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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
DESPESA PÚBLICA - AULA 11
Conceito
É a aplicação de quantia, mediante autorização legislativa, para a execução de fim a cargo do governo.
Dotação: é a destinação de recursos para despesas determinadas.
Classificação
Quanto à Periodicidade:
- Despesas Ordinárias: constitui a rotina dos serviços públicos (ex: precatórios).
- Despesas Extraordinárias:
CF, Art. 167, § 3º. A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.
As despesas ordinárias e especiais devem ser autorizadas por lei. Contudo, a CF admite que medida provisória autorize despesas extraordinárias, por derivarem de fatos imprevisíveis e urgentes.
- Despesas Especiais: atendimento de necessidades públicas novas; dependem de lei (ex: despesa decorrente de sentença judicial).
Quanto à Natureza:
- Despesas Orçamentárias: estabelecidas na lei de orçamento.
- Despesas Extraorçamentárias: devolução de recursos de terceiros (ex: restituição de depósitos). 
Quanto à Competência: Federal, Estadual e Municipal.
Quanto à Categoria Econômica (Classificação Legal):
Lei 4.320/64, Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:
Despesas Correntes:
- Despesas de Custeio:
§ 1º. Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.
1. Pessoal civil. 2. Pessoal militar. 3. Material de consumo. 4. Serviços de terceiros. 5. Encargos diversos.
- Transferências Correntes: 
§ 2º. Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.
§ 3º. Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:
I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;
II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.
1. Subvenções sociais e econômicas. 2. Inativos. 3. Pensionistas. 4. Salário família e Abono familiar. 5. Juros da dívida pública. 6. Contribuições da Previdência Social. 7. Diversas transferências correntes.
Despesas de Capital: gastos produtivos.
- Investimentos:
§ 4º. Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.
Há aumento do PIB, pois se trata da aquisição de bens.
1. Obras públicas. 2. Serviços em regime de programação especial. 3. Equipamentos e instalações. 4. Material permanente. 5. Constituição ou aumento do capital de empresas.
- Inversões Financeiras:
§ 5º. Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
Há manutenção do PIB. Aplicações feitas pelo Estado para aquisição de bem de capital já existente, são suscetíveis de produzir rendas.
1. Aquisição de imóveis. 2. Constituição ou aumento de capital de empresas comerciais ou financeiras. 3. Aquisição de títulos representativos de capital de empresas em funcionamento. 4. Constituição de fundos rotativos. 5. Concessão de empréstimos. 6. Diversas inversões financeiras.
- Transferências de Capital:
§ 6º. São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.
São despesas resultantes da remessa de recursos a outras pessoas jurídicas de direito público ou privado, com a finalidade de custear investimentos ou inversões financeiras.
1. Amortização da dívida pública. 2. Auxílios para obras públicas. 3. Auxílios para equipamentos e instalações. 4. Auxílios para inversões financeiras. 5. Outras contribuições.
	Despesas Correntes
Despesas de Custeio (manutenção de serviços)
Transferências Correntes (despesas para as quais não corresponda contraprestação)
	Despesas de Capital
Investimentos (aumento do PIB)
Inversões Financeiras (bem ou imóvel já estava em utilização, manutenção do PIB)
 
Transferências de Capital (remessa de recursos a outras pessoas jurídicas de direito público ou privado, para custear investimentos ou inversões financeiras)
Técnica (Fases) de Realização da Despesa Pública
1. Empenho:Lei 4.320/64, Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.
É ato administrativo que reserva dotação orçamentária para fim específico.
Lei 4.320/64, Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.
É obrigatório e anterior à realização da despesa.
- Classificação do Empenho:
1. Empenho Ordinário: utilizado para despesas de valor determinado, cujo pagamento deva ocorrer de 1 só vez.
2. Empenho por Estimativa:
Lei 4.320/64, Art. 60, § 2º. Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar. (ex: quanto custará um saco de cimento daqui a 6 meses?).
3. Empenho Global:
Lei 4.320/64, Art. 60, § 3º. É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento. (ex: pagamentos mensais sucessivos, como o aluguel).
- Nota de Empenho:
Lei 4.320/64, Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.
É o documento usado para registrar a operação de empenho de uma despesa.
STJ: a nota de empenho emitida por agente público é título executivo extrajudicial por ser dotada dos requisitos da liquidez, certeza e exigibilidade (REsp 894.726/RJ - 2009).
- Anulação do Empenho:
Durante o Exercício Financeiro:
Caso o valor do empenho exceda o montante da despesa, o empenho deverá ser anulado parcialmente.
Ele será anulado totalmente quando o objeto do contrato não tiver sido cumprido, ou ainda, no caso de ter sido emitido incorretamente.
Término do Exercício Financeiro:
“Restos a Pagar”:
Lei 4.320/64, Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas.        
Despesas que foram regularmente empenhadas, mas não foram resgatas (pagas) até o último dia do exercício financeiro (31 de dezembro).
Podem ser divididas em processadas (aquelas referentes a obrigações já cumpridas) e não processadas (aquelas referentes a obrigações ainda não cumpridas).
- Limitação de Empenho:
Decreto de Contingenciamento: instrumento que materializa a limitação de empenho.
Após 30 dias da aprovação do orçamento pelo Congresso Nacional, o Poder Executivo é obrigado: (1) definir a programação do empenho, (2) examinar as “últimas estimativas sobre a evolução das receitas” e (3) verificar o volume de gastos obrigatórios.
“Sequestration”: instrumento importado da doutrina norte-americana, é o ajuste entre despesas e receitas arrecadadas, impede “gastar por conta” (Princípio do Equilíbrio). 
O Chefe do Poder Executivo examina as “últimas estimativas sobre a evolução das receitas”, se o limite previsto foi ultrapassado, ele impede que despesas não obrigatórias sejam “presas”, “contingenciadas”, até que a receita prevista no orçamento adentre os cofres públicos (“sequestration”).
Liberação do Empenho: o empenho pode ser liberado se a verba prevista na arrecadação for concretizada.
2. Liquidação:
Lei 4.320/64, Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.
§ 1º. Essa verificação tem por fim apurar:
I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
II - a importância exata a pagar;
III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.
§ 2º. A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:
I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II - a nota de empenho;
III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.
3. Ordem de Pagamento:
Lei 4.320/64, Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.
Ocorre por meio da Nota de Pagamento de Despesa (NPD), documento emitido pelo ordenador da despesa que formaliza a ordem de pagamento.
4. Pagamento:
Lei 4.320/64, Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.
É a efetiva saída de numerário da conta do Tesouro Nacional, mediante ordem bancária. 
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
 
DESPESA PÚBLICA 
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AULA 11
 
Conceito
 
É a aplicação de 
quantia, mediante autorização legislativa, para a execução de fim a 
cargo do governo.
 
Dotação
: 
é a destinação de recursos para despesas determinadas.
 
Classificação
 
Quanto à
 
Periodicidade
:
 
-
 
Despesas Ordinárias
: constitui a rotina dos serviços públicos (ex: precatórios).
 
-
 
Despesas Extraordinárias
:
 
CF, Art. 167, § 3º. 
A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para 
atender a despesas imprevisíveis e urgentes, 
como as decorrentes de guerra, comoção 
interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.
 
As 
despesas ordinárias
 
e 
especiais
 
devem ser autorizadas por lei. Contudo, a CF admite 
que 
medida provisória
 
autorize 
despesas extraordinárias
, por deriv
arem de fatos 
imprevisíveis e urgentes.
 
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Despesas Especiais
:
 
atendimento de necessidades públicas 
novas;
 
dependem de lei
 
(ex: despesa decorrente de sentença judicial).
 
Quanto à Natureza
:
 
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Despesas Orçamentárias
:
 
estabelecidas na lei de orçamento.
 
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Despesas Extraorçamentárias
:
 
devolução de recursos 
de
 
terceiros (ex: restituição de 
depósitos).
 
 
Quanto à Competência
: 
Federal
, 
Estadual
 
e 
Municipal
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