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Qualidade de Vida no Climatério

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1 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-13, 2024 
 
 jan. 2021 
Qualidade de vida de mulheres no climatério atendidas na atenção primária 
à saúde: desafios, lacunas e estratégias de saúde 
 
Quality of life of climacteric women treated in primary health care: 
challenges, gaps and health strategies 
 
Calidad de vida de mujeres climatéricas atendidas en atención primaria de 
salud: desafíos, brechas y estrategias de salud 
 
DOI: 10.55905/revconv.17n.6-268 
 
Originals received: 05/17/2024 
Acceptance for publication: 06/07/2024 
 
Benedito Medeiros da Silva Neto 
Graduado em Enfermagem 
Instituição: Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, Empresa 
Brasileira de Serviços Hospitalares (UFPR - EBSERH) 
Endereço: Curitiba – Paraná, Brasil 
E-mail: beneterceiro@hotmail.com 
 
Victória Maria Pontes Martins 
Graduanda em Enfermagem 
Instituição: Centro Universitário INTA (UNINTA) 
Endereço: Sobral – Ceará, Brasil 
E-mail: victoriapontes2014@hotmail.com 
 
Jeferson Manoel Teixeira 
Doutorando em Saúde Pública 
Instituição: Universidad de Ciencias Empresariales y Sociales (UCES) 
Endereço: Buenos Aires – Provincia de Buenos Aires, Argentina 
E-mail: drjefersonteixeira@gmail.com 
 
Yuri Guilherme Melo Oliveira 
Graduado em Enfermagem 
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) 
Endereço: Coroatá – Maranhão, Brasil 
E-mail: yuriguilherme2021@gmail.com 
 
Janayra Rodrigues Dantas 
Graduada em Enfermagem 
Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) 
Endereço: Coroatá – Maranhão, Brasil 
E-mail: janayrarodriguesdantas24@gmail.com 
 
mailto:victoriapontes2014@hotmail.com
mailto:yuriguilherme2021@gmail.com
mailto:janayrarodriguesdantas24@gmail.com
 
2 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-13, 2024 
 
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Luan Alexandre da Silva Dantas 
Graduado em Serviço Social 
Instituição: Faculdade Católica Santa Teresinha (FCST) 
Endereço: Caicó – Rio Grande do Norte, Brasil 
E-mail: luan.alexandre16@hotmail.com 
 
Valéria Maria Silva Nepomuceno 
Especialista em Estomoterapia 
Instituição: Universidade Estadual do Piauí (UESPI) 
Endereço: Teresina – Piauí, Brasil 
E-mail: nepomucenovms@gmail.com 
 
Caroline Kroning Feijó 
Mestra em Enfermagem 
Instituição: Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) 
Endereço: Pelotas – Rio Grande do Sul, Brasil 
E-mail: cskroning@hotmail.com 
 
Jackeline Ruth Rodrigues da Silva 
Graduada em Enfermagem 
Instituição: Faculdade Unida de Campinas (FACUNICAMPS) 
Endereço: Goiânia – Goiás, Brasil 
E-mail: jackelinerrs2015@gmail.com 
 
Layanne Cavalcante de Moura 
Mestranda em Saúde da Mulher 
Instituição: Universidade Federal do Piauí (UFPI) 
Endereço: Teresina – Piauí, Brasil 
E-mail: layannecavalcante@hotmail.com 
 
Emmanuella Costa de Azevedo Mello 
Mestre em Modelos de Decisão e Saúde 
Instituição: Universidade Federal da Paraíba (UFPB) 
Endereço: João Pessoa – Paraíba, Brasil 
E-mail: emanuellaazevedo@hotmail.com 
 
Ana Emília Araújo de Oliveira 
Mestra em Ciência e Tecnologia em Saúde 
Instituição: Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) 
Endereço: Campina Grande – PB, Brasil 
E-mail: anaemiliaoliveira@hotmail.com 
 
Ana Cristina Rodrigues Luna e Silva 
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente 
Instituição: Universidade Federal da Paraíba (UFPB) 
Endereço: Campina Grande – Paraíba, Brasil 
E-mail: aanacristinalunaesilva@gmail.com 
mailto:luan.alexandre16@hotmail.com
mailto:nepomucenovms@gmail.com
mailto:emanuellaazevedo@hotmail.com
mailto:aanacristinalunaesilva@gmail.com
 
3 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-13, 2024 
 
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Laudeci Brito Batista 
Mestra em Saúde Coletiva 
Instituição: Universidade Católica de Santos (UNISANTOS) 
Endereço: Santos – São Paulo, Brasil 
E-mail: laudecibritobatista@gmail.com 
 
Marks Passos Santos 
Mestre em Enfermagem 
Instituição: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB) 
Endereço: Jacobina – Bahia, Brasil 
E-mail: enfer.marks@hotmail.com 
 
RESUMO 
Este estudo objetiva contextualizar os desafios enfrentados por essas mulheres, destacando as 
lacunas nos serviços de saúde e propondo estratégias para melhorar sua qualidade de vida durante 
o climatério na APS. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura seguindo a metodologia de 
Whittemore e Knafl. As buscas foram realizadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). As bases 
de dados selecionadas foram: Medical Literature Analysis and Retrievel System Online 
(MEDLINE); Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base 
de Dados em Enfermagem (BDENF) e Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud 
(IBECS). Foram identificados inicialmente 367 estudos, e após análise dos estudos, apenas 11 
foram selecionados para esta revisão. Os estudos evidenciam que o climatério é uma fase de 
transição desafiadora para as mulheres, marcada por mudanças físicas e emocionais 
significativas. A APS desempenha um papel crucial em fornecer suporte contínuo e integrado, 
apesar de dificuldades como a falta de treinamento específico dos profissionais e a desigualdade 
no acesso aos serviços de saúde. A abordagem holística e multidisciplinar, incluindo educação, 
prevenção e uso de tecnologias, é essencial para melhorar a qualidade de vida dessas mulheres. 
Estratégias como a educação, prevenção, uso de tecnologia e políticas públicas são essenciais 
para melhorar o atendimento e a qualidade de vida das mulheres. Uma abordagem 
multidisciplinar e o fortalecimento das redes de apoio comunitário também são fundamentais 
para um cuidado eficaz. 
 
Palavras-chave: qualidade de vida, mulheres, climatério, atenção primária à saúde. 
 
ABSTRACT 
This study aims to contextualize the challenges faced by these women, highlighting the gaps in 
health services and proposing strategies to improve their quality of life during menopause in 
PHC. This is an integrative literature review following the methodology of Whittemore and 
Knafl. The searches were carried out in the Virtual Health Library (VHL). The databases selected 
were: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE); Latin American 
and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS), Nursing Database (BDENF) and Spanish 
Bibliographic Index in Health Sciences (IBECS). Initially, 367 studies were identified, and after 
analyzing the studies, only 11 were selected for this review. Studies show that the climacteric 
period is a challenging transition phase for women, marked by significant physical and emotional 
changes. PHC plays a crucial role in providing continuous and integrated support, despite 
difficulties such as the lack of specific training for professionals and inequality in access to health 
services. A holistic and multidisciplinary approach, including education, prevention and use of 
mailto:laudecibritobatista@gmail.com
 
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technologies, is essential to improve the quality of life of these women. Strategies such as 
education, prevention, use of technology and public policies are essential to improve women's 
care and quality of life. A multidisciplinary approach and strengthening community support 
networks are also essential for effective care. 
 
Keywords: quality of life, women, climacteric, primary health care. 
 
RESUMEN 
Este estudio tiene como objetivo contextualizar los desafíos que enfrentan estas mujeres, 
destacando las brechas en los servicios de salud y proponiendo estrategias para mejorar su calidad 
de vida durante la menopausia en la APS. Se trata de una revisión integradora de la literatura 
siguiendo la metodología de Whittemore y Knafl. Las búsquedas se realizaron en la Biblioteca 
Virtual en Salud(BVS). Las bases de datos seleccionadas fueron: Medical Literature Analysis 
and Retrieval System Online (MEDLINE); Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias 
de la Salud (LILACS), Base de Datos de Enfermería (BDENF) e Índice Bibliográfico Español 
en Ciencias de la Salud (IBECS). Inicialmente se identificaron 367 estudios y luego de 
analizarlos, solo se seleccionaron 11 para esta revisión. Los estudios muestran que el período 
climatérico es una fase de transición desafiante para las mujeres, marcada por importantes 
cambios físicos y emocionales. La APS desempeña un papel crucial a la hora de brindar un apoyo 
continuo e integrado, a pesar de dificultades como la falta de formación específica de los 
profesionales y la desigualdad en el acceso a los servicios de salud. Un enfoque holístico y 
multidisciplinario, que incluya educación, prevención y uso de tecnologías, es esencial para 
mejorar la calidad de vida de estas mujeres. Estrategias como educación, prevención, uso de 
tecnología y políticas públicas son esenciales para mejorar la atención y la calidad de vida de las 
mujeres. Un enfoque multidisciplinario y el fortalecimiento de las redes de apoyo comunitario 
también son esenciales para una atención eficaz. 
 
Palabras clave: calidad de vida, mujer, climaterio, atención primaria de salud. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O climatério, considerado um período significativo na vida das mulheres, é marcada pela 
transição para a menopausa e caracterizada por mudanças fisiológicas, sintomas físicos, 
emocionais e sociais. Apesar de ser uma etapa natural do ciclo de vida, que ocorre geralmente 
entre os 45 e 55 anos de idade, o climatério apresenta desafios que podem afetar 
significativamente a qualidade de vida das mulheres (Selbac et al., 2018). 
Estudos epidemiológicos indicam que uma proporção significativa da população 
feminina mundial está ou estará passando pelo climatério, com o aumento da expectativa de vida. 
Essa transição é marcada por sintomas como fogachos, alterações de humor, insônia e diminuição 
da libido, que podem variar em intensidade e duração. Esses sintomas podem ter um impacto 
 
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negativo na qualidade de vida das mulheres e requerem uma abordagem adequada nos serviços 
de saúde (Lui Filho et al., 2015). 
Apesar da importância da Atenção Primária à Saúde (APS) como ponto inicial de contato 
com o sistema de saúde, muitas mulheres enfrentam dificuldades para encontrar suporte e 
orientação adequados durante o climatério. Os profissionais de saúde nem sempre estão 
preparados para lidar com as demandas específicas dessa fase da vida, o que pode resultar em 
uma abordagem fragmentada e inadequada para o manejo dos sintomas e das preocupações das 
pacientes (Guerra Junior et al., 2019). 
Os sintomas do climatério podem ter um impacto significativo na qualidade de vida das 
mulheres, interferindo em suas atividades diárias, relacionamentos e bem-estar emocional. 
Fogachos, suores noturnos, insônia e alterações de humor podem gerar desconforto e afetar a 
autoestima e a capacidade de realização de atividades cotidianas, destacando a importância de 
abordagens holísticas no cuidado dessas pacientes (Serra et al., 2022). 
Diante dos desafios, torna-se essencial que a APS adote uma abordagem mais abrangente 
e centrada na paciente para atender às necessidades das mulheres no climatério. Intervenções que 
visem melhorar o acesso a informações, promover o autocuidado e oferecer suporte emocional 
podem contribuir significativamente para melhorar a qualidade de vida dessas mulheres durante 
essa fase de transição (Albuquerque et al., 2019). 
Este estudo destaca a importância de uma atenção integral à saúde das mulheres no 
climatério e aponta para a necessidade de políticas e práticas de saúde que considerem suas 
necessidades específicas. Neste contexto, este artigo objetiva contextualizar os desafios 
enfrentados por essas mulheres, destacando as lacunas nos serviços de saúde e propondo 
estratégias para melhorar sua qualidade de vida durante o climatério na APS. 
 
2 METODOLOGIA 
 
O estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Este método de resume a 
literatura empírica ou teórica, proporcionando uma compreensão mais holística e abrangente de 
um determinado fenômeno ou problema, incorporando etapas rigorosas que visam sintetizar 
evidências de pesquisas qualitativas e quantitativas (Whittemore; Knafl, 2005). 
 
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O estudo foi desenvolvido com base no referencial metodológico de Whittemore e Knafl, 
desenvolvida em seis etapas: (1) elaboração da questão de pesquisa; (2) busca na literatura e 
amostragem; (3) definição das informações a serem extraídas dos estudos selecionados; (4) 
avaliação crítica; (5) interpretação dos resultados; e (6) síntese do conhecimento e apresentação 
da revisão (Whittemore; Knafl, 2005). 
Para este estudo, a elaboração da questão norteadora foi baseada na estratégia PICo 
(Santos; Pimenta; Nobre, 2007), sendo: (P) – População ou Problema (Mulheres no climatério); 
(I) – Interesse (Atendimento na Atenção Primária à Saúde); (C) – Comparação (não se aplica); e 
(O) – resultados esperados (Qualidade de vida, desafios, lacunas e estratégias de saúde). Assim, 
obteve-se o seguinte questionamento: Qual é a qualidade de vida das mulheres durante o 
climatério que recebem atendimento na Atenção Primária à Saúde (APS), e quais são os desafios, 
lacunas e estratégias de saúde associados a essa fase? 
As buscas foram realizadas pelos autores entre abril a maio de 2024 através da Biblioteca 
Virtual em Saúde (BVS). As bases de dados selecionadas foram: Medical Literature Analysis 
and Retrievel System Online (MEDLINE), Literatura LatinoAmericana e do Caribe em Ciências 
da Saúde (LILACS), Base de Dados em Enfermagem (BDENF) e Índice Bibliográfico Español 
en Ciencias de la Salud (IBECS). Os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) empregados nas 
buscas foram: “Qualidade de Vida”, “Mulheres”, “Climatério” e “Atenção Primária à Saúde”, 
sendo estes os descritores controlados. Houve ainda a inclusão de descritores não controlados, 
conforme mostra no Quadro 1, sendo apresentado a estratégia de busca com os descritores 
(controlados e não controlados) interligados através dos operadores booleanos “AND” ou “OR”. 
 
Quadro 1. Estratégias de busca na Biblioteca Virtual em Saúde – BVS. Teresina, Piauí, Brasil, 2024. 
Biblioteca Virtual/ Índices 
bibliográficos 
Estratégia de Busca 
BVS 
Medline/ Lilacs/ 
Bdenf/ Ibecs 
("Qualidade de Vida") OR ("Qualidade de Vida Relacionada à Saúde") OR 
("HRQOL") OR ("QVRS") AND ("Mulheres") OR ("Mulher") AND 
("Climatério") OR ("Mudança de Vida") AND ("Atenção Primária à Saúde") 
OR ("Atenção Primária") OR ("Atenção Básica") 
Fonte: Busca realizada pelos autores, 2024. 
 
Os critérios de inclusão determinados foram: artigos primários, sem delimitação de 
idioma, publicados nos últimos cinco anos (2019-2024), oportunizando elencar publicações 
atuais e pertinentes acerca do tema abordado. Como critérios de exclusão foram determinados os 
seguintes: relato de experiência, estudos de caso, reflexão ou editorial, monografias, dissertações 
 
7 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-13, 2024 
 
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e teses e outros que não artigos científicos publicados em periódicos. Os artigos duplicados foram 
considerados apenas uma vez. 
Por meio dos parâmetros de busca, obteve-se 347 artigos. Após aplicação dos filtros, 
obteve-se 40 publicações. Destes, 03 foram excluídos por duplicidade, totalizando 37 artigos. 
Após leitura dos títulos e resumos, foram excluídos 24, resultando em 13 artigos para leitura na 
íntegra. Após a leitura na íntegra, 04 artigos foramexcluídos, e 09 foram selecionados para 
amostra final, pois se encaixaram nos critérios de elegibilidade para a revisão. Na Figura 1 
detalha-se o fluxograma da busca realizada. 
 
Figura 1. Fluxograma da realização das buscas nas bases de dados. Teresina-PI, Brasil, 2024. 
 
Fonte: Pesquisa realizada; elaborado pelos autores, 2024. 
 
Os artigos selecionados foram exportados para o software Ryann®, uma ferramenta 
computacional gratuita para análise pareada das referências encontradas e remoção de duplicadas 
(Ouzzani et al., 2016). Para minimizar o risco de viés, as buscas e a seleção dos estudos foram 
executadas por dois pesquisadores, em duas etapas, de modo independente, em diferentes 
computadores. Na primeira etapa, realizou-se a leitura do título e resumo e, na segunda etapa, a 
 
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leitura do texto completo. Evidenciando-se divergências, um terceiro pesquisador emitiu o 
parecer, incluindo ou excluindo o estudo. 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
O climatério, período de transição entre a fase reprodutiva e não reprodutiva da mulher, 
apresenta-se como uma fase desafiadora, marcada por mudanças físicas e emocionais 
significativas. Nessa condição, a APS deve desempenhar um papel indispensável no suporte às 
mulheres durante este período, desde o fornecimento de cuidados contínuos e integrados às 
superações dos desafios e lacunas que necessitam serem abordados para garantir uma qualidade 
de vida adequada para essas mulheres (Luz; Frutuoso, 2021). 
Durante o climatério, as mulheres enfrentam sintomas variados, como ondas de calor, 
suores noturnos, insônia, irritabilidade e depressão. Esses sintomas, muitas vezes debilitantes, 
exigem uma abordagem holística por parte dos profissionais de saúde da APS. Contudo, a falta 
de treinamento específico e a sobrecarga de trabalho podem dificultar um atendimento eficaz. 
Profissionais bem preparados são essenciais para identificar e manejar os sintomas de maneira 
adequada (Oliveira, 2023). 
Um dos principais desafios na APS é o acesso desigual aos serviços de saúde. Em muitas 
regiões, especialmente áreas rurais e periféricas, as mulheres encontram barreiras para receber 
atendimento de qualidade (Robaina et al., 2015). A infraestrutura inadequada e a escassez de 
profissionais qualificados agravam a situação, comprometendo a capacidade de resposta às 
necessidades específicas do climatério. Essa disparidade no acesso impede que muitas mulheres 
recebam o suporte necessário para enfrentar essa fase (Campos et al., 2022). 
A ausência de protocolos específicos e a variação na capacitação dos profissionais de 
saúde resultam em diagnósticos tardios ou inadequados dos sintomas do climatério. Além disso, 
há uma falta de padronização no tratamento, o que pode levar a intervenções ineficazes. Esta 
lacuna evidencia a necessidade de uma abordagem mais estruturada na APS. A criação e 
implementação de diretrizes clínicas podem melhorar significativamente a qualidade do 
atendimento (Silva, Rocha, Caldeira, 2018). 
As mulheres no climatério muitas vezes enfrentam desafios socioeconômicos que 
exacerbam os efeitos dos sintomas (Barroso et al., 2023). A dupla jornada de trabalho, 
 
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responsabilidades familiares e, em muitos casos, a falta de apoio social, contribuem para o 
estresse e a redução da qualidade de vida. A APS precisa considerar esses fatores ao desenvolver 
estratégias de cuidado. Oferecer suporte social e econômico é crucial para aliviar parte desse 
fardo (Barroso et al., 2023; Robaina et al., 2015). 
A saúde mental é uma área crítica que muitas vezes é negligenciada no atendimento às 
mulheres no climatério. Depressão e ansiedade são comuns, mas frequentemente 
subdiagnosticadas. Programas de saúde mental na APS, que incluam aconselhamento e suporte 
psicológico, são essenciais para abordar essas questões. A integração de serviços de saúde mental 
pode melhorar significativamente a qualidade de vida das pacientes (Curta; Weissheimer, 2020). 
A falta de informação adequada sobre o climatério pode aumentar a ansiedade e o 
sofrimento das mulheres. A APS deve desempenhar um papel educativo, fornecendo informações 
claras e acessíveis sobre o que esperar durante essa fase e as opções de tratamento disponíveis. 
Workshops e grupos de apoio podem ser ferramentas valiosas. A educação empodera as 
mulheres, ajudando-as a tomar decisões informadas sobre sua saúde (Freitas et al., 2016). 
Uma abordagem multidisciplinar é fundamental para o manejo efetivo do climatério. 
Envolver ginecologistas, endocrinologistas, psicólogos, nutricionistas e outros profissionais de 
saúde na APS pode proporcionar um atendimento mais completo e personalizado, abordando os 
diversos aspectos da saúde das mulheres. Essa colaboração entre diferentes especialidades 
garante um cuidado mais holístico e eficaz (Sousa et al., 2012). 
A tecnologia pode ser uma aliada na melhoria do atendimento às mulheres no climatério. 
Ferramentas digitais, como aplicativos de saúde e telemedicina, podem facilitar o monitoramento 
de sintomas e o acesso a cuidados especializados (Mendonça, 2004). Essas tecnologias devem 
ser integradas na APS para alcançar uma maior cobertura e eficiência no atendimento. Além 
disso, a telemedicina pode superar barreiras geográficas, ampliando o alcance dos serviços de 
saúde. 
A implementação de políticas públicas específicas para o cuidado das mulheres no 
climatério é essencial. O governo deve investir em programas de capacitação para profissionais 
de saúde, infraestrutura adequada e campanhas de conscientização. Políticas de saúde bem 
definidas podem garantir um suporte contínuo e eficaz na APS. Essas políticas devem ser 
baseadas em evidências e focadas nas necessidades reais das mulheres (Pereira, Siqueira, 2009). 
 
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A prevenção é uma estratégia crucial na gestão do climatério. Programas de promoção da 
saúde, como atividades físicas, alimentação balanceada e controle de estresse, devem ser 
incentivados pela APS. Essas medidas podem atenuar os sintomas e melhorar a qualidade de vida 
das mulheres. A promoção de hábitos saudáveis desde a juventude pode preparar as mulheres 
para uma transição mais suave durante o climatério (Hoffmann et al., 2015). 
O envolvimento da comunidade e a criação de redes de apoio são fundamentais. Grupos 
de apoio, liderados por profissionais de saúde ou voluntários treinados, podem oferecer um 
espaço seguro para compartilhar experiências e obter apoio emocional. A APS deve incentivar a 
formação dessas redes. O apoio social é um componente crucial para o bem-estar emocional 
durante o climatério (Silva, Rocha, Caldeira, 2018; Sousa et al., 2012). 
A avaliação contínua dos serviços prestados e a implementação de melhorias são 
essenciais para garantir a eficácia do atendimento na APS (Pereira, Siqueira, 2009). Pesquisas de 
satisfação, feedback das pacientes e auditorias regulares podem identificar áreas de melhoria e 
garantir que as necessidades das mulheres no climatério sejam atendidas de forma adequada. 
Essa abordagem permite uma adaptação constante às necessidades emergentes (Luz; Frutuoso, 
2021). 
Garantir uma qualidade de vida adequada para as mulheres no climatério requer um 
esforço conjunto e multidisciplinar na APS. Embora haja desafios e lacunas significativas, 
estratégias como a educação, a prevenção, o uso da tecnologia e o fortalecimento das políticas 
públicas podem transformar o atendimento e proporcionar um suporte integral e eficaz (Miranda, 
Ferreira, Corrente, 2014). A APS deve ser um pilar de suporte durante essa fase de transição, 
promovendo saúde e bem-estar para todas asmulheres. O compromisso com a melhoria contínua 
e a inovação no atendimento são fundamentais para alcançar esses objetivos (Lima et al., 2019). 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A transição pelo climatério representa um período complexo e desafiador para as 
mulheres, exigindo atenção especial dos serviços de saúde. A APS tem um papel fundamental 
nesse contexto, oferecendo cuidados contínuos e integrados que visam abordar tanto as mudanças 
físicas quanto emocionais enfrentadas. Contudo, a efetividade desse suporte depende de uma 
série de fatores, incluindo a capacitação dos profissionais de saúde e a disponibilidade de recursos 
 
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adequados. Superar a falta de treinamento específico e a sobrecarga de trabalho são passos 
cruciais para garantir um atendimento eficiente e humanizado. 
A desigualdade no acesso aos serviços de saúde é um dos principais obstáculos que 
comprometem a capacidade da APS de fornecer suporte adequado durante o climatério. Em áreas 
rurais e periféricas, a infraestrutura deficiente e a escassez de profissionais qualificados agravam 
essa situação, levando a diagnósticos tardios e tratamentos inadequados. Políticas públicas 
robustas e investimentos direcionados são necessários para criar um ambiente de cuidado mais 
equitativo e eficiente. Além disso, a implementação de diretrizes clínica específica pode 
padronizar e melhorar significativamente a qualidade do atendimento prestado. 
A adoção de uma abordagem multidisciplinar e o uso de tecnologias modernas são 
estratégias essenciais para aprimorar o suporte às mulheres no climatério. Envolver diversos 
profissionais de saúde, como ginecologistas, psicólogos e nutricionistas, pode oferecer um 
cuidado mais abrangente e personalizado. Ferramentas digitais, como aplicativos de saúde e 
telemedicina, têm o potencial de ampliar o acesso e a eficiência do atendimento. Por fim, a 
criação de redes de apoio comunitário e a promoção de programas de prevenção e educação são 
fundamentais para melhorar a qualidade de vida das mulheres durante essa fase de transição, 
garantindo um suporte integral e contínuo por parte da APS. 
 
 
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