Prévia do material em texto
Lei 8.069/90 Estatuto da Criança e do Adolescente Histórico - A primeira norma a viger em solo brasileiro voltada à condição específica da criança e do adolescente foi o Código Criminal do Império, 1830, que previa que os menos de 14 anos não seriam julgados como criminosos (art. 10), salvo se cometido com discernimento (art. 13) - A segunda norma brasileira considerada de proteção à criança e ao adolescente foi a denominada “Lei do Ventre Livre (1871)”, assinada pela Princesa Isabel. Norma de caráter abolicionista, a qual previa a liberdade para os filhos das escravas cativas. - Contudo, uma legislação específica à criança e ao adolescente apenas viria em 1927, com o chamado „Código de Menores”. Esse diploma ensaiou uma política assistencialista ao menor de responsabilidade do Estado. - O grande problema dessa legislação é que não havia um tratamento especializado às diversas situações do menor (exemplo: em abandono, exposto, infrator, etc). De certa maneira igualava as diferentes realidades dos menores para tutelá-los. -Em âmbito Constitucional, a matéria criança e adolescente apareceu com maior ênfase na Carta de 1937, art. 127: “A infância e a juventude devem ser objeto de cuidados e garantias especiais por parte do Estado, que tomará todas as medidas destinadas a assegurar-lhes condições físicas e morais de vida sã e de harmonioso desenvolvimento das suas faculdades. O abandono moral, intelectual ou físico da infância e da juventude importará falta grave dos responsáveis por sua guarda e educação, e cria ao Estado o dever de provê-las do conforto e dos cuidados indispensáveis à preservação física e moral. Aos pais miseráveis assiste o direito de invocar o auxílio e proteção do Estado para a subsistência e educação da sua prole.” - Em 1979, com a Lei 6.697, que estatuiu um novo “Código de Menores”, não houve avanços significativos com relação a codificação anterior, persistindo o problema central da tratativa do menor de maneira geral, sem personalizar as diferentes situações de cada um deles. - Constituição Federal 1988: Art. 227, trouxe a tutela da criança e do adolescente, regulamentada mais tarde pela Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente. - Mudança de paradigma com a CF/88: O que é relevante estabelecer aqui é que até a Carta de 1988, a Legislação brasileira comungava da chamada “doutrina da situação irregular.” Significa que as normas criadas eram voltadas a atender a criança e o adolescente em situação de abandono, delinquência, etc, ou seja aquele indivíduo cujas prerrogativas já experimentavam alguma forma de violação. A partir da Constituição de 1988, houve a percepção por parte do legislador que sua atuação também preventiva e não apenas de remediação, se fazia necessária à tutela adequada da criança e do adolescente, deixando assim de atuar apenas em casos de infração às suas prerrogativas, mas adotando ações também voltadas à efetiva garantia dessas prerrogativas. Diz-se com isso que a partir da Constituição de 1988, o legislador adotou a “doutrina da proteção integral” - Na lição de ANDREA RODRIGUES AMIN, são três os princípios gerais do ECA: • Princípio da prioridade absoluta; • Princípio do melhor interesse; • Princípio da municipalização Princípio da Prioridade Absoluta Princípio constitucional estabelecido pelo art. 227, CF, e regulamentação pelo art. 4º, ECA. -Estabelece a priorização da criança e adolescente em todas as esferas de interesses e de Poder; é dizer, o interesse da criança e do adolescente prevalece na esfera familiar, social, educacional, como ainda em âmbito dos Poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário) -Leva em conta a condição da criança e do adolescente na situação peculiar de fragilidade frente aos demais entes sociais, superior, inclusive, ao próprio idoso. Exemplo: em uma fila de transplante de órgãos em que presente um idoso e uma criança em igualdade de estado de saúde, será priorizada à criança para receber aquele órgão, ainda que o idoso se encontre em posição superior naquela fila. (importante destacar que o bom senso não deve nunca abandonar a aplicação das normas: nesse exemplo, supondo que o idoso esteja em estado de saúde mais crítico e a criança apresenta condições de aguardar mais tempo outro órgão, evidentemente que será atendido o idoso). -Exemplo em âmbito do Poder Judiciário: em 1996 foram criadas 03 varas especializadas da Infância e Juventude pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e apenas instaladas em 2009, até então existiam apenas 02 varas dessa especialidade, uma para atender atos infracionais e a outra todo o resto. Lado outro, só no ano de 1996 foram criados e instalados 60 juizados especiais cíveis e criminais. (não atendeu à prioridade absoluta da criança e do adolescente) -Poder Executivo: comum preterir os interesses da criança e do adolescente frente a outras políticas públicas. Exemplo: (STJ, REsp 577836-SC – Obrigatoriedade do Estado em dispensar tratamento médico-hospitalar adequado a 6.000 crianças em tratamento médico-cirúrgico irregular e deficiente em hospital infantil daquele Estado. “Não encerra suposta ingerência do Judiciário na esfera da administração. Deveras, não há discricionariedade do administrador frente aos direitos consagrados...” (Luiz Fux) -As prioridades asseguradas no art. 4º, ECA, não são taxativas, representando, nos dizeres de DALMO DE ABREU DALLARI, mero rol exemplificativo. -Decorrência dessa prioridade absoluta pode-se citar o disposto no art. 212, CF, o qual, obriga a aplicação de no mínimo 18% (União) e 25% (Estados e Municípios) de suas receitas tributárias na educação. Princípio do Melhor Interesse -Origem no instituto protetivo do parens patrie do direito anglo-saxônico, no qual o Estado outorgava para si a guarda dos indivíduos juridicamente limitados – menores e loucos. -Adotado pela Declaração dos Direitos da Criança de 1959 e introduzido no art. 5º do Código de Menores. -Trata-se de princípio orientador tanto para o legislador quanto e principalmente para o aplicador da norma, determinando a primazia das necessidades da criança e do adolescente como critério de interpretação da lei, deslinde de conflitos e mesmo para elaboração de futuras regras. Desse modo, na análise do caso concreto, acima de todas as circunstâncias fáticas e jurídicas, deve pairar o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente. Princípio da Municipalização - Previsto no art. 88, ECA. - A CF/88 descentralizou e ampliou a política assistencial, reservando a execução de políticas assistenciais às esferas Estadual e Municipal. A razão dessa medida é a maior facilitação da implantação e fiscalização de programas e metas nessas esferas, notadamente a municipal, até mesmo pela proximidade do Poder Público e maior facilitação quanto a adaptações necessárias à realidade local. (Ex. art. 208, CF) - O ECA endereça à duas figuras jurídicas: criança e adolescente. O art. 2º, ECA, estabelece critério puramente cronológico para diferenciar ambas as figuras. -Criança: Até 12 anos incompletos; -Adolescente: Entre 12 e 18 anos completos. -Menor: Em que pese adotado pelo Código Civil e penal, o termo “menor” é considerado pejorativo, pois remete ao antigo “Código de Menores” que tratava crianças e adolescentes em situação irregular, e as fazia carregar o estigma da marginalização, delinquência, abandono. - A Convenção sobre os Direitos da Criança não prevê a figura do adolescente. Seu artigo 1º considera criançatodo ser humano com menos de 18 anos. -Jovem: Figura jurídica criada com a Emenda Constitucional 65/10, que promoveu alterações no art. 227, CF, introduzindo a figura do jovem. Atribui-se sua origem à Organização Ibero- Americana de Juventude e a Convenção Ibero- americana dos Direitos dos Jovens, de 2005. -Considera jovem o ser humano com idade entre 15 e 24 anos de idade. -Antes da Emenda 65/10, e por força da Convenção acima mencionada, o Brasil já contava com a Secretaria Nacional da Juventude, vinculada à Secretaria Nacional da Presidência da República. Faz parte da Secretaria Nacional da Juventude, o Programa Nacional de Inclusão do Jovem – PROJOVEM. -Uma das alterações no art. 227, foi a previsão de criação do Estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens, o que foi feito através da Lei 12.852/2013. Por este estatuto, jovem é o ser humano com idade entre 15 e 29 anos de idade. -E a pessoa entre 15 e 18 anos? Também é considerada adolescente pelo ECA e não há nenhum conflito nessa associação. O próprio Estatuto da Juventude trouxe norma segundo a qual para as pessoas nessa faixa etária aplica-se tanto o ECA quanto a Ejuve, e no caso de conflito entre ambos, prevalece o ECA. (art. 1º, Par. 2º) Medidas de Proteção ou Medidas Protetivas -Conceito: Ações ou programas de caráter assistencial, aplicadas isolada ou cumulativamente, quando a criança ou adolescente estiver em situação de risco, ou quando da prática de ato infracional. -Característica: transitoriedade -Competência para aplicação das medidas protetivas: São dois órgãos com competência: i) Vara Judiciária da Infância e juventude; ii) Conselho Tutelar. a) -Vara da Infância e Juventude: Pode aplicar qualquer das medidas protetivas previstas no art. 101, ECA. b) Conselho Tutelar: Não tem competência para aplicar: i) acolhimento institucional*(antigos abrigos públicos – casa de passagem, casa-lar e república.); acolhimento familiar(família extensiva); colocação em família substituta. * Em caso urgente e excepcional, o Conselho Tutelar pode encaminhar a criança ou adolescente para acolhimento institucional, comunicando o Juiz responsável no prazo de 24 horas do fato. (art. 93, ECA) -A decisão do conselho tutelar pode ser revista a qualquer momento pela Vara da Infância e Juventude, a requerimento do interessado ( art. 137, ECA) ADOÇÃO - A adoção é espécie de colocação em família em substituta. Dentro do gênero “colocação em família substituta”, temos: a) Guarda: De maneira natural, a guarda decorre do poder familiar; os pais tem o dever de auxílio material, moral, afetivo, abrigo e educação dos filhos. Quando não cumprem com esse dever natural não é atendido a contento, ocorre uma ruptura entre o poder familiar e o dever de guarda, ganhando este natureza jurídica diferenciada, transformando-se em modalidade de colocação em família substituta. -Dever de guarda: Decorre do poder familiar; previsto nos artigos 1.566, IV; 1.583 e 1.584, caput. -Guarda como espécie de colocação em família substituta: art. 28 e ss. do ECA. -Destina-se a regular a posse de fato. Obriga a prestação de assistência material, moral e educacional, conferindo ao seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. -Medida sempre provisória, pois é medida que antecede a devolução da pessoa em desenvolvimento para o seio de sua família natural ou que vige até que haja o encaminhamento da criança ou adolescente para uma família substituta definitiva, ou seja, pais adotivos. -Não implica na destituição do poder familiar. b) Tutela: Forma de colocação em família substituta que além de regularizar a posse de fato da criança e adolescente, também confere direito de representação ao tutor, permitindo a administração de bens e interesses do pupilo. -Pressupõe a destituição ou suspensão do poder familiar. Seu raio de abrangência é maior que a simples guarda, sendo o seu exercício incompatível com o poder familiar. - Previsão legal: art. 39 e ss. do Eca (Lei 8.069/90), que revogou os artigos 1.620/29 do CC. - Restou tão somente o art. 1.618, que prevê a aplicação do ECA, e o art. 1.619, que trata da adoção de adultos aplicando-se no que couber o ECA. Toda adoção, a partir da Lei 12.010/09, é regida pelo ECA. - Conceito: Medida protetiva, excepcional e irrevogável, de colocação em família substituta, que estabelece o parentesco civil entre adotantes e adotados. Espécies de Adoção 1) Adoção unilateral: Pressupõe o rompimento do vínculo de filiação com apenas um dos pais biológicos. Exemplo: um dos cônjuges pretende adotar o filho do outro. - Pressupõe a prévia destituição do Poder Familiar do pai biológico da criança. -Padrasto tem legitimidade para propositura da ação de destituição de poder familiar? STJ já decidiu que sim. (REsp 1.106.637/SP) - Dispensa-se a fase do estágio de convivência e do cadastro prévio do adotante (art. 50, § 13, I, ECA) -O registro da sentença de adoção não cancelará o registro anterior; será essa decisão averbada à margem do assento originário Beatriz, quando solteira, adotou o bebê Théo. Passados dois anos da adoção, Beatriz começou a viver em união estável com Leandro. Em razão das constantes viagens a trabalho de Beatriz, Leandro era quem diariamente cuidava de Théo, participando de todas as atividades escolares. Théo reconheceu Leandro como pai. Quando Beatriz e Leandro terminaram o relacionamento, Théo já contava com 15 anos de idade. Leandro, atendendo a um pedido do adolescente, decide ingressar com ação de adoção unilateral do infante. Beatriz discorda do pedido, sob o argumento de que a união estável está extinta e que não mantém um bom relacionamento com Leandro. Considerando o Princípio do Superior Interesse da Criança e do Adolescente e a Prioridade Absoluta no Tratamento de seus Direitos, Théo pode ser adotado por Leandro? A) Não, pois, para a adoção unilateral, é imprescindível que Beatriz concorde com o pedido. B) Sim, caso haja, no curso do processo, acordo entre Beatriz e Leandro, regulamentando a convivência familiar de Théo. C) Não, pois somente os pretendentes casados, ou que vivam em união estável, podem ingressar com ação de adoção unilateral. D) Sim, o pedido de adoção unilateral formulado por Leandro poderá, excepcionalmente, ser deferido e, ainda que de forma não consensual, regulamentada a convivência familiar de Théo com os pais. 2) Adoção bilateral: Rompe-se o vínculo de filiação com ambos os genitores; 3) Adoção Plurilateral: Rompimento de mais de dois vínculos de filiação. Exemplo: infante que tem em seu registro dois pais, um biológico e outro socioafetivo. 4) Adoção alateral: Não há rompimento de nenhum vínculo familiar. Exemplo: infante abandonado; adoção unilateral de criança sem paternidade registrada. 5) Adoção Conjunta: (art. 42, § 2º, ECA). É aquela requerida por duas pessoas. - De acordo com esse dispositivo, é necessário que ambos sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade familiar. -Divorciados, separados judicialmente ou ex companheiros podem adotar conjuntamente? Podem se o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência comum, e desde que haja acordo sobre a guarda e regime de visitas, e desde que comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão (art. 42, § 4º, ECA)6) Adoção Consentida: Infante que possui pais registrais e esses consentem com a adoção; abrem mão do poder familiar; 7) Adoção Não Consentida: Faz-se necessário um procedimento judicial prévio de destituição do poder familiar. 8) Adoção póstuma, nuncupativa ou post mortem: Em regra, a adoção somente se constitui por sentença judicial, tornando-se definitiva com o trânsito em julgado. A exceção é a adoção póstuma, que se considera definitivamente materializado o parentesco civil não com o trânsito em julgado, mas a partir da data do óbito do adotante, retroagindo seus efeitos. -A condição é que exista inequívoca manifestação de vontade do adotante em adotar(art. 42, § 6º, ECA) -Processo de adoção deve existir à data do falecimento. -Exceção: STJ, REsp 457.635-PB: dispensou a existência do processo priorizando a existência de manifestação inequívoca da vontade de adotar mediante outros documentos. -Exceção: REsp 457.635-PB, dispensou a questão do processo já distribuído priorizando documentos outros que revelam a inequívoca manifestação da intenção de adotar. -A condição é que exista inequívoca manifestação de vontade do adotante em adotar(art. 42, § 6º, ECA) 9) Adoção Personalíssima ou intuito personae: É exceção à regra do sistema. Concedida a adotantes sem o prévio cadastro. São aquelas situações previstas no art. 50, § 13 - Casais Homossexuais: Algum tempo atrás a discussão era se casais homossexuais poderiam adotar e se companheiro homossexual poderia realizar a adoção unilateral do filho do companheiro homossexual. O ponto final dessa discussão foi o julgamento da ADIn 4.277 e ADPF 132 pelo STF reconhecendo a possibilidade de união estável entre pessoas do mesmo sexo. E o julgamento do REsp 1.085.646/RS, relatado pela Min. Nancy Andrighi no mesmo sentido. Quanto a adoção unilateral de filho de companheiro homoafetivo, o parâmetro é o REsp 1.281.093/SP, reconhecendo sua possibilidade. E, finalmente, a Resolução 175/2013 do CNJ quanto a permissibilidade de habilitação de casamento civil para pessoas do mesmo sexo. Características da Adoção a) Ato personalíssimo; é vedada a adoção por procuração (art. 39, § 2º) b) Excepcional; deve-se sempre priorizar a família natural. A família substituta deve ser, primeiramente, provisória, pois sempre se entende pela possibilidade de retorno à família natural. Apenas nessa impossibilidade e como medida excepcional, será posta em família substituta. - Essa família substituta provisória deve ser conferida à sua família extensa ou ampliada, instituto criado pela nova Lei, que compreende parentes que mantenham vínculo de afinidade e efetividade com a criança. Ex: avós e tios. - A família extensiva ou ampliada será priorizada em caso de adoção definitiva da criança e adolescente, e apenas na impossibilidade ou inexistência desses, é que será deferida a terceiros. c) Irrevogável; vínculo de adoção jamais será desfeito? Errado. Pode ser desfeito mediante processo judicial específico, tal qual ocorre com a destituição do poder familiar. -Exceção: Apelação 1.702.09.568648-2 – TJMG: pais que “desistem” da adoção, devem indenizar por dano moral e material, na forma de alimentos; Apelação 0006658-72.2010.8.26.0266 – TJSP: pais adotivos que desistiram de criar os filhos foram condenados em danos morais, mas não reconheceu alimentos por entender que a destituição do poder familiar cessa o dever de sustento. d) Incaducável; A morte do adotante não restabelece o poder familiar dos pais naturais. e) Plena; Adotado possui a mesma condição de filho biológico, ou seja, mesmos direitos e deveres, desligando-se completamente dos laços parentescos da família natural. -Exceção: Permanece íntegro o impedimentos matrimoniais, motivada por questões de saúde da eventual prole. f) constituída por sentença judicial; Não se admite mais adoção por escritura pública. - Da sentença, expedirá mandato à Serventia de Registro Civil das Pessoas Naturais para cancelamento do registro anterior e realização de novo registro. A critério do adotante, esse novo registro pode ser feito na Serventia da circunscrição da residência do adotante. (art. 47, § 3º, ECA) - Art. 47, § 5ª, ECA: “A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome.” Esse dispositivo cuida da alteração do nome quanto ao prenome. -Essa possibilidade não fica adstrita a criança ou adolescente, mas a previsão é indistinta. - Processo de adoção que envolva crianças ou adolescente com deficiência ou com doença crônica terá prioridade de tramitação. (art. 47, § 9º, ECA) Requisitos subjetivos para adoção a) idoneidade do adotante; b) motivos legítimos/desejo de filiação c) reais vantagens para o adotando Requisitos Objetivos para Adoção a) Idade: (art. 42, ECA). Podem adotar os maiores de 18 anos, desde que se respeite uma diferença de idade mínima entre adotado e adotante de 16 anos. - Em se tratando de adoção bilateral, apenas um dos adotantes deve atender a esses requisitos; b) Consentimento dos pais e do adolescente ou destituição do poder familiar: Para que se aperfeiçoe a adoção é necessário que haja consentimento dos pais biológicos ou dos representantes legais. Esse consentimento será dispensado se os pais forem desconhecidos ou se houverem sido destituídos do poder familiar. (art. 45, § 1º, ECA) -Adotando maior de 12 anos: Deve haver seu consentimento com a adoção. (art. 45, § 2º, ECA). Crianças também serão ouvidas ainda que sua manifestação não seja determinante. Trata-se de uma decorrência do princípio da proteção integral em que crianças e adolescentes são sujeitos de direito, e não objeto de proteção. -Art. 166, § 5º, ECA: O consentimento é retratável até a data da publicação da sentença constitutiva. Esse dispositivo foi alterado em 2017, passando a vigorar: “O consentimento é retratável até a data da realização da audiência especificada no § 1o deste artigo, e os pais podem exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado da data de prolação da sentença de extinção do poder familiar.” c) Precedência de Estágio de Convivência: -Art. 46, ECA: “A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso.” (Alteração recente de 2017. Antes não havia prazo definido, ficava a critério do juiz.) -O estágio de convivência tem como finalidade verificar a compatibilidade entre adotante e adotando. É precedido de estudo psicossocial que tem por finalidade apurar a presença dos requisitos subjetivos para adoção. -Art. 46, § 1º, ECA: “O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo”. (a legislação anterior também dispensava o estágio de convivência se o adotando tivesse menos de 01 ano. Essa possibilidade foi revogada) - § 2º, ECA: “A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência.” - § 2º-A, ECA: “O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.” - § 3º, ECA: “Em caso de adoção por pessoa ou casal residenteou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária” - § 4º, ECA: “O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida.” -§ 5º, ECA: “O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da criança.” d) Prévio Cadastramento: Para adotar a família substituta deve estar inscrita no cadastro por meio de um procedimento previsto no art. 197-A e ss. do ECA. - Em alguns casos, esse cadastro é dispensado: (art. 50, § 13, ECA) “§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: I - se tratar de pedido de adoção unilateral; II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.” - Entretanto, a jurisprudência tem dado interpretação extensiva a esse dispositivo: STJ, REsp 1.172.067-MG. Dispensou o prévio cadastramento considerando o fato dos adotantes já ter convívio diário com o adotando com o consentimento da mãe biológica Impedimentos para a Adoção - De acordo com o art. 42, § 1º, ECA, não pode adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. Também não pode adotar o tutor e o curador senão depois de prestadas as contas da administração dos bens do pupilo ou do curatelado.(art. 44, ECA) -Os fundamentos para essa proibição é a “...quebra da harmonia familiar e confusão entre os graus de parentesco, inobservando-se a ordem natural existente entre parentes”. (LUCIANO ALVES ROSSATO) -Exceção: O STJ no REsp 1.448.969-SC, reconheceu a adoção em favor de avós por considerar condições especiais nesse caso: segundo o STJ os adotantes já haviam adotado a mãe do adotando estando ela grávida deste fruto de abuso sexual. Portanto, o adotando sempre teve contado com os adotantes desde seu nascimento. Ainda, o adotando, embora tenha ciência de seu vínculo genético, reconhece os adotantes como seus país, e sua mãe biológica como irmã. Direito à Paternidade Científica ou Biológica: conhecimento da ascendência genética e acesso aos autos do processo de adoção - O art. 48, ECA, garante à pessoa o direito de conhecer sua origem biológica, se maior de 18 anos. O parágrafo único desse artigo também garante esse direito aos menores de 18 anos, assegurada orientação e assistência psicológica e jurídica. -Trata-se esse direito de decorrência lógica do direito constitucional fundamental à identidade do indivíduo. -Esse direito é facultado de 02 formas: a) acesso aos autos do processo de adoção; b) ação investigatória de ascendência genética; -A ação investigatória de ascendência não interfere no vínculo de filiação já existente com os pais adotivos, nem tão pouco restabelece o poder familiar dos pais biológicos. -Ação investigatória de ascendência ≠ Ação de investigação de paternidade: Ambas são ações de estado, logo imprescritíveis. Porém a investigatória não tem o condão de estabelecer vínculos jurídicos; os pais biológicos descobertos não estarão obrigados aos deveres de guarda e sustento. -Aplicação na ação investigatória de ascendência o disposto no art. 2-A, da Lei 8.560/92, ou seja, a recusa a se submeter a exame de DNA, gera presunção de paternidade. Trata-se da legalização da Súmula 301, STJ. - Art. 227, § 5º, CF: “A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.” - Conceito: (art. 51, ECA). Aquela em que o adotante ou casal adotante é residente ou domiciliado fora do Brasil. - Caráter subsidiário: Diz-se caráter subsidiário para a adoção internacional uma vez que essa só será deferida na hipótese de absoluta impossibilidade de adoção nacional; a prioridade é a adoção nacional; é a última solução para colocação em família substituta. Condição para Admissibilidade da Adoção Internacional - A normativa contida no ECA tem como precedente a Convenção de Haia de 93, relativa à proteção das crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo 01/1999 e promulgada pelo Dec. 3.087/1999 a) Intervenção das autoridades centrais estaduais e federal em matéria de adoção internacional: O interessado deve formular pedido de habilitação perante a autoridade central em matéria de adoção internacional do pais de acolhida, que é aquele em que situada sua residência habitual. -A cooperação em matéria de adoção internacional pressupõe que cada país tenha a sua autoridade central de adoção, encarregada de dar cumprimento às obrigações impostas pela Convenção de Haia. - No brasil, essa autoridade central é representada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, e outras autoridades estaduais. -País de origem: Local em que se encontra a criança ou adolescente em condições de ser adotado; -País de acolhida: residência ou domicílio da pessoa interessada na adoção. b) Que a colocação em família substituta seja a solução adequada ao caso concreto, sendo a adoção internacional medida subsidiária ou excepcional: A adoção, por si só, já é medida excepcional, que só é adotada quando esgotada todas as possibilidades de manutenção ou retorno da criança e do adolescente junto ao seu grupo familiar de origem. (art. 1º, § 1º, Lei 12.010/09 – princípio da prevalência da família). -Havendo necessidade de colocação em família substituta, preferirá parentes do menor, e na impossibilidade se recorrerá ao cadastro. E apenas na impossibilidade desse é que se permitirá a drástica solução de recorrer ao cadastro internacional.(REsp 180.341-SP) c) Observância do Estágio de convivência e de parecer favorável da equipe interfuncional: As observações do estágio de convivência na adoção nacional valem para a internacional. -Art. 46, § 3º, ECA: “Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.” -Art. 46, § 3-Aº, ECA: “Ao final do prazo previsto no § 3o deste artigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no § 4o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoçãoà autoridade judiciária.” -Art. 46, § 4º, ECA: “O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da criança.” d) Preferência pela adoção internacional efetivada por brasileiros residentes no exterior: Na adoção internacional, medida excepcional; há uma ordem de prioridade: i) brasileiros residentes no exterior; ii) estrangeiros. A intenção nessa preferência é preservar os laços nacionais do adotando. -Tal requisito deve ser analisado em consonância com os demais, tudo em prol do superior interesse da criança. Estrangeiro residente no Brasil - Nessa condição, como já visto, trata-se de adoção nacional, e não internacional. O art. 5º da CF, proíbe distinções entre estrangeiros residentes no pais e brasileiros, salvo aquelas expressamente por ela tratada. Essa igualdade deve ser observada para a adoção de estrangeiro residente no pais. -A questão merece atenção se o estrangeiro possui residência habitual no pais e após o concluído o processo tem intenção de se mudar. Neste caso o processo deve ser tratado como adoção internacional. Nacionalidade do adotado na adoção internacional - Cabe a cada estado regular a questão da aquisição, manutenção e perda da nacionalidade do adotado, ou seja, o Estado de origem disciplinará se o adotado manterá ou perderá a nacionalidade e o Estado de acolhida disciplinar se adquirirá sua nacionalidade. -No caso brasileiro, a CF não prevê como causa de perda da nacionalidade a adoção internacional. Medidas Socioeducativas - Conceito: Medida jurídica, de conteúdo pedagógico, com caráter sancionador, aplicada em procedimento adequado ao adolescente autor de ato infracional. -Rol das medidas socioeducativas previstas no art. 112. Rol taxativo. Espécies de Medidas Socioeducativas 1) Advertência; - Mais branda das medidas socioeducativas. Consiste apenas na repreensão verbal do adolescente. -Se esgota em si. Feita a admoestação, não será tomada qualquer outra medida, senão apenas registrar o ato praticado mediante lavratura de termo. -Quando feita de maneira verbal pelo Juiz, é tarefa indelegável; só o Juiz poderá fazê-lo. (STJ, REsp 104.485/DF) 2) obrigação de reparar o dano; - Tem por finalidade promover a compensação da vítima, por meio de restituição do bem, do ressarcimento ou de outras formas -Uma vez reparado o dano, não há motivos para a continuidade da medida, por isso é considerada medida por tarefa. 3) prestação de serviços à comunidade; - O adolescente realizará, gratuitamente, tarefas de interesse geral, observando suas aptidões. - O adolescente deve apresentar aptidão física e mental para o desempenho das tarefas que lhes são impostas. -A tarefa deve apresentar um plus socioeducativo e importar em soma de conhecimentos e oportunidades. - Esta medida não pode ser superior a 06 meses, e 08 horas semanais. -Pode ser cumprida aos sábados, domingos e feriados. 4) liberdade assistida; - Medida socioeducativa por excelência. O adolescente permanece junto com a sua família e a comunidade, ao mesmo tempo que estará sujeito a acompanhamento, auxílio e orientação. -Esta medida visa: i) promover socialmente o adolescente e sua família; ii) supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente; iii) diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho(16 anos). -Prazo mínimo de 06 meses e máximo de 03 anos. 5) semiliberdade; - Medida restritiva de liberdade onde o adolescente será afastado do convívio familiar e da comunidade, porém, sem privá-lo totalmente de seu direito de ir e vir e de contato com a comunidade e familiares. - Nessa espécie de medida, está previsto a realização de atividades externas como trabalhar, frequentar escola, cursos, visita a família, etc. Por ser da essência do instituto, independem as atividades externas de autorização judicial. (art. 120, ECA). Contudo, há acentuada divergência quanto a este dispositivo: Contrário ao art. 120: “HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO A ROUBO. INTERNAÇÃO. PROGRESSÃO PARA SEMILIBERDADE. ATIVIDADES EXTERNAS. VISITAS PERIÓDICAS À FAMÍLIA. RESTRIÇÕES IMPOSTAS PELO JUÍZO. POSSIBILIDADE. Na linha dos precedentes desta Corte, admite-se que o magistrado, visando a reintegração progressiva do adolescente e atentando para as circunstâncias do caso, imponha restrições às atividades externas a serem realizadas durante o cumprimento da medida sócio-educativa de semiliberdade, tais como saídas para visita à família em finais de semana. Ordem denegada.” (STJ, HC 78.446/RJ) A favor do art. 120: “EMENTA: HABEAS CORPUS. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE SEMILIBERDADE. LIMITE MÁXIMO DE DURAÇÃO. RESTRIÇÃO À REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES EXTERNAS E IMPOSIÇÃO DE CONDIÇÕES RELATIVAS AO BOM COMPORTAMENTO DO PACIENTE PARA VISITAÇÃO À FAMÍLIA. IMPOSSIBILIDADE. ARTIGO 227 DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL” (STF, HC 98.518) - Afetas aos princípios: i) brevidade (deve se dar pelo menor tempo possível); ii) excepcionalidade (aplicada somente em hipóteses excepcionais) - É aplicada em sentença, na ação socioeducativa ou como forma de transição para o meio aberto. - Aplicada sem prazo determinado, tempo de duração dependerá necessariamente do andamento do processo socioeducativo e do suprimento do déficit existente. Contudo, não poderá superar o tempo de 03 anos. 6) internação: (o adolescente permanece institucionalizado) - Medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios da brevidade e excepcionalidade. -Tem cabimento contra atos infracionais que envolva violência ou grave ameaça à pessoa. Tráfico de drogas não impõe internação (vide Súmula 492, STJ) -Pode ser de 03 modalidades: a) Internação provisória: Decretada pelo Juiz no processo de conhecimento antes da sentença. Prazo limite é de 45 dias.(art. 108, ECA) b) Internação com prazo indeterminado: Decretado pelo juiz no processo de conhecimento proferida em sentença. Prazo máximo de 03 anos. (art. 122, I e II) c) Internação com prazo determinado: Decretado pelo Juiz em processo de execução em razão do descumprimento de medida anterior imposta. Prazo máximo de 03 meses. (art. 122, III, ECA). Denominada pela doutrina de internação-sanção. Prescrição da Medida Socioeducativa - Até a Súmula 338, STJ (A prescrição penal é aplicável nas medidas socioeducativas), havia acentuada discussão acerca do reconhecimento ou não da prescrição às medidas socioeducativas. -Essa súmula decorre do entendimento do STJ, segundo a qual, quanto a punibilidade, ser aplicado no ECA, de forma subsidiária, as regras da parte geral do CP, dentre elas a prescrição. -Argumento favorável: A prescrição é direito que assiste a pessoa adulta, e como tal deve também ser reconhecido ao adolescente. -Argumento contrário: Tendo em perspectiva a sua finalidade pedagógica, extrai-se daí a incompatibilidade da prescrição com a medida socioeducativa; é dizer, a necessidade de ressocialização deixaria de existir por conta do simples decurso do tempo, sem qualquer análise concreta do caso. -Como se calcula a prescrição no ECA?: Duassituações: a) Prescrição da pretensão punitiva: Leva-se em conta o prazo máximo da medida (03 anos), o que daria o prazo prescricional de 08 anos (art. 109, IV, CP). Se aplica, ainda, a redução desse prazo pela metade por ser o agente menor de 21 anos. (art. 115, CP). Logo, o prazo é de 04 anos. -Exceção (STJ): Se o tipo penal correspondente a infração previr pena inferior a 03 anos, deve este prazo ser levado em conta. b) Prescrição da Pretensão punitiva: O STJ oferece os seguintes parâmetros b1) se for medida socioeducativa aplicada sem prazo de duração (liberdade assistida, semiliberdade, internação sem prazo determinado), leva-se em conta seu prazo máximo de 03 anos para o calculo da prescrição. Mesma ressalva feita caso o tipo penal preveja prazo menor. b2) se a medida tiver duração certa, o prazo dessa medida será levado em consideração para o calculo da prescrição