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26/08/2021 1 Profa. Dra. Megmar A. S. Carneiro / IPTSP/UFG megmar@ufg.br megmar242@gmail.com HEPATITES VIRAIS: EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Pontos chave ✓ As hepatites virais são causadas pelo HAV, HBV, HCV, HDV e HEV acomete milhões de pessoas em todo o mundo.; ✓ A hepatite pode se manifestar com uma variedade de características clínicas, desde assintomática a aguda com início relativamente rápido ou crônica; ✓ Uma grande proporção de pessoas infectadas é assintomática e não sabe que tem uma infecção que pode resultar em cirrose e câncer de fígado ✓ ; Embora a hepatite esteja associada a uma morbidade significativa, a maioria das mortes por hepatite viral são devido à hepatite B e hepatite C. ✓ O desenvolvimento de novos diagnósticos e antivirais pangenotípicos de ação direta altamente eficazes oferece oportunidades para curar e erradicar a infecção pelo vírus da hepatite C crônica em todo o mundo. A B C D E FONTE FEZES SANGUE E OUTROS FLUIDOS CORPÓREOS SANGUE E OUTROS FLUIDOS CORPÓREOS SANGUE E OUTROS FLUIDOS CORPÓREOS FEZES ROTA FECAL-ORAL PERCUTÂNEA PERMUCOSA PERCUTÂNEA PERMUCOSA PERCUTÂNEA PERMUCOSA FECAL- ORAL CRONICIDADE NÃO SIM SIM SIM NÃO PREVENÇÃO IMUNIZAÇÃO PRÉ E PÓS EXPOSIÇÃO IMUNIZAÇÃO PRÉ E PÓS EXPOSIÇÃO TRIAGEM EM BANCOS DE SANGUE MUDANÇA DE COMPORTAMENT O IMUNIZAÇÃO PRÉ E PÓS EXPOSIÇÃO MUDANÇA DE COMPORTAMENT O AGUA TRATADA Fonte: CDC Qual é a História Natural das Hepatopaticas causadas pelos vírus das hepatites ? Lesão Hepática Aguda Hepática Crônica Fibrose /Cirrose Hepatocarcinoma Regeneração/ Recuperação sem seqüela Hepatite Fulminante Introdução 350 milhões (OMS 2012, 2013) Cirrose CHC 150 milhões: Crônicos Relevante questão de Saúde Pública no Brasil e mundo Óbito/ano 240 milhões infectados 786.000 HCV HBV 31% casos de CHC 54% casos CHC O câncer hepático é o sétimo câncer de ocorrência mais frequente no mundo e a segunda causa mais comum de mortalidade por câncer Interrupção dos serviços de saúde durante pandemia de COVID-19 X eliminação das hepatites virais na América Latina e no Caribe ✓ OPAS/OMS : A eliminação das hepatites B e C até 2030 ????? ✓ Pandemia de COVID-19 afetou o diagnóstico e o tratamento das infecções virais (HBV, HCV) na América Latina e no Caribe. ✓ Diante de tais interrupções: Países para manter os serviços de teste, prevenção, vacinação e tratamento das hepatites virais, integrando-os à atenção primária à saúde ✓ As estimativas da OMS para HCV: 67 mil novas infecções/ano e 84 mil mortes nas Américas. ✓ Os antivirais podem curar mais de 95% das pessoas infectadas com hepatite C, mas apenas 22% das pessoas cronicamente infectadas são diagnosticadas e apenas 18% delas receberam tratamento ✓ HBV: 10 mil novas infecções virais e 23 mil mortes/ano nas Américas. Apenas cerca de 18% das pessoas foram diagnosticadas e apenas cerca de 3% delas estão recebendo tratamento. 26/08/2021 2 15 a 20 milhões QUAL A IMPORTANCIA DAS HEPATITES VIRAIS ? aDe 1999 a 2019, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 689.953 casos confirmados de hepatites virais no no Brasil. . Óbitos HAV:168.579 (24,4%) --------------------1,6% HBV: 254.389 (36,9%)----------------21,3 HCV: , 262.815 (38,1%) ----------------76,02% HDV: 4.150 (0,6%)------------------------1,0% Boletim epidemiológico das hepatites virais 2021 Diagnóstico Clínico da Hepatites virais -Fase aguda: Diversificado (subclínicas – oligossintomática - Insuficiência Hepática. -Fadiga, anorexia, náuseas, febre e cefaléia ( citocinas endócrinas- IFN pelos linfócitos ativados) -Sintomática: colúria, hipocolia fecal- icterícia/ ALT (disfunção dos hepatócitos) Fase crônica: assintomática ou oligossintomática. Fases adiantadas,muitas vezes o diagnóstico é feito ao acaso (exames de avaliação de rotina ou da triagem em bancos de sangue. Diagnóstico laboratorial Hepatites virais Bioquímico Molecular Sorológico ✓Comprometimento hepático ✓Evolução natural ✓Eficácia do tratamento ✓Antígenos ✓Anticorpos ✓ Detecção e quantificação do ácido nucléico viral Histológico ✓Alterações hepáticas Gluud & Gluud 2009 Os testes de função hepática, especialmente os níveis séricos da ALT/TGP e AST/TGO, apesar de serem indicadores sensíveis do dano do parênquima hepático, não são específicos para hepatites. Vírus da Hepatite A Feinstone et al. 1973 ✓ 1973, identificação do HAV (Feinstone et al.) ✓ 1979, propagação do HAV em cultura celular (Provost e Hilleman) ✓ 1991, licenciada a primeira vacina inativada para hepatite A Classificação e estrutura viral Família: Picornaviridae,Gênero: Hepatovirus Partícula viral: capsídeo icosaédrico , não envelopado, 27nm Vírus da Hepatite A VARIABILIDADE GENÉTICA ✓Sorotipo único ✓Genótipos: I, II, III, IV, V, VI e VII • Reação a agentes físicos e químicos: estável por 5 h em pH 1,0 a TA, resistente ação de éter, clorofórmio. calor (60 ° C por 60 min) e ambientes congelantes • Inativação: radiação ultravioleta, formalina 1:4000 ( 3 dias a 37º C), cloro por 5’, Hipoclorito 1%. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.nutricaoemfoco.com.br/NetManager/imagens/upload/Ictericia.jpg&imgrefurl=http://www.nutricaoemfoco.com.br/pt-br/site.php%3Fsecao%3DI-K-dicionario%26pub%3D6308&usg=__SMSlx1FPtRj5ckv-wpba2dcmQww=&h=720&w=960&sz=79&hl=pt-br&start=53&zoom=1&itbs=1&tbnid=aTbFWzPhjvIQfM:&tbnh=111&tbnw=148&prev=/images%3Fq%3Dictericia%26start%3D40%26hl%3Dpt-br%26sa%3DN%26gbv%3D2%26ndsp%3D20%26tbs%3Disch:1&ei=TfiJTaOCIZGtgQe04-3WDQ 26/08/2021 3 Vírus da Hepatite A ✓ Doença aguda e infecção assintomática ✓ Não evolui para doença hepática crônica ✓ Desenvolvimento de anticorpos protetores em resposta a infecção Imunidade permanente o HAV pode causar insuficiência hepática aguda, que pode ser fatal. A OMS estimou que em 2016, 7.134 pessoas morreram de HAV em todo o mundo (representando 0,5% da mortalidade devido à hepatite viral; CONCENTRAÇÃO DO HAV EM VÁRIOS FLUIDOS CORPÓREOS Source: Viral Hepatitis and Liver Disease 1984;9-22 J Infect Dis 1989;160:887-890 Fezes Soro Saliva Urina 100 102 104 106 108 1010 F L U ID O S C O R P Ó R E O S Partículas virais/mL Vírus da Hepatite A Maior eliminação de HAV: 1 a 2 semanas do início das manifestações clínicas HAV Transmissão: via fecal‐oral Contato interpessoal Alimentos contaminados Água contaminada Fatores facilitadores da dispersãoviral Grande eliminação do vírus nas fezes Baixa dose infectante (1 a 100 partículas virais) Resistência ao tratamento tradicional do esgoto SANGUE E RELAÇÕES SEXUAIS (oral-anal) Comida implicada Local do surto Ano Matéria-prima de origem Número de casos Referências Arilos de romã (congelados) Canadá 2012 Egito 9 Swinkels et al . ( 2014 ) EUA 2013 Turquia 165 Collier et al . ( 2014 ) Austrália 2018 Egito 30 Franklin et al . ( 2019 ) Tâmaras frescas Suécia 2018 Irã 27 Müller et al . ( 2018 ) tomates secos Austrália, Holanda, França 2009-2010 308 Petrignani et al . ( 2010 ), Gallot et al . ( 2011 ) Frutas congeladas Vários países europeus 2013–2014 Bulgária, Polônia 1589 Severi et al . ( 2015 ) EUA 2013 Turquia 162 Collier et al . ( 2014 ) Morangos congelados Vários países europeus 2012–2013 Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças e Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos ( 2013 ) Suécia, Áustria 2018 Polônia 31 Enkirch et al . ( 2018 ) Produtos de confeitaria Alemanha 2012 Alemanha 83 Harries et al . ( 2014 ) Vieiras Havaí 2016 Filipinas 292 Viray et al . ( 2018 ) Alimentos associados a surtos do vírus da hepatite A na última década (2009–2019) Prevalência de Anti-HAV Alta Intermediária Baixa Muito baixa A infecção pelo HAV no mundo Maior prevalência em países em desenvolvimento Distribuição mundial Causa mais comum de hepatite viralaguda (1,5 milhão casos/ano) OMS estima que aproximadamente 1,5 milhão de pessoas sejam infectadas pelo HAV a cada ano. Epidemiologia da hepatite A no mundo Prevalência mundial O que mudou? • Início de campanhas de vacinação. • Melhorias no acesso a água potável. A taxa de incidência de hepatite A no Brasil : passando de 5,7 casos em 2009 para 0,4 por 100 mil habitantes em 2019 – uma redução de 93,0% https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0109 https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0015 https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0040 https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0068 https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0077 https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0043 https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0096 https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0015 https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0027 https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0029 https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0047 https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/jam.14727#jam14727-bib-0113 26/08/2021 4 DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA INFECÇÃO PELO HAV Goiânia: ✓Meninos de/na rua: 87,5% (Queiroz et al. 1995a) ✓Crianças creche públicas: 69,7% (Queiroz et al. 1995b) ✓Crianças e adolescentes: 64% (Hidalgo 1999) ✓Indivíduos com sintomas: 46,4% / 51,9% (Fiaccadori et al. 2006) ✓Quilombolas - Kalungas: 89.9% (Matos et al. 2009) Segundo a OPAS: Brasil cerca de 130 novos casos/100.000 habitantes. Patogenia Alimentos e/ou água contaminados Epitélio intestinal replicação primária Veias mesentéricas Replicação nos hepatócitos Membrana basolateral Circulação sanguínea Canalículos biliares Partículas virais no intestino Eliminação nas fezes Vírus da Hepatite A Manifestações clínicas P. incubação: ~28 dias (13 a 50 dias) ✓Assintomática (crianças em regiões endêmicas) ✓Sintomática (anictérica ou ictérica) Incubação (Pré-clínico) Pré-ictérico ou prodrômico Fase ictérica Convalescença ✓10 a 50 dias ✓ Assintomático ✓Replicação e eliminação viral ✓Dias ou semanas ✓ Sintomas inespecíficos Febre Mal-estar Desconforto abdominal Anorexia ✓10 dias após início dos sintomas Urina escura Fezes pálidas Icterícia Resolução da doença Vírus da Hepatite A Diagnóstico laboratorial da hepatite A ✓ Sorológico - detecção de anticorpos anti-HAV (ELISA): - IgM (Infecção aguda) - IgG (Imunidade/ Estudos soroepidemiológicos) ✓ Molecular - detecção de RNA - HAV (PCR) Vírus da Hepatite A 26/08/2021 5 Prevenção Saneamento básico Higiene Vírus da Hepatite A Epidemiolog ia da hepatite A no Brasil Introdução da vacina contra hepatite A no PNI em 2014 Vacina contra hepatite A Doses recomendadas da vacina contra hepatite A Idade Volume (ml) Nº doses (mes) HAVRIX® 2-18 >18 0.5 1.0 0, 6-12 0, 6-18VAQTA® Imunoglobulina 0,02/kg – dentro de duas semanas – proteção de 90% Vírus da Hepatite A A imunogenicidade da vacina para hepatite A é muito alta, obtendo-se 97% a 100% de soro conversão após uma única dose e de 100% com a segunda dose.Vacinar viajantes de áreas não endêmicas para áreas endêmicas Agosto 2014 : – PNI -SUS :uma dose (0,5 mL – IM) aos 12 meses de idade (até menores de 24 meses ) Não está disponível tratamento antiviral específico para a hepatite A, apenas medicamentos para alívio dos sintomas, os quais geralmente desaparecem dentro de dois meses Vírus da Hepatite B Dane et al. 1970 Estima-se em 257 milhões de pessoas vivendo com hepatite B crônica no mundo 600 mil mortes/ano – cirrose e câncer hepático por hepatite B crônica 40 mil mortes/ano - hepatite B aguda Vírus da Hepatite B WHO, 2012 Infeccioso por mais de uma semana em superfícies a temperatura ambiente (Bond et al. 1981) 26/08/2021 6 Brasil, 2010 Prevalência global – 7,4% (IC 95% : 6,8-8,0) Prevalência Centro-Oeste - 4,3% (IC 95%: 3,7 – 4,9) População N HBV HBsAg Referencia Adolescentes escolares 664 5,9% 0,6% Oliveira et al. 2006 Hemodialisados (GO) 1095 29,8% 2,4% Ferreira et al. 2006 Afrodescendentes isolados 878 35,4% 1,8% Matos et al. 2009 Primodoadores do sudoeste goiano 984 6,8% 0,3% Dos Anjos et al .2011 Pacientes com TB 402 25,6% 3,2% Reis et al. 2011 Dentistas 680 6,0% 0 Paiva et al. 2008 Catadores de lixo reciclável 431 12,8% 0,7% Marinho et al 2014 Reeducandas 148 18,9% 0,7% Barros et al 2013 Quadro 1 – Prevalência da infecção pelo HBV em populações específicas em Goiânia-Goiás Sheila Araujo Teles 2014 Vírus da Hepatite B (HBV) → 240 milhões são portadores crônicos (3 X HCV; 10 X HIV) → 600.000 mortes anualmente - Infeccioso por mais de uma semana em superfícies a temperatura ambiente (Bond et al. 1981) Família: Hepadnaviridae Gênero: Orthohepadnavirus Partícula viral: 42nm Inativação ✓ Autoclavação a 121º C por 20 minutos;-Calor seco a 160º C por 1 hora e Pasteurização a 60º C por 10 horas ✓ Glutaraldeído aquoso a 1% -2%, Peróxido de hidrogênio a 6 – 10% ✓ Hipoclorito de sódio (500 mg/L) por 10 minutos Imunogenicidade e Antigenicidade ✓ Exposição ácido (pH 2,4/ 6h), calor (98º C / 1 minuto) Infecciosidade ✓Após estocagem a 30-32º C / 6 meses ou a -20º C / 15 anos Nowak et al. 1993, Hollinger 1996, Payan et al. 2001 Vírus da Hepatite B Vírus da hepatite B- GENOMA VIRAL PARTÍCULA VIRAL Gene S Pré- S1 Pré- S2 Gene P * Pré- C Gene C Gene X HBsAg HBcAg DNA *HBeAg *DNA polimerase+ * REGIÃO PROTEINA ANTÍGENO ANTICORPO SIGNIFICADO CLINICO Pré S-S S HBsAg Anti-HBs Infecção/exposição Pré C/C C e Pré C HBcAg HBeAg Anti-HBc –IgG Anti-HBc-IgM Anti-HBe Exposição Infecção aguda Replicação/Mutação P Polimerase - X Proteína X HBxAg Carcinogênese MUTAÇÕES HBV genoma DO HBV / replicação: substtuição nucleotideos Seqüência de bases do ac. nucléico mudança de aa na estrutura de uma proteína HBV: maior freqüência de mutação que maioria dos vírus DNA Taxa de erros na transcriptase reversa 26/08/2021 7 Infecção oculta pelo HBV ▪ É definida pela presença do HBV DNA no soro e/ou fígado de pacientes com sorologia negativa para o HBsAg. ▪ Frequentemente observada em pacientes coiinfectados pelo HCV/HIV ▪ Detectada em pacientes de hemodiálise, UDI e doadores de sangue. Possíveis causas: ▪ Baixos níveis de replicação do vírus ocasionando produção insuficiente de HBsAg para a detecção em ensaios sorológicos. ▪ Mutações que diminuem a afinidade do HBsAg pelos testes comerciais de diagnóstico. ▪ Mutações que inibem a secreção do HBsAg pelas células infectadas. Natalia Motta de Araujo - IOC/FIOCRUZ ➢ • Reativação da doença em pacientes imunossuprimidos • Risco de transmissão do HBV por transfusão sanguínea, transplante de orgãos e hemodiálise • Progressão para doença hepática e desenvolvimento de carcinoma hepatocelular ➢ Implicações clínicas: (Fuente et al. 2011, Raimondo et al. 2013) Acute hepatitis B infection Chronic HBV infection 3-5% of adult-acquired infections 95% of infant-acquired infections Cirrhosis Chronic hepatitis 12-25% in 5 years Liver failureHepatocellular carcinoma Liver transplant 6-15% in 5 years 20-23% in 5 years DeathDeath Adultos: 5-10% RN: 90-95% Evolução Clínica da Hepatite B Diagnóstico laboratorial da hepatite B - Marcadores sorológicos: - Molecular: DNA-VHB (Hibridização e PCR) AnticorposAntígenos virais HBsAg Anti-HBs HBeAg Anti-HBc IgM Anti-HBc Total Anti-HBe Sorológico recuperação clínica e imunidade HBsAg HBeAg anti-HBc IgM anti-HBc anti-HBe anti-HBs infecção(aguda ou crônica) replicação viral e infecciosidade fase aguda exposição ao vírus diminuição ou ausência de replicação viral Diagnóstico laboratorial Marcadores sorológicos Sintomas HBeAg anti-HBe anti-HBc Total anti-HBc IgM anti-HBsHBsAg 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 52 100 Título Semanas após exposição F o n te : C D C - w w w .c d c .g o v /h c id o d /d is e a s e s /h e p a ti ti s /s li d e s e t (m o d if ic a d o ) f. aguda Fonte: CDC - www.cdc.gov/hcidod/diseases/hepatitis/slideset (modificado) 26/08/2021 8 Marcadores sorológicos – Infecção F o n te : C D C - w w w .c d c .g o v /h c id o d /d is e a s e s /h e p a ti ti s /s li d e s e t (m o d if ic a d o ) anti-HBc IgM anti-HBc Total HBsAg Aguda (6 semanas) HBeAg Crônica (Anos) anti-HBe 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 52 Título Semanas após exposição Anos Fonte: CDC - www.cdc.gov/hcidod/diseases/hepatitis/slideset (modificado) Interpretação dos Marcadores Sorológicos da Hepatite B HBsAg HBeAg Anti-HBcIgM Anti-HBc Anti-HBe Anti-HBs Interpretação + - - - - - Fase de incubação + + + + - - Fase Aguda + + - + - - Portador com replicação viral + - - + + - Portador sem replicação viral* - - - + - - Provável cicatriz sorológica - - - + + + Imunidade pós Hep B - - - + + Imunidade pós Hep B - - - - - + Imunidade pós vacina da Hep B - - - - - - Ausência de contato prévio Fonte: Hepatites - José Galvão Alves (SGRJ)*Portador assintomático ou doença crônica Qual a importância do diagnóstico molecular Hepatite B ✓Perfil sorologico atípico (anti-HBc e/ou antiHBs) : Infecção oculta (HBsAg -) ✓Pacientes coinfectados (HIV) ✓Acompanhamento do tratamento- Pós tratamento ✓Resistência aos antivirais- lamivudina (YMDD) ✓Mutação no genoma do HBV (região Pre-s /Pre core) ✓Determinação genotipos Datta et al 2014 Tratamento (Perrillo 1994, Befeler & Di Bisceglie 2000). Vírus da Hepatite B A Hepatite B não tem cura. O tratamento disponibilizado no SUS objetiva reduzir o risco de progressão da doença e suas complicações, especificamente cirrose, câncer hepático e morte. Os medicamentos disponíveis para controle da hepatite B são a alfapeginterferona (citocina com ação antiviral e imunomoduladora), o tenofovir e o entecavir. Tratamento Hepatite B aguda ✓ Sintomáticos e repouso : Apenas medidas de suporte são suficientes, visto que mais de 90% apresentam resolução espontânea. Se houver necessidade de tratamento, utilizam-se os inibidores de transcriptase reversa Hepatite B crônica Objetivos: O tratamento principal objetivo a supressão viral, evitando, com isso, a progressão da hepatopatia e o óbito. A negativação do HBsAg e soroconversão para o antiHBs (cura funcional) seria o resultado ideal, mas raramente alcançado (Perrillo 1994, Befeler & Di Bisceglie 2000). Vírus da Hepatite B Critérios para o tratamento - Brasil (MS 2008) ✓Idade > 2 anos ✓HBsAg + ≥ 6 meses ✓HBeAg + ou HBV DNA > 104 cópias/m ✓Biópsia hepática: atividade necro-inflamatória de moderada a intensa e/ou presença de fibrose moderada a intensa 26/08/2021 9 Triagem sorológica para o HBsAg e anti-HBc Prevenção Vírus da Hepatite B Esforços combinados : tratamento de pacientes infectados , interrupção das rotas de transmissão e vacinação universal : Eliminar o HBV ✓ Monitoração perinatal do HBV ✓ Vacinação das crianças e adolescentes ✓ Vaccinação de grupos em elevado risco ✓ Medidas de Precauções com sangue e/ou outros fluídos corpóreos 3 doses, meses 0, 1 e 6 Proteção: ~30-50% após 1 dose 75% após 2 doses 96% após 3 doses Fatores associados a Não resposta: Indivíduos mais velhos, imunossuprimidos, obesos, fumantes e administração no dorso-gluteo vs deltóide. Efeitos adversos: raros Anafilaxia: estimativa 1/600,000 doses Disponibilização: SUS (até 49 anos e grupos de risco) – INDEPEDENTE DA FAIXA ETÁRIA Em 2012: MS- Vacina pentavalente (DTP, HB’ Hib) Vacina contra Hepatite B Imunoglobulina hiperimune contra hepatite B HBIG HBIG (0,06 mg/Kg) – até 15 dias após a exposição ✓Recém-nascido (mãe HBsAg +) ✓Acidente com instrumento perfuro cortante (HBsAg +) ✓Contato sexual (HBsAg +) ✓Vítima de abuso sexual ✓Imunodeprimido após exposição de risco MS, 2008 Vírus da Hepatite B Hepatite C Choo et al. 1989 HCV é infeccioso por pelo menos 16 horas em superfícies a temperatura ambiente (Kamili et al. 2007) Desafio : Saúde Publica 170 milhões de pessoas estão cronicamente infectada Eliminação viral (15 a 45%) Cronicidade (50 a 85%) cirrose, carcinoma hepatocelular Os recentes avanços na terapêutica para a hepatite C (erradicar ) A transmissão do HCV em curso, sub-diagnóstico de pessoas infectadas e dificuldades de acesso ao tratamento Saludes et al. 2014, WHO, 2014 ✓-Tipos ou Genótipos (31 a 33% diferem n) ✓-Subtipos (20 a 25%) ✓-Isolados (1 a 15%) ✓-Quasispécies: (1 a 5%) Estudos epidemiológicos Implicações terapêutica (genótipo 1 x demais) Desenvolvimento de vacinas Variabilidade do HCV Genótipos 1, 2 e 3 mundial - genótipo 1 (46%) casos Simmonds et al, 2005; HUSSAIN, 2013; CAMPIOTTO et al., 2005 ; Pereira et al 2013 26/08/2021 10 genotypes 1 (subtypes 1a; n=3 and 1b; n=1) and 3 (subtype 3a; n=1) Circulação genotipos em Goiás: Investigações realizadas por nosso grupo de pesquisa (populações) Genótipos : 1 e 3 Subtipos 1a, 1b e 3a (Carneiro et al. 2007, Marinho et al. 2013, Barros et al. 2013). Subtipos 1a, 1b e 3a Brasil: Genótipos: 1 a 5 Genótipos 1(64,9% ) ; 3 (30,2%), 2 (4,6%) História natural da infecção pelo HCV Perinatal (6%) HCV- Vias de Transmissão Parenteral Sexual Parceiros Estáveis 1-5% Vírus da Hepatite C Diagnóstico laboratorial da hepatite C - ELISA (triagem) - Immunoblot (confirmatório) RNA-HCV Genotipagem - Seqüenciamento - Hibridização reversa (LiPA) - Digestão de produtos da PCR com enzimas de restrição (RFLP) - PCR com iniciadores tipo específicos Anti-HCV RT-PCR Diagnótico Laboratoria do HCV sorologia e Molecular ausência anticorpos do HCV Anticorpos do HCV Não reativo - + Reativo Não reagente HCV RNA reagente infecção passada de HCV Infecção ativa de HCV Tratamento - + STOP* Gupta et al 2014 As técnicas de biologia molecular Diagnóstico laboratorial Perfil da hepatite C aguda 26/08/2021 11 Perfil da hepatite C crônica Finalidade- Ensaios Moleculares -HCV 1- A presença de RNA-HCV reflete a replicação viral – Infecção ativa 2- O diagnóstico precoce da infecção aguda pelo HCV (RNA- HCV - 1-3 semanas após a exposição). 3- O diagnóstico de uma infecção crônica (RNA-HCV - 6 meses) 4- Diagnosticar infecção em pacientes imunocomprometidos (Anti-HCV negativo) (hemodialisados) 5- Identificação dos genótipos/subtipos virais 6- - Determinar Carga viral (monitorar terapeutica) Chevaliez et al . 2011 Anti-HCV HCV – RNA* Interpretação Negativo Negativo Ausência de infecção por HCV Reagente Negativo Infecção por HCV resolvida Verificar flutuações do HCV – RNA Negativo Positivo Infecção inicial Infecção em indivíduos imunodeprimidos Reagente Positivo Infecção aguda ou crônica (*) Sensibilidade < 50 UI/mL Função do NAT no Diagnóstico HCV Gupta et al 2014 Prevenção e controle da hepatite C 1994:: Triagem sorológica para anti-HCV em bancos de sangue Implantação ´”NAT” ( Portaria de 2004 MS) - Não compartilhar objetos de uso pessoal e seringas -Medidas de precauções com sangue e/ou outros fluídos corpóreos --Tratamento dos pacientes crônicos - vacinação contra hepatite A e B Nova terapia : A taxa de cura de 90%, significativamente maior que todos os tratamentos utilizados até o momento, e duração de 12 semanas, contra as 48 semanas de duração do tratamento anterior. Prevenção da transmissão do HCV (responsabilidade individual) Não doar sangue, órgãos ou tecidos; Não compartilhar objetos que poderiam ter sangue (lâminas de barbear, alicates, etc); Cobrircortes e feridas; Não compartilhar agulhas e seringas (programas de redução de danos) Estratégias públicas para redução de risco para progressão da doença e transmissão ✓ Identificar pessoas em risco para hepatite C e testar ✓ Oferecer tratamento e aconselhamento - Prevenção de evolução da doença hepática - Prevenção de transmissão para outros Vírus da Hepatite C 26/08/2021 12 Recomendações após exposição ao HCV • Seguimento após picadas de agulhas, cortes ou exposição de mucosas a sangue HCV positivo • Testar a fonte de contaminação p/ HCV • Testar a pessoa exposta, se a fonte for (+) • Anti-HCV e ALT, imediato e até 4-6 meses • HCV-RNA em 4-6 semanas (+ rápido) • Confirmar todos os anti-HCV • Encaminhar a pessoa infectada a serviço médico especializado para avaliação e seguimento CDC Conduta profilática para HBV - PEP Imunoglobulina hiperimune para VHB (HBIG):Dose única intra-muscular, administrada o mais precocemente possível, até no máximo 7 dias após o acidente Risco de transmissão Obrigada