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Biomedicina

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75Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
Procedimentos:
1. Com um tubo capilar colocar uma gota de sangue na extremidade de uma lâmina 
histológica limpa;
2. Utilizando-se de outra lâmina histológica, fazer corretamente o esfregaço deixando 
uma película de sangue sobre a lâmina; proceder da seguinte forma:
- Segurar a lâmina, contendo a gota de sangue, com os dedos polegar e indicador da 
mão esquerda; 
- Inclinar outra lâmina histológica a 45°, segurando com os dedos polegar e indicador, 
da mão direita. Levar a lâmina inclinada até o início da gota de sangue;
- Quando a lâmina toca na gota, o sangue escorre em seu bordo. Nest ponto deve-se 
fazer voltar a lâmina inclinada para trás, formando-se a película de sangue.
- Deixar a lâmina secar ao ar ambiente antes de proceder a coloração.
3. Realizar a coloração com o corante panótico, lavar em água corrente após a coloração 
e deixar secar.
4. Analisar ao microscópio ótico no aumento de 1.000X para observação da morfologia 
celular. 
5. Feito isto, iniciar a contagem diferencial dos leucócitos com o aumento de 400X, 
conforme técnica abaixo até contar 100 células.
6. Após a contagem, determinar a contagem absoluta destes leucócitos, através de regra 
de três simples.
Por exemplo: A contagem total de leucócitos foi de 10.000 por mm3 e a contagem 
diferencial de linfócitos foi de 30%, então a contagem absoluta de linfócitos é de 3.000 por 
mm3.
Observação: Se forem observadas células anormais, estas devem ser analisadas com 
objetiva de 100.
Dica: Durante a contagem diferencial, também podemos realizar uma avaliação da 
contagem total de leucócitos e plaquetas, mesmo sendo grosseira, muitas vezes permite 
detectar erros na contagem total.
Algumas alterações na contagem de leucócitos:
Neutrocitose ou Neutrofilia: aumento dos neutrófilos. Pode ser provada por: neutrofilia 
hereditária, infecções bacterianas agudas e crônicas, algumas infecções virais como varicela, 
herpes simples, raiva, poliomielite; algumas infecções fúngicas como a actinomicose; algumas 
parasitoses, como amebíase hepática, a filaríase. Também ocorre por dano tecidual como 
trauma, cirurgia, queimaduras, infarto agudo do miocárdio, infarto pulmonar, inflamação 
aguda e crônica grave (gota, febre reumática, artrite reumatoide). Também ocorre em 
leucemias e síndromes mieloproliferativas ou pela administração de drogas como corticóides, 
lítio, intoxicações por agentes químicos, envenenamentos por picada de insetos etc. 
Neutropenia ou Neutrocitopenia: diminuição do número de neutrófilos; pode ser 
um fenômeno isolado ou fazer parte de uma pancitopenia. São causas de neutropenia: 
agranulocitose, infecções virais, dengue, infecção pelo HIV, infecções bacterianas como 
febre tifóide, brucelose, infecções por protozoários como a malária, irradiação, anemia 
megaloblástica e anemia aplástica, alcoolismo, hipertireoidismo.
76Biomedicina na prática: 
da teoria à bancada SUMÁRIO
Eosinofilia: aumento do número de eosinófilos, geralmente causado por doenças 
alérgicas, hipersensibilidade medicamentosa, infecções parasitárias e doenças cutâneas. 
Ainda pode ocorrer eosinofilia na leucemia mielóide crônica.
Eosinopenia: redução do número de eosinófilos, geralmente causada por estresse agudo, 
incluindo trauma cirurgia, queimaduras, convulsões, inflamação aguda, drogas incluindo os 
corticóides.
Linfocitose: aumento do número de linfócitos. Bebês e crianças possuem normalmente 
contagem mais elevada. Pode ocorrer devido infecções virais, esplenectomia, reações 
alérgicas a drogas e na leucemia linfoide.
Linfopenia: redução do número de linfócitos. É comum como parte resposta aguda ao 
estresse. Pode ocorrer devido na insuficiência renal incluindo aguda e crônica, carcinomas, 
AIDS, estágio final da doença, artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico.
Monocitose: aumento do número de monócitos. Em recém-nascidos é comum ter 
monocitose. São causas de monocitose: infecção crônica, como a síflis, condições inflamatórias 
crônicas, carcinoma, condições leucêmicas e mieloproliferativas, leishmaniose, hanseníase, 
tuberculose.
Basofilia: E comum observar um aumento acentuado nas contagens de basófilos nas 
desordens mieloproliferativas, em algumas leucemias e em choque anafilático. 
8. PRÁTICA: Contagem de plaquetas
As plaquetas são fragmentos celulares de pequeno tamanho, e por isso possuem 
tendência a aderir a superfícies estranhas ao endotélio vascular para formação de coágulo, 
com posterior desintegração. Desta forma, a contagem de plaquetas não é fácil. Ela pode 
ser feita por métodos diretos e indiretos. O método direto é feito em câmara de Neubauer, 
e o método indireto (de Fônio) plaquetas são contadas no esfregaço. A contagem global da 
quantidade de plaquetas é importante para evidenciar doenças hemorrágicas ou leucemias.
8.1. PRÁTICA: Contagem direta pela câmera de Neubauer 
(método de Rees-Ecker)
Materiais:
- Tubo de vidro com tampa para diluição e homogeneização;
- Pipetas;
- Ponteiras;
- Papel absorvente;
- Agitador hematológico;
- Câmara de Neubauer;
- Lamínula;
- Luvas;
- Jaleco;

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