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CINESIOTERAPIA PARA PESSOAS IDOSAS ORGANIZAÇÃO: Amábi l i Pau l ina Gonça lves Fontes Cami la Gonça lves S i lva João Paulo Souza Hungr ia Jose fa Tayane Santos Ol ive ira Ket l ly Tác i la Lea l de Santana Valér ia Ol ive ira da Tr indade C574c Cinesioterapia para pessoas idosas / Organizador, Amábili Paulina Gonçalves Fontes et al. – Paripiranga-BA: UniAGES, 2021. 33 p. : il. DOI: 10.29327/537662. 1. Cinesioterapia. 2. Atividade física – Idosos. I. Fontes, Amábili Paulina Gonçalves. II. Título. CDU 615.825 __________ Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária Nadja Lima CRB 5/1460 Produ to e l aborado na Un idade Cur r i cu la r - Mov imen to Humano do Cen t ro Unive r s i t á r io AGES como p ré - r equ i s i to pa ra ob tenção da no ta pa rc i a l da ava l i ação A3 sobre a o r i en tação dos docen te s Ananda Alme ida San tana Ribe i ro ; Ma ique dos San tos Beze r ra Ba t i s t a ; T iago de Melo Ramos . CINESIOTERAPIA PARA PESSOAS IDOSAS COMO REFERENCIAR O MATERIAL: FONTES, Amábili Paulina Gonçalves Fontes.; SILVA, Camila Gonçalves.; HUNGRIA, João Paulo Souza.; OLIVEIRA, Josefa Tayane Santos.; SANTANA, Ketlly Tácila Leal de.; TRINDADE, Valéria Oliveira da.; BATISTA, Maique dos Santos Bezerra.; RAMOS, Tiago de Melo.; RIBEIRO, Ananda Almeida Santana. Cinesioterapia para pessoas idosas. Even3 Publicações. – Paripiranga-BA: UniAGES, 2021. DOI: 10.29327/537662. A verdade é a v ida , e a v ida se p rova pe lo mov imen to . É pe lo movimen to de te rminado e e fe t ivo , en f im, pe l a ação , que a v ida se desenvo lve e s e r eves t e de novas fo rmas . E l iphas Lév i SUMÁRIO APRESENTAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 CINESIOTERAPIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 INDICAÇÕES DA CINESIOTERAPIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 CONTRAINDICAÇÕES DA CINESIOTERAPIA. . . . . . . . 9 EXERCÍCIOS PASSIVOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 LISTA DE EXERCÍCIOS PASSIVOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 EXERCÍCIOS ATIVOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 LISTA DE EXERCÍCIOS ATIVOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 REFERÊNCIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 https://docs.google.com/document/d/1R1W-1p1pVL56TVMhkKea_EDrtrn61JG1VvG-hjK6N9U/edit#heading=h.30j0zll https://docs.google.com/document/d/1R1W-1p1pVL56TVMhkKea_EDrtrn61JG1VvG-hjK6N9U/edit#heading=h.1fob9te https://docs.google.com/document/d/1R1W-1p1pVL56TVMhkKea_EDrtrn61JG1VvG-hjK6N9U/edit#heading=h.3znysh7 https://docs.google.com/document/d/1R1W-1p1pVL56TVMhkKea_EDrtrn61JG1VvG-hjK6N9U/edit#heading=h.2et92p0 Com o aumento da expectativa de vida, a população idosa vem crescendo nos últimos anos junto a demanda de cuidados específicos a esse público. Tais cuidados atentam-se às fragilidades e vulnerabilidades desses indivíduos, que apresentam dificuldades de se locomover e executar tarefas diárias, devido a alterações fisiológicas naturais decorrentes do envelhecimento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) uma pessoa é considerada idosa a partir dos 60 anos de idade nos países em desenvolvimento como é o caso do Brasil. Diante desse cenário, essa cartilha é direcionada aos cuidados da saúde das pessoas idosas podendo ser utilizada pelos fisioterapeutas na prática clínica. O recurso fisioterapêutico escolhido foi a cinesioterapia. Segundo Souza e Morsch(2018), a cinesioterapia é realizada por meio de uma série de exercícios terapêuticos direcionados a pessoas jovens ou idosas, e a técnica tem por objetivo manter a mobilidade, evitando incapacitações, e reabilitando se necessário. Nessa perspectiva, torna-se evidente a eficácia de tal técnica, principalmente, no sistema musculoesquelético, fortalecido e aumentando a sua resistência a lesões. A sua importância se reflete no bem estar e na qualidade de vida desses indivíduos, tendo em vista suas fragilidades e limitações mecânicas. Sabendo da relevância do movimento para realização das atividades diárias e na contribuição para a sociedade, os exercícios da cinesioterapia têm como finalidade reinseri-los como sujeitos ativos. Desse modo, o presente produto tem como objetivo estruturar exercícios funcionais direcionados para pessoas idosas, propiciando melhorias na qualidade de vida frente a prática orientada. Essa cartilha apresenta um guia prático de exercícios terapêuticos a serem desenvolvidos em idosos. Como bem ressaltado por Souza e Morsch(2018) quaisquer métodos e técnicas terapêuticas que buscam conservar, restaurar e desenvolver a aptidão física do paciente é restrito ao fisioterapeuta. Portanto, deve haver a prática orientada de tais procedimentos por esses profissionais que estão devidamente capacitados para reconhecer os problemas do idoso e elaborar um plano de tratamento. APRESENTAÇÃO 4 As principais técnicas da cinesioterapia na saúde do idoso são: a propriocepção e equilíbrio, fortalecimento muscular e treino de marcha. A propriocepção é utilizada na recuperação e prevenção de lesões nas articulações, recuperando essa habilidade de se autoperceber no espaço e restaurando o equilíbrio. O fortalecimento muscular visa aumento de massa magra, fortalecer a estrutura musculoesquelética, melhorar o desempenho e proteger as articulações de lesões. Por fim, o treino de marcha pretende restabelecer a habilidade locomotora do idoso, tornando-o mais independente na realização das atividades diárias e, assim, melhorando sua qualidade de vida (SOUZA, 2018). Levando em consideração a relevância do movimento humano para a realização das atividades diárias e autonomia do indivíduo, é importante reconhecer a cinesioterapia como um mecanismo promotor da saúde do idoso. Dessa forma, essa cartilha visa fornecer orientações para a prática clínica do fisioterapeuta e, consequentemente, facilitar o acesso às técnicas propulsoras de saúde. 5 A manutenção do movimento humano é importante nas diversas fases da vida. No envelhecimento essa manutenção é relevante para a realização das tarefas diárias e para um indivíduo mais autônomo. Para essa manutenção temos a cinesioterapia, que aplica técnicas terapêuticas baseadas nos movimentos corporais para contribuir no processo de promoção e recuperação da função musculoesquelética. Assim, essas técnicas terapêuticas têm como base os conhecimentos da biomecânica e cinesiologia (SANTOS, 2017). A aplicação da cinesioterapia é realizada pelo fisioterapeuta. Esse profissional deve avaliar e examinar o paciente, verificando quais alterações de movimento apresentam. Assim, eles poderão definir um plano de tratamento para reabilitação em diversas situações. Além da reabilitação, essas técnicas podem ser executadas para a promoção da saúde, que busca manter o estado de saúde e autonomia do idoso. Nesse sentido, o profissional deve identificar quais são as necessidades do paciente. Essas necessidades podem ser tanto de reabilitação ou promoção, como também sobre como vai ser realizado, individualmente ou em grupo. Junio et al. (2019) realizam um estudo experimental sobre os efeitos da cinesioterapia na promoção da saúde do idoso. O público foi dividido em grupos e os que obtiveram melhores resultados foram os que realizaram de forma individual ou em grupo. Os resultados obtidos foram uma melhora no equilíbrio, na marcha, na capacidade funcional e limitações funcionais, além dos aspectos emocionais. Esses benefícios foram mais bem observados em quem realizou de forma individual. Contudo, a prática de maneiracoletiva proporciona maior socialização e bem-estar do idoso. Nesse sentido, antes de escolher o método a ser aplicado (individual ou coletivo), é preciso analisar o contexto e necessidades do paciente. Por exemplo, se o indivíduo apresenta uma patologia específica, é importante que os procedimentos sejam feitos individualmente. CINESIOTERAPIA 6 Evitar o agravamento: os exercícios devem ser realizados corretamente e com bom senso, caso contrário pode piorar a lesão do paciente; Adesão: o paciente deve se comprometer com seu tratamento, para que tenha resultados, para isso, ele precisa conhecer bem o plano de tratamento; Urgência: o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, pois, repouso acima do necessário é prejudicial a evolução do quadro clínico; Individualização: levar em consideração a reação do paciente ao tratamento, pois cada pessoa será afetada de forma diferente pelas técnicas terapêuticas, por conta das diferenças dos aspectos químicos e fisiológicos; Sequenciamento específico: a sequência do protocolo de tratamento é definida pela resposta do corpo; Intensidade: tem que desafiar o paciente e a área em tratamento, mas deve evitar agravar a lesão; Paciente como um todo: apesar de ser importante tratar a área lesionada, o foco do tratamento deve ser o corpo inteiro, para uma melhor sintonização. Segundo Santos (2017) o exercício terapêutico tem fundamento em 7 princípios que irão nortear a prática do fisioterapeuta, são eles: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. A presente cartilha contém exercícios terapêuticos focados nas articulações e movimentos mais afetados nos idosos. De acordo com Pinheiro et al. (2019), as articulações mais afetadas durante o envelhecimento são as do tipo sinoviais, como as do cotovelo, punho, joelho e quadril, que realizam movimentos repetitivos durante toda a vida. Além disso, contém exercícios para a coluna vertebral, visto que é comum o relato de dores e curvaturas anormais na região. Nesse sentido, a cinesioterapia utiliza exercícios passivos e ativos livres, assistidos e resistidos. Princípios que norteiam a prática fisioterapêutica 7 INDICAÇÕES X CONTRAINDICAÇÕES Indicações da cinesioterapia Quando é preciso o desenvolvimento da força muscular, a reeducação muscular, melhora da função e aumentar a resistência à fadiga; Quando é necessário a normalização ou melhora da amplitude de movimento, aumentando a mobilidade do paciente; Quando é preciso a promoção do relaxamento dos tecidos, assim como a prevenção do encurtamento do músculo e de contraturas na articulação, aumentando sua extensibilidade; Nos casos que apresentam a necessidade de reeducar a postura; No momento em que é preciso reduzir as dores e as inflamações, e isso ocorre por meio da estimulação das endorfinas e encefalinas, que são hormônios que funcionam como analgésicos naturais para o corpo; Na necessidade de reduzir edemas e melhorar a circulação; Quando é preciso o desenvolvimento e restauração das habilidades neuro motoras. Como bem nos assegura Santos (2017), existem várias indicações para a aplicação da cinesioterapia. Assim, elas devem ter as particularidades da doença ou lesão como base e se originar da Prática Baseada em Evidências (PBE), que é um padrão estabelecido para a tomada das decisões clínicas, diagnósticas e para a seleção dos métodos de intervenção, onde tudo deve ter sua eficácia testada cientificamente. Nesses sentidos, os protocolos podem variar de acordo com cada paciente, suas características físicas e socioculturais, assim como as evidências disponíveis. Dessa forma, o autor aponta casos em que essa terapia é indicada, entre eles: 8 Contraindicações da cinesioterapia Quando o paciente tem doença cardiovascular precisa de uma atenção especial, pois pode ocorrer complicações na execução dos exercícios; Nas condições neurológicas, quando há agravamento de sintomas, lesão de medula espinhal ou da cauda equina, não podem ser realizados exercícios que utilizem a mobilização de tecidos neurais; Quando o paciente estiver passando por algum processo de cicatrização, deve-se evitar a mobilização ou alongamento passivo, pois podem prejudicar tal processo de cicatrização; Exercícios de amplitude de movimento ativo não devem ser realizados se os movimentos e contrações poderem prejudicar a cicatrização ou afetar a saúde do paciente de forma negativa; Pacientes com osteoporose ou fraturas mais recentes devem ser tratados com cautela; Para as pessoas que precisam de segurança ao realizar posições que desafiam o equilíbrio, o treinamento de equilíbrio é contraindicado; Nos casos em que o paciente tem patologias malignas, complicações neurológicas, fraturas ou deformidades congênitas no osso, doença vascular na artéria vertebral, artrite inflamatória, o uso de técnicas de manipulação ou mobilização devem ser realizadas com cuidado; Nos casos de hemorragias, osteoporose, articulação hipermóveis, fraturas ocorridas recentemente e suturas, são restritas as aplicações das técnicas miofasciais; Quando o paciente apresenta neoplasias, osteomielite, fraturas mais recentes, rupturas de ligamentos, hérnias de disco comprimindo o nervo e articulação hiper móvel, é impróprio a mobilização da articulação. Assim como nas indicações, as contraindicações variam conforme as evidências disponíveis, mas podem ser definidas de forma geral, tendo como base a PBE. Desse modo, Santos (2017) afirma que é preciso haver amplo conhecimento científico e bom senso no momento de aplicação, sendo que o profissional deve ser cauteloso com o paciente na presença de inflamação, dor e infecção. Assim, ele estabelece certas condições em que a cinesioterapia não é o indicada ou deve ser feita com cautela, tal como: 9 Conforme estabelecido por Santos (2017) os exercícios passivos são executados com a mobilização da articulação de forma passiva, ou seja, quando outra pessoa executa o movimento, como o fisioterapeuta. Essa mobilização da articulação vai até os pontos finais de amplitude do movimento, seguindo seus planos e eixos. Nesse sentido, o tempo de realização de uma mobilização pode variar a cada caso. Assim, pode ser entre 3 a 60 segundos, mas o que as evidências mostram é que o tempo mais efetivo para ampliar a flexibilidade é aquele que varia entre 15 até 30 segundos. Além disso, podem ser feitas séries com vários níveis de oscilação, de 3 a 6, e que utilizem um tempo de 20 a 60 segundos a cada uma (SANTOS, 2017). EXERCÍCIOS PASSIVOS Lista de exercícios passivos Movimentos na coluna cervical: Flexão, extensão, flexão para direita e esquerda lateralmente, rotação para esquerda e direita. O fisioterapeuta pode realizar utilizando as mãos ou uma toalha; o paciente pode ficar em decúbito dorsal ou sentado em uma cadeira (SANTOS, 2017). 10 Figura 1 Movimentos na coluna torácica e lombar: Flexão, extensão, flexão para direita e esquerda lateralmente(inclinação), rotação para esquerda e direita. O fisioterapeuta pode realizar utilizando as mãos e o paciente em uma cadeira sentado (SANTOS, 2017). Movimentos na escápula: Deve ser feita a elevação e a depressão da escápula pelo fisioterapeuta, usando as mãos, e o paciente deve ficar em decúbito lateral deitado na maca (SANTOS, 2017). 11 Figura 2 Figura 3 Movimentos no cotovelo: Flexão, extensão, pronação (mão pra baixo) e supinação (mão pra cima). Deve ser feita pelo fisioterapeuta e o paciente tem que estar na maca em decúbito dorsal ou na cadeira (SANTOS, 2017). Movimentos no punho: Flexão, extensão, desvio radial e ulnar, pronação e supinação. Deve ser feita pelo fisioterapeuta e o paciente tem que estar na maca em decúbito dorsal ou na cadeira (SANTOS, 2017). 12 Figura 4 Figura 5 Deslizamento inferior do quadril: Deve ser feito o movimento para o deslizamento inferior dessa articulação no paciente. Nesse, o paciente tem que estar na posição decúbito dorsal, com o fisioterapeuta sustentando a porção distal daperna e inclina o seu próprio corpo para trás. Essa técnica pode aliviar as dores e aumentar a mobilidade no movimento de abdução e também de flexão do quadril (SANTOS, 2017). Flexão do quadril e do joelho: Nessa mobilização, o paciente deve ficar em decúbito dorsal na maca, assim o fisioterapeuta coloca uma força no joelho e, dessa forma, a mão irá auxiliar no movimento de flexão do quadril e joelho (SANTOS, 2017). Movimentos no quadril 13 Figura 6 Figura 7 Deslizamento lateral: O paciente deve estar em decúbito dorsal e o fisioterapeuta ao lado da coxa. Nesse exercício é utilizado uma correia no quadril do profissional e a outra porção na coxa proximal do paciente. Assim, o fisioterapeuta transfere seu peso corporal para trás e empurra o quadril da pessoa em DD. Esse movimento é utilizado para ampliar a adução do quadril (SANTOS, 2017). Deslizamento posterior: O paciente em decúbito dorsal, tendo o joelho e o quadril flexionados e o fisioterapeuta aplicando sobre a perna o próprio peso. Esse exercício é utilizado para aumentar a flexão e rotação medial do quadril (SANTOS, 2017). 14 Figura 8 Figura 9 Deslizamento medial: Nesse exercício, o paciente tem que estar em decúbito lateral com o quadril contrário ao que está sendo tratado para baixo. O fisioterapeuta apoia-se na parte distal do joelho e da coxa, sendo que a coxa deve estar em ligeira abdução e flexão. A outra mão é colocada na parte proximal da coxa, aplicando uma força para baixo. Esse exercício é destinado a uma maior amplitude da flexão e abdução do quadril (SANTOS, 2017). Deslizamento anterior: Com o paciente em decúbito ventral, o profissional deve manter a parte distal da coxa estabilizada. Assim, ele mobiliza a área com uma força descendente, estando o cotovelo estendido. Realizado para ampliar a extensão e rotação lateral no quadril (SANTOS, 2017). 15 Figura 10 Figura 11 Deslizamentos anterior e posterior: Com o paciente em decúbito dorsal, o quadril e joelho em flexão e o pé sobreposto na maca, o profissional irá segurar a parte proximal da fíbula, movendo-a para frente e para trás. Utilizado para ampliar o movimento da articulação do joelho (SANTOS, 2017). Deslizamento lateral, superior, inferior e medial da patela: O paciente deve estar em decúbito dorsal e com o joelho do fisioterapeuta ou uma toalha abaixo do joelho. Com os polegares na patela, o profissional vai fazendo movimentos com a articulação patelofemoral, para as laterais (direita e esquerda) e para cima e para baixo (SANTOS, 2017). Movimentos no Joelho 16 Figura 12 Figura 13 Distração: O paciente em decúbito dorsal, o fisioterapeuta tem que estabilizar o fêmur e mobilizar o tornozelo, realizando uma tração na parte distal da tíbia. Utilizado para redução de dores e para a articulação tibiofemoral relaxar (SANTOS, 2017). Deslizamento anterior da articulação tibiofemoral: Nessa técnica, o paciente deve estar em decúbito ventral e o joelho em flexão, a coxa tem que estar apoiada na maca e a perna no ombro do fisioterapeuta. O profissional deve segurar a perna na parte proximal, movendo/deslizando a tíbia para frente. Frequentemente utilizado para melhorar a extensão do joelho (SANTOS, 2017). Deslizamento posterior da tíbia: Nessa técnica, o paciente deve estar em decúbito dorsal, o fisioterapeuta tem que apoiar a própria mão na parte proximal e anterior da tíbia e deslizá-la para trás (SANTOS, 2017). 17 Figura 14 Figura 15 Figura 16 EXERCÍCIOS ATIVOS Os exercícios ativos podem ser realizados de diversas formas, como livre, assistido e resistido. O ativo livre é quando o paciente realiza os movimentos, tendo a necessidade de contrair os músculos de forma ativa, e isso ocasiona o aumento da força do músculo. Esse tipo de terapia atua na coordenação de grupos musculares, ajuda a corrigir as alterações na postura, no equilíbrio, evita que o músculo se encurte e previne imobilidade funcional (SANTOS, 2017). Em relação aos exercícios ativos assistidos, são realizados tendo o fisioterapeuta como auxiliar do movimento e também pode ser usado certos equipamentos. Mesmo que tenha alguém para auxiliar no movimento, o paciente deve realizar contação, nem que seja mínima. Geralmente, nesse tipo de exercício o paciente realiza o movimento até onde consegue e o fisioterapeuta irá terminar esse movimento no seu ângulo completo (SANTOS, 2017). Já o ativo resistido é realizado pelo paciente contra alguma forma de resistência externa. Essa resistência deve ser colocada de forma progressiva, ou seja, aos poucos, e isso vai aumentar a força dos músculos recrutados. Nesse sentido, esse ganho de força é resultado da tensão que o músculo gera contra a resistência. Em geral, os exercícios ativos devem ser feitos primeiramente de forma assistida, depois livre e, por fim, resistido (SANTOS, 2017). As cargas (resistências) e as sequências de repetições são muito relevantes e variam a cada propósito, e isso faz com que seja importante a análise de cada caso e seu objetivo. Quando o foco for aumentar a força, as cargas são mais elevadas, as contrações mais rápidas e devem ser feitas poucas repetições. Já quando o foco estiver em treinar a resistência, as cargas devem ser menos pesadas e com maiores repetições, realizando intervalos de repouso menores. Assim, ao treinar a hipertrofia com cargas, as repetições indicadas são de uma a doze, com uma velocidade balanceada e com várias séries. Tipicamente, o fortalecimento é feito até a fadiga muscular, realizando intervalos para repouso (SANTOS, 2017). 18 Estabilização lombar: Nessa técnica, o paciente começa apoiado nos quatro membros, depois três, em seguida uma elevação cruzada de membro superior e inferior. Finaliza estendendo o quadril em decúbito ventral, unilateralmente e bilateralmente. Atua estabilizando de forma progressiva os músculos que fazem a extensão lombar (SANTOS, 2017). Lista de exercícios ativos Estabilização cervical: O paciente deve ficar com os joelhos e quadril flexionados e os braços estendidos sobre a bola, podendo ser utilizado halteres conforme o desempenho. Esse exercício atua no fortalecimento dos extensores cervicais tanto altos quanto baixos, trabalhando o controle do indivíduo em posições diversas (SANTOS, 2017). 19 Figura 17 Figura 18 Parte superior do trapézio e o levantador da escápula: O paciente deve estar em pé e segurando os halteres, um em cada mão. O ombro deve estar em abdução e o cotovelo em flexão de 90°. Assim, deve ser realizada uma abdução de forma completa, deixando o cotovelo estendido (SANTOS, 2017). Escápula: O paciente deve estar em pé, utilizando uma faixa de elástico segurada na mão. Assim, ele deve realizar a rotação externa do ombro e a rotação interna. A posição desse elástico deve estar de acordo com o movimento realizado, estando contra a resistência. Esse exercício fortalece os músculos do manguito rotador, que estabilizam a articulação glenoumeral (SANTOS, 2017). 20 Figura 19 Figura 20 Cintura escapular: O paciente precisa segurar um bastão nas mãos, com elas em pronação. Deve elevar os membros no nível da cintura escapular, depois elevá-los em extensão acima da cabeça. Essa técnica promove uma maior amplitude de movimento do ombro (SANTOS, 2017). Equilíbrio: O paciente deve segurar a bola na altura do peito, lançando para o ar e agarrando com as mãos. Esse exercício estimula o equilíbrio e a habilidade visomotora (DIAS et al., 2016). 21 Figura 21 Figura 22 Flexão e extensão do antebraço: O paciente deve estar sentado com o tronco estabilizado, realizando a extensão e flexão do cotovelo. Para isso ele deve estar segurando halteres de um quilo. Esse exercício promove o fortalecimento do bíceps braquial e uma maior amplitude de movimento da articulação do cotovelo (DIAS et al., 2016). Flexão e extensão do punho: O paciente deve estar sentado e com o seu cotovelo flexionado, deixando o antebraço apoiado naprópria perna ou em um banco. Segurando um halter, ele deve realizar a flexão e também extensão do punho, sendo que a flexão pode ser realizada com ao auxílio de uma faixa elástica. Além disso, junto a esses exercícios, ele pode estar realizando a pronação e a supinação sentado com o antebraço também sobreposto, podendo haver ou não a resistência do halter (SANTOS, 2017). 22 Figura 23 Figura 24 Extensão do quadril: Essa técnica é utilizada para tornar as unidades musculotendíneas de determinados músculos mais ativas, incluindo o glúteo máximo e médio, o bíceps femoral e também os pélvico-trocanterianos. Realizado com uma perna elevada e os joelhos flexionados, mantendo os braços apoiados no solo (SANTOS, 2017). Sentar e levantar: O paciente deve realizar os movimentos para sentar e levantar da cadeira. O fisioterapeuta pode ir fazendo algumas alterações ao longo da atividade, como: deixar a cadeira mais baixa; remover ou acrescentar uma assistência para os membros superiores; colocar algum item na mão do paciente, como uma bandeja com um copo. Esse exercício promove uma maior força para os membros inferiores, equilíbrio e maiores habilidades funcionais (KISNER; COLBY et al., 2016). 23 Figura 25 Figura 26 Extensão de joelho: Esse exercício de fortalecimento utiliza o quadríceps femoral para realizar a extensão do joelho. Além disso, pode ser realizado sentado em cadeira ou deitado com um pequeno apoio abaixo do joelho, como uma bola ou toalha dobrada (SANTOS, 2017). Músculos adutores e abdutores do quadril: Pode ser realizado pelo paciente tanto em pé com o apoio da cadeira ou em decúbito dorsal. Praticando a adução e abdução do quadril. Esse exercício estimula as unidades musculares do adutor longo, grácil, pectíneo, tensor da fáscia lata, sartório e glúteo médio (SANTOS, 2017). 24 Figura 27 Figura 28 Figura 29 Rotação medial e lateral do quadril: Esse exercício pode ser executado tanto em decúbito lateral quanto sentado, e o joelho em flexão. Durante cada movimento, determinados músculos vão ser ativados. Assim na rotação medial são estimulados: parte anterior do glúteo médio e mínimo; semitendinoso; semimembranoso; tensor da fáscia lata; grácil. Já na rotação lateral, são estimulados: obturador interno e externo; piriforme; adutor magno; adutor longo; adutor curto; bíceps femoral; glúteo máximo; gêmeos inferior e superior; quadrado femoral; sartório (SANTOS, 2017). Flexão do joelho: O paciente deve estar em pé, utilizando uma caneleira ou um elástico preso na perna com a outra ponta presa em um objeto. Desse modo ele deve realizar a flexão do joelho em até 90 graus. Assim, será estimulado os músculos posteriores da coxa(semitendinoso, semimembranoso e bíceps femoral) (SANTOS, 2017). 25 Figura 30 Figura 31 Flexão plantar: Esse exercício é feito por meio da elevação do calcanhar, pode ser unilateral ou bilateral. O paciente pode realizar em pé com o auxílio de um step ou deitado com um elástico fazendo resistência no pé. Assim, estimulando os músculos flexores plantares, o gastrocnêmio(se o joelho estiver estendido) e sóleo(se o joelho estiver flexionado) (SANTOS, 2017). Dorsiflexão: Com um elástico no dorso do pé promovendo uma resistência, o paciente deve realizar a dorsiflexão. Assim, ativando os músculos extensor longo dos dedos, tibial anterior e extensor longo do hálux (SANTOS, 2017). 26 Figura 32 Figura 33 Subida e descida de degraus O paciente deve subir e descer do step, dando passos para frente e para trás, para direita e esquerda. Ao longo do exercício, a altura do step, o número de repetições e a velocidade deve ser aumentada pelo fisioterapeuta. Com essa técnica, os membros inferiores se tornarão mais resistentes à fadiga e mais fortes (KISNER; COLBY et al., 2016). Passos em várias direções: O paciente irá realizar passos para todos os lados, para frente, para trás, para direita e esquerda. Ao longo da realização desse exercício deve-se ampliar a velocidade dos passos, que devem ser realizados em um chão macio e, quando o paciente estiver confiante, pode se movimentar com os olhos fechados. Com essa técnica ele poderá aumentar a coordenação e força dos membros inferiores, além de controlar seu tempo de passo (KISNER; COLBY et al., 2016). 27 Figura 34 Figura 35 Jogo com bola: Inicialmente, é utilizada bolas infláveis, que pode avançar para bolas menores e mais pesadas. Assim, o fisioterapeuta joga a bola entre duas ou três vezes para o paciente pegar com a mão ou chutar. Enquanto o exercício é realizado, são feitas tarefas cognitivas ao idoso. Essa técnica contribui para estimular a capacidade do indivíduo produzir tarefas múltiplas. Além disso, ativa o sistema vestibular, aumentando a noção de movimento e amplia as atividades balísticas tanto dos membros superiores quanto inferiores (KISNER; COLBY et al., 2016). 28 Figura 36 Tendo em vista que ao envelhecer o indivíduo apresenta alterações que dificultam o seu movimento e sua autonomia, a cinesioterapia se aplica como uma excelente alternativa para a melhora da qualidade de vida do idoso. Dessa forma, a cartilha pretende facilitar a prática do fisioterapeuta com o público idoso, orientando exercícios ativos e passivos. Nesse sentido, os exercícios citados facilitarão ao paciente a realização das AVD’s(Atividades da Vida Diária). A partir disso, é notório que a realização prática das instruções presentes nesse material deve ser feita de acordo com as necessidades. Assim, se a intenção for promover a saúde é possível realizar de forma coletiva e isso irá atrair o idoso para a continuidade dessas atividades, pois auxiliarão também na socialização. Já se ele apresentar alguma patologia, é importante que a prática seja individualizada. Além disso, todas os exercícios devem ser realizados de forma gradativa, ou seja, respeitando os limites do idoso, seguindo as indicações e contraindicações. A partir da realização da cinesioterapia a qualidade de movimento do idoso melhora consideravelmente. Assim, a realização de coisas simples do dia a dia se torna mais fáceis e o indivíduo pode voltar a sua autonomia. Esses benefícios também são psicológicos, pois a cada avanço e melhora do quadro clínico o idoso tende a se tornar mais motivado, mudando seus comportamentos e rotina para melhor, com práticas mais saudáveis e exercícios. Assim, o exercício físico é um grande aliado de um envelhecimento saudável e deve fazer parte da rotina desses indivíduos. CONSIDERAÇÕES FINAIS 29 REFERÊNCIAS DIAS, Gonçalo et al. Programa de atividade física para idosos. Exedra: Revista Cientifica. Cap.9, 2016. JUNIO, J. F. V. et al. Efeitos Da Cinesioterapia Em Grupo Na Promoção À Saúde De Idosas Sedentárias. Revista Inspirar Movimento & Saúde, [s. l.], v. 19, n. 4, p. 1–17, 2019. PINHEIRO, Sabrina Carla Barbosa; BARRENA, Helenton Cristian; MACEDO, Aline Barbosa. Alterações articulares causadas pelo envelhecimento e seus impactos para a autonomia do idoso. Arquivos do MUDI, v 23, n 3, p. 35-45, 2019. SANTOS, João Paulo Manfré dos. Cinesioterapia Geral. Editora e Distribuidora Educacional S.A, Londrina-Paraná, 2017. 168p. KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 6. ed. ed. Barueri : Manole, 2016. 1023 . Cap. 8. 30 Referências das imagens: Figura 1 - Disponível em: <http://theiron-girl.blogspot.com/2014/05/musculos-e- movimentos-da-coluna.html>. Acessada em 26/04/2021. Figura 2 - Disponível em: <http://theiron-girl.blogspot.com/2014/05/musculos-e- movimentos-da-coluna.html>. Acessada em 26/04/2021. Figura 3 - Disponível em: <https://www.youtube.com/watch? v=meCLbZSLMQU>. 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