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Donald Trump toma posse como 45º presidente dos EUA

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1 Tópicos relevantes e atuais de 
diversas áreas, tais como segurança, 
transportes, política, economia, 
sociedade, educação, saúde, cultura, 
tecnologia, energia, relações 
internacionais, desenvolvimento 
sustentável e ecologia, suas 
inter‐relações e suas vinculações 
históricas. 
 
NOTÍCIA EM: 20/01/2017 14h59 Atualizado 
24/01/2017 15h51 
Donald Trump toma posse como 45º presidente 
dos Estados Unidos 
O povo vai governar esta nação novamente', 
prometeu. Na presença de quatro ex-
presidentes - um deles de seu partido - discurso 
repetiu tom agressivo da campanha, com 
críticas aos políticos. Posse foi assistida por 
milhares de apoiadores, mas capital americana 
também teve protestos. 
 
Donald John Trump, 70, tomou posse nesta sexta-
feira (20) como o 45º presidente dos Estados 
Unidos, sucedendo Barack Obama com discurso 
nacionalista e crítico à classe política, no mesmo 
tom que marcou sua campanha eleitoral. 
Ele prestou juramento diante do Capitólio, em 
Washington, e discursou em seguida. Na presença 
de quatro de seus antecessores -- um deles 
republicano -- Trump disse que a cerimônia tinha 
um significado especial porque está transferindo o 
poder de Washington e o levando de volta ao povo. 
Por muito tempo, um grupo pequeno na capital 
dominou o poder, e a população não foi 
beneficiada, afirmou. "O povo vai governar esta 
nação novamente", prometeu. 
O presidente enfatizou sua visão de colocar os 
interesses de seu país como prioridade: "Buscamos 
amizade e boa vontade com as nações do mundo, 
mas o fazemos com o entendimento de que é 
direito das nações botar seus interesses em 1º 
lugar. Não procuramos impor nosso modo de vida a 
ninguém, mas o deixamos brilhar como um 
exemplo. Nós brilharemos para todos seguirem". 
Veja alguns destaques da fala de Trump: 
 Disse que "o povo vai governar esta nação 
novamente" 
 "Juntos, vamos determinar o curso da 
América e do mundo por muitos, muitos anos 
que virão" 
 "Buscamos amizade e boa vontade com as 
nações do mundo, mas o fazemos com o 
entendimento de que é direito das nações 
botar seus interesses em 1º lugar. (..) Nós 
brilharemos para todos seguirem" 
 Prometeu erradicar o terrorismo radical 
islâmico da face da Terra 
 Prometeu investimento em infra-estrutura 
 Prometeu gerar empregos 
 "Quando abrimos nossos corações ao 
patriotismo, não há espaço para a 
discriminação 
 "Defendemos as fronteiras de outros países 
enquanto nos recusamos a defender as 
nossas próprias" 
 "Gastamos trilhões e trilhões de dólares além 
mar, enquanto a infraestrutura dos Estados 
Unidos caiu em degradação e deterioração" 
Especialistas e jornalista em Washington 
comentam a posse; assista: 
Donald Trump toma posse como presidente dos EUA 
Após vencer Hillary Clinton na eleição, apesar de 
obter menos votos, graças ao sistema de Colégio 
eleitoral, Trump assume o cargo com uma taxa de 
popularidade de apenas 40%, a menor de um novo 
presidente em décadas. 
Trump disse que as vitórias dos poderosos no 
passado não foram as vitórias do povo. "Havia pouco 
para ser celebrado pelas famílias pelo nosso país. 
Isso tudo muda, começando aqui e agora. Porque 
este momento é o momento de vocês, pertence a 
vocês", discursou. 
"O que realmente importa não é que partido controla 
o governo, mas se o governo é controlado pelo 
povo", diz Trump. "Os homens e mulheres 
esquecidos de nosso país não serão mais 
esquecidos. Todos estão ouvindo vocês agora". 
Trump assume a presidência dos EUA criticando 
antecessores 
Trump descreveu essa América esquecida: "Mães e 
crianças presas na pobreza das zonas carentes de 
nossas cidades, fábricas enferrujadas espalhadas 
como lápides pela paisagem de nosso país. Um 
sistema educacional cheio de dinheiro, mas que 
deixa nossos jovens e belos estudantes desprovidos 
de conhecimento. E o crime as gangues e as drogas 
que roubaram tantas vidas e roubaram tanto 
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potencial não realizado de nosso país. Essa 
carnificina americana acaba aqui e acaba agora", 
declarou, acrescentando que "a riqueza da nossa 
classe média foi arrancada de suas casas e então 
redistribuída pelo mundo inteiro". 
O novo presidente afirmou que os EUA defenderam 
as fronteiras de outros países com seus militares, e 
se recusou a proteger as suas próprias, além de 
terem gasto bilhões de dólares no exterior, 
enquanto havia muitos problemas internos. 
Eleitores de Trump enfrentam o frio para assistir à 
posse 
"Todas as decisões sobre comércio, sobre 
impostos, sobre imigração, sobre relações 
exteriores serão feitas para beneficiar os 
trabalhadores americanos e as famílias 
americanas", afirmou. "Devemos proteger nossas 
fronteiras das devastações dos outros países 
fazendo nossos produtos, roubando nossas 
empresas e destruindo nossos empregos. A 
proteção vai levar a grande prosperidade e força". 
Em partes da fala, o novo presidente assumia um 
tom de campanha, dizendo que gerará empregos, 
construirá estradas e viadutos. "Quando a América 
está unida, nada pode pará-la!", defendeu. Para 
encerrar, Trump repetiu o slogan de sua campanha, 
"Make America great again" ("tornar a América 
grande novamente"). 
 
Momento em que Obama ouve crítica de Trump a 
governos anteriores (Foto: 
Reprodução/GloboNews) 
Trump foi eleito em 8 de novembro de 2016, 
quando conquistou a maioria do colégio eleitoral, 
embora sua adversária, a democrata Hillary Clinton, 
tenha tido mais votos populares. O resultado final 
contrariou pesquisas, surpreendeu analistas e a 
imprensa norte-americana, que até o começo da 
apuração dava como praticamente certa a vitória de 
Hillary. 
"Estou aqui hoje para honrar nossas democracia e 
nossos valores duradouros. Nunca deixarei de 
acreditar no nosso país e seu futuro", disse Hillary 
por meio do Twitter, momentos antes de seu rival 
assumir. 
Polêmico 
Com um discurso direto e muitas vezes agressivo, 
Trump foi um dos mais polêmicos candidatos à 
Casa Branca e se envolveu em discussões com 
diversos grupos e indivíduos ao longo de quase um 
ano de campanha. Ainda assim, derrotou outros 14 
pré-candidatos de seu partido na disputa pela vaga 
para concorrer à presidência. 
Votado por 47,01% dos eleitores, Donald Trump terá 
que encarar a divisão – e uma enorme desconfiança 
– da população desde o início de seu mandato. 
Segundo levantamento da CNN, ele assume o cargo 
com uma taxa de popularidade de apenas 40%, 
menos do que a metade da de seu antecessor, 
Barack Obama, que se tornou presidente com um 
índice de 84%. Além disso, ele também é menos 
popular do que George W. Bush e Bill Clinton, 
segundo a mesma pesquisa. 
Seguindo o tom da época de campanha, Trump 
desdenhou desses números dias antes da posse, 
expressando-se através de seu perfil no Twitter: "As 
mesmas pessoas que fizeram as falsas pesquisas 
eleitorais, e estavam tão erradas, estão agora 
fazendo pesquisas de taxa de aprovação. Eles estão 
sendo parciais como antes", reclamou. 
 Dia de posse 
Antes de tomar posse, Trump começou a sexta-feira 
participando de uma cerimônia religiosa em uma 
igreja em frente à Casa Branca. Depois foi com sua 
esposa, Melania, para se reunir com Barack e 
Michelle Obama na Casa Branca antes de todos 
partirem ao Capitólio para a cerimôniade posse do 
magnata. 
Os dois casais se dirigiram ao tradicional chá com 
seus vice-presidentes e líderes do Congresso. Antes 
disso, um presente da nova primeira-dama gerou 
comoção. Após um abraço, Melania presenteou 
Michelle com uma grande caixa da joalheria Tiffany's. 
Sob os olhares de todos, Michelle pareceu perplexa, 
sem saber onde colocar o presente surpresa, 
enquanto os quatro posavam para uma fotografia. 
Nenhum dos fuzileiros que estavam de pé ao lado 
deles foi autorizado pelo protocolo a quebrar sua 
saudação para segurar a caixa, e o problema só foi 
resolvido quando Obama entrou na Casa Branca 
para deixar o misterioso presente. 
 
O presidente Donald Trump discursa após seu 
juramento na cerimônia de posse no Capitólio em 
Washington, nos EUA (Foto: Brian Snyder/Reuters) 
Após o juramento, Trump seguiu almoçou no 
Capitólio e partiu, em seguida, numa parada ao longo 
da Avenida Pensilvânia, em direção à Casa Branca. 
No caminho, ele chegou a descer da limusine 
blindada e caminhar alguns minutos a pé, acenando 
para a multidão. 
Trump começou rapidamente suas primeiras ações 
no cargo, assinando uma lei que permite que o 
general James Mattis sirva como secretário da 
Defesa, nomeando integrantes do gabinete e 
proclamando um Dia do Patriotismo. 
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Menos de uma hora depois de encerrar o discurso 
de posse, Trump se sentou em uma sala próxima 
ao Senado e assinou diversos papéis que deram 
início formal à sua administração. 
Protestos 
Enquanto tudo ocorria dentro do previsto na 
formalidade de posse, manifestantes vestidos de 
preto quebravam vidros de lojas na capital. Após o 
discurso de Trump, as turbulências se acentuaram. 
Cerca de 30 mil agentes foram espalhados por 
Washington para garantir a segurança no dia da 
posse. 
 
 
NOTÍCIA EM: 24/01/201716h20 
 
 Ciência: técnica pode tornar realidade a 
produção de "bebês sob medida" 
Por Carolina Cunha, da Novelo Comunicação 
Pontos-chave 
 Uma nova técnica de edição do DNA 
conhecida como CRISPR promete grandes 
avanços na biologia e na medicina, mas 
desperta polêmica pelo potencial de alterar 
genes humanos e produzir “bebês sob 
medida”. 
Uma nova técnica de manipulação do genoma 
conhecida como CRISPR/Cas9 (pronuncia-se 
“crísper-cás-nove”) vem conquistando cientistas ao 
redor do planeta. Criada em 2012, hoje ela se 
popularizou e promete impulsionar descobertas nas 
áreas de biologia e medicina. 
A expectativa é que no futuro o uso da 
CRISPR/Cas9 em pesquisas possa curar doenças 
genéticas alterando o DNA (conjunto de moléculas 
que carrega a informação genética de todos os 
seres vivos). Mas essa técnica abre caminho para 
outra possibilidade: realizar uma “edição” do 
genoma de maneira barata, fácil e precisa. 
A CRISPR (sigla em inglês para “clustered regularly 
interspaced short palindromic repeats”; em 
português, repetições palindrômicas curtas 
agrupadas e regularmente interespaçadas) é um 
mecanismo de defesa do corpo humano. Trata-se 
de uma parte do sistema imunológico bacteriano, 
que mantém partes de vírus perigosos ao redor 
para poder reconhecer e se defender dessas 
ameaças no futuro. 
A segunda parte desse mecanismo de defesa é um 
conjunto de enzimas chamadas Cas, que podem 
cortar precisamente o DNA e eliminar vírus 
invasores. Existem diversas enzimas Cas, mas a 
mais conhecida é chamada Cas9. Ela vem da 
Streptococcus pyogenes, uma bactéria conhecida por 
causar infecção na garganta. 
 Como funciona o método 
O método usa uma proteína (enzima chamada Cas9) 
guiada por uma molécula de RNA que corta as fitas 
de DNA em pontos específicos e ativa vias de reparo. 
É possível desativar, ativar ou inserir novos genes. 
Embora tenha sido descoberta em 2012, a técnica 
tornou-se mais popular nos últimos dois anos. Uma 
justificativa para isso é que ela permite que a 
modificação de genomas com uma precisão nunca 
antes atingida. 
“É como um canivete suíço que corta o DNA em um 
local específico e pode ser usado para introduzir uma 
série de alterações no genoma de uma célula ou 
organismo”, diz a definição da técnica da bióloga 
Jennifer Doudna, da Universidade da Califórnia, em 
Berkeley (EUA), uma das pioneiras na aplicação do 
mecanismo. 
Ao retirar partes defeituosas do genoma, 
pesquisadores estão conseguindo eliminar mutações 
em células de animais e plantas. Em janeiro deste 
ano, cientistas norte-americanos utilizaram a técnica 
para cortar a parte de um gene defeituoso em ratos 
com distrofia muscular de Duchanne, doença 
genética rara. O experimento permitiu que as células 
dos animais produzissem uma proteína essencial 
para os músculos. A pesquisa foi o primeiro caso de 
sucesso da CRISPR/Cas9 em mamíferos vivos. 
Cientistas já estão encontrando novas formas de 
aplicações da técnica, como desenvolver terapias 
que ajudem na cura de doenças como câncer, 
leucemia e hemofilia. Algumas pesquisas testam 
limites éticos da ciência e reavivam os debates sobre 
experimentos com embriões humanos e mutações 
nos genes humanos. 
Com a técnica, seria possível “forçar” organismos a 
repassarem certos traços genéticos hereditários, 
sejam naturais ou inseridos pelo método. O temor é 
que essa possibilidade abra precedentes para a 
criação de “bebês sob medida”. 
Por exemplo, cientistas poderão editar genes para 
gerar bebês com características físicas específicas, 
como a cor dos olhos, do cabelo ou da pele. A 
possibilidade do “design” de bebês ainda não foi 
comprovada, mas novas pesquisas podem avançar 
nessa questão. 
Em 2017, o Instituto Karolinska de Estocolmo, na 
Suécia, obteve aprovação para testar a técnica em 
embriões humanos. Eles esperam que, por meio da 
desativação de determinados genes, seja possível 
compreender melhor os primeiros estágios do 
processo de desenvolvimento humano. O objetivo é 
melhorar a eficácia dos tratamentos de fertilização. 
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 O primeiro teste em humanos 
No final de 2016, cientistas chineses já anunciaram 
testes de engenharia genética com embriões 
humanos. A equipe queria consertar um gene 
defeituoso, causador da talassemia beta. O 
resultado da edição não obteve sucesso --os genes 
modificados sofreram mutações aleatórias. 
No estudo chinês, foram utilizados embriões não 
viáveis, que nunca poderiam gerar um bebê. Agora 
os cientistas do Instituto Karolinska estão usando 
zigotos sadios que estavam congelados em clínicas 
de fertilização, mas seriam descartados. 
No Reino Unido, o uso da CRISPR/Cas9 foi 
aprovado recentemente para pesquisas em 
embriões humanos que buscam melhorar a 
qualidade das fertilizações in vitro e reduzir o 
número de abortos. 
Os especialistas afirmam que a edição em 
linhagens germinativas (óvulos e espermatozoides) 
apresenta barreiras como o risco de edição 
imprecisa, dificuldade de prever efeitos danosos e 
dificuldade de remoção da modificação. Serão 
necessários inúmeros experimentos para conseguir 
a possibilidade da alteração de forma precisa e 
segura. 
Outro temor da comunidade científica é que, em 
mãos erradas, a tecnologia que edita o DNA possa 
reavivar ideologias perigosas como a eugenia, que 
prega a “melhoria genética” das populações 
humanas. Durante a Segunda Guerra Mundial, o 
nazismo usou a eugenia para justificar o genocídio 
dos judeus ede minorias. O Estado buscou eliminar 
da sociedade alemã qualquer tipo de pessoa que 
não fosse ariana ou que apresentasse alguma 
deficiência mental ou física. 
? 
No entanto, o design de bebês ainda é realidade 
muito distante. Além da falta de pesquisas que 
asseguram a estabilidade do processo, o tema deve 
passar por uma forte regulação judicial. Atualmente, 
muitos países proíbem estudos com embriões 
humanos. No Brasil, a lei de biossegurança 
brasileira, de 2005, deixa claro ser proibida a 
“engenharia genética em célula germinal humana, 
zigoto humano e embrião humano”. 
 
 
 
 
 
 
 
NOTÍCIA EM: 03/02/201716h20 
 
 Cuba sem Fidel: relembre a trajetória da 
ilha caribenha 
 
 
29.nov.2016 - Manifestante segura retrato de 
Fidel Castro durante ato pela memória do 
líder cubano na Praça da Revolução, em 
Havana 
 
Pontos-chave 
 O líder cubano Fidel Castro morreu em 
novembro de 2016, após estar 49 anos à 
frente do regime comunista. 
 
 A Revolução Cubana ocorreu em 1959. Fidel 
Castro comandou o regime desde então e foi 
um dos principais protagonistas da Guerra 
Fria (1945-1989). 
 
 Após a Revolução Cubana, os EUA mantêm 
uma política de sanções econômicas e 
isolamento de Cuba. A tensão entre os dois 
países atinge pontos culminantes na Guerra 
Fria, após a invasão fracassada da ilha na 
Baía dos Porcos, o bloqueio econômico e a 
Crise dos Mísseis, que quase levou a um 
confronto militar direto entre EUA e URSS. 
 
 Desde 1962 os EUA mantêm um embargo 
econômico à ilha, com o objetivo de 
desestabilizar a econômica cubana. 
 
 O fim da União Soviética fez Cuba perder os 
subsídios econômicos e forçou o país a 
realizar reformas e aberturas políticas. 
 
 Em fevereiro de 2008, Fidel deu lugar a seu 
irmão, Raúl Castro, que hoje lidera o país e 
sinaliza uma maior abertura política e 
econômica ao mundo. 
 
Em 25 de novembro de 2016, morreu Fidel 
Castro, aos 90 anos de idade. Depois de receber 
homenagens e viajar em caravana por várias 
províncias do país cubano, suas cinzas foram 
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levadas para o cemitério de Santiago de Cuba, 
onde foram enterradas. 
O líder cubano ficou 49 anos à frente do regime 
comunista na ilha, instaurado após o golpe contra o 
presidente Fulgêncio Batista, em 1959. Fidel entrou 
para a história como uma figura controversa: para 
seus admiradores, ele foi um líder revolucionário, 
que resistiu ao imperialismo norte-americano e 
buscou melhorar a qualidade de vida dos cubanos. 
Para os críticos, Fidel foi um ditador de um regime 
totalitário. 
No início do século XX, Cuba era uma ilha 
caribenha sem importância no jogo político mundial. 
Em 1959 acontece a Revolução Cubana. Os 
guerrilheiros do Movimento 26 de julho, 
comandados por Fidel Castro, Che Guevara, Raúl 
Castro e Camilo Cienfuegos, fazem uma ofensiva 
pelo país e derrubam o regime do general 
Fulgêncio Batista, que se vê obrigado a fugir. 
Batista era acusado de corrupção e de manter as 
desigualdades sociais e a miséria da população. 
Além disso, era criticado pela oposição por sua 
proximidade com os Estados Unidos. Era visto 
como um “fantoche” dos EUA, pois teria tornado a 
ilha um “quintal” dos norte-americanos. 
A pequena ilha caribenha possui uma localização 
estratégica, a apenas 150 km da costa da Flórida. 
Nos anos 1950, Havana, a capital cubana, era 
chamada de Miami do Caribe, com fortes 
investimentos dos Estados Unidos na economia. 
Mas a maioria dos cubanos vivia na pobreza. 
Fidel emergiu como líder do novo governo, com um 
discurso sobre igualdade e transformações sociais. 
Ele começou uma série de radicais mudanças 
políticas, econômicas, sociais e culturais. 
Fidel nacionalizou empresas estrangeiras, 
confiscou bens e patrimônios e fez a reforma 
agrária. As multinacionais norte-americanas e mais 
de 50.000 comércios foram expropriados e se 
tornaram propriedade do Estado. Impactados pelas 
medidas, muitos cubanos foram para o exílio. 
No campo social, Fidel realizou uma intensa 
campanha de alfabetização, erradicou a 
desnutrição infantil, declarou a gratuidade do ensino 
e o fim da privatização da saúde. Eliminou ainda o 
racismo institucional e fez o país se tornar uma 
potência olímpica. Sua medicina hoje é reconhecida 
como uma das melhores do mundo. 
Apesar das inovadoras reformas sociais, houve 
grande repressão daqueles que o regime designava 
como inimigos da revolução. Fidel realizou prisões 
arbitrárias, reprimiu e matou opositores. Muitos 
inimigos foram fuzilados. 
Além da forte repressão, ele montou um regime de 
partido único (o Partido Comunista de Cuba) e não 
permitiu que a população escolhesse seu 
presidente de forma democrática. 
Depois da Revolução Cubana, a ilha exerceu um 
papel central durante a Guerra Fria (1945-1991). O 
período foi marcado pelo conflito ideológico entre o 
mundo capitalista, unido sob a liderança dos 
americanos, e o bloco comunista, alinhado com os 
soviéticos. 
Em abril de 1961, depois da tentativa de invasão da 
Baía dos Porcos por milicianos cubanos que queriam 
derrubar o regime com o apoio dos EUA, Fidel Castro 
declarou oficialmente o regime comunista e se 
aproximou da União Soviética (URSS). Cuba foi 
expulsa da Organização dos Estados Americanos 
(OEA), que alegou que o regime socialista era 
incompatível com os princípios da instituição. 
A URSS passou a ser o principal apoiador dos 
cubanos, oferecendo um forte auxílio financeiro, 
econômico e militar. A ilha exportava produtos 
primários (sobretudo açúcar e tabaco) a preços 
vantajosos e importava produtos industrializados e 
derivados do petróleo a valores abaixo do mercado 
internacional. 
Em 1962, os EUA anunciaram um bloqueio comercial 
e financeiro que pretendia sufocar a economia de 
Cuba. Os cubanos foram impossibilitados de realizar 
transações financeiras e de receberem concessões 
econômicas com instituições ou empresas norte-
americanas. 
No mesmo ano, Cuba autorizou a instalação de 
mísseis nucleares soviéticos na ilha. As relações 
entre EUA e Fidel foram cortadas, com o receio da 
possibilidade de soviéticos dispararem uma bomba 
nuclear em cidades americanas. O então presidente 
americano, John F. Kennedy, ordenou um bloqueio 
naval contra Cuba e ameaçou atacar o país. As 
tensões aumentaram, mas um acordo diplomático fez 
a União Soviética ceder e retirar os mísseis. 
Em contrapartida, os EUA se comprometeram a 
retirar seus mísseis da Turquia e não invadir Cuba. O 
episódio é conhecido como “Crise dos Mísseis” e 
representa o momento mais crítico e tenso da Guerra 
Fria, que quase levou a um confronto militar direto 
entre EUA e URSS. 
Durante a Guerra Fria, Fidel buscou promover o 
socialismo e aumentar sua influência em outros 
países. Cuba enviou expedições militares à África e 
apoiou tropas rebeldes em países da América 
Central. Também promoveu uma política de ajuda 
humanitária internacional, com o envio de médicos a 
diversos países em desenvolvimento. 
Em 1991, após a Queda do Muro de Berlim (1989), 
novas fronteiras políticas, estratégicas e econômicas 
foram delineadas. A União Soviética entrou em 
colapso. Em Cuba, os subsídios soviéticos foram 
cortados e a ilha sofreu um grave baque na 
economia, sendo incapaz de continuar as reformas 
estruturais. O conjunto de países da comunidade 
socialista chegou a somar 75% do fluxo comercial e o 
seu fim foi um golpe duro para o país caribenho. 
Os próximos anos foram marcados pela escassez de 
produtos, falta de alimentos, falta de combustível e 
apagões de energia elétricanas cidades cubanas. No 
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campo, a baixa produtividade agrícola gerou 
problemas de segurança alimentar, e o governo 
cubano recorreu ao mercado internacional para se 
abastecer de comida. 
As sucessivas crises econômicas e a ausência de 
liberdade política e econômica geraram o fenômeno 
dos “balseros”, pessoas que se aventuram pelo mar 
em precárias embarcações, tentando chegar aos 
Estados Unidos a qualquer custo. 
Apesar da tensão com Cuba, ao longo dos anos, os 
Estados Unidos apoiou imigrantes que fugiam da 
ilha. Nos últimos 50 anos, mais de dois milhões de 
cubanos deixaram o país. Quase 80% migraram 
para os EUA. 
Em 1966, Os Estados Unidos criou a Lei de Ajuste 
Cubano, um dispositivo que permitia que cubanos 
que chegassem ilegalmente aos Estados Unidos 
conseguissem residência. Em 1995 foi instaurada a 
política de "pés secos, pés molhados", que permitia 
que os migrantes cubanos se beneficiassem de 
mecanismos para obter residência permanente, 
enquanto os que eram interceptados no mar eram 
devolvidos ao seu país. Em janeiro de 2016, esta 
política foi suspensa. 
 Cuba sem Fidel 
Afastado por problemas de saúde, Fidel deixou, em 
2006, o poder nas mãos do seu irmão e 
companheiro de revolução, Raúl Castro. Desde 
então, o ex-presidente foi afastado do cenário 
político e fazia raras aparições públicas. 
No comando de Raúl Castro, o governo realiza 
algumas reformas para estimular a economia. Ele 
permite que empresas estrangeiras se instalem no 
país e decretou o fim da equidade salarial, um dos 
pilares do comunismo. Anunciou, ainda, o fim de 
restrições a compra e venda de propriedades 
privadas. O país faz novas parcerias comerciais 
com a China, países da União Europeia e América 
Latina. A cooperação com países como Brasil e 
Venezuela cresce. O turismo desponta como uma 
das principais atividades econômicas. 
Em março de 2016, o então presidente americano 
Barack Obama, fez uma visita a Cuba. Essa foi a 
primeira visita de um presidente americano à ilha 
depois de 1959. O gesto simboliza uma histórica 
reaproximação dos dois países. Também foi 
definida a reabertura das embaixadas, um marco 
para o reestabelecimento das relações 
diplomáticas. Mas um tema ainda é tabu: o fim do 
embargo norte-americano à ilha. Hoje, o comércio 
entre os países ocorre apenas no contexto da ajuda 
humanitária, como a compra e venda de remédios e 
alimentos. 
Cuba permanece como o único modelo socialista 
do continente americano. A abertura proporcionada 
por Raúl Castro está sendo gradual e visa o 
estabelecimento de uma economia de mercado 
mais equilibrada, sem necessariamente realizar 
reformas políticas expressivas. 
NOTÍCIA EM: 06/02/2017 04h00 
 
Lava Jato: as relações perigosas entre 
empreiteiras e políticos 
Pontos-chave 
 Desde 2014, a Operação Lava Jato investiga 
a existência de uma rede de corrupção que 
envolve empreiteiras, partidos políticos e 
funcionários públicos. 
 
 A Petrobras está no centro da Lava Jato. A 
empresa foi vítima de um dos maiores 
esquemas de corrupção do mundo. As 
empreiteiras que prestavam serviços à 
estatal são acusadas de formação de cartel, 
superfaturamento de obras públicas e de 
pagamentos de propinas a políticos em troca 
de contratos. 
 
 Em troca de redução ou perdão da pena, 
muitos dos condenados da Lava Jato 
fecharam acordos de delação premiada e se 
comprometeram a dar depoimentos 
detalhados à Justiça sobre como funcionaria 
o esquema de corrupção. A investigação 
segue durante o ano de 2017 com delações 
consideradas explosivas. 
 
 As delações dos executivos da Odebrecht 
revelaram operações semelhantes em outros 
países da América Latina e da África para 
obter vantagens e contratos de obras 
públicas. A empresa é acusada de subornar 
funcionários públicos de 12 países. 
Portos, hidrelétricas, metrôs, conjuntos habitacionais, 
estádios, hospitais, aeroportos, estradas. Essas e 
outras grandes obras do governo são realizadas 
pelas chamadas empreiteiras, empresas do ramo da 
engenharia e construção civil. Essas obras públicas 
são consideradas fundamentais para impulsionar a 
infraestrutura necessária para o desenvolvimento 
econômico do país. 
Nos últimos anos, uma operação policial abalou o 
setor de construção civil: a Operação Lava Jato, que 
investiga um esquema de corrupção sem 
precedentes na Petrobras, a maior companhia estatal 
do Brasil. A operação descobriu manobras de 
superfaturamento, crime de cartel, fraude contratual, 
doações ilegais, pagamentos de propinas entre 
outros atos ilícitos. 
São investigadas as empresas Odebrecht, Camargo 
Corrêa, OAS, Andrade Gutierrez, Toyo Setal, Iesa, 
Mendes Júnior, Galvão Engenharia, UTC, MPE 
Montagens e Projetos Especiais, Queiroz Galvão, 
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Skanska Brasil, Techint, Promon e Engevix. Ao 
todo, a Polícia Federal calcula que o esquema de 
desvios de recursos causou prejuízo de R$ 42 
bilhões à Petrobras. 
Mas como essas empresas atuaram? Ao necessitar 
de uma obra, o procedimento correto seria a 
Petrobras realizar uma licitação de preços e abrir o 
processo para a livre concorrência. 
Mas as empresas de construção fraudaram as 
regras de contração da petrolífera. Ficou 
comprovado que elas se organizaram em um cartel, 
uma espécie de “clube” para substituir uma 
concorrência real por uma concorrência de fachada. 
As empresas que faziam parte do conluio 
distribuíam entre si os contratos. A empresa 
escolhida apresentava proposta de preço à estatal 
e as demais ofertavam propostas de preços 
maiores. 
Em troca de ajuda na liberação de projetos, as 
empreiteiras pagavam propina para executivos da 
Petrobras, políticos e funcionários públicos. O 
esquema de suborno era considerado como “a 
regra do jogo” para fazer negócios com a estatal. O 
cartel durou pelo menos dez anos (entre 2004 e 
2014) e o valor da propina podia chegar até 20% do 
montante total de contratos superfaturados. Esse 
suborno era distribuído por operadores financeiros, 
como doleiros. A lavagem do dinheiro e sua 
movimentação acontecia por meio de contas e 
empresas sediadas em paraísos fiscais no exterior. 
Projetos importantes para a cadeia produtiva da 
estatal como as refinarias de Abreu e Lima (PE), do 
Vale do Paraíba (SP), de Landulpho Alves (BA) e 
de Duque de Caxias (RJ), a usina de Angra 3 e o 
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro 
(Comperj) foram citados diretamente na Lava Jato. 
Hoje, muitas dessas obras estão paradas. 
 Acordos em troca de redução da pena 
Um recente levantamento elaborado pela 
Procuradoria-Geral da República (PGR) mostra 
que, em quase três anos de trabalho, a Lava Jato já 
aplicou 120 condenações que envolvem executivos 
da Petrobras, doleiros, executivos do alto escalão 
das empreiteiras, políticos e funcionários públicos. 
A operação ainda teve outros desdobramentos e 
descobriu crimes de corrupção semelhantes em 
outras obras públicas. 
Em troca de redução ou perdão da pena, muitos 
dos condenados da Lava Jato fecharam acordos de 
delação premiada. Esses acordos são voluntários e 
os acusados se comprometem a dar depoimentos 
úteis e detalhados à Justiça sobre como funcionaria 
e quem atuaria no esquema de corrupção. 
Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, foi o 
primeiro delator da Lava Jato. Condenado a mais 
de 74 anos deprisão, hoje ele cumpre pena 
reduzida em regime aberto no Rio de Janeiro. O 
doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros presos na 
investigação, ficou dois anos na prisão e hoje está 
em liberdade. O empresário Júlio Camargo, da 
empreiteira Toyo Setal, foi condenado a 14 anos de 
prisão, mas hoje cumpre a pena em regime aberto. 
Já as empreiteiras fecharam acordos de leniência, 
quando as empresas reconhecem crimes e pagam 
multas ao Governo com o objetivo de preservar a 
autorização de contratar com a administração 
pública. A Andrade Gutierrez se comprometeu até 
agora a pagar R$ 1 bilhão. A Camargo Corrêa vai 
pagar uma multa de R$ 804 milhões e a Odebrecht 
6,96 bilhões –valor considerado como o maior 
ressarcimento mundial em termos de acordos. As 
empresas ainda serão monitoradas por dois anos por 
integrantes do Ministério Público. 
Além de multas milionárias, punições mais duras 
podem acontecer, como declarar uma empresa como 
inidônea pela Justiça. Neste caso ela fica proibida de 
participar de novas licitações e contratos com o poder 
público por até cinco anos. As construtoras Mendes 
Júnior e Skanska Brasil, a Iesa Óleo e Gás e a 
Jaraguá Equipamentos são algumas das companhias 
investigadas no âmbito da Lava Jato e que foram 
recentemente declaradas inidôneas. 
 O esquema de corrupção global da 
Odebrecht 
O caso da construtora Odebrecht, a maior do país, é 
o mais emblemático. Em dezembro de 2016, 77 
executivos da Odebrecht assinaram acordos de 
delação premiada com o Ministério Público Federal, 
gerando mais de 800 depoimentos. O fato foi 
noticiado pela imprensa como “a delação do fim do 
mundo” pelo seu potencial de conteúdo explosivo, 
que pode envolver dezenas de políticos. As delações 
estão sob análise da Justiça. Após homologadas pelo 
Superior Tribunal Federal, as acusações poderão ser 
usadas legalmente nas investigações da Lava Jato. 
 
Segundo delações, os valores desviados de 
contratos tinham como destinatários deputados e 
senadores. Esses repasses constam em planilhas 
apreendidas pela força-tarefa com dados do Setor de 
Operações Estruturadas da Odebrecht, que foi 
apelidado como o “departamento de propina” da 
empresa. 
 
Desde junho de 2015, o herdeiro e ex-presidente da 
empresa, Marcelo Odebrecht, está preso na 
carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi 
condenado pelo juiz Sérgio Moro a 19 anos de prisão 
pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e 
organização criminosa. 
 
As delações dos executivos da Odebrecht revelaram 
operações semelhantes em outros países da América 
Latina e da África para obter vantagens e contratos 
de obras públicas. A empresa desenvolve projetos 
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em 27 países e está entre as dez maiores 
empreiteiras globais. 
 
Em dezembro de 2016, o Departamento de Justiça 
dos Estados Unidos apontou que a Odebrecht 
pagou cerca de US$ 788 milhões (R$ 2,6 bilhões) 
em propina a funcionários públicos de 12 países na 
América Latina e na África para conquistar e manter 
contratos com o poder público. 
 
O documento cita pagamentos de suborno pela 
empresa Odebrecht e pela petroquímica Braskem 
(o braço petroquímico da empreiteira) para agentes 
públicos do Brasil, Argentina, México, Peru, 
Equador, Colômbia, Guatemala, República 
Dominicana, Panamá, Venezuela, Angola e 
Moçambique. 
 Propinas a políticos e campanhas 
eleitorais 
As grandes empreiteiras também teriam pago 
propinas diretamente a políticos para assegurar a 
aprovação no Congresso de projetos de lei ou de 
medidas provisórias que interessavam às 
empresas. 
 
Na delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-
vice-presidente de Relações Institucionais da 
Odebrecht, ele afirmou que algumas das medidas 
envolviam a isenção de impostos ou condições 
mais brandas para pagamento de energia elétrica. 
Segundo delação, a Odebrecht usou empresas do 
grupo Petrópolis (cervejaria) para “escoar” o 
dinheiro oriundo de caixa 2 e distribuir valores em 
espécie para políticos. O valor de R$ 100 milhões 
teria sido usado em doações para campanhas nas 
eleições de 2010 e 2012. 
 
Melo Filho citou 51 políticos filiados a 11 partidos 
que teriam se beneficiado com dinheiro da 
Odebrecht oriundo de caixa 2. Entre eles estaria o 
presidente da República, Michel Temer (PMDB), o 
senador Aécio Neves (PSDB) e o governador de 
São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). A expectativa 
é de que as próximas delações de executivos da 
empresa possam alcançar 150 pessoas da classe 
política. 
 
Otávio Azevedo, o presidente da segunda maior 
construtora do país, a Andrade Gutierrez, foi preso 
junto com Marcelo Odebrecht em junho de 2015. 
Em acordo de delação premiada, Azevedo também 
confessou ter pago propina a dezenas de políticos 
para obter obras. 
 
Em janeiro de 2017, a imprensa divulgou que a 
Camargo Corrêa deve ser a próxima a negociar 
uma nova leva de delações, que deve contar com a 
colaboração de aproximadamente 40 executivos e 
até de acionistas, podendo alcançar cerca de 200 
políticos. 
 
Nos últimos meses, alguns políticos foram presos por 
corrupção envolvendo a Petrobras, como o ex-
ministro José Dirceu (PT), o ex-ministro Antônio 
Palocci (PT), os ex-senadores Gim Argello (PTB) e 
Delcídio do Amaral (PT) e os ex-deputados Pedro 
Correa (PP) e André Vargas (PT). Delcídio foi solto 
após assinar delação. 
 
Também estão atrás das grades o ex-deputado 
Eduardo Cunha (PMDB), preso por ter contas 
secretas na Suíça abastecidas com milhões 
desviados da Petrobras, e Sérgio Cabral (PMDB), ex-
governador do Rio de Janeiro, acusado de desviar 
dinheiro de obras no estado fluminense. 
 
Já o ex-presidente Lula responde a três ações 
criminais por corrupção e obstrução da Justiça no 
âmbito da Operação Lava Jato (ele teria bens 
privados financiados por construtoras, como um 
tríplex no Guarujá) e da Operação Janus, que 
investiga repasses do Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para 
a Odebrecht realizar obras em Angola. 
 
As doações eleitorais das empreiteiras também estão 
na mira da Justiça. Antes da proibição de doações de 
pessoas jurídicas a campanhas eleitorais, essas 
empresas eram responsáveis pela maior parte das 
doações. 
 
Nas eleições municipais de 2012, seis dos dez 
maiores doadores privados em todo o País eram do 
setor da construção. Em 2014, O grupo OAS doou 
legalmente R$ 80 milhões aos partidos. Queiroz 
Galvão, Odebrecht e UTC Engenharia também 
fizeram grandes doações, acima de R$ 50 milhões. 
 
Documentos do Departamento de Justiça dos 
Estados Unidos também apontam repasse de R$ 50 
milhões da Odebrecht à campanha da ex-presidente 
Dilma Rousseff em troca de um benefício à Braskem. 
No documento, os americanos descrevem uma ação 
da Odebrecht e da Braskem junto a autoridades do 
governo, entre 2006 a 2009, para garantir um 
benefício tributário à petroquímica. 
 
No ano passado, o marqueteiro do PT João Santana 
e sua mulher, Monica Moura, foram presos pela Lava 
Jato e logo depois foram soltos sob fiança. Santana 
recebeu US$ 3 milhões de offshores ligadas à 
Odebrecht e US$ 4,5 milhões do operador financeiro 
Zwi Skornicki. De acordo com a força-tarefa, o 
dinheiro é oriundo de propina de contratos na 
Petrobras. O casal alega que não sabia da origem 
ilícita dos recursos. 
 
 
 
 
 
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NOTICIA EM: 13/02/2017 
 
Zygmunt Bauman: o pensamento do 
sociólogo da "modernidade líquida". 
 
Para Zygmunt Bauman, ?vivemos em 
tempos líquidos. Nada foi feito para durar? 
Pontos-chave 
 A modernidade imediata é “líquida” e 
“veloz”, mais dinâmica que a modernidade 
“sólida” que suplantou. A passagem de uma 
a outra acarretou profundas mudanças em 
todos os aspectos da vida humana. A 
modernidade líquida seria "um mundo 
repleto de sinais confusos, propenso a 
mudar com rapidez e de forma 
imprevisível". 
 
 Na sociedade contemporânea, emergem o 
individualismo, a fluidez e a efemeridade 
das relações. 
“Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para 
durar”. Essa é uma das frases mais famosas do 
sociólogo polonês Zygmunt Bauman, falecido em 
janeiro de 2017, aos 91 anos. Ele deixou uma obra 
volumosa, com mais de 50 livros, e é considerado 
um dos pensadores mais importantes e populares 
do fim do século 20. 
Bauman é um dos expoentes da chamada 
“sociologia humanística” e dedicou a vida a estudar 
a condição humana. Ele é visto por muitos como 
um teórico perspicaz e por outros como um ingênuo 
pessimista. Suas ideias refletem sobre a era 
contemporânea em temas como a sociedade de 
consumo, ética e valores humanos, as relações 
afetivas, a globalização e o papel da política. 
Nascido na Polônia em 1925, Bauman serviu como 
militar durante a Segunda Guerra Mundial, foi 
militante do Partido Comunista polonês e professor 
da Universidade de Varsóvia. Filho de judeus, ele foi 
expulso da Polônia em 1968 por causa do crescente 
antissemitismo do Leste Europeu. Emigrou para 
Israel e se instalou na Inglaterra, onde desenvolveu a 
maior parte de sua carreira. Desde 1971 atuava 
como professor emérito de sociologia da 
Universidade de Leeds. 
 A modernidade sólida e a modernidade 
líquida 
O tempo em que vivemos é chamado por muitos 
pensadores como “pós-modernidade”. O termo foi 
popularizado em 1979 pelo pensador francês Jean-
François Lyotard (1924-1998). Para Lyotard, esse é 
o período em que todas as grandes narrativas (visões 
de mundo) entram em crise e os indivíduos estão 
livres para criar tudo novo. 
Bauman não utiliza o termo pós-modernidade. Ele 
cunhou o conceito de “modernidade líquida” para 
definir o tempo presente. Escolheu a metáfora do 
“líquido” ou da fluidez como o principal aspecto do 
estado dessas mudanças. Um líquido sofre constante 
mudança e não conserva sua forma por muito tempo. 
As formas de vida contemporânea, segundo o 
sociólogo polonês, se assemelham pela 
vulnerabilidade e fluidez, incapazes de manter a 
mesma identidade por muito tempo, o que reforça um 
estado temporário e frágil das relações sociais e dos 
laços humanos. Essas mudanças de perspectivas 
aconteceram em um ritmo intenso e vertiginoso a 
partir da segunda metade do século XX. Com as 
tecnologias, o tempo se sobrepõe ao espaço. 
Podemos nos movimentar sem sair do lugar. O 
tempo líquido permite o instantâneo e o temporário. 
Em seu primeiro livro, “Mal-estar da pós-
modernidade”, Bauman parodia Sigmund Freud 
(1856-1939), autor de “O mal-estar da civilização”. A 
tese freudiana é de que na idade moderna os seres 
humanos trocaram liberdade por segurança. O 
excesso de ordem, repressão e a regulação do 
prazer gerou um mal-estar, um sentimento de culpa. 
Para Bauman, “a modernidade sólida tinha um 
aspecto medonho: o espectro das botas dos 
soldados esmagando as faces humanas". Pela 
estabilidade do Estado, da família, do emprego ou de 
outras instituições, aceitava-se um determinado grau 
de autoritarismo. Segundo o sociólogo, a marca da 
pós-modernidade é a própria vontade de liberdade 
individual, princípio que se opõe diretamente à 
segurança projetada em torno de uma vida estável. 
Bauman entende que na modernidade sólida os 
conceitos, ideias e estruturas sociais eram mais 
rígidos e inflexíveis. O mundo tinha mais certezas. A 
passagem de uma modernidade a outra acarretou 
mudanças em todos os aspectos da vida humana. A 
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modernidade líquida seria "um mundo repleto de 
sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e 
de forma imprevisível". 
Bauman entende que a nossa sociedade teve uma 
maior emancipação em relação às gerações 
anteriores. A sensação de liberdade individual foi 
atingida e todos podem se considerar mais livres 
para agir conforme seus desejos. Mas essa 
liberdade não garante necessariamente um estado 
de satisfação. Ela também exige uma 
responsabilidade por esses atos e joga aos 
indivíduos a responsabilidade pelos seus 
problemas. 
Na sociedade contemporânea emergem o 
individualismo, a fluidez e a efemeridade das 
relações. Se a busca da felicidade se torna 
estritamente individual, criamos uma ansiedade 
para tê-la, pois acreditamos que ela só depende de 
nós mesmos. Para Bauman, somos impulsionados 
pelo desejo, um querer constante que busca novas 
formas de realizações, experiências e valores. O 
prazer é algo desejado e como ele é uma sensação 
passageira, requer um estímulo contínuo. 
À medida em que o futuro se torna incerto, o 
sentimento coletivo dominante é que se deve viver 
o momento presente e exclusivamente para si. 
Dessa instabilidade e ausência de perspectiva 
também nasce uma angústia. A incerteza diante do 
futuro pode explicar o aumento do uso de 
antidepressivos e a intensa busca por 
entretenimento como formas de afastar essa 
sensação. 
Em muitos casos, essa angústia resulta na paralisia 
da ação, na incapacidade de agir. Ao lidar com uma 
insegurança, muitas vezes o indivíduo se recusa a 
assumir responsabilidades ou assume o discurso 
do “eu não gosto de tomar decisões”. Somos livres, 
mas não conseguimos transformar o mundo – 
temos um sentimento de impotência. Em outros 
casos, essa frustração pode gerar um ódio intenso 
a tudo e a todos. 
Em entrevista ao jornal argentino Clarín, Bauman 
declarou: “escolhi chamar de ‘modernidade líquida’ 
a crescente convicção de que a mudança é a única 
coisa permanente e a incerteza a única certeza”. 
Bauman entende a crise como sendo um tempo em 
que o velho já se foi, mas o novo não tem forma 
ainda. Em entrevista ao jornal italiano Il 
Messaggero, o sociólogo sinaliza que buscamos um 
estado de maior solidez. “Ainda estamos em uma 
sociedade líquida, mas em que nascem sonhos de 
uma sociedade menos líquida”, afirmou. 
 A sociedade do consumo 
Bauman observa que o século 20 sofreu uma 
passagem da sociedade de produção para a 
sociedade de consumo. Isso não significa que não 
exista uma produção, mas que o sentido do ato de 
consumir ganhou outro patamar. 
Se as grandes ideologias, alicerces e instituições se 
tornaram instáveis, o consumo se tornou um 
elemento central na formação da identidade. Muito 
além da satisfação de necessidades, consumir passa 
a ter um peso primordial na construção das 
personalidades. O ter se torna mais importante que o 
“ser”. 
Temos inúmeras possibilidades de escolha e 
consumimos produtos que identifiquem um 
determinado estilo de vida e comportamento. Ao 
transformar tudo em mercadoria, nossa identidade 
também se constitui a partir da satisfação do prazer 
pelo consumo. Marcas e grifes se tornam um símbolo 
de quem somos. Sua compra também significa um 
status social, o desejo de um reconhecimento 
perante os outros. 
Satisfazer por completo os consumidores, na 
realidade, significaria não ter mais nada para vender. 
Consumir também significa descartar. Temos acesso 
a tudo o que queremos e ao mesmo tempo as coisas 
se tornam rapidamente obsoletas. “O problema não é 
consumir; é o desejo insaciável de continuarconsumindo”, diz Bauman. Tanto que o descarte do 
lixo é um grande problema na sociedade. 
Bauman escreve: “Rockefeller pode ter desejado 
construir suas fábricas, estradas de ferro e torres de 
petróleo altas e volumosas e ser dono delas por um 
longo tempo [...], Bill Gates, no entanto, não sente 
remorsos quando abandona posses de que se 
orgulhava ontem; é a velocidade atordoante da 
circulação, da reciclagem, do envelhecimento, do 
entulho e da substituição que traz o lucro hoje – não 
a durabilidade e a confiabilidade do produto”. 
As pessoas também precisam se reinventar para que 
não se tornem obsoletas. Elas precisam ter 
identidades fluidas. Segundo Bauman, “na 
sociedade de consumidores, ninguém pode se tornar 
sujeito sem primeiro virar mercadoria, e ninguém 
pode manter segura sua subjetividade sem reanimar, 
ressuscitar e recarregar de maneira perpétua as 
capacidades esperadas e exigidas de uma 
mercadoria vendável”. 
 As relações líquidas 
Na modernidade líquida, os vínculos humanos têm a 
chance de serem rompidos a qualquer momento, 
causando uma disposição ao isolamento social, onde 
um grande número de pessoas escolhe vivenciar 
uma rotina solitária. Isso também enfraquece a 
solidariedade e estimula a insensibilidade em relação 
ao sofrimento do outro. 
Esse tipo de isolamento parece ser uma contradição 
da globalização, que aproxima as pessoas com a 
tecnologia e novas formas de comunicação. Mas se 
tudo ocorre com intensa velocidade, isso também se 
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reflete nas relações pessoais. As relações se 
tornam mais flexíveis, gerando níveis de 
insegurança maiores. Ao mesmo tempo em que 
buscam o afeto, as pessoas têm medo de 
desenvolver relacionamentos mais profundos que 
as imobilizem em um mundo em permanente 
movimento. 
Bauman reflete sobre as relações humanas e 
acredita que os laços de uma sociedade agora se 
dão em rede, não mais em comunidade. Dessa 
forma, os relacionamentos passam a ser chamados 
de conexões, que podem ser feitas, desfeitas e 
refeitas – os indivíduos estão sempre aptos a se 
conectarem e desconectarem conforme vontade, o 
que faz com que tenhamos dificuldade de manter 
laços a longo prazo. 
O sociólogo acredita que as redes sociais 
significam uma nova forma de estabelecer contatos 
e formar vínculos. Mas que elas não proporcionam 
um diálogo real, pois é muito fácil se fechar em 
círculos de pessoas pensam igual a você e evitar 
controvérsias. 
Para Bauman, a rede é mantida viva por duas 
atividades: conectar e desconectar. o contato no 
meio virtual pode ser desfeito ao primeiro sinal de 
descontentamento, o que denota uma das 
características da sociedade líquida. “O atrativo da 
‘amizade Facebook’ é que é fácil conectar, mas a 
grande atração é a facilidade de desconectar”, diz 
Bauman. 
 Política, segurança e economia 
Na modernidade líquida, existe uma maior 
separação do poder e a política. O Estado perde 
força, os serviços públicos se deterioram e muitas 
funções que eram do Estado são deixadas para a 
iniciativa privada e se tornam responsabilidade dos 
indivíduos. É o caso do fim do modelo do Estado de 
Bem-Estar Social na Europa. 
Bauman identifica uma crise da democracia e o 
colapso da confiança na política. “As pessoas já 
não acreditam no sistema democrático porque ele 
não cumpre suas promessas”, diz o sociólogo. Para 
ele, a vitória eleitoral de candidatos como Donald 
Trump nos EUA é um sintoma de que a retórica 
populista e autoritária ganha espaço como solução 
para preencher esses vazios. 
No campo econômico, Bauman cita a fluidez dos 
mercados e o comportamento do consumo a 
crédito, que evita o retardamento da satisfação. 
“Vivemos a crédito: nenhuma geração passada foi 
tão endividada quanto a nossa - individual e 
coletivamente (a tarefa dos orçamentos públicos 
era o equilíbrio entre receita e despesa; hoje em 
dia, os "bons orçamentos" são os que mantêm o 
excesso de despesas em relação a receitas no 
nível do ano anterior)”. 
Para ele, as desigualdades sociais aumentaram. Ao 
mesmo tempo em que se aumentam as incertezas, 
os indivíduos devem lutar para se inserir numa 
sociedade cada vez mais desigual econômica e 
socialmente. Os empregos estão mais instáveis e a 
maioria das pessoas não pode planejar seu futuro 
muito tempo adiante. 
Para o sociólogo, não existe mais o conceito 
tradicional de proletariado. Emerge o “precariado”, 
termo que Bauman usou para se referir a pessoas 
cada vez mais escolarizadas, mas com empregos 
precários e instáveis. Agora a luta não é de classes, 
mas de cada pessoa com a sociedade. 
No mundo líquido, a sensação de segurança também 
é fluida. "O medo é o demônio mais sinistro do nosso 
tempo", alerta Bauman. O medo do terrorismo e da 
violência que pode vir de qualquer parte do globo 
(inclusive virtualmente, como os hackers e haters das 
redes) cria uma vigilância constante, a qual 
aceitamos nos submeter para ter mais segurança. 
"Essa obsessão deriva do desejo, consciente ou não, 
de recortar para nós mesmos um lugarzinho 
suficientemente confortável, acolhedor, seguro, num 
mundo que se mostra selvagem, imprevisível, 
ameaçador", escreve Bauman no livro “Confiança e 
Medo na Cidade”. No mundo off-line, a arquitetura 
das cidades está sendo cada vez mais projetada para 
promover o afastamento: muros, condomínios 
fechados e sistemas de vigilância estão em alta. 
No livro “Estranhos à Nossa Porta”, Bauman escreve: 
“a ignorância quanto a como proceder, como 
enfrentar uma situação que não produzimos nem 
controlamos é uma importante causa de ansiedade e 
medo”. Ele relaciona a situação de desemprego dos 
europeus ao aumento do ódio contra os imigrantes. 
Ao mesmo tempo, manter esse medo aceso seria 
uma estratégia de poder para determinados grupos, 
como políticos de discursos nacionalistas e 
xenófobos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NOTÍCIA EM: 17/02/201716h41 
Geografia: os muros que dividem o mundo 
 
3.jul.2015 - Palestinos usam uma escada 
para escalar muro erguido por Israel, que 
os separa da região onde fica a mesquita 
de Al-Aqsa, em Jerusalém 
Pontos-chave 
 Os muros crescem por todo lado e formam 
uma imensa barreira geográfica. Em 1989, 
quando caiu o muro de Berlim (símbolo da 
Guerra Fria), havia 16 muros a defender 
fronteiras no mundo. Hoje, existem 65 
construídos ou em vias de ficarem prontos. 
 
 O principal motivo para a criação dos muros 
contemporâneos é o controle do fluxo 
migratório nas fronteiras dos países. 
O presidente norte-americano Donald Trump quer 
construir um muro para dividir os Estados Unidos 
do México. Segundo recentes declarações, essa 
será uma das principais medidas para reforçar o 
controle migratório nos EUA e travar o fluxo ilegal 
de mexicanos para o país. Ele ainda busca 
suspender os programas de apoio a refugiados e a 
concessão de vistos a cidadãos de sete países. 
A construção do muro com o México está repleta de 
incertezas. Quem pagaria pela obra? A equipe de 
Trump estima que a construção deva custar 10 
bilhões de dólares. Durante as eleições de 2016, 
Trump afirmou que os mexicanos devem pagar pelo 
muro, mas o país se recusa a arcar com os custos. 
A fronteira EUA-México tem cerca de 3.1 mil km de 
extensão, passando por grandes áreas urbanas, 
desertos, montanhase rios. Cerca de mil km já são 
cobertos por cercas e muros de concreto, que 
visam aumentar o controle em relação à imigração, 
inibir o narcotráfico e coibir as ações dos chamados 
“coiotes”, grupos que atravessam a fronteira de 
forma clandestina. Trump diz que o muro cobrirá 
mais 1.6 mil km e que obstáculos naturais vão 
cuidar da área restante. 
Para que serve um muro? Um muro é uma 
construção física que existe para dividir o mundo de 
dentro do mundo de fora. Um muro cria territórios e 
evita o encontro indesejado com o outro. Ele limita 
a livre circulação num espaço e também serve como 
barreira de proteção. 
O maior muro do planeta é a Grande Muralha da 
China, cuja construção começou por volta de 220 
a.C. A obra histórica uniu fortificações erguidas e 
formou um sistema contra invasões dos inimigos 
vindos do norte. Na história, destaca-se ainda o Muro 
de Adriano, uma fortificação em pedra com 
comprimento de 173 quilômetros e que foi construída 
no século 2 pelo imperador romano Adriano, com o 
objetivo de defender o Império Romano na Bretanha. 
Para protegê-la, 14 fortes foram posicionados em 
toda sua extensão, além de 80 torres militares. 
Na Idade Média, essas construções eram tão 
importantes que se tornaram marcas registradas da 
urbanidade, como as cidades muradas, verdadeiras 
fortalezas que serviam para proteger as cidades de 
constantes ataques. Em alguns lugares, existiam até 
fossos enchidos com água, que também ajudavam 
no isolamento. 
Se no passado o muro foi indispensável como linha 
de defesa, hoje eles não dão conta de evitar ataques 
bélicos, que podem ser feitos com aviões e armas 
pesadas. Qual seria então o papel do muro no mundo 
contemporâneo? 
Na nossa sociedade, os muros crescem por todo lado 
e formam uma imensa barreira geográfica e social. 
Um estudo do geógrafo Michel Foucher concluiu que 
existe um total de 18 mil km de barreiras 
intransponíveis construídas pelo homem no planeta. 
Em 1989, quando caiu o muro de Berlim (símbolo da 
Guerra Fria), havia 16 muros a marcar fronteiras no 
mundo. Segundo uma pesquisa da Universidade de 
Quebec, hoje existem 65 já construídos ou em vias 
de ficarem prontos. 
A globalização aboliu as fronteiras para a economia, 
o comércio e as informações. Mas para os seres 
humanos foram erguidos ainda mais muros. Os 
países apostaram no controle de fronteiras, com 
barreiras impulsionadas principalmente pelo intenso 
fluxo de imigração dos últimos anos, reflexo de 
recentes crises econômicas e de conflitos armados. 
Segundo dados da Acnur (Agência das Nações 
Unidas para Refugiados), em 2015, o total de 
pessoas deslocadas chegou a 65,3 milhões em todo 
o mundo. Segundo a organização, vivemos um 
recorde de deslocamentos internos. Trata-se da 
maior crise de refugiados e migração desde a 2ª 
Guerra Mundial. O grande fluxo de refugiados se 
deve aos conflitos que ocorrem em países como 
Somália, Afeganistão e Síria. 
“As fronteiras da Europa devem ser fechadas”, disse 
o primeiro-ministro da Hungria, Victor Órban, em 
setembro de 2015. Naquele ano, o governo húngaro 
construiu uma barreira de quatro metros de altura ao 
longo da sua fronteira com a Sérvia para tentar travar 
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a entrada dos refugiados que fogem da guerra civil 
da Síria e dos conflitos do Oriente Médio. 
O constante desembarque de refugiados na Europa 
e o crescimento da ameaça terrorista fizeram surgir 
novas barreiras. Os enclaves espanhóis de Ceuta e 
Melilla, na costa marroquina, estão cercados por 
barreiras que buscam evitar a entrada de imigrantes 
vindos da África. Na fronteira da Grécia com a 
Turquia, se ergue o Muro de Evros, que separa o 
Oriente do Ocidente. 
Na África, Ásia e Oriente Médio também surgiram 
novas barreiras. Recentemente, no Quênia, na 
Arábia Saudita e na Turquia os governos 
fortificaram suas fronteiras para impedir a infiltração 
de jihadistas vindos dos países vizinhos. Na 
fronteira da Índia com Bangladesh existe uma 
barreira de arame farpado de quatro mil 
quilômetros. Os indianos buscam isolar a nação 
economicamente emergente dos seus vizinhos 
mais pobres e de famílias muçulmanas. 
Para alguns estudiosos, a construção de muros não 
resolve o problema dos fluxos migratórios no longo 
prazo. Ele seria um símbolo poderoso, mas que traz 
apenas uma sensação de segurança. “A única 
coisa que estes muros têm em comum é que são 
sobretudo cenários de teatro”, defende Marcello Di 
Cintio, autor do livro Murs, voyage le long des 
barricades. 
Di Cintio acredita que a construção dessas 
barreiras não evitou a imigração ilegal, o tráfico de 
drogas ou ataques terroristas. “Eles dão uma ilusão 
de segurança, mas não uma verdadeira 
segurança”, afirma o pesquisador. 
Na prática, esses muros deslocariam o fluxo para 
outro local e de outras formas, muitas vezes em 
travessias perigosas. É o caso da morte de 
mexicanos rumo aos EUA. Todos os anos, 
centenas de pessoas morrem ao atravessar 
desertos de temperaturas extremas. Na Europa, 
milhares de refugiados cruzam o mar Mediterrâneo 
em embarcações precárias e ficam no meio do 
caminho: morrem ou precisam ser resgatados. 
Somente em 2015, ocorreram 3.771 mortes em 
naufrágios próximos a países europeus. 
Os muros também podem ser metafóricos, e além 
do controle da fronteira, representam a divisão de 
ideias, uma divisão simbólica. É o caso da barreira 
que divide as fronteiras da Coreia do Sul e Coreia 
do Norte. Além de ser uma barreira física, o muro 
divide ideologicamente os países: o norte 
comunista, e o sul, capitalista. 
Na Irlanda do Norte, a cidade de Belfast possui 
diversos muros, os chamados Peace Lines. São 
barreiras construídas nos anos 1970 e que serviram 
para dividir as comunidades católicas e as 
comunidades protestantes. Os conflitos religiosos 
ficaram no passado, mas os muros ainda estão em 
pé, com grafites estampados que lembra a história 
recente. 
Essas edificações também podem trazer 
consequências psicológicas. Foi nos anos de 1970 
que o psicólogo berlinense Dietfried Muller-
Hegemann falou na “doença do muro”, expressão 
cunhada para explicar a situação das famílias que 
foram separadas pelo muro de Berlim, que separou a 
cidade em duas. Elas conviviam com fortes taxas de 
depressão, alcoolismo e violência familiar. 
Para o sociólogo Zygmunt Bauman, o muro 
contemporâneo é o símbolo do medo. Segundo 
Bauman, em nossa época repleta de incertezas, 
tememos a violência urbana, as catástrofes naturais, 
o desemprego e o terrorismo. O sintoma desse medo 
seria a busca por sofisticados sistemas de segurança 
e cercas contra o perigo do estranho que mora ao 
lado. Mas a ameaça da violência constrange o 
cidadão: ao se proteger com os mais diversos 
aparatos, a sociedade ameaça. O sociólogo acredita 
que o caminho seria a promoção de um maior diálogo 
e solidariedade entre os povos. “Precisamos construir 
pontes, não muros”, afirma. 
1.1.1 Conheça cinco muros contemporâneos: 
1) CISJORDÂNIA-ISRAEL 
O Muro da Cisjordânia começou a ser construído em 
2002, período da Segunda Intifada, e separa Israel 
do território palestino da Cisjordânia. Na época, foi 
dito que o intuito era impedir a entrada de palestinos 
para prevenir atos de terrorismo. Os que se opõem à 
barreira denunciam que o muro é uma ferramenta 
utilizada por Israel para, além de interditar as 
negociações de paz por estabelecer unilateralmente 
novas fronteiras, também anexar gradualmente 
porções do território palestino, muitas das quais 
passaram a abrigar assentamentos israelenses. 
2) EUA-MÉXICO 
Cerca de 1.000 km já são cobertosde fronteira dos 
Estados Unidos com o México são cobertos por 
barreiras físicas, como cercas e muros. Elas estão 
situadas nas cidades de El Paso e Ciudad Juárez, e 
também entre San Diego e Tijuana. Essas barreiras 
são o símbolo da política anti-imigração norte-
americana. Com os ataques de 11 de Setembro de 
2001, os EUA apertaram ainda mais o cerco, 
temendo que terroristas pudessem entrar em 
território norte-americano via México. 
3) COREIA DO NORTE-COREIA DO SUL 
Em 1977, a Coreia do Sul construiu um muro na 
fronteira com a Coreia do Norte. Além de ser uma 
barreira física, o muro dividiu ideologicamente os 
países durante a Guerra Fria: o norte comunista 
(apoiado pela URSS), e o sul, capitalista, sob 
influência dos EUA. A porção de território foi 
transformada em uma zona desmilitarizada. Ou seja, 
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uma faixa "neutra" onde militares das duas Coreias 
podem transitar, mas sem cruzar a linha que 
demarca o território de cada um dos países. É a 
fronteira mais militarizada do mundo, com cerca de 
1 milhão de soldados a postos. 
4) ESPANHA-MARROCOS: MUROS DE CEUTA E 
MELILLA 
Ceuta e Melilla são enclaves espanhóis no norte 
África. As duas cidades fazem divisa com o 
Marrocos e estão muito próximas do Estreito de 
Gibraltar, que separa os dois continentes. Até os 
anos 1990, a divisão entre os territórios espanhol e 
marroquino era pouco perceptível, e o trânsito de 
pessoas de um local para o outro era comum. Com 
a criação da União Europeia e a política de livre-
circulação dos cidadãos europeus, a Espanha foi 
incentivada a apertar o cerco em suas zonas 
fronteiriças. Os muros chegam a ter 20 quilômetros 
de extensão e o principal objetivo é impedir a 
imigração de africanos para a Europa. 
5) GRÉCIA-TURQUIA: MURO DE EVROS 
O muro construído em 2012 pela Grécia na fronteira 
da Turquia visa coibir a entrada de imigrantes 
ilegais. Segundo estimativas, cerca de 90% dos 
imigrantes que ingressam de forma ilegal na União 
Europeia o fazem por meio dessa fronteira. Ele foi 
construído ao longo de um trecho da margem do rio 
Evros, fronteira natural que separa a o território 
europeu dos vizinhos turcos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTÍCIA EM: 27/02/2017 
Sistema penitenciário : Prender menos ou 
construir mais prisões? 
 
16.jan.2017 - Em motim, presos sobem nos 
telhados do no presídio de Alcaçuz (RN) 
Em janeiro de 2017, o Brasil assistiu a chacinas que 
aconteceram dentro de presídios. No Rio Grande do 
Norte, 26 presos foram mortos na Penitenciária de 
Alcaçuz. Segundo o governo, trata-se de uma disputa 
entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) 
e Sindicato do Crime RN. Em Manaus, um guerra de 
facções (Família do Norte e PCC) causou a morte de 
60 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim 
(Compaj). Além desses fatos, foram registrados 
confrontos, fugas e rebeliões nos estados da Bahia, 
Santa Catarina e Rondônia, no mesmo período. 
Essa crise no sistema penitenciário revelou um 
fenômeno no Brasil: o fortalecimento das 
organizações e facções criminosas nos presídios 
brasileiros. Grupos como PCC, CV e FDN comandam 
a venda de drogas no Brasil e disputam entre si as 
principais rotas do tráfico. Segundo a polícia, 25 
organizações batalham pelo controle de regiões, 
formando parcerias com grupos locais. 
Nos presídios, as facções brigam para ter o maior 
número de membros possível. Depois de entrar para 
um grupo, o preso tem que prestar serviços à fação 
dentro da cadeia e fora dela. Em troca, ganha 
proteção. O PCC é a principal facção criminosa 
brasileira e conta com 30 mil membros espalhados 
pelo país. 
Outro problema é a falta de controle interno nos 
presídios. Em Manaus, por exemplo, erros básicos 
foram cometidos pela gestão do Compaj. Não havia 
divisão entre celas, revistas e monitoramento dos 
presos. A organização do presídio era controlada 
internamente pelos próprios detentos, que podiam 
circular livremente. Uma revista realizada lá dentro 
resultou na apreensão de um rifle, facas, celulares e 
um roteador de internet. 
1.1.2 A superlotação dos presídios 
O Brasil possui a quarta maior população carcerária 
do mundo (perdendo apenas para os EUA, China e 
Rússia). O número de presos no país aumentou de 
233 mil em 2000, para 654 mil em 2017. Esses dados 
refletem o aumento da criminalidade, especialmente 
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de delitos relacionados ao tráfico de drogas e 
roubo, que representam juntos, mais da metade dos 
presos. 
O problema é que o nosso sistema penitenciário 
comporta aproximadamente 370 mil vagas. Há um 
déficit muito alto para equilibrar o sistema. A 
superlotação pressiona todas as esferas e dificulta 
o controle das prisões e a prevenção a rebeliões. 
No estado de São Paulo, que concentra a maior 
parte dos presos no Brasil, dos 22 presídios 
construídos nos últimos sete anos, 19 já estão 
lotados. Hoje as instalações operam 51% acima da 
sua capacidade. 
A superlotação compromete a saúde física e mental 
do preso e exarceba os níveis de estresse dos 
detidos, forçando-os a competir por espaço e 
recursos limitados. Ela também dificulta a 
separação entre presos provisórios e definitivos ou 
entre réus primários e reincidentes, como 
estabelece o Código de Processo Penal. 
Em teoria, um presídio deve oferecer condições 
dignas para o preso se recuperar e voltar à 
sociedade reabilitado. O ambiente que oferece e 
infraestrutura precária aumenta a dificuldade de dar 
assistência ao preso e se torna um terreno fértil 
para rebeliões e a proliferação de facções, que 
ocupam o vácuo deixado pelo Estado na gestão do 
local. 
O Supremo Tribunal Federal avançou no tema e 
deve pressionar mudanças na política 
penitenciária. No início do ano, a Corte decidiu que 
cabe indenização para o preso que foi submetido a 
condições carcerárias degradantes, como celas 
superlotadas, falta de assistência à saúde dos 
presos, a falta de alimentação e as péssimas 
condições de higiene. 
No entender do STF, é dever do Estado garantir a 
integridade física e psicológica dos presos e reparar 
os danos sofridos pela inobservância desse dever. 
A decisão fixou indenização de R$ 2 mil por danos 
morais a um condenado que cumpriu pena no 
presídio de Corumbá/MS. Essa decisão vale para 
todos os presos que entrarem na justiça pedindo 
esse direito. 
1.1.3 Novos presídios 
A situação crítica das penitenciárias exige a 
construção de mais vagas e uma gestão melhor. 
Projeções feitas pelo Departamento Penitenciário 
Nacional (Depen) mostram que seriam necessários 
R$ 11 bilhões para suprir o déficit de 250 mil vagas 
no sistema prisional e teriam que ser gastos R$ 7 
bilhões por ano para manter o serviço. O cálculo 
levou em conta o custo médio de mater um preso 
no Brasil, de R$ 2,4 mil por mês. 
Em resposta ao massacre que levou à morte mais de 
100 presos no Brasil em janeiro, o presidente Temer 
anunciou a construção de cinco presídios federais 
para resolver a urgência da superlotação. A previsão 
é que sejam abertas 30 mil vagas. Além disso, 
anunciou que vai investir na compra de novos 
materiais para reforçar a segurança. Entre os 
equipamentos a serem comprados estão o uso de 
tornozeleira, scanner de corpo e bloqueador de 
celular. 
Este ano, o governo federal deve destinarR$ 2,2 
bilhões para o sistema penitenciário e para os 
estados construírem presídios. No ano passado, ele 
liberou R$ 1,2 bilhão para esta finalidade. Se o 
número de presos continuar a crescer no ritmo atual 
será necessário um investimento ainda maior no 
futuro. 
"Construir novos presídios também é muito 
importante, mas também não resolve o problema", 
afirmou Paulo Fontes, o Secretário de Segurança 
Pública do Amazonas, estado onde estourou a atual 
crise no sistema penitenciário. Em entrevista ao UOL, 
ele diz que o mais importante é o combate ao 
narcotráfico, como a intensificação de barreiras 
policiais nas fronteiras do Amazonas com outros 
países. 
1.1.4 A lentidão da justiça 
A superlotação das prisões também é estimulada 
pela lentidão em julgar o réu. O mais recente 
levantamento do Conselho Nacional da Justiça revela 
que dos 654 mil presos brasileiros, 221 mil são 
provisórios (34%) e foram presos de forma 
preventiva. Ou seja, um a cada três presos no Brasil 
ainda aguarda julgamento. 
Em Pernambuco, um preso espera em média 974 
dias para ser julgado. A justiça mais ágil é a de 
Rondônia, na qual o preso espera 172 dias (média 6 
meses) para o julgamento de sua sentença. 
De acordo com o levantamento da CNJ, o crime com 
base no qual há um maior porcentual de presos 
provisórios é o de tráfico de drogas: 29%. Roubo 
aparece em seguida, com 26%. 
Após a crise penitenciária do início do ano, o 
Ministério da Justiça propôs medidas de curto prazo 
para desafogar os presídios superlotados. Entre as 
principais ações estão a realização de mutirões de 
audiências criminais para analisar e julgar os 
processos de presos provisórios. A expectativa é que 
desta forma, o governo reduza a superlotação em 
15% até 2018. 
Outra tendência é o aumento das penas alternativas 
em detrimento da prisão. Ou seja, permitir aos 
condenados cumprirem suas penas em regime 
aberto, sob algumas condições. Entre elas, estão o 
comparecimento uma vez por mês diante do juiz e o 
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uso de tornozeleiras eletrônicas. A ideia é 
possibilitar a ressocialização para aqueles que têm 
condições. 
Em 2015, nos estados de Minas Gerais, Acre, 
Amapá, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, 
Pará, Paraná, Piauí e Roraima, foram concedidas 
mais penas alternativas à prisão que penas 
privativas de liberdade. Nesse caso, os juízes 
avaliam se o réu foi condenado por crime que tenha 
sido cometido sem violência ou grave ameaça à 
pessoa, com pena menor que quatro anos. A 
decisão final leva em conta ainda “a culpabilidade, 
os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado” assim como os 
motivos e as circunstâncias da eventual 
substituição da pena. 
1.1.5 A política de combate às drogas 
Alguns analistas avaliam que a política de combate 
às drogas no Brasil se relaciona diretamente com o 
aumento expressivo da população carcerária. 
Em 2006, a Lei de Drogas (Lei 11.343) aumentou 
as penas para o tráfico e define como crime a porte 
de drogas para uso pessoal. Como reflexo, 
aumentaram as prisões para esse tipo de crime. Em 
2006, quando a Lei 11.343 começou a valer, eram 
31.520 presos por tráfico nos presídios brasileiros. 
Em 2013, esse número passou para 138.366, um 
aumento de 339%. Presos por tráfico de drogas 
representam hoje a maior parcela dos prisioneiros. 
Segundo a Organização Human Rights Watch, a 
aplicação da lei é falha e teve efeito perverso sobre 
usuários. Muitas pessoas são presas por portar 
quantidades pequenas de drogas e acabam sendo 
tratadas como traficantes e encarceradas ao lado 
de condenados por crimes graves, como latrocínio, 
homicídio, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTÍCIA EM: 06/03/2017 04h00 
 
Previdência social: Entenda os custos da 
aposentadoria para a sociedade 
 
Envelhecer é uma das grandes conquistas da 
sociedade. O envelhecimento da população 
brasileira, assim como acontece no resto do mundo, 
se relaciona à melhoria do padrão de vida e aos 
avanços da medicina, entre outros fatores. 
Mas você já pensou em como vai manter sua renda 
no futuro? Uma pesquisa da ONU sobre 
Envelhecimento no Século 21 apontou que, entre os 
idosos, a segurança financeira representa a maior 
preocupação. 
A Previdência Social é o sistema público que cuida 
da aposentadoria. É considerada como um direito 
social do cidadão, previsto no art. 6º da Constituição 
Federal de 1988. O trabalhador que contribuir 
mensalmente para a Previdência Social recebe uma 
aposentadoria depois de anos de trabalho e 
contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social 
(INSS). 
Na prática, esse sistema também é um seguro social. 
Além da aposentadoria, o trabalhador tem direito a 
benefícios que o protegem em situações de doença 
ou vulnerabilidade: salário-maternidade, salário-
família, auxílio-acidente, auxílio-doença e pensão. 
Pouco mais de cem anos atrás, não havia nenhum 
tipo de proteção para a pessoa que ficasse impedida 
de gerar renda por conta da idade avançada ou 
problemas de saúde. O primeiro registro de algum 
tipo de aposentadoria no Brasil data de 1923, com a 
criação de uma pensão para os ferroviários, medida 
mais tarde estendida aos trabalhadores marítimos e 
portuários. Nas décadas seguintes, esses benefícios 
foram alcançando outras categorias de trabalho. Em 
1988, a Constituição garantiu a previdência social 
como um direito fundamental do cidadão. 
Todos os empregados com carteira de trabalho 
assinada são obrigados a recolher para esse 
sistema. Na estrutura da Previdência, os 
trabalhadores em idade ativa pagam a renda de 
aposentados e pensionistas. Quem está trabalhando 
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hoje paga a previdência de quem já se aposentou, 
assim como a próxima geração pagará a de quem 
está trabalhando hoje. 
Esse modelo é diferente do da previdência privada 
(operada por bancos), onde cada pessoa tem uma 
conta vinculada ao seu nome com o dinheiro 
investido num fundo que rende mensalmente e que 
bancará a sua aposentadoria no futuro. 
Para manter o sistema em equilíbrio, o país precisa 
ter um número maior de pessoas no mercado de 
trabalho em relação ao número de beneficiados na 
previdência. É como se fosse uma pirâmide, na 
qual a maior parte da base gera recursos para a 
ponta. Outra forma de equilibrar o sistema é alocar 
recursos para a previdência oriundos de outras 
fontes de arrecadação do governo. 
Este ano, o Governo Federal quer votar a reforma 
da Previdência no Congresso Nacional, que 
alteraria as regras sobre quando as pessoas podem 
se aposentar e quanto elas vão receber. Para o 
Governo, a reforma seria fundamental para 
equilibrar as contas públicas. 
Em 2015, o Congresso já havia aprovado o 
mecanismo 85/95, que prevê mudanças no cálculo 
da aposentadoria. Com a nova regra, a soma da 
idade + o tempo de contribuição deve ser de 85 
anos para mulheres e 95 anos para homens. A 
partir de 2017, o mecanismo será gradativamente 
acrescido em 1 ponto até 2022. Recentemente, o 
Congresso também tornou mais rígidas regras para 
concessão de auxílio doença e aposentadoria por 
invalidez. 
 Entenda alguns pontos fundamentais do 
debate sobre a reforma da Previdência Social: 
Déficit das contas 
As novas gerações são ameaçadas por um rombo 
crescente no sistema previdenciário brasileiro.