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Rita de Cassia Bomfim Leitão Higa (organizadora) Amanda Gea Del Trejo | Ana Carolina Ruiz de Lima Beatriz Bech Carvalho | Fabiana Quelho Witzler Ribeiro Fernanda Lopes de Carvalho | Gabrielly Del Valle Martins Ribeiro Nickson Robert de Sousa | Tainah Samecima Alvarenga Vitoria Pelegrin Dias Rantin Rita de Cassia Bomfim Leitão Higa (organizadora) Amanda Gea Del Trejo Ana Carolina Ruiz de Lima Beatriz Bech Carvalho Fabiana Quelho Witzler Ribeiro Fernanda Lopes de Carvalho Gabrielly Del Valle Martins Ribeiro Nickson Robert de Sousa Tainah Samecima Alvarenga Vitoria Pelegrin Dias Rantin 1ª. Edição Como citar: HIGA, R. C. B. L. (org.). Da pergunta ao aprendizado em Medicina LegalDa pergunta ao aprendizado em Medicina Legal. Presidente Prudente: Unoeste – Universidade do Oeste Paulista, 2021. 268 p. ISBN. 978-65-88185-09-4 Presidente Prudente-SP Unoeste – Universidade do Oeste Paulista 2021 Da pergunta ao aprendizado em Medicina Legal [recurso eletrônico] ISBN: 978-65-88185-09-4 Capa (criação/arte) | Dennis Pereira | Departamento de Marketing Unoeste Diagramação | Adalberto Camargo | Adalbacom (www.adalba.com.br) Revisores Dr. João Roberto Oba Dr. Luís Antônio Gilberti Panucci Catalogação na Publicação D111p Da pergunta ao aprendizado em Medicina Legal / organização Rita de Cassia Bom im Leitão Higa. -- 1.ed. – Presidente Prudente: Unoeste – Universidade do Oeste Paulista, 2021. 232 p.: il. color. Vários colaboradores. ISBN: 978-65-88185-09-4 1. Medicina Legal. 2. Ensino - aprendizagem. 3. Medicina Forense. 4. Universidade do Oeste Paulista. I. Higa, Rita de Cassia Bom im Leitão, organização. II. Del Trejo, Amanda Gea. III. Lima, Ana Carolina Ruiz de. IV. Carvalho, Beatriz Bech. V. Ribeiro, Fabiana Quelho Witzler. VI. Carvalho, Fernanda Lopes de. VII. Ribeiro, Gabrielly Del Valle Martins. VII. Sousa, Nickson Robert de. VIII. Alvarenga, Tainah Samecima. IX. Rantin, Vitoria Pelegrin Dias. X. Título. CDD 340.7 /23ª ed. Bibliotecária: Jakeline Queiroz Ortega – CRB 8/6246 DIREITOS DESSA PUBLICAÇÃO RESERVADOS PARA: Universidade do Oeste Paulista – Unoeste Rua: José Bongiovani, 700 – Cidade Universitária 19050-680 – Presidente Prudente – SP Telefone: (0xx18) 3229-1000 /2000 http://www.adalba.com.br APOIO Associação dos Médicos Legistas do Estado de São Paulo Celso Domene PRESIDENTE João Roberto Oba VICE-PRESIDENTE Marcus Vinicius Baptista Primeiro Secretário Luiz Frederico Hoppe Segundo Secretário Hideaki Kawata Primeiro Tesoureiro Nilton José Soares Segundo Tesoureiro Rita de Cássia Gava Diretor Social e Cientí ico Rita de Cassia Bom im Leitão Higa Diretor Representante do Interior TITULARES DO CONSELHO FISCAL Ricardo Kirche Cristo i José Claudio Sartorelli Diogo Crevatin Sheldon SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL Carlos Alberto de Souza Coelho Antonio Carlos de Pádua Milagres Arnaldo Teixeira Ribeiro APRESENTAÇÃO DOS COLABORADORES Rita de Cassia Bom im Leitão Higa (organizadora) https://orcid.org/0000-0002-7960-4119 Graduada em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Residência Médica em Medicina Preventiva e Social (UEL). Especialista em Medicina do Trabalho, Medicina Legal e Perícias Médicas. Pós-Graduação em Toxicologia Forense pela FEEVALE e University of Florida. Doutorado em Ciências – Área de Concentração: Patologia – Universidade de São Paulo (USP). Delegada do Conselho Regional de Medicina de São Paulo – período: 2008-2010. Membro da Câmara Técnica de Medicina Legal – período: 2007-2018. Delegada superintendente da Delegacia regional de Presidente Prudente da Associação Brasileira de Medicina Legal – período: 2015-2017. Médica Legista aposentada do IML de Presidente Prudente. Professora Responsável de Medicina Legal e Toxicologia da Faculdade de Medicina da Unoeste. Coordenadora do Centro de Assistência Toxicológica de Presidente Prudente. Diretora do Interior da Associação dos Médicos Legistas de Presidente Prudente. Amanda Gea Del Trejo https://orcid.org/0000-0002-9141-2566 Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Presidente Prudente. Tesoureira da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense. Formada em Engenharia Química e com Pós- Graduação MBA em Gestão Empresarial. Ana Carolina Ruiz de Lima https://orcid.org/0000-0003-0466-0981 Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente. Diretora de Atividades práticas da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense. Beatriz Bech Carvalho https://orcid.org/0000-0001-6799-7982 Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente. Membro da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense. Fabiana Quelho Witzler Ribeiro https://orcid.org/0000-0002-6833-7502 Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente. Vice-presidente da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense. Advogada graduada em Direito pela Unesp, campus de Franca-SP. Fernanda Lopes de Carvalho https://orcid.org/0000-0001-9109-6260 Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente. Secretária da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense. Gabrielly Del Valle Martins Ribeiro https://orcid.org/0000-0003-2145-7723 Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente. Diretora de Atividades Práticas da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense. Nickson Robert de Sousa https://orcid.org/0000-0002-2996-7886 Acadêmico da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente. Diretor Cientí ico da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense. Tainah Samecima Alvarenga https://orcid.org/0000-0001-8212-4004 Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente. Presidente da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense. Vitoria Pelegrin Dias Rantin https://orcid.org/0000-0002-7569-6765 Acadêmica da Faculdade de Medicina da Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente. Membro da Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense. REVISORES Dr. João Roberto Oba https://orcid.org/0000-0002-336-2822 Graduado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (1990). Especialista em Medicina Legal e Perícias Médicas pela Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias Médicas. MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro. Médico Concursado do Instituto Médico- Legal de São Paulo e do Serviço de Veri icação de Óbito de Diadema-SP. Médico-Chefe do Instituto Médico- Legal de Diadema e do Serviço de Veri icação de Óbito de Diadema-SP. Professor da Faculdade de Direito de Diadema. Professor da Faculdade de Medicina Santa Marcelina. Ex-Membro da Câmara Técnica de Medicina Legal do CREMESP. Ex-Membro da Câmara Técnica de Assédio Sexual do CREMESP. Ex-Delegado do CREMESP Vila Mariana. Vice-Presidente da Associação dos Médicos Legistas do Estado de São Paulo. Tesoureiro da Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias Médicas (subseção São Paulo). Tesoureiro da Rede de Professores de Bioética. Dr. Luís Antônio Gilberti Panucci https://orcid.org/0000-0002-3539-7189 Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Vassouras (1995). Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pelo Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros-SP (2 anos de residência reconhecida pelo MEC), e 1 ano de especialização em Patologia Cervical e Mastologia pelo Hospital Brigadeiro-SP. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia em 1998 (TEGO 373/98). Atua em Presidente Prudente-SP, em clínica privada, serviço público estadual e leciona na Unoeste (Universidade do Oeste Paulista), Presidente Prudente, curso de Medicina, disciplina de Ginecologia e Obstetrícia, desde 2005. Desde 2016 atua como Médico-Legista no IML doEstado de São Paulo. DEDICATÓRIA Aos peritos, médicos-legistas entre outros, que, todos os dias, por meio de seu trabalho honram a arte da Medicina Legal, aos professores desta disciplina e aos estudantes que com suas perguntas estimulam a renovação dessa ciência. AGRADECIMENTOS O momento de agradecer é o mais di ícil. Como expressar gratidão pelas pessoas que tornaram possível a realização desta obra? Não há como traduzir apenas em palavras esse sentimento, portanto esse espaço é insu iciente para este propósito. Agradeço à Universidade do Oeste Paulista, em especial à Faculdade de Medicina, que, por meio de sua direção e coordenação, sempre ofertou todas as condições estruturais e o apoio completo às atividades de ensino, pesquisa e extensão. Registramos o nosso mais profundo agradecimento ao ex-diretor Prof. Dr. Gabriel de Oliveira Lima Carapeba e ao atual diretor, Dr. Murilo de Oliveira Lima Carapeba, assim como aos coordenadores Dra. Nilva Galli, Prof. Dr. Fernando Antônio Mourão Valejo e Dra. Ilza Martha de Souza. À Profa. Dra. Claudia Alvares Calvo Alessi, coordenadora de extensão da FAMEPP, sempre presente em todas as atividades. Ao Dr. João Roberto Oba e ao Dr. Luís Antônio Gilberti Panucci, que disponibilizaram tempo e conhecimento para a revisão deste trabalho. Ao Prof. Dr. Jose Luis Prieto Carrero pela gentil cessão de imagens de seu arquivo para a ilustração. À Associação dos Médicos Legistas do Estado de São Paulo (AMLESP) pelo seu usual apoio às iniciativas de propagação da Medicina Legal. À bibliotecária Jakeline Queiroz Ortega, que trabalhou arduamente em cada etapa deste livro para organizá-lo e editá-lo, tornando possível sua inalização. Ao Dennis Luiz Gomes Pereira e sua equipe do Departamento de Marketing da Unoeste pela criatividade e realização da arte da capa. Por im, é importante agradecer aos acadêmicos da LAMELT - Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense da Unoeste que aceitaram o grande desa io de escrever esta obra. Sua dedicação e esmero na busca das respostas, assim como sua resiliência em vencer as di iculdades de cada fase foi fundamental para a conclusão desta obra. Este é um livro feito por estudantes para estudantes da ciência que ilumina a justiça: a Medicina Legal. Com imensa alegria manifesto profunda gratidão a todos, reiterando meu respeito e admiração. A organizadora “As pessoas que não fazem perguntas permanecem ignorantes para o resto de suas vidas.” (Neil deGrasse Tyson) APRESENTAÇÃO É com imensa felicidade que vemos mais um projeto da Faculdade de Medicina de Presidente Prudente da Unoeste tomando forma. Que esse livro sobre Medicina Legal possa abrilhantar os estudos de pro issionais de saúde e do Direito com seus capítulos recheados de conteúdos atuais e essenciais para formação e atuação na área. Que seu conhecimento cresça a cada página virada. Que sua fome pelo saber aumente a cada novo desa io vencido. Prof. Dr. Gabriel de Oliveira Lima Carapeba NOTA A Faculdade de Medicina de Presidente Prudente-SP da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) prima por um ensino médico de qualidade e apoia sua pesquisa e seus projetos de extensão, além de oferecer incentivo ao docente em suas criações. Portanto, parabenizo a Profa. Dra. Rita de Cassia Bom im Leitão Higa pelo seu excelente trabalho: um livro de Medicina Legal que muito contribuirá para o ensino dos nossos discentes. Dra. Nilva Galli Coordenadora do Curso de Medicina, Presidente Prudente-SP Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) PREFÁCIO Todos os pro issionais que trabalham no âmbito da atividade médico-legal sabem: que esta área envolve o contato quase diário com situações dramáticas e implica tocar nos corpos de existências subitamente interrompidas e o contatar com pessoas que carregam com elas os traumas de uma vida afetada pela tragédia e pelo infortúnio, por vezes até com o cheiro da morte colado ao corpo; e que ser especialista em Medicina Legal signi ica saber “escutar” o que um corpo tem para contar e ouvir as vozes das vítimas e das suas famílias, quantas vezes feita de gritos mudos de desespero e angústia, de dor e raiva. Com a sua intervenção, quem trabalha nesta área assegura que a Medicina Legal continue a atuar como ciência guardiã da justiça, a constituir um elemento fundamental para uma melhor e mais adequada aplicação desta, a ser elemento essencial na defesa de valores tão fundamentais quanto a honra, o bom nome, a liberdade e a dignidade da pessoa humana. O especialista em Medicina Legal esforça-se diariamente por ajudar, por não desistir deste mundo que nos coube. Trabalhar no âmbito da Medicina Legal exige um esforço constante de revisão e atualização do conhecimento. Essa é uma área do saber em permanente evolução, uma área na qual todo progresso – cientí ico, tecnológico, social, legislativo ou qualquer outro – tem sempre repercussões. É uma área com a qual os futuros pro issionais de saúde e do direito devem contatar logo na sua fase de formação pré-graduada para que entendam o seu alcance e as suas limitações, para que comecem a interiorizar e a absorver o que dela vão inevitavelmente precisar de dominar, independentemente da área de especialidade e de exercício pro issional pela qual venham a optar. Daí a necessidade: de livros de estudo e consulta elaborados a pensar essencialmente nos estudantes, a pensar naqueles que estão a dar os primeiros passos na descoberta do fascinante universo médico-legal; de obras que sejam simples e claras, com a leveza que um conhecimento inicial exige, mas simultaneamente com o rigor e a seriedade de que não podem transigir. Este livro é, indiscutivelmente, uma dessas obras e tem a vantagem de ser proporcionado em acesso aberto, garantindo a todos a possibilidade de o consultarem. Estamos perante obra que, por meio da resposta de um amplo leque de perguntas, nos proporciona uma viagem pela Medicina Legal, partindo da sua história e evolução para chegar à realidade prática pericial quotidiana, nas diversas áreas de atuação desta ciência guardiã da justiça, que sempre foi – e que sempre será – essencial para a aplicação desta, para a defesa de valores tão fundamentais quanto a honra, o bom nome, a liberdade e a dignidade da pessoa humana. Proporciona, assim, uma introdução ao conhecimento médico-legal, oferecendo diálogos entre a teoria e a realidade, entre o pensamento e a ação, entre o saber e a dúvida, sabendo estimular o debate produtivo de ideias e a re lexão individual. Podemos não concordar com algumas das perspectivas e re lexões expostas, mas é seguramente um proveitoso ensaio de inventividade e criatividade, muito útil para o estudante, com um enorme potencial como elemento de estímulo para uma iniciação devidamente fundamentada na atividade médico-legal e na sua realidade. Para além do conhecimento teórico, este livro oferece ainda ao leitor um interessante acervo de imagens da realidade prática médico-legal. Ora, a Medicina Legal é uma das áreas médicas em que a imagem tem uma particular relevância, até porque contextos traumáticos similares podem proporcionar aspectos por vezes bastante diversos. Daí a enorme importância também dos atlas de Medicina Legal como elementos essenciais para a difusão e consolidação do conhecimento cientí ico neste domínio. Atlas estes que decisões judiciais relativamente recentes terão posto genericamente em causa no Brasil, sem que tal faça qualquer sentido, desde que devidamente assegurados os princípios éticos e legais que devem nortear a publicação de imagens (e desde logo o anonimato relativamente à sua proveniência), como sucede com as publicadas nesta obra. Elaborado por um jovem grupo de entusiastas e dinâmicos acadêmicos da LAMELT (Liga de Medicina Legal e Toxicologia Forense) da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), atuando sob a organização e coordenação atenta de uma pro issional médico- legal muitoexperiente e competente, a Professora Rita Higa, e concretizado com o apoio da Associação dos Médicos Legistas do Estado de São Paulo, este livro honra a Medicina Legal de São Paulo e do Brasil, testemunhando o trabalho empenhado, dedicado e sério desenvolvido no seio da universidade brasileira. Assegura-nos que a Medicina Legal deste país está a saber concretizar a renovação necessária, que lhe permitirá continuar a olhar o futuro com otimismo e con iança. Trata-se de um livro que, como se refere no seu prefácio, foi feito por estudantes e para estudantes, mas cujas análise e leitura serão também relevantes para os pro issionais experientes, permitindo nomeadamente rever conceitos, comparar situações práticas, assim como ampliar ou consolidar conhecimentos e perspectivas. Este é um livro cuja qualidade surge também assegurada pela atenta revisão de dois respeitados pro issionais e docentes, os Professores João Roberto Oba e Luís Antônio Panucci, e que se distingue ainda pela forma abrangente e completa da abordagem dos temas, pelo didatismo que o caracteriza, pela visão fresca que proporciona, pela acessibilidade que oferece. É um livro cuja leitura nos apraz recomendar, na certeza de que nele encontrará o estudante elementos fundamentais para iniciar o conhecimento das múltiplas problemáticas inerentes à atividade médico-legal, para iniciar uma aprendizagem médico- legal concretizada com sensibilidade e bom senso, correta, e icaz e humanizada. Coimbra, Outubro de 2020. Duarte Nuno Vieira Professor catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra e Diretor do Coimbra University Centre for Humanitarian and Human Rights Forensic Research and Training. Presidente do Conselho Cientí ico Consultivo do Procurador do Tribunal Penal Internacional e da Rede Ibero-americana de Instituições de Medicina Legal e Ciências Forenses e Vice-Presidente da Confederação Europeia de Especialistas em Avaliação e Reparação do Dano Corporal. Presidiu a Academia Internacional de Medicina Legal, a Associação Internacional de Ciências Forenses, a Associação Mundial de Médicos de Polícia, a Academia Mediterrânea de Ciências Forenses, o Conselho Europeu de Medicina Legal, a Associação Latino- Americana de Direito Médico, a Thematic Federation on Legal and Forensic Medicine da União Europeia de Médicos Especialistas, a Associação Portuguesa de Avaliação do Dano Corporal, entre outras. Tem exercido funções como Consultor Forense Temporário no âmbito do Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas e é membro do grupo internacional de peritos do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e do Conselho Internacional de Reabilitação de Vítimas de Tortura, tendo participado em dezenas de missões internacionais. Foi Diretor do Instituto de Medicina Legal de Coimbra, Presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, do Conselho Médico-Legal, do Conselho Superior de Medicina Legal e do Colégio da Especialidade de Medicina Legal e Diretor da Faculdade de Medicina de Coimbra, entre numerosas outras funções. Publicou mais de 300 artigos cientí icos e é autor ou coautor de 13 livros. É Editor-Chefe da revista Forensic Science Research e integra os conselhos editoriais de revistas cientí icas de 18 países europeus, asiáticos, africanos e americanos. Recebeu 15 prêmios cientí icos, entre eles a Douglas Medal Award (em 2014), o Clyde Snow e o Milton Helpern Awards (em 2020), da Academia Americana de Ciências Forenses, assim como 18 distinções honorí icas de diferentes governos, municípios, universidades e sociedades cientí icas. Exerce também atualmente funções como professor visitante das Universidades de Belgrado (Sérvia), Xi’an Jiaotong (China) e Kasturba Medical College (Índia). LISTA DE IMAGENS Imagem 1 – Ilustração do pai da Medicina Legal – Ambroise Paré . . . . . . . . . . . . 24 Imagem 2 – Ilustração de cena de crime . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Imagem 3 – Ilustração de Cena de Crime . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Imagem 4 – Modelos das diferentes fases (masculino e feminino) da extremidade esternal da costela, segundo Işcan, Loth e Wright (1993) – France Casting – Determinação de faixa etária . . . . . . . . . 49 Imagem 5 – Modelos de sín ise pubiana masculina Suchey-Brooks para determinação de faixa etária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Imagem 6 – Modelos de sín ise pubiana feminina Suchey-Brooks para determinação de faixa etária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Imagem 7 – Tatuagem pode ser útil na identi icação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Imagem 8 – Desenho digital – conjunto de cristas e sulcos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Imagem 9 – Impressão digital – presilha interna – presença de núcleo e delta à direita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Imagem 10 – Esqueletização – Fenômeno transformativo destrutivo . . . . . . . . . . 65 Imagem 11 – Mumi icação – fenômeno transformativo conservador . . . . . . . . . . 67 Imagem 12 – Tecnologia genética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 Imagem 13 – Fratura de íbula com grampos cirúrgicos e equimose – instrumento contundente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Imagem 14 – Escoriação terceiro dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 Imagem 15 – Ferida contusa com sutura – instrumento contundente . . . . . . . . . . 81 Imagem 16 – Radiogra ia – fratura completa de quinto metacarpo – instrumento contundente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 Imagem 17 – Lesão por ação contundente (martelo) na calota craniana . . . . . . . 82 Imagem 18 – Ferimento por ação contundente – martelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Imagem 19 – Hemorragia intraventricular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Imagem 20 – Equimose – ferida por instrumento contundente . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Imagem 21 – Precipitação – caso 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 Imagem 22 – Lesão por precipitação – caso 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 Imagem 23 – Lesão por precipitação – caso 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 Imagem 24 – Precipitação – caso 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 Imagem 25 – Impressão do pavimento – precipitação – caso 2 . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Imagem 26 – Lesão por atropelamento ferroviário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Imagem 27 – Instrumento cortante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 Imagem 28A – Ferida incisa com sutura – instrumento com ação cortante . . . . . 90 Imagem 28B – Cicatriz de ferida incisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 Imagem 29 – Instrumento perfurante – atua por pressão ou percussão . . . . . . . 92 Imagem 30 – Revólver . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Imagem 31 – Pistola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Imagem 32 – Fuzil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Imagem 33 – Projétil de arma de fogo (PAF) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 Imagem 34 – Radiogra ia – PAF1 . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 Imagem 35 – Radiogra ia – PAF2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 Imagem 36 – Ferimento de entrada – tiro a distância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 Imagem 37 – Instrumento perfurocortante – instrumento de ponta e gume . . 98 Imagem 38 – Instrumento perfurocortante – instrumento de ponta e gume . . 99 Imagem 39 – Ferimento por ação perfurocortante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 Imagem 40 – Instrumento cortocontundente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Imagem 41 – Aspiração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Imagem 42 – Edema pulmonar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Imagem 43 – Ilustração – Enforcado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 Imagem 44 – Enforcamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 Imagem 45 – Enforcado - sinal de Friedberg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Imagem 46 – Sinal de Friedberg . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Imagem 47 – Corrente – enforcamento atípico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 Imagem 48 – Enforcamento atípico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Imagem 49 – Enforcamento atípico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Imagem 50 – Ilustração de amputação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 Imagem 51A – Ilustração de feto com 7 semanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151 Imagem 51B – Ilustração de feto com 10 semanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151 Imagem 51C – Ilustração de feto com 12 semanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 Imagem 51D – Ilustração de fetos com 7 a 12 semanas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 Imagem 52 – Toxicologia – intoxicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 Imagem 53 – Depressores do SNC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Imagem 54 – Intoxicação por benzodiazepínicos – cavidade oral . . . . . . . . . . . . 165 Imagem 55 – Intoxicação por benzodiazepínicos – conteúdo gástrico . . . . . . . . 165 Imagem 56 – Intoxicação por benzodiazepínicos – cianose ungueal . . . . . . . . . . 165 Imagem 57 – Droga Psicoléptica – Ópio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166 Imagem 58 – Cigarro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 166 Imagem 59 – Droga Psicoanaléptica – Cocaína . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 Imagem 60 – Bolsas contendo cocaína – body packer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 Imagem 61 – Maconha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168 Imagem 62 – Droga psicodisléptica – Psilocybe cubensis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168 Imagem 63 – Ilustração de bebida com álcool etílico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO | Gabriel de Oliveira Lima Carapeba NOTA | Nilva Galli PREFÁCIO | Duarte Nuno Vieira INTRODUÇÃO | Rita de Cassia Bom im Leitão Higa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 CAPÍTULO I | EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL . . . . . . . . . . . . . . . 22 CAPÍTULO II | VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS . . . . .29 CAPÍTULO III | DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 CAPÍTULO IV | ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 CAPÍTULO V | TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL, TAFONOMIA E TAXONOMIA FORENSES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 CAPÍTULO VI | GENÉTICA FORENSE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 CAPÍTULO VII | TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 CAPÍTULO VIII | SEXOLOGIA FORENSE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 CAPÍTULO IX | TRANSTORNOS DA SEXUALIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141 CAPÍTULO X | ABORTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .150 CAPÍTULO XI | INFANTICÍDIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .156 CAPÍTULO XII | TOXICOLOGIA FORENSE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .162 CAPÍTULO XIII | IMPUTABILIDADE PENAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .172 POSFÁCIO | José L. Prieto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .177 REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .180 INTRODUÇÃO 20 INTRODUÇÃO Os encontros da LAMELT Liga Acadêmica de Medicina Legal e Toxicologia Forense da Faculdade de Medicina da Unoeste são momentos de re lexão e aprendizado da Medicina Legal. Dessa maneira, muitas atividades são desenhadas a im de propagar o ensino, a pesquisa e a extensão nesta área. Em um desses eventos, no inal de 2019, a ideia de construir um livro baseado em perguntas foi aclamada pelos participantes. O processo de construção do livro foi organizado em etapas. O primeiro passo foi a elaboração das perguntas e envio delas aos acadêmicos. O segundo passo foi a pesquisa e a elaboração das respostas por parte dos acadêmicos, que, ao terminarem, enviaram esse material à organizadora, que o distribuiu também para os revisores interno e externo. O terceiro passo foi a análise da organizadora e dos revisores. Dependendo da situação, o texto voltou ao acadêmico para que ele izesse alterações, assim como houve inserções, exclusões e implantação de novos textos pela organizadora e revisores. O quarto passo foi encaminhar o livro para a bibliotecária, que organizou as citações e remeteu à avaliação e correção da organizadora. Os últimos passos incluíram as revisões ortográ ica, referencial e diagramação da obra, que inalmente disponibilizaram o conteúdo deste exemplar em 13 capítulos. O capítulo I, Exórdio ao Estudo de Medicina Legal, apresenta uma introdução à Medicina Legal, sua história e os cientistas que tiveram atuações internacional e nacional destacadas. O capítulo II, Vestígios, Corpo de Delito, Peritos e Perícias, demonstra esses elementos e sua importância para a elucidação dos eventos. INTRODUÇÃO 21 O capítulo III, Documentos Médico-Legais, descreve os documentos e suas peculiaridades. O capítulo IV, Antropologia Médico-Legal, visa discorrer sobre as técnicas de identi icação do vivo e do morto. O capítulo V, Tanatologia Médico-Legal, Tafonomia e Taxonomia Forenses, de ine, respectivamente, a morte, os tipos de morte e aspectos técnicos da cronotanatognose; estuda a ação externa na evolução cadavérica de interesse médico-legal; e avalia os pontos de conservação e destruição do cadáver que se distinguem do rito tanatológico. O capítulo VI, Genética Forense, apresenta os conhecimentos das técnicas moleculares na identi icação humana. O capítulo VII, Traumatologia Médico-Legal, é o capítulo mais extenso. Nele são descritos os diferentes tipos de lesões causadas por energias de ordens mecânica, ísica, química, ísico-química, bioquímica, biodinâmica e mista. O capítulo VIII, Sexologia Forense, traz uma abordagem aos crimessexuais. O capítulo IX, Transtornos da Sexualidade, expõe as alterações qualitativas ou quantitativas da sexualidade: as para ilias. O capítulo X, Aborto, apresenta a de inição, tipos, complicações e outros aspectos médico-legais sobre o tema. O capítulo XI, Infanticídio, aborda o crime, objetivos da perícia, provas de vida extrauterinas e demais tópicos a ins. O capítulo XII, Toxicologia Forense, discorre sobre drogas, conceituação, classi icação e visão médico-legal sobre o tema. O capítulo XIII, Imputabilidade Penal, de ine o termo, apresenta os respectivos modi icadores, conceitua capacidade civil e apresenta as leis e tópicos referentes ao tema, inalizando o conteúdo desta obra. Estamos cônscios de que, apesar de todo o esforço para buscar informações atualizadas, um livro sempre será uma obra em construção. Dessa forma, o livro apresenta imperfeições, posto que resulta de ação humana. No entanto, esperamos que seja uma fonte de informações relevantes para os estudos de estudantes e pro issionais que pretendam prestar concursos e procurem uma revisão sumarizada. Rita de Cassia Bom im Leitão Higa Organizadora CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 23 CAPÍTULO I EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 1 | Conceituar Medicina Legal. RESPOSTA: Medicina Legal é a ciência que utiliza os saberes médicos em prol da Justiça. Fundamenta a elaboração de leis, que é uma atividade da administração judiciária, e consolida a doutrina, com o intuito de resguardar os direitos e interesses do homem e da sociedade (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011). 2 | Citar as disciplinas da Medicina Legal. RESPOSTA: Antropologia forense, Traumatologia médico-legal, Sexologia forense, Tanatologia forense, Toxicologia forense, As ixiologia médico-legal, Psicologia forense, Psiquiatria forense, Genética forense, Criminalística, Criminologia, Infortunística e Vitimologia (FRANÇA, 2017). 3 | Listar exemplos de professores renomados de Medicina Forense. RESPOSTA: Ambroise Paré (1517-1590), reputado como o pai da Medicina Legal; Alphonse Devergie (1798-1879) foi um dos pioneiros da Medicina Forense na França; Júlio Afrânio Peixoto (1876-1947) e sua grande importância na história do IML do Rio de Janeiro; Agostinho José de Souza Lima (1842-1921) foi um professor da cadeira de Medicina Legal e Toxicologia na Faculdade de Medicina CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 24 e de Direito do Rio de Janeiro; Oscar Freire de Carvalho (1882-1923) foi discípulo de Nina Rodrigues; Flamínio Fávero (1895-1982) foi professor catedrático de Medicina Legal na Universidade de São Paulo; entre outros (FRANKLIN, 2019). Imagem 1 – Ilustração do pai da Medicina Legal – Ambroise Paré Foto de Chantal Mure | Fonte: Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/m%C3%A9dico-idade-m%C3%A9dia-ambroise- par%C3%A9-1242603/. Acesso em: 7 ago. 2020. CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 25 4 | Apresentar a divisão histórica da Medicina Legal. RESPOSTA: A história da Medicina Legal se apresenta dividida em: “Antiga, Romana, Média, Canônica e Moderna ou Cientí ica” (FRANKLIN, 2019 p. 4-5). 5 | Descrever o período histórico Antigo da Medicina Legal. RESPOSTA: Já nos tempos de Hipócrates e Aristóteles havia anotações sobre prematuridade e a vida do feto. O Código Penal mais antigo foi o Código de Hamurabi, do século XVIII a.C. A prática de embalsamento de corpos também era utilizada no Egito Antigo. No Código de Manu, do século V a.C., e na Lei das XII Tábuas, no Império Romano de 449 a.C., já se dispunha sobre as testemunhas. Parece que a primeira noti icação de um trabalho médico-legal foi o Hsi Yuan Lu, escrito na China, no qual foi abordado o exame após a morte. O trabalho abordava os venenos e os antídotos, como também as orientações acerca da respiração arti icial (FRANKLIN, 2019; HERCULES, 2011; PEREIRA; GUSMÃO, 2001; RIVAS, [201?]). 6 | Descrever o período histórico Romano da Medicina Legal. RESPOSTA: O período histórico Romano é dividido em duas fases: Pré-Reforma de Justiniano e Pós-Reforma de Justiniano. A Lex Regia (por Numa Pompílio) foi a referência histórica da primeira fase, que determinava a histerotomia quando ocorria a morte de mulheres grávidas. Nesse período, também houve a implantação do exame externo dos corpos com o objetivo de examinar os ferimentos letais, já que as necropsias não eram permitidas. Houve, na reforma justiniana, a determinação de que não deveria haver testemunho, mas, sim, ajuizamento. Por im, o Digesto determina a intervenção de parteiras para examinação de gravidez e a Lei Aquila dispõe sobre a letalidade dos ferimentos (FRANKLIN, 2019; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012). 7 | Descrever o período histórico Médio da Medicina Legal. RESPOSTA: Esse intervalo de tempo foi aquele no qual a contribuição foi mais objetiva do médico à Justiça por meio do parecer médico CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 26 em alguns julgamentos (CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; PEREIRA; GUSMÃO, 2001). 8 | Descrever o período histórico Canônico da Medicina Legal. RESPOSTA: O período histórico Canônico foi marcado pela proclamação do Código Criminal de Carlos V e durou por volta de 400 anos (1200-1600 d.C.). Durante esse período foi restabelecida a obrigatoriedade das perícias médico-legais, que deveriam ser apresentadas antes das deliberações judiciais, em casos de gravidez, aborto, partos na clandestinidade, lesões ou assassinatos (CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; PEREIRA; GUSMÃO, 2001). 9 | Descrever o período histórico Científico da Medicina Legal. RESPOSTA: O período histórico Cientí ico da Medicina Legal teve seu início no ano de 1602 com o lançamento do livro De Relationibus Libri Quatuor in Quibus et Omnia quae in Forensibus ac Publicis Causis Medici Preferre Solent Plenissime Traduntur, de Fortunatus Fidelis. Esse foi o primeiro tratado que discorria sobre Medicina Legal de uma maneira vasta e íntegra. No mesmo período histórico, Paolo Zacchias publicou a obra Quaestiones Medico-Legales Opus Jurisperitis Maxime Necessarium Medicis Perutilis, em que não relacionou a Medicina Legal à Saúde Pública, como fazia a maioria dos autores da época. Zacchias foi considerado por alguns o pai da Medicina Legal. O desenvolvimento da Medicina Legal continuou no século XVIII, no entanto, na metade inicial do século XIX foi que aconteceu a sua consolidação. Nesse período, foi lançada na Alemanha a primeira magazine especializada em Medicina Legal e criado o primeiro Instituto Médico Legal em Viena. Na segunda parte do século XIX, a Medicina Legal foi con irmada como ciência e passou a ser estudada em diferentes universidades na Europa, América e no Brasil (FRANÇA, 2017; COÊLHO, 2010). CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 27 10 | Descrever sucintamente as fases históricas da Medicina Legal no Brasil. RESPOSTA: A fase inicial da Medicina Legal brasileira ocorreu ainda durante a época colonial. Nessa época, a Medicina Legal teve in luência francesa e um pouco menos italiana e alemã, tendo o foco na área da Toxicologia. A segunda fase ocorreu no século XIX, quando surgiu Agostinho de Souza Lima (1842-1921), responsável por dar início à instrução prática da Medicina Forense e desenvolver ensaios laboratoriais ligadas à Toxicologia. Nesse período, também houve uma tentativa leiga de interpretação e comentários médico-legais sobre as leis brasileiras. Já a terceira fase se iniciou com a criação de uma escola especializada em Medicina Legal na Bahia por Raymundo Nina Rodrigues, determinando a expansão do ensino e estímulo à fundação de novos institutos no país (CROCE; CROCE JÚNIOR, 2011; PEREIRA; GUSMÃO, 2001). 11 | Classificar a Medicina Legal com relação ao aspecto histórico. RESPOSTA: A Medicina Legal é classi icada, no aspecto histórico, em suas fases de evolução: “Pericial, Legislativa,Doutrinária e Filosó ica” (FRANÇA, 2017, p. 7). 12 | Classificar a Medicina Legal com relação ao aspecto profissional. RESPOSTA: A Medicina Legal, no aspecto pro issional, divide-se em: “Pericial, Criminalística e Antropologia Médico-Legal” (FRANÇA, 2017, p. 7). 13 | Classificar a Medicina Legal com relação ao aspecto doutrinário. RESPOSTA: A Medicina Legal, no aspecto doutrinário, divide-se em: “Penal, Civil, Canônica, Trabalhista e Administrativa” (FRANÇA, 2017, p. 8). CAPÍTULO I – EXÓRDIO AO ESTUDO DE MEDICINA LEGAL 28 14 | Classificar a Medicina Legal da perspectiva didática. RESPOSTA: A Medicina Legal, da perspectiva didática, segundo França (2017), é dividida em: Geral e Especial. A Medicinal Legal Geral, denominada de Jurisprudência Médica, diz respeito às obrigações e deveres e aos direitos dos médicos, referentes à deontologia e à diceologia, respectivamente. Elenca tópicos que norteiam o médico em seu exercício pro issional, como Ética Médica, Sigilo Pro issional, Honorários, entre outros. A Medicina Legal Especial apresenta em sua divisão as seguintes disciplinas: Antropologia médico-legal, Traumatologia médico-legal, Toxicologia forense, Tanatologia médico-legal, As ixiologia médico- legal, Sexologia forense, Psiquiatria forense, Psicologia forense, Infortunística, Criminalística, Criminologia, Vitimologia, Genética forense e Medicina Desportiva (FRANÇA, 2017). REFERÊNCIAS – CAPÍTULO I COÊLHO, B. F. Histórico da Medicina Legal. R. Fac. Dir. Univ. SP, v. 105, p. 355-362, jan./dez. 2010. CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. FRANKLIN, R. Medicina Forense aplicada. Rio de Janeiro: Rubio, 2019. HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. São Paulo: Atheneu, 2011. PEREIRA, G. O.; GUSMÃO, L. C. B. Medicina Legal. 2001. Disponível em: http://www.malthus.com.br/rw/forense/Medicina_Legal_2004_ gerson.pdf. Acesso em: 5 jun. 2020. RIVAS, C. Elementos Históricos da Medicina Legal. Jusbrasil, [201?] Disponível em: https://caiorivas.jusbrasil.com.br/artigos/529824770/ elementos-historicos-da-medicina-legal. Acesso em: 17 ago. 2020. CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 30 CAPÍTULO II VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 15 | Citar o artigo 6º. do Código de Processo Penal. RESPOSTA: “Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, [...], devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura; VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identi icação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter; CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 31 X - colher informações sobre a existência de ilhos, respectivas idades e se possuem alguma de iciência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos ilhos, indicado pela pessoa presa” (BRASIL, 1941). Imagem 2 – Ilustração de cena de crime Fonte: Designed by freepik. Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-gratis/cena-do-crime- local-do-crime-com- ita-amarela-da policia_6362807.htm#page=1&query=cena%20de%20crime%20 &position=40. Acesso em: 29 mar. 2021. Imagem 3 – Ilustração de Cena de Crime Fonte: Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-de-estilo-simples-de-cena- de-crime_4278189.htm#query=crime%20scene%20ambul%C3%A2ncia&position=0. Acesso em: 29 mar. 2021. CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 32 16 | Definir prova. RESPOSTA: Prova é o componente que comprova o fato, e a perícia busca a obtenção da prova (FRANÇA, 2017). 17 | Definir corpo de delito, corpo de delito direto e indireto. RESPOSTA: O corpo de delito fornece tipicidade e materialidade ao crime, sendo, portanto, o elenco de marcas ou sinais restados pelo delito, materiais ou não. O corpo de delito pode ser: direto ou indireto. Corpo de delito direto é o grupo de vestígios materiais que podem ser comprovados pelos peritos, como em lesões corporais e homicídios. Entende-se como corpo de delito indireto quando essas provas não são materiais, sendo então substituídas por prova testemunhal, como nos casos de injúria, desacato, e/ou prova documental. A ausência da análise do corpo de delito pode levar à anulação processual (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012). 18 | Definir, listar e descrever as modalidades de peritos. RESPOSTA: Peritos são pro issionais habilitados pelo tribunal e autoridades competentes a esclarecerem argumentos em um processo. Podem ser: perito judicial, perito o icial de âmbito criminal, perito criminal não o icial (Ad hoc) e perito arbitral. O perito judicial é o experto que tem inscrição em seu Conselho de classe, integrante da área de atuação e mantido pelo próprio tribunal. O perito o icial na área criminal é um servidor público com titularidade acadêmica, concursado em exame público. O perito criminal não o icial (Ad hoc) é nomeado quando há falta de perito criminal o icial, podendo ser os policiais civis que estão no local, pro issionais liberais, servidores públicos de outros órgãos, professores universitários, entre outros, desde que atendam aos requisitos necessários. O perito arbitral é o pro issional liberal designado pelo juiz, devendo estar inscrito em seu Conselho de classe e com o objetivo de esclarecer as questões duvidosas que prescindem da apreciação do experto (CAMARA E SILVA, 2018; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012). CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 33 19 | Diferenciar a atuação do médico assistente da atuação do médico perito. RESPOSTA: O médico assistente trata o paciente. Dessa maneira, está impedido de atuar como perito de processo do qual este faça parte. O médico assistente deve preservar o sigilo médico. Assim as atividades de médico assistente são incompatíveis com as atividades periciais envolvendo seu paciente. Resumindo, o médico assistente atende o paciente, enquanto o médico perito ao periciando (ZARZUELA, 1993). 20 | Definir assistente técnico. RESPOSTA: É facultado ao assistente técnico pela lei processual civil o acompanhamento do pro issional na elaboração de provas, icando responsável por supervisioná-las e descrevê-las em um documento, assim como as suas conclusões após o perito realizar a entrega do laudo pericial (FRANÇA, 2017). 21 | Citar o artigo 156 do CPP. RESPOSTA: “Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a izer, sendo, porém, facultado ao juiz de o ício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante” (BRASIL, 1941). 22 | Citar o artigo 158 do CPP.RESPOSTA: “Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a con issão do acusado. Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: I - violência doméstica e familiar contra mulher; CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 34 II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com de iciência” (BRASIL, 1941). 23 | Citar o artigo 159 do CPP. RESPOSTA: “Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito o icial, portador de diploma de curso superior. § 1º Na falta de perito o icial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área especí ica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. § 2º Os peritos não o iciais prestarão o compromisso de bem e ielmente desempenhar o encargo. § 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. § 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos o iciais, sendo as partes intimadas desta decisão. § 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser ixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. § 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão o icial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito o icial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. § 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito o icial, e a parte indicar mais de um assistente técnico” (BRASIL, 1941). CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 35 24 | Listar os quesitos oficiais da lesão corporal. RESPOSTA: “PRIMEIRO – Se há ofensa à integridade corporal ou à saúde do paciente; SEGUNDO – Qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa?; TERCEIRO – Se resultou incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias; QUARTO – Se resultou perigo de morte; QUINTO – Se resultou debilidade permanente de membro, sentido ou função; SEXTO – Se resultou aceleração do parto; SÉTIMO – Se resultou perda ou inutilização do membro, sentido ou função; OITAVO – Se resultou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável; NONO – Se resultou deformidade permanente; DÉCIMO – Se resultou aborto” (FRANÇA, 2017, p. 40). 25 | Listar os quesitos de aborto. RESPOSTA: Os quesitos o iciais de aborto são: “Primeiro – Houve aborto? Segundo – Foi ele provocado? Terceiro – Qual foi o meio de provocação? Quarto – Em consequência do aborto ou do meio empregado para provocá-lo, sofreu a gestante: incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias, perigo de morte, debilidade permanente de membro, sentido ou função, incapacidade permanente para o trabalho, enfermidade incurável, perda ou inutilização de membro, sentido ou função ou deformidade permanente? Quinto – Era a provocação do aborto o único meio de salvar a vida da gestante? Sexto – A gestante é alienada ou débil mental?” (RIBEIRO; ALENCAR JÚNIOR, 2013; COELHO; JORGE JÚNIOR, 2008; LEOPOLDO E SILVA; 2008). 26 | Listar os quesitos de exame necroscópico. RESPOSTA: “1) Se houve morte; 2) Qual a causa da morte; 3) Qual o instrumento ou meio que produziu a morte; 4) Se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, as ixia ou tortura, ou por outro meio insidioso ou cruel” (FRANÇA, 2017, p. 41). CAPÍTULO II – VESTÍGIOS, CORPO DE DELITO, PERITOS E PERÍCIAS 36 REFERÊNCIAS – CAPÍTULO II BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Diário O icial da União, Brasília, DF, 13 out. 1941. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ decreto-lei/del3689.htm. Acesso em: 10 jul. 2020. CAMARA E SILVA, E. S. Direito Processual Civil. Revista Âmbito Jurídico, 170, ano XXI, mar. 2018. Disponível em: https:// ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-processual-civil/a- atuacao-pro issional-na-pericia/. Acesso em: 22 jul. 2020. COELHO, C. A. S.; JORGE JÚNIOR, J. J. Manual técnico-operacional para os Médicos-Legistas do Estado de São Paulo. São Paulo: CREMESP, 2008. CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. LEOPOLDO E SILVA, Fernando Duarte. Fundamentos médicos e jurídicos do atendimento ao aborto. 2008. Monogra ia (Especialização) – Escola Paulista de Direito, SP, 2008. RIBEIRO, G. G.; ALENCAR JÚNIOR, C. A. Abortamento [Internet]. 2013. Disponível em: http://www.meac.ufc.br/arquivos/ biblioteca_cienti ica/File/PROTOCOLOS%20OBSTETRICIA/ obstetriciaabril2013/obstetriciacap1.pdf. Acesso em: 2 set. 2020. ZARZUELA, J. L. Medicina Legal. São Paulo: Angelotti, 1993. CAPÍTULO III – DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS CAPÍTULO III – DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS 38 CAPÍTULO III DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS 27 | Definir e listar os documentos médico-legais. RESPOSTA: Os documentos médico-legais são as assertivas irmadas pela atuação médica que podem ter propósito legal. Estes documentos são, tradicionalmente, classi icados em três tipos: relatórios, pareceres e atestados (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011). 28 | Definir relatório médico-legal. RESPOSTA: O relatório médico-legal, sempre requisitado por autoridade competente, seja judicial, seja policial, é um relato detalhado e criterioso de uma ocorrência factual médica, bem como de suas consequências em relação ao inquérito (peritia percipiendi) (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011). 29 | Descrever a diferença entre auto e laudo. RESPOSTA: O auto é executado conforme o perito dita ao escrivão. Quando redigido pelo próprio perito, o documento é denominado laudo (FRANÇA, 2017). 30 | Listar as partes que constituem o relatório médico-legal. RESPOSTA: As partes que constituem um relatório médico-legal são: CAPÍTULO III – DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS 39 1- Preâmbulo: contém a quali icação do perito, do examinando e das autoridades requerentes; dados referentes à realização da perícia como dia, horário e local; assim como o objetivo dela. 2- Quesitos: formulados por advogados das partes, autoridade judicial ou policial. 3- Histórico: motivação da perícia ou esclarecimentos norteadores para a orientação pericial. 4- Descrição: contém o detalhamento da descrição de forma clara, minuciosa e com metodologia, apresentando todos os fatos veri icados diretamente pelo perito. É considerada a parte primordial do documento, em que se realiza o visum et repertum. 5- Discussão: distingue-se pela análise criteriosa do material obtido pelo exame e consignado na descrição e histórico. 6- Conclusão: considera-se a síntese de todos os elementos objetivos analisados e debatidos pelo perito. 7- Resposta aos Quesitos: no inal dão-se as respostas dos quesitos de forma clara, direta e sucinta (FRANÇA, 2017; HERCULES, 2011). 31 | Definir parecer médico-legal. RESPOSTA: Trata-se de resposta documentada pelas partes realizada por autoridade médica, comissão de pro issionais ou por uma sociedade cientí ica objetivando esclarecer questionamentos oriundos da interpretaçãoda perícia para esclarecer questões de interesse jurídico (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011). 32 | Definir atestado. RESPOSTA: O atestado é uma declaração por escrito que irma a veracidade de uma ocorrência médica e de suas possíveis consequências, resumindo de forma simples o resultado do exame de um paciente, seu estado de sanidade ou de doença (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011). 33 | Apresentar a classificação dos atestados. RESPOSTA: Os atestados podem ser classi icados em: o iciosos (solicitados por pacientes para atender a interesses particulares); administrativos (requeridos por autoridade administrativa para ins CAPÍTULO III – DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS 40 de licença, aposentadoria, vacinação e declaração de sanidade ísica e mental para acesso a repartições públicas e escolas); e judiciários (solicitados por órgão judicante, justi icando a ausência de um jurado no Tribunal do Júri). Outra possível classi icação considera o fato médico a ser irmado. Esses atestados são classi icados em três tipos: sanidade, enfermidade e óbito (FRANÇA, 2017). 34 | Definir prontuário. RESPOSTA: O prontuário é de inido pela totalidade dos documentos com os respectivos registros do exame clínico do paciente, dos cuidados e da assistência prestada, incluindo: as ichas de ocorrência; prescrições terapêuticas; registros dos demais pro issionais, como enfermeiros e anestesistas; dados da cirurgia; e o registro do laudo de exames complementares (FRANÇA, 2017; VASCONCELLOS; GRIBEL; MORAES, 2008). 35 | Definir notificação. RESPOSTA: As noti icações são informes compulsórios às devidas autoridades sobre um evento médico, devido a causas de cunho social ou sanitário. É importante ressaltar que em sua omissão ocorre a transgressão do Art. 269 do Código Penal – “Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja noti icação é compulsória”. Não podem ser esquecidas as violências sexuais, domésticas, contra a criança e contra o idoso (BRASIL, 1940; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; LAGUARDIA et al., 2004). 36 | Definir depoimento oral. RESPOSTA: É a elucidação pericial oral de um relatório anteriormente apresentado. O objetivo é expor as respostas às perguntas formuladas e os aspectos cientí icos do assunto, em tribunais ou audiências de fatos não compreendidos ou con litantes. É vedado ao perito participar como testemunha (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011). CAPÍTULO III – DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS 41 REFERÊNCIAS – CAPÍTULO III CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. São Paulo: Atheneu, 2011. LAGUARDIA, J. et al. Sistema de informação de agravos de noti icação em saúde (Sinan): desa ios no desenvolvimento de um sistema de informação em saúde. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 13, n. 3, p. 135-146, set. 2004. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742004000300002&lng=pt& nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 8 maio 2020. VASCONCELLOS, M. M.; GRIBEL, E. B.; MORAES, I. H. S. Registros em saúde: avaliação da qualidade do prontuário do paciente na atenção básica, Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, (supl. 1), p. s173-s182, 2008. Disponível em: https://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2008001300021 &lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 8 maio 2020. CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 43 CAPÍTULO IV ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 37 | Conceituar identidade. RESPOSTA: É o conjunto de atributos como: marcas, sinais, presença ou ausência de elementos que diferenciam uma pessoa ou coisa, individualizando-a das outras. É de grande valor tanto no foro civil quanto no criminal (FRANÇA, 2017; CROCE, CROCE JÚNIOR; 2012; HERCULES, 2011). 38 | Conceituar identificação. RESPOSTA: É a de inição da identidade mediante um elenco de caracteres: sinais ísicos e aspectos funcionais e/ou psíquicos que tornam um indivíduo diferente dos demais. Necessita de métodos claros e concretos que resistam a interpretações controversas (FRANÇA, 2017; CROCE, CROCE JÚNIOR, 2012; HERCULES, 2011). 39 | Listar os fundamentos técnicos e biológicos necessários à metodologia de identificação. RESPOSTA: Na metodologia de identi icação, os fundamentos técnicos e biológicos são: unicidade, imutabilidade, perenidade, praticabilidade e classi icabilidade (FRANÇA, 2017; CROCE, CROCE JÚNIOR, 2012). CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 44 40 | Definir unicidade. RESPOSTA: É a qualidade de ser único, de apresentar elementos que, isolados ou em conjunto, individualizam e distinguem um indivíduo dos outros (FRANÇA, 2017; CROCE, CROCE JÚNIOR, 2012). 41 | Definir imutabilidade. RESPOSTA: Consiste na qualidade de certas características não se modi icarem ao longo do tempo, mesmo por in luência de fatores como faixa etária, patologias ou outros (FRANÇA, 2017; CROCE, CROCE JÚNIOR, 2012). 42 | Definir perenidade. RESPOSTA: É a característica que certos elementos possuem de suportar a ação temporal, permanecendo inalterados durante toda a vida e/ou post mortem. Alguns exemplos são: o esqueleto e as impressões digitais (FRANÇA, 2017; CROCE, CROCE JÚNIOR, 2012). 43 | Definir praticabilidade. RESPOSTA: Refere-se a uma metodologia sem complexidade em seu registro de dados, a qual não demanda trabalho quali icado ou custoso (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012). 44 | Definir classificabilidade. RESPOSTA: Requisito que exige uma metodologia de arquivamento simpli icada para facilitar a pesquisa de registros (FRANÇA, 2017; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012). 45 | Descrever a distinção entre ossos humanos e de animais. RESPOSTA: A diferenciação morfológica entre ossos humanos e de animais é realizada mediante a avaliação dimensional e das características de cada um e dos caracteres que os distinguem em uma abordagem inicial. Segundo França (2017, p. 62), a diferença microscópica é “dada pela análise da disposição do tamanho dos CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 45 canais de Havers, que são em menor número e mais largos no homem, com até 8 por mm2. Nos animais, são mais estreitos, redondos e mais numerosos, chegando a 40 por mm2”. Com relação à macroscopia, os animais apresentam ossos longos com conformidade cilíndrica e extremos alargados. Outrossim, a diferença no número de ossos designa diferentes espécies, podendo ser um método assessor na identi icação. Alguns ensaios biológicos também podem ser aplicados na metodologia de identi icação, como soroprecipitação, teste de ana ilaxia e ixação de complemento (SATURNINO, 2000; FRANÇA, 2017). 46 | Descrever a determinação da presença de sangue. RESPOSTA: A im de determinar se o material encontrado é sangue, pode-se utilizar a pesquisa de cristais de Teichmann. Nessa avaliação, o material é disposto sobre uma lâmina e recebe gotas de ácido acético. A lâmina então é exposta a calor ameno, induzindo uma evaporação lenta. Posteriormente, ela é levada ao microscópio e procura-se a presença de cristais rombos, longos, agrupados, dispostos em cruz, roseta, ou isolados, cor de chocolate. A metodologia mais e iciente é o processo de Uhlenhuth ou de albuminorreação ou que se baseia na reação antígeno-anticorpo. É realizado após positivação da prova de Teichmann. Nesse processo, coloca-se o material encontrado (sangue) em contato com soro aprestado de animais. À análise morfológica das células sanguíneas, observa-se que, no homem, as hemácias são anucleadas e globulares, medindo aproximadamente sete micra. Já nos demais animais, as hemácias são nucleadas e oblongas. A técnica de Adler é realizada com a aplicação de uma “solução saturada de benzidina em álcool a 96° ou em ácido acético”. A mancha é triturada “emágua destilada e 2 ml desse material deve ser colocado em tubo de ensaio. Então lhe são acrescentadas 3 gotas de água oxigenada de 12 volumes e 1 ml do reagente benzidínico”. Em caso positivo, surge uma cor azul-esverdeada que se modi ica para um intenso azul-anil. Outras reações também podem ser observadas quando o mesmo processo é realizado com reagentes diferentes. Entretanto, o CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 46 resultado dessas reações pode ser errôneo (falso-positivo), ao reagirem com outros componentes presentes no material (FRANÇA, 2017, p. 63; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012). 47 | Listar os tipos étnicos fundamentais. RESPOSTA: Segundo França (2017, p. 63), “Ottolenghi classi ica em cinco os tipos étnicos fundamentais. • Tipo caucásico. Pele branca ou trigueira; cabelos lisos ou crespos, louros ou castanhos; íris azuis ou castanhas; contorno craniofacial anterior ovoide ou ovoide-poligonal; per il facial ortognata e ligeiramente prognata; • Tipo mongólico. Pele amarela; cabelos lisos; face achatada de diante para trás; fronte larga e baixa; espaço interorbital largo; maxilares pequenos e mento saliente; • Tipo negroide. Pele negra; cabelos crespos, em tufos; crânio pequeno; per il facial prognata; fronte alta e saliente; íris castanhas; nariz pequeno, largo e achatado; per il côncavo e curto; narinas espessas e afastadas, visíveis de frente e circulares; • Tipo indiano. Não se a igura como um tipo racial de inido. Estatura alta; pele amarelo-trigueira, tendente ao avermelhado; cabelos pretos, lisos, espessos e luzidios; íris castanhas; crânio mesocéfalo; supercílios espessos; orelhas pequenas; nariz saliente, estreito e longo; barba escassa; fronte vertical: zigomas salientes e largos; • Tipo australoide. Estatura alta; pele trigueira; nariz curto e largo; arcadas zigomáticas largas e volumosas; prognatismo maxilar e alveolar; cinturas escapular larga e pélvica estreita; dentes fortes; mento retraído; arcadas superciliares salientes e crânio dolicocéfalo” (FRANÇA, 2017, p. 63). 48 | Listar os aspectos que podem ser avaliados na identificação da raça. RESPOSTA: Os aspectos são: “forma do crânio, índice cefálico, índice tíbio-femural, índice radioumeral, ângulo facial” (FRANKLIN, 2019, p. 105; PEREIRA; GUSMÃO, 2001). CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 47 49 | Listar os aspectos a serem avaliados na identificação do sexo em vivos. RESPOSTA: A identi icação do sexo em vivos é feita mediante inspeção das genitálias e das características sexuais secundárias (CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012; PEREIRA; GUSMÃO, 2001). 50 | Listar as características a serem avaliadas na identificação do sexo em esqueletos. RESPOSTA: Os ossos mais importantes para que se faça a diferenciação sexual em esqueletos são: crânio, mandíbula, tórax e pelve (FRANKLIN, 2019). 51 | Descrever os elementos que diferenciam o crânio masculino do feminino. RESPOSTA: Os elementos podem ser descritos: Quadro 1 – Diferenças entre crânios de homens e mulheres a) HOMEM b) MULHER - crânio maior (1.400 cm3 ou mais) e mais pesado - crânio menor (até 1.300 cm3) e mais leve - fronte mais inclinada para trás - fronte mais vertical - glabela mais pronunciada - glabela menos pronunciada (continuando c/ o per il nasal) - arcos superciliares mais salientes - arcos superciliares menos salientes - rebordos supraorbitários rombos - rebordos supraorbitários cortantes - articulação frontonasal angulada - articulação frontonasal curva - apó ises mastoides proeminentes, servindo de pontos de apoio, tornando o crânio mais estável quando colocado sobre um plano - apó ises mastoides menos desenvolvidas. Quando o crânio é colocado sobre um plano, ele apoia- se no maxilar e no occipital com menor estabilidade - côndilos occipitais longos e delgados; forma de sola de sapato; crista occipital - côndilos occipitais curtos e largos. Forma de rim. Super ície lisa, com mínima projeção - apó ises mastoides e estiloides maiores - apó ises mastoides e estiloides menores Fonte: adaptado de França (2017) e Hercules (2014). CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 48 52 | Descrever os elementos que diferenciam a mandíbula masculina da feminina. RESPOSTA: A mandíbula masculina apresenta-se robusta, com arco dental no formato triangular ou retangular, ângulo mandibular mais ocluso e áreas rugosas ásperas das insertações musculares. A feminina é mais delicada, com arco dental em formato arredondado ou triangular, com ângulo mais amplo e áreas rugosas planas ou discretas das insertações musculares (FRANÇA, 2017). 53 | Descrever os elementos que diferenciam o tórax masculino do feminino. RESPOSTA: O tórax feminino tem menor capacidade, é mais curto, tem aspecto ovoide, possui osso esterno mais curto, com margem cranial ao nível do corpo da terceira vértebra, além de apresentar apó ises transversais das vértebras torácicas que se encontram mais anteriormente. No tórax masculino, porém: há predominância da cintura escapular, com aspecto de cone invertido; a clavícula é maior e mais pesada; e o osso esterno apresenta margem caudal ao nível da segunda vértebra torácica (MOORE; DALLEY, 2019; TORTORA, 2016). 54 | Descrever os elementos que diferenciam a pelve masculina da feminina. RESPOSTA: Em uma análise qualitativa, pode-se observar que, na pelve masculina, o osso ilíaco é maior e mais pesado, a crista ilíaca é mais rugosa, a incisura isquiática é mais profunda, em forma de “V”, além de o forame obturador ser mais largo e ovalado quando comparado ao feminino. Nesse tipo de análise, observam-se três tipos de pelve: androide (tipicamente masculina), ginecoide (tipicamente feminina) e platiploide (aquela que apresenta características mistas). Já na análise morfológica, percebe-se que a pelve masculina possui seu estreito superior em formato de coração, o ângulo subpúbico mais agudo, a sín ise pubiana mais alta e o sacro mais comprido, mais estreito e côncavo em toda a sua extensão. Em uma análise quantitativa, no entanto, destaca-se que a pelve masculina tem dimensões verticais, com ângulo subpúbico de 60°, CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 49 enquanto a pelve feminina possui dimensões horizontais, com ângulo subpúbico de 90º. De modo geral, a pelve masculina possui forma alta e estreita, é menor em formato de coração, tem ângulo subpúbico e agudo em forma de “A” e crista ilíaca em forma acentuada de “S”. A feminina tem formato largo e baixo, com pelve menos larga e oval, ângulo subpúbico obtuso e arrendondado, além da crista ilíaca de formato plano (MOORE; DALLEY, 2019; TORTORA, 2016). 55 | Listar os elementos a serem considerados no estudo da idade. RESPOSTA: Devem ser considerados, no estudo da idade, os elementos morfológicos como aparência, pele, pelos, peso, estatura, olhos, dentes, órgãos genitais e ossos (PEREIRA; GUSMÃO, 2001). 56 | Citar, segundo Işcan, Loth, Wright, um osso que pode ser utilizado para a realização da análise comparativa da idade. RESPOSTA: Pode ser usada, na análise comparativa da idade, a extremidade esternal da costela, segundo os autores (IŞCAN; LOTH; WRIGHT, 1984a, 1984b, 1985, 1986, 1987). Imagem 4 – Modelos das diferentes fases (masculino e feminino) da extremidade esternal da costela, segundo Işcan, Loth e Wright (1993) – France Casting – Determinação de faixa etária Fonte: arquivo próprio. CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 50 57 | Citar o método que estima a idade baseado nos aspectos morfológicos da sínfise pubiana. RESPOSTA: Método Suchey-Brooks (SARAJLIĆ; GRADAŠČEVIĆ, 2012). Imagem 5 – Modelos de sín ise pubiana masculina Suchey-Brooks para determinação de faixa etária Foto: arquivo próprio. Imagem 6 – Modelos de sín ise pubiana feminina Suchey-Brooks para determinação de faixa etária Fonte: arquivo próprio. 58 | Listar os aspectos que devem ser avaliados na estimativa de idade no crânio. RESPOSTA: O fechamento de suturas cranianas da face externa einterna, assim como a mandíbula (VANRELL, 2002). CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 51 59 | Apresentar nos ossos outros elementos que podem ser avaliados para o estudo da idade. RESPOSTA: O fechamento das epí ises é um aspecto que deve ser avaliado. A avaliação radiológica dos ossos com o estudo dos núcleos de ossi icação e consolidação das epí ises a diá ises permite uma estimativa da idade óssea (FRANÇA, 2017). 60 | Listar os ossos que devem ser mensurados para avaliar estatura. RESPOSTA: Os ossos usados na estimativa de estatura são: fêmur, úmero e íbula. Após mensuração do comprimento desses ossos, aplicam-se os valores na fórmula de regressão de Trotter e Gleser ou em outras escalas para estimar a altura (FRANÇA, 2017; VANRELL, 2002). 61 | Definir identificação judiciária. RESPOSTA: A identi icação judiciária ou policial se dá no âmbito civil ou criminal mediante coleta das características e informações antropométricas e antropológicas (FRANÇA, 2017; PEREIRA; GUSMÃO, 2001). 62 | Citar alguns tipos de identificação judiciária. RESPOSTA: Esses tipos são: fotogra ia simples, retrato falado, sistema de Bertillon, assinalamento sucinto e sistema datiloscópico de Vucetich (FRANKLIN, 2019; FRANÇA, 2017). 63 | Descrever o método fotografia simples. RESPOSTA: Esse método é a documentação fotográ ica, frente e per il à frente de um quadro antropométrico (FRANKLIN, 2019). 64 | Descrever o sistema de Bertillon. RESPOSTA: O sistema de Bertillon determina 11 aspectos importantes para a execução do método. São eles: “diâmetro anteroposterior da CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 52 cabeça, diâmetro transversal da cabeça, comprimento da orelha direita, diâmetro bizigomático, comprimento do pé esquerdo, comprimento do dedo médio esquerdo, comprimento do dedo mínimo, comprimento do antebraço, estatura, comprimento dos braços abertos e altura do busto” (FRANÇA, 2017, p. 94). Os dados obtidos são anotados, em milímetros, em ichas com outras características do indivíduo avaliado, como altura, cor do cabelo, da pele e dos olhos, deformidades, além de marcas, manchas, cicatrizes e amputações. O arquivamento das ichas também segue uma ordem especí ica, a qual faz uma relação entre atributos idênticos de pessoas distintas (FRANÇA, 2017; FERRARI; GALEANO, 2016). 65 | Definir o assinalamento sucinto. RESPOSTA: É o método utilizado para identi icação em que são observadas e descritos aspectos ísicos, como altura, cor de cabelos e de olhos, idade, raça e outras características que chamem a atenção e possam ser utilizadas para o reconhecimento. Um exemplo de utilização desse método de identi icação é na descrição de pessoas desaparecidas (FRANÇA, 2017). Imagem 7 – Tatuagem pode ser útil na identi icação Foto de Ligia Fascioni | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/photo/ tattoo-1-1492390. Acesso em: 31 mar. 2021. CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 53 66 | Definir o sistema datiloscópico de Vucetich. RESPOSTA: Na atualidade, o sistema datiloscópico de Vucetich é utilizado para identi icação e arquivamento de impressões digitais, que são individuais, cujos desenhos são formados pelas cristas papilares dermais. É considerado decadactilar, portanto são colhidas as impressões digitais dos dez dedos de um indivíduo, as quais são registradas em icha datiloscópica. A avaliação prática das linhas papilares considera 3 sistemas na impressão digital – basilar, marginal e nuclear ou central. As linhas se organizam em torno do núcleo, formando o delta. O delta é primordial no sistema de Vucetich para identi icar os 4 tipos fundamentais (FRANÇA, 2017; SILVA, 2016; CROCE; CROCE JÚNIOR, 2012). Imagem 8 – Desenho digital – conjunto de cristas e sulcos Foto de Eljefe79 | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/photo/that-s- me-1436549. Acesso em: 31 mar. 2021. 67 | Listar os tipos fundamentais do sistema datiloscópico de Vucetich. RESPOSTA: Os tipos fundamentais são: verticilo, presilha externa, presilha interna e arco (FRANÇA, 2017). CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 54 Imagem 9 – Impressão digital – presilha interna – presença de núcleo e delta à direita Foto de Kort Kramer | Fonte: Freeimages. Disponível em: https://www.freeimages.com/pt/photo/ bloody-thumbprint-1151588. Acesso em: 31 mar. 2021. 68 | Descrever as características de cada tipo fundamental do sistema datiloscópico de Vucetich. RESPOSTA: • Verticilo: contém dois deltas e um núcleo no centro. • Presilha externa: o delta está à esquerda do observante; • Presilha interna: o delta está à direita do observante. • Arco: sem núcleo e delta, possui somente os sistemas de linhas marginais e basilares (FRANÇA, 2017). 69 | Listar os números atribuídos pela fórmula datiloscópica a cada tipo. RESPOSTA: No polegar, as con igurações são identi icadas por meio de letras, sendo elas: V (verticilo), E (presilha externa), I (presilha interna) e A (arco). Os outros dedos são representados por números, sendo eles: 4 (verticilo), 3 (presilha externa), 2 (presilha interna) e 1 (arco). Caso o dedo tenha sido amputado, é atribuído o número 0 (zero). Se houver cicatrizes ou defeitos que impeçam a classi icação, é atribuído um X (FRANÇA, 2017; VANRELL, 2002). CAPÍTULO IV – ANTROPOLOGIA MÉDICO-LEGAL 55 70 | Apresentar os datilogramas das mãos referentes ao numerador e ao denominador, respectivamente, segundo a fórmula datiloscópica. RESPOSTA: Os datilogramas dos dedos da mão direita são representados no numerador. No denominador, aqueles dos dedos da mão esquerda (VANRELL, 2002). REFERÊNCIAS – CAPÍTULO IV CROCE, D.; CROCE JÚNIOR, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. FERRARI, M. G.; GALEANO, D. Polícia, antropometria e datiloscopia: história transnacional dos sistemas de identi icação, do rio da Prata ao Brasil. Hist. Cienc. Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 23, (supl. 1), p. 171-194, dez. 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702016000900171&ln g=en&nrm=iso. Acesso em: 25 maio 2020. FRANÇA, G. V. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. FRANKLIN, R. Medicina Forense aplicada. Rio de Janeiro: Rubio, 2019. HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2014. HERCULES, H. C. Medicina Legal: texto e atlas. São Paulo: Atheneu, 2011. IŞCAN, M. Y.; LOTH, S. R.; WRIGHT, R. K. Racial variation in the sternal extremity of the rib and its effect on age determination. Journal of Forensic Science, v. 32, n. 2, p. 452-466, 1987. IŞCAN, M. Y.; LOTH, S. R. Determination of age from the sternal rib in white males: a test of the phase method. 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