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Unidade 4 - Legislação S Trabalhista

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Unidade 2
Resposta:
Explicando a Teoria Francesa dos Atos de Comércio, estabelecida pelo código de Comércio
francês de 1807 caracteriza-se por considerar como comerciais certas atividades definidas
pela lei, independentemente da natureza do sujeito que as realiza. Nesta teoria, a
comercialidade é atribuída aos atos em si, como operações de compra e venda de
mercadorias, atividades bancárias, de corretagem, de transporte e operações industriais
que visam à produção de bens para o mercado e não à pessoa que os pratica.
Já a Teoria italiana do Direito das Empresas, influenciada pelo Código Civil Italiano de 194,
centra-se na figura do empresário e na organização empresarial. Nesta abordagem, a
atividade comercial é vista como uma função contínua e organizada, realizada por uma
entidade que visa a produção ou a troca de bens ou serviços.
Assim, temos por diferença a teoria Francesa que focaliza os atos individuais e sua
natureza jurídica, da teoria italiana que enfatiza a estrutura organizacional e a continuidade
das atividades econômicas realizadas pelo empresário.
Unidade 1
Resposta:
O conjunto de normas, valores e princípios que guiam o comportamento humano é o
significado de moralidade na sociedade, este conjunto define o que é certo ou errado, justo
ou injusto. Esses princípios podem ser influenciados por várias fontes, incluindo religião,
cultura, filosofia e legislação.
Sandel argumenta que a mercantilização de certos aspectos da vida pode degradar a
moralidade. Ele faz uma distinção entre um “mercado com moral” e uma “sociedade de
mercado”. Na primeira, o mercado é uma ferramenta útil para organizar a produção e a
distribuição de bens e serviços, mas está subordinado a valores morais e cívicos mais
amplos. Na segunda, o mercado e seus valores dominam todos os aspectos da vida,
corroendo normas e valores que deveriam estar acima da lógica do mercado.
Conforme prega Sandel, concordo que a mercantilização de certos aspectos pode corroer
a moralidade e valores cívicos. A visão de que tudo tem um preço pode levar a uma
desvalorização do que é essencialmente humano e comunitário. Por exemplo, tratar o
sangue humano como uma mercadoria pode reduzir a doação voluntária, que é um ato de
solidariedade, a uma transação comercial. Isso pode desumanizar uma prática que, na sua
essência, é um ato de altruísmo.
Acredito que a moralidade na sociedade não deveria ser comercializada, pois alguns
valores são fundamentais e devem ser preservados. Sandel alerta sobre os perigos de uma
sociedade onde tudo está à venda e nos incentiva a reconsiderar os limites do mercado,
preservando a integridade de valores práticas que são essenciais para uma sociedade
justa e humana.
Unidade 4
Resposta:
A affectio societatis é um conceito central no direito societário, especialmente em
sociedades de pessoas, e refere-se à intenção dos sócios de cooperar de maneira conjunta
e harmônica para alcançar os objetivos da sociedade. Esse conceito é formado por dois
critérios principais: o pessoal e o financeiro
1. Critério Pessoal
É a intenção dos sócios em construir uma sociedade, por livre e espontânea vontade. Existe
um duplo viés nessa relação, que é fidelidade e a confiança necessária, além da aceitação
das condições da sociedade.
2. Critério Financeiro
Refere-se a intenção dos sócios de contribuir financeiramente para capital da sociedade.
Isso pode incluir aportes monetários, bens ou outros recursos que serão utilizados na
atividade empresarial. Cada sócio deve estar ciente de que a sua contribuição financeira
está atrelada ao sucesso ou ao fracasso do empreendimento comum.
Nas sociedades familiares é mais fácil encontrar esse aspecto pelos laços já familiares que
são partilhados entre as pessoas do mesmo núcleo, por isso é predominantemente familiar.
É mais fácil encontrar confiança e fidelidade na família pela profundidade dos laços
pessoais e à confiança pré-existente entre os facilitando a gestão e aumentando a
resiliência da empresa.
Unidade 1 - Legislação Social e Trabalhista
Resposta
A Reforma Trabalhista de 201, implementada pela Lei nº 13.467, trouxe diversas mudanças
significativas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no Brasil. Uma dessas mudanças
foi a introdução da figura do empregado hipersuficiente. De acordo com a nova legislação, o
empregado hipersuficiente é aquele que possui diploma de nível superior e recebe salário
igual ou superior a duas vezes o teto dos benefícios da Previdência Social.
Princípio Alterado: Princípio da Produção
O Princípio do Direito do trabalho que sofreu alteração com a criação da figura do
hipersuficiente é o princípio da proteção. Tradicionalmente, o direito do trabalho é
fundamentado no princípio da proteção, que visa proteger o empregado, a parte mais frágil
na relação de emprego, através de normas imperativas que limitam a autonomia da vontade
das partes, impondo garantias mínimas.
Razões da Mudança
A mudança foi motivada pela intenção de flexibilizar e modernizar as relações de trabalho,
reconhecendo que certos trabalhadores, devido ao seu elevado nível educacional e
remuneração, possuem maior capacidade de negociação e, portanto, não necessitam da
mesma proteção jurídica conferida aos demais trabalhadores. Assim, a forma permitiu que
esses empregados hipersuficiente possam negociar diretamente com seus empregadores
determinadas condições de trabalho, como jornada, banco de horas, e outros aspectos
contratuais, sem a necessidade de intervenção sindical.
Princípio de Primazia da Realidade
O princípio da primazia da realidade é um dos pilares do direito do trabalho, que determina
que, em caso de divergência entre o que está formalizado em documentos e o que
realmente ocorre na prática, prevalece a realidade dos fatos.
Aplicação Moderna no Mercado de Trabalho
Conforme mencionado por Gustavo R. Tergolino em Migalhas, a aplicação moderna do
princípio da primazia da realidade continua sendo fundamental, especialmente em um
contexto de constantes mudanças nas formas de trabalho e nas tecnologias empregadas
nas relações laborais.
Em suma, a reforma trabalhista ao introduzir a figura do hipersuficiente significativamente o
princípio da proteção ao conceder maior autonomia para certos trabalhadores negociarem
diretamente com seus empregadores. O princípio da primazia da realidade continua sendo
um baluarte essencial para garantir que as condições efetivamente vividas pelo
Unidade 2 - Legislação Social e Trabalhista
A Reforma Trabalhista de 2017 trouxe diversas mudanças à Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), incluindo a introdução de normas mais claras sobre o dano
extrapatrimonial. Essa atualização visou regulamentar de forma mais objetiva as questões
relacionadas aos danos morais e patrimoniais no âmbito das relações de trabalho.
O trabalhador tem a obrigação de fazer anotações na Carteira de Trabalho e Previdência
Social (CTPS) do empregado. De acordo com a CLT, essas anotações devem incluir
informações como data de admissão, função, remuneração e eventuais alterações
contratuais. O objetivo dessas anotações é garantir a transparência nas relações
trabalhistas e assegurar os direitos do trabalhador.
Contudo, a CLT também impõe restrições sobre o tipo de informação que pode ser anotada
na CTPS. Conforme o artigo 29 da CLT.
O dano extrapatrimonial, incluindo o dano moral, é aquele que atinge aspectos subjetivos da
pessoa como a honra, a dignidade, a imagem e a reputação. A Reforma Trabalhista inseriu
no artigo 223 - A da CLT a previsão específica sobre os danos extrapatrimoniais, dispondo
que:
No caso do Restaurante da Terra Gaúcha LtdaA empresa foi condenada a indenizar uma
ex-funcionária por danos morais no valor de R$5 mil por ter anotado na CTPS da
empregada que a retificação foi feita por força de decisão judicial. Tal anotação é
considerada desabonadora e desnecessária, já que pode prejudicar a imagem e a
reputação profissional da trabalhadora perante futuros empregadores.
A Reforma Trabalhista visou regulamentar de forma mais precisaos danos
extrapatrimoniais, oferecendo proteção adicional aos trabalhadores contra anotações
desabonadoras na CTPS. O empregador deve sempre se limitar às informações
estritamente necessárias e objetivas, sem adicionar qualquer comentário que possa
prejudicar o trabalhador. O caso do Restaurante Terra Gaúcha Ltda. ilustra bem a
importância de respeitar essas normas para evitar danos morais e a consequente obrigação
de indenizar o empregado. A proteção da honra, imagem e dignidade do trabalhador é um
aspecto fundamental do direito do trabalho, reforçado pela reforma de 2017.
A Ordem Social nas Constituições Brasileiras
a) Primeira Constituição Brasileira a Abordar a Ordem Social
A primeira constituição brasileira a abordar o tema da ordem social foi a Constituição de
1934. Esta constituição introduziu diversos aspectos relacionados à ordem social, incluindo
direitos trabalhistas e previdenciários, educação, saúde, e a proteção da família. Foi uma
constituição inovadora para a época, refletindo a influência das constituições sociais da
Europa, especialmente a Constituição de Weimar, na Alemanha.
b) Base e Objetivo da Ordem Social na Atual Constituição
A atual Constituição Brasileira, promulgada em 1988, dedica um capítulo específico à ordem
social, no Título VIII. O artigo 193 da Constituição Federal estabelece:
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo
o bem-estar e a justiça sociais.
Vamos detalhar esses dois elementos fundamentais:
1. Base da Ordem Social: Primado do Trabalho
A base da ordem social na Constituição de 1988 é o primado do trabalho. Isso
significa que o trabalho é considerado o fundamento da ordem social e do
desenvolvimento econômico do país. A centralidade do trabalho na constituição
reflete a importância atribuída à dignidade da pessoa humana, ao desenvolvimento
individual e coletivo, e à garantia de condições justas e dignas para todos os
trabalhadores. Esta base também implica que políticas públicas e legislativas devem
priorizar a criação de emprego, a proteção dos direitos trabalhistas, e a valorização
do trabalho em todas as suas formas.
2. Objetivo da Ordem Social: Bem-Estar e Justiça Sociais
O objetivo da ordem social é a promoção do bem-estar e da justiça sociais. Esse
objetivo busca assegurar que todos os cidadãos tenham acesso a condições de vida
dignas, incluindo saúde, educação, previdência social, proteção ao meio ambiente, e
acesso à cultura. A justiça social visa reduzir as desigualdades sociais e regionais,
garantindo que todos os brasileiros possam usufruir dos frutos do desenvolvimento
econômico de maneira equitativa. A Constituição de 1988, conhecida como
"Constituição Cidadã", reflete um compromisso com a construção de uma sociedade
mais justa, solidária e inclusiva.
A Constituição de 1934 foi a primeira a tratar da ordem social no Brasil, estabelecendo
fundamentos que seriam aprofundados nas constituições subsequentes. A Constituição de
1988, por sua vez, fundamenta a ordem social no primado do trabalho, com o objetivo de
promover o bem-estar e a justiça sociais, refletindo um compromisso com a dignidade
humana, a igualdade, e a inclusão social. Esses princípios norteiam a atuação do Estado e
a formulação de políticas públicas, buscando construir uma sociedade mais justa e
equitativa para todos os cidadãos brasileiros.

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