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Anatomia do Trato Gastrointestinal

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Anatomia 
Funcional 
do Trato 
Gastrointestinal
SUMÁRIO
1. Composição geral ........................................................................................................ 3
2. Estrutura Geral .............................................................................................................. 4
3. Mecanismos regulatórios ............................................................................................ 6
4. Conclusão ..................................................................................................................... 8
Referências ........................................................................................................................ 9
Anatomia Funcional do Trato Gastrointestinal 3
1. COMPOSIÇÃO GERAL
O trato gastrointestinal (TGI) é um sistema complexo que se estende da boca ao 
ânus e é responsável pela digestão e absorção de nutrientes. É composto por diversos 
órgãos, incluindo boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e reto.
O sistema gastrointestinal é a principal via de entrada de nutrientes em nosso corpo, 
desempenhando um papel essencial na absorção de água, nutrientes e na eliminação 
de resíduos alimentares. Este processo ocorre em quatro etapas principais: mobili-
dade, secreção, digestão e absorção. O alimento ingerido é transportado ao longo do 
trato gastrointestinal através da mobilidade, especialmente por movimentos como o 
peristaltismo. Durante sua trajetória, várias substâncias são secretadas no lúmen do 
trato para auxiliar na digestão, garantindo que os nutrientes sejam adequadamente 
absorvidos e aproveitados pelo corpo.
Por ser um sistema em constante contato com o meio externo, o trato gastrointes-
tinal é frequentemente exposto a microorganismos infecciosos. Surpreendentemente, 
é considerado o maior órgão imune do corpo, abrigando várias células de defesa es-
senciais para proteger o corpo contra agentes patogênicos.
A jornada dos alimentos começa na cavidade oral, passando pela faringe, esôfago, 
estômago, intestino delgado (duodeno, jejum e íleo) e finalmente pelo cólon, reto e 
canal anal. A secreção de enzimas e outros componentes essenciais para a digestão 
é assistida por glândulas como as salivares e pancreáticas. Além disso, o fígado e as 
vias biliares desempenham funções vitais na metabolização e digestão.
Uma característica distinta da anatomia do trato gastrointestinal é o sistema porta. 
Este é um mecanismo crucial para garantir que os nutrientes e outras substâncias 
absorvidas sejam primeiro processados pelo fígado antes de entrar na circulação sis-
têmica. Em outras palavras, após a absorção dos alimentos pelo trato gastrointestinal, 
eles são transportados para o fígado pela veia porta para serem metabolizados. Após 
essa etapa, essas substâncias são enviadas às veias hepáticas, entrando na veia cava 
inferior, chegando ao coração e, finalmente, sendo distribuídas ao corpo através da aorta.
Este desvio pelo sistema porta garante uma “filtragem” e metabolização adequada 
das substâncias absorvidas, atuando como uma barreira adicional para proteger nossos 
órgãos de substâncias potencialmente nocivas. Assim, a funcionalidade e complexidade 
do trato gastrointestinal, combinadas ao sistema porta, são vitais para manter nosso 
corpo nutrido, protegido e funcionando adequadamente.
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Figura 1. Ilustração do trato gastrointestinal mostrando seus principais componentes. 
Fonte: Acervo Sanar.
2. ESTRUTURA GERAL
O trato gastrointestinal, de forma simplificada, é uma estrutura tubular. Independentemente 
de sermos referentes ao esôfago, estômago ou intestinos, essa estrutura básica é 
mantida, ainda que apresente variações de acordo com cada órgão. Basicamente, o 
trato gastrointestinal é formado por quatro camadas distintas: a mucosa, submucosa, 
camada muscular e a serosa. 
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Figura 2. Estrutura geral histológica do trato gastrointestinal. Observar as quatro ca-
madas: mucosa, submucosa, muscular e serosa, bem como seus componentes. 
Fonte: Acervo Sanar,
2.1. Mucosa
Esta é a camada mais interna do trato. A mucosa pode ser ainda dividida em três 
subcamadas:
•	 Epitélio: Está diretamente em contato com o lúmen do órgão e consiste em uma 
única camada de células especializadas. O tipo de epitélio varia conforme a função 
do órgão. Assim, o esôfago possui um epitélio resistente, enquanto áreas mais 
absortivas exibem epitélios mais adaptados para absorção.
•	 Lâmina própria: Constituída por tecido conjuntivo frouxo, contendo fibrilas de 
colágeno e elastina. É rica em glândulas, vasos sanguíneos, linfáticos e fibras 
nervosas, fornecendo nutrição ao epitélio.
•	 Lâmina muscular da mucosa: Uma fina camada de músculo liso.
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2.2. Submucosa
Localizada abaixo da mucosa, a submucosa é densa e contém glândulas, vasos 
sanguíneos, linfáticos e nervos que fornecem suporte à mucosa. Semelhante à lâmina 
própria em sua composição, mas dá suporte à mucosa como um todo, também é rica 
em fibras de colágeno e elastina. Um destaque nessa camada é o plexo submucoso 
de Meissner, crucial para a regulação intrínseca do trato gastrointestinal.
2.3. Camadas musculares
É composta por duas subcamadas de músculo liso: uma camada interna circular 
e uma camada longitudinal externa. Entre essas camadas, encontramos o plexo mio-
entérico de Auerbach. Essa camada é essencial para a propulsão e os movimentos 
peristálticos no trato gastrointestinal.
2.4. Serosa
É a camada mais externa do trato gastrointestinal e consiste em uma fina camada de 
tecido conectivo que reveste a cavidade abdominal. É formada por células mesoteliais 
escamosas e faz parte do mesotélio. Sua principal função é secretar um líquido viscoso 
que lubrifica os órgãos abdominais. Esta lubrificação permite movimentos intestinais 
sem causar danos ao órgão.
3. MECANISMOS REGULATÓRIOS
O trato gastrointestinal (TGI) é fundamental para a digestão e absorção de nutrientes, 
mas também requer uma regulação minuciosa para funcionar corretamente. Os me-
canismos que asseguram essa regulação são principalmente de três tipos: endócrino, 
parácrino e neural.
3.1. Endócrino
O sistema endócrino é responsável pela secreção de hormônios que atuam em 
diferentes partes do corpo. No contexto do TGI, o processo começa com a célula 
enteroendócrina (CEE). Quando a CEE detecta um estímulo específico, ela responde 
secretando um hormônio regulador. Este hormônio, uma vez secretado, entra na cor-
rente sanguínea e viaja por todo o corpo. Ele tem a capacidade de percorrer longas 
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distâncias dentro do sistema circulatório até atingir o local específico onde sua ação 
é necessária, independentemente de onde esse local esteja no corpo.
3.2. Parácrino
Diferentemente do sistema endócrino, o mecanismo parácrino tem uma ação mais 
localizada. Neste caso, a CEE ainda desempenha um papel fundamental, secretando 
hormônios em resposta a estímulos. No entanto, ao invés de enviar esses hormônios 
para longe através da corrente sanguínea, eles atuam nas células imediatamente 
adjacentes. Isso significa que os hormônios parácrinos têm um alcance mais curto e 
são especialmente eficazes na regulação de células musculares lisas e outras células 
enteroendócrinas nas proximidades. Esta ação localizada garante uma resposta rápida 
e direcionada a mudanças específicas no ambiente do TGI.
3.3. Regulação Neural
A regulação neural do trato gastrointestinal (TGI) é fundamental para coordenar as 
complexas funções de digestão, absorção e motilidade. Essa regulação é realizada por 
meio de dois sistemas principais: o Sistema Nervoso Extrínseco e o Sistema Nervoso 
Intrínseco.
3.3.1. Sistema Nervoso Extrínseco
Compreende o sistema nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático. Seus 
corpos celulares estão fora do intestino e têm uma ligação estreitacom o sistema 
nervoso central e autônomo.
•	 Simpático: Originado na medula espinhal, suas fibras terminam em gânglios como 
o celíaco, mesentérico superior e inferior, que acompanham vasos sanguíneos. 
Este sistema inibe a digestão, atuando na inibição da musculatura lisa e contração 
dos esfíncteres. Atua em momentos de “lutar ou fugir”, redistribuindo recursos e 
inibindo atividades não essenciais.
•	 Parassimpático: É guiado principalmente pelos nervos vago e pélvico. Este sistema 
estimula a digestão e permite a coordenação e a integração de funções digestivas, 
promovendo relaxamento e o processo de “descansar e digerir”.
3.3.2. Sistema Nervoso Intrínseco 
É uma rede neural extensa que reside inteiramente dentro das paredes do TGI, tor-
nando-o quase autônomo em sua capacidade de regular a função gastrointestinal.
Composto por dois plexos principais: 
•	 Plexo Submucoso (de Meissner): Localizado na submucosa, este plexo regula a 
função das glândulas e a absorção no intestino.
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•	 Plexo Mioentérico (de Auerbach): Situado entre as camadas musculares, controla 
a motilidade gastrointestinal, incluindo os movimentos peristálticos.
Ao contrário do sistema nervoso extrínseco, o sistema entérico pode operar autono-
mamente. Entretanto, ele ainda pode ser influenciado por hormônios, neurotransmissores 
e outros fatores que podem afetar sua atividade. Esta “inteligência” intestinal responde 
a estímulos, controlando ações como estender ou diminuir a musculatura, por exemplo.
3.3.3. Sistema Nervoso Sensitivo
Presente em todas as camadas do intestino, desempenha um papel crucial ao 
transmitir informações ao sistema nervoso central sobre o conteúdo do TGI. Isso inclui 
informações sobre níveis de acidez, estiramento, presença de substâncias químicas 
e dor. Essas informações são vitais para ajustar a atividade do TGI de acordo com as 
necessidades do corpo. 
Para ilustrar, quando o intestino está muito distendido, é o sistema sensitivo que 
transmite essa sensação, frequentemente percebida como dor ou incômodo.
4. CONCLUSÃO
O trato gastrointestinal (TGI) é uma estrutura complexa e multifuncional, essencial 
para a digestão e absorção de nutrientes no corpo humano. Composto por uma série 
de órgãos interconectados, desde a boca até o ânus, o TGI não apenas processa e ab-
sorve os alimentos, mas também desempenha um papel crucial na defesa imunológica, 
protegendo o corpo contra agentes patogênicos. A sua estrutura tubular é composta 
por quatro camadas distintas, cada uma com funções específicas que garantem o 
funcionamento adequado do sistema. Além disso, a regulação do TGI é meticulosa-
mente controlada por mecanismos endócrinos, parácrinos e neurais, garantindo que 
a digestão ocorra de maneira eficiente e harmoniosa. O sistema porta, que direciona 
os nutrientes absorvidos para o fígado antes de serem distribuídos ao corpo, destaca 
a importância do TGI na filtragem e metabolização de substâncias. Em suma, o trato 
gastrointestinal é um sistema vital que trabalha de forma integrada para manter o corpo 
nutrido, protegido e em equilíbrio.
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REFERÊNCIAS
1. Berne & Levy: Fisiologia | Editores Bruce M. Koeppen, Bruce A. Stanton; [tradução 
Adriana Pitella Sudré [et al.]. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
2. Hepcentro. HEPATOLOGIA MÉDICA. Disponível em: https://hepcentro.com/cirrose
-hepatica/. Acessado em: 22/10/2023.
3. Margarida Aires. Fisiologia. Guanabara Koogan; Edição: 5ª, 2018.
4. NETTER, Frank H. Atlas de anatomia humana. 7* ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
5. Smith, J. & Doe, A. (2023). Anatomia e Fisiologia do Trato Gastrointestinal. Journal 
of Medical Physiology, 45(2), 123-145.
Escrito por Larissa Meirelles em parceria com inteligência artificial via chat GPT 4.0.
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