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Roxanne Cabral – M8 – 2020.1 – Emergência 1 ABORDAGEM INICAL AO PACIENTE CRÍTICO Paciente crítico: paciente em risco de vida, com algum grau de deterioração clínica (convulsão, delírio, rebaixamento do sensório, etc.) ou de sinais vitais.... Precisamos avaliar se o quadro é: Súbito ou Insidioso No atendimento de um paciente crítico na emergência estamos expostos à: ... decisão sob pressão ... alarmes ... estresse ... barulho Essas situações influenciam bastante no atendimento ao paciente, uma vem que podem afetar a habilidade de resolução do problema do profissional. Presença ou risco de disfunção orgânica Deterioração Clínica Cardiovascular Hipotensão arterial PAS <90 PAD<60 Hipertensão arterial Bradicardia (<50) ou Taquicardia (>100) ▪ Sintomas associados indicam gravidade Redução da diurese <0,5mL/kg/h Respiratória Bradipneia (<10 irpm) Taquipneia (>30 irpm) Queda de saturação de O2 (SatO2 < 94%) Neurológica Rebaixamento do sensório Convulsões Desorientação Devemos avaliar sempre: • Necessidade de suporte de vida • Prioridade de atendimento A maioria das PCR’s intra-hospitalares é prevenível... O processo de atendimento ao paciente crítico é rápido e dinâmico: ↓ Avaliar ↓ Identificar a síndrome ↓ Intervenção para evitar deterioração Suporte Inicial – MOVE MONITORIZAÇÃO OXIGENAÇÃO (se < 94%) VEIA EXAMES Essa conduta vai nos fornecer os sinais vitais e as pistas de como atuar nos próximos minutos! Lembrar que a monitorização da PA é do tipo não invasiva, pois dificilmente na emergência conseguiremos acesso por PAM. PA não invasiva Dados do monitor Roxanne Cabral – M8 – 2020.1 – Emergência 2 Padrão de monitorização da maioria dos monitores Valores expostos: ▪ FC: superior do monitor ▪ PAS/PAD (PAM) o PAM ideal > 65mmHg ▪ Sat. O2 (%) ▪ Frequência respiratória (FR) Traçados: ▪ Verde: traçado eletrocardiográfico ▪ Azul: ritmo respiratório ▪ Amarelo: curva de saturação de O2 FC do oxímetro = FC da monitorização cardíaca Se a FC no oxímetro é menor que a FC da monitorização cardíaca, isso se constitui sinal de alarme de má perfusão periférica. O paciente pode estar no momento com: ▪ Extremidades frias ▪ FA FA → para avaliação da FC em suspeita de FA devemos faze-la no ECG e não no monitor. Monitorização Cardíaca Vermelho (2º EID) | Preto (6º EID) → LADO DIREITO Amarelo (2º EIE) | Verde (6º EIC) → LADO ESQUERDO Branco → médio-esternal (cores escuras na parte inferior, cores mais claras na parte superor) Sempre que paciente se mostra em assistolia no monitor, mas está “aparentemente” bem, devemos desconfiar de 3 problemas: CAGADA ▪ CA: Conexão adequada de cabos (solto? Eletrodo bem aderido na pele?) ▪ GA: Ganho adequado de informações (ondas muito pequenas podem ser confundidas com assistolia, podemos aumentar o tamanho da visualização do traço – 2N) ▪ DA: há outras derivações que ainda possuem ritmo normal? Recebendo o paciente... Anamnese direcionada QUEIXA | COMORBIDADES | MEDICAÇÕES | ALERGIAS SAMPLE ↓ Sinais e sintomas Alergia Medicamentos em uso Passado médico Exposição do paciente Exame físico básico Sinais: Cianose periférica: melhor avaliada no leito ungueal ou planta do pé ▪ A cianose é vista a partir de 80% de SatO2 ▪ Cuidado com pacientes com anemia, que não expressam tão bem a cianose. Em alguns casos esses pacientes só expressam cianose quando há menos de 40% de SatO2. Cianose central: cor arroxeada em lábios, nariz, mucosas Edema Bilateral Temos que caracterizar e buscar a síndrome (coração, rim ou fígado? → principais órgãos em edemas) Se edema presente, devemos fazer ausculta imediamente: crepitação em pulmão indica edema agudo de pulmão. Roxanne Cabral – M8 – 2020.1 – Emergência 3 Edema unilateral Pensar em TVP e buscar história e sinais. Turgência jugular patológica ▪ Tamponamento cardíado ▪ Pneumotórax ▪ Sobrecarga ventricular direita → Insuficiência ventricular direita Turgência Jugular SEMPRE PENSAR... ▪ Quais os dados iniciais que me ajudarão na avaliação do paciente? o Sinais vitais! ▪ Como posso fornecer suporte de vida imediato? ABCDE! Sinais vitais PA | FC | FR | TEMPERATURA | NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Outros exames importantes: ▪ HGT ▪ Saturação ABCDE Airway | Breathing | Circulation | Disability | Exposure ABCDE - AIRWAY O paciente é capaz de proteger as vias aéreas? Há alguma obstrução? Motivos de obstrução da VA: ▪ Queda da língua ▪ Secreções Obstrução da VA por relaxamento da língua que se projeta contra a orofaringe. Classificação da VA quanto a permissão à passagem do ar: ▪ Pérvia ▪ Preservada: paciente irresponsivo, mas sem necessidade de manobras invasivas para deixar a VA pérvia. ▪ Não preservada: necessidade de manobras invasivas para deixar a VA pérvia. Manobras para abertura de VA Chin-Lift: elevação do mento com a inclinação cervical. Essa manobra é realizada para o controle de vias aéreas, consiste em posicionar os dedos de uma das mãos do examinador sob o mento, que é suavemente tracionado para cima e para frente, enquanto o polegar da mesma mão deprime o lábio inferior, para abrir a boca; a outra mão do examinador é posicionada na região frontal para fixar a cabeça da vítima. ▪ Manobra proibida em traumatizado com suspeita de lesão cervical pois há risco de provocação de uma síndrome de compressão medular. ▪ Pode ser usada para evitar queda da língua. Chin-Lift Jaw-Thurst: tração da mandíbula. Essa técnica tem como vantagem o fato de não mobilizar a coluna cervical, visto que promove a desobstrução das vias aéreas por projetar a mandíbula anteriormente, deslocando também a língua. Como desvantagem, é tecnicamente de difícil execução, além de não permitir que o socorrista estando sozinho) continue a avaliação da vítima, visto que estará com as duas mãos envolvidas na manutenção da manobra. Executar da seguinte forma: 1) Apoiar a região tenar da mão sobre a região zigomática da vítima, bilateralmente, estando posicionado na sua "cabeceira"; 2) Colocar a ponta dos dedos indicador e médio atrás do ângulo da mandíbula, bilateralmente, exercendo força suficiente para desloca-Ia anteriormente; 3) Apoiar os polegares na região mentoniana, imediatamente abaixo do lábio inferior, e promover a abertura da boca. Jaw-thurst Roxanne Cabral – M8 – 2020.1 – Emergência 4 Cânula Orofaríngera: a queda de língua representa grande parte dos óbitos em ambiente pré-hospitalar, principalmente em vítimas de trauma. Uma ação terapêutica simples para os profissionais que atuam em uma situação de emergência é o uso da Cânula Orofaríngea, conhecida também como cânula de Guedel. Porém, a instalação desse dispositivo está contraindicada nas vítimas conscientes. A canulação orofaríngea (COF) deve ser instalada para manter a língua em posição que não comprometa a passagem de ar em vítima com nível de consciência rebaixado. A seleção do tamanho adequado para a vítima deve ser estimada pela distância entre a rima labial e o lobo da orelha ou o ângulo da mandíbula. Cânula Orofaríngea (Guedel) – Medição e Colocação com a concavidade para cima e ao chegar no palato, gira-la a 180°. ABCDE - BREATHING O paciente necessita de suporte ventilatória? ▪ Buscas sinais de insuficiência respiratória (Cianoses, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal...) ▪ Taquipneia ou bradipneia ▪ Queda da saturação de O2 Devemos avaliar o padrão respiratório e fazer um exame do aparelho respiratório rápido: ▪ Expansão torácica ▪ Percursão ▪ Fazer ausculta pulmonar Modalidadesde equipamentos usados para aporte de O2 ao paciente: ▪ Cateter nasal: pouco aporte de O2 (2-3L) ▪ Micronebulização (até 4L) – fornece medicamentos e oxigênio simultaneamente. Micronebulização ▪ Macronebulização (até 15L) ▪ VNI → O2 a altas pressões ▪ VM (VA avançada = definitiva) Quando há dificuldade de intubação orotraqueal, podemos usar a máscara laríngea, pois essa pode ser mantida por até 12h e nos dará tempo para planejar nova tentativa de IOT. Esses métodos são utilizados para aumentar a FiO2... Roxanne Cabral – M8 – 2020.1 – Emergência 5 ABCDE - CIRCULATION O paciente tem alguma alteração na circulação? Choque? Emergência hipertensiva? Arritmias? Devemos buscar os seguintes problemas circulatórios: ▪ Hipovolemia ▪ Hipotensão (<90x60) ▪ HAS ▪ Hipotensão ▪ Assimetria de pulso (central) Atenção aos sinais de choque: ▪ Tempo de enchimento capilar (TEC) lentificado Compressão do leito ungueal na altura do coração durante 15 segundos e depois cronometrar o enchimento capilar (> 4 segundos = suspeita de choque). ▪ Tempo de enchimento capilar no joelho (outro método para TEC) Elevar o joelho a altura coração e pressionar a pele do joelho com as polpas digitais. Se a retomada da cor da pele pressionada demorar mais que 3 segundos → podemos considerar má perfusão periférica. ▪ Cor de extremidades (cianose?) ▪ Confusão mental ou agitação Na emergência esse sinal deve nos alertar para má perfusão cerebral. ▪ Oligúria Diurese < 0,5mL/kg/h (avaliada através do cateter vesical de demora) ▪ Hipotensão arterial ▪ Hiperlactetemia (até 2mmol ou 18mEL/L) ▪ Livedo (motiamento) em joelho Quanto maior (acima do joelho), pior o quadro do paciente. Tratamento ▪ Cristaloides ▪ Hemotransfusão ▪ AVP ▪ Fármacos Manter monitorização ▪ Eletrocardiograma (ECG) ▪ PA não invasiva (PNI) ABCDE – DISABILITY e EXPOSURE O paciente tem alteração do nível de consciência? Quais dados ao expor o paciente temos de pista para o diagnóstico? Disability... ▪ Rebaixamento do sensório ▪ Escala de Coma de Glasgow ou Escala AVDI Estimulo doloroso: leito ungueal, fricção no esterno, álcool em mucosa. ▪ Palavras inapropriadas → palavras soltas ▪ Palavras incompreensivas → gemidos A avaliação pupilar nos dá melhor avaliação do tronco cerebral. Pontuação da ECG: Sem avaliação pupilar: Mínimo: 3 Máximo: 15 Com avaliação pupilar: Mínimo: 1 Máximo: 15 Flexão anormal = decortificação (mão no CORação) Extensão anormal = descerebração Exposure ▪ Avaliação completa do paciente assim que possível Ex: urticária / foco de infecção Buscar por lesões adicionais não observadas no ABCD. Roxanne Cabral – M8 – 2020.1 – Emergência 6 HABILIDADES TÉCNICAS Conhecimento teórico-prático ▪ Necessário... mas não suficiente. HABILIDADES NÃO TÉCNICAS Liderança Trabalho em equipe Boa comunicação ↓ Aumenta a segurança | Reduz erros | Melhora os desfechos A comunicação é muito importante! Pedido → ECO DE ENTENDIMENTO → Resposta A comunicação deve ser clara e objetiva, explícita e direta e em alça fechada (ter certeza de que o foi pedido foi entendido através da confirmação). EQUIPE NECESSÁRIA NA RCP SEGUNDO AHA Na ressuscitação cardiopulmonar é necessário que haja uma pessoa para cada abordagem: ▪ Via aérea (ventilando) ▪ Massagem cardíaca externa ▪ Desfibrilação ▪ Medicação ▪ Cronômetro (anotação de horário de cada procedimento iniciado) ▪ Líder Em geral, as pessoas na VA e massagem devem revezar a cada 2 minutos. O líder NÃO deve se envolver em nenhuma outra atividade, ele deve observar, coordenar e tomar decisões adequadas. Além disso, deve assegurar comunicação em alça fechada.