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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
FACULDADE DE CIENCIAS BIOLOGICAS E DA SAUDE
CURSO DE MEDICINA VETERINARIA
PARTO E SUAS COMPLICACC>ES
CURITIBA
2005
CAROLINE FILIPAKI
PARTO E SUAS COMPLlCA<;:OES
Monografia apresentada com requisito
parcial a obtenc;ao do titulo de Medica
Veterinaria, pela Universidade Tuiuti
do Parana no curso de Medicina
Veterinaria.
Professor Orienlador: Prof. Marlon
Siqueira
CURITIBA
2005
SUMARIO
LlSTA DE TABELAS
LlSTA DE FIGURAS
RESUMO
ABSTRACT
1-INTRODUCAo
2-INDICACOES FISIOLOGICAS DA PROXIMIDADE DO PARTO
3- DURACAo DA GESTACAo
4- ENDOCRINOLOGIA DO PARTO
5- ESTAGIOS DO PARTO
6- CUIDADOS POSTERIORES DA EGUA DO E DO POTRO
7- PARTOS INDUZIDOS
7.1·lndic890es
7.2- Criteriospara Induyao
7.3- Metodos de Indu,.o
7.3.1-0citocina
7.3.2- Prostaglandina
7.3.3- Corticoides
7.3.4- Implicac;:oesda Induyao
8- AS COMPLICACOES
8.1- 0 exame
8.2- Preparac;:aopara Expulsao
8.3- Distocia
8.4- Fetotomia
8.5- Cesariana
8.6- Parto ern Pe
8.7- Retenc;ao de Placenta
8.8- Prolapso de Utero
9- CONCLUsAo
10- REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
4
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29
LIST A DE TABELAS
TABELA 1 - ESTAGIOS DO TRABALHO DE PARTO E EVENTOS
RELACIONADOS 8
TABELA 2 - DURAi;AO MEDIA DOS TRE':SESTAGIOS DE TRABALHO DE
PARTO EM HORAS 9
iii
LIST A DE FIGURAs
FIGURA 1 - sECRE<;AO GORDUROsA PREVIA AO PARTO
APROXIMADAMENTE 4 HORAS ANTES DO PARTO 02
FIGURA 2 - PALPA<;AO DO RELAXAMENTO DOS LlGAMENTOS SACRO-
ISQUIATICOS 03
FIGURA 3 - EGUA EM DECUBITO LATERAL, ESTAGIO 2 PARTO 07
FIGURA 4 - 0 ANIMO QUE REOBRE 0 POTRO 07
FIGURA 5 - A PELVE DO POTRO SAINDO PELA VAGINA 07
FIGURA 6 - 0 NASCIMENTO 07
FIGURA 7 - ESTAGIO TRES DO PARTO, 0 RECONHECIMENTO
MATERNO
FIGURA 8 - ALGUNS MINUTOS P6S-PARTO
FIGURA 9 - POTRO MAMANDO 0 COLOSTRO
FIGURA 10 - ADMINISTRA<;AO DE COLOSTRO, DO BANCO DE
COLOSTRO DO HARAS E RANCHO DAS AMERICAS 11
08
10
10
FIGURA 11 - PLACENTA ESTENDIDA E COM TODAS AS SUAS PARTES
iNTEGRAS
FIGURA 12 - EGUA COM SUDORESE AO LONGO DO PESCO<;O E A
EScApULA 15 MINUTOS AP6s A ADMINISTRA<;AO DE
OCITOCINA
FIGURA 13 - APRESENTA<;AO LONGITUDINAL ANTERIOR, POSI<;Ao
SUPERIOR
FIGURA 14 - APRESENTA<;AO POSTERIOR, POSI<;AO INFERIOR,
MEMBROS ESTENDIDOS
FIGURA 15 - APRESENTA<;AO LONGITUDINAL ANTERIOR, POSI<;AO
SUPERIOR, COM OS QUATRO MEMBROS INSINUADOS NO
CANAL DO PARTO, POSI<;AO DE ·CACHORRO SENTADO" 21
12
16
21
21
iv
FIGURA 16 - APRESENTAQAO LONGITUDINAL ANTERIOR, POSIQAO
SUPERIOR, COM DESVIO LATERAL DA CABEQA 21
FIGURA 17 -APRESENTAQAO LONGITUDINAL, ANTERIOR, POSIQAO
SUPERIOR, MEMBRO ESQUERDO FLEXIONADO 21
v
RESUMO
Parto ou trabalho de parte e definido como processo fisiol6gicopelo qual 0
utero gestante libera0 feta e a placenta do organismo materno.
o parto e iniciado pelo feta e completado par uma complexa interayao de
fatores endocrin~s, neurais e mecan;cos, porem suas atu890es precisas e inter~
relar;6es naD sao totalmente conhecidas. 0 sucesso do parto depende de dais
processes: a habilidade de contrac;ao do utero e a capacidade de dilatar;ao suficiente
da cervix para facilitara passagem do feto.
Existe urn interesse de manejo em induzir 0 parte. E urn procedimento entico
e tern muitas limitar;oes.Para que esta tecnica seja usada com sucesso, devern-se
estender suas limitac;:oes, Guidadosamente selecionar as casas nos quais deve ser
usada, e deve haver urn monitoramento ate a finaldo parto.
As complica\=oes de urn parto incluem a parto retardado causado par inercia
uterina. Eguas que tenham produzidos potros mortos au severamente hip6xicos
resultantes de descolamento prematuro de placenta devem ser cuidadosamente
avaliadas com possiveis candidatas a complica\=oes em seus futures partos como
distocia,retenc;ao de placenta, prolapso de utero.
vi
ABSTRACT
Childbirthor labor is defined as physiologic process for which the pregnant uterus
liberates the fetus and the placenta of the maternal organism.
The childbirth is begun by the fetus and completed by a complex interaction of
factors endocrine, neural and mechanical, they put their necessary performances
and interrelationsare not totallyknown. The success of the childbirthdepends on two
processes: the abilityof contraction of the uterus and the capacity of enough dilation
of the cervix to facilitate the passage of the fetus.
A handling interest exists in inducing the childbirth.It is a procedure criticizeand
he/she has a lotof limitations.So that this technique is used with success, he/she
should extend their limitations,carefully to select the cases us which itshould be
used, and it should have a monitory until the end of the childbirth.
The complications of a childbirthinclude the retarded childbirthcaused by uterine
inertia.Mares that have produced dead colts or severely resulting hipoxicos of
premature descolament of placenta should be appraised carefully with possible
candidates to complications in theirfutures childbirthsas distocia,placenta retention,
uterus prolapse.
vii
1- INTRODUCAO
o parte constituide urn processo biol6gico destacado, que term ina com
a prenhez e iniciacom a existencia independente do potrinho. 0 nascimento deve
acompanhar-se com urn minima de traumatismo, de tal maneira que a agua possa
ser capaz de conceber rapidamente Dutra prenhez e produzir outro potro saudavel
no ana seguinte. 0 processo de avaliacao continua da concepc;30 ate 0 final da
gesta~ao.
A eminencia do parto e sugerida pel0 grau de hipertrofia mamaria,
present;a de cerume nas lelas e possivelmente saida de Jeitedo ubere. A rnelhor
indicar;:30de que comec;ou 0 primeiro estagio e a presenc;a de sudorese per tras dos
condilhos enos f1ancos. Esta sudorese comet;a cerca de quatro horas antes do
parte e aumenta na medida em que progride a estagio.
o parto pode ser induz;do par varias doses de estr6geno,
prostaglandinas e ocitocina.0 momento do aparecimento e 0 grau de expressao dos
principais sintomas clinicos do parto, e 0 momento para completa expulsao e a
passagem da placenta sao influenciados por doses crescentes de ocitocina.
2- INDICACOES FISIOLOGICAS DA PROXIMIDADE DO PARTO
A mais certa indicac;:aoda proximidade do parta e 0 inlcioda atividade
mamaria. 0 desenvolvimento mamario carneya aproximadamente urn mes antes do
parto, e 0 maior aumento de tamanho Dcorre durante as duas semanas finais.0
preenchimento do ubere e urn processo gradual, e, portanto as observayoes
cuidadosas diarias sao necessarias para discernir as mudanc;as. A monitorac;ao
cuidadosa par exame visual,juntamente com palpac;ao delicada, revelara urn ubere
com distensao maxima dentro de 24 a 48 heras antes do parto. As tetas estarao
geralmente distendidas com colostro 24 a 48 horas antes do parto, e e observada
gordura na maioria dos casas. A secrec;:aogordurosa pede ser vista ate quatro dias
antes do parto, entretanto, algumas eguas nao terao leiteate uma ou mais semanas
antes do parto.
o tamanho do ubere e quantidade de secrec;ao presente e influenciado
em parte por paridade (partos anteriores);algumas potrancas de primeira cria dao a
luz com desenvolvimento minima de ubere, sem secrevao gordurosa, e pobre
evidencia de colostro. Normalmente as secrec;:6esmamarias transforrnam-se de um
material averrnelhado, denso e tenaz para cinza, rnais liquido e finalmente branco
amarelado, viscoso, durante 0 parto. Estudos das secrec;:6es mamarias antes do
parto revelam aumento totaldo conteudo do calcio para mais de 10 mmol quando 0
parte e eminente.
Figura 1- Secre<;:aogerdurosa previa ao parte aproximadamente 4 horas antes do parto.
Nos dias finais da gesta~o,as ligamentos sacro-isquiaticos
gradualmente relaxam ate seu bordo posterior,estendendo-se da base da cauda ate
as tuberosidades isquiatica, mudando de uma consistencia tensa similar a urn
cordao ate uma textura mais branda, evidente em algumas horas antes do parto.
Ocasionalmente este relaxamento pode ser visto como uma depressao em ambos
os lados da cauda, embora este sinal possa ser obscurecido devido a pesada
musculatura da garupa da egua.
Figura 2- Palpa<;:aedo relaxamente des ligamentos sacro-isquialicos.
Relaxamento, alongamento e aumento da vulva com edema antes do
parte nao eo marcado na egua como nas outras especies domesticas, mas a
observavao diaria cuidadosa revelara subitas mudanc;as nos ultimos dias antes do
parto, com maximo relaxamento atingindo dentro de poucas horas antes do
nascimento. Nao ha descarga de muco vaginal antes do parto.
A egua prefere a calma, quietude durante 0 parto e se tiver
oportunidade, fara 0 trabalho todo sozinha. A influencia maternal na epoca do parto,
sendo que maioria dos partos ocorre durante a noite, quando as atividades da
cocheira sao as minimas (HILLMAN, p. 127).
3 - DURACAo DA GESTACAo
o perfodo da gestavao das eguas leves varia de 335 a 342 dias, mas
tremendas variavoes sao comuns. Gestac;oes tao curtas com 305 dias e tao longas
como 400 dias tern produzidos potros normais. As gestavoes que se iniciam durante
o finaldo inverno e ;nicioda primavera sao, em media, 10 dias mais long as que as
que comeC;am no finaldo verelO.Quando as eguas gestantes sao submetidas a 16
horas diarias de luz, iniciando-se no 10 de dezembro, os perfodos de gestac;ao tem
uma media de 10 dias a menDs do que nas eguas controle. Potros machos sao
gestados significativamente rnais do que as femeas.
4- ENDOCRINOLOGIA DO PARTO
A atividade rniometral e 0 maior componente rnais importante do
trabalho de parto. A mudanva critica entre a gestac;8.o e 0 nascimento e uma
alterac;aodo potencial contractildo miometrio. Esta mudanc;a resulta de alteraC;aono
conjunto hormonal que ocorre na epoca do parto. Os eventos endocrinol6gicos que
circundam 0 parte tern sido delineados para ovelhas, vacas e cabras, rnas a egua
parece distintarnentediferente e requer estudos adicionais.
A progesterona tem se demonstrado como inibidora da atividade
miometral, enquanto as estr6genos, prostaglandina e ocitocina aumentar a atividade.
Em vacas, ovelhas, cabras e suinos, as niveis de progesterona estao elevados ate 0
finalda gesta~ao. Na epoca do parto, a nivel cai, diminuindo a influencia inibit6ria,
enquanto os estr6genos aumentam, tendendo a aumentar a contratibilidade
miometrica. Na egua a progesterona gradualmente aumenta durante a ultimo mes
da gesta930. 0 nivel ainda esta aumentando quando a parto come~a, mas cai
precipitadamente a menos de 1 ng/ml dentro de poucas horas ap6s a nascimento do
potro e liberavao da placenta. Os niveis de estr6geno na egua atingem valores pica
entre 200 a 250 dias da gestavao. Ap6s 250 dias, uma queda lenta e constante
comeva, continua ate 0 parto, com valores basais atingindo dentro de poucas horas
ap6s 0 nascimento do potro e liberac;aoda placenta. 0 aumento da progesterona e
queda dos estr6genos antes do parto sao 0 oposto das mudanvas que ocorram em
outras especies (HILLMAN, p.130).
Os nlveis plasmaticos maternos de PGF20 e seu principal metab61ito
circulante a 13,14-dihidro-15-ceto-PGF2<}, permanece a niveis baixos durantes a
maior parte da gesta~ao com uma elevavao muito lenta durante os ultimos 7-10 dias
da gestavao. 0 primeiro estagio do trabalho de parto e 0 acompanhamento de
pequeno aumento, seguido de um aumento explosivo no segundo estitgioquando a
potro passa atraves da cervix e vagina. Tem-se demon strada as prostaglandinas
como essenciais no trabalha de parto em algumas especies, as inibidores de
prostaglandina sintaxe bloqueiam a parto nas ratas e ovelhas. Na egua, entretanta, 0
acido meclofenamico administrado durante os estagios finais da gestavao nao
impede a parto, e 0 trabalha e °nascimento do potro acantecer normalmente.
Sabe-se que a ocitocina aumenta as contra~oes miometricas. Os niveis
de ocitocina na egua gestante tern sido demonstrados como perrnanecendo baixos
atraves da gestat;ao e durante 0 primeiro estagio do trabalho, mas eles aumentam
rapidamente durante 0 segundo estagio, quando 0 feta entra na cervix e vagina. A
distensao vaginal estimula a liberavao de ocitocina, que em resposta aumenta os
niveis de PGF20 na ovelha. 0 aumento da PGF20 e os niveis de ocitocina produzem
maiores estimulo hormonal para as fortes contravoes uterinas que ocorrem no
segundo estagio do trabalho de parto.
o estimulo inicialdo parto na egua permanece desconhecido. Em
contraste as outras especies, 0 parto ocorre quando os nlveis de progesterona estao
aumentando e os estrogimicos caindo.
5- EsrAGIOS DO PARrO
Embora 0 parto seja um processo continuo, foi dividido em tres
estagios.
o estagio um esta caracterizado por urn aumento nas contra.;:oes
ativas do miometrio e dilata.;:aoda cervix. Estudos preliminares no cavalo indicam
contra.;:oessimilares durante a gesta';:;3o,com urn modelo diurno e urn aumento da
atividade eletrorniograficainiciando-se tao logo quanta cinco dias antes do parto.
Embora seja dificilassegurar 0 iniciodo prirneiroestagio, a sudorese
focal geralmente inicia-seaproxirnadamente 4 horas antes do nascirnento do potro.
Nao ha sinais visiveisde contra.;:oesdurante 0 estagio urn.
Sinais de coHca leve geralmente acompanham as mudan.;:as
fisiol6gicasque ocorrern durante 0 estagio um e incluem aumento da inquieta.;:ao,
deitar e levantar, abanar a cauda, esfor.;:opara urinar e olhar para 0 flanco. Qutros
sinais observados durante a estagio um incluem freqOentemente defeca.;:ao de
pequena quantidade de fezes, leve sudorese sob os cotovelos e flanco, libera.;:aode
colostro e resmungos.
Ocasionalmente os sinais do primeiro estagio sao interrompidos e a
parte e proposto par diversas horas ou mesmo dia antes de novos sinais de primeiro
estagio apare.;:am e culmine 0 parto. 0 feto tern urn papel ativo em posicionar-se
para a expulsao. Com 0 iniciodas contra.;:oesuterinas da egua, 0 feto rotaciona de
sua posi.;:aonormal dorso pubica para a posi.;:aodorsosacral, requerendo para 0
parto normal. No finaldo estagio, a egua pode ralarnurn esfor.;:ode ajudar a rota.;:ao
do seu feto para a posiyao dorsosacral. Com a dilata.;:aocervical praduzida pelas
contra.;:oesuterinas, 0 potro passa atraves da cervix para 0 canal do nascimento
com as patas anteriores e a cabe.;:aestendida. 0 estagio um termina com a ruptura
da membrana c6rio-alant6ide quando for.;:adaatraves da cervix dilatada.
a estagio dois come93 abruptamente com a ruptura da membrana
c6rio-alant6ide e a liberaC;80de pequenas quantidades de fluido alant6ico similar a
urina atraves da vulva. Quando 0 feto entra no canal de nascimento, ele forc;aas
tecidos moles da cavidade pelvica, iniciando a forc;aexpulsiva das contrac;oes da
musculatura abdominal. Neste ponto, a amnion branco azulado transparente
aparece na vulva, e a egua assume 0 decubito lateral.Cantrac;oes patentes ocorrem
em grupas de tres a quatro, seguidas por periodos de descanso de 2 a 3 minutos. A
maioria das eguas levanta-se e muda de posiC;a.opelo menos uma vez durante 0
segundo estagio do trabalho.
No parto normal, uma pata fica 15 em a frente da outra. acorrem
cantrac;oes multo fortes e primeiramente a cabec;a e a seguir os am bros passam
atraves da pelvis.A forc;apara abruptamente quando a pelve do potro sai na vagina.
A durac;ao do segundo estagio e de mais ou menos 17 a 20 minutos, mas pode ser
completada em men os de 10 minutos e ocasionalmente padem durar 60 minutos.
Embara 0 parto seja urn processo rapida, envolve tremendoesforc;a e
frequentemente a agua permanecera recumbente par mais de 40 minutos apas a
expulsao.
o cordao umbilical permanece intacto ap6s a expulsa.a e quantidade
significante de sangue e transferida da placenta para a patro com as cantrac;oes
uterinas. Deve-se permitir que egua permanec;a descansando calma mente par
alguns minutos para permitiresta transferencia sangufnea. As celebrac;oes e uso de
flash para fotografias devem ser retardados para reduzir as chances de excitac;a.ode
egua e provocar a movimento de levantar, rompendo prematuramente a cordao
umbilical.A ruptura prematura pade privar 0 potro em ate 1 litrode sangue. a cordao
geralmente se rompe aproximadamente a 5 cm do abdome do potro quando a egua
se levanta au a potro faz esforc;as para ficarem pe.
a terceira estagia do trabalho resulta na deiscencia e passagem das
membranas tetais.As cantrac;ces fortes visiveisdesaparecem apas a nascimento do
patro, mas apas urn intervalo temporario, as contrac;ces miometricas reaparecem,
com ondas peristalticasinicianda-se na ponta das corn as. 0 apice do saco cario-
alantoide inverte-se e conforme a saco e rolado para baixo do corno, as vilas fetais
sao liberados das criptas. Devido a inversao, na maiaria dos casas a placenta e
expelida com a superficie alant6idea para fora. Durante a passagem da placenta a
egua pode mostrar sinais de desconforto abdominal, taiscomo inquietude, sudorese,
cavar 0 chao, deitar-se e rolar. Se a egua torna-se nervosa, podem-se evitar
complica~6es fazendo-a caminhar ate que as membranas tenham sido expulsas.
Figura 3 - Egua em decubito lateral,
estagio 2 do parto.
Figura 5- A pelve do potro saindo pela vagina
Figura 4- 0 amnio que recobre 0 potro
Figura 6 - 0 nascimento
Figura 7- Eslagio 3 do parto, 0 reconhecimenlo matemo.
Ocasionalmente uma egua liberara a placenta enquanto ainda
recumbente, antes da ruptura do cordao. Se isto ocorrer a placenta deve ser
separada do potro, colocando-se uma mao em seu abdome e 0 cordao umbilical
entre os dedos e aplicar uma pressao firme, mas delicada com a outra mao na outra
extremidade do cordao (id, 133).
Tab. 1 - Estagios do trabalho de parto e eventos relacionados.
Estilgiodo For~as Mecanicas Periodo Eventos
Trabalho de Parto Relacionados
lnlciodas contray6es IntranqOilidade
uterinas ate que a matema, ritmo
Contrac;;oes uterinas cervix esteja respiral6rio .pulso
Dilatayao da Cervix peristtilticas completamente elevado.
oonstantes dilatada e em ModificaC;;Oes
continuidade com a posic;;:.oe postura do
vagina. felo.
A femea se deita e faz
esfor~s.
Rompimento do
alant0c6rion com
Expulsao do Feto Fortes contrac;;oes Da completa ditatac;;ao saida de fluidos pela
uterinas e abdominais cervical ao tim da vulva.
expulsao do feto Aparecimento do
amnio na vulva.
10
do
fetais.
Rompimento do amnio
e expulsao do feta.
Terminam as
contra!;6es matemas.
Desprendimento das
vilosidades cor i6nicas
Oa saida do fetc it das criptas rnaternas.
111
Expulsao da Placenta Contra¢es uterinas
diminuindo em
amplitude
expulsao da placenta Inversao
corioalant6ide.
Esforryos e expuls:,o
das membranas
FONTE. HAFEZ, 1995, p. 236.
Tab.2 - Duragao media dos tres estagios de trabalho de parto em horas.
Dilalacao de Cervix Expulsao do fetc
II 111
Expuls:io da placenta
1-4
FONTE. HAFEZ, 1995, p. 236
0,2 - 0,5
6- CUIDADOS POSTERIORES DA EGUA E DO POTRO
Ap6s a ruptura do cordao umbilical,a coto deve ser embebido em
solur;ao de iodo 20% au p6 antibi6tico.0 patro deve receber urn enema marna para
estimular a passagem do meconio e diminuir 0 risco de uma impactar;ao. Tambem
deve ser cuidadosamente observado para que tenhamos certeza de que levantou e
mamou dentro de 3 horas apos 0 nascimento. A placenta eqOina e do tipo
epiteliocorial,onde a transferencia transplacentaria de imunoglobulinas nao e
produzida. Os potros nascem, portanto, completamente desprovidos de anticorpos
circulantes e adquirem niveis protetores pela ingestao de anticorpos colostrais.0
intestino delgado dos potros e permeavel as proteinas por curto periado apos 0
II
nascimento, e 0 colostro passu; substfmcias capazes de aumentar a efici€mcia da
abson;:ao de macromohkulas. A absorc;ao diminui com 0 tempo, dentro de 24 haras
ap6s 0 parto, 0 epiteliointestinalnao e mais permeavel aos anticorpos. E essencial,
portanto que 0 patro receba uma adequada quantidade de colostro logo apos a
nascimento. Se naD mamou 0 suficiente dentro de 3 horas, 0 patro devera ser
observado para que marne, casa naD consiga mamar sozinho a egua devera ser
ordenhada e 0 leite administrado com mamadeira au sanda nasogastrica para
assegurar a adequada transferencia de imunidade passiva. Se a egua naD tern
colostro antes do parto, a potro devera reeeber colostro de Dutra egua au de urn
banco de colostro.0 colostro pade ser armazenado congelado por rnais de urn ano.
Figura 8 - Alguns minutos p6s - parto Figura 9 - Potro mamando colostro.
Grandes haras devem coletar e congelar colostro no inicio de cada
esta~ao de pari~ao para assegurar uma rapida disponibilidade para as possiveis
emergencias. Quando indicada a suplementa9ao devera ser feitadentro de 12 horas
apes 0 nascimento para assegurar a absor~ao adequada.
12
Figura 10 - AdministrayAo de ool05tro, do banco de colostro do Haras e Rancho das Americas.
Quando 0 terceiroestagio do parto esta complete, a placenta deve ser
cuidadosamente examinada. Deve ser estendida e observada para verificarse esta
completa com especial atenc;ao dirigidapara as pontas dos cornas. A retenc;ao
placentaria naD detectada pode causar infecyao uterina podendo resultarem uma
laminite.A superficie da placenta deve tambem ser examinada para areas de
edema, descolorayao ou inflamayao que podem indicar a possibilidade de infecyao
subclinica no patro. Patros acompanhados por uma placenta exibindo mudanyas
patol6gicas devem ser colocados num esquema completo de antibioticospor varies
dias e cuidadosamente monitorado para qualquer sinal de infec~ao em
desenvolvimento (id, p. 134).
13
Figura 11-Placenta estendida e com todas as suas partes fntegras.
7- PARTOS INDUZIDOS
o apropriado desta tecnica assegura a presenc;:a de assistencia
profissionalno momento do parte. Devida a maiaria das eguas entrarem em trabalho
de parte a noite, esquematizar urn parte durante urna hora conveniente para 0
veterinario para reduc;:ao das emergencias. A esquematizar;a.o da induyao nurna
pequena propriedade garantira a presenc;:a de assistencia veterinaria que pod era
naa estar disponivel no ultimo minuto.
Embora a induc;:ao tenha sido usada com sucesso, e urn procedimento
crilieDe tern limitac;:oes.Para que esta tecnica seja usada com sucesso, deve-se
entender suas limitac;:oes,cuidadosamente selecionar as casas nos quais deve ser
usada, e continuamente monitorar e parte ate e seu final(id, p. 134).
14
7.1-Indica~oes
As induc;oes cllnicas para considerar uma indw;:ao de parto incluem a
parto retardado causado par inercia uterina. Eguas que tenham previamente
produzido petros martas au severa mente hipoxicos resultantes de descolamento
premature da placenta associado a retardo no parte devem ser cuidadosamente
avaliadas com passiveis candidatas para induc;8.o.Eguas que tenham sofrido injurias
severas durante partos, requerendo reparos cirurgicos da area perineal, deverao ser
Gonsideradas para indUf;:aoem partes subseqOentes para prevenir au minimizar
traumas. A induc;ao tambem pede ser usada em eguas com hist6riade produc;ao de
patros ictericospara assegurar a assist€!nciapara impedir que 0 patro ingira colostro
ate que a campatibilidade sanguinea seja testada. Outras indicac;6es para a induc;ao
incluem a colica intratavelnuma eguaproxima do parto, perda extensiva do colostro,
e ruptura do tendao pre-pubito.
7.2- Criteriosde Induc;ao
o fatormais importante de seguranc;a de sucesso numa induc;ao
de parto em eguas e a selec;ao apropriada das candidatas. E imperativo que a
perfodo de gestac;ao tenha transcorrido 0 suficiente para assegurar a maturidade
fetalpara a sobrevivencia no ambiente extra-uterino. Devido a extrema variabilidade
no comprimento do periodo da gestac;ao da egua, e impossivel arbitrariamente
instalar urn comprimento de gestac;ao que se aplique sempre. Em lugar disto, um
numero minima de dias e usado em combinac;ao como outros criterios para
assegurar a maturidade fetal.Estes criteriosincluem:
Um tempo minima de 330 dias de gestac;ao;
Um (Sbere aumentado com tetas distendidas e calostro
acinzentado de escuro au branco amarelado;
Ligamenta sacro-isquiatico relaxados;
Relaxamento cervical.
IS
A presenC;a de urna ampla fonte de colostro em urn ubere totalmente
distendido e no presente a mais fidedigna indica<;:aode suficiente maturidade fetal
para a indu9ao. Entretanto, como algumas eguas podem naD ter colostro ate 10-11
dias antes do parto, todos as criterio5devam ser avaliados antes de iniciara
indugao.
o relaxamento 5uficiente dos ligamentos sacro-isquiaticos pode ser
verificado par palpac;ao de ambos as lados da cabe<;:a da cauda. 0 relaxamento
maximo e acompanhado par relaxamento e alongamento da vulva.
o relaxamento cervical e determinado depois dos criteriospreviamente
citados. 0 grau de abrandamento cervical pade ser avaliado par palpat;;:aoretalau
par delicado e limpo exame vaginal. No exame retal,urna cervix suficientemente
relaxada pode ser dificilde definir,mas uma vez localizada tera uma consistencia
abrandada e pode ser facilmente comprimida au apertada contra a assoalho da
pelve. 0 exame vaginal pode ser feitoap6s cuidadosa ligadura da cauda e lavagem
da area vulvar e perineal. A mao com luva esteril,bern lubrificadae delicadamente
introduzida na vagina. A cervix e localizada e par palpatyao e compressao, a grau de
abrandamento e determinado. Se outros criteriospara indutyao sao encontrados, a
cervix geralmente estara abrandada ou mesmo dilatada. Se a cervix esta dura, firme,
projetando-se na vagina e nao e facilmente comprimida, a egua nao e candidata a
induc;:ao.Se as outros criteriospara a indur;:aosao observados a risca,esta tecnica
tem-se mostrado rapida e segura tanto para a egua quanta para a potro.
Qutros para metros que estao sendo investigados para predizer a
proximidade do parto, que implicam na maturidade fetal,incluam mudanc;:as na
composic;:ao do leitee citologiavaginal. Estas tecnicas deverao ser simplificadas e
confirmadas antes que possam ser usadas sob condic;:aode campo.
E imperativo que todos os criteriessejam totalmente avaliados para
assegurar a maturidade fetal e maximizar os prospectos de sobrevivencia dos
petros.
16
7 .3~Metodos de indw;;<lo
7.3.1- Ocilocina
A ocitocina foiusada nos primeiros casas de indu~ao de parto na egua,
e permanece a droga rnais frequentemente usada para esse prop6sito. A tecnica
rnais comumente empregada e a injet;ao da dose indutora de ocitocina par via
intramuscular apes a confirma903.0dos criteriospre-indu9ao, ligadura da cauda e
lavagem da egua. Dose de 20 a 150 UI tern sido usada para induzir 0 parto em
eguas, e em rela9<30 direta tern sido demonstrada entre a dose e 0 tempo de
aparecimento e grau de sintomas do parto. Uma dose de 20 UI resulta em urn parte
rnais lento e calmo, en quanta doses maiores que 100 UI resultam em partos n3pidos
e rnais aliI/os. Estudos usanda doses controladas tern mostrado que 40 a 60 UI
dadas por via intramuscular resultam em urn parto calma, segura e que se complete
em menos de uma hora (HILLMAN, p. 138) ..
A progressao comum dos sinais seguindo injeyao de ocitocina nestas
doses comeya dentra de 10 minutos com a passagem de pequenas quantidades de
fezes. Apraximadamente apas 15 minutos da injeyao, a egua comeya a suar ao
long a do pescoyo a frente das escapulas, entre as cotovelos au nos flancos. Com 20
minutes, a egua parece urn peuco ansiosa, abana a cauda, pode liberar leite,
comeya a andar calmamente e pode deitar ou levantar. Dentro de 20 a 25 minutos
apas a injeyao, a egua geralmente deita·se e observam·se apas 25·30 minutos apas
a injeyao, um exame vaginal limpo e cuidadoso deve ser feitopara confirmar se a
potro esta em posiyao adequada. A correyao de qualquer mau posicionamento e
facilmente conseguida nesta fase, antes do inicio das contrayces abdominais
violentas. Se apresentar a vulva e a corioalantaide estiver brilhante e vermelha, e
sua estrela cervical estiver presente na vulva, devera ser aberta para permitir a
passagem do amnia e do potro. Se isto nao e feito,a placenta pode separar-se
prematuramente do utero, resultando no nascimento de um potro moderada a
severa mente hipaxico.
A ocitocina tambem tem sido administrada par via intravenosa para
induyao do parto. As tecnicas variam do usa de 2,5 a 10 Ul, a qual e repetida a
17
intervalos de 15 minutos ate que as sinais de parte sejam observados, au a
administrac;ao de 100 a 120 UI de ocitocina em 1 litrede soro fisiol6gicobem lento,
au seja, urn litropar hera ate que comecem as sinais primordiais.
A progressao do parte induzido preciosamente copia 0 parto natural e
a presenC;a de urn profissionalgeralmente resulta em menos stress e menos perigo
da injuriapara a egua e para a petro. Os patros resultam de indw;;ao com ocitocina a
termo sao sadies e normais sob todo aspecto.
Entretanto, se a parto e induzido sem as criterios necessarios, urn
patro imature pade ser pando. Este acontecimento, acompanhado da falta de
colostro suficiente,pade comprometer as chances de sobrevivencias do patro.
A retenc;ao das membranas fetais e rara apos a indw;ao a termo e a
fertilidadeda egua nao e comprometida apes a indu~ao com ocitocina (HILLMAN, p.
138).
Figura 12 - Egua com sudorese ao longo do pesco90 e sobre a escapula 15 minutos ap6s a
administra9Ao de ocitocina.
18
7.3.2- Prostaglandina
o f1uprostenol,urn analogo sinteticoda prostaglandina, tern sido
usa do para a indu~ao do parte em e9uas com graus variados de desenvolvimento
mamilrios antes do relaxamento cervical. Urna dose intramuscular de 250 1-l9 foi
usada em eguas p6nei, enquanto que eguas normais receberam 1000 jJ9.0
primeiro estagio do trabalho de parte foi"otade 30 minutos em todas as eguas, e 0
segundo estagio comeyaram meia a tres horas depois. Quinze dos dezessete potros
produzidos com nuprostenol sobreviveram e eventualmente desenvolveram·se
normalmente (id, p.138).
Urna prostaglandina sintetica(Lutalyse) foi usada para induzir 0 parte
em eguas com 330 e 334 dias de gesta~o com variavel grau de desenvolvimento
mama rio.Qualro dos doze patros induzidos morreram au foram sacrificados devido
a fraqueza durante as primeiras 24 a 36 horas que foram sigficativamente menores
do que as dos potros das eguas controle, nascidos por parto natural. Este estudo
reenfatiza a necessidade de estabelecer a presenc;a de adequada quantidade de
colostro antes da induC;ao.
A prostaglandina tem sido usada com sucesso com associac;Oes de
flumeta son a e estilbestrolpara a induc;ao em eguas antes do desenvalvimento de
sinais de parta eminente. As eguas usadas neste ensaio estavam prenhes de 325 a
354 dias, mas todas tinham a mucosa vaginal palrda,seca, cervix centraida e seiad a
por um tampao mucoso. 0 esquema de tratamento mars satisfateriofor de injeC;ao
intramuscular de 19 mg de flumetasona e 30 mg de estilbestrol,seguido de mais 5
mg de flumetasona 12 heras mais tarde. Apes 24 heras, administrou-se 10 mg de
prostaglandina, resultando em parte sem complicac;6es apes 3 heras.
7.3.3 - Cortic6idesDoses maeic;as repetidas de dexametasona tem sido usadas
com sucesso na induc;ao de parto em eguas. Inicianda aos 321 dras de gestac;ao,
100 mg/dia por quatro dias resultam em nascimento seis e meio a sete dias apes 0
inicio das injec;6es.Os petros feram pequenos e fracos ao naseer, mas fieam
19
saudaveis e cresceram normalmente. A inconveniemcia da induc;:ao completa do
parto, entretanto, tern feitoesta tecnica inaceitaveL
7.3.4 -lmp1ica~oes da 1ndu~ao
Deve-se reenfatizar que, embera a induc;:aode parto seja uma
tecnica que tern sido usada com sucessa em todo 0 mundo, naD deixa de ter seus
efeitos indesejaveis. Antes da indU/;ao, cada egua deve ser cuidadosa e
completamente avaliada. 0 manejo do haras deve ser incluido na decisao com
respeite it possibilidade au necessidade de procedimento, mas a prontidao da egua
para a induc;:ao e uma decisao profissional e deve permanecer sob a
responsabilidade do medico veterinario.
8 - AS COMPLlCAC;:OES
8.1- 0 exame
o exame de uma egua em trabalho de parto deve ser feitode
maneira que se maximize a seguranc;a do examinador e evite-se stress ou trauma
para a egua e seu patro. Quando passivel, a exame inicialdeve ser feitacom a egua
em pe, pois a gravidade auxiliaa empurrar a potro de volta para a utero e a farc;ade
contrac;aa da egua e diminuida. 0 exame e mais bem feitacom a egua no centro da
baia, pais ela esta mais relaxada num ambiente familiar.Os trancos devem ser
evitadas, pois as manipulac;oes durante a diagn6stico e procedimentas de correc;ao
frequentemente fazem com que a egua delte, resultanda em ferimentas para a egua,
a patra e a veterinaria.A cantenc;aa deve ser minima para que a egua mantenha-se
relaxada, mas os travoes, peias au cachimbo deverao ser usados quando
necessaria para assegurar a seguranc;a do operadar.
o usc de sedac;a.a quimica na egua deve ser controlado pelos seus
efeitos sabre a patro. A tranquilizac;a.aprolangada e 0 usa de narcoticas au
barbituricas pade adversamente afetar a sabrevivencia do patra. A sedac;aa leve
com acepromazina na dose de 5-6mg/100 kg par via endavenasa tem efeitos
20
mfnimos sobre a patro. A xllazina usada soz;nha e urna escolha pobre para
procedimentos obstetricos na egua, pais alguns animals ficam hipersensiveis nos
quartos posteriores apas a administravao.
A anestesia peridural pade ser utilizadapara al;viara esfon;o de
contrat;6es severas e permitir exame diagn6stico mais apurado, expulsao do feta e
manipulac;:ao para a corre<;:ao das mas apresentac;:oes. 8 a 10 ml de hidrocloreto de
procaina a 2% sao injetadas entre a primeira e a segunda vertebra coccigea.
Maiores doses de anestesicos devem ser evitadas porque a egua pade entrar em
ataxia au paresia.
Ocasionalmente a temperamento da egua au a falha em conseguir a
correc;:aoe relaxamento adequado indieam a necessidade de anestesia geral de
curta durar;ao. 0 uso da combinar;ao de xilazina mais ketamina 10 a 15 minutos de
relaxamento muscular e analgesia, a que permite a exame cuidadoso e
procedimentos simples de correr;ao.A xilazina e administrada intravenosa a 1mg/kg
seguida de 2 mg/kg de ketamina intravenosa, apos a efeitoda xilazinater iniciado.A
elevar;ao da garupa da egua ajuda a repulsao do feto e correcyao de posir;ao
anormal.
Para procedimentos obstetricos mais dificeise demorados, a anestesia
com halotano pode ser usada apos induy30 com 1 a 2 litrosde glicerilguaiacol a
5%. Barbitur;cos podem ser adicionados ao glicerol guaiacol para apressar a
inducyao so no caso do potra estar marta. A anestesia com halotano promove
excelente relaxamento muscular, a que auxiliagrandemente as esforcyas corretivos.
Se as manipular;oes obstetricas provarem-se mal sucedidas a egua ja estara
anestesiada para a cirurgiacesariana.
8.2- Preparacyao para a expulsaa
A limpeza e a ampla lubrificar;aosao sinais vitaispara qualquer
exame obstetrico uma vez aplicado a contenr;ao adequada, a cauda deve ser ligada
e a area perineal cuidadosamente lavada com solur;ao desinfetante. As maQs e
bracyos do aperador tam bern devem ser cuidadosamente lavadas e escavadas antes
21
do exame, repetindo-se a processo na egua e no operador cada vez que acorra
qualquer contaminaryao. Ampla lubrificar;:aodeve ser aplicada continua mente.
o exame inicialintema deve ser feito com a egua em pe, de
modo nflpido,calmo e completo. A apresentac;ao posic;ao e postura do feta bern
como seu tamanho relativQe viabilidade devem ser observados antes que se fac;:aa
decisao sabre as passos 5ubseqOentes. 0 tipo au 0 grau de contenc;ao adicional
sera guiado pelo resultado deste exame. Algumas mutaC;:Oessimples podem ser
feitasapenas com peias au com travao, enquanto que a manipulaC;ao rnais extensa
pode necessitar 0 usa de anestesia epidural au mesma gera!. Todas as muta90es
requerem primeiro a repulsao do fetc para que se obtenha espa90 para corrigiras
anormalidades. Para obter repulsao adequada, a egua devera estar em pe, se
possivel, e geralmente e necessario parar ou diminuir as contra95es por urn dos
metodos previamente descritos. Quando os esfoq;os sao controlados, a feto e
cuidadosamente repelido e a rna apresenta9ao corrigida.FreqOentemente ambos os
bra90s do vetennario precisam ser usados no canal de nascimento, e empurrando 0
feto e 0 outro corrigindo a rna apreSenta9ao. Deve-se tamar cuidado em proteger a
canal de nascimento dos traumas durante as manipulac;oes. A mao do veterinano
deve envolver as cascos do potro enquanto as correc;oes sao feitas.0 usa de
bastoes au outros instrumentos rigidos para repeHr a feto nao sao recomendados na
egua pas eles freqOentemente traumatizam a egua e a feto. Extratores fetais sao
contra indicados para a obstetriciaeqOina.
o finalda expulsa.o pode ser interrompido pelo alojamento das
patas posteriores ou da garupa do potro no canal pelvico. Se 0 processo para a
passagem do abdome do potro pela vagina, sua pelve devera ser explorado em
busca dos cascos.
Se nao se encontra os cascos, uma corrente deve ser aplicada a
cabec;a do potro e tra9ao aplicada para que a for9a se propague pelo eixo da coluna
vertebral, e nao nas patas dianteiras. Se os pes sao localizados no canal pelvico,
eles devem ser repelidos e as patas posteriores estendidas para que a expulsao
possa se completar. As vezes e bom rotacionar 0 potro primeiro para um lado e
depois para 0 outro para ajudar na distensao das patas. Apresenta96es transversas,
22
potras excessivamente grandes e a maio ria das rnonstruosidades sao melhores
ret;radas por cirurgiacesar;ana.
8.3- Distocia
Os potras normal mente nascern em posic;ao anterior,
dorsosacral, longitudinal,com a cabe(fa e membros anteriores estendidos. A distocia
pode resultar de qualquer desvio da apresenta(fao normal. A falha na orientac;ao
reflexa do feto no canal de nascirnento pode ser causada por urn utero relativamente
atonico ou urn feto que nao responda. Embora a incidemcia de distocia em eguas
seja baixa, as contrac;oes fortes,0 grande cornprirnento das extremidades do potro e
o comportamento nervoso da egua com dor combinam-se para fazer a malaria das
distocias um dilema verdadeira para 0 veterinario.
As causas maternas de distocia incluem a inercia uterina que
pode estar associadas a debilidade ou enfermidade sistemica e fatores que
produzem estreitamento ou estenose do canal de nascimento, como fraturas au
exostoses da pelve, luxac;oes sacra-iliaca,ou tumores. A cobertura inadequada de
potras de dais anos sem desenvolvimento completo resulta na distocia devido ao
tamanho inadequado da pelve. Uma egua primipara pode ter um esfincter vestlbulo-
vaginal apertado que retarda a parto e predispoe a lacerac;ao e ruptura reto-vaginais.
As anormalidades de postura sao as causas fetaisrnais comuns
para a distocia.Oevido ao feto vivo desempenhar um papel ativo em seu
posicionarnento para a expulsa.o, as desvios do anormal sugerern em feto fraco,
anarmal au morto. As anormalidades mais comuns de postura incluem a retenc;ao de
urn ou ambos os membros anteriores na altura dos carpos ou a retenc;ao lateralau
ventral da cabec;a.
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Figura 13 - Apresentar;;ao longitudinal anlerior,
posiyfio superior.
23
Figura 14 - Apresentac;:fIo posterior. posicyao
inferior,membros estendidos.
Figura 15 - Apresentar;;ao longitudinal anterior, Figura 16- ApresentacAo longitudinal anterior,
posic;ao superior. com os qualro membros insinuados posir;;o!Iosuperior, com desvio lateralda
no canal do parto, posiyao de ·cachorro senlado~. cabec;.a,
Figura 17 - ApresentayAo longitudinal, anterior. posiyfio superior, membro esquerdo flexionado.
A hiperflexao do carpo pode estar acompanhada de tend5es
contraidos e ou anquiloses do carpo ou articula~5es rnetacarpo-falangeanas,
enquanto que a reten~ao lateralda cabe~a pode ser causada per urn pesco~o
24
deformado. As apresentac;oes posteriores podem estar retidos nos jarretes OU na
bacia. Outras causas raramente encontradas incluem apresentaC;:8o transversal au
monstruosidades fetais.
8.4- Fetotomia
Devida a extrema sensibilidade da mucosa vaginal e cervical,
procedimentos prolongados au traumaticos sao contra-indicados na egua. Se urn
unice corte au dais podem aliviarurna anomalia simples de postura que esteja
impedindo a expulsao de urn potro morta, urna fetotomia parcial pode ser feita.
Limpeza, am pia e repetida lubrificaC;3o, contrale do esforc;o expulsive por anestesia
epidural, e 0 usa de instrumentos propriamente protegidos sao todos essenciais para
que se complete com sucesso este procedimento sem causar trauma excessivo que
pode resultar em altera~6es cicatriciaisdo trato genital e futura infertilidade.
Procedimentos prolongados, como fetotomia total,sao contra-indicados na egua
porque invariavelmente resultam em severas aderencias e esterilidade.
8.5 - Cesariana
Com a desenvolvimento de novas anestesicos gerais e melhoramento
nas tecnicas cirurgicas, a cesariana tornou-se uma solu~ao viavel em casos
obstetricos difilcut6sos.Pode ser usada como procedimento eletivo quando existem
deformidades pelvicas que possam impedir 0 parto. Quando se vai fazer uma
cirurgia cesarian a eletiva,a marca~ao e crfticapara a sobrevivencia do potro, e as
mesmos criteriosusados para selecionar eguas para indu~ao de parto sao usadas
para assegurar a maturidade do potro. Em casas em que a cirurgiaseja indicada par
inabilidade em resolver uma dificuldade de parto, quanta mais cedo a decisao de
cirurgiaforfeita,melhores as chances de sobreviv€mcia do potro e da egua.
o anestesico geral de escolha para a cesariana na egua e 0 halotano.
Se 0 potro esta vivo, os barbituricos devem ser evitados durante a indu~ao e tanto a
glicerilguaiacol quanta a combinat;:ao xilazinae ketamina podem ser usados.
25
a cuidado p6s-operatorio da egua deve incluirpalpa~ao regular
do utero, inicianda-se no segundo dia pas-parto, para a avaliayao da involuyao
uterina e para a detecyao e redu9ao das aderemcias. Se a cesariana eo feita sem
demora e a infecyao e aderencia sao controladas, 0 futuro reprodutivo da egua sera
excelente.
8.6- Parto em pi!
Aproximadamente 5% das eguas permanecem em pe durante a
finalizay80 do parto. Manter a area do parto calma e escuro e [imilar0 numero e
atividade dos assistentes algumas vezes encoraja uma egua nervosa a relaxar e
deitar-se para dar a luz.Tornar-se evidente que a egua vai expulsar 0 patro ainda
em pe, entretanto, as auxiliares devem estar preparados para suportar 0 patro,
impedir injuriase manter 0 cordao umbilical intacto por muitos minutos, se poss!vel,
para permitira passagem de sangue para 0 potro (id, p. 144).
8.7-Reten~ao de placenta
A egua normalmente livra-seda placenta dentro de uma a uma
hora e meia apes 0 parto. A retengao por mais de 3 horas e considerada anormal,
deve-se instituirterapeutica rapidamente, pois a retenc;ao prolongada, ou seja, mais
de oito horas provoca rapida multiplicac;ao bacteriana, necessitando terapeutica
antimicrObiana.
Muitos procedimentos terapeuticos tem sido usados com
sucesso para tratara retenc;ao de placenta na egua. 0 mais simplificado envolve a
administragao de 40 UI de ocitocina por via intramuscular tres horas apes 0 parto e
repetindo duas doses adicionais de 40 UI a intervalos de 2 horas se a egua ainda
nae liberou.Muitas eguas liberam apes uma unica injec;ao,e a maieria apes a seria
completa de tres injec;oes.
A ocitocina tambem pode ser administrada per infusao
intravenosa. 80 a 100 Ul de ocitocina sao colocados em 500 ml de soluc;ao
fisiolegicae administrados lentamente a uma taxa determinada pelo comportamento
26
da egua. Se a egua exibe excessiva dar abdominal, a rapidez e diminuida. Com este
metoda, a maiaria das placentas retidas sao expelidas dentro de 30 minutes.
A remoc;:ao manual da placenta naD e recornendada devido ao
risco de trauma, hemorragia e infecc;ao.S6 devera ser tentada ap6s outras tecnicas
menos traumaticas terem falhado. Dois metodos tern sido usados para completar a
remoc;:ao manual. Antes que qualquer tecnica seja tentada, a cauda da egua deve
ser ligada e sua regiao perineal verdadeiramente lavada. Uma das tecnicas envalve
a aplicac;:aodelicada trac;:aoe giro das membranas fetais formando 0 cordao.
Enquanto 0 giro distribuia tra930 de maneira uniforme, uma mao e gentilmente
forc;ada entre 0 endometria e a c6rion nos locais onde ainda ha aderencia. A outra
do alantocerion e 0 massageamento cuidadoso requer delicadeza e grande dose de
paciencia e devem ser reservados para casos onde tratamentos menos traumaticos
foram mal sucedidos.
Oepois que a placenta foi liberada, deve ser completamente
examinada para verificarsua integridade e evidencia de alterat;oes patol6gicas. Se a
passagem e completa dentro de 8 horas apes 0 parto, geralmente nao e necessaria
mais nenhuma terapia. A reten~o prolongada ou present;a de lesoes placentarias,
indicando inflamat;oes ou infect;oes requer tratamento com antibi6ticos e
antiinflamat6rios. 0 antibi6tico de escolha para aplicat;c3o intra-uterina e
oxitetraciclina.
Oeve-se suspeitar de tort;c3outerina quando uma egua em
gestac;:aoavanc;:ada mostra sinais de desconforto abdominal 0 grau de desconforto
dependera da extensc30 da tort;c3oe quantidade de tensao aplicada aos ligamentos
largos. 0 diagnestico a feito por exame retal, que revelara 0 ligamento largo
firmamente distendido cruzado a superflcie dorsal do utero enquanto que 0
ligamento oposto coloca-se reto para baixo.
A corret;ao cirurgica usando uma incisao alta no flanco com
anestesia local e a agua em estat;ao a 0 tratamento mais comumente recomendado.
A incisao e feita no f1anco no lado em que a diret;ao da tort;ao foi detectada e 0
cirurgiao atinge a cavidade abdominal abaixo do utero e delicadamente recoloca-o
na posit;ao normal. Muitas eguas assim tratadas levam a gestac;:ao a termo e tern
parto normal, com potros sadios. As tort;Oestambem podem ser avaliadas rolando a
27
egua. Esta tecnica utilizauma anestesia de curta dura.yao para que se coloque a
egua em decubito lateral.Uma egua com to[980 para a esquerda deve ser colocada
sabre 0 lado esquerdo e urn peso colocado sabre a regiao do flanco direito para
comprimir 0 abdome e segurar a feto e a utero no Jugar enquanto a egua e rolada
calma mente para 0 outro lado. A correc;:aoe determinadapar palpac;ao retal.Na
maioria dos casas, uma unica rolada e 5uficiente para aliviara tor9aO e permite a
progressao da gestac;ao a termo e a parto normaL
Se a to[980 e detectada ao termo da ge5ta980, a correc;ao
manual deve ser tentada atraves da cervix. Se 0 reposicionamento e impassive],
deve-se praticaruma cirurgiacesariana (id. p. 147).
8.8- Prolapso de utero
~ urn evento pouco comum na egua e se caracteriza pela
exteriorizac;:ao,via de regra, no pes-parto, de todo utero.
As causas principais do prolapso uterino sao: a atonia do utero,
partos distocicos, edemas exagerados dos orgaos genitais e eguas com idade
avanc;:ada,cujos ligamentos uterinos encontram-se bastante flacidos.
as sintomas sao locais e gerais. Localmente, se observa a
exteriorizac;:aodo utero que pode apresentar ferimentos extensos au grandes
lacerac;:5es,0 que torna extrema mente desfavoravel a chance de recuperac;:ao total
do animal, inclusive no que se refere a fertilidadefutura. as sinais gerais sao
desconfortos e intensa dor devido it distensao dos tecidos sensitivos do utero. A
egua rapidamente pode entrar em choque neurogenico, devido it dor, e morrer de
insuficienciacirculatoriaperiferica.
o diagnostico e dado apenas pela observa~ao do utero
exteriorizado imediatamente apos 0 parto. Ocorre intensa contrac;:ao abdominal,
semelhante a movimento de expulsao do feto no momento do parto.
Casas as lesoes uterinas sejam extensas, com lacerac;:oese
hemorragia, torna-se imperiosa a amputac;:a.odo utero, que podera ser realizada com
o animal tranqOilizado e sob anestesia epidural. Antes da amputac;ao, deve-se
28
examinar criteriosamente 0 utero para verificar-se a passivel present;a de ah:;as
intestinaiscontidas no saco uterino,que se exteriorizou.
29
9- CONCLUSAO
Conforme as partos assistidos no Haras e Rancho das Americas e
segundo as literaturas usadas par elaborayao desta monografia, quanta menes
stress, urn manejo adequado desde as primeiros dias da gesta9aO, que a egua
venha a ter no momento em que entrar em trabalho de parto, menor serao as riscos
de complica90es no parto.
No Haras e Rancho das Americas tem-se urn manejo rigoroso com as
eguas prenhes e principalmente nos dias pr6ximos ao parto e na hora do parto, com
issa nao pude presenciar nenhuma comp1ica9ilo nos partos durante a periodo de
estagio.
Para que nassos patros possam se beneficiar deste desenvolvimento,
e importante deixarmos a natureza seguir seu curso, como criadores e profissionais
da area sempre vigilantese prontos a interviraos primeiros sinais de problema, mas
de modo geral deixando 0 grupo de eguas e potros na maior na liberdade possivel.
30
10- REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
NELLY, P. D.; L1U. M.I; HILLMAN B.R. Rcproduccion Equin3.1 cd.
Agropecmiria I-Iemidfcrio Sui, Montevideo - Uruguai.
• DERIVAUX, J. e ECTORS, F.; Fisiopatologia de la Gestacion y Obstetricia
Vcterin:iria. 1cd. Acribia S.A., Espanha.
• I-LAFEZ, E.S.E.; RcprodUl;ii.o Animal. ed. Manole, 60 cd, Sao Paulo - SP.
• TI-IOMASSIAN, A. Enfcrmidade dos Cavalos. 3ed. Edilora Varela, Sao Paulo-
sr, 1996.
• ALLEN, W.E. Fcrtilidadc Cobstetrici" eqiiiDa. I.cd. Sao Paulo: Varela, 1994.
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
FACULDADE DE CIENCIAS BIOLOGICAS E DA SAUDE
CURSO DE MEDIC INA VETERINARIA
TRABALHO DE CONCLusAo DE CURSO
(T.C.C.)
Caroline Filipaki
CURITIBA
2005
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
FACULDADE DE CIENCIAS BIOL6GICAS E DA SAUDE
CURSO DE MEDICINA VETERINARIA
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO
(T.C.C.)
CURITIBA
2005
Reitor
Luiz Guilherme Rangel Santos
Pro-Reitor Administrativo
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Pro-Reitoria Academica
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Pro-Reit~r de Planejamento
Sr.Afonso Celso Rangel dos Santos
Pro-Reitoria de pos-gradua~ao. Pesquisa e Extensao
Prof.aElizabeth Tereza BruniniSbardelini
Secreta rio Geral
Prof.Rui Alberto Ecke
Diretor da Faculdade de Ciencias Biologicas e da Saude
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Coordenador do Curso de Medicina Veterinaria
Prof.halo Minardi
Coordenador de Estagio Curricular do Curso de Medicina Veterinaria
Prof.Sergio Jose Meireles Bronze
Metodologia Cientifica
Prof.Lucimeris Ruaro Schuta
APRESENTAc;:Ao
Este Trabalho de Conclusao de Curso (T.C.C) e urn dos requisitos
obrigat6rios para a obtenC;:8Iodo titulo de Medica Veterinaria do Curso de
Medicina Veterinaria da Universidade Tuiuti do Parana. Sendo que, este, e
composto par urn Relatorio de Atividade de Estagio, realizado no Haras e
Rancho das Americas, no estado de Sao Paulo, na cidade de Porto Feliz no
setor de: Reprodu,ao de Equinos, durante 0 periodo de 0410712005 a
04/09/2005, totalizando 440 horas de estagio. Tambem esta incluso uma
Monografia, na qual 0 tema e sobre Parte e suas Complicac;:oes, que e descrita
logo ap6s 0 reratoria das atividades vistas no e5to39io.
Aqueles que acreditaram no meu potencial
e que sempre me incentivaram a seguir em frente, dedico esle trabafho.
Aos meus pais por serem 0 alicerce da minha vida.
As minhas av6s por sempre almejarem minha fe/icidade.
Ao carinho, paci{mcia e companheirismo do meu namorado.
Aos mestres por proporcionarem seus conhecimentos e incentiv~,
para que au pudesse, aos poucos, ir construindo minha carreira.
Aos verdadeiros amigos, familiares e pessoas
que me apoiaram, °meu sincero agradecimento.
E a Deus que me guiou a esla profissao
e que continuara me mostrando os me/hores caminhos a seguir.
E que acima de tudo,
criou os animais para que estes pudessem eslar em minhas maos.
DEDreo
AGRADECIMENTOS
A Universidade Tuiuti do Parana, por representar um era de mudan9a entre a
minha leiguice e 0 conhecimento em Medicina Veterinaria.
Ao Haras e Rancho das Americas, par terem me acolhido e demonstrado urn
imenso companheirismo durante 0 periodo de estagio.
Ao professor orientador Marlon Siqueira pelo auxllioa mim dedicado.
Aos orientadores de estagio, Dr.Valdemar de GiuliJr.,Dr.Gabriel par terem sido
ctimos que orientadores.
Aos funcionarios do Haras e Rancho das Americas Geovani, Bica, le, Jailson,
Lourival,Jacamim, Adriano, Anderson e Vera par terem me apoiado e
incentivado em minhas responsabilidades no haras.
Em especial, aos professores, Aurelino Menarim, Paulo Nocera e Joao Ari
Gualberto, Welington Hartmann, Antonio Carlos e Ronaldo Garottios quais, tive
o privilegiode estagiar e desempenhar alguns trabalhos.
Aos demais professores e fUncionarios da Universidade Tuiuti,per me ouvirem e
me ajudarem em tudo 0 que precisei durante estes anos de luta e alegria.
A mestre e clinica Henriette Graff , pelo incentivo e oportunidades que me
proporcionou .
BIOGRAFIA DA AUT ORA
Caroline Filipakie nascida na cidade de Curitibano estado do Parana no dia
09/02/1982. Cursou e coneluiu 0 primeiro grau na Escola Estadual Santa
Felicidade e segundo grau no Colegio Unificado no ana de 1999. Prestou
vestibular em tres universidades para Medicina Veterinaria, sendo tres delas
situadas em Curitiba.Era de vontade de a autera prestar vestibular para 0 curso
de Medicina Veterinaria,em Curitiba,optando par cursar na Universidade Tuiuti
do Parana. Oedicou-se durante cinco anos ao curso de Veterinaria e sempre
focados na area de Grandes Animais. Quando Caroline estava cursando 0
quarto ana, durante a semana academica daquele ano teve cantata com 0 Dr.
Valdemar de Giulique ministrava uma palestra sabre reproduyao de equinas foi
onde conseguiu a estagio no Haras e Rancho das Americas. Concluiu seu
estagio obrigat6rio na area de Reproduc;ao de Equinos no periodo de sessenta
dias. No momenta, esta desenvolvendo seu Trabalho de Conclusao de Curso,
onde pretende descrever com maiores detalhes esta experiencia vivenciada no
Haras e Rancho das Americas.UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
FACULDADE DE CIENCIAS BIOLOGICAS E DA SAUDE
CURSO DE MEDICINA VETERINARIA
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO
(T.C.C.)
Trabalho de Conclusao de CursQ apresentado
ao curso de Medicina Veterinaria da
Universidade Tuiutido Parana,
como requisiteparcial para a obtenc;ao
do titulode Medica Veterinaria
Orientador: Prof.Marlon Siqueira
Orientadores Profissionais: Ora. Denise F.Athaide e Dr.Valdemar de GiuliJr.
CURITIBA
2005
SUMARIO
LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGUARAS
RESUMO
1-INTODUGAO 01
2- DESCRIGOES DO LOCAL DE ESTAGIO 02
3- ATlVIDADES EXERCIDAS NO ESTAGIO 04
3.1-EXAME CLiNICO DO SISTEMA GENITAL DA FEMEA EQUINA 04
3.1.1-Hist6ricodo animal 04
3.1.2-Contenc;ao da egua 05
3.1.3-Abordagem do cHnico 07
3.1.4-Exame da genitaliaexterna 07
3.1.5-Exame manual transretal 08
3.1.6-Exame ultra-sonograficotransretal 09
3.1.7-Exame manual da vagina 11
3.1.8- Exames complementares em eguas 11
3.2-CICLO ESTRAL DA EGUA 12
3.3-ALTERA<;:OESCiCLICAS OBSERVAvES E PALPAvEIS NO TRATO
GENITAL DA EGUA 14
3.3.1-Anestro 14
3.3.2-Fase transicional 15
3.3.3-Estro 15
3.3.4-Ovulac;ao 16
3.3.5-0 corpo luteo em desenvolvimento a partirdo corpo hemorragico 17
viii
3.3.5.1- Corpo luteo persistente 17
3.3.6- Interestra (diestra) 18
3.3.7- Inicio de interestro versus inicio do estro (cio inicial) 18
3.4- DISGNOSTICO DE GESTA<;:Ao 18
3.4.1- Aus€mcia de estre subseqOente 18
3.4.2- A concentrac;ao de progesterena 19
3.4.3- Exame cHnice 20
3.4.4- Exame ultra-sonegrafico 22
3.4.5- Detecc;ae de PMSG/eCG Genadotrifina corionica eqOina 23
3.4.6- Estrogenos placentarios 23
3.5-A ACUPUNTURA NA TERAPIA FARMACOLOGICA EQUINA 23
3.6- MANIPULA<;:AO E CONTROLE ARTIFICIAL DA ATIVIDADE CICLICA 24
3.6.1- Estimulac;ae de crescimento felicular 25
3.6.2- Prostaglandina 25
3.6.3- Gonadotrofina corionica humana (hCG) 26
3.6.4- Hormonio liberador de gonadotrofina (GnRH) 27
3.6.5- Extrato de pituitaria(E.P.E) 27
3.6.6- Progesterona 28
3.6.7- Estradiol 28
3.6.8- Ocitocina 29
3.7- EXAME ANDROLOGICO 29
3.7.1-Avalia~aofisica 30
3.7.2- Exame clinice do aparelho repredutivo 30
3.7.3- Material necessario 31
ix
3.7.4- Colheitado semen 32
3.7.5- Analise do semen 33
3.7.5.1- Exames imediatos 33
3.7.5.2- Exames mediatos 33
3.8- INSEMINAi;AO ARTIFICIAL (IA) 35
3.8.1- As vantagens da IA 36
3.8.2- Desvantagens 37
3.8.3- A teeniea 37
3.8.3.1- Materiais 37
3.8.3.2- Metodo 38
3.8.4- A inseminaC;2o artificial com semen resfriado 41
3.8.4.1- OiluiC;<3odo semen 42
3.8.4.2- 0 preparo do semen 42
3.B.5- A inseminac;ao com semen congelado 43
3.9-TRANSFERENCIA DE EMBRIAo (TE) 44
3.9.1- A colheita de embri6es 45
3.9.2- Fatores que afetam a recuperac;ao do embriao 49
3.9.3- Avaliagao e classifica9ao dos embrioes 49
3.9.4- Fatores que interferem na infertilidade 51
3.9.4.1-Habilidade do teenieo 51
3.9.4.2- Idade do embriao 51
3.9.4.3- Grau de assincronia da ovulaC;8oentre doadoras e receptoras 52
3.10- CONGELAMENTO DE S~MEN 53
3.10.1- Beneficios do semen congelado 53
x
3.10.2- Material necessario 53
3.10.3-Sequencia para congeta9ao 54
3.10.3.1-Preparo do taboralorio 54
3.10.3.2-Cotheila do semen 55
3.10.4- Padroes para julgamento do semen congelado 59
3.10.5- Recomendac;:oes para dose inseminante de semen congelado 59
3.10.6- Cuidados na inseminac;:ao 60
3.11-PARTO 60
3.11.1- Controle endocrino 60
3.11.2- Preparac;:a.odo ambiente 60
3.11.3-0 polro alrasado 61
3.11.4-Eslagios do parto 61
3.11.4.1Primeiro eslagio de Irabatho de parto 62
3.11.4.2-Segundo eslagio de Irabatho de parto - exputsao 62
3.11.4.3- 0 terceiro estagio do parto - expulsao das membranas 63
3.11.5- Cuidados posteriores da egua e do potro 63
4- CONCLUSAO 65
5- REFERENCtAS BtBLIOGRAFtCAS 66
xi
LlSTA DE TABELAS
TABELA 1 -INFLU~NCIA DA IDADE DO EMBRIAo NO (NDICE DE
PRENHEZ EM EGUAS RECEPTORAS INOVULADAS
POR MEIO NAo CIRORGICO
xii
52
LlSTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - EGUA NO TRONCO DE CONTEN<;AO 06
FIGURA 2 - EGUA COM BOA CONFORMA<;AO VULVAR 08
FIGURA 3 - EGUA COM LABIOS VULVARES PRoplclO A
PNEUMOVAGINA 08
FIGURA 4 - PALPA<;AO RETAL 09
FIGURA 5- PALPA<;AO RETAL COM APARELHO DE ULTRA-SOM 11
FIGURA 6 - DIAGNOSTICO DE GESTA<;AO NA EGUA NO 40' DIA (D)E 60'
DIA (E).NOTA-SE 0 TAMANHO E A POSI<;AO DO CORNO
UTERINO PRENHE 21
FIGURA 7 - VISUALlZA<;AO DO PONTO "BAI HUI" 24
FIGURA 8 - 0 GARANHAO SUBINDO NO MANEQUIM 32
FIGURA 9 - CAMARA DE NEUBAUER 34
FIGURA 10 - 0 COPO COLETOR ACOPLADO NA VAGINA 38
FIGURA 11 - A VAGINA ARTIFICIAL MODELO BOTUCATU 38
FIGURA 12 - HIGIENIZA<;AO DO GARANHAo COM AGUA MORNA 38
FIGURA 13 - A RUFIA<;AO PARA FACILITAR A ERE<;AO 38
FIGURA 14 - A MONTA NO MANEQUIM 39
FIGURA 15 - COLHEITA COM A VAGINA ARTIFICIAL 39
FIGURA 16 - 0 COPO COLETOR COM 0 FILTRO QUE SEPARA 0
S~MEN DO GEL
FIGURA 17 -INSEMINA<;AO ARTIFICIAL NA EGUA
FIGURA 18 - DILUI<;AO DO St.MEN COM EXTENSOR
40
41
43
xiii
FIGURA 19 - ENVASE DO S~MEN PARA TRANSPORTE 43
FIGURA 20 - 0 EQUITAINER PARA TRANS PORTE 43
FIGURA 21 - OS MATERIAS PARA TE 45
FIGURA 22 - A LAVAGEM UTERINA 45
FIGURA 23 - 0 BALONETE INFLADO NO COR PO DO UTERI NO 46
FIGURA 24 - TARNSFER~NCIA DE EMBRIAO CIRURGICA 46
FIGURA 25 - A LUPA PARA VISUALlZA9AO DO EMBRIAO 47
FIGURA 26 - OS MATERIAlS PARA MANIPULA9AO DO EMBRIAo 47
FIGURA 27 - 0 EMBRIAo NA PLACA DE PETRI 47
FIGURA 28 - A VISUALlZA9AO DO EMBRIAo 47
FIGURA 29 - A TRANSFER~NCIA DE EMBRIAo 48
FIGURA 30 - UM BLASTOCISTO EM ESTAGIO 6-7 p6s COITO,
CONSCISTE NOS EMBRIOES USUALMENTE RECUPERADOS 50
FIGURA 31 - DILUENTE PARA CONGELA9AO
FIGURA 32 - A CENTRIFUGA9AO DO S~MEN
FIGURA 33 - 0 SEMEN JA CENTRIFUGADO
FIGURA 34 - UMA PALHETA DE 0,5 ML
FIGURA 35 - A GELADEIRA PARA ESTABILlZA9AO
FIGURA 36 - 0 ISOPOR PARA RESFRIEMENTO NO VAPOR DE
NITROGENIO
FIGURA 37 - 0 BOTIJAo DE NITROG~NIO
FIGURA 38 - 0 ARMAZENAMENTO DO S~MEN
xiv
54
55
56
57
57
58
58
58
RESUMO
o Estagio Curricular toi realizado na area de Reprodugao de Equinos
no Haras e Rancho das Americas, na cidade de Porto Feliz- SP.
Como 0 haras e urna central de reproduc;:ao as trabalhos naD eram
feitas somente nos animais de sua propriedade, pois recebe eguas e garanh6es
para transferencia de embri6es e congelamento de semen. Os medicos veterinarios
atuam em biotecnologias, realizando inseminac;:ao artificial(IA). transferencia de
embri6es (TE). Exames ginecol6gicos nas eguas como palpar;;:ao retal
conjuntamente com a exame ultrassonografico transretalsao realizados diariamente,
com a intuitode acompanhar as mudanc;:as ocorridas no cicio estral,como par
exemplo, a presenc;:ade foliculos pre-Dvulatorios,corpo luteo, presenc;a de liquido
intra-uterino,fase do cicio estral, condic;6es patol6gicas uterinas como cistos e
diagnostico de prenhez. Com estes dados e realizado 0 controle artificialdo cicio
estral com farmacos sinteticos com doses diminuidas usando como via de
administrac;ao urn ponto da acupuntura chamado de "Sai Hui".
Nos garanh6es sao realizados no comec;o da estac;ao de monta ou
assim que chega ao haras urn exame androl6gico para verificarse os animais estao
saudaveis para prevenir muitos problemas, por exemplo, garanh6es com boa
fertilidadeem monta natural mas quando coletados, 0 semen perde a qualidade ao
ser refrigerado,transportado ou congelado.
xv
1 - INTRODU<;:AO
A criac;a.o de cavalos no Brasilah~m da importancia no lazer e esporte
tern tambem urn importante papel s6cia-economica, tendo 0 pais como terceiro
maior rebanho equine do mundo. ~ tambem crescente 0 numero de pessoas e
atividades envolvidas com a cavala, principalmente na pratica de esporte eqOestre(Horse Business ed. 104). 0 interesse na aplicac;ao de biotecnias voltadas a
reproduc;ao eqi.Jinavem se fomentando cada vez mais como ferramenta para
acelerar a ganho genetico e ternando nassos animais mais competitivos.
o Haras e Rancho das Americas realiza inseminac;a.o artificial(IA),
transferencia de embriao (TE),congelamento de semen.
A tecnica de insemina~o artificialconsiste ern apas obtenc;ao do
semen, deposita-Io no interiordo trato genital (utero) da femea a ser inseminada.
Essa tern sida utilizadaprincipalmente para aumentar a numero de produtos (potros)
obtides de urn determinado garanha.o, e tam bern ceme meie alternative quando ha
impossibilidade de realizar uma menta natural par motivos diversos. Ja a
transferencia de embriao e a tecnica pela qual embrioes sao coletados de uma egua
doadora, previamente a sua fixa~ao no utero, para serem transferidos a eguas
receptoras, em cujo utero completa a gesta~ao. A TE e uma das tecnicas mais
utilizadasem equinos. As suas principais vantagens incluem produ~ao de um maior
numero de produtes de eguas de alto valor genetico, utilizando na reprodu~ao de
eguas sem que estas tenham que interromper treinamento e carreira esportiva.
Avaliar a capacidade reprodutiva dos garanhoes e a fun~ao do exame
androl6gico. Analisar altera~oes do aparelho reprodutor masculino, diagnosticar
possiveis problemas e determinar tratamentos e objetivo deste exame. Depois de
avaliado 0 aparelho reprodutar a semen pede ser congelado. Com a libera~ao do
usa de semen congelado par algumas associa~oes de criadores a reflexo na
industria do cavalo foi imediato. As vantagens do semen congelado (segundo Dr.
Valdemar de Giuli- revistaWestern Magazine, ed. 26), a principale e facilacesso a
genetica de grandes garanhoes mesmo que estes estejam em territorios
estrangeiros. Animais de competi~ao nao precisam interromper sua programa~ao,
pais a semen congelado pode ser usado.
2 - DESCRIC;:OES DO LOCAL DE ESTAGIO
o local de estagio foino Haras e Rancho das Americas onde aht!m de
ser urn haras de cavalos da raga Quarto de Milha de linhagem de corrida, cavalos de
linhagem de trabalho da raga Paint Horse, tambem e urna central de reprodugao
eqOina, localizado na cidade Porto FelizISP, no km 101 da rodovia Castelo Branco.
o haras conta com 42 alqueires de pasta gens formadas e instalac;:6es
amplas. 0 haras e divido em piquetes individuais para as garanh6es, e piquetes
coletivos para as eguas receptoras vazias, eguas receptoras prenhes, eguas da raera
Quarto de Milha prenhes, eguas pr6ximas ao parto, eguas com potro ao pe, eguas
de pensionistas para transferencia de embriao, potras desmamados da rac;aQuarto
de Milha e petros da rac;aPaint Horse. Existe uma cocheira com vinte baias que e a
maternidade onde estao localizadas a farmacia e as escritorio do haras, outra
cocheira com vinte baias que sao de potros sobreano, outra cocheira com doze
baias que sao para eguas doadoras de pensionistas que estao em competic;ao, uma
cocheira com quatra baias que e para os garanh6es do haras com piquetes
individuai para cada baia, e mais quatra baias para garanh6es pensionistas
destinados ao congelamento de semen e um tattersal com quarenta e duas
cocheiras para preparac;ao dos potras de leilao,e um tranco de palpac;ao onde e
realizada a palpac;ao retalcom auxiliode ultrasson das receptoras.
Uma das instalac;6escomporta um laboratorio para coleta e avaliac;ao
de semen, um manequim para coleta de semen, um tranco de contenc;ao para
transferencia de embriao, outro laboratorio para congelamento de semen e
transferencia de embri6es onde estao os botij6es de semen congelado.
Em cad a uma das cocheiras onde estao as eguas para contrale, sao
realizadas diariamente as palpac;6es com ultra-som, onde segue a ordem de
palpac;ao em primeira lugar as eguas pensionistas por precisarem de semen de
outras haras em seguida as eguas da maternidade onde estao as eguas paridas e
as eguas doadoras do haras, por ultimo as receptoras.
As eguas que precisam ser inseminadas au necessitam de algum
tratamento nao sao retiradas de suas cocheiras, pois estes sao feitos-nos mesmos.
AS anima is soltos nos piquetes alem da pastagem, sao alimentados
com raC;;aouma vez ao dia em cochos individuais, sendo conduzidos pelos
responsaveis de cada setor. Ja os animais mantidos nas baias sao alimentados
duas vezes ao dia por rat;aOda Purina adequada as necessidades de cada animal,
feno (coast cross) e alfafa para as patros de ana e eguas recem paridas.
Na propriedade existe a sede, um almoxarifada, dep6sita ande e
armazenado 0 feno, garagem para as tratores,dez residencias para os funcionarios
e alojamento para as estagiarios. Alem dos responsaveis por cada seter e
tratadores, existe uma equipe operacional para manutenc;;ao do haras, e vigia
noturno.
A equipe tecnica de medicos veterinarios e composta pelo Dr.
Valdemar de GiuliJr.,Ora. Denise F.Athaide, Dr.Gabriel e Dr.Braz.
Algumas outras atividades desenvolvidas, alem das citadas, sao:
congelamento de embrioes, tratamento de infertilidadede eguas e garanhoes,
assistencia veterinaria em reproduC;;30eqOina a outras propriedades, servit;os de
consultoria na compra.
3 - ATiVIDADES EXERCIDAS NO ESTAGIO
3.1- EXAME CUNICO DO SISTEMA GENITAL DA FEMEA EQUINA
o correto exame clinicQ das eguas que serao introduzidas em
programas de reprodu\=<lo, au mesma daquelas que estao com problemas de
fertilidade, deve canter: historico do animal, avaliat;ao clinica exames
complementares.
Exame basico do trato genital consiste em: exame visual do perinea,
vulva e cauda, palpayao manual da cervix, utero e avario pelo reto,palpac;:ao manual
da vagina e cervix pela vagina, usa de ultra-som, pelo reto.
3.1.1 - Historico do animal
As informac;:6es sabre a saude e desempenho reprodutiva do animal
sao essenciais para urn pertelto diagn6stico, progn6stico e selec;:aode uma terapia
hormonal adequada.
Fatores que interferem com 0 potencial reprodutivo:
• Idade: a idade e um tat~r critico,que provoca grande impacto na
habilidade reprodutiva de urna egua. Eguas jovens, entre dois a tres anos
apresentam maior probabilidade de ter cidos norrnais, ja as mais velhas
apresentarn urna dificuldade maior em emprenhar e levar urna gesta9ao
ate 0 final.
• Manejo: devemos averiguar as instala90es onde ficam os animais,
implanta9a.o de tratamento para indu9ao de cio, seja com luz ou
hormonios. A alimentat;aO e urn tat~r deterrninante na fertilidadede um
animal, portanto, se houver um erro nesse ponto, este deve ser corrigido
imediatamente.
• Hist6rico reprodutivo: deve-se descobrir a situat;ao atual da egua: a
egua ja foi coberta alguma vez? Ela esta gestante ou vazia? Se a egua
gestou, como foia gestaga.o? Tern hist6riade aborto? Partos dist6cicos?
Marte ernbriamkia? Ja teve retenc;aa de placenta? Metrite? Fai subrnetida
a alguma cirurgia?
Oepais de todas estas infarmac;5es pade-se desenvalver urn trabalha
repradutiva direcianada a cada egua, com maiar seguranya na realizac;aa das
trabalhos a serem feitos nos animais (ROSSI, REVISTA QUARTO DE MILHA, ed.
GaranhOes 2005, p. 77).
3.1.2 - Conten~ao da egua
A intensidade de cantenc;aa necessaria depende da experiencia, do
temperamenta da egua e da qualidade e quantidade de ajuda dispanivel. 0 exame e
mais dificilem eguas javens, e mais foacilem eguas repradutaras velhas. A presenc;a
do patro ao pe torna a exame mais dlficil,pais deve haver muito cuidada com patro e
a ideal e que este naa perea sua mae, au seja, manter a mais proximo passivel, para
que nao dificulteainda mais a exame,
Muitas eguas sao viciadas e escoiceiam quando manejadas par trils,
naa senda camum esta atitude. A malaria das eguas fica apreensiva quando
examinadas pela primeira vez. Amaioria das eguas tende a andar para frente au
mover-se para as lados se elas forem cantidas inadequadamente. A presenc;a (au
aus€mcia do potro), au separaC;ao de urna cornpanheira, pode tamar a eguas
inquieta assim como a visao de objetas nao familiares, luvas calaridas, etc.
Exarninar eguas no campo e mais diflcile mais perigosa com a presenc;a de autros
cavalas curiosos.
o melhor metoda de contenc;aa e mais seguro para 0 cHnica e a tronco,
junto do cachimba as metados utilizadas no Haras e Rancho das Americas, tendo
alguns inconvenientes como tuda que modifica a natureza do animal como, par
exemplo, a egua pade naa entrar facilmente, em especial pela primeira vez, pode
ficar ind6cil par estar confinada, especialmente no inicia,pade saltar para fora,
especial mente para juntar-se aa potra, assegurar-se que a protec;ao de tras do
tronco e baixa porem segura para a clinica,troncos devem ser desmontaveis, pais
acasianalmente eguas camec;am a se atirar.
FIGURA 1 - Egua no tronco de conten9:io
Ja a eaehimbo metoda bastante util de eontenc;ao nao 56 para
palpayao em eqOinos e pode ser a unica forma para maioria das eguas, mas alguns
proprietarios desaprovam a aplicac;ao de cachimbo nas suas eguas, algumas eguas
sao bastante dificeis para aplicar 0 eachimbo, algumas eguas nao se moverao
quando usado 0 cachimbo, desse modo posieionar 0 cachimbo de forma correta
antecipadamente e indispensavel, algumas eguas tentam deitar quando aplicado 0
cachimbo firmemente (ALLEN, 1994, p. 22).
Qutros metodos de contengao podem ser utilizados elevando-se 0
membra anterior no lado do examinador 0 que impede a egua de eseoieear com 0
membra posterior ipsilateral,mas 0 clinieodeve ficardiretamente atn3s da egua, 0
posterior da egua tende a ficarabaixado, 0 que lorna 0 exame retalpartieularmente
difieil,um auxiliarinexperiente pode repentinamente soltar 0 membro anterior ou
suporta tanto 0 peso da egua que ela ainda pode eseoieear, virando a eabeya da
egua em diregao ao examinador, ajuda a evitar seu coiee com 0 membra posterior
daquele mesmo lado. TranqOillzante nao e normalmente recomendavel, pais podem
tornar a egua muito tropega.
3.1.3 - Aberdagem de clinice
Movimentos repentinos e ruidos altos devem ser evitados no momenta
em que esta se trabalho com equinos. Quando a egua nao estiver em troncos,
abarda-Ia pelo lado. Coloque uma mao no dorsa, mova-se para a base da cauda,
segure a cauda e puxe-a para urn dos lados. Neste estagio, a temperamento da
egua e a eficacia da contenc;:aose tornarao aparentes, observar corrimento na cauda
e inspec;:aodo perinea, para exame manual pelo reto au pela vagina, a brac;:opode
ser inserido inicialmente sem que a operador ficardiretamente atras da egua. Para
exame com especulo pela vagina, e mars conveniente um assistente segurar a
cauda (com a mao enluvada) para permitirao cHnico uma mao livrepara separar as
labios vulvares.
3.1.4 - Exame da genitaliaexterna
A genitalia externa deve ser avaliada para defeitos de conformac;:ao, com
especial atenc;:aoa configurac;:aovulvar, adequado fechamento vulvar e presenc;:ade
les6es e corrimentos. Os labios vulvares devem estar posicionados verticalmente e
devem formar urn bom colabamento. Se a separac;:ao delicada dos labios vulva res
causa a aspirac;:aode ar, uma episeoplastia (operac;:ao de Caslick) devera ser
seriamente considerada. A porc;:ao abaixo da cauda e a perinea devem ser
examinados para presenc;:a de pelos coladas, pais as exsudatos da vulva
frequentemente acumulam-se nestes locais e nao sao aparentes nos labios
vulvares.
A avaliac;:aovisual da conformac;:ao pelvica tambem pode sugerir defeitos
associados a infertilidade.Eguas com a raiz da cauda elevada podem ter canal
vaginal com tendencia crania-vertical,a que permite a colec;:aode fluidas (como
urina e exsudato) na vagina cranial, isto pode contribuir para a infertilidade.Se a
anus esta relaxado para fora da area pelvica devido a relaxamento dos tecidos
ligamentosos, uma condic;:aofrequentemente associada com idade avanc;:ada, as
labios vulva res tambem estarao deslocados para uma posic;:ao horizontal com
relavao a porvao caudal do assoalho pelvico. Tal posicionarnento horizontal dos
labios vulva res requer fecharnento atraves da operac;:aode Caslick (NELLY, p. 55).
FIGURA 2 - Egua com boa conforma<;:c3.o
Vulvar.
3.1.5 - Exame manual transretal
FIGURA 3 - Egua com labios vulvares
propicio a pneumovagina.
A palpavao retal e urn procedimento de alta valia para avaliac;ao do
sistema reprodutor da agua. Deve ser feito por uma pessoa experiente com uma
luva bem lubrificada e com 0 animal adequadamente contido. Por esse exame
podemos avaliar a cervix,0 utero e as ovarios.
A cervix deve ser avaliada, pois refletena presenva de progesterona
(hormonio responsavel pela manuten~o da gesta93o). Se a cervix estiver longa,
firme e tubular significaque os niveis de progesterona estao altos e a egua esta
gestante. Se os niveis de progesterona estiverem baixos, 0 que ocorre no estro e no
anestro, a cervix estara macia e pequena.
Na avaliavao do utero primeiramente devemos nos certificarse existe
gestac;:ao.Se nao, devemos avaliar 0 tonus uterino. Durante 0 anestro ele estara
f1acido,fino e pode ser dificilde patpa-Io. No estra estara macio e com pouco tonus,
diferentemente do diestro, onde 0 utero estara com 0 tonus bem aumentado e de
forma tubular. Devemos ainda analisar se existe a presem;a de conteudo Hquido, a
que pode indicar alguma patologia (desde que descartada a gesta9aO), atrofias e ou
cistos endometriais.
Nos ovarios devemos avaliar a consistencia e a presen~a de estrutura
(foHculo ou corpo luteo). Se foliculos estiverem presentes, as ovarios estarao
aumentados. Se possivel devemos avaliar a tamanho e consistencia desses
foliculos para, entao estimar a data da ovula9aO (ROSSI, REVISTA QUARTO DE
MILHA, ed. Garanhoes 2005, p. 77).
FIGURA 4 - Palpayao retal
3.1.6 - Exame ultra-sonografico transretal
Esse e a exame mais importante para avalia~ao do sistema reprodutor
de uma egua, pOis nos possibilita enxergar a que nao podemos sentir e deve ser
utilizado sempre que disponivel. Com ele tambem podemos avaliar a utero e as
ovarios, porem com muito mais detalhe.
10
• Ultra-som linearpermite a visualizac;aodos ovarios e utero e seus
conteudos, em particularfluidoe faclipara reconhecer.
• Equipamentos em usa corrente cansistem em urn transdutor de apoio
manual que e inserido no reta da egua, 0 transdutor e conectado a uma
unidade de exposiyao visual par um cabo.
• A imagem no video pade ser congelada, areas de interesse podem ser
medidas e a figura pade ser fotografada.
• Muito simplesmente 0 movimento da figura e produzido pelo transdutor
emitindo series de pulsos rapidos de ultra-som de alta frequencia (3-
7MHz), para exame do Iralo genilal da egua um Iransdulor de 5 MHz
fornece adequada penetrac;ao e 6tima resoluc;ao.
• As ondas de sam sao refletidaspar tecido den SO, par exemplo, OSSO, e
a eco sao recebidos pelo transdutor e exposto como branco na tela.
• Ultra-sam passa atraves de liquidos sem nenhuma reflexao, isso
aparece como preto na tela e auxiliapara identificarfluidofolicular,fluidos
fetais,cistos e exsudato.
• A maioria dos tecidos refletealgum ultra-som e, portanto, a maior parte
da tela aparece como cinza, com experielncia, diferentes estruturas no
utero e ovario podem ser identificadas.
• A egua e contida como para exame normal com a devido cuidado para
a seguranc;:ado equipamento.
• A tela e mais bem visualizada em iluminac;:aotenue, mas isso pode ser
dificilde abler (ALLEN, 1994 P. 26).
• No utero podemos determinar exatamente a estagio do cicio estral,a
presenc;:ade patologias ou de gestac;:ao.
• Na ultra-sonografia dos

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