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PORTIFÓLIO SAÚDE DA MULHER

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CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM 
 
 
Jaíra de Matos Alves 
 
 
 
 
 
 
ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Macapá / Ap 
2023 
 
 
 
CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM 
 
 
Jaíra de Matos Alves 
 
 
 
 
 
 
 
ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER 
 
 
 Trabalho apresentado à Universidade Norte 
do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para 
a obtenção de média bimestral na disciplina 
Enfermagem na Saúde da mulher. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Macapá / Ap 
2023 
1. INTRODUÇÃO 
Entendendo que as mulheres são as principais usuárias da saúde pública, 
sabe-se que este é um direito que por anos vem tendo lutas em prol da saúde da 
mulher como o direito primordial que lhe é dado, não por que a mulher merece, e sim 
por que há a necessidade dessas buscas dentro da sociedade, sabendo que mulheres 
são os seres que mais suportam as dores de ser mulher dentro da sociedade, logo, 
sua saúde, mental, emocional, física, biológica, sofre muitas mudanças, por isso a 
busca acaba sendo, em sua grande maioria, por mulheres. 
Pode ser dizer que existe vários conceitos sobre o que é a saúde da mulher, 
seguindo uma linha, temos questões que abordam a anatomia e biologia feminina, até 
as questões dos direitos humanos voltado para o direito da mulher enquanto ser 
pensante e atuante, desde as primeiras décadas do século XX, onde a saúde da 
mulher era voltada somente para as questões de gestação e parto, como pontos a 
serem acolhidos, sendo neste tempo, uma visão restrita sobre a mulher como um todo, 
pois era visto somente as questões da procriação como importante e seu papel dentro 
do lar, responsável pela criação e educação dos filhos. 
Somente com o passar dos anos, a saúde da mulher foi tendo mais visibilidade 
e saindo da bolha de somente ser do lar que sua saúde era voltada, tendo notoriedade 
para outras questões do corpo humano, como até mesmo, o próprio direito de querer 
ser mãe e o uso de métodos contraceptivos, sendo assim, uma constante luta pelos 
direitos mínimos de saúde digna para as mulheres. 
 
2. DESENVOLVIMENTO DO CONTEÚDO: APROXIMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA 
 As mulheres são a maioria da população brasileira e as principais usuárias do 
Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2004). No contexto histórico das lutas por direitos, 
o Ministério da Saúde incorporou a atenção à saúde da mulher a partir do século XX, 
mas anteriormente adotava uma concepção mais restrita do tema, que se limitava à 
saúde materna ou à ausência de agravos associados à reprodução biológica (BRASIL, 
2008). 
No Brasil, a saúde da mulher se incorpora às políticas nacionais de saúde nas 
primeiras décadas do século XX, tendo como base atender as demandas relativas à 
gravidez e ao parto. Programas materno-infantis, elaborados nas décadas de 30, 50 
e 70, traduzem uma visão restrita sobre a mulher, baseada em sua especificidade 
biológica e no papel social de mãe e doméstica, responsável pela criação, educação 
e cuidado com a saúde dos filhos e demais familiares (BRASIL, 2011). 
A saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde nas 
primeiras décadas do século XX, sendo limitada, nesse período, às questões 
relacionadas à gestação e ao parto. Os programas materno-infantis, elaborados nas 
décadas de 30, 50 e 70, traduziam uma visão restrita sobre a mulher, baseada em sua 
especificidade biológica e no seu papel social de mãe e doméstica, responsável pela 
criação, educação e pelo cuidado com a saúde dos filhos e demais familiares. 
(UNASUS/UFMA, 2013). 
A profissionalização feminina iniciada no século XIX ocorreu vinculada aos 
papéis sociais, ou seja, à subserviência e ao cuidar (MATOS, 2013, et al). A 
Enfermagem é uma profissão predominantemente feminina, convive com os 
problemas desta população que sofre a discriminação e a violência de gênero, na 
divisão de papéis construídos socialmente, bem como na divisão do trabalho 
(BORDIGNON & MONTEIRO; 2016). Os vários papéis assumidos pela mulher nesta 
sociedade heteronormativa, além de fazer adoecer, também excluem populações 
vulneráveis e minoritárias – mulheres negras, imigrantes, indígenas, lésbicas, 
transgênero, dentre outras. 
Nesse contexto de iniquidades sociais, é importante ressaltar as diretrizes da 
APS, considerada como porta preferencial do SUS: 
I - [...] - Regionalização e Hierarquização: dos pontos de atenção da RAS, 
tendo a Atenção Básica como ponto de comunicação entre esses [...] II - 
Territorialização e Adstrição: de forma a permitir o planejamento, a 
programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e 
intersetoriais com foco em um território específico, com impacto na situação, 
nos condicionantes e determinantes da saúde das pessoas e coletividades 
que constituem aquele espaço [...] III - População Adscrita: população que 
está presente no território da UBS, de forma a estimular o desenvolvimento 
de relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, 
garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do 
cuidado e com o objetivo de ser referência para o seu cuidado. IV - Cuidado 
Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado 
de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os 
conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária para gerir 
e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de 
saúde de forma mais efetiva. [...] V - Resolutividade: reforça a importância da 
Atenção Básica ser resolutiva, utilizando e articulando diferentes tecnologias 
de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada [...] VI - 
Longitudinalidade do cuidado: pressupõe a continuidade da relação de 
cuidado, com construção de vínculo e responsabilização entre profissionais e 
usuários ao longo do tempo e de modo permanente e consistente [...] VII - 
Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários 
entre os pontos de atenção das RAS. [...] VIII - Ordenar as redes: reconhecer 
as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, 
organizando as necessidades desta população em relação aos outros pontos 
de atenção à saúde, [...] IX - Participação da comunidade [...] (BRASIL, 2017). 
A partir de tais diretrizes, a Enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares de 
enfermagem), que compõe as equipes de Saúde da Família, e equipes da Atenção 
Básica, são profissionais importantes na atenção à saúde da população, e 
especificamente às mulheres. (CORENSP, 2019). 
 
2.1 PROCEDICMENTOS REALIZADO 
 A função do enfermeiro na Saúde da Mulher, assim como em outras áreas é 
garantir uma atenção integral ao paciente em todos os níveis (promoção à saúde, 
prevenção de doença, assistência e reabilitação da saúde). (PFMD, 2017). Diante 
deste quadro, a (o) enfermeira (o), assim como os outros profissionais de saúde, deve 
atuar na sensibilização das mulheres para a realização do exame de citologia oncótica 
e no autoexame das mamas, além da busca ativa durante visitas domiciliares, 
consulta de enfermagem, grupos educativos e reuniões com a comunidade., 
Diante do que tange a saúde da mulher, o rastreamento de possíveis problemas 
de saúde é uma importância dentro da atenção primária, e os profissionais atuantes 
nesse nível de atenção devem conhecer o método, a periodicidade e a população alvo 
recomendadas, sabendo ainda orientar e encaminhar para tratamento as mulheres de 
acordo com os resultados dos exames e garantir continuidade. (BRASIL, 2013). Tal 
recomendação apoia-se, por exemplo, na observação da história natural do câncer do 
colo do útero, que permite a detecção precoce de lesões pré-neoplásicas e o 
tratamento oportuno, graças à lenta progressão que apresenta a forma mais grave 
(INCA,2015). 
O câncer de colo uterino constitui importante problema de saúde pública e está 
ranqueado como o segundo tipo de câncer mais frequente entre as mulheres no 
mundo,sendo responsável pelo óbito anual de aproximadamente 230 mil mulheres. 
(BRASIL, 2011). A relevância das ações desenvolvidas pelo enfermeiro na assistência 
à saúde da mulher é fundamental para a qualidade de vida das usuárias dos serviços, 
pois vem atuando no exercício da prevenção e da promoção da saúde, principalmente 
na realização do teste de Papanicolau. (NOGUEIRA, et al., 2017). 
A identificação precoce é indispensável, a atenção básica é a porta de entrada 
para os serviços recomendados à saúde da mulher, seja na área da saúde sexual ou 
reprodutiva. Os serviços são realizados por enfermeiros ou médicos, favorecendo 
estes acerca da atenção à saúde da mulher. (DE ARAUJO et al., 2019). É 
recomendado que o enfermeiro tenha a visão do ser humano como seres 
individualizados, com histórias pregressas únicas, com valores e crenças definidas a 
partir de suas culturas. Tendo essa visão o enfermeiro torna-se participante ativo na 
educação em saúde, conseguindo assim se aproximar das pacientes de jeito a 
descobrirem padrões únicos para cada uma, ao invés de usar um padrão único 
estereotipado pela literatura, mídia e/ou sociedade. (GARCIA; LISBOA, 2012). 
Portanto, ressalta-se a importância do enfermeiro como promotor da saúde na 
comunidade, ao contemplar os domínios de competência relacionados à promoção da 
saúde. Assim, será possível potencializar a promoção da saúde individual da mulher 
com o objetivo de torná-la protagonista do cuidado à própria saúde. (CORDEIRO, et 
al., 2021). 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Quando se trata da saúde da mulher, em conjunto com a saúde básica, temos 
no meio, o profissional da enfermagem que por si só, faz a mediação entre ambos, 
logo, sabendo que o número maior das procuras de tratamento médico é por parte do 
público feminino, é importante que as unidas básicas de saúde tenham estratégias 
assertivas sobre seus serviços prestados, projetos voltados para a saúde da mulher, 
sobre a importância do autocuidado, não se resumindo em somente sobre as 
questões de reprodução, não que isso não seja necessário, o cuidado com a mulher 
no momento de gravidez é essencial, mas o cuidado com sua saúde em geral é 
primordial, tendo em vista que mulheres podem adoecer na mesma medida que 
homens, crianças e idosos, portanto, diante até mesmo do exemplo citado, o câncer 
de colo de útero, deve-se por si só, conter estratégias para este cuidado, e que o 
profissional enfermeiro possa ser o mediador, de forma acolhedora e sem rótulos. 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Estimativa 2010: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto 
Nacional de Câncer; 2011. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco. 1. ed. rev. – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 
 
CORDEIRO VMC, MORAIS VMCC, MAGALHÃES BC, SILVA MS, COSTA MS, 
SILVA VM, et al. Nurse’s competences in promoting women’s health in light of the 
Galway Consensus. Rev Bras Enferm. 2022;75(3):e20210281. Acesso em Outubro 
de 2023: 
https://www.scielo.br/j/reben/a/cRKjJJChhzJ6SJrZzSLX3Yk/?format=pdf&lang=pt 
 
DE ARAUJO, L. M., PENNA, L. H. G., CARINHANHA, J. I., & COSTA, C. M. A. 
(2019). O cuidado às mulheres lésbicas no campo da saúde sexual e reprodutiva. 
Revista Enfermagem UERJ, 27, 34262. 
 
GARCIA, O. R. Z., & LISBOA, L. C. D. S. (2012). Consulta de enfermagem em 
sexualidade: um instrumento para assistência de enfermagem à saúde da mulher, 
em nível de atenção primária. Texto & Contexto-Enfermagem, 21, 708-716. 
 
Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Diretrizes para a 
detecção precoce do câncer de mama no Brasil/ Instituto Nacional de Câncer José 
Alencar Gomes da Silva – Rio de Janeiro: INCA, 2015. 168 p.: il. color. ISBN 978-85-
7318-273-6. 
 
NOGUEIRA, et al. DESAFIOS DA INSERÇÃO DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA 
À SAÚDE DA MULHER. SANARE, Sobral - V.16 n.01,p. 32-38, Jan./Jun. – 2017. 
Acesso em Outubro de 2023: file:///C:/Users/lunna.benjamin/Downloads/1091-
Texto%20do%20Artigo-2390-2638-10-20170630.pdf 
 
Universidade Federal do Maranhão. UNASUS/UFMA Saúde da mulher/Paula 
Trindade Garcia (Org.). - São Luís, 2013. 33f. : il. Acesso em Outubro de 2023: 
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/7850/1/Provab-
2012.1_Modulo11_Introducao.pdf

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