Prévia do material em texto
1 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 A importância das ações de promoção à saúde envolvendo prevenção da toxoplasmose no Brasil: revisão integrativa The importance of health promotion actions involving toxoplasmosis prevention in Brazil: an integrative review La importancia de las acciones de promoción de la salud involucrando la prevención de la toxoplasmosis en Brasil: revisión integrativa DOI: 10.55905/revconv.17n.6-139 Originals received: 05/06/2024 Acceptance for publication: 05/24/2024 Kênia Pulquerio Rodrigues Graduanda em Enfermagem Instituição: Universidade Federal de Goiás Endereço: Goiânia - Goiás, Brasil E-mail: keniapulquerio@hotmail.com Amanda Faria Feichas Palermo Lanna Graduanda em Enfermagem Instituição: Universidade Federal de Goiás Endereço: Goiânia - Goiás, Brasil E-mail: amandafariafeichas@gmail.com Priscila Silva Franco Mestre em Imunologia e Parasitologia Instituição: Universidade Federal de Uberlândia Endereço: Uberlândia - Minas Gerais, Brasil E-mail: priscilafranco@ufu.br Fabrício Vieira de Sousa Graduando em Medicina Instituição: Faculdade de Medicina de Uberlândia (FAMEU) Endereço: Uberlândia - Minas Gerais, Brasil E-mail: fabricio2701@hotmail.com Stéphany Olinda Sander Magon Lopes Cançado Graduanda em Medicina Instituição: Faculdade de Medicina de Uberlândia (FAMEU) Endereço: Uberlândia - Minas Gerais, Brasil E-mail: stephanyolinda@hotmail.com 2 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 Priscila Castro Cordeiro Fernandes Doutoranda em Saúde Pública Instituição: Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales Endereço: Uberlândia – Minas Gerais, Brasil E-mail: priccf@gmail.com Iliana Claudia Balga Milián Doutora em Imunologia e Parasitologia Aplicadas Instituição: Faculdade de Medicina de Uberlândia (FAMEU) Endereço: Uberlândia – Minas Gerais, Brasil E-mail: ilianabalga@hotmail.com RESUMO A toxoplasmose é uma doença de alta prevalência no Brasil, provocada pelo protozoário Toxoplasma gondii. A principal forma de contágio é mediante a ingestão de oocisto contidos em carne crua ou malcozida, leite não pasteurizado, água não fervida ou transmissão transplacentária durante a gestação. A toxoplasmose congênita pode gerar lesões irreversíveis ao feto. Sendo assim, a principal forma de prevenção envolve programas de promoção à saúde e ações educativas que orientam as gestantes sobre hábitos saudáveis. O principal objetivo deste estudo foi identificar a importância das ações de promoção à saúde envolvendo prevenção de toxoplasmose por meio de artigos publicados. Trata-se de uma revisão integrativa, que consiste na análise do conhecimento científico já produzido que responde à pergunta norteadora. Foram selecionados estudos do ano de janeiro de 2017 a maio de 2022. Foram excluídas publicações que não estavam de acordo com os critérios de seleção previamente estabelecidos, que estavam duplicadas ou que não responderam à questão norteadora. Foram encontrados 4381 artigos nas bases de dados, destes somente 10 responderam à hipótese de pesquisa. Foi observada alta prevalência de toxoplasmose no Brasil, tornando-se necessário a realização de estudos adicionais para direcionar ações de prevenção da doença por meio da promoção da saúde. Palavras-chave: toxoplasmose, toxoplasmose congênita, educação em saúde, atenção primária e equipe multiprofissional. ABSTRACT Toxoplasmosis is a highly prevalent disease in Brazil, caused by the protozoan Toxoplasma gondii. The main mode of transmission is through the ingestion of oocysts contained in raw or undercooked meat, unpasteurized milk, non-boiled water, or transplacental transmission during pregnancy. Congenital toxoplasmosis can cause irreversible damage to the fetus. Thus, the primary form of prevention involves health promotion programs and educational actions that guide pregnant women on healthy habits. The main objective of this study was to identify the importance of health promotion actions involving toxoplasmosis prevention through published articles. This is an integrative review, which consists of analyzing the scientific knowledge already produced that answers the guiding question. Studies from January 2017 to May 2022 were selected. Publications that did not meet the previously established selection criteria, those that were duplicated, or those that did not answer the guiding question were excluded. A total of 4381 articles were found in the databases, of which only 10 answered the research hypothesis. A high prevalence of toxoplasmosis in Brazil was observed, making it necessary to conduct additional studies to direct disease prevention actions through health promotion. mailto:ilianabalga@hotmail.com 3 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 Keywords: toxoplasmosis, congenital toxoplasmosis, health education, primary care, and multidisciplinary team. RESUMEN La toxoplasmosis es una enfermedad altamente prevalente en Brasil, causada por el protozoo Toxoplasma gondii. La principal forma de contagio es a través de la ingestión de oocistos contenidos en carne cruda o poco cocida, leche no pasteurizada, agua no hervida o transmisión transplacentaria durante el embarazo. La toxoplasmosis congénita puede causar daños irreversibles al feto. Por lo tanto, la principal forma de prevención implica programas de promoción de la salud y acciones educativas que orienten a las mujeres embarazadas sobre hábitos saludables. El objetivo principal de este estudio fue identificar la importancia de las acciones de promoción de la salud involucrando la prevención de la toxoplasmosis a través de artículos publicados. Esta es una revisión integrativa, que consiste en analizar el conocimiento científico ya producido que responde a la pregunta guía. Se seleccionaron estudios desde enero de 2017 hasta mayo de 2022. Se excluyeron publicaciones que no cumplían con los criterios de selección previamente establecidos, las que estaban duplicadas o las que no respondían a la pregunta guía. Se encontraron un total de 4381 artículos en las bases de datos, de los cuales solo 10 respondieron a la hipótesis de investigación. Se observó una alta prevalencia de toxoplasmosis en Brasil, lo que hace necesario realizar estudios adicionales para dirigir acciones de prevención de la enfermedad a través de la promoción de la salud. Palabras clave: toxoplasmosis, toxoplasmosis congénita, educación en salud, atención primaria, y equipo multidisciplinario. 1 INTRODUÇÃO Toxoplasma gondii, pertencente ao filo Protozoa, é um parasita protozoário intracelular obrigatório e o principal responsável pela doença toxoplasmose (Vaz et al., 2011; Moura et al.,2019). O ciclo de vida do parasita é dividido em fase sexuada e assexuada, no qual o ciclo sexuado é exclusivo em gatos (hospedeiros definitivos), e os ciclos assexuados acontecem em humanos e animais de sangue quente (hospedeiros intermediários) (Kochanowsky, Koshy, 2018). T. gondii possui três formas morfológicas responsáveis por infectar os hospedeiros: taquizoítas, bradizoítas e o esporozoítas (Barbosa, Muno, Moura,2014). Os humanos conseguem se infectar com as três formas evolutivas, mas a principal forma de contágio da toxoplasmose é por meio da ingestão de cistos contidos em carne crua ou mal-cozida, taquizoítas em leite não pasteurizado e oocistos em água não filtrada ou fervida. Também pode ocorrer transmissão transplacentária das formas taquizoítas para o feto durante a gestação, além do transplante de órgãos e durante a transfusão de sangue (Vaz et al., 2011; Tabile et al., 2015). 4 Contribuciones a Las Ciencias Sociales,São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 A prevalência da doença na população varia entre 15% a 90% dependendo da região estudada, condição sanitária do local onde o indivíduo vive e dos hábitos alimentares (Silveira et al., 2020). As pessoas imunocompetentes manifestam a infeção de forma assintomática ou com sintomas leves (Martín-Hernández, García-Izquierdo,2003). Entretanto, a toxoplasmose em indivíduos imunocomprometidos apresenta quadros clínicos de alta gravidade, podendo até levá- los à morte (Amendoeira, Camillo-Coura, 2010). Em gestantes, a toxoplasmose congênita pode ocasionar aborto espontâneo, nascimentos prematuros, morte neonatal e a clássica Tríade de Sabin, caso a doença seja adquirida durante os dois primeiros trimestres (Amendoeira, Camillo- Coura, 2010). A gravidade da infecção vai depender da idade gestacional do feto, a infecção no início da gestação tende a ser associada com aborto e sequelas mais graves, enquanto a infecção tardia leva a sequelas relativamente mais severas (Amendoeira, Camillo-Coura, 2010). Diante desse contexto, o objetivo deste trabalho é identificar a importância das ações de promoção à saúde envolvendo prevenção de toxoplasmose por meio de artigos publicados. A prevenção da toxoplasmose é baseada em programas envolvendo promoção de saúde pública e ações educativas, as quais são divididas em três etapas: prevenção primária, secundária e terciária (Elsheikha, 2008; Opsteegh et al., 2014; Sepulveda-Arias et al., 2014). A prevenção primária baseia-se em programas de saúde pública, através das orientações às gestantes em relação às medidas preventivas e informações sobre os fatores de risco envolvidos com a contaminação por Toxoplasma gondii, bem como as formas de infecção e o desenvolvimento da toxoplasmose durante a gestação (Branco et al., 2012). Tais ações são realizadas por meio de projetos de pesquisa e extensão, campanhas educativas, palestras, panfletos, orientação prestada às equipes de saúde, entre outros (Avelar et al., 2018). Quando as recomendações são seguidas corretamente, pode-se alcançar uma significativa redução de 63% de primo-infecções maternas, isto é, evitar que o parasita consiga atingir os compartimentos fetais (Avelar et al., 2018). A prevenção secundária consiste na tentativa de evitar que a transmissão transplacentária de T. gondii aconteça (Amendoeira et al., 2010). Para isso, é realizada a triagem pré-natal baseada no diagnóstico da toxoplasmose aguda em gestantes, seguido de tratamento específico destas, com o objetivo de prevenir a transmissão do parasito para o feto (Amendoeira et al., 2010). Por fim, a prevenção terciária atua no recém-nascido já infectado, visando um diagnóstico precoce com o propósito de prevenir ou minimizar futuras sequelas (Opsteegh et al., 2014; Elsheikha, 2008). A educação em saúde é um processo conjunto que envolve a capacitação tanto de 5 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 pacientes quanto de profissionais da saúde, estimulando seu engajamento e participação em assuntos relacionados à sua saúde e qualidade de vida, permitindo melhor entendimento acerca de doenças e favorecendo a promoção e qualidade de vida dos indivíduos. Dessa forma, a implantação de programas educativos possibilita que o indivíduo tenha mais autonomia sobre o próprio cuidado, tornando-se protagonista da própria condição de saúde e dos demais em seu convívio, impactando positivamente na saúde coletiva (Felkenberg et al., 2014). O Glossário Temático: Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (Brasil, 2013) define “Educação em Saúde” como: Conjunto de práticas do setor que contribui para aumentar a autonomia das pessoas no seu cuidado e no debate com os profissionais e os gestores, a fim de alcançar uma atenção à saúde de acordo com suas necessidades. Países que possuem um programa de prevenção de toxoplasmose congênita apresentam baixa prevalência da doença, comprovando a importância da prevenção (Lopes-Mori, 2011). Um estudo prospectivo realizado por Foulon e colaboradores (1994) em Bruxelas, capital da Bélgica, constatou uma redução de 63% nas taxas de soroconversão desde a aplicação de um programa de educação em saúde que implicou na utilização de medidas simples de higiene para prevenção da infecção por T. gondii. Na França, o programa de prevenção primária foi associado à queda tanto da incidência da infecção congênita quanto de doença grave ao nascimento, sendo que a prevalência da toxoplasmose em gestantes no país caiu de 84% em 1960 para 54% em 1995 e 44% em 2003 (Lopes-Mori, 2011). No Brasil existe uma carência de dados a nível nacional e estadual que evidencia a necessidade de desenvolvimento de pesquisas em toxoplasmose. Apesar da escassez de estudos que avaliem o impacto de programas de educação em saúde voltados para a toxoplasmose congênita no Brasil, estudos envolvendo outras parasitoses evidenciaram a importância da prevenção primária no país (Santos et al., 2020). Em um relato de experiência que descreveu uma intervenção educativa relacionada à prevenção de enteroparasitoses, Joventino e colaboradores (2009) constataram que a estratégia educativa viabilizou uma melhor compreensão sobre formas de prevenção das enteroparasitoses dentre o grupo estudado e acarretou uma diminuição na ocorrência de parasitoses intestinais. Também em um relato de experiência, Barcelos e colaboradores (2020) descreveram as ações de um projeto de extensão desenvolvido no município de Jataí, interior do estado de Goiás, que objetivou realizar ações educativas para estudantes de escolas públicas, com foco na prevenção e controle 6 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 de doenças parasitárias. Tais intervenções foram avaliadas positivamente pelos participantes e colaboraram para a formação de cidadãos com mais autonomia sobre a própria saúde. Embora estudos como esses tenham colaboração significativa no que diz respeito à conscientização acerca destas e muitas outras doenças, a ausência de estudos que analisem de forma mais específica qual o impacto quantitativo e qualitativo da implantação de projetos de educação em saúde na prevenção de doenças como a Toxoplasmose explicita a necessidade do desenvolvimento de pesquisas nesse âmbito. Nesse sentido, as atividades de educação em saúde são consideradas um importante instrumento para manutenção da qualidade de vida (Rezende- Oliveira et al., 2021). Tendo em vista que não há imunização contra T. gondii e o tratamento não é 100% eficaz, a educação em saúde é a única estratégia capaz de reduzir os riscos de exposição e prevenir a toxoplasmose na gestante (Elbez-Rubinstein et al., 2009). Resultados de um estudo transversal brasileiro desenvolvido por Nascimento e colaboradores (2017) apontaram que a carência de informações confiáveis sobre a doença foi o fator mais relevante para a alta soroprevalência da toxoplasmose. Isso evidencia que a ampla divulgação dos fatores de risco associada ao incentivo de mudança nos hábitos de vida das gestantes pode contribuir significativamente para a diminuição da prevalência da doença (Elsheikha, 2008). Embora pouco valorizados, os programas de educação em saúde são a estratégia de prevenção mais eficaz e de menor custo. Além disso, as ações coordenadas por profissionais e pesquisadores nesse âmbito são vistas como caminho alternativo para a reciclagem de funcionários, bem como a conscientização das gestantes acerca da importância da prevenção da toxoplasmose congênita (Rezende-Oliveira et al., 2021). A toxoplasmose congênita pode ocasionar lesões irreversíveis ao feto (Kodjikian, 2010; Chaudhry; Gad; Koren, 2014; El Bissati et al., 2018). A gravidade da doença é inversamente proporcional à idade gestacional em que agestante foi infectada, ou seja, a probabilidade de infecção no concepto é menor durante o primeiro trimestre gestacional (de 10 a 20%); em contrapartida, pode causar toxoplasmose congênita grave, resultando em morte intrauterina ou aborto espontâneo (Kodjikian, 2010). Os casos mais graves podem ocasionar: coriorretinite em 90% dos casos; calcificações cerebrais em 69%; perturbações neurológicas com retardamento psicomotor em 60% e alterações no volume craniano (macro e microcefalia) em 50% dos casos (Kawazoe et al, 2005; Remington et al., 2001; Kodjikian, 2010; Avelar et al., 2018). No terceiro 7 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 trimestre gestacional a probabilidade de infecção fetal aumenta (sendo de 60 a 90%), porém a gravidade das sequelas diminui, resultando em recém-nascidos aparentemente normais, entretanto, estes podem apresentar sequelas tardiamente (Blanco-Lago et al., 2010; Jones et al., 2010; Kodjikian, 2010). Um recém-nascido assintomático não representa, necessariamente, um melhor prognóstico (Avelar et al., 2018). Isso porque diversas alterações clínicas, como convulsões, só se manifestam após a segunda ou terceira década de vida.Estudos prévios demonstraram que 80% das crianças com infecções subclínicas apresentaram, em algum momento da vida, sequelas oculares graves ou atraso no desenvolvimento mental (Lebech et al., 1996; Spalding et al., 2003; Figueiró-Filho et al., 2005). Em um estudo prospectivo realizado por Koppe, Loewer-Sieger e Bonnet (1986) um grupo de bebês com infecção congênita foi acompanhado durante 20 anos. Foi constatado que a perda permanente da acuidade visual ocorreu em 44% das crianças que não receberam tratamento, sendo que a maior frequência de perda visual devido à ocorrência de coriorretinite foi observada entre os 12 e 18 anos. Em países desenvolvidos, a toxoplasmose congênita afeta de 1 a 10 entre 10.000 recém- nascidos (Carlier et al., 2012). Já no Brasil, a doença afeta de 3 a 10 entre 10.000 recém-nascidos (Lago et al., 2007). Similarmente, baixas taxas de soropositividade em gestantes e mulheres em idade fértil foram relatadas na Europa e nos Estados Unidos (Nash et al., 2005; Dubey; Jones, 2008). Por outro lado, a maioria dos estudos na América Central e do Sul relatam altas taxas de soroprevalência (Sroka et al., 2010). Um estudo transversal realizado por Sroka e colaboradores (2010) em Fortaleza, capital do estado do Ceará no Brasil, demonstrou que, de 963 gestantes, 68,6% destas eram soropositivas para toxoplasmose. Em Manaus, capital do estado do Amazonas, a taxa é de 70,6%; no Rio de Janeiro, 84%; no Mato Grosso do Sul, 91,6%. Já uma análise transversal realizada por Avelar e colaboradores (2018) em Goiânia, capital do estado de Goiás, demonstrou que a taxa de soroprevalência na cidade é de 89%, evidenciando, assim, a alta prevalência de infecção por T. gondii na região. Diante desse contexto, o objetivo deste trabalho é identificar a importância das ações de promoção à saúde envolvendo prevenção de toxoplasmose por meio de artigos publicados. 8 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 2 METODOLOGIA Para a realização do presente estudo pautou-se na revisão integrativa, que consiste na análise do conhecimento científico já produzido acerca de determinado tema. Tal método permite a realização da síntese de inúmeros estudos publicados, além de possibilitar conclusões gerais a respeito de uma área de conhecimento (Mendes et al., 2008). Seguiu-se as seguintes etapas: 1ª) identificação do tema e definição da questão norteadora, 2ª) definição dos descritores, 3ª) estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão das publicações, 4ª) definição das bases de dados, 5ª) seleção dos estudos, extração e sumarização das informações a partir da formação de um banco de dados, 6ª) avaliação dos estudos incluídos na revisão, interpretação dos resultados e síntese do conhecimento (Mendes et al., 2008). Após a etapa inicial de identificação do tema foi levantada a hipótese de pesquisa, sendo está baseada na estratégia PICO - acrônimo onde (P) representa paciente ou população problema, (I) representa intervenção, (C) - comparação e (O) - outcomes (desfechos e resultados), resultando na questão norteadora: qual a importância das ações de promoção à saúde envolvendo a prevenção de toxoplasmose por meio de artigos publicados? (Santos; Pimenta; Nobre, 2007). A busca foi realizada nas seguintes bases de dados: Google Acadêmico, National Library of Medicine (Pubmed) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no período de janeiro de 2017 a maio de 2022, por meio dos Descritores de Ciências da Saúde (DeCS): toxoplasmose, toxoplasmose congênita, educação em saúde e saúde primária e dos Medical Subject Headings (MeSH): Toxoplasma, congenital toxoplasmosis, primary prevention e health education. A busca avançada dos descritores em cada base de dados foi realizada eliminando as referências duplicadas. Tabela 1 - Estratégia de busca realizada nos bancos de dados Google Acadêmico, BVS, SciELO e PUBMED, no período de janeiro de 2017 a maio de 2022. DECS/ MesSH Operador Booleano Banco de dado Toxoplasmose congênita AND Google acadêmico Educação em saúde AND Google acadêmico Toxoplasmose AND BVS Educação em saúde AND BVS 9 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 Congenital toxoplasmosis AND PUBMED Primary prevention AND PUBMED Health education AND SciELO Toxoplasmose congênita AND SciELO Educação em saúde AND SciELO Fonte: Os autores, 2022. Após esta etapa, foram selecionadas as referências a partir da leitura dos títulos e resumos, que cumpriram os seguintes critérios de inclusão: idioma português e inglês, texto completo ou disponível e ano de publicação de janeiro de 2017 a maio de 2022. Já os critérios de exclusão foram: teses, dissertações, monografias, trabalhos de conclusão de curso, livros e relatos de caso. Posteriormente, foram excluídas as publicações que não estavam de acordo com os critérios de seleção previamente estabelecidos, que estavam duplicadas ou que não responderam à questão norteadora. Os dados foram organizados em uma planilha para melhor compreensão das evidências científicas e posterior análise. Para sumarização dos dados foi utilizado o método PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Os artigos foram selecionados e classificados por meio de afinidade temática identificada a partir da leitura do título e resumo, elegendo assim aqueles que respondessem à pergunta norteadora. Após a classificação, realizou-se a leitura na íntegra de cada artigo e os dados levantados foram compilados em uma planilha composta por: número, título, autor e ano, banco de dados, evidências científicas e nível de evidências (Galvão; Pansani; Harrad, 2015). A avaliação do nível de evidência foi decorrente da seguinte estratificação: nível 1 - evidências resultantes da meta-análise de múltiplos estudos clínicos controlados e randomizados; nível 2 - evidências obtidas em estudos individuais com delineamento experimental; nível 3 - evidências de estudos quase-experimentais; nível 4 - evidências de estudos descritivos (não- experimentais) ou com abordagem qualitativa; nível 5 - evidências proveniente de relatos de caso ou de experiência; nível 6 - evidências baseadas em opiniões de especialistas (Souza; Silva; Carvalho, 2010). 10 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 3 RESULTADOS A busca resultou em 4381 artigos encontrados nas bases de dados: Google Acadêmico, National Library of Medicine (Pubmed), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e BibliotecaVirtual em Saúde (BVS) sem a utilização de filtros. Foram analisados 1314 artigos, sendo que 10 respondiam a hipótese de pesquisa e foram avaliados integralmente. Destes, um (10%) foi publicado em 2017, quatro (40%) foram publicados em 2020 e três foram publicados em 2021 (50%). Tabela 2- Distribuição dos estudos segundo as bases e os bancos de dados e critérios de inclusão e exclusão, no período de janeiro de 2017 a maio de 2022. Artigos encontrados Artigos selecionados Artigos excluídos Artigos incluídos Google Acadêmico 4110 1270 1265 5 BVS 178 28 27 1 PUBMED 35 5 3 2 SciELO 58 11 9 2 Total 4381 1314 1304 10 Fonte: Base de dados eletrônicos Google Acadêmico, BVS, PUBMED e SciELO, 2017-2022. Dentre os artigos publicados, um (10%) enquadra-se no nível de evidência I, três (30%) no nível de evidência III, três (30%) no nível de evidência IV, dois (20%) no nível de evidência V e um (10%) no nível de evidência VI. Diante da análise de idiomas encontrados nos 10 artigos selecionados, cinco (50%) estavam publicados na língua inglesa e cinco (50%) na língua portuguesa. Em relação à base de dados cinco (50%) encontravam-se no Google Acadêmico, um (10%) foi encontrado na BVS, dois (20%) na PUBMED e dois (20%) na SciELO. Quanto à abordagem de pesquisas analisadas, 100% tratava-se de pesquisas qualitativas. 11 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 Tabela 3- Distribuição dos estudos em relação à classificação do nível de evidência das publicações selecionadas entre janeiro de 2017 a maio de 2022. Tipo de estudo Nível de evidência* n % Metanálise, Revisão Sistemática de Ensaio Clínico Randomizado, Ensaio Clínico Randomizado Controlado I 1 10 Pelo menos um Ensaio Clínico Randomizado Controlado bem delineado II - - Ensaio Clínico, sem randomização III 3 30 Estudo de Coorte, Estudo Caso Controle IV 3 30 Revisão Sistemática de estudos descritivos ou qualitativos V 2 20 Estudo descritivo ou qualitativo VI 1 10 Opinião de autoridades ou Relatório de Comitê de Especialistas VII - - Total 7 10 100 Fonte: Os autores, 2022. Quadro 1- Título, ano, banco de dados, objetivo, evidências científicas dos estudos incluídos na amostra e nível de evidência. Nº Título do artigo (Autor; Ano) Banco de dados Objetivo Evidências científicas Nível de evidência 01 Análise dos fatores de risco associados à toxoplasmose e a importância da prevenção desta zoonose no período gestacional GNIECH, et al., 2021. GOOGLE ACADÊMIC O Apresentar os fatores de risco da infecção aguda por toxoplasmose, ressaltando a relevância da prevenção durante o período gestacional. A toxoplasmose está relacionada à baixa divulgação profilática, somado aos hábitos de vida da população como o consumo de carnes cruas ou malcozidas, contato com gatos de rua e solo contaminado. É imprescindível que ocorra o diagnóstico precoce já que a maioria das gestantes são assintomáticas, com a finalidade de minimizar a contaminação materno-fetal. É necessário ampliar o sistema de notificação à I 12 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 nível nacional, a fim de monitorar adequadamente o avanço da toxoplasmose gestacional. 02 Ações de extensão com profissionais da saúde na atenção primária para a prevenção da toxoplasmose gestacional e congênita SANTOS et al., 2020. GOOGLE ACADÊMIC O Um dos principais problemas envolvendo a prevenção da toxoplasmose é a quantidade de conhecimentos baseados em senso comum e amplamente difundido na sociedade. Além disso, é importante salientar dificuldades para lidar corretamente com a toxoplasmose, em relação às formas de transmissão, história natural da doença e interpretação dos exames sorológicos pelos profissionais da atenção básica. O objetivo é esclarecer, conscientizar e divulgar informações sobre a doença. Mesmo com a existência de muitas informações sobre a toxoplasmose ela ainda é uma doença negligenciada no Brasil e com impacto na saúde pública. Projetos de extensão universitária contribuem para educação continuada e conscientização sobre a toxoplasmose gestacional e coletando novas informações sobre as novas pesquisas e informações mais recentes sobre a doença. VI 03 Congenital toxoplasmosis in primary health care: the importance of prevention in the control of a neglected disease SAMPAIO et al., 2020. GOOGLE ACADÊMIC O A toxoplasmose é uma doença com um grande impacto na saúde pública, causando sequelas em recém-nascidos. O diagnóstico da toxoplasmose durante a gravidez e tratamento completo é efetivo. O objetivo do trabalho é estudar o conhecimento de mulheres grávidas sobre toxoplasmose na cidade de Jataí, estado de Goiás (Brasil). As ações na atenção primária contribuem para a manutenção de medidas profiláticas, além de conscientizar gestantes sobre infecção e suas consequências para o feto. Eles também são um momento importante para alunos e profissionais da saúde desenvolverem habilidades necessárias para combater a doença. III 04 Conhecimento de médicos e enfermeiros atuantes no pré- natal sobre toxoplasmose INAGAKI et al., 2021. GOOGLE ACADÊMIC O Descrever o conhecimento de médicos e enfermeiros pré-natalistas sobre a toxoplasmose. Médicos e enfermeiros pré-natalistas apresentaram pouco conhecimento a respeito do ciclo do parasito, prevenção, diagnóstico e tratamento da toxoplasmose. Ao compararmos os grupos III 13 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 os enfermeiros apresentam maior desconhecimento. É necessário que ocorra capacitação de profissionais pré- natalistas da atenção básica a respeito da toxoplasmose. 05 A prevalência da toxoplasmose nas gestantes atendidas em um centro de referência no Município do Rio de Janeiro: o papel da enfermagem no diagnóstico precoce RICHTRMOE et al., 2020. BVS Avaliar a prevalência, o risco para toxoplasmose nas gestantes através da sorologia e analisar os cuidados de enfermagem. O diagnóstico e tratamento precoce no pré-natal pode-se evitar a transmissão ao neonato ou reduzir maiores complicações da transmissão congênita. Mulheres que possuem menor idade possuem maior probabilidade de se infectarem com o toxoplasma durante a gestação. Em Caxias, as multíparas apresentaram 1,9 vezes maior probabilidade de se infectarem com o toxoplasma quando comparadas as primíparas. Na amostra analisada, 67% são suscetíveis ao toxoplasma e 33% possuem soreatividade. III 06 Conhecimento e comportamento preventivo de gestantes sobre Toxoplasmose no município de Imperatriz, Maranhão, Brasil MOURA et al., 2017. BVS O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento e o comportamento preventivo sobre a toxoplasmose e relacionar com as condições socioeconômicas, do pré- natal e ambientais entre as gestantes da Estratégia Saúde da Família (ESF), no município de Imperatriz, Maranhão, Brasil. É essencial a implementação de medidas preventivas mais integrais, por meio de políticas públicas de saúde e educação que levem em consideração questões econômicas, sociais, ambientais e culturais. A maioria das gestantes incluídas na amostra (55,6%) relatou desconhecimento de qualquer informação acerca de toxoplasmose, 64% afirmaram não ter recebido orientação do profissional da saúde IV 14 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17,n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 para evitar a doença. Foram os enfermeiros a categoria que mais repassou informações a respeito da toxoplasmose (65,1%). 07 Awareness, knowledge and risk factors of Toxoplasma gondii infection among pregnant women in the Western Black Sea region of Turkey EROGLU, ASGIN, 2020. PUBMED. Determinar a soroprevalência da toxoplasmose e impactos de ação de conscientização de gestantes. A soropositividade mostrou-se relacionada à gestação, posse de gato ou contato próximo a gatos e consumo de produtos processados como salame e linguiça. A consciência da doença foi menor entre as mulheres primigestas. A adoção de medidas preventivas pode mitigar a possibilidade de complicações decorrentes da toxoplasmose congênita, principalmente no período reprodutivo das mulheres. IV 08 Evaluation of implementation of the primary, secondary and tertiary prevention measures of the surveillance program of gestational and congenital toxoplasmosis in the city of Londrina-PR PASCHOAL et al., 2021. PUBMED Avaliar a implementação das medidas primárias, secundárias e terciárias do programa de vigilância da toxoplasmose gestacional e congênita. O Programa de Monitoramento da Toxoplasmose Adquirida e Congênita trouxe resultados positivos no que diz respeito à entrega e disseminação do conhecimento. Entretanto, apresentou falhas no que diz a respeito às medidas preventivas primárias, quanto à conscientização das gestantes para mudanças de hábitos de risco, às medidas de prevenção secundária no processo de solicitação de exames sorológicos e as medidas de prevenção terciária quanto a problemas no encaminhamento de pacientes de risco ao serviço de referência. IV 15 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 Assim, para minimizar as falhas, faz-se necessário oficinas regulares de capacitação dos profissionais de saúde e a retomada de ações de vigilância. 09 Comparison between Enzyme Immunoassays Performed on Samples of Dried Blood and Serum for Toxoplasmosis Prenatal Screening: Population-based Study MARQUES et al., 2021. SciELO O objetivo primário do presente estudo foi comparar o desempenho de um exame de sangue seco com um teste sorológico comercial considerado referência para o diagnóstico de infecção. O objetivo secundário foi determinar a prevalência de toxoplasmose em gestantes e assim possibilitar ações efetivas para prevenção e controle da doença. Considerando a alta prevalência de toxoplasmose no Brasil e o risco de infecção em gestantes e a gravidade da toxoplasmose congênita, o rastreamento da infecção possibilita a prevenção adequada e pode ser custo-efetivo. O bom desempenho das amostras de sangue seco torna este método promissor para países com dimensões continentais, recursos limitados e alta prevalência de toxoplasmose e assim direcionar ações de prevenção. V 10 IgG Avidity in Samples Collected on Filter Paper: Importance of The Early Diagnosis of Congenital Toxoplasmosis SOUZA et al., 2021. SciELO Padronizar e avaliar o uso do teste de avidez do anticorpo imunoglobulina G (IgG) em amostras de sangue de recém-nascidos coletadas em papel filtro para a realização do teste do pezinho visando sua implementação em programas de prevenção de toxoplasmose congênita. O teste de IgG mostrou- se eficiente, pois possibilitou a detecção de pacientes com toxoplasmose, contribuindo para o diagnóstico precoce em 50%. Esse método é barato e de fácil implementação em amostras de sangue que apresentam altas concentrações de IgG detectadas no teste do pezinho, teste básico do programa pós-natal, oferecido nacionalmente pelo SUS. V Fonte: Os autores, 2022. 16 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 4 DISCUSSÃO A toxoplasmose apresenta uma alta prevalência no Brasil, e é negligenciada pelo poder governamental (Vaz et al., 2011). Grande parte das infecções é assintomática, sendo necessária assim, a realização de testes para facilitar o diagnóstico precoce (Silva et al., 2019). Essa doença passa a ser preocupante em mulheres de idade fértil, pois a toxoplasmose congênita pode acarretar o aborto e lesões irreversíveis ao feto (Silva et al., 2019). Além disso, algumas consequências da infecção intrauterina são comuns como: prematuridade, baixo peso, coriorretinite pós-maturidade, estrabismo (distúrbio que afeta o paralelismos entre dois olhos que apontam para direção diferente), icterícia e hepatomegalia e exames laboratoriais incluem pleiocitose (aumento do número de leucócitos) com proteinorraquia (concentração da proteína LCR), retardo mental, defeitos endócrinos resultantes de disfunção hipotalâmica e pituitária (hipófise) (Silva et al., 2019). T. gondii pode ser transmitido ao feto por via congênita durante a gestação (Silva et al., 2019). A transmissão transplacentária pode acontecer em mulheres imunocomprometidas e infectadas previamente pelo parasito durante a gestação (Silva et al., 2019). Visto que, geralmente, a gestante quando adquire a infecção pode ser assintomática e por consequência disso acaba não sendo diagnosticada precocemente (Sampaio et al., 2020). Devido a isso, o Ministério da Saúde, recomenda a realização de repetidos testes sorológicos nas gestantes, através do pré-natal, com a finalidade de detectar o aumento de anticorpos (Brasil. Ministério da Saúde, 2003). O recomendado é realizar o primeiro teste sorológico no primeiro trimestre, e posteriormente mensalmente em gestantes soronegativas (Silva et al., 2019; Sampaio et al., 2020). O risco de transmissão vertical é maior no terceiro trimestre, entretanto o risco de complicações severas é maior no primeiro trimestre (Rivas et al., 2018). O risco de transmissão fetal está atrelado a fatores como a resposta imune materna e idade gestacional no momento da infecção, sendo de 10-20% no primeiro trimestre de gravidez, 30-40% no segundo trimestre, 60- 65% no terceiro trimestre e 80% próximo ao nascimento (Rivas et al., 2018). A relação exposta entre as vertentes dos estudos analisados nesse estudo demonstram que a educação primária com as gestantes sobre a toxoplasmose congênita é a intervenção mais eficaz para a prevenção da doença. Sendo assim, o pré-natal torna-se um momento importante para que 17 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 a gestante possa adotar hábitos que previnem a doença, já que a maioria delas é assintomática. O acompanhamento sorológico das gestantes é muito importante enquanto rotina nas unidades de saúde. Além disso, o diagnóstico e tratamento precoce pode evitar a transmissão do parasito ao neonato ou reduzir maiores complicações. É necessário que ocorra capacitação de profissionais pré-natalistas da atenção básica a respeito da toxoplasmose. Sendo que, o tratamento nem sempre é eficaz por falta de conhecimento dos médicos e falta de medicação (Inagaki et al., 2021). Devido a gravidade dos danos causados em recém- nascidos que apresentam a toxoplasmose congênita é necessário realizar mais pesquisas na área, capacitação de profissionais e mais programas de educação em saúde pública, já que essas informações são necessárias para o combate da doença (Inagaki et al., 2021; Sampaio et al., 2020). O Brasil tem alta prevalência de toxoplasmose, sendo uma doença endêmica, que varia de 31% a 91,6%, dependendo da região estudada, condição sanitária do local onde o indivíduo vive e dos hábitos alimentares (Silveira et al., 2020).Em Sergipe, a prevalência é de 68,5%, acarretando alto risco de comprometimento fetal durante a gestação. As populações com prevalência de IgG para toxoplasmose entre 25% e 85% têm um risco maior de infecção congênita por consequência da alta circulação do parasita e a alta proporção de gestantes vulneráveis (Inagaki et al., 2021). Em Florianópolis-SC a prevalência é de 41,9%, em Londrina- PR 49,2%, Porto Alegre-RS 61,1%, em Goiânia-GO 67,7%, Vitória-ES 73,5%, em Recife-PE 74,7% e a mais alta frequência descrita no estudo foi encontrado em Mato Grosso do Sul, 92% (Rivas et al., 2018). Ao comparar esses valores com outros países, a soroprevalência no Brasil pode ser considerada alta. No México a prevalência é de 6,1%, na Turquia 30,1%, no Sul da Suécia 25,7% e no Japão 10,3% (Silveira et al., 2020). O fator renda também contribui para o desenvolvimento da doença, já que a gestante que possui renda mensal de um salário-mínimo possui 2,6 a mais chance de soroconversão (Silveira et al., 2020). A escolaridade, idade e maior número de gestações também foram considerados fatores de risco para adquirir a doença (Silveira et al., 2020). Neste sentido, o conhecimento da epidemiologia da doença é essencial para a elaboração de estratégias de prevenção da doença que visam à redução de novos casos (Silveira et al., 2020). No presente estudo foi observado que todos os artigos incluídos apontaram que a prevenção precoce e orientações de educação em saúde foram as formas mais assertivas para controlar a 18 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 disseminação da doença. Desta forma, tendo em vista a alta prevalência de toxoplasmose em nosso país, é imprescindível mais estudos em relação à doença. Os motivos para existirem poucos estudos, embora haja surtos em alguns locais, há escassez de monitoramento constante da doença e a cultura local/condições sanitárias do ambiente que favorece o ciclo do parasito (Portilho et al., 2019). Aliado a isso há um déficit na capacitação dos profissionais da saúde para prestarem atendimento das gestantes, pois muitos profissionais não tiveram informações sobre a prevenção e tratamento da doença (Branco et al., 2012). Isso poderia explicar a falta de estudos, uma vez que profissionais de saúde alegam necessitar de oficinas de capacitação para auxílio das grávidas durante o pré-natal e não tiveram contato com informações de qualidade para realizar uma produção científica (Branco et al., 2012). Isso é um fator preocupante, uma vez que são o pré-natal e orientam as gestantes sobre medidas preventivas e profiláticas da toxoplasmose (Rezende-Oliveira et al., 2021) Outro fator para explicar a falta de estudos seria a falta de incentivo financeiro governamental em pesquisas no Brasil e a negligência das escolas que não preparam os jovens para seguir a carreira científica (Costa et al., 2017). Uma das soluções para aumentar a quantidade de estudos na área seria as escolas possibilitarem aos seus alunos a inserção na Iniciação Científica (Costa et al., 2017). Além disso, há uma dificuldade de receber financiamentos em pesquisa visto que as maiores verbas são destinadas a universidade pública e poucos profissionais têm acesso a essas instituições de ensino (Rapini et al., 2016). Houve um aumento significativo na publicação de artigos no período de 2020-2021, totalizando 90% dos artigos científicos incluídos nesse estudo. Esse resultado mostra que as revistas brasileiras durante o período da pandemia de Covid-19 publicaram estudos sobre o impacto da atenção primária nas populações, e cabe aos cientistas desenvolverem estudos para gerar informações que irão colaborar para o enfrentamento das doenças (Carvalho et al., 2020). Tendo em vista o crescimento da quantidade de informações na área da saúde, se tornou necessário o desenvolvimento de artifícios, na pesquisa científica, capazes de delimitar etapas metodológicas e auxiliar os pesquisadores a melhor utilização das evidências encontradas nos estudos (Souza et al., 2010). A Prática Baseada em Evidências focaliza, em sistemas de classificação de evidências, organizados de hierárquica, dependendo da abordagem metodológica escolhida pelo pesquisador (Souza et al., 2010). Neste estudo foram incluídos um 19 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 artigos do nível de evidência I, três no nível de evidência III, três no nível de evidência IV, dois no nível de evidência V, um no nível de evidência VI. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme o exposto acima, ficou comprovado que a toxoplasmose é uma doença negligenciada no Brasil. Esta doença é um grande problema de saúde pública, por acarretar problemas fetais quando a gestante é infectada durante a gravidez. Sendo assim, a promoção em saúde é a forma mais eficaz de prevenir a doença. Pode ser feita através da realização de ações educativas, programas de incentivos à realização de pré-natais para realizar diagnóstico precoce, uma vez que a maioria das gestantes são assintomáticas. É necessário capacitar os profissionais para eles realizarem as orientações de medidas preventivas. O teste de IgG mostrou-se eficiente, pois possibilitou a detecção de pacientes com toxoplasmose, iniciando o quanto antes as ações de profilaxia. Fica evidente que outros estudos adicionais se fazem necessários, para que mais ações de prevenção e capacitação de profissionais sejam realizadas, com o intuito de minimizar falhas nas medidas preventivas primária e secundária. Esses estudos poderiam direcionar políticas públicas para atenção primária com o intuito de melhorar o rastreamento das infecções. Assim, é necessário incentivar ações de promoção à saúde para prevenção de toxoplasmose, reduzindo assim a prevalência da doença. 20 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 REFERÊNCIAS AMENDOEIRA, M. R. R.; CAMILO-COURA, L. F. Uma breve revisão sobre toxoplasmose na gestação. Scientia Medica, v. 20, n. 1, p. 113-119, 2010. AVELAR, J. B. et al. Epidemiological factors associated with Toxoplasma gondii infection in postpartum women treated in the public healthcare system of Goiânia, State of Goiás, Brazil. Rev Soc Bras Med Trop, v. 51, n. 1, p. 57-62, 2018. BARBOSA, S. B.; MUNO, R. M.; MOURA, A. M. O ciclo evolutivo. Editora Fiocruz, n. 22, p. 616-936, 2014. BARCELOS, I. S.; CALMEIDA, L. F.; OLIVEIRA, A. A.; RODRIGUES, R. M. Ações de educação em saúde sobre parasitoses humanas em escolas públicas no município de Jataí, Goiás. Em Extensão, Uberlândia, v. 18, n. 2, p. 133-141, 2019. BLANCO-LAGO, R.; GARCIA-PENAS, J. J.; CONEJO-MORENO, D.; CANTARIN- EXTREMERA, V.; LEON, M.; DUAT-RODRIGUEZ, A. Congenital toxoplasmosis and cortical development malformation: an infrequent association. Rev Neurol, v. 50, n. 4, p. 253-254, 2010. BRANCO, B. H. M.; ARAÚJO, S. M.; FALAVIGNA-GUILHERME, A. L. Prevenção primária da toxoplasmose: conhecimento e atitudes de profissionais de saúde e gestantes do serviço público de Maringá, estado do Paraná. Scientia Medica, v. 22, n. 4, p. 185-190, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. CARLIER, Y.; TRUYENS, C.; DELORON, P.; PEYRON, F. Congenital parasitic infections: a review. Acta Trop, v. 121, n. 2, p. 55-70, 2012. CARVALHO, M. S.; LIMA, L.; DOELI, C. M. Ciência em tempos de pandemia. CHAUDHRY, S. A.; GAD, N.; KOREN, G. Toxoplasmosis and pregnancy. Canadian Family Physician, v. 60, n. 4, p. 6-334, 2014. COSTA, W. L.; ZOMPERO, A. F. A iniciação científica no Brasil e sua propagação no ensino médio. REnCiMa, v. 8, n. 1, p. 14-25, 2017. DUBEY, J. P.; JONES,J. L. Toxoplasma gondii infection in humans and animals in the United States. Int J Parasitol, v. 38, n. 11, p. 78-1257, 2008. ELBEZ-RUBINSTEIN, A.; AJZENBERG, D.; DARDE, M. L.; COHEN, R.; DUMETRE, A.; YEAR, H.; GONDON, E.; JANAUD, J. C.; THULLIEZ, P. Congenital toxoplasmosis and reinfection during pregnancy: case report, strain characterization, experimental model of reinfection, and review. J Infect Dis, v. 199, n. 2, p. 280-285, 2009. 21 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 ELSHEIKHA, H. M. Congenital toxoplasmosis: priorities for further health promotion action. Public Health, v. 122, n. 4, p. 335-353, 2008. EROGLU, S.; ASGIN, N. Awareness, knowledge and risk factors of Toxoplasma gondii infection among pregnant women in the Western Black Sea region of Turkey. Journal of Obstetrics and Gynaecology, 2020. FALKENBERG, M. B.; MENDES, T. P. L.; MORAES, E. P.; SOUZA, E. M. Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e implicações para a saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 3, p. 847-852, 2014. Disponível em: [link]. Acesso em: 04 de agosto de 2021. FIGUEIRÓ-FILHO, E. A.; SENEFONTE, F. R.; LOPES, A. H.; MORAIS, O. O.; SOUZA- JÚNIOR, V. G.; MAIA, T. L. Frequência das infecções pelo HIV-1, rubéola, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus, herpes simples, hepatite B, hepatite C, doença de Chagas e HTLV I/II em gestantes, do Estado de Mato Grosso do Sul. Rev Soc Bras Med Trop, v. 40, n. 2, p. 181-187, 2007. GNIECH, N. R.; GNIECH, A. L.; PARREIRA, A. C. F.; AGOSTINI, F. M. D. Análise dos fatores de risco associados à toxoplasmose e a importância da prevenção dessa zoonose no período gestacional. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 4, n. 4, p. 18067-18072, 2021. INAGAKI, A. D. M. et al. Conhecimento de médicos e enfermeiros atuantes no pré-natal sobre toxoplasmose. Cogitare Enferm, v. 26, p. 70416, 2021. JONES, J. L.; CONRAD, P. A.; PATTON, S.; LINDSAY, D. S.; DUBEY, J. P. Toxoplasma gondii: epidemiology, feline clinical aspects, and prevention. Trends Parasitol, v. 26, n. 4, p. 190-196, 2010. KAWAZOE, U. D. P.; MELO, A. L.; LINARDI, P. M.; VITOR, R. W. A. Toxoplasma gondii. Parasitologia Humana, v. 11, p. 56-147, 2005. KOCHANOWSKY, A. J.; KOSHY, A. A. Toxoplasma gondii. Current Biology, n. 28, p. R761–R783, 2018. Acesso em: 15 de maio de 2021. KODJIKIAN, L. Toxoplasmosis and pregnancy. J Fr Ophtalmol., v. 5, n. 33, p. 7–362, 2010. KOPPE, J. P.; LOEWER-SIEGER, D. H.; DE ROEVER-BONNET, H. Results of 20-years follow-up of congenital toxoplasmosis. Lancet, v. 1, n. 1 (8475), p. 254-256, 1986. LAGO, E. G. et al. Congenital toxoplasmosis: late pregnancy infections detected by neonatal screening and maternal serological testing at delivery. Paediatr Perinat Epidemiol., v. 21, n. 6, p. 525-531, 2007. LEBECH, M. et al.. Classification system and case definitions of Toxoplasma gondii infection in immunocompetent pregnant women and their congenitally infected offspring. 22 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 European Research Network on Congenital Toxoplasmosis. European Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases, v. 15, n. 10, p. 799-805, 1996. LOPES-MORI, F. M. R. et al. Programas de controle da toxoplasmose congênita. Rev Assoc Med Bras., v. 57, n. 5, p. 594-599, 2011. MARQUES, B. A. et al. Comparison between Enzyme Immunoassays Performed on Samples of Dried Blood and Serum for Toxoplasmosis Prenatal Screening: Population- based Study. Rev Bras Ginecol Obstet, v. 43, n. 5, 2021. MARTÍN-HERNÁNDEZ, I.; GARCÍA-IZQUIERDO, S. M. Toxoplasmosis en el hombre. BIOQUIMIA, v. 28, n. 3, p. 19-27, 2003. MENDES, K. D. S.; SILVEIRA, R. C. C. P.; GALVÃO, C. M. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm, v. 17, n. 4, p. 758-764, 2008. MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Gabinete do Ministro. Portaria nº 204, de 17 de fevereiro de 2016. Define a lista nacional de notificação compulsória de agravos, doenças e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 2003 Feb 18; 32(1):23. MOURA, I. P. S.; FERREIRA, I. P.; PONTES, A. N.; BICHARA, C. N. C. Conhecimento e comportamento preventivo de gestantes sobre toxoplasmose no município de Imperatriz, Maranhão, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 24, n. 10, p. 3933-3946, 2019. MOHER, D.; LIBERATI, A.; ALTMAN, D. G. Principais itens para relatar revisões sistemáticas e meta-análises: A recomendação PRISMA. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 24, n. 2, 2015. NASH, J. Q.; CHISSEL, S.; JONES, J.; WARBURTON, F.; VERLANDER, N. Q. Risk factors for toxoplasmosis in pregnant women in Kent, United Kingdom. Epidemiol. Infect., n. 133, p. 475–483, 2005. OPSTEEGH, M. M.; KORTBEEK, T. L.; HAVELAAR, A. A.; VAN DER GIESSEN, J. J. Intervention strategies to reduce human Toxoplasma gondii disease burden. Clin Infect Dis., v. 60, n. 1, p. 101-107, 2014. PASCHOAL, A. T. P. et al. Evaluation of implementation of the primary, secondary and tertiary prevention measures of the Surveillance Program of Gestational and Congenital Toxoplasmosis in the city of Londrina-PR. Transbound Emerg Dis., n. 00, p. 1–9, 2021. PORTILHO, M. B. F.; CARVALHO, A. V. A toxoplasmose em felinos: parasitologia, imunologia e diagnóstico animal. Agrariae Liber, v. 1, n. 1, 2019. 23 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 RAPINI, M. S.; OLIVEIRA, V. P.; CALIARI, T. Como a interação universidade-empresa é remunerada no Brasil: evidências dos grupos de pesquisa do CNPq. Rev. Bras. Inov., v. 15, n. 2, p. 219-246, 2016. REMINGTON, J. S.; MCLEOD, R.; THULLIEZ, P.; DESMONTS, G. Toxoplasmosis. In: Infectious diseases of the fetus and newborn infant. Philadelphia: WB Saunders, p. 205-346, 2021. REZENDE-OLIVEIRA, K. et al. Promoção de saúde para gestantes com ênfase na toxoplasmose congênita. Extensão em ação, v. 22, n. 2, p. 110-122, 2021. RICHTRMOC, W. B. S.; TEXEIRA, P. C.; MENDONÇA, M. B.; TERRA, J. F. P. A prevalência da toxoplasmose nas gestantes atendidas em um centro de referência no Município do Rio de Janeiro: o papel da enfermagem no diagnóstico precoce. Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 3, n. 6, p. 17584-17600, 2020. RIVAS, G. C. O.; SILVA, L. M.; SOUSA, H. S.; SOUZA, E. Prevalência de toxoplasmose em gestantes atendidas em duas unidades básicas de saúde do município de Criúma-SC no período de 2014 a 2015. Práticas e saberes em saúde coletiva I, 2018. RODRIGUES, J. B. et al. Conhecimento de gestantes sobre toxoplasmose no município de Teresina, Piauí. Rev. Pre. Infec e Saúde, v. 1, n. 2, p. 41-46, 2015. SAMPAIO, G. L. et al. Toxoplasmose congênita na atenção primária à saúde: importância da prevenção no controle de uma doença negligenciada. Rev. epidemiol. controle infecç., v. 10, n. 4, p. 104-113, 2020. SANTOS, B. L. S. et al. Ações de extensão com profissionais da saúde na atenção primária para a prevenção da toxoplasmose gestacional e congênita. v. 11, n. 3, p. 407-416, 2020. SANTOS, M. C. S.; PIMENTA, C. A. M.; NOBRE, M. R. C. A estratégia para a construção da pergunta de pesquisa e busca de evidências. Rev. Latino-am Enfermagem, v. 15, n. 3, 2007. SEPULVEDA-ARIAS, J. C. et al. Toxoplasmosis as a travel risk. Travel Med Infect Dis., v. 12, n. 6 Pt A, p. 592-601, 2014. SILVA, B. C. T. et al. Toxoplasmose congênita: estratégias de controle durante o pré- natal. Revista Caderno de Medicina, v. 2, n. 1, 2019. SILVEIRA, M. B.; OLIVEIRA, R. O.; OLIVEIRA, R. O.; NASCENTE, F. M.; REZENDE, H. H.A.; CASTRO, A. M.; AVELAR, J. B. Soroprevalência e fatores de risco para toxoplasmose em gestantes na região metropolitana de Goiânia, Goiás, Brasil. Braz. J. Hea. Rev., v. 3, n. 1, p. 729-746, 2020. 24 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-24, 2024 jan. 2021 SOUZA, J. Y. et al. IgG Avidity in Samples Collected on Filter Paper: Importance of the Early Diagnosis of Congenital Toxoplasmosis. Rev Bras Ginecol Obstet, v. 43, n. 12, p. 887- 893, 2021. SOUZA, M. T.; SILVA, M. D.; CARVALHO, R. Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, v. 8, n. 1, p. 102-106, 2010. SPALDING, S. M. et al. Estudo prospectivo de gestantes e seus bebês com risco de transmissão de toxoplasmose congênita em município do Rio Grande do Sul. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 36, n. 4, p. 483-491, 2003. SROKA, S. et al. Prevalência e Fatores de Risco da Toxoplasmose em Gestantes de Fortaleza, Nordeste do Brasil. Am J Trop Med Hyg., v. 83, n. 3, p. 528-533, setembro de 2010. TABILE, P. M. et al. Toxoplasmose gestacional: uma revisão da literatura. Rev Epidemiol Control Infect., v. 5, n. 3, p. 158-162, 2015. VAZ, R. S. et al. Toxoplasmose Congênita: Uma Doença Negligenciada? Atual política de saúde pública brasileira. Field Actions Science Reports, Special Issue, v. 3, 2011.