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Maíra Giordani Machado ATM 2023/2
					TENÍASE E CISTICERCOSE
Filo: Platelmintos Classe: Cestoda 
Família: Taniidae - Taenia solium e Taenia saginata
Características: parasitas hermafroditas, conhecidas como solitárias. 
Teníase é a doença causada pela presença de Taenia solium ou Taenia saginata no intestino delgado do hospedeiro definitivo (homem). 
Cisticercose é a doença causada pela ingestão acidental dos ovos da tênia do porco pelo homem que passa ocupar lugar de hospedeiro intermediário, os ovos eclodem no intestino e podem se instalar nos diferentes órgãos do corpo. Apenas causada pela tênia solium.
					MORFOLOFIA 
Verme adulto: apresentam o corpo achatado, em forma de fita. Formado por:
escólex ou cabeça: órgão de fixação à mucosa do intestino delgado humano, quatro ventosas de tecido muscular, arredondadas. T. solium possui rostelo, entre ventosas, com dupla fileira de acúleos; T. saginata não possui rostelo nem acúleos. 
colo ou pescoço: logo abaixo da cabeça, é a zona de reprodução do verme, formação das proglotes. Intensa multiplicação.
estróbilo ou corpo: restante do corpo que contém as proglotes, várias segmentações. Crescimento progressivo a partir do colo (quanto mais afastado do escólex -> mais evoluídas as proglotes). Podem ser visualizados órgãos genitais masculinos e femininos -> hermafroditas. Pode ser eliminada nas fezes, mas se a cabeça continuar no intestino ela não morre. Ao longo do estróbilo tem proglotes jovens (perto do colo) maduras (capacidade de se fecundar) e gravidas (com ovos). Proglotes sofrem apólise: desprendem-se espontaneamente do estróbilo. Taenia solium -> passivamente nas fezes de 3 a seis anéis unidos; Taenia saginata ->se destacam e são eliminadas separadamente entre as evacuações, contaminando a roupa íntima do hospedeiro
Ovos: são esféricos com uma casca protetora, protetora (embrióforo). Internamente -> embrião (hexacanto ou oncosfera) -> 3 pares de acúleos e dupla membrana
Cisticercos: parede da vesícula formada por 3 membranas- cuticular ou externa; celular ou intermediária; reticular ou interna
Taenia solium -> vesícula translúcida com líquido claro; invaginado no seu interior um escólex com quatro ventosas, rostelo e colo
Taenia saginata -> mesma morfologia com ausência de rostelo
No sistema nervoso humano -> pode se manter viável por vários anos -> modificações anatômicas e fisiológicas até a calcificação completa da larva
					CICLO
Cisticerco ingerido em carne malcozida por homem (HD)-> no intestino o cisticerco se multiplica e forma a tênia -> a tênia adulta solta proglotes nas fezes -> porco ingere os ovos liberados da proglote (HI) -> no intestino vira cisticerco TENIASE – causado pela solium ou saginata 
Se por acidente alguma pessoa ingerir o ovo, faz papel de HI, os ovos eclodem no intestino do homem e o cisticerco vai em busca de um órgão: cérebro, coração – doença CISTICERCOSE, apenas tênia solium.
				TRANSMISSÃO
- Teníase: ingestão de carne suína ou bovina crua ou malcozida infectada, respectivamente pelo cisticerco de Taenia solium e Taenia saginata
- Cisticercose: ingestão acidental pelo homem de ovos viáveis da T. solium que foram eliminados nas fezes de portadores de teníase; autoinfecção externa, interna ou heteroinfecção
				PATOGENIA 
Teníase: 
Parasitam hospedeiro por longos períodos; fenômenos tóxicos alérgicos (substâncias excretadas); hemorragias (fixação na mucosa); destruir o epitélio e produzir inflamação com infiltrado celular com hipo ou hipersecreção de muco. 
Acelerado crescimento do parasita -> suplemento nutricional -> compete com o hospedeiro
Tontura, astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, alargamento do abdômen, dores abdominais, perda de peso
Obstrução intestinal provocada pelo estróbilo; penetração de uma proglote no apêndice -> raras -> T. saginata
DIAGNOSTICO: Maioria dos portadores é assintomática diagnóstico clínico difícil
Laboratorial: pesquisa de proglotes ou ovos da tênia nas fezes 
Diagnóstico genérico (ovos iguais): Taenia sp.
Tamisação analisar proglotes pela ramificação uterina
Detecção de antígenos nas fezes; Coproantígenos (CoAg) ELISA; PCR
TRATAMENTO: Niclosamida, praziquantel. Efeitos colaterais: cefaleia, dor de estômago, náuseas e tonturas pouca duração
Cisticercose 
Cisticercose muscular ou subcutânea:
Normalmente assintomática; 
Reação local membrana fibrosa morte e calcificação
Numerosos cisticercos no músculo esquelético dor, fadiga e cãibras (pernas, região lombar e nuca)
Subcutâneo palpável, indolor, confundido com cisto sebáceo
Cisticercose ocular:
Alcança bulbo ocular através dos vasos da coroide, instalando-se na retina
Descolamento ou perfuração da retina, atingindo humor vítreo
Reações inflamatórias exsudativas opacificação do humor vítreo, sinéquias posteriores da íris, uveítes e pantoftalmias
Perda parcial ou total da visão; desorganização ocular e perda do olho
Opacificação do cristalino catarata
Cisticercose das glândulas mamárias: forma rara; nódulo indolor, com limites precisos, móvel;
Cisticercose cardíaca: palpitações, ruídos anormais ou dispneia, quando cisticercos se instalam nas válvulas
Neurocisticercose:
Depende do número, localização e fase de desenvolvimento do parasita, reações inflamatórias locais
Parenquimatosos: Processos compressivos, irritativos, vasculares e obstrutivos
Ventrículos: obstrução do fluxo do LCR, hipertensão intracraniana e hidrocefalia
Calcificações forma cicatricial associadas à epilepsia
Parênquima bom prognóstico; Pequeno número de cisticercos assintomáticos, ou apresentar crises epilépticas
Infecção maciça síndrome de hipertensão intracraniana (HIC), crises de difícil controle medicamentoso e déficit cognitivo
Crises epilépticas manifestações mais frequentes (70 a 90% dos pacientes)
Principal causa de epilepsia de início tardio em países endêmicos
Sinais de meningite, paralisia de nervos cranianos, infartos cerebrais secundários a vasculite
Hidrocefalia secundária à meningite cisticercótica coeficiente de mortalidade elevado (50%)
Localizações extraparenquimatosas formas malignas
HIC encefalite cisticercótica infecção maciça de cisticercos no parênquima intensa reação inflamatória e grave edema cerebral
Distúrbios psiquiátricos e comprometimento intelectual
DIAGNOSTICO: Clínico, epidemiológico e laboratorial
Observações anatomopatológicas das biopsias, necropsias e cirurgias
Exame oftalmoscópio de fundo de olho e imunológicos
TRATAMENTO NCC: Praziquantel e albendazol (mais eficaz e droga de escolha)
Controle epilepsia fenitoína e carbamazepina 
Corticosteroides meningite e encefalite cisticercótica
Tratamento cirúrgico principal recurso antes dos medicamentos; excisão de cisticercos gigantes ou de cistos intraventriculares ou espaço subaracnóideo
					TENIA ANÃ
Filo: Platelmintos Classe: Cestoda 
Família: Hymenolepididae - H. nana H. diminuta
Características: tem de 2 a 5 cm, e ciclo direto ou monoxênico ou heteroxênico.
					MORFOLOGIA 
Adulto: mede cerca de 3 a 5 cm 100 a 200 proglotes bastante estreitas; genitália masculina e feminina; escólex quatro ventosas e um rostro retrátil armado de ganchos (acúleos)
Ovos: semiesféricos, incolores e transparentes, membrana externa delgada, envolvendo um espaço claro; internamente apresenta outra membrana envolvendo a oncosfera; mamelões na membrana interna de onde partem filamentos longos; “Chapéu de mexicano”
Larva cisticercoide: escólex invaginado envolvido por uma membrana que contém pequena quantidade de líquido
					CICLO
Pode ter dois caminhos:
Ovos das fezes humanas liberados -> ovos são ingeridos por insetos (pulgas, carunchos) -> larva cisticercoide se desenvolve no inseto -> homem come o inseto que contém as larvas 
Ovos das fezes humanas liberados -> ovos são ingeridos por humanos por contaminação de água ou alimentos 
As duas vias desembocam nos próximos passos:
As larvas ingeridas se desenvolvem nas vilosidades intestinais -> na forma adulta vão para porção ilíaca do intestino-> ovos podem permanecer nas proglotes gravidas ou serem liberados pelas fezes do hospedeiro -> autoinfecção pode ocorrer se o ovo permanecer no intestino, penetração e desenvolvimento da oncosfera nas vilosidades.
					PATOGENIA 
Sinais clínicos raros, grande numero de parasitas causam diarreia e desconforto abdominal.
Geralmente acomete crianças, quando 1000 a 2000 vermes: dores abdominais, irritabilidade, diarreia, inapetência, má absorção (lesões na mucosa intestinal)
Em adultos é autolimitada imunidade
Manifestações cutâneas raras
DIAGNOSTICO: difícil, laboratorial: encontrar ovos nas fezes 
TRATAMENTO: Praziquantel, Niclosamida - tratamento todos que habitem na mesma residência; repetir em 10 dias o tratamento (estágio larvário); cura 1 mês após exame de fezes

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