem ao espinocerebelo e ao Cerebrocerebelo
· Se o paciente estiver deitado, os movimentos são normais
Síndrome do Espinocerebelo
· Lesões no espinocerebelo levam a erros na coordenação motora
· Área afetada deixa de processar informações proprioceptivas dos tratos espinocerebelares e não é mais capaz, portanto, de identificar as vias descendentes
· O espinocerebelo age por mecanismos de Anteroalimentação
· Ações antecipatórias antes do movimento guiadas por informações sobre o corpo e os objetos no espaço
· Com essas informações, o espinocerebelo ´pode atuar após o início do movimento através de informações proprioceptivas do movimento em execução
· Estas ações são enviadas pelas vias descendentes
· O movimento de uma articulação é iniciado pela contração do agonista e desacelerado pela contração do antagonista
· Assim, é temporalmente graduado
· A perda desse controle faz com que a contração do antagonista ocorra apenas depois do movimento alcançar o alvo
· A correção gera outro erro devido à falha no espinocerebelo
· E assim vai errando e voltando, causando o Tremor Terminal
· A lesão do núcleo interpósito
· Reduz ativação do trato rubroespinhal e corticoespinhal
· Reduzindo o tônus muscular
· Reduzindo a precisão do movimento devido a erros na cronologia, direção e extensão do movimento 
· Sintomas conhecidos como Dismetria
· Observa-se ataxia dos membros em que a tentativa de alcançar um objeto se faz por um caminho sinuoso
· A tentativa de corrigir resulta em novo erros, essa oscilação causa o tremor terminal
· Lesões de Espinocerebelo podem causar nistagmo e alteração de fala
· Como fala arrastada por lesão do Vérmis ou núcleo Fastigial (o controle vocal está no Vérmis)
Síndrome do Cerebrocerebelo
· Ocorre, principalmente por lesão da zona lateral e manifesta-se por sintomas relacionados ao movimento
· Os sintomas são
· Atraso no início do movimento
· Decomposição do Movimento Multiarticular
· Movimentos complexos são feitos normalmente por várias articulações
· Esses movimentos ficam decompostos, sendo realizados em etapas sucessivas por cada uma das articulações envolvidas
· Diadococinesia
· Dificuldade de fazer movimentos rápidos e alternados
· Como tocar com a ponta do polegar o indicador e o médio alternadamente
· Rechaço
· Verifica-se mandando o paciente forçar a flexão do antebraço contra uma resistência que se faz no pulso
· O indivíduo normal, quando a resistência para a flexão para imediatamente por ação dos extensores coordenada pelo cerebelo
· No indivíduo doente do neocerebelo, essa coordenação não existe, e os músculos extensores custam a agir e o movimento é muito violento, levando a um tapa no próprio rosto geralmente
· Tremor
· Tremor característico no final do movimento quando o paciente está prestes a atingir um objetivo como apanhar um objeto (não sei ele está se referindo a tremor terminal ou não)
· Dismetria
· Execução defeituosa de movimentos que visam atingir um alvo
· O indivíduo não consegue dosar exatamente a quantidade de movimentos necessários
· Podemos testar esse sinal pedindo ao paciente para colocar o dedo na ponta do nariz e verificando se ele consegue seguir a ordem
8.2-Algumas Considerações Sobre Lesões Cerebelares
· Distúrbios cerebelares podem ser por várias causas
· Más-formações congênitas, hereditárias, infecciosas, neoplásicas, vasculares e por aí vai
· Essas lesões sempre levam a sintomas ipsilaterais (homolaterais)
· Síndromes espinocerebelares, vestibulocerebelares e cerebrocerebelares nem sempre são observadas isoladas na clínica
· Do ponto de vista clínico, os neurologistas, para localizar tumores, costumam descrever dois quadros
· Lesões dos Hemisférios
· Membros do lado lesado manifestam
· Sintomas na coordenação dos movimentos
· Lesões de Vérmis
· Perda do equilíbrio
· Alargamento da base de sustentação
· Alterações na marcha (marcha Atáxica) e na fala
· Cerebelo tem notável capacidade de recuperação quanto a lesões no córtex, por ter uma estrutura uniforme
· Especialmente em crianças ou em lesões que aparecem gradualmente
· A estrutura uniforme do córtex confere ao cerebelo a capacidade de recuperação funcional
· Áreas intactas assumam a função das áreas lesadas
· A recuperação não ocorre se os núcleos centrais forem atingidos
Pedro Rigo		Medicina 155 UFMG

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