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salários dos operários italianos para seu país de origem. Em 1906, esse banco transformou-se em filial da Banca Commerciale di Milano, aumentando consideravelmente os fundos de Carbone, que os utilizou para criar suas próprias empresas. Em apenas três anos adquiriu um moinho, uma fábrica de fiação de seda e uma refinaria de açúcar. Muitos outros empresários-imigrantes percorreram o mesmo caminho no fim do século XIX e princípios do século XX, para passar da categoria de comerciantes-importadores para a de industriais. Os quatro irmãos Jafet chegaram a São Paulo, vindos do Líbano, no período de 1887 a 1893, e criaram uma firma que vendia tecidos importados e confecções. Em 1906, fundaram sua própria fábrica têxtil. O sueco H. Lundgren fundou uma série de empresas têxteis no Nordeste do Brasil. Sotto Maior, grande comerciante importador de origem portuguesa, que se havia estabelecido no Rio de Janeiro ainda em 1865, possuía, no fim do século XIX, meia dúzia de empresas industriais. Os irmãos Klabin, que durante certo tempo comerciaram papel, organizaram uma fábrica própria. Porém, quem fez a carreira mais brilhante foi o imigrante italiano Francisco Matarazzo. 4.3.1 As indústrias Matarazzo Francisco Matarazzo chegou ao Brasil em 1881. Tinha instrução superior, alguma experiência comercial e o desejo de enriquecer. Estabeleceu-se inicialmente em Sorocaba-SP, onde se empenhou no comércio de porcos e de toucinho. Cerca de nove anos depois já havia conseguido acumular um capital de cerca de 4,5 mil libras esterlinas e mudou-se para a capital do estado, onde fundou uma firma comercial especializada na importação de farinha de trigo e de toucinho. Nos dez anos seguintes, isto é, até 1900, aumentou ainda mais as suas propriedades e estabeleceu relações de amizade que o ajudaram, em particular, a obter crédito do British Bank of South America, com a ajuda do qual construiu o primeiro moinho a vapor em São Paulo. Em 1904, Matarazzo fundou uma fábrica têxtil, com o objetivo de satisfazer suas próprias necessidades de tecidos para sacos. Mais tarde construiu uma fábrica de tecidos finos. A fim de adquirir matérias-primas sem intermediários, Matarazzo criou nas regiões algodoeiras uma rede de empresas de beneficiamento de algodão, o que lhe permitiu, posteriormente, construir um lagar de azeite. Os produtos deste último foram utilizados em mais uma empresa por ele fundada para o fabrico de sabão e de glicerina. A seguir, fundou fábricas de fósforos, de massas, de círios, de conservas, serrarias, uma empresa de caixas de madeira, uma tipografia, assim como fábricas de seda artificial, de ácido sulfúrico, de cerâmica, de porcelana etc. Adquiriu, além disso, vários navios e construiu uma doca própria, assim como uma fábrica de fundição e uma oficina mecânica para consertar os PARTE 2 Expansão Cafeeira e origens da indústria Capítulo 4. Origens da indústria 4.3. A classe industrial 4.3.1. As indústrias Matarazzo