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Pâncreas: Glândula Mista e Suas Funções

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Primeiramente, o pâncreas é conceituado como uma glândula mista, ou seja, esse órgão tem função
tanto endócrina quanto exócrina, ambas de extrema importância para a manutenção do metabolismo
digestivo e energético do corpo. 
Ademais, as secreções endócrinas do pâncreas determinam mudanças na homeostase do meio
interno, as quais se relacionam com a ocorrência de doenças de alta prevalência e caráter endêmico,
como o Diabetes Mellitus (DM), a obesidade e a Síndrome Metabólica.
Assim, no caso da sua parte endócrina, há a presença de aglomerados celulares, de
aproximadamente 300 células, chamados de “Ilhotas de Langerhans”, as quais estão localizadas de
maneira mais concentrada na parte caudal do pâncreas mas estão dispersas entre os ácinos serosos
de toda a glândula que fazem o controle da parte exócrina.Também, essas ilhotas têm um tipo de
conexão entre elas, pelas junções de Gap, o que facilita diversos processos de nutrição e de
secreção.
Células das ilhotas
As células das ilhotas são divididas em:
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
Histologia e fisiologia do pâncreas 
endócrino | Colunistas
https://sanarmed.com/
1. Alfa;
2. Beta;
3. Delta;
4. Delta1;
5. PP;
�. G;
7. Épsilon.
Cada uma delas secretam hormônios diferentes, de acordo com a ordem anterior:
1. Glucagon;
2. Insulina e amilina;
3. Somatostatina;
4. Polipeptídeo intestinal vasoativo;
5. Polipeptídeo pancreático;
�. Gastrina;
7. Grelina.
Histologia
Histologicamente, as células não podem ser diferenciadas por métodos comuns de histologia, deve
haver um tratamento imunocitológico especí�co para cada uma, com a adição de eletromicrogra�as. 
Além disso, o pâncreas é ricamente vascularizado por vasos sanguíneos, porém não há hierarquia na
irrigação das células endócrinas em humanos. E é inervado por �bras provindas do Sistema Nervoso
Simpático e Parassimpático(Norepinefrina, Acetilcolina, GABA). 
           ⤷Nesse corte histológico de um pâncreas de rato, B é a coloração da ilhota para visualização
das células beta, produtoras de insulina, C é a coloração das células alfa, produtoras de glucagon.
Fisiologia:
(Insulina)
A secreção de insulina é um processo complexo que envolve principalmente a percepção celular da
concentração de glicose no meio extracelular.
Nesse sentido, uma curiosidade interessante é que a glicose ingerida tem maior potencial de
estímulo da secreção de insulina que a glicose injetável, porque nos processos de digestão tem a
liberação de GIP(peptídeo insulinotrópico dependente de insulina), que é um hormônio intestinal que
promove a liberação de insulina e inibe a motilidade intestinal=EFEITO INCRETINA. 
Função
A insulina é um hormônio famoso, pois está intimamente relacionado à diminuição da glicemia no
sangue, ou seja, tem uma ação hipoglicêmica, promovendo a entrada de glicose nas células-alvo. E, ao
mesmo tempo, inibe processos de gliconeogênese e de glicogenólise.
Causa a diminuição das concentrações sanguíneas de ácidos graxos, de cetoácidos→inibe a beta-
oxidação, e de aminoácidos→carácter anabólico. 
A insulina parece ter um efeito direto sobre o centro hipotalâmico da saciedade independentemente
das consequências da glicemia. 
Secreção
A insulina é sintetizada no REG das células beta a partir de uma cadeia polipeptídica, a pré-pró-
insulina, uma molécula de alta densidade e pouca compactação, que sofre clivagem enzimática de
um fragmento de polipeptídeo e se transforma em pró-insulina.
Esse novo produto segue para o Complexo de Golgi das células B, é clivado/auto-excisão e tem a
separação do peptídeo C(conector) e da insulina de fato.
Todavia, eles são armazenados juntos em grânulos secretórios, revestidos por clatrinas e aguardam a
sinalização da glicose extracelular. 
Então, a partir da efetivação da sinalização, a glicose é transportada para dentro das células B pelo
transportador GLUT2, que tem baixa a�nidade por glicose, mas alta capacidade de transportá-la.
Agora dentro da célula, a glicose é fosforilada a glicose-6-fosfato, pela enzima  glicoquinase, depois
ela é oxidada e forma ATP, que é um fator importante para secreção de insulina. 
O ATP fecha os canais de (K+) na membrana celular sensíveis a essa moeda energética, causando
uma despolarização da mesma. Isso propicia a entrada de (Ca+) sensíveis à voltagem, seguindo seu
gradiente  eletroquímico. 
Esse aumento da concentração de (Ca+) causa a secreção, de fato, da insulina, que vai se
deslocando do Comp. de Golgi para a membrana celular, perdendo as clatrinas no seu revestimento.
Então, ocorre sua exocitose, com ajuda das �bras do citoesqueleto, por meio de seus grânulos, os
quais entram na circulação êntero-hepática e já sofrem uma degradação de 50% por insulinases
especí�cas, depois entram na circulação sistêmica. 
-Na célula-alvo: A insulina guia a glicose para local especí�co e se liga aos receptores de membrana,
como o ENPP-1, o qual transfere a insulina para dentro da célula e permite a ligação dela com uma
outra proteína, a IRS, que irá fosforilar a insulina e permitir sua utilização pelo GLUT4, para,
�nalmente, a entrada da glicose dentro da célula.  
(Glucagon)
-Fatores iniciais: É considerado o hormônio antagonista da insulina, ou seja, com o aumento da
glicemia, há a inibição desse hormônio, sendo sua supressão máxima em valores glicêmicos
próximos de 200mg/dl e sua estimulação máxima em valores próximos de 50mg/dl. 
Seus grânulos das células alfa são muito mais numerosos, mais compactados, menores e mais
densos que os das células beta.
Eletromicrogra�a de células α (A) e células β (B) de ilhota de Langerhans de coelho. Observe que os
grânulos das células α são muito mais numerosos, em arranjo mais compacto, menores e mais
densos do que os das células β (5.040 ×). (Fonte: Jorns A, Grube D. The endocrine pancreas of
glucagon-immunized and somatostatina-immunized rabbits. Cell Tissue Res. 1991;265:261-273.)
-Função: Esse hormônio atua principalmente nos hepatócitos, na quebra do glicogênio em glicose.
Também, ele ativa as enzimas hepáticas responsáveis pela gliconeogênese, então, incentiva uma
oferta cada vez maior de energia, tendo um efeito positivo na concentração sanguínea de ácidos
graxos e dos cetoácidos. 
-Secreção: Assim como na insulina, há a formação de um pró-hormônio, que irá sofrer clivagem
proteolítica e se transformar na sua forma ativa. Assim, terá sua ligação com os receptores de
membrana das células-alvo, que serão acoplados à Adenilil ciclase por uma proteínas Gs. Esse
processo é estimulado, além da glicemia, pela ingestão de proteínas, em especial, as que possuem
aminoácidos arginina e alanina,  pela liberação de colecistocinina, pelo jejum e pelo exercício
intenso. 
(Somatostatina)
Ela possui um efeito parácrino e endócrino, ou seja, pode agir inibindo as células alfa e beta, também,
age nas células musculares lisas do trato digestivo e da vesícula biliar, reduzindo a motilidade desses
órgãos. Tudo isso, como uma resposta aos altos níveis de glicose, de aminoácidos, de quilomícrons
no sangue após uma refeição.
(Polipeptídeo intestinal vasoativo)
Ele induz a glicogenólise e a hiperglicemia, além de regular a motilidade intestinal, o tônus da
musculatura lisa da parede intestinal e a secreção de íons e de água pelas células epiteliais
intestinais. 
(Polipeptídeo pancreático)
Ele ↓ o HCL secretado pelas células parietais estomacais, inibe as secreções exócrinas do pâncreas
e também estimula a liberação de enzimas pelas células principais do estômago. 
(Gastrina)
Ela ↑ liberação de HCL pelas células parietais e aumenta a taxa regenerativa das células estomacais. 
(Amilina)
Ela inibe o esvaziamento estomacal e participa na inibição de glucagon. 
(Grelina)
Ela induz a sensação de fome e modula a taxa de relaxamento receptivo da musculatura lisa da 
túnica muscular externa do trato gastrointestinal. 
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