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Medicina - 6º Semestre - Ana Paula Cuchera e Eduarda Costa Prof Denise 11 de out. de 2023 Introdução - Paciente oncológico → tratamento e doença leva mais para urgencia e emergencia - Emergências oncológicas são complicações advindas da própria doença ou do tratamento (UICC, 2006). - Emergência é uma situação de urgência extrema, a situação que coloca em risco a vida do indivíduo num período de tempo de minutos a poucas horas (CAPONERO e VIEIRA in PIMENTA, 2006). Emergencias Oncologicas OBS! Todos os efeitos propiciam a formação de trombos nesses pacientes (oncológicos) 1- Síndrome Paraneoplásica - Definição = são doenças que ocorrem em paralelo a doenças oncológicas ● Geralmente associado quando o câncer desenvolve de células neuroendócrinas ● Ter no organismo hormônios que ativam glândulas endócrinas que induzem a produzir mais hormônios. ○ Ex: Cushing junto com neoplasia; Hipertireoidismo com neoplasia 1- Infecçõ es Hipercalcemia ● SECREÇÃO TUMORAL DE PROTEÍNA RELACIONADA AO HORMÔNIO DA PARATIREÓIDE 1 ○ A produção de PTHrP (secreção de proteína relacionada ao hormônio da paratireóide) é a causa mais comum de hipercalcemia da malignidade, respondendo por até 80% dos casos. ○ O PTHrP é um hormônio produzido normalmente em tecidos neuroendócrinos, epiteliais e derivados do mesoderma, portanto, pode ser produzido por vários tipos de tumor, sendo os mais comuns os seguintes: ■ Mama; ■ Pulmão; ■ Carcinomas de cabeça e pescoço; ■ Linfoma não Hodgkin. OBS! São essas as doenças que propiciam os pacientes a desenvolverem problema na paratireoide - O paciente que chega no cenário de hipercalcemiante tem que ter seu quadro imediatamente revertido ● HIPERCALCEMIA OSTEOLÍTICA ○ A ativação osteolítica é outra causa importante de hipercalcemia da malignidade, respondendo por cerca de 20% dos casos. ○ Está relacionada a metástases ósseas e ao mieloma múltiplo. - Tratamento: esses quadro precisam ser rapidamente revertido ● Hemodiálise peritoneal (na barriga), hemodiálise e selante (transporta íons para fora) 2- Síndrome da Veia Cava Superior - A drenagem da veia cava superior pode estar comprometida, principalmente nos linfomas de região cervical e mediastino. - Obstrução (causas): ● Compressão extrínseca do vaso → tumor de Pancoast (fica em cima do pulmão) ● Invasão tumoral ● Trombose ● Retorno venoso alterado secundário a doenças intra-atriais OBS! Veias varicosas → um dos sinais clínicos clássicos 2 OBS! Imagem 1: vaso completamente obstruído (pode ser por um trombo interno) Imagem 2: Varizes bem marcadas no peito OBS! Veia cava obstruída e afunilada - Causas: - Aproximadamente 73% a 97% dos casos de SVCS ocorrem durante a evolução de processos malignos intratorácicos ● 1° Câncer broncogênico → 75% dos casos ○ CEC afeta brônquio fonte/carina → se crescer ai, ele tira a possibilidade de cura ● 2° Linfomas → 15% dos casos ● Os cânceres metastáticos → 7% dos casos ● Não neoplásico: colocação de cateter central ○ O cateter faz trombo e obstrui a veia cava - Síndrome da veia cava: 3 OBS! Tributárias para suprir a necessidade do local - A VCS desemboca no átrio direito, eno se o sangue não está chegando ocorre diminuição de pré-carga gerando IC a direita - Tratamentos: 1- Radioterapia de cabeça e pescoço: ● Aproximadamente 89% dos pacientes com CA de pulmão respondem à RDT nas primeiras 2 semanas, com alívio sintomático. ● O tratamento inicial para CA de pulmão se faz com duas a quatro frações de 300 a 400 Gy. ● Para linfomas, que são mais radiossensíveis doses de 20 a 40 Gy. ● A Falência da radioterapia se dá pelo aparecimento de trombos. ○ Rádio queima veia cava e esta fica mais endurecida ● Realização da radioterapia → paciente fica deitado e o aparelho gira em torno dele ○ O paciente precisa sempre ficar na mesma posição para irradiar ○ Quando têm que vai irradiar cabeça e pescoço ele usa uma máscara para que o técnico se guie e faça no local correto ○ Ele também fica preso na máquina por um colete para que o paciente não se mexa 2- Quimioterapia: ● QT: Experiência do M.D. Anderson na SVCS devida ao carcinoma pulmonar de pequenas células; verificou-se que 18 pacientes foram tratados com RDT isolada, ● 18 com QT sistêmica apenas e 7 pacientes com QT e RDT associadas. ● Todas as modalidades terapêuticas foram efetivas no alívio dos sintomas, apesar de a QT isolada ter sido associada a uma maior proporção de mortes precoce. 3- STENTS: ● São indicados, quando o tratamento convencional houver falha. ● É muito parecido com a da coronária ● Colocados na luz de um vaso e que, após serem expandidos, dão sustentação às paredes do vaso contra as forças de colabamento intrínsecas e extrínsecas. ● 12 a 14 mm, de aço inoxidável com configuração de ziguezague em forma de cilindro. ● São fáceis de serem aplicados. OBS! É colocado um filtro na veia cava inferior e na superior o stent - Veia femoral comum direita: 3- Compressão Medular - Sinais e sintomas decorrentes da compressão tumoral direta ou indireta da MEDULA ESPINHAL - Pode ocorrer em 5-10% das neoplasias; ● Ou seja, só 5-10% que tem neoplasia desenvolve compressão medula r ● Quando o paciente tem essas compressões a sobrevida diminui para 6 meses, pois ele tem muitas complicações que podem levar ao óbito 4 - Pode ser a manifestação inicial em 10% das neoplasias e, a partir daí ser feito o diagnóstico oncológico; ● 70% das compressões localizadas em coluna torácica (canal mais estreito e vasos sanguíneos mais afilados) ● 20% coluna lombossacra ● 10% coluna cervical - Sinais e sintomas da apresentação inicial desta urgência oncológica: - Dor em coluna (sintoma este que pode passar despercebido, devido frequência do sintoma, entretanto deve ser dada especial atenção quando associado AOS TUMORES PREVIAMENTE LISTADOS); ● Paciente pode ser mandado para fisioterapia e o profissional aplicar calor no local, o que estimula o crescimento do tumor - Fraqueza muscular - frequentemente apresentado pelos pacientes como queixa de “pernas pesadas”; “dificuldade para subir escadas”; - A alteração motora precede a alteração sensitiva ● Paraparesia, tetraparesia OBS! Nesses casos, pedir exame de imagem para ver se é metástase. - O melhor é pedir ressonância (por ser parte mole) e pet scan (tem lugares que não tem) 5 - Geralmente paciente oncológico não vai para cirurgia, é tratado conservadoramente (com colete) para estabilizar e não quebrar - Por isso é importante avisar para o paciente voltar ao hospital que ele está fazendo o acompanhamento oncológico, ou manter o paciente e a família informados, para que estes avisem quando estiverem em outros hospitais. 4- Síndrome Lise Tumoral - Destruição maciça de células irá levar a uma rápida liberação de ânions, cátions e produtos metabólicos de proteínas e de ácidos nucléicos intracelulares, para a corrente sanguínea ● A quimio tem a função de fazer essas células morrerem, mas isso pode ter consequências para paciente - Linfoma (LNH) e Leucemia (LLA, LMA). Tumores sólidos 1% - Poucos dias após o início da QT o paciente busca o pronto atendimento. - Insuficiência Renal Aguda (IRA) - uma das principais complicações da lise tumoral ● Formação de cristais de ácido úrico nos túbulos renais, subseqüente à hiperuricemia. ● Deposição de fosfatos de cálcio - à hiperfosfatemia ● A síndrome de lise tumoral acontece como consequência da destruição de células neoplásicas. ○ Ocorre mais frequentemente em doenças de rápido crescimento tumoral, como leucemias e linfomas. ● A lise celular à alterações eletrolíticas e metabólicas, que podem exceder a capacidade de eliminação renal, ou formar obstrução em túbulos renais devido à precipitação de ácido úrico e cálcio, e à relação ácido úrico: creatinina >1,0 - Fisiopatologia: 6 - A IRA pode levar a uma sobrecarga de líquido e a edema pulmonar; a hipercalemia e hiperfosfatemia, intensificadas por insuficiência renal → arritmia cardíaca, morte súbita - Anomalias de cálcio e fosfatos → câimbras musculares, convulsões - Diagnósticoe Percepção clínica: OBS! São cenários rápidos de serem observados e detectados 7 OBS! Basal = valores que o paciente tinha antes - UTI: 8 - Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS): ● Hipotensão (discreta) ○ Quando sistêmica, a RVS diminui por causa da vasodilatação → com isso cai débito cardíaco → aumento da FC ○ Elevação discreta de temperatura corporal (subfebril) = 37,6ºC ● Distúrbios da coagulação - PLAQUETAS baixas ○ Destruição pela quimioterapia ○ Ativação das citocinas → lesão endotelial → ativação da cascata de coagulação - Síndrome de lise após o início da QT significa que a neoplasia está respondendo ao tratamento OBS! É considerada sucesso pois a quimio está fazendo o papel dela (dando certo ) e destruindo as células - Na lise tumoral tem: OBS! Paciente fazendo diálise, com máscara não invasiva pois ele estava tendo dispneia (conforto) - Neutropenia Febril: ● Febre ○ 38,3º ○ 38º em 2 medidas com intervalo de 1h (precisa ficar verificando a febre o tempo todo) ● Neutropenia ○ Neutrófilos < 500 células/mm3 ○ < 1000 células/mm3 em queda nas próximas 48 horas OBS! Paciente oncológico vai estar com células de defesa baixas, com isso, em cenário de infecção o exame de sangue não mostra (fica mascarado) - Ou seja, tem infecção mas não aumenta o número de células de defesa (estã o baixas pela doença de base) 9 - Tratamento: - Alto risco: ● Cefepima ● Pipetazo ● Carbapenêmicos - Baixo risco: ● Cefepima (não tem em todos os hospitais ) ● Ciprofloxacina x Amoxicilina + Clavulanato ● Vancomicina? 10 5- Emergencia Cardiovascular - Cardiotoxicidade - QT - Disfunção de VE - Esses cenários ocorrem por: - Nas últimas duas décadas, as definições de cardiotoxicidade dos ensaios clínicos de oncologia são baseadas nas medidas da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). - O Instituto Nacional de Saúde (NIH) define cardiotoxicidade segundo a FEVE 5 : ● Grau I: redução assintomática da FEVE entre 10% e 20% ● Grau II: redução da FEVE abaixo de 20% ou abaixo do normal ● Grau III: insuficiência cardíaca sintomática 6- Cirurgias e Paliativismo - Imagine um cenário: Para oferecer o melhor tratamento cirúrgico oncológico a um paciente masculino, com 85 anos, com suas enfermidades prévias controladas (hipertensão arterial e diabetes mellitus), e patriarca de sua família que é participativa no cuidado, propõe-se um procedimento extenso, com informações sobre a duração, eventuais complicações intraoperatórias, e o seguimento pós-operatório imediato em UTI. A decisão, compartilhada com o paciente, familiares, e com outros integrantes da equipe envolvidos na linha do cuidado, deve passar também pela projeção de possíveis cenários que demonstrariam diferentes desfechos: sequelas pós-operatórias (cirúrgicas ou clínicas), uso prolongado de dispositivos, necessidade por reabilitação multiprofissional para ganhos funcionais, gerenciamento de conflitos interfamiliares e interprofissionais, 11 dentre outras situações complexas. A garantia da autonomia deste paciente, no que se refere aos seus desejos frente ao benefício proposto, deverá estar alinhada com a nova realidade a ser enfrentada. Sob o conceito da proporcionalidade terapêutica, Vitor afirmou que trabalhar em equipe os possíveis cenários pós-enfermidades ameaçadoras da vida como sepse, hemorragia, acidente vascular encefálico, infarto do miocárdio, insuficiência ventilatória, cuidados pós-grandes cirurgias, entre outros, faz refletir sobre os benefícios de cada intervenção proposta. “O conhecimento dos princípios éticos envolvidos e a adequada capacitação técnica paliativa vem então a aperfeiçoar os conhecimentos trazidos pelas especialidades garantindo melhores experiências aos pacientes e familiares” destacou. - A cirurgia paliativa: 12