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Revisão Direito Administrativo

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Revisão ESFCEX – conhecimentos específicos
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· DIREITO ADMINISTRATIVO
a. Normas Gerais do Direito Público Brasileiro. Lei nº 13.655/2018.
b. Organização Administrativa Federal.
d. Administração Pública Direta e Indireta e Organizações da Sociedade Civil. Lei nº 13.303/2016.
Lei nº 13.019/2014. Lei nº 9.637/1998. Lei nº 9.790/1999.
LEI Nº 13.655, DE 25 DE ABRIL DE 2018.
“Art. 20 . Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas.”
“ Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.”
“ Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados.
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente.
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente.
Sanções – natureza / gravidade/ danos/ agravantes e atenuantes/ antecedentes 
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato.”
“ Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.
“ Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas.
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público.”
“ Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial.
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo:
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais;
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral;
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento.
“ Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor.
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os envolvidos.”
“ Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.
“ Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão.
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver.
“ Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão.”
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, salvo quanto ao art. 29 acrescido à Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) , pelo art. 1º desta Lei, que entrará em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial.
SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
O Sistema do Contencioso Administrativo/Sistema Francês, também chamado de Sistema da Dualidade de Jurisdição, é aquele que proíbe o conhecimento, pelo Poder Judiciário, de atos ilícitos praticados pela Administração Pública, ficando esses atos sujeitos à chamada jurisdição especial do contencioso administrativo, formada por tribunais de natureza administrativa.
O Sistema Inglês ou Sistema de Jurisdição Única, também designado de Sistema da Unicidade de Jurisdição, é aquele no qual todos os litígios, sejam eles administrativos ou privados, podem ser levados à justiça comum, ou seja, ao Poder Judiciário, único com competência para dizer o direito aplicável aos casos litigiosos, de forma definitiva, com força de coisa julgada material. ADOTADO PELO BRASIL!
FORMAS DE PRESTAÇÃO DA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA
A atividade pode ser prestada de forma centralizada ou descentralizada e, também, oncentrada e desconcentrada.
· Descentralização: é a prestação do serviço com maior eficiência, visando à especialização do serviço.
A doutrina admite, ainda, a chamada descentralização territorial ou geográfica, que ocorre com entidade geograficamente delimitada, dotada de personalidade jurídica própria de direito público, com capacidade administrativa e possibilidade de execução das atividades estatais como um todo.
Administração direta ou centralizada= pessoas jurídicas políticas (União, estados, municípios e Distrito Federal).
Administração indireta ou descentralizada= autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Entes descentralizados, as chamadas entidades administrativas. 
“Administração Pública”, em sentido formal, subjetivo ou orgânico, compreende os agentes públicos, os órgãos da Administração direta e as entidades integrantes da Administração indireta.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
· todas estas entidades devem gozar de personalidade jurídica: ou seja, não se confundem com os entes da administração direta que os criou. Cada um desses entes é uma pessoa jurídica titular de direitos e obrigações.
· A criação de qualquer uma destas entidadesda administração descentralizada depende de lei específica (lei ordinária).
· A lei específica cria as autarquias (basta a aprovação da lei para a pessoa jurídica passar a existir) e a lei específica autoriza a criação dos demais entes da administração indireta, quais sejam a fundação pública, a empresa pública e a sociedade de economia mista (nestes casos, a entidade somente passará a existir juridicamente com o registro de seus atos constitutivos no órgão competente).
· Outra característica relevante e comum aos entes da Administração Indireta é a finalidade pública. Isso porque essas entidades têm finalidade especificada na própria lei responsável pela sua criação, estando ela vinculada ao fim que a instituiu.
· os entes da Administração Indireta não se sujeitam a controle pela Administração Direta da pessoa política à qual são vinculados. O que existe é um “controle finalístico”.
ÓRGÃOS PÚBLICOS: Não possuem personalidade jurídica, logo, não possuem vontade própria. Todos eles são meros instrumentos de ação do Estado, não podendo ser sujeitos de direitos e obrigações.
TEORIAS DA MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DO ÓRGÃO
A Teoria do Mandato foi a primeira teoria desenvolvida quanto à manifestação de vontade dos entes da Administração Pública e dispunha acerca do vínculo dos agentes públicos com o ente, como um vínculo contratual.
Aqui, o agente seria mandatário dos entes públicos e todos seus atos ensejariam responsabilidade das entidades, em virtude de contrato de mandato.
A Teoria da Representação foi a segunda apresentada, na qual o agente público, por força de lei, atuaria como representante do Poder Público, como os curadores ou tutores de incapazes.
A Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação Volitiva, de Otto Friedrich von Gierke, adotada pelo direito brasileiro, leva em consideração que as pessoas jurídicas se configuram uma ficção do direito e que, por isso, não têm existência fática, a sua manifestação só pode ser concretizada pela intenção de pessoas físicas.
A manifestação de vontade da pessoa jurídica se dá por meio da atuação da pessoa física e essas vontades se confundem, ou seja, a vontade do Estado se exterioriza pela manifestação de seu agente.
· 1º Setor (Estado – Administração Direta e Indireta): Desempenha um papel central no núcleo estratégico e na entrega de serviços considerados exclusivos.
· 2º Setor (Mercado – Setor Privado): Representa as entidades movidas por objetivos lucrativos, desempenhando funções relevantes na prestação de serviços públicos por meio de contratos e parcerias.
· 3º Setor (Entidades Privadas sem Fins Lucrativos – Paraestatais): Compreende organizações não governamentais, associações e fundações que, ao colaborarem com o Estado, participam ativamente na oferta de serviços públicos.
TERCEIRO SETOR
As entidades do terceiro setor, também conhecidas como paraestatais, são entidades que possuem como objetivo a execução de atividades de interesse social. Elas não possuem fins lucrativos e em virtude de sua relevância pública, gozam de benefícios concedidos pelo ente estatal.
São pessoas jurídicas de direito privado, instauradas por particulares, que não integram a estrutura administrativa como entes da Administração Direta ou Indireta, mas, atuam ao lado do Estado na prestação de serviços públicos não exclusivos e sempre de cunho social.
Principais características das entidades paraestatais são:
· Não integrantes da administração pública
· Recebem incentivos do Estado na forma de fomento
· Sujeitam-se ao controle direito ou indireto da administração pública
· Sujeitam-se ao controle do Tribunal de Contas
As principais empresas que se enquadram como entidades paraestatais e devem ser vistas neste resumo são:
· Serviços sociais autônomos;
· Organizações sociais (OS);
· Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP);
· “Entidades de apoio”.
Serviços Sociais Autônomos
Serviços Sociais Autônomos: autorizada por lei e efetuada por entidades representativas de categorias econômicas
Características:
· Criação: autorizada em lei
· Áreas de atuação: atividades sociais, não lucrativas de aprendizado profissionalidade e à prestação de serviços assistenciais
· Fomento: contribuições compulsórias (tributo)
· Controle: Controle finalístico e presta contas ao TCU
· Licitação e concurso: Não se submetem à lei de licitações e não observam a regra de concurso público (apenas processo seletivo simplificado)
· Exemplos: SENAI, SESI, SESC
Organizações Sociais (OS)
Organizações Sociais (OS): é a qualificação jurídica dada a PJ de direito privado (associação ou fundação), sem fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, e que recebe delegação do Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar serviço público de natureza social.
Características:
· Qualificação: Ministério corresponde a área de atuação -> ato discricionário do poder público
· Vínculo: Contrato de Gestão
· Áreas de atuação: nas áreas de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde
· Fomento: destinação de recursos orçamentários e bens, cessão de servidores e dispensa de licitação para ser contratada
· Conselho de Administração: deve ser composto por representantes do poder público
Contrato de gestão
O contrato de gestão é um acordo feito entre uma empresa ou órgão e o poder público. Então, a empresa tem como finalidade cumprir um programa com metas definidas e o poder público, em troca, cede algo de interesse da outra parte.
No nosso ordenamento jurídico, há duas hipóteses de contrato de gestão. O primeiro é um ajuste firmado entre a administração direta e a administração indireta, ou entre órgãos da administração direta. As entidades ou órgãos se comprometem em cumprir determinadas metas e em contrapartida, ganham maior liberdade na atuação administrativa.
Por outro lado, na segunda hipótese, a administração direta realiza um contrato de gestão com a organização social. Nesse caso, a administração direta ajuda com recursos públicos, pessoal ou bens, e essa entidade paraestatal cumpre as metas estabelecidas no contrato. Por isso, a empresa sem fins lucrativos tem a autonomia reduzida, com a possibilidade de fiscalizações do poder público.
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP)
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP):  qualificação jurídica dada a PJ de direito privado, sem fins lucrativos, instituída por iniciativa de particulares, para desempenhar serviços sociais não exclusivos do Estado com incentivo e fiscalização pelo Poder Público, mediante termo de parceria.
Características:
· Qualificação: Ministério da Justiça -> ato vinculado
· Vínculo: Termo de Parceria
· Áreas de atuação: rol mais amplo (Lei 9790/99, Art. 3)
· Fomento: “bens” e “recursos” -> não há dispensa de licitação, na realidade ocorre concurso de projetos.
· Conselho Fiscal: obrigatório
Diferenças entre OS e OSCIP
· OS -> Contrato de Gestão
· OSCIP -> Termo de Parceria
Entidades de apoio
Entidades de Apoio: PJ de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por servidores públicos, porém em nome próprio, sob a forma de fundação, associação ou cooperativa, para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estado, mantendo vínculo jurídico com entidades da Administração Direta ou Indireta, em regra por meio de convênio.
Características:
· Instituição: por servidores públicos com seus próprios recursos;
· Forma: em regra, fundação
· Área de atuação: mais comumente em hospitais públicos e universidades públicas
· Vínculo Jurídico: em regra, convênio
Organizações da Sociedade Civil
Organizações da Sociedade Civil: Regime jurídico das parcerias voluntárias entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação (Lei 13.019/2014)
Instrumentos de parceria:
· Termo de Colaboração: transferência de recursos proposta pela administração pública
· Termo de Fomento: transferência de recursos proposta pelas organizações da sociedadecivil
· Acordo de Cooperação: não envolvam a transferência de recursos financeiros.
A adm. pública realiza uma “seleção” para formalizar as parcerias com as OSC, denominada “Chamamento Público”.
Chamamento Público:
· Obrigatório: em regra, para Termo de Colaboração e Termo de Fomento
· Dispensável: em regra, para acordos de cooperação
Lei 13.303/2016, que dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública – EP, da sociedade de economia mista – SEM e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Chamada de “Lei da Responsabilidade das Estatais” ou simplesmente de “Lei das Estatais” 
Vide slide estratégia! 
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