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Medicina - 6º Semestre - Ana Paula Cuchera e Eduarda Costa Prof Denise 11 de out. de 2023 Definição - Interrupção da ventilação mecânica em pacientes com doenças irreversíveis, para os quais a morte é esperada e a ventilação se apresenta como intervenção responsável por postergar o processo de morte - Respeitar a vontade do paciente ou seu representante legal - Parte de um processo de transição do objetivo do cuidado - Priorizar o conforto do paciente com vistas ao acolhimento da família - Manejar sintomas - Intervenções proporcionadas - Comunicação - Atenção ao sofrimento do profissional que cuida - A retirada de suporte ventilatório não é abandono do paciente - Não há violação do princípio da beneficência se caminha de encontro aos valores e preferências do paciente - Não deve ser indicada com o intuito de paliar a dispnéia, pois para esta finalidade dispomos de intervenções farmacológicas terapêuticas mais adequadas ● Paliar a dispneia = morfina para diminuir a percepção da dispneia ● Não usa máscara pois pode prolongar a vida do paciente - Resolução 1805/2006 do CRM: ● “Na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente ou seu representante legal” ○ “Prolongar” a vida é errado ● Vigora desde 2010 ● Evitar a distanásia ● Promove a ortotanásia (processo de morte já instalado) - Código civil : ● Anatomia do paciente - Código de Ética médica: ● PROÍBE o médico de realizar procedimentos terapêuticos contra a vontade do paciente 1 - Código de Ética Médica: ● Proíbe o médico de realizar procedimentos terapêuticos contra a vontade do paciente (SABER) OBS! broncorreia = sororoca 2 OBS! Admissões não planejadas paciente → ir para hospital com mais frequência, onde o médico não estava esperando - Escala de Barthel - Escalas de Funcionalidade: 3 Procedimento comum em urgê ncia e emergência 1- HIPODERMÓCLISE ● Administração de medicamentos fluidos pela via cutânea ○ Utilizado pois o paciente está tão acometido que não tem mais vias de administração ● 2000ml/24 horas 4 - Situação onde a via oral não é possível: ● Disfagia avançada sem dispositivo alternativo para dieta, ● Náuseas e vômitos incoercíveis, ● Obstrução intestinal maligna, ● Rebaixamento do nível de consciência ● Agitação - A via deve ser utilizada para hidratar e controlar sintomas. - A hipodermóclise também está indicada quando o paciente já tem um acesso endovenoso com medicação contínua, sem condições de outro acesso EV para demais medicações. - Quando não usar: ● Medicação incompatível por via subcutânea, ● Recusa do paciente, ● Anasarca, ● Caquexia extrema, ● Pele com lesão, edema, infecção ou irritação local, ● Áreas previamente expostas a radioterapia ou submetidas a linfadenectomia, ● Situações de emergência (como necessidade de reposição rápida de volume), ● Plaquetopenia severa Zonas Procedimentos comuns em urgências e emergência OBS! Punção de ascite = paracentese 5 OBS! Pleurodese = jogar talco, pois ele forma um processo infeccioso, com isso tem fibrose e não acumula líquido Suspensão da ventilação mecânica - Protocolo de extubação paliativa da instituição, envolvendo discussão multiprofissional com coordenadores, diretores, equipe de bioética e setor jurídico do hospital 6 OBS! Esse trabalho avaliou quem fez extubação paliativa, comparando com quem morreu entubado - A amostra foi bem heterogêne a - Chegou a conclusão que estar entubado, prolonga a morte - Preditores de óbito na primeira hora: (perfil do paciente que morre mais rápido quando se opta pela extubação paliativa) ● Ausência de Drive ventilatório (comando do centro respiratório) ● FiO2 >70% (mais necessidade de oxigênio) ● Vasopressor nas últimas 12hs 7 OBS! Registrar em prontuário o prognóstico do paciente - Se o paciente tiver prognóstico de mais de 24 horas de vida, precisa alinhar antes como o paciente vai para casa - Horário de visita aberto - para facilitar o processo de luto - Perfumaria - medicação que não vai resolver (Ex: omeprazol, antidepressivo, etc.), em paciente em processo de óbito 6 horas antes de desligar a VM - Parar dieta SNE ou parenteral - Retirar hidratação EV - Anasarca ou edema = 40-80 mg furosemida EV → sem efeito = 250-500 mg furosemida EV em 1h - Profilaxia estridor pós extubação → metilprednisolona 100 mg 8 30 minutos antes de desligar a VM - Buscopan 20mg EV → manter dose alta por mais 24h após EOT (extubação orotraqueal) profilática - Novamente profilaxia estridor pós extubação → metilprednisolona 100 mg 30 minutos antes de desligar a VM - Buscopan 20mg EV → manter dose alta por mais 24h após EOT (entubação orotraqueal) profilática - Novamente profilaxia estridor pós extubação → metilprednisolona 100 mg Alteração padrão respiratório ● FC > 120 ● PAS > 160 mmHg ● FR> 30 ● Alterações faciais ● Postura irregular ● Uso de musculatura acessória - Tratamento = opióides: 1- MORFINA: 2-4 mg ev ou sc - 15/15min → efeito máx em 15 min ● Manter dose em uso e s/n, dar o correspondente em bolus da dose/h e 0 25% s/n ● Iniciar: 10 mg ev bolus - 5-7 mg/h ○ Se desconforto = dar a dose/h em bolus + © dose 25-50%. reavaliar a cada 10 min ● Iniciar: 0,1mg/kg ev (dor ou dispnéia) 2- HIDROMORFONA: 0,2-0,4 mg ev ou sc - 15/15 min → efeito max em 15 min 3 - FENTANIL: 25-50 mg ev ou sc - 15/15 min → efeito máx 6m (ev) e 20 min (sc) ● Manter dose em uso + * - "bolus da dose /h e aumenta a dose em 25% s/n ● Iniciar: 25-100mcg em bolus → infusão 25-100 mcg/h. ○ se desconforto → bolus 50% dose/h a cada 3-5min e aumenta a dose a cada 10min em 25-50% da dose S/N Delirium + Náuseas ● Falta de atenção ● Alucinações ● Agitação - Tratamento = Antipsicóticos 1- HALOPERIDOL: 0,5 mg EV a cada 1H → tempo de efeito variável ● Doses > 3 mg/dia podem causa efeitos extrapiramidais Secreções Excessiva - “Sororoca” - Congestão - Tratamento: anti colinérgicos 1- ATROPINA: colírio 1% → 2-4 gotas SL a cada 4h → tempo de efeito variável Ansiedade - Alteração PAS + 1 FC + alteração postural 9 - Tratamento = benzodiazepínicos 1- LORAZEPAM: 0,5-1mg ev ou sc a cada 2h → tempo de efeito variável ● Dose de uso prévio + bolus com dose/h e aumenta infusão em 25-50% ● Iniciar: 2,5-10 mg ev + bolus a cada 15 min ou em bic 2,5-5 mg/h → reavaliar a cada 15 min sinais de desconforto = bolus da dose/h e 1 infusão 25-50% 2- MIDAZOLAM: 1-2 mg ev a cada 2h - tempo de efeito variável ● Dose de uso prévio + bolus s/n a cada 2 min com 1/2 dose hora + aumento dose em 2 mg/h ou 25% dose prévia ● Iniciar: 2-4mg bolus ev -> 2-4 mg/h ○ Se desconforto: bolus equivalente a 1/2-1x dose/h a cada 15 min e aumento dose em bic em 2 mg ou 25% dose anterior ○ Iniciar: 0,1-0,3 mg/kg ev 3- PROPOFOL: 20-50mg em bolus → 10mg a cada 15 min (sedação) OBS! Todos BDZ podem piorar delirium! OBS! CUFF LEAK TEST → tirar o aparelho para ver se o paciente não tem edema de glote, se tiver tem que dar corticoide - A intenção é deixar o paciente morrer naturalmente, se deixar edemaciado é eutanasia, pois paciente nao vai conseguir respirar e morrer 10 - O que fazer: - Facilitar acesso dos familiares - Desligar monitorizações - Avaliar constantemente o conforto do paciente por meio de escalas validadas para dor, agitação, dispnéia e dellirium - Considerar sedação preemptiva - Antes da extubação: suspender hemodiálise, vasopressores, antibióticos, dieta, etc - Cabeceira elevada 30 a 45º - Redução lenta e gradual de FiO2 até 0,21, PEEP até 0, sobre-PEEP e frequência respiratória para que o paciente apresente drive respiratório. Avaliar possibilidade de mudança de para modo ventilatório de pressão de suporte. - Atenção para sinais de desconforto! - Descontinuação da ventilação mecânica, considerando extubação paliativa, desconexão do ventilador da traqueostomia ou retiradado respirador e manutenção do tubo orotraqueal (quando secreção respiratória abundante ou sangramento pulmonar) - Manter paciente sem O2 suplementar quando tirar o tubo ● Controle da dispneia é pela sedação paliativa (Ex: opióides, tipo a morfina) - Discussão com equipe multidisciplinar - Registrar todas as medidas no prontuário 11 - Alta para o quarto ou unidade de Cuidados Paliativos conforme estabilidade do paciente ● Depois que extuba - Realizar contato familiar após o óbito e oferecer apoio na fase de luto - A SUSPENSÃO PALIATIVA DA VENTILAÇÃO MECÂNICA É UM PROCEDIMENTO QUE NÃO PODE SER BANALIZADO 12