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Lição 9-2T_2024 - O Diaconato

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LIÇÃO DE NÚMERO 9 
O DIACONATO 
(Extraída da Revista Palavra & Vida da Convenção Batista Fluminense – Ano 20 – nº 81 – 
2T2024, com diversos Comentários Bíblicos e Notas Pessoais) 
 
APRESENTAÇÃO E ABERTURA 
Olá! Graça e paz da parte de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Amém! Você que nos 
assiste e nos acompanha seja muito bem-vindo, você está no Canal Beit Sêfer Escola 
Bíblica à distância. E eu estou muito feliz pela sua audiência e grato a Deus por todos que 
nos assistem e nos acompanham. 
Caso você deseje pode acessar este Comentário em PDF no Site do Canal e utilizar 
os Infográficos das lições para incrementar e dinamizar a sua aula, o link está na 
descrição do vídeo. 
Nós estamos estudando a Revista Palavra & Vida da Convenção Batista Fluminense cujo 
tema central neste trimestre é: Atos da Igreja Primitiva – Estudando atos e os relatos da 
Igreja Primitiva. Hoje na Lição de número 9 o tema será: O Diaconato. 
 
INTRODUÇÃO 
Lucas registra nos seis primeiros capítulos em Atos dos Apóstolos como o Senhor fez a 
igreja crescer caindo na graça de todo o povo, e como as suas características e 
necessidades foram se multiplicando ao longo dos dias. Imagine os desafios e dificuldades 
enfrentados pela comunidade, que inicialmente era composta por 12 discípulos e foi 
aumentada para 70, 120 e depois para 3000, e, vale ressaltar, não parava de crescer. 
Na verdade, quando lemos as descrições da igreja primitiva, os milagres, sua forma de 
compartilhar, a generosidade e o companheirismo, possivelmente desejamos ter sido 
parte desta igreja "perfeita". Mas em realidade, a igreja primitiva teve problemas como os 
que temos hoje. Nenhuma igreja foi nem será perfeita até que Cristo e sua Igreja se unam 
em sua Segunda Vinda. Todas as Igrejas têm problemas. Se os inconvenientes de sua igreja 
o desanimam, pergunte-se: "Permitira-me uma igreja perfeita ser seu membro?" Por isso 
você devem fazer o que estiver ao alcance para que sua igreja seja melhor. Uma igreja não 
tem que ser perfeita para ser fiel (Comentário da Bíblia Diário de Viver). 
 
Para dar início ao nosso estudo eu convido você a abrir e acompanhar com a sua Bíblia 
a leitura em vamos ler a Bíblia em Atos 6.5-7 (VIVA) – “Isto pareceu razoável à assembléia 
toda, e eles elegeram estes: Estevão (um homem excepcionalmente cheio de fé e do 
Espírito Santo), Filipe, Prócoro, Nicanor, Simão, Pármenas, Nicolau de Antioquia (um 
estrangeiro convertido à fé judaica, e que se havia tornado cristão). 6 Estes sete foram 
apresentados aos apóstolos, que oraram por eles e abençoaram a todos eles, colocando as 
mãos em suas cabeças. 7 A mensagem de Deus era pregada em círculos que se alargavam 
cada vez mais, e o número dos discípulos aumentava enormemente em Jerusalém; muitos 
dos sacerdotes judaicos também se converteram” 
 
DESENVOLVIMENTO 
O Comentário Bíblico Moody diz que… a igreja nos seus primeiros dias de existência não 
tinha organização formal, nem oficiais ou líderes, com exceção dos apóstolos. O 
crescimento numérico da igreja e os problemas que surgiram na comunidade interna 
exigiu que se começasse a organizá-la e que se escolhesse líderes ou ministros adicionais. 
Agora pense no seu crescimento explosivo. Imagine o quanto de cuidado pastoral esta 
igreja estava demandando! Certamente, os Apóstolos não estavam mais dando conta de 
toda esta demanda e Deus, mais uma vez, encaminhou homens fiéis a Ele para que o Reino 
continuasse avançando. O diaconato estava sendo inaugurado. Vamos entender como foi 
a necessidade da igreja, o caminho trilhado e como se dá o diaconato nos nossos dias. 
 
1. DA NECESSIDADE, PARA O MINISTÉRIO 
Lucas registra que a igreja enfrentava problemas na distribuição de alimentos para os 
necessitados. As mesas precisavam ser supridas, e os helenistas começaram a questionar 
os hebreus sobre essa questão. A solução foi rápida: escolher sete homens cheios do 
Espírito Santo e sabedoria para cuidar dessa missão de servir às mesas. 
A preocupação dos Apóstolos era manter o foco na eficiência daquilo que a igreja 
realizava, tanto internamente quanto externamente. Era uma demanda tanto para os fiéis 
como para a sociedade que admirava a atuação da igreja em amor e serviço. 
Esses apóstolos, cuja responsabilidade era a pregação da Palavra e a oração, agora 
estavam sendo confrontados com a necessidade de administrar a distribuição de recursos. 
 
Antes de continuar vamos ler a Bíblia em Atos 6.1-2 (NVI) – “Naqueles dias, crescendo o 
número de discípulos, os judeus de fala grega entre eles queixaram-se dos judeus de fala 
hebraica, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária de alimento. 
2 Por isso os Doze reuniram todos os discípulos e disseram: "Não é certo negligenciarmos 
o ministério da palavra de Deus, a fim de servir às mesas” 
 
Segundo o Comentário da Bíblia Diário de Viver... outro problema interno se apresentou 
na igreja primitiva. Os judeus hebreus, judeus cristãos nativos, falavam aramaico, um 
idioma semita. Os cristãos de fala grega talvez eram judeus de outras terras que se 
converteram no Pentecostes. Os cristãos de fala grega murmuravam sobre o trato injusto 
para suas viúvas. Possivelmente este favoritismo não foi intencional, mas se originou pela 
barreira do idioma. Já para o Comentário Hagnos... os apóstolos não ficaram na defensiva. 
Acolheram as críticas dos helenistas e tiveram coragem de fazer uma correção de rota. [...] 
Aquilo que funcionou bem ontem pode não ser mais funcional nem relevante hoje. Não 
podemos sacralizar as estruturas. Elas são facilitadoras, e não empecilhos, para o avanço 
da obra. Em vez dos apóstolos se desgastarem ainda mais no trabalho do serviço às mesas, 
ampliaram o quadro de obreiros. É conhecido o que Dwight Moody costumava dizer: “E 
melhor colocar dez homens para trabalhar do que tentar fazer o trabalho de dez homens”. 
Warren diz que a igreja apostólica não teve medo de fazer ajustes em sua estrutura, a fim 
de dar espaço para a expansão do ministério. É triste quando as igrejas destroem 
ministérios por se recusarem a modificar suas estruturas. 
 
[Observe que aquilo] que poderia ter sido um problema capaz de provocar uma 
debandada na primeira igreja e trazer má fama à sociedade, tornou-se, nas mãos do 
Senhor, um ministério poderoso: o Diaconato. Este ministério foi estabelecido devido à 
necessidade de excelência no serviço. A reputação dos serviços diaconais poderia se 
espalhar rapidamente se uma família não recebesse o apoio adequado, levando 
novamente à pressão sobre os apóstolos. 
Mais uma vez, percebemos a natureza da igreja, intrínseca em cada ação nesta chamada 
Igreja primitiva: os diáconos precisavam ser cheios do Espírito Santo para cumprir sua 
missão. 
 
2. QUEM ERAM OS DIÁCONOS 
A escolha destes primeiros diáconos também nos faz perceber princípios importantes 
para a escolha de líderes até mesmo nos nossos dias, seguindo um padrão bíblico. Atos 
6.3 afirma que estes homens precisavam viver sob o domínio do Senhor em sua soberania. 
Eles deveriam ser “cheios do Espírito Santo”. 
Qual era a aparência destes homens? Qual era a classe social destes homens? Não 
sabemos. Porém, sabemos que eram cheios do Espírito Santo. Quais são os fatores 
principais para a escolha de líderes nos nossos dias? 
Estamos tão escassos de servos que estão disponíveis para liderarem em áreas 
específicas nas nossas igrejas, que os critérios nem sempre são observados com zelo e 
rigor. Entretanto, olhemos com misericórdia aqueles que Deus tem enviado para servir. 
Homens e mulheres que estão disponíveis para o Senhor, sempre são aqueles que Deus 
usa e capacita. 
A exigência citada pelos apóstolos era pertinente. O líder precisa ser espiritual, ter 
sabedoria, integridade e discernimento. Para isso, a habitação do Espírito é fundamental, 
pois somente o regenerado é cheio do Espírito Santo. 
 
Antes de continuar vamos ler a Bíblia em Atos 6.2b-3 (NVI) – “...Não é certo 
negligenciarmos o ministério da palavra de Deus, a fim de serviràs mesas. 3 Irmãos, 
escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria. 
Passaremos a eles essa tarefa 4 e nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra" 
 
O Comentário Esperança do N.T diz que… no caso desses homens ocorre algo semelhante 
como no caso dos apóstolos. Na sequência ouviremos mais somente sobre Estêvão e 
Filipe; os demais não são mais citados em Atos dos Apóstolos. Prestaram o serviço para o 
qual foram eleitos neste momento, e isso basta. Porém descobrimos Estêvão e Filipe no 
serviço de evangelistas! Isso somente nos causará espécie enquanto ainda 
permanecermos presos à ideia dos “cargos”. Mas Schlatter tem razão: “Atos dos Apóstolos 
nos mostra que os encarregados que assumiam compromissos concretos junto com 
determinada incumbência não perdiam nada de seu direito de cristãos, e de forma alguma 
se pensava que Estêvão prepararia o sopão, e deixaria a palavra por conta dos outros. Pelo 
contrário, ele continua sendo o que é, servo da igreja, membro do corpo do Senhor, e por 
isso testemunha de sua graça, lutador pelo direito dele, e morre sem que fosse alvo da 
crítica: ‘Teu diaconato te enviou para a cozinha, e não ao posto de mártir’. 
 
[Atos registra que] os primeiros diáconos foram: Estevão, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, 
Pármenas e Nicolau (Atos 6.5). Quando estes homens são reconhecidos como cheios do 
Espírito Santo, os Apóstolos impõem as mãos sobre eles e os consagram ao Senhor para a 
nobre missão de servir às mesas (Atos 6.6). Esta ação também faz parte do modo como a 
igreja passa a escolher e consagrar os seus líderes. 
Esta imposição de mãos por aqueles que já eram líderes ungidos pelo Senhor, também 
representava a autoridade divina sobre estes que agora estavam encarregados de tais 
funções no Reino de Deus. Esta solenidade selava o reconhecimento público da soberania 
e capacitação do Senhor sobre aqueles que estivessem sujeitos a Ela. 
Assim como estes primeiros vocacionados ao diaconato foram reconhecidos pela própria 
comunidade, segundo o seu testemunho, sigamos então com este padrão bíblico para dar 
continuidade à obra do Senhor nos nossos dias. 
 
3. O DIACONATO NOS NOSSOS DIAS 
O diácono é aquele que serve às mesas. Temos as mesas dos necessitados, a mesa da Ceia 
do Senhor e a mesa sobre os cuidados pastorais (pois não temos mais os apóstolos, como 
tínhamos na igreja primitiva). 
Precisamos então aprofundar a nossa compreensão para aplicarmos nos nossos dias as 
demandas que temos para o diaconato. Entretanto, conforme a Igreja foi avançando, 
Paulo também deu orientações para o exercício deste ofício, assim como orientou aos 
pastores, como descrito em 1 Timóteo 3.8-13. Este é o padrão do diaconato para os nossos 
dias. Lucas relata a necessidade do início, quais foram as primeiras demandas da igreja 
primitiva, como foram as escolhas, como os apóstolos ordenavam; porém a igreja de hoje 
precisa dar sequência ao padrão bíblico para o diaconato, pastoreio, ou qualquer outra 
função de liderança, sem abrir mão daquilo que o próprio Deus determinou. Somos a 
continuidade da Igreja do Senhor no séc. XXI, porém usamos a mesma Palavra e servimos 
o mesmo Deus do primeiro século. 
 
Antes de continuar vamos ler a Bíblia em 1 Timóteo 3.8-10 (NVI) – “Os diáconos 
igualmente devem ser dignos, homens de palavra, não amigos de muito vinho nem de 
lucros desonestos. 9 Devem apegar-se ao mistério da fé com a consciência limpa. 10 Devem 
ser primeiramente experimentados; depois, se não houver nada contra eles, que atuem 
como diáconos” 
 
Segundo o Comentário Bíblico Wesleyana diz que… a maneira de eleger diáconos e seu 
mandato não são especificados, mas, não menos que os bispos, devem primeiro ser 
provados. "Eles devem primeiro passar por um controle" (NEB) e provar-se qualificado em 
caráter e capacidade para o cargo. Isso pode envolver um período de observação durante 
o qual foi "um membro consistente da Igreja", ou possivelmente um anúncio público foi 
feito da intenção de nomeá-lo como um diácono, de modo que, se houvesse qualquer 
questão de merecimento, a objeção pode ser levantada e a matéria examinada. Se os 
candidatos provarem irrepreensíveis, se forem encontrados para "não têm marca contra 
eles" (NEB), e se eles possuem essas qualidades que os tornam pouco provável que eles 
vão sucumbir às tentações e provações do ofício, deixe que eles sirvam como 
diáconos. Eles se provarão serem dignos da confiança da Igreja. 
 
[Desta forma,] mais do que estar escalado para cumprir uma função na igreja, o diácono 
está sempre atento às necessidades, e quem dá essa capacitação e visão apuradas é o 
Senhor. Que as mesas sejam supridas nos nossos dias, e que você seja esse servo 
obediente e fiel ao chamado que Deus lhe fez. 
 
CONCLUSÃO (PARA PENSAR E AGIR) 
O que é servir? Só o diácono que serve? A resposta é: Não! Somos chamados de servos 
do Senhor e isso não é em vão. Esta é a vocação de todo Cristão: SERVIR. Leia João 12.26 
e Marcos 10. O servo não sabe viver sem servir; quando deixa de servir, já deixou de ser 
servo. 
O Comentário Expositivo Hagnos diz que... Lucas destaca dois ministérios na igreja: a 
diaconia das mesas (6.2,3) e a diaconia da palavra (6.4); a ação social e a pregação do 
evangelho. A igreja algumas vezes caiu em extremos quanto a essa matéria. O pietismo 
no século XVII caiu no extremo de ver o homem apenas como uma alma a ser salva, e a 
teologia da libertação no século XX o via apenas como um corpo a ser assistido. A salvação 
de Deus, porém, alcança o homem integral, alma e corpo. O ministério das mesas não 
substitui o ministério da palavra, nem o ministério da palavra dispensa o ministério das 
mesas. 
Antes de concluirmos esta lição, ore agora pelos diáconos que servem na sua igreja. Ore 
pedindo por eles: sabedoria, saúde e vigor para exercerem com excelência esta missão 
confiada pelo Senhor. Mas não esquecem também por orarem por aqueles que ministram 
a Palavra do Senhor, os vossos pastores. 
Eu finalizo perguntando: 1. Onde você pode servir na sua igreja? Você consegue perceber 
hoje alguma demanda que precisa ser suprida por você? 2. De acordo com a Palavra de 
Deus, todos somos servos do Senhor. Entretanto, alguns na sua igreja foram chamados ao 
diaconato. Eles são oficiais na sua igreja. Segundo a nossa doutrina, reconhecemos os 
pastores e os diáconos como os oficiais de uma Igreja Batista. Você poderia nesta semana 
honrar um destes oficiais? 
 
Objetivo – Ao final desta lição entenderemos como foi o chamado dos diáconos na igreja 
primitiva e quais os pré-requisitos para ser um diácono segundo diz as escrituras.

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