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Princípios do Direito Administrativo
DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Nas aulas anteriores foram abordados os sistemas, as fontes, os objetivos do estudo do 
Direito Administrativo e, nesta aula, serão estudados os princípios do Direito Administrativo.
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
Introdução
Quais são os valores fundamentais que norteiam o Direito Administrativo?
Os princípios são importantes porque são os valores que aquela matéria possui e há 
uma série de valores fundamentais que são aplicados no dia a dia da Administração Pública, 
e sempre que surge uma dúvida sobre o que fazer, não havendo lei, nem havendo nada, 
deve-se voltar para os princípios.
Quais são os valores fundamentais que regem aquela matéria? Respondendo a isso, se 
consegue resolver as situações do dia a dia.
Isso é aplicado no dia a dia de uma família, quando um pai passa aos seus filhos valores 
fundamentais, como honestidade, amizade e solidariedade em relação ao seu próximo. O pai 
espera que os filhos levem isso para a vida e se um dia tiverem dúvidas, que busquem esses 
valores fundamentais ensinados por ele para resolver situações do seu dia a dia.
Assim acontece com o Direito Administrativo, que possui as suas bases, os seus valores 
fundamentais.
O gestor pode, algumas vezes, se deparar com situações para as quais não existem leis, 
apenas costumes, e ele buscará a solução nos valores fundamentais da matéria.
Princípios e regras são diferentes: a regra é aplicada para aquele caso especial, para 
aquela situação determinada. Os princípios não dizem respeito a apenas um caso, os prin-
cípios regem várias situações.
A regra implica no “tudo ou nada”: ou a regra será aplicada ou não será aplicada; ou pre-
valece determinada regra ou prevalecerá outra regra.
Com relação aos princípios não é isso que ocorre: pode haver vários princípios sendo 
aplicados numa mesma situação, um princípio não exclui totalmente a aplicação de outro.
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Princípios do Direito Administrativo
DIREITO ADMINISTRATIVO
No Direito Administrativo e no Direito Constitucional existe a denominada harmonização 
de princípios, o princípio da concordância prática: diante do caso concreto é avaliado qual é 
aquele que será implementado para restringir um outro princípio.
Um princípio não é excludente de outro. Uma lei exclui a aplicação de outra. Os princípios 
podem todos conviver na mesma situação, ora implementando um princípio e restringindo 
outro ou vice-versa.
No art. 37 da Constituição Federal (CF) há 5 princípios básicos ou expressos: legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (LIMPE). 
Para além desses, a CF possui uma série de princípios implícitos: os princípios da segu-
rança jurídica, da razoabilidade, da motivação e da responsabilidade civil do Estado.
Esses princípios, expressos ou implícitos, possuem alguma relação de hierarquia entre si?
Não, todos deverão ser aplicados a cada caso concreto.
O gestor público deve agir de acordo com a lei e tem que ser impessoal, moral, deve 
divulgar os seus atos, ser transparente, eficiente, motivar as decisões, ser razoável, propor-
cional: deve respeitar todos os princípios.
A violação de um desses princípios pode ensejar até mesmo uma ação de improbidade 
contra o agente público. A depender do agente, ele poderá responder por crime de responsa-
bilidade. Ele tem que agir de acordo com a lei e agir de acordo com a lei de forma eficiente: 
deve ser eficiente dentro da lei. Se agir de acordo com a lei, mas sem a eficiência esperada, 
ele está violando o princípio da eficiência.
O que é o regime jurídico administrativo? É o conjunto de prerrogativas e sujeições que 
submete o Direito Administrativo, sendo necessário o estudo dos princípios da Administração 
Pública que trazem esse regime jurídico administrativo.
Âmbito de Aplicação
Onde são aplicados os princípios?
Art. 37, caput da CF: os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência são aplicáveis a toda a administração pública direta e indireta, de todos os níveis da 
federação.
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Princípios do Direito Administrativo
DIREITO ADMINISTRATIVO
Todos os ministérios, todas as secretarias estaduais, municipais, as autarquias, as funda-
ções do estado, as empresas públicas, as sociedades de economia mista, terão que observar 
os princípios administrativos, inclusive, as empresas públicas e sociedades de economia mista.
Tendo em vista que essas empresas estatais são regidas pelo Direito Privado, elas se 
sujeitam aos princípios administrativos?
Sim, porque, segundo a CF, toda a Administração direta ou indireta obedecerá aos prin-
cípios, a CF não fez qualquer ressalva, não criou nenhuma exceção.
Obs.: as entidades paraestatais (Sistema S, OS, OSCIP) também devem observar os prin-
cípios constitucionais.
As entidades paraestatais são aquelas que estão fora da estrutura administrativa do 
Estado, mas há decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal de Contas da 
União (TCU) que, frequentemente, exigem que elas observem os princípios que estão na CF, 
especialmente os princípios da impessoalidade e da moralidade pelos quais também devem 
pautar as suas atuações. 
O STF decidiu que um empregado de uma empresa estatal não possui a estabilidade 
prevista no art. 40 da CF, somente aquele que possui cargo efetivo, concursado: entra, fica 3 
anos e depois adquire a estabilidade.
Quem é empregado de empresa estatal faz concurso, mas pelo regime da CLT e o STF 
decidiu que não tem estabilidade, mas que a demissão deve ser motivada, dentro do princí-
pio da motivação aplicado às empresas estatais.
São de Observância Obrigatória
Toda a Administração Pública, direta ou indireta, obedecerá a esses princípios, conforme 
estabelece a CF. A observância a esses princípios é obrigatória em toda a sua atuação.
Não são Absolutos
Todos comportam um certo grau de relativização. Não existe na CF nenhum princípio absoluto.
Por exemplo, segundo o princípio da impessoalidade, a Administração deve ser impes-
soal, mas nas situações de nomeação de alguém para um cargo de comissão, quem nomeia 
está sendo pessoal por permissão, inclusive, da CF: a nomeação para o cargo em comissão 
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Princípios do Direito Administrativo
DIREITO ADMINISTRATIVO
é de livre nomeação e de livre exoneração. Nesse caso, está sendo ressalvado o princípio 
da impessoalidade.
Existe a licitação, que é um procedimento impessoal para a contratação de uma empresa, 
de um profissional. Há situações na Lei de Licitações, autorizadas pela CF, nas quais é admitida 
contratação direta de um determinado profissional, nas situações de inexigibilidade de licitação.
Há decisões do TCU em situações nas quais o administrador não atingiu a eficiência 
esperada, mas, diante do caso concreto, diante do cenário, o TCU decidiu que, tendo em 
vista que nenhum princípio é absoluto, apesar desse administrador não ter atingido a eficiên-
cia esperada, julga aprovadas as contas apresentadas por esse administrador.
Com relação ao princípio da publicidade, a própria CF admite ao administrador restrin-
gir a publicidade invocando a segurança do Estado, a segurança da sociedade, atos que 
possam violar a intimidade e a privacidade. 
E a legalidade possui exceção? Sim. Celso Antônio Bandeira de Mello refere a exceção:
Quando houver a edição de medidas provisórias, estado de sítio e defesa. Segundo ele,a medida provisória não é uma lei: a legalidade determina que o administrador deve fazer 
aquilo que a lei determina, o que a lei autoriza, mas a medida provisória não é lei, é um ato 
que tem força de lei. Tudo o que uma Lei ordinária pode fazer, a medida provisória pode fazer.
É possível criar uma autarquia por medida provisória, o Instituto Chico Mendes foi criado 
por medida provisória. A medida provisória, por não ser uma lei em sentido estrito, ter somente 
a força de uma lei e criar obrigações para a Administração, na visão de Bandeira de Mello, é 
uma exceção ao princípio da legalidade.
Para fins de prova: é considerada exceção à legalidade a edição de medida provisória.
Não são Monovalentes
Isto é novidade. Não são exclusivos de um único ramo do Direito.
O princípio da legalidade não está apenas no Direito Administrativo. Há o princípio da 
legalidade no Direito Tributário, no Direito Penal, em outros ramos.
Os princípios são aplicáveis a outros ramos do Direito, com as suas regras e exceções, 
mas não são exclusivos do Direito Administrativo.
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Princípios do Direito Administrativo
DIREITO ADMINISTRATIVO
Aplicação Imediata
Também pode aparecer em prova a seguinte frase: “dispensa lei formal para sua aplica-
ção”, segundo o STF.
Um dos primeiros atos da CNJ foi criar uma Resolução: não pode haver nepotismo no 
Judiciário e daí em diante ninguém mais pode nomear parentes para o Judiciário. A Associa-
ção dos Magistrados do Brasil entrou com uma ADC n. 12 para que o STF se pronunciasse 
sobre a constitucionalidade dessa Resolução trazer uma proibição para o Judiciário, ale-
gando que seria necessária uma lei porque a Resolução é um ato infralegal.
O STF considerou que a Resolução não estava criando um direito novo, apenas estava 
dando aplicação a princípios que já estavam na CF: impessoalidade, moralidade, eficiência – 
quem criou a proibição não foi a Resolução, ela apenas estava dando aplicação a princípios 
constitucionais e os princípios têm a sua aplicação imediata validada pela CF. 
A efetivação de princípios dispensa a lei formal.
Não há Hierarquia
A legalidade não é mais importante do que a impessoalidade, do que a eficiência, mora-
lidade ou publicidade.
Não há relação de hierarquia igualmente entre os princípios expressos e os implícitos, todos 
eles devem ser respeitados. A violação de um deles pode ensejar a nulidade do ato praticado.
Há duas teorias:
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, não existe hierarquia, mas há dois princí-
pios que são a base do regime jurídico administrativo, o que ele denomina “as pedras de 
toque do Direito Administrativo”: supremacia do interesse público e indisponibilidade do inte-
resse público. Sempre que houver conflito dos dois interesses, da coletividade e do interesse 
público, deve prevalecer o interesse da coletividade.
Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, a base de todo o regime jurídico administrativo 
está fundamentada em dois princípios: da legalidade e da supremacia do interesse público.
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��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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Princípio da Legalidade
DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
EXPRESSOS OU BÁSICOS
1 LEGALIDADE
Os princípios básicos são:
• Legalidade,
• Impessoalidade,
• Moralidade,
• Publicidade; e
• Eficiência.
A Legalidade possui duas vertentes: a Legalidade para o cidadão comum e a Legalidade 
para o agente público.
A Legalidade para o cidadão é aquela prevista pela Constituição Federal, art. 5º, inciso II: 
“ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer senão em razão e lei”.
O cidadão pode fazer TUDO O QUE A LEI NÃO PROÍBE, expressamente.
A Legalidade para o agente público é aquela que se estuda no art. 37 da CF: “o agente 
público SÓ PODE FAZER O QUE A LEI AUTORIZA”.
O agente público terá a sua atividade sempre pautada na lei.
A lei não tem condições de regular qualquer tomada de decisão. A própria lei vai deixar o 
administrador, em algumas situações, com uma certa liberdade para decidir diante do caso 
concreto. A lei determina o que esse administrador deve fazer, mas não tem condições de 
regulamentar qualquer decisão que ele, porventura, venha a tomar.
1.1 Reserva legal
Decorrente da Legalidade, há o princípio da Reserva legal.
A Reserva legal significa que determinados assuntos devem ser tratados por meio de LEI, 
em sentido formal, a lei elaborada pelo Parlamento, a lei feita pelo Poder Legislativo ou então 
algum ato que tenha a força de lei em sentido formal. 
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Princípio da Legalidade
DIREITO ADMINISTRATIVO
Para alguns assuntos exigidos na CF não pode haver qualquer outra espécie normativa: 
não pode ser decreto, não pode ser resolução, não pode ser portaria, deve ser LEI, elaborada 
pelo Parlamento, seja lei ordinária, seja lei complementar.
Situações em que a Constituição exige, necessariamente, que a matéria resulte de lei 
(reserva legal):
1) Criar entidades (CF, art. 37, XIX) ou órgãos públicos (CF, art. 61, § 1º, II, e);
2) Criação de cargos, empregos ou funções públicas – art. 61, § 1º, II a, CF;
3) Contratação temporária por prazo determinado – art. 37, IX, CF;
4) Requisitos para ocupação de cargos públicos – art. 37, I, CF;
5) Situações em que estrangeiro pode ocupar cargo público – art. 37, I, CF;
6) Reserva das vagas e critérios de admissão para pessoas portadoras de deficiência em 
concursos públicos – art. 37, VIII, CF;
7) Exercício do direito de greve pelo servidor público – art. 37, VII, CF;
8) Fixação e alteração de remuneração e subsídio – art. 37, X, CF.
Por exemplo, “a área de atuação das fundações do Estado, lei complementar deve regu-
lar”, lei, essa, que até hoje não foi confeccionada, mas para esse caso é exigida uma lei 
complementar.
1.3 JURIDICIDADE
A Juridicidade é uma evolução do princípio da Legalidade.
A Juridicidade não diz respeito apenas à lei, mas também à CF e às regras do ordena-
mento jurídico.
Pela Legalidade, o administrador tem que fazer aquilo que a lei autoriza. Pela Juridici-
dade, o administrador tem que respeitar a lei e respeitar as regras que estão na CF, assim 
como as regras do ordenamento jurídico (todo o bloco de Legalidade). 
EXCEÇÕES À LEGALIDADE?
• Medida Provisória.
• Estado de Sítio.
• Estado de Defesa.
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Princípio da Legalidade
DIREITO ADMINISTRATIVO
O Estado de Sítio e o Estado de Defesa são situações de anormalidade que têm como 
justificativa, por exemplo, um decreto do Presidente regulamentando questões, inclusive, 
para dentro da administração, pois pode o legislativo não estar tratando de todas as questões.
Quem classifica essas exceções é Celso Antônio Bandeira de Mello, atualmente o autor 
mais relevante do Direito Administrativo, que afirma que é exceção ao princípio da Legali-
dade a edição de Medida Provisória porque, segundo ele, a Legalidade obriga a fazer o que a 
lei determina e a Medida Provisória não é lei, é um ato que tem força de lei e que regulamenta 
questões para o Direito Administrativo: a Medida Provisória pode criar cargos públicos, pode 
criar uma autarquia, pode autorizar a criação de uma empresa estatal.
Tudo o que se viu como reserva de lei, se não for lei complementar,a Medida Provisória 
pode fazer.
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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Princípio da Impessoalidade
DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
2 IMPESSOALIDADE
A administração deve evitar praticar atos visando ao fim diverso daquele previsto em lei 
e a conduta da administração deve ser impessoal. A administração não está organizada para 
satisfazer o interesse de uma pessoa determinada, privilegiando o interesse dela em detri-
mento do interesse público, em detrimento da coletividade.
A máquina administrativa, a função administrativa e a estrutura administrativa não podem 
ser utilizadas para beneficiar um particular individualmente porque, com isso, estará sendo 
violado o princípio da impessoalidade.
O que decorre da impessoalidade?
O dever de fazer concurso público para suprir vagas; o dever de fazer licitação para con-
tratar uma empresa para prestação de serviços à administração. Tudo isso decorre da impes-
soalidade, a prática de condutas visando sempre o interesse público, sem beneficiar este ou 
aquele particular determinado.
A impessoalidade também visa somente praticar o ato que a lei determinar, não podendo 
serem praticados atos para fins diversos daquele que a lei predeterminou.
O ato administrativo não é “Bombril”, não tem “1001 utilidades”, o ato administrativo tem uma 
finalidade específica. A lei cria o ato e determina que aquele ato deve ser utilizado para aquela 
finalidade: se for utilizado para outro fim, haverá violação do princípio da impessoalidade.
Por exemplo, se é feita a remoção de um servidor como forma de punição, o servidor 
abrangido pela Lei n. 8.112/90 não tem a remoção como punição, pode-se utilizar a remoção 
para deslocação, mas sem finalidade punitiva – isso também decorre da impessoalidade.
O princípio da impessoalidade pode ser confundido com o princípio da finalidade.
O grande autor do Direito Administrativo, Hely Lopes Meirelles, já falecido, escrevia sobre 
princípios e afirmava que os princípios do Direito Administrativo são: legalidade, finalidade, 
publicidade. Quando surgiu a Constituição Federal (CF) de 1988, ela trouxe, no art. 37, como 
princípios aplicáveis à administração pública a legalidade, impessoalidade, moralidade, publi-
cidade e eficiência.
Na época, Hely Lopes Meirelles afirmou que esse princípio da impessoalidade referido pela 
CF nada mais era do que o princípio da finalidade pública: o fim público deve prevalecer, os 
atos devem ser praticados visando sempre o interesse público e não o interesse do particular. 
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Princípio da Impessoalidade
DIREITO ADMINISTRATIVO
Constituição Federal (CF)
Art. 37 (...)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos de-
verá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, 
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Quando uma autoridade faz publicidade dos seus atos, programas, atos e serviços para 
aproveitar e fazer uma promoção pessoal, está violando o princípio da impessoalidade e não 
o princípio da publicidade.
O princípio da publicidade é violado quando não se divulga o que deveria ser divulgado. 
Quando é feita publicidade e, ao mesmo tempo, promoção pessoal, está sendo violada a 
impessoalidade que deve estar dentro da publicidade governamental.
Na sua publicidade pessoal, ele pode fazer a sua promoção, mas na publicidade gover-
namental não, não pode constar nomes, símbolos ou imagens, não pode constar slogan ou 
frase de campanha.
À época, o candidato à prefeitura de um município no Estado do Piauí, Heráclito Fortes, 
que já foi deputado federal, senador, fez a seguinte publicidade: vários elos juntos formando 
a letra “H”, de Heráclito, e com o slogan: “Juntos somos mais Fortes”. 
Depois de eleito, ele começou a utilizar ora o símbolo, ora o slogan de campanha nas 
publicidades governamentais. Isso foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), que con-
siderou uma violação do princípio da impessoalidade e ele respondeu por improbidade por 
violar um princípio da administração pública.
Pode constar nome de pessoa morta?
Sim, porque ela não se privilegia da publicidade.
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/CEBRASPE/MPE-AP/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2021) O princípio 
da impessoalidade não impede que um agente público eleito insira, em propaganda ofi-
cial da administração pública, o slogan da sua candidatura ou do seu partido, porquanto 
esses dizeres se referem ao projeto político vencedor das eleições.
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Princípio da Impessoalidade
DIREITO ADMINISTRATIVO
COMENTÁRIO
O princípio da impessoalidade impede que um agente público eleito insira, em propaganda 
oficial da administração pública, o slogan da sua candidatura ou do seu partido.
GABARITO
 1. E
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Princípio da Moralidade
DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
3 MORALIDADE
A Moralidade exige que os atos sejam praticados de acordo com ética administrativa, 
boa-fé e, acima de tudo, praticados com honestidade.
A Moralidade é, hoje, um princípio autônomo do Direito Administrativo, ele ganhou a sua 
autonomia.
Os atos, além de legais e impessoais, devem ser praticados com ética, honesti-
dade e boa-fé.
Se o ato não respeita a Moralidade, é um ato ilegal.
Obs.: a Moralidade é, hoje, uma condição de validade do ato administrativo.
A moral administrativa tem o mesmo conceito da moral comum?
Tudo o que é moral para a sociedade é moral para a administração pública?
Não, a moral administrativa é uma moral jurídica, é uma moral administrativa definida por 
padrões de conduta, por conceitos de ética definidos pela própria administração, é ela que 
vai decidir o que é moral e o que não é moral, administrativamente, porque não podem lançar 
mão de padrões de moralidade da sociedade e aplicá-los, também, dessa forma, à adminis-
tração pública, pois nem sempre os conceitos se igualam.
Pode haver uma situação em que a moral, dentro da administração, seja mais restrita do 
que da sociedade – por exemplo, um homem pode andar de camiseta cavada na rua, tra-
jando uma bermuda larga, mas ele poderá trabalhar na administração pública nesses trajes?
O mesmo vale para as mulheres, que podem se vestir de um jeito enquanto andam pelas 
ruas porque é aceitável, mas não é aceitável dentro da administração pública e ela terá que 
se adaptar aos padrões de moralidade definidos pela administração pública.
Dentro da sociedade há vários padrões diferentes de moralidade: o que é moralmente 
aceito num grupo, não é aceito em outro grupo.
Dentro dos presídios existe uma ordem moral, onde determinadas condutas são tole-
radas e outras condutas não são, e que é uma ordem moral completamente diferente para 
quem está de fora.
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Princípio da Moralidade
DIREITO ADMINISTRATIVO
Por exemplo: um dia de muito calor, 38º durante toda a tarde, o indivíduo está de férias 
e vai à padaria para comprar um pão às 17h. Compra o pão e vê no freezer muitas cervejas 
geladas, pega uma e sai da padaria bebendo. Esse indivíduo será reprovado pela sociedade 
por estar, num dia de semana, às 17h, tomando uma cerveja na rua?
Não.
A mesma situação, durante um dia de trabalho, com o mesmo indivíduo entrando na 
repartição tomando a sua cerveja gelada, isso será aceito? 
Não, isso não é tolerado e existem normas de padrões internos que vedam a ingestão de 
qualquer bebida alcoólica dentro de uma repartição pública, porque é um conceito que não é 
admitido dentro da administração.
Um servidor público pode receber presentes?
Não, pode receber brinde. Existe um decreto federal que define o brinde: é qualquer coisa 
até R$ 100,00 e deve ser dado, indistintamente, para várias pessoas. Se for dado apenas 
para uma pessoa, mesmo que esteja dentro do valor, configura presente. O brinde é, por 
exemplo, uma agenda, que é dada a várias pessoas da repartição, um boné, canetas, até 
aquele limite de R$ 100,00.
Se for configurado presente, de acordo com a Lei n.8.112/90, é motivo para demissão.
Pode receber brinde e o que não for brinde vai configurar como presente.
No mesmo decreto que refere o brinde, há a previsão do servidor público poder receber 
presentes em determinadas situações.
Por exemplo, o chefe de Estado de outro país desce do avião trazendo um quadro que 
entrega a uma autoridade brasileira que o espera. A autoridade brasileira recebe o presente, 
sendo que o decreto já determina para onde ele deve destinar esse presente.
Se fosse permitido dar presentes indistintamente a servidores, isso criaria uma situação 
com um particular que não é muito aceitável: existe uma regra no marketing jurídico, que é a 
reciprocidade. Quando alguém faz a compra de um produto e ganha um brinde, um presen-
tinho, a regra do marketing jurídico considera que isso gera um compromisso por parte de 
quem recebeu aquele presente, de retribuir de alguma forma.
A moralidade administrativa é compreendida como moral jurídica. Nesse sentido, com-
preende o conjunto de regras extraídas de condutas internas da Administração. 
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Princípio da Moralidade
DIREITO ADMINISTRATIVO
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/CEBRASPE/MPE-AP/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2021) A mora-
lidade administrativa não se distingue da moralidade comum, porquanto a sua preocu-
pação central é a distinção entre o bem e o mal.
COMENTÁRIO
A moralidade administrativa se distingue da moral comum e a moral administrativa não é 
essa distinção entre o bem e o mal, porque envolve conceitos de ética e de moralidade.
3.1 SÚMULA VINCULANTE N. 13 STF
A NOMEAÇÃO DE CÔNJUGE, COMPANHEIRO OU PARENTE EM LINHA RETA, COLA-
TERAL OU POR AFINIDADE, ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, DA AUTORIDADE 
NOMEANTE OU DE SERVIDOR DA MESMA PESSOA JURÍDICA INVESTIDO EM CARGO 
DE DIREÇÃO, CHEFIA OU ASSESSORAMENTO, PARA O EXERCÍCIO DE CARGO EM 
COMISSÃO OU DE CONFIANÇA OU, AINDA, DE FUNÇÃO GRATIFICADA NA ADMINIS-
TRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA EM QUALQUER DOS PODERES DA UNIÃO, DOS 
ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS, COMPREENDIDO O AJUSTE 
MEDIANTE DESIGNAÇÕES RECÍPROCAS, VIOLA A CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
A redação acima é confusa.
Por exemplo, a autoridade nomeante é um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
e não pode nomear um parente, até o 3º grau, para seu assessor.
O ministro do STJ fez a nomeação de uma pessoa, um assessor competente, que não é 
seu parente, que lhe pede que nomeie a esposa para uma função de assessoria, para uma 
função de confiança no gabinete daquele ministro ou então para o próprio STJ: isso também 
é vedado de acordo com a Súmula n. 13 do STF. 
Tanto os parentes em linha reta, como pais (parentes em 1º grau), avós (parentes de 2º 
grau), tios (parentes de 3º grau); na linha colateral – primos (parentes de 4º grau) na linha 
colateral não estão mais na situação de impedimento de nomeação pela Súmula.
Qual é a relação entre a pessoa e o cônjuge?
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Princípio da Moralidade
DIREITO ADMINISTRATIVO
Cônjuge é cônjuge, não é grau de parentesco, mas os parentes do cônjuge passam a ser 
parentes por afinidade, inclusive mantendo o mesmo grau de afinidade com o cônjuge: os 
pais do cônjuge são parentes do cônjuge em 1º grau e passa a ser parente do cônjuge, em 
1º grau, por afinidade. O parentesco de 1º grau nunca se desfaz: filho não vai deixar de ser 
filho, pai nunca vai deixar de ser pai e sogra nunca vai deixar de ser sogra.
O “ajuste mediante designações recíprocas” é o famoso nepotismo cruzado: determinada 
autoridade tem um filho ou um parente, não pode nomeá-lo, então, outra autoridade, com um 
filho ou um parente, que também não pode nomear, mas podem combinar de um nomear o 
filho do outro e vice-versa. O nepotismo cruzado é VEDADO. 
Esta Súmula se aplica para cargos técnicos.
Obs.: a Súmula Vinculante n. 13, do STF, não se aplica aos cargos políticos.
Por exemplo, uma autoridade que é presidente da República, tem um parente, pode 
nomeá-lo para ministro de Estado?
Sim, porque esse cargo é considerado cargo político, como também é cargo político o de 
secretário de Estado.
Esse ministro ou secretário de Estado pode nomear um parente para seu assessor?
Não, porque, neste caso, o assessor passa a ser um cargo técnico.
Há um Julgado do STF que vem barrando algumas situações de nomeações de cargos, 
em tese, políticos, quando a pessoa não tem a mínima habilidade, a mínima condição para 
exercer aquela função, seja por falta de capacidade técnica, seja por falta de experiência, 
seja por falta de habilidade.
A jurisprudência do STF preconiza que, ressalvada situação de fraude à lei, a nomeação 
de parentes para cargos públicos de natureza política não desrespeita o conteúdo normativo 
do enunciado da Súmula Vinculante 13.” (RE 825682 AgR, Relator Ministro Teori Zavascki, 
Segunda Turma, julgamento em 10.2.2015, DJe de 2.3.2015) Em hipóteses que atinjam ocu-
pantes de cargos políticos, a configuração do nepotismo deve ser analisado caso a caso, a 
fim de se verificar eventual ‘troca de favores’ ou fraude a lei. 3. Decisão judicial que anula 
ato de nomeação para cargo político apenas com fundamento na relação de parentesco 
estabelecida entre o nomeado e o chefe do Poder Executivo, em todas as esferas da fede-
ração, diverge do entendimento da Suprema Corte consubstanciado na Súmula Vinculante 
n. 13.” (Rcl 7590, Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, julgamento em 30.9.2014, 
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DJe de 14.11.2014) (...) Tanto assim que, nessa ocasião, alguns Ministros observaram que a 
caracterização do nepotismo não estaria afastada em todo e qualquer caso de nome-
ação para cargo político, cabendo examinar cada situação com a cautela necessária. 
Estou convencido de que, em linha de princípio, a restrição sumular não se aplica à 
nomeação para cargos políticos. Ressalvaria apenas as situações de inequívoca falta 
de razoabilidade, por ausência manifesta de qualificação técnica ou de inidoneidade 
moral.” (Rcl 17627, Relator Ministro Roberto Barroso, decisão monocrática, julgamento em 
8.5.2014, DJe de 15.5.2014)
Obs.: o STF tem afastado nomeações para cargos políticos quando não há demonstração 
de que tem capacidade técnica. Citando precedentes como a RCL 17627 (de rela-
toria do ministro Luís Roberto Barroso), e RCL 11605 (do ministroCelso de Mello).
A Turma observou que não haveria nos autos elementos objetivos a configurar o nepo-
tismo, uma vez que a incompatibilidade dessa prática com o art. 37, “caput”, da CF não 
decorreria diretamente da existência de relação de parentesco entre pessoa designada e 
agente político ou servidor público, mas da presunção de que a escolha para ocupar cargo 
de direção, chefia ou assessoramento fosse direcionada a pessoa com relação de paren-
tesco com alguém com potencial de interferir no processo de seleção. Assim, em alguma 
medida, violaria o princípio da impessoalidade – princípio que se pretendera conferir 
efetividade com a edição do Enunciado 13 da Súmula Vinculante – vedar o acesso de 
qualquer cidadão a cargo público somente em razão da existência de relação de paren-
tesco com servidor que não tivesse competência para selecioná-lo ou nomeá-lo para 
o cargo de chefia, direção ou assessoramento pleiteado, ou que não exercesse ascen-
dência hierárquica sobre aquele que possuísse essa competência. Ressaltou que, na 
espécie, não haveria qualquer alegação de designações recíprocas mediante ajuste. Além 
disso, seria incontroversa a ausência de relação de parentesco entre a autoridade nome-
ante – conselheiro do tribunal de contas – e a pessoa designada. Ademais, ao se analisar a 
estrutura administrativa da Corte de Contas não se verificara a existência de hierarquia entre 
os cargos de chefe de gabinete da presidência e de assessor de controle externo. Vencido o 
Ministro Gilmar Mendes (relator). Rcl 18564/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acór-
dão Min. Dias Toffoli, 23.2.2016. (Rcl-18564)
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Princípio da Moralidade
DIREITO ADMINISTRATIVO
Obs.: o STF entendeu que Conselheiro de Tribunal de Contas é um cargo técnico e não 
político. Sendo um cargo técnico, não pode haver nomeação.
Servidor público efetivo indicado para cargo em comissão e relação de parentesco com 
servidor não efetivo do mesmo órgão – POSSIBILIDADE – “Considerada a amplitude e a 
complexidade da estrutura administrativa dos diversos órgãos do Poder Judiciário no tocante 
à gestão de seus servidores (efetivos ou não), entendo que não configura nepotismo a nome-
ação de pessoa sem vínculo efetivo com o órgão para cargo de direção, chefia ou assesso-
ramento sem que se questione a existência de qualquer influência do servidor efetivo com 
quem o nomeado é casado, mantém relação estável ou possui relação de parentesco sobre 
a autoridade nomeante, seja para fins de se alcançarem interesses pessoais do servidor efe-
tivo (devido a relações de amizade, subordinação ou mudança de localidade, por exemplo) 
ou da autoridade nomeante (mediante troca de favores), sob pena se afrontar um dos prin-
cípios que a própria Resolução CNJ n. 7/05 e a Súmula Vinculante n. 13 pretenderam res-
guardar, qual seja, o princípio constitucional da impessoalidade.” MS 28.485, Relator Ministro 
Dias Toffoli, Primeira Turma, julgamento em 11.11.2014, DJe de 4.12.2014.
Nepotismo e lei estadual que prevê hipóteses de exceção – Inconstitucionalidade – “A 
previsão impugnada, ao permitir (excepcionar), relativamente a cargos em comissão ou fun-
ções gratificadas, a nomeação, a admissão ou a permanência de até dois parentes das auto-
ridades mencionadas no caput do art. 1º da Lei Estadual n. 13.145/1997 e do cônjuge do 
chefe do Poder Executivo, além de subverter o intuito moralizador inicial da norma, ofende 
irremediavelmente a Constituição Federal.” ADI 3.745, Relator Ministro Dias Toffoli, Tribunal 
Pleno, julgamento em 15.5.2013, DJe de 1.8.2013.
GABARITO
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preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino. 
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Princípio da publicidade e eficiência
DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE E EFICIÊNCIA
4. PUBLICIDADE
A publicidade é a divulgação oficial dos atos para a produção dos seus efeitos e dos 
demais atos que demonstrem a transparência da administração público.
A divulgação oficial de atos para a produção de efeitos diz respeito à palavra publicação.
ATENÇÃO
Não confundir publicidade com publicação. O princípio da publicidade é maior do que a 
simples publicação. A publicação é o Diário Oficial, que é a condição para os atos produ-
zirem efeitos.
Divulgar algo no Diário Oficial é fazer publicidade por meio da publicação.
Apesar de certa divergência, prevalece no Direito Administrativo que a publicação, quando 
exigida, é uma condição de eficácia do ato. Significa que o ato só vai produzir os seus efeitos 
quando acontecer a publicação.
Exemplo: quando o servidor vai ser designado para uma função de confiança, a partir da 
publicação da nomeação é que ele estará investido na função. Enquanto isso não acontece, 
ele não está na função, não está produzindo efeitos e não está tendo eficácia.
Alguns autores apresentam que a condição de validade, mas prevalece no Direito Admi-
nistrativo que a publicação exigida em lei é uma condição para a eficácia do ato e para a 
produção de efeitos do ato administrativo.
Tudo tem que ser publicado na imprensa oficial? Não. Há outras formas de publicidade, 
como o portal da transparência, as propagandas na televisão e nos rádios. Tudo o que o 
governo faz como divulgação dos seus atos é publicidade, sendo a publicação um desses atos.
A publicação só irá acontecer quando a lei exigir. Exemplos: nomeação de servidor no 
Diário Oficial; a exigência da Lei 8.666, enquanto vigente, da publicação na imprensa oficial 
dos contratos para a produção dos seus efeitos.
A publicidade acontece de outras formas, como a Voz do Brasil, que passa na rádio e que 
divulga atos do Judiciário, do Legislativo e do Executivo. 
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Princípio da publicidade e eficiência
DIREITO ADMINISTRATIVO
ATENÇÃO
Não se esgota a publicidade com a Voz do Brasil, pois o programa não tem o alcance ne-
cessário e nem divulga todos os atos.
A divulgação na Voz do Brasil é uma forma de publicidade, mas não esgota o princípio da 
publicidade.
A publicidade também é transparência, pois também é a divulgação dos demais atos da 
administração, não só através de Diário Oficial.
A nova Lei de Licitações, Lei 14.133, trouxe o princípio da transparência como clareza 
nas informações. O que adianta uma empresa estatal divulgar o seu relatório anual da admi-
nistração sem clareza, em que não se consegue entender nada? Nesse caso, há publicidade, 
mas não há transparência.
A Lei de Licitações trouxe expressamente o princípio da transparência. Além de divulga-
ção, deve-se ter clareza das informações dos editais, dos aditivos contratuais e da formaliza-
ção do contrato administrativo.
As exceções da publicidade estão na própria Constituição, em seu art. 5º, inciso XXXIII:
Art. 5º
XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, 
ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabili-
dade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
A Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011) regulamenta esse artigo da Constituição 
e permite a restrição de alguns atos em determinados prazos, que, posteriormente, terão 
uma publicidade automática.
Se a informação for classificada como reservada, por exemplo, encerrado o prazo de não 
divulgação, automaticamente elaserá divulgada por questões de segurança do Estado ou 
da sociedade.
Por questão de proteção à privacidade ou à intimidade, pode-se restringir divulgação 
de atos. Exemplo: não divulgar que um servidor passou por um processo disciplinar por se 
ausentar do serviço e ter problemas com alcoolismo. Protege-se a intimidade a privacidade 
em razão da publicidade.
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Princípio da publicidade e eficiência
DIREITO ADMINISTRATIVO
DIRETO DO CONCURSO
1. (2021/CESPE/CEBRASPE/MPE–AP/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO)
Na doutrina, prevalece o entendimento de que a falta de publicação dos atos adminis-
trativos não impede que eles adquiram eficácia, embora o agente público responsável 
por essa omissão possa responder por ato de improbidade administrativa.
COMENTÁRIO
Prevalece o entendimento de que se não há a publicação quando a lei assim exige há um 
impeditivo para a condição de eficácia. 
A Lei de Improbidade (Lei 8.429/1992), em seu artigo 11, traz a violação de qualquer princí-
pio como um ato de improbidade que atenta contra o princípio da administração, podendo 
a autoridade responder por improbidade se dolosamente praticou aquele ato.
Ainda sobre a publicidade, tem-se julgados importantes. O julgado abaixo discutiu a pos-
sibilidade de divulgação de parte do CPF ou da Carteira de Identidade do servidor em Portal 
da Transparência. O Supremo entendeu que quando alguém decide ser servidor, ele abre 
mão de parte da sua privacidade.
2. Não cabe, no caso, falar de intimidade ou de vida privada, pois os dados objeto da divulgação 
em causa dizem respeito a agentes públicos enquanto agentes públicos mesmos; ou, na lingua-
gem da própria Constituição, agentes estatais agindo “nessa qualidade” (parágrafo 6º do art. 377). 
E quanto à segurança física ou corporal dos servidores, seja pessoal, seja familiarmente, claro que 
ela resultará um tanto ou quanto fragilizada com a divulgação nominalizada dos dados em debate, 
mas é um tipo de risco pessoal e familiar que se atenua com a proibição de se revelar o endereço 
residencial, o CPF e a CI de cada servidor. No mais, é o preço que se paga pela opção por uma 
carreira pública no seio de um Estado republicano. SS 3902 AgR-segundo, Relator(a): Min. AYRES 
BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 09/06/2011, DJe-198 DIVULG 30/09/2011 PUBLIC 03/10/2011 
EMENT VOL-02599-01 PP-00055)
Para resolver a questão do princípio da publicidade, que exige a divulgação, e a proteção 
à intimidade, que é outro princípio constitucional, usa-se a regra da concordância prática ou 
da harmonização. Verifica-se, no caso concreto, qual princípio prevalecerá em detrimento 
do outro. No caso em questão, o STF decidiu pela questão da publicidade em razão da 
intimidade.
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Princípio da publicidade e eficiência
DIREITO ADMINISTRATIVO
Quando a pessoa decide ser um servidor público, ela está sujeita a um regime especial, 
permitindo que a administração divulgue o seu contracheque na transparência, assim como 
o seu nome e parte do CPF. Ainda, o servidor não pode exercer comércio, ser gerente ou 
administrador de empresa privada (Lei 8.112) e nem receber presentes.
EFICIÊNCIA
Segundo Eli Lopez Meireles, o princípio da eficiência exige que os atos sejam executados 
com presteza, perfeição, rendimento e a melhor relação custo-benefício. 
Antes, o princípio da eficiência era implícito na Constituição. Com a Emenda 19/1998, este 
princípio foi acrescentado expressamente junto com os demais princípios na Constituição.
Com a Emenda 45/2004, a Reforma do Poder Judiciário, o princípio da eficiência foi 
acrescentado dentro do processo administrativo (art. 5º, inciso LXXXVIII, da CF).
O último inciso do art. 5º da Constituição Federal apresenta que o processo judicial e o 
processo administrativo devem ser levados com eficiência. O processo que demora não é 
eficiente e é garantida a razoável duração do processo.
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Princípio da Motivação
DIREITO ADMINISTRATIVO (JURÍDICO
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO
Obs.: O servidor público não pode exercer atividade de comércio (vender produto ou pres-
tar serviço com interesse lucrativo), estando sujeito à demissão.
IMPLÍCITOS NA CF
1. MOTIVAÇÃO
É a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos que autorizaram a conduta administra-
tiva. É a justificação de um ato praticado. 
Por exemplo, quando um servidor é demitido é emitido um parecer com o ato por ele 
cometido e a motivação para a demissão. O mesmo ocorre com outros documentos, como 
por exemplo, uma multa de trânsito.
1.1. Motivo e motivação
Motivação é diferente do motivo e também diferente do móvel administrativo.
O motivo é antecedente à prática do ato. É uma situação fática ou jurídica que gera o ato.
Motivação e motivos se relacionam. Na motivação deve constar os verdadeiros motivos 
que geraram a conduta. 
• Teoria dos Motivos Determinantes: Significa que quando um ato é motivado, ele só 
será válido se os motivos apresentados forem verdadeiros.
Todo ato administrativo tem que responder à Teoria dos Motivos determinantes, se não 
ele passa a ser um ato ilegal.
• Móvel: É a intenção que está na mente do agente público quando pratica o ato. 
1.2 Momento de fazer a motivação
A motivação será prévia ou concomitante à prática do ato.
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Princípio da Motivação
DIREITO ADMINISTRATIVO (JURÍDICO
INFORMATIVO 529 STJ - Admitiu, de maneira excepcional, motivação posterior nas 
informações do MS (Mandado de Segurança). AgRg no RMS 40.427-DF, Rel. Min. Arnaldo 
Esteves Lima, julgado em 3/9/2013.
Não deve ser feita a motivação com base apenas em conceitos genéricos ou abstratos. A 
motivação deve ser explícita, clara e congruente , a fim de que o particular saiba com exa-
tidão todas as razões da prática do ato administrativo (art. 50, Lei n. 9.784/99).
1.3 Motivação: dever ou faculdade do administrador? (Atos discricionários e vinculados)
• Atos discricionários: São aqueles em que o agente público tem um certo grau de 
liberdade para valorar os motivos e escolher o que ele irá fazer.
• Ato vinculado: Atos onde o agente público não tem nenhuma liberdade e terá que 
fazer o que a lei determinou.
Atualmente a regra geral é fazer a motivação para ambos os atos.
Porém existem exceções. Um exemplo é a nomeação e exoneração de cargos em comissão.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamen-
tos jurídicos, quando:
I – Neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – Imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – Decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – Dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – Decidam recursos administrativos;
VI – Decorram de reexame de ofício;
VII – Deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, 
propostas e relatórios oficiais;
VIII – Importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo 
Tese STF: “A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) tem o dever jurídico de 
motivar,em ato formal, a demissão de seus empregados.” RE 589998/PI, rel. Min. Roberto 
Barroso, julgamento em 10.10.2018. (RE-589998)
1.4 Motivação aliunde ou per relationem (Carvalho Filho e Hely Lopes) é aquela que se 
faz com base em instrumento diverso do ato. É a motivação realizada com base em laudos, 
pareceres ou relatórios anteriormente emitidos como forma de suprimento da motiva-
ção e tem fundamento no art. 50, § 1º, da Lei n. 9.784/1999.
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Princípio da Razoabilidade, Proporcionalidade e Supremacia do Interesses...
DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE, PROPORCIONALIDADE E 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
2. RAZOABILIDADE/PROPORCIONALIDADE
Muitas vezes esses princípios são tratados como sinônimos. Os atos devem ser razoá-
veis e proporcionais.
• Razoabilidade: Bom-senso das decisões.
• Proporcionalidade: Adequação entre os meios e fins. 
Obs.: Esses dois princípios estão implícitos na CF, mas expressos na Lei 9784/99, art. 2º.
Aferição da proporcionalidade:
A conduta proporcional precisa ter adequação, exigibilidade e proporcionalidade em sen-
tido estrito.
a) Adequada: O meio utilizado deve ser o correto, em vista do fim que se deseja alcan-
çar. O meio deve ser apto a atingir o fim a que se destina;
b) Necessária/Exigibilidade: A conduta deve ser a menos gravosa em relação aos bens 
envolvidos;
c) Proporcionalidade em sentido estrito: As vantagens devem superar as desvanta-
gens; deve haver compatibilidade e equilíbrio entre os danos e as vantagens. Proporcio-
nalidade entre o grau de restrição a um direito e o grau de realização do direito contraposto. 
Ex.: Um prefeito coloca uma cerca elétrica com voltagem capaz de matar para a proteção 
de uma estátua em uma praça pública. A cerca é adequada, pois protege a estátua. Porém 
não é necessário, pois não é a menos gravosa. Também não há proporcionalidade pois não 
se tem equilíbrio entre a estátua ficar protegida e alguém morrer.
Outro exemplo: Emite-se um decreto afirmando que se na terceira tentativa não houver 
ninguém em casa, a autoridade sanitária pode arrombar domicílios com suspeita de focos 
de mosquito da dengue. Nesse caso, a conduta é adequada pois realiza a prevenção da 
doença. É também a menos gravosa, pois foram feitas duas tentativas e notificações antes 
de realizar o arrombamento. Também há um equilíbrio entre danos e vantagens.
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Princípio da Razoabilidade, Proporcionalidade e Supremacia do Interesses...
DIREITO ADMINISTRATIVO
3. SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO
Quando houver conflito entre um interesse público e um interesse privado, prevalece o 
interesse da coletividade.
Ex.: Desapropriação de uma área particular para construção de uma rodovia. 
3.1 Interesse público primário e secundário
• Primário: Interesse da Coletividade.
• Secundário: Interesse do Estado como pessoa jurídica.
Obs.: O interesse público secundário só será válido quando coincidir com o interesse públi-
co primário.
Obs.: O interesse público secundário é disponível e o interesse público primário é in-
disponível.
Ou seja, o Estado não pode desistir da buscar dos interesses da coletividade. Porém, ele 
pode desistir dos interesses secundários, caso a lei autorize isso.
Ex.: O Estado não pode colocar um radar de velocidade em um local de baixo nível de 
acidente apenas para gerar arrecadação financeira com multas. Isso vai contra o interesse 
público primário. 
O Ministério Público tutela o interesse público primário.
SUBPRINCÍPIO – INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO.
Indisponibilidade do interesse público e arbitragem 
Ementa: Poder Público. Transação. Validade. Em regra, os bens e o interesse público, 
são indisponíveis, porque pertencem à coletividade. É, por isso, o Administrador, mero gestor 
da coisa pública, não tem disponibilidade sobre os interesses confiados à sua guarda e rea-
lização. Todavia, há casos em que o princípio da indisponibilidade do interesse público deve 
ser atenuado, mormente quando se tem em vista que a solução adotada pela Administração 
é a que melhor atenderá à ultimação deste interesse. Assim, tendo o acórdão recorrido con-
cluído pela não onerosidade do acordo celebrado, decidir de forma diversa implicaria o ree-
xame da matéria fático-probatória, o que é vedado nesta instância recursal (Súm. 279/STF). 
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Princípio da Razoabilidade, Proporcionalidade e Supremacia do Interesses...
DIREITO ADMINISTRATIVO
Recurso extraordinário não conhecido (RE 253885, Relator(a): Min. Ellen Gracie, Primeira 
Turma, julgado em 04.06.2002, DJ 21.06. 2002, PP-00118 Ement Vol-02074-04 PP-00796)
Lei 8987/95 - Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanis-
mos privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive 
a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei n. 9.307, 
de 23 de setembro de 1996. (Incluído pela Lei n. 11.196, de 2005)
Lei 11079/05 - Art. 11. O instrumento convocatório conterá minuta do contrato, indicará 
expressamente a submissão da licitação às normas desta Lei e observará, no que couber, os 
§§ 3º e 4º do art. 15, os arts. 18, 19 e 21 da Lei n. 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, podendo 
ainda prever:
III – o emprego dos mecanismos privados de resolução de disputas, inclusive a arbitra-
gem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei n. 9.307, de 23 de 
setembro de 1996, para dirimir conflitos decorrentes ou relacionados ao contrato.
3.2 Discussão acerca da existência do princípio da supremacia do interesse público.
Interesse público X dignidade da pessoa humana
O princípio da supremacia do interesse público ainda existe. Todo regime jurídico admi-
nistrativo está baseado em dois princípios: legalidade e a supremacia do interesse público. 
Porém alguns doutrinadores defendem que tem que ser estudado caso a caso e que há alguns 
casos em que a dignidade da pessoa humana pode prevalecer sobre o interesse público.
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Princípios Implícitos – Autotutela
DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS – AUTOTUTELA
4. AUTOTUTELA/SINDICABILIDADE
Significa autocontrole. A administração tem o poder de controle dos seus atos, através de:
• Revogação: Do ato legal não conveniente e oportuno.
Exemplo: Revogar autorização para o funcionamento de uma barraca de cachorro-quente. 
Estava tudo legal, mas passou a gerar tumulto no local, então a autorização foi revogada.
• Anulação: Dos atos ilegais.
Exemplo: Radar com defeito marca que carro passou a 600 km/h ao invés de 60, o que 
seria impossível. A multa então é anulada.
A autotutela acontece dentro de uma relaçãohierarquizada.
Na verdade, sindicabilidade significa que a administração está sujeita à controle, tanto 
controle dos próprios atos, ela mesmo realizando (autotutela) ou o controle do Poder Judici-
ário. Porém, para a prova de concurso, autotutela e sindicabilidade são tratados como sinô-
nimos, associando a sindicabilidade com a autotutela.
O princípio em estudo foi consubstanciado nas Súmulas 346: “A Administração Pública 
pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”; e 473: “A Administração pode anular seus 
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam 
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos 
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”, do STF.
Ou seja, a administração tem o poder de controlar seus atos, revogando ou anulando, 
sempre ressalvada quanto à questão da legalidade a apreciação judicial.
Posteriormente, a Súmula n. 473 foi positivada no art. 53 da Lei n. 9.784/99, com a 
seguinte redação: “A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício 
de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos.” A Lei também fixou o prazo de 5 anos para a anulação dos atos ilegais, 
salvo comprovada má-fé.
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O STJ possui o entendimento de que o termo inicial da contagem do prazo de 5 anos 
para se fazer a anulação de atos praticados anteriormente à Lei n. 9.784/99 ocorre a partir da 
publicação da lei nova. Assim, por exemplo, só tem início o prazo decadencial de cinco anos 
para um ato praticado em 1994 a partir da publicação da lei (1999), consumando-se no ano 
de 2004 (MS 9112/DF).
Exemplo: Se foi praticado um ato administrativo em 1980, nessa época ainda não exis-
tia prazo para realizar a anulação, ela poderia ser feita em qualquer época. Mas em 1999 foi 
feita a lei n. 9.784/99, fixando o prazo de 5 anos. O STJ segue a linha de que o prazo conta 
a partir da publicação da lei, então a anulação poderia ser feita até 2004 (1999+5).
ATENÇÃO
Não há de se falar em prazo de 5 anos quando o ato afronta a Constituição.
SÚMULA VINCULANTE N. 3
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a 
ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo 
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão ini-
cial de aposentadoria, reforma e pensão. 
Obs.: A regra geral é que há contraditório e ampla defesa quando resultar em revogação ou 
anulação do ato que beneficiou o interessado. Tem que se observar o prazo de 5 anos.
Não há direito a contraditório e ampla defesa prévia no caso de concessão inicial de apo-
sentadoria, reforma e pensão. 
Quando na concessão do órgão de origem e na análise pelo TCU decorrer mais que 
cinco anos, o interessado passa a ter direito a contraditório e ampla defesa no TCU. Mas a 
legislação evoluiu.
Tese fixada no julgamento do RE n. 636.553 foi a seguinte: “Em atenção aos princípios 
da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos ao 
prazo de 5 (cinco) anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial 
de aposentadoria, reforma ou pensão, a contar da chegada do processo à respectiva 
Corte de Contas”.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Obs.: Da RE636553 podemos concluir que registro de aposentadoria, reforma ou pensão 
no TCU continua sendo um ato complexo; depende da manifestação do órgão que o 
servidor trabalha e do Tribunal de Contas. 
Se dentro dos 5 anos não houver homologação, não tem contraditório e ampla defesa prévia.
O relator, Ministro Gilmar Mendes, propôs, por analogia, a aplicação do prazo prescri-
cional de cinco anos previsto no Decreto 20.910/1932 para que o administrado acione a 
Fazenda Pública. “Se o administrado tem o prazo de cinco anos para buscar qualquer direito 
contra a Fazenda Pública, também podemos considerar que o Poder Público, no exercício 
do controle externo, teria o mesmo prazo para rever eventual ato administrativo favorável ao 
administrado”, explicou. O Ministro afastou a aplicação do art. 54, da Lei n. 9.784/99.
Tese: É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de 
Tribunal de Contas. (colocar em ordem direta).
Fundamento: Não aplicação do tema n. 897 (imprescritibilidade referente a atos dolosos 
de improbidade) 
• Não estão presentes em relação as decisões do Tribunal de Contas que resultem 
imputação de débito ou multa os requisitos da tema 897, e, que, nos termos do §3º, do 
artigo 71 da CF, tem eficácia de título executivo; sendo, portanto, prescritível a preten-
são de ressarcimento ao erário fundada nessas decisões; uma vez que, (a) TCU não 
analisa a existência ou não de ato doloso de improbidade administrativa; (b) não há 
decisão judicial caracterizando a existência de ato ilícito doloso, inexistindo contraditó-
rio e ampla defesa plenos, pois não é possível ao imputado defender-se no sentido da 
ausência de elemento subjetivo.
• Após a conclusão da tomada de contas, com a apuração do débito imputado ao juris-
dicionado, a decisão do TCU formalizada em acórdão terá eficácia de título executivo 
e será executada conforme o rito previsto na Lei de Execução Fiscal (Lei 6.830/1980), 
por enquadrar-se no conceito de dívida ativa não tributária da União, conforme estatui 
o art. 39, § 2º, da Lei 4.320/1964.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
• Não há que se falar em imprescritibilidade, aplicando-se, integralmente, o disposto 
no artigo 174 do Código Tributário Nacional c/c art. 40 da Lei 6.830/1980, que rege a 
Execução Fiscal e fixa em cinco anos, respectivamente, o prazo para a cobrança do 
crédito fiscal e para a declaração da prescrição intercorrente.
• Havendo elementos consistentes da atuação dolosa, há a possibilidade de ajuizamento 
da ação civil pública por ato de improbidade administrativa, na qual (a) os acusados 
terão plenas oportunidades de defesa e (b) a condenação ao ressarcimento, compro-
vado o agir doloso, será imprescritível, na forma da jurisprudência desta CORTE.
Ação: Recurso Extraordinário (RE) 636.886 – Tese 899
Decisão: Unanimidade
Min. Relator: Alexandre de Moraes
��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS – SEGURANÇA JURÍDICA
5. SEGURANÇA JURÍDICA (PROTEÇÃO À CONFIANÇA)
Segurança jurídica quer dizer maior estabilidade das relações jurídicas.
O princípio da proteção à confiança ou “proteção à confiança legítima” corresponde ao 
aspecto subjetivo da segurança jurídica, de forma a ser considerado desdobramento deste. Con-
forme ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “princípio da proteção à confiança leva em conta a 
boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam lícitose, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria Administração e por terceiros”.
Como decorrência, também, do princípio da segurança jurídica, a Lei n. 9.784/99 veda 
a aplicação retroativa da nova interpretação da lei (art. 2º). Com essa regra, se ocorre nova 
interpretação de dispositivo legal, o entendimento não pode atingir efeitos pretéritos.
ATENÇÃO
Quando se fala em “nova interpretação”, é o entendimento novo sobre a análise de uma lei. 
Um exemplo disso é se um órgão público decide dar aumento para todos os funcionários, 
mas depois faz uma nova interpretação da lei e, assim, nota que o aumento não deveria 
ter sido concebido para todos, mas sim para apenas uma parte dos funcionários. Assim, 
eles avisarão sobre o corte para os funcionários que terão os pagamentos suspensos, mas 
não podem exigir a devolução do que já foi pago, mesmo que tenha sido por engano, pois 
a nova interpretação funciona do momento da nova intepretação para frente, ignorando o 
que aconteceu anteriormente. 
Nesse sentido, a Súmula n. 249 do TCU: “É dispensada a reposição de importâncias 
indevidamente percebidas, de boa-fé, por servidores ativos e inativos e pensionistas em vir-
tude de erro escusável de interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de 
autoridade legalmente investida em função de orientação e supervisão, à vista da presunção 
de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais.”
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIRETO DO CONCURSO
(CEBRASPE – PGE/PB – Edital: 2021)
2. Por diferentes razões, a administração pública às vezes realiza, de maneira indevida, 
pagamentos de salário, remuneração, gratificações e outros benefícios em favor de 
seus servidores públicos. Caso o pagamento seja menor que o devido, o servidor públi-
co pode pleitear seus direitos por via administrativa ou judicial. Caso o pagamento seja 
a maior, a administração pública promoverá o ressarcimento ao erário, quando cabível.
Considerando o tema abordado no texto anterior, bem como o entendimento atual do 
Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a esse respeito, redija um texto apresentando a hi-
pótese em que o servidor público não é obrigado a devolver o montante que tiver rece-
bido indevidamente a maior [valor: 7,00 pontos] e a hipótese em que ele é obrigado a 
ressarcir o erário [valor: 7,00 pontos]. Ao abordar esta última hipótese, indique e justifi-
que o prazo prescricional para que a fazenda pública promova a ação de ressarcimento 
ao erário, nos termos do entendimento do STJ [valor: 5,00 pontos].
Para responder essa questão, o candidato teria que citar o seguinte:
Súmula 34-AGU: Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo 
servidor público, em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da 
Administração Pública.
Súmula 249 do TCU: É dispensada a reposição de importâncias indevidamente percebi-
das, de boa-fé, por servidores ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusável 
de interpretação de lei por parte do órgão/entidade, ou por parte de autoridade legalmente 
investida em função de orientação e supervisão, à vista da presunção de legalidade do ato 
administrativo e do caráter alimentar das parcelas salariais.
TEMA 531 STJ: Quando a Administração Pública interpreta erroneamente uma lei, resul-
tando em pagamento indevido ao servidor, cria-se uma falsa expectativa de que os valores 
recebidos são legais e definitivos, impedindo, assim, que ocorra desconto dos mesmos, ante 
a boa-fé do servidor público.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Questão submetida a julgamento
O Tema 531 do STJ abrange, ou não, a devolução ao Erário de valores recebidos de 
boa-fé pelo servidor público quando pagos indevidamente por erro operacional da Adminis-
tração Pública. 
TEMA 1009: Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro 
administrativo (operacional ou de cálculo), não embasado em interpretação errônea ou equi-
vocada da lei pela Administração, estão sujeitos à devolução, ressalvadas as hipóteses 
em que o servidor, diante do caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo com 
demonstração de que não lhe era possível constatar o pagamento indevido.
5.1 Teoria do Fato consumado
ATENÇÃO
• O fato consumado era utilizado quando uma pessoa, que entrou em um cargo público e 
depois foi julgado e considerado inapto para o cargo que ocupa, tinha o seu cargo retirado 
pelo juiz. A defesa alegava fato consumado, pois o servidor já havia estado por muitos anos 
trabalhando no cargo e, assim, não haveria motivo para retirá-lo de seu cargo.
• Hoje em dia, o STF não admite mais a teoria do fato consumado como regra geral.
STF – NÃO APLICAÇÃO - STF. Plenário. RE 608482/RN, Rel. Min. Teori Zavascki,
julgado em 7.8.2014 (repercussão geral). 
Em casos excepcionais admite:
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. JUÍZO DE RETRATAÇÃO. CON-
CURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGO DE POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL. 
EXIGÊNCIA DE APROVAÇÃO EM EXAME DE MOTORISMO. POSSE NO CARGO CONCE-
DIDA POR LIMINAR EM 1999. DECURSO DE MAIS DE 20 ANOS DESDE A CONCESSÃO DA 
LIMINAR. DISTINGUISHING. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL DO SERVIDOR CONHE-
CIDO PARA DAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL DO PARTICULAR.
1. A Vice-presidência desta Corte entendeu que o entendimento firmado por esta Corte, em 
princípio, destoa da manifestação exarada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do 
RE-RG 608.482, cuja tese firmada em repercussão geral consagra que “não é compatível com 
o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo, sob funda-
mento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em decorrência 
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DIREITO ADMINISTRATIVO
de execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza precária, 
supervenientemente revogado ou modificado” (Tema 476/STF). Por este motivo, encaminhou 
os autos para eventual juízo de retratação. A despeito do douto entendimento da Vice-Presi-
dente, entendo que a esta Turma não divergiu do Tema 476/STF.
2. De fato, a Primeira Turma, seguindo a orientação firmada pelo Supremo Tribunal Fede-
ral em repercussão geral (RE 608.482/RN, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe de 30.10.2014), 
entendia inaplicável a Teoria do Fato Consumado ao concurso público, não sendo possível o 
aproveitamento do tempo de serviço prestado por força de decisão judicial pelo militar tem-
porário, para efeito de estabilidade.
3. Contudo, a Primeira Turma passou a entender que existem situações excep-
cionais, como a dos autos, nas quais a solução padronizada ocasionaria mais danos 
sociais do que a manutenção da situação consolidada, impondo-se o distinguishing, e 
possibilitando a contagem do tempo de serviço prestado por força de decisão liminar 
para efeito de estabilidade, em necessária flexibilização da regra (REsp. 1.673.591/RS, 
Rel. Min. REGINA HELENA COSTA, DJe 20.8.2018); caso dos autos, em que a liminar 
que deu posse ao recorrente no cargo de Policial Rodoviário Federal foi deferida em 
1999 e desde então o recorrente está no cargo, ou seja, há 20 anos.
4. Agravo conhecido para dar provimento ao Recurso Especial do Servidor a fim de asse-
gurar sua manutenção definitiva no cargo de Policial Rodoviário Federal. (AREsp 883.574/MS, 
Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/02/2020, 
DJe 05/03/2020)
APOSENTADORIAE FATO CONSUMADO
Ementa: AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONCURSO PÚBLICO.
POSSE E EXERCÍCIO DETERMINADOS POR DE DECISÕES PRECÁRIAS. CONCES-
SÃO DE APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA. INADEQUAÇÃO DO TEMA 476 FIXADO NO 
RE 608.482. (REL. MIN. TEORI ZAVASCKI). 1. Em regra, não produzem fato consumado 
a posse e o exercício em cargo público decorrentes de decisão judicial tomada à base de 
cognição não exauriente. 2. A marca da excepcionalidade se faz presente no caso concreto, 
autorizando a distinção (distinguish) quanto ao leading case do Tema 476, devendo, unica-
mente por essa razão, ser mantido o aresto recorrido proferido pelo Superior Tribunal de Jus-
tiça. 3. Agravo interno a que se dá provimento.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
(RE 740029 AgR, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma,
julgado em 14/08/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-210 DIVULG 01-10-2018
PUBLIC 02-10-2018)
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DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS – CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA E 
CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
6. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA 
5º, inciso LV,: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
Súmula vinculante n. 5, STF: “A falta de defesa técnica por advogado no processo admi-
nistrativo disciplinar não ofende a CF”.
Súmula 373 – STJ – não se exige depósito prévio para interposição de recurso.
SÚMULA VINCULANTE N. 21: É INCONSTITUCIONAL A EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO 
OU ARROLAMENTO PRÉVIOS DE DINHEIRO OU BENS PARA ADMISSIBILIDADE DE 
RECURSO ADMINISTRATIVO. 
ATENÇÃO
•	 Quando	falamos	em	“princípio	expresso”	ou	em	“princípio	básico”,	significa	a	legalidade,	
impessoalidade,	moralidade,	publicidade	e	eficiência.
• O “princípio do contraditório” é o direito de se manifestar no processo, é o direito à ma-
nifestação. A “ampla defesa” quer dizer que nas manifestações, nos processos, todos os 
meios de prova admitidos serão usados.
7. CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
Art. 6º, parágrafo. 3º, II da Lei 8987/95, permite suspender a prestação: em situação de 
emergência ou após prévio aviso, quando:
I – motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações;
e,
II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade.
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Princípios Implícitos – Contraditório e da Ampla Defesa e Continuidade...
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ATENÇÃO
A	“continuidade	dos	serviços	públicos”	significa	que	o	serviço	público	não	pode	sofrer	in-
terrupção, ou seja, não pode interromper a prestação de um serviço público à sociedade. 
1) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadim-
plente	o	usuário,	desde	que	precedido	de	notificação.
3) É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica quando puder afetar o direito à 
saúde e à integridade física do usuário.
2) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais por razões de 
ordem	técnica	ou	de	segurança	das	instalações,	desde	que	precedido	de	notificação.
4) É legítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadim-
plente	pessoa	jurídica	de	direito	público,	desde	que	precedido	de	notificação	e	a	interrupção	
não atinja as unidades prestadoras de serviços indispensáveis à população.
5) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando inadim-
plente unidade de saúde, uma vez que prevalecem os interesses de proteção à vida e à saúde.
6) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando a inadim-
plência	do	usuário	decorrer	de	débitos	pretéritos,	uma	vez	que	a	 interrupção	pressupõe	o	
inadimplemento	de	conta	regular,	relativa	ao	mês	do	consumo.
7) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais por débitos de 
usuário anterior, em razão da natureza pessoal da dívida. 
8) É ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica em razão de débito irrisório, 
por	configurar	abuso	de	direito	e	ofensa	aos	princípios	da	proporcionalidade	e	razoabilidade,	
sendo cabível a indenização ao consumidor por danos morais.
9) É ilegítimo o corte no fornecimento de serviços públicos essenciais quando o débito 
decorrer de irregularidade no hidrômetro ou no medidor de energia elétrica, apurada unilate-
ralmente pela concessionária.
10) O corte no fornecimento de energia elétrica somente pode recair sobre o imóvel que 
originou o débito, e não sobre outra unidade de consumo do usuário inadimplente.
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DIRETO DO CONCURSO
1. Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: MPE-AP Prova: CESPE / CEBRASPE 
- 2021 - MPE-AP - Promotor de Justiça Substituto
Com relação aos princípios da administração pública, assinale a opção correta.
a. Em	 observância	 à	 autonomia	 da	 vontade,	 respeitada	 a	 prevalência	 do	 interesse	
público,	os	acordos	entre	particulares	e	a	administração	pública	afastam	a	incidência	
de normas de direito público.
b. Na doutrina, prevalece o entendimento de que a falta de publicação dos atos adminis-
trativos	não	impede	que	eles	adquiram	eficácia,	embora	o	agente	público	responsável	
por essa omissão possa responder por ato de improbidade administrativa.
c. O	princípio	da	eficiência	foi	introduzido	na	Constituição	Federal	de	1988	como	parte	
do esforço para a reforma gerencial da administração pública
d. O princípio da impessoalidade não impede que um agente público eleito insira, em 
propaganda	oficial	da	administração	pública,	o	slogan	da	sua	candidatura	ou	do	seu	
partido, porquanto esses dizeres se referem ao projeto político vencedor das eleições.
e. A moralidade administrativa não se distingue da moralidade comum, porquanto a sua 
preocupação central é a distinção entre o bem e o mal. 
2. Ano: 2021 Banca: Quadrix Órgão: CRF - RR Prova: Quadrix - 2021 - CRF - RR – As-
sistente Administrativo
Julgue o item, relativos aos princípios do direito administrativo.
A	 integral	vigência	do	princípio	da	 legalidade	pode	sofrer	constrições	 transitórias	em	
circunstâncias excepcionais previstas na Constituição Federal, como, por exemplo, a 
decretação do estado de defesa.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO DE GREVE
Tese	fixada	pelo	STF:	A	administração	pública	deve proceder ao desconto dos dias de 
paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em vir-
tude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre. É permitida a compensação em 
caso	de	acordo.	O	desconto	será,	contudo,	incabível	se	ficar	demonstrado	que	a	greve	foi	
provocada por conduta ilícita

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