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Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc XXI (DHSR)

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05/01/2024, 13:30 Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI (DHSR)
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Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI
(DHSR)
05/01/2024, 13:30 Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI (DHSR)
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Site: Faculdade IMES
Curso: DIMENSÕES HUMANAS E SISTEMAS DE RELAÇÕES NO SÉC. XXI
Livro: Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI (DHSR)
Impresso por: KAMILLA KAMILLA DE ALMEIDA FERREIRA RODRIGUES
Data: sexta-feira, 5 jan. 2024, 13:29
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05/01/2024, 13:30 Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI (DHSR)
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Índice
1. Orientações
2. Vejamos na íntegra alguns parágrafos do autor e façamos a nossa própria reflexão!
3. Veja mais sobre o livro 21 lições para o século 21.
4. E a Educação Diante das Mudanças?
5. Voltando ao bebê do século XXI
6. Bibliografia
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1. Orientações
Olá Cursista da Faculdade IMES!
Este é um dos ‘Conteúdos Didáticos’ de seu Curso. Você pode ler diretamente por aqui, ou fazer o download clicando no  botão abaixo:
Embora você possa ler o material de estudo a qualquer momento, lembre-se de que para acessar os vídeos recomendados durante os textos é
necessária conexão com Internet.
O material de estudo é seu! Faça devida leitura dos textos, assista aos vídeos indicados, revisite pontos de leitura nos quais necessite melhor
compreensão.
Lhe desejamos pleno êxito nesse desafio em prol de sua formação continuada!
Direção Acadêmica
Faculdade IMES.
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05/01/2024, 13:30 Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI (DHSR)
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2. Vejamos na íntegra alguns parágrafos do autor e façamos a nossa
própria reflexão!
 
“Com esses aparelhinhos na mão, você pode inclusive se afastar de uma situação de pânico, se quiser, instantaneamente – no momento exato
em que a companhia se acerca demais de você e parece opressiva para seu gosto. Você não tem de jurar fidelidade até que a morte os
separe; por outro lado, pode esperar que todo mundo esteja “acessível” quando você precisar, sem ter de suportar as consequências
desagradáveis de estar sempre disponível para os outros.
 
Isso será o paraíso na Terra? Nosso sonho enfim realizado? Será esta a solução definitiva para a pungente ambivalência da interação
humana, a um só tempo confortadora e estimulante, mas incômoda e cheia de ciladas? As opiniões se dividem a esse respeito. O que parece
estar fora de dúvida é que pagamos um preço por tudo isso – um preço que pode se revelar alto demais. Se você está sempre “conectado”,
pode ser que nunca esteja verdadeira e completamente só. Se você nunca está só, então “tem menos chance de ler um livro por prazer, de
desenhar um retrato, de contemplar a paisagem pela janela e imaginar outros mundos diferentes do seu. É menos provável que você
estabeleça comunicação com pessoas reais em seu meio imediato. Quem vai querer conversar com parentes quando os amigos estão a um
clique do teclado?” (E esses amigos são incontáveis, de uma diversidade fascinante; há cerca de quinhentos ou mais “amigos” no Facebook).
       
 
Fugindo da solidão, você deixa escapar a chance da solitude: dessa sublime condição na qual a pessoa pode “juntar pensamentos”, ponderar,
refletir sobre eles, criar – e, assim, dar sentido e substância à comunicação. Mas quem nunca saboreou o gosto da solitude talvez nunca
venha a saber o que deixou escapar, jogou fora e perdeu.”
Fonte: Zigmunt Bauman. 44 cartas do mundo líquido moderno. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
 
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Outra reflexão do autor, também contida no mesmo livro é sobre o “o futuro dos jovens”. Novamente, vejamos na íntegra alguns parágrafos do autor e
façamos a nossa própria reflexão!
 
“Contudo, enquanto escrevo estas palavras, nuvens escuras vêm se acumulando sobre esse mundo, nuvens cada dia mais sombrias. O estado
de felicidade, otimismo e confiança que o jovem pensava ser o estado “natural” do mundo pode não durar muito tempo. O sedimento da
última depressão econômica – o prolongado desemprego que diminui as oportunidades de vida das pessoas e obscurece suas perspectivas de
futuro – pode se recusar a desaparecer depressa, se é que um dia desaparecerá; e não há mais tanta certeza quanto a um retorno rápido aos
dias ensolarados.
 
Assim, ainda é muito cedo para determinar se as atitudes e visões de mundo que impregnam os jovens de hoje acabarão se ajustando ao
mundo que está por vir, nem como esse mundo se ajustará às suas expectativas mais profundas.”
Fonte: Zigmunt Bauman. 44 cartas do mundo líquido moderno. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
 
Há quem dia que as obras do autor eram um tanto pessimistas. Por outro lado, outros afirmam que apenas retratam de forma profícua a realidade
presente.
 
Agora, assista ao vídeo abaixo, conheça e reflita um pouco mais sobre as ideias de Bauman!
 
A Fluidez do Mundo Líquido - Zigmunt Bauman
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Zygmunt Bauman - Fronteiras do PensamentoZygmunt Bauman - Fronteiras do Pensamento
 
Sem querer estabelecer, elencar ou esgotar quais transformações são e irão continuar mais impactantes, é importante destacarmos certas mudanças
ligadas ao mundo do trabalho, dado a envergadura dos desafios educacionais impostados por tais transformações e o impacto econômico e social
provocado pelos desafios do mundo do trabalho.
 
Nessa perspectiva, outro pensador que apresenta contribuições importantes sobre o tema e que ganhou notoriedade mais recente foi o historiador
Yuval Noah Harari com seus livros Sapiens, Homo Deus e o mais atual 21 lições para o século 21.
https://www.youtube.com/watch?v=POZcBNo-D4A
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3. Veja mais sobre o livro 21 lições para o século 21.
 
21 Lições para o século 21 - Resumo Animado
21 LIÇÕES PARA O SÉCULO 21 | Yuval Noah Harari | Resumo Animado21 LIÇÕES PARA O SÉCULO 21 | Yuval Noah Harari | Resumo Animado
 
Em seu último livro o autor, dentre uma séria de provocações, sobre relevantes temas faz uma importante reflexão sobre o futuro do trabalho.
Vejamos: “não temos ideia de como será o mercado de trabalho em 2050. Sabemos que o aprendizado de máquina e a robótica vão mudar quase todas as
modalidades de trabalho – desde a produção de iogurte até o ensino da ioga. Contudo, há visões conflitantes quanto à natureza dessa mudança e sua
iminência. Alguns creem que dentro de uma ou duas décadas bilhões de pessoas serão economicamente redundantes. Outros sustentam que mesmo no
longo prazo a automação continuará a gerar novos empregos e maior prosperidade para todos”.
https://www.youtube.com/watch?v=owOvHbIXSag
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Nessa mesma ótica já se foram mais de vinte anos, quando Jeremy Rifkin, em seu livro “Fim dos Empregos” (1996), afirmou que mais de 75% da força
de trabalho na maior parte das nações industrializadas já desempenhavamfunções que podiam ser automatizadas, robotizadas ou terceirizadas.
 
Portanto, uma característica já marcante do século XXI é a mudança crescente nas exigências do mercado de trabalho para os mais diversos
profissionais. Pois, a competição entre as empresas é constante e enorme, assim como, as oscilações na economia e seus impactos no mercado de
trabalho.
 
Neste contexto, o perigo de uma demissão está sempre presente e o sonho do emprego seguro por um longo período em grandes organizações tem
desaparecido, até mesmo para os profissionais mais qualificados.
 
De fato, o contexto para o emprego mudou, a conjuntura é outra e há a necessidade de criação de alternativas para um “mundo sem empregos”. No
Brasil, não é diferente. Seja pelas sucessivas e graves crises econômicas ou pela própria realidade imposta pelas mudanças no mundo do trabalho.
 
O que podemos observar é que estudos recentes tem apontado fortemente o alto impacto da automação no mercado de trabalho. Em um de seus
estudos sobre o futuro do trabalho a OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico estimou que 14% dos empregos do bloco
europeu tem alta probabilidade (70% de probabilidade) de serem automatizados em um futuro próximo. Outro estudo também nesta direção,
publicado no Brasil pelo IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada concluiu por meio da avaliação de cerca de 2000 ocupações no Brasil que
aproximadamente 25 milhões de empregos estão alocados em funções com alta probabilidade (60 a 80%) ou muito alta (80%) de automação. Nessas
estão incluídas funções como: cobradores de ônibus, operadores de telemarketing, mas outras funções até então não pensadas como passíveis de
automação, como fonoaudiólogos e advogados.
 
Segundo extrato do próprio estudo é possível perceber que:
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“Apesar da porcentagem aparentemente alarmante de profissões em risco no futuro próximo, há diversos cenários de transformação a se
considerar na dinâmica do mercado de trabalho brasileiro. Por um lado, atividades tipicamente rotineiras e não cognitivas, como a de
ascensorista, devem de fato ser automatizadas. Por outro, outras profissões que integram tanto subtarefas facilmente automatizáveis quanto
as de difícil execução por robôs devem sofrer transformações em função do desenvolvimento da tecnologia e da inteligência artificial. A
tendência é que essas ocupações fiquem cada vez mais centradas em tarefas intensivas em criatividade e análise crítica e gradualmente se
afastem de atividades corriqueiras e repetitivas – profissões como as de secretariado e contador se encaixam nessa categoria”. Fonte: Texto
para discussão. Na era das máquinas, o emprego é de quem? Estimação da probabilidade de Automação de ocupações no Brasil. Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília. Ipea, 2019.
 
De fato, não há como prever o que irá prevalecer, ou se até mesmo teremos uma combinação das duas visões. Isto é, se os avanços tecnológicos irão
trazer novas ocupações ou se simplesmente irão provocar o desaparecimento de inúmeras ocupações. O fato é que ocupações já estão em substituição
e outras surgindo. Um exemplo é o atendimento por telefone ou telemarketing, onde boa parte, dos serviços de mensagem já foram automatizados; e
por outro lado, o surgimento de novas profissões como designer de games e mundos virtuais. Em suma, estamos diante de perguntas sem respostas
prontas ou fáceis!
 
Agora, assista ao vídeo abaixo e reflita sobre uma interessante visão acerca dos impactos da automação no mundo do trabalho.
 
Daniel Susskind - 3 mitos sobre o futuro do trabalho
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3 myths about the future of work (and why they're not true) | Daniel S3 myths about the future of work (and why they're not true) | Daniel S……
                     
 
https://www.youtube.com/watch?v=2j00U6lUC-c
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4. E a Educação Diante das Mudanças?
Para entendermos melhor o contexto até então apresentado, vale a pena recorrermos aos trabalhos de Edgar Morin.  Antropólogo, Filósofo e Sociólogo
francês.
 
Morin nos chama atenção para o denominado pensamento complexo.
 
Conforme transcrições e análises dos trabalhos do autor, primeiramente, devemos procurar entender o termo complexidade. Segundo o mesmo,
“complexidade” vem do latim  complexus, “aquilo que é tecido”. Nesse sentido, ainda segundo o autor nosso sistema educacional tem nos tornado
incapazes de conceber e entender a complexidade.  Isto é, as inumeráveis ligações entre os diferentes aspectos do conhecimento. E isto é mais grave
no contexto atual, onde há uma extrema interação entre fatores diversos: econômicos, religiosos, políticos, étnicos, demográficos etc. Fatores estes
extremamente necessários para o entendimento e resolução dos problemas enfrentados pela sociedade.
 
Ao contrário do pensamento simplificado, onde por meio da divisão de um problema em várias partes, se preconiza que será mais fácil resolvê-lo, o
pensamento complexo nos impulsiona para a compreensão do todo e das interligações entre os diversos aspectos que compõe um determinado tema,
situação, problema ou conjunto de conhecimentos.
 
Por exemplo, segundo MORIN (2000),  “a economia, que é das ciências humanas, a mais avançada, a mais sofisticada, tem um poder muito fraco e erra
muitas vezes nas suas previsões, porque está ensinando de um modo que privilegia o cálculo e esquece todos os outros fatores, os aspectos humanos;
sentimento, paixão, desejo, temor, medo. Quando há um problema na bolsa, quando as ações despencam, aparece um fator totalmente irracional que é o
pânico, que, frequentemente, faz com que o fator econômico tenha a ver com o humano, e por sua vez se liga à sociedade, à psicologia, à mitologia. Essa
realidade social é multidimensional, o econômico é uma dimensão dessa sociedade, por isso, é necessário contextualizar todos os dados”.
 
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Agora, saiba mais sobre os pensamentos de Edgar Morin.
 
Pensamento Complexo – Educação
Pensamento Complexo- Educação - Edgar MorinPensamento Complexo- Educação - Edgar Morin
 
Nesse contexto e perspectiva multidimensional observado por Morin e diante do cenário de transformações de diversas naturezas (econômicas,
tecnológicas, sociais, entre tantas outras), além das incertezas crescentes, uma das questões mais prementes é sobre o papel da educação. Ou seja, qual
é, e será a Educação necessária ao presente e ao futuro? Uma pergunta ampla e complexa com toda certeza.
 
Nesta direção, vamos voltar aos trabalhos de Yuval Noah Harari. Em seu livro 21 lições para o século 21 o autor aborda o tema Educação nesse
contexto. Já no primeiro parágrafo da unidade do livro dedicada ao tema nos deparamos com suas pertinentes indagações:
https://www.youtube.com/watch?v=2sYQymE46I4
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“Como podemos nos preparar e a nossos filhos para um mundo repleto de transformações sem precedentes e de incertezas tão radicais? Um bebê nascido
hoje (2019) terá trinta anos por volta de 2050. Se tudo correr bem, esse bebê ainda estará por aí em 2100, e até poderá ser um cidadão ativo no século XXII.
O que deveríamos ensinar a esse bebê que o ajude, ou a ajude, a sobreviver e progredir no mundo de 2050 ou no século XXII? De que tipo de habilidades
ele ou ela vai precisar para conseguir um emprego, compreender o que estáacontecendo a sua volta e percorrer o labirinto da vida?”
 
Observemos que o autor em suas indagações aponta alguns importantes elementos do contexto atual, assim como levanta possíveis consequências.
Apesar das enormes carências sociais e econômicas ainda presentes em boa parte do mundo, as pessoas estão vivendo mais tempo e a tendência é de
que a expectativa de vida continuará a aumentar ao longo dos próximos anos. Portanto, não só o bebê hipotético criado pelo autor poderá passar dos
100 anos de vida, mas milhões de pessoas. Assim, tudo indica que teremos mais tempo de vida produtiva, mas não necessariamente um mesmo
emprego por um longo tempo.
 
Em adição, como talvez já tenhamos percebido, a estabilidade em um emprego já tende a ser apenas uma lembrança do passado.   Conforme os
professores Mandelli e Cortella no interessante livro Vida e Carreira - Um Equilíbrio Possível, neste novo contexto, pode ser preciso mudar de emprego
com mais frequência, mudar de cidade, mudar de carreira ou até mudar de país.
 
Nessa mesma linha, conforme Hariri em seu livro 21 lições para o século 21: “Aos cinquenta anos, você não quer mudar, e a maioria das pessoas desistiu
de conquistar o mundo. Já esteve lá, já fez o que fez. E prefere a estabilidade. Há razões neurológicas para isso. Embora o cérebro adulto seja mais flexível e
volátil do que se imagina, ela ainda é menos maleável do que o cérebro de um adolescente. Reconectar neurônios e religar sinapses é um trabalho
duríssimo. Mas no século XXI dificilmente você pode se permitir ter estabilidade. Se tentar se agarrar a alguma identidade, algum emprego ou alguma
visão de mundo estáveis, estará se arriscando a ser deixado para trás quando o mundo passar voando por você. Como a expectativa de vida aumentará,
você poderia ter de passar muitas décadas como um fóssil. Para continuar a ser relevante não só economicamente, mas acima de tudo socialmente você
vai precisar aprender e se reinventar o tempo inteiro, numa idade tão jovem como a dos cinquenta anos.”
 
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Ainda analisando as indagações e ponderações acima, podemos inferir que já não é e não será nada fácil lidar emocionalmente com tantas incertezas e
mudanças. Sabemos que mudar não é necessariamente algo agradável para muita gente, assim como lidar constantemente com o incerto pode trazer
sérias consequências para nossa saúde mental e emocional.
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5. Voltando ao bebê do século XXI
Quais as competências deverá possuir diante do que está em curso e está por vir? Como a educação e os educadores podem contribuir neste sentido
para formação dos estudantes do século XXI?
Mais uma vez perguntas complexas e sem respostas prontas. Contudo, esforços em direção à compreensão acerca das competências necessárias a um
contexto de transformações e incertezas têm sido empreendidos.
Mas antes de avançarmos para essa compreensão, é importante relembrarmos o conceito de competências. De maneira objetiva, competência é o
conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes de um indivíduo, ou de forma popularmente reconhecida significa CHA (Conhecimentos,
Habilidades e Atitudes).
Imagine um médico reconhecido por sua competência. Em resumo, ele possui conhecimentos apurados para identificar as necessidades dos pacientes,
habilidade para aplicar esses conhecimentos, utilizando os métodos e instrumentos adequados, motivado por uma atitude diferenciada de sempre fazer
o melhor trabalho.
Imagine agora um executivo que lide com exportações. No mínimo ele precisará ter conhecimentos relacionados às regras e leis de comércio
internacional, ter habilidades de negociação e uma atitude de persistência para enfrentar os obstáculos e a concorrência envolvida.
Agora, avancemos para importantes trabalhos que abordaram e identificaram um conjunto de competências necessárias aos desafios educacionais de
hoje e de amanhã, isto é, para o século 21.
Em estudo coordenado pelo National Research Council, relevante organização de pesquisa americana, foi identificado um conjunto de competências
necessárias ao século XXI. O estudo foi denominado como  Education for Life and Work  (Educação para a vida e trabalho): Developing Transferable
Knowledge and Skills in the 21st Century. Logo, por meio da figura abaixo podemos destacar e observar algumas das competências identificadas e
agrupadas em três domínios. 
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Conforme as definições do próprio estudo, em síntese, o domínio cognitivo envolve o raciocínio e a memória; o domínio intrapessoal envolve a
capacidade de gerenciar o comportamento e as emoções para que o indivíduo alcance suas próprias metas (incluindo metas de aprendizado); e o
domínio interpessoal envolve o expressar ideias, interpretar e responder a mensagens de outros.
 
Com a realização de outros estudos com estruturas semelhantes, ao longo dos anos foram também definidas as chamadas habilidades críticas para o
século 21. Nesse sentido, vale destacar as habilidades divulgadas pelo Fórum Econômico Mundial no ano de 2015, conforme as tabelas abaixo:
 
 
Habilidades críticas para
tarefas diárias
Habilidades críticas para
desafios complexos
Habilidades críticas para
lidar com ambientes em
constantes mudanças
Domínio da Linguagem Pensamento Crítico Curiosidade
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Alfabetização numérica Criatividade Iniciativa
Alfabetização científica Colaboração Persistência
Educação financeira Comunicação Adaptabilidade
Alfabetização nas TIC´s
(Tecnologias de Informação e
Comunicação)
  Liderança
Educação cultural e cívica   Consciência social e
cultural
Tabela 1 – Habilidades Críticas para o Século XXI
Habilidades Críticas para tarefas diárias
Habilidade Descrição Resumida
Domínio da Linguagem Habilidade de ler,        entender e usar a
linguagem escrita.
Alfabetização numérica Habilidade de usar números e outros
símbolos para entender e expressar
relacionamentos quantitativos.
Alfabetização científica Habilidade de usar os princípios e o
conhecimento científico para entender o
ambiente e testar hipóteses.
Educação financeira Habilidade de entender e aplicar conceitos
e práticas para a gestão financeira pessoal.
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Alfabetização nas TIC´s Habilidade de usar, aplicar e criar conteúdo
e interações por meio das tecnologias de
informação e
  comunicação.
Educação cultural e cívica Habilidade para entender, apreciar e aplicar
o conhecimento relacionado à área de
humanidades.
Tabela 2 – Tarefas Diárias
Habilidades Críticas para desafios complexos
Habilidade Descrição Resumida
Pensamento Crítico Habilidade para identificar, analisar e
avaliar situações, ideias e informações para
formular respostas e soluções.
Criatividade Habilidade para imaginar e criar o novo,
bem como soluções fora do lugar comum
para os problemas.
Colaboração Habilidade de trabalhar em time em prol
de objetivos comuns.
Comunicação Habilidade de interagir, contextualizar as
informações e se expressar por meio da
linguagem oral e escrita.
Tabela 3 – Desafios Complexos
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Habilidades Críticas para lidar com ambientes em constantes mudanças
Habilidade Descrição Resumida
Curiosidade Habilidade e desejo de questionar e
aprender.Iniciativa Habilidade de fazer acontecer, de realizar
antes de ser solicitado.
Persistência Habilidade de manter o esforço e a
disciplina rumo a determinados objetivos.
Adaptabilidade Habilidade     de     mudar/adaptar     
planos, caminhos e metas.
Liderança Habilidade de envolver as pessoas em
torno de objetivos.
Consciência social e cultural Habilidade de interagir, se relacionar e
cuidar do meio onde vive.
Tabela 4 – Ambientes em constante mudanças
Ainda, nessa mesma direção é também importante observarmos as 10 competências gerais estabelecidas em nosso país, por meio da BNCC (Base
Nacional Comum Curricular):
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Uma análise geral e preliminar dos três estudos, sem a pretensão de esgotar o tema e/ou priorizar um determinado conjunto de habilidades, nos
mostra claramente a importância das habilidades sociais e emocionais.
Ainda, segundo outro estudo publicado pelo Fórum Econômico Mundial em 2016 (New Vision for Education: Fostering Social and Emotional Learning
through Technology) os estudantes para prosperarem no século XXI necessitam aprender além das habilidades tradicionais e das competências
tecnológicas.
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Conforme o estudo e como já observamos os estudantes devem estar aptos, sobretudo, para a colaboração, comunicação e resolução de problemas,
que são algumas das habilidades desenvolvidas por meio do aprendizado emocional e social, como aponta o trabalho. Assim, juntamente com o
domínio das tradicionais habilidades, a proficiência social e emocional pode equipar os alunos desse novo século a não terem “sucesso”, mas
principalmente, lidarem com uma sociedade digital e em rápida evolução.
Como já observamos estamos diante de um mundo com  profissões que acabaram de nascer, com profissões que ainda nem nasceram e com novas
formas de trabalho (não necessariamente um emprego); o que por si só, já seria motivo suficiente para colocar o desenvolvimento de cidadãos dotados
de habilidades como criatividade, iniciativa e adaptação na prioridade da agenda de governos e educadores.
Mas o que poderia ser feito em relação ao processo de ensino-aprendizagem para o desenvolvimento das habilidades sociais e emocionais?
O mesmo estudo ainda aponta algumas possibilidades e iniciativas, como pode ser visualizado na figura abaixo:
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Segundo a pesquisa realizada, dentre os exemplos visualizados na figura acima é importante destacar a criação de um ambiente de aprendizado seguro
para as crianças, com o desenvolvimento e a nutrição de relacionamentos, tempo para brincar livre e de forma criativa. Por exemplo, a aprendizagem
baseada em jogos sem um agenda programada pode fornecer oportunidades para a exploração criativa sem restrições, regras ou pressão (uma
componente central de um criativo e ativo processo de aprendizado).
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Outro exemplo, citado no mesmo estudo, está centrado na nutrição, ou seja, no fomento à criação de uma mentalidade de crescimento (frase criada
por Carol Dwek), Professora de Psicologia da Universidade de Stanford nos Estados Unidos. Quando as pessoas possuem a “mentalidade fixa”, não
voltada para o crescimento, elas acreditam que qualidades básicas como inteligência e talento são traços físicos que comandam/governam o que as
crianças podem fazer.
Ainda segundo o trabalho, ao contrário, uma mentalidade de crescimento, sustenta que o cérebro funciona como um músculo (fica mais forte e melhor
com a prática e com “trabalho duro”). Ensinar, adotando uma mentalidade de crescimento motiva os alunos e pode criar uma sala de aula onde os
alunos são encorajados a aceitar desafios, experimentar novas coisas e aprender com seus erros.
Portanto, a criatividade e uma mentalidade aberta para o crescimento serão fundamentais. E para validarmos a importância dessas capacidades não
necessariamente precisamos nos prender ao futuro. Podemos também voltar ao passado.
No livro a Emoção e a Regra o sociólogo italiano Domenico de Masi apresenta a história de grandes empreendimentos criativos, como a revolucionária
e lendária escola de arquitetura alemã Bauhaus, cuja existência foi de 1919 a 1933. Constituindo-se como uma ponte entre artesanato, arte, indústria e
academia, em um ambiente capaz de desenvolver profissionais capazes de conhecer todo o processo produtivo e de expressar uma criatividade
constante, a escola cunhou a chamada criatividade racional da Bauhaus, onde, conforme o autor destacavam-se as características dos grupos criativos
como:
 
A habilidade de concentração de energias de cada um no objetivo comum;
A capacidade de encontrar recursos; 
 O estilo de liderança informativo, orientado para a integração e para o intercâmbio contínuo;
Uma alta cooperação e participação nos processos decisórios;
As relações informais e processos informativos incentivados ao máximo;
Um clima de trabalho estimulante, flexível e entrosado.
          
Em continuidade à importância do desenvolvimento das habilidades sócio emocionais ainda vale a pena voltarmos aos trabalhos de Morin. Em seu livro
os sete saberes necessários à educação do futuro o autor destaca que:
 
05/01/2024, 13:30 Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI (DHSR)
https://ava.faculdadeimes.org.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15438 25/30
“o século XX produziu avanços gigantescos em todas as áreas do conhecimento científico, assim como em todos os campos da técnica. Ao mesmo tempo,
produziu nova cegueira para os problemas globais, fundamentais e complexos, e esta cegueira gerou inúmeros erros e ilusões, a começar por parte dos
cientistas, técnicos e especialistas. Por quê? Porque se desconhecem os princípios maiores do conhecimento pertinente. O parcelamento e a
compartimentação dos saberes impedem apreender “o que está tecido junto”.
 
Nesse contexto, em soma, ainda segundo o autor:
 
“O problema da compreensão tornou-se crucial para os humanos. E, por este motivo, deve ser uma das finalidades da educação do futuro. Compreender
significa intelectualmente apreender em conjunto, comprehendere, abraçar junto (o texto e seu contexto, as partes e o todo, o múltiplo e o uno).
Lembremo-nos de que nenhuma técnica de comunicação, do telefone à Internet, traz por si mesma a compreensão. A compreensão não pode ser
quantificada. Educar para compreender a matemática ou uma disciplina determinada é uma coisa; educar para a compreensão humana é outra. Nela
encontra-se a missão propriamente espiritual da educação: ensinar a compreensão entre as pessoas como condição e garantia da solidariedade intelectual
e moral da humanidade.”
 
Por último e em síntese, parece haver certo consenso quanto às questões relacionadas às habilidades necessárias ao século XXI, bem como o desafio de
um cenário de mudanças constantes e intensas. Por outro lado, nesse contexto, temos outras questões sem posições e respostas ainda claramente
definidas: quais novos modelos educacionais serão necessários? Quais novos formatos de escolas serão necessários? Como poderemos aproveitar o
potencial das novas tecnologias? Quais novos métodos de ensino-aprendizagem serão necessários? Qual deve/deverá ser o papel do professor nesse
cenário?
 
Portanto, a única certeza é a Mudança!
 
Finalmente, assista aos vídeos e continue refletindo sobre o futuro da educação!
 
05/01/2024, 13:30 Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI (DHSR)
https://ava.faculdadeimes.org.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15438 26/30
As escolasacabam com a criatividade?
Ken Robinson diz que as escolas acabam com a criatividade - LegenKen Robinson diz que as escolas acabam com a criatividade - Legen……
 
                    
 
Como será a escola do futuro?
https://www.youtube.com/watch?v=M2pRR_w-5Uk
05/01/2024, 13:30 Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI (DHSR)
https://ava.faculdadeimes.org.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15438 27/30
Educação.doc - Escola do Futuro | Episódio 5Educação.doc - Escola do Futuro | Episódio 5
 
                 
Educação do Futuro
https://www.youtube.com/watch?v=v5nlwicLiQg
05/01/2024, 13:30 Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI (DHSR)
https://ava.faculdadeimes.org.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15438 28/30
Educação para o Futuro | Atila Iamarino | TEDxUSPEducação para o Futuro | Atila Iamarino | TEDxUSP
 
                    
 
Leia também síntese do Livro Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro.
 
https://www.youtube.com/watch?v=B_x8EccxJjU
05/01/2024, 13:30 Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI (DHSR)
https://ava.faculdadeimes.org.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15438 29/30
                    
 
https://ava.faculdadeimes.org.br/pluginfile.php/56909/mod_book/chapter/15168/EdgarMorin_sete%20saberes.pdf
https://ava.faculdadeimes.org.br/pluginfile.php/56909/mod_book/chapter/15168/EdgarMorin_sete%20saberes.pdf
05/01/2024, 13:30 Dimensões Humanas e Sistemas de Relações no Séc. XXI (DHSR)
https://ava.faculdadeimes.org.br/mod/book/tool/print/index.php?id=15438 30/30
6. Bibliografia
ALBUQUERQUE, Pedro. et al. Na era das máquinas, o emprego é de quem? Estimação da probabilidade de automação de ocupações no Brasil. Brasília:
Ipea, mar. 2019. (Texto para Discussão, n. 2457).
BAUMAN, Zigmunt. 44 Cartas do Mundo Líquido Moderno. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2011b.
CORTELLA, Mário Sergio; MANDELLI, Pedro. Vida e Careira – um equilíbrio possível? Campinas: Papirus 7 Mares, 2011.
HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
MASI, Domenico de. A Emoção e a Regra: os grupos criativos na Europa de 1850 a 1950. Rio de Janeiro/Brasília: José Olympio/UnB Editora, 1999.
MORIN, Edgar. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 3ª ed. São Paulo: Cortez, Brasília, 2001
World Economic Forum. New Vision for Education: Fostering Social and Emotional Learning through Technology. Disponível em www.weforum.org.
Consultado em Ago 2019.
Education for Life and Work: Developing Transferable Knowledge and Skills in the 21st Century. Disponível em www.nap.edu. Consultado em Ago 2019.

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