Prévia do material em texto
• • • • • • • • • A terapia da OG visa aliviar os sintomas, suprimir o processo mórbido, diminuir a massa dos músculos oculares, restaurar a contratilidade da musculatura ocular e, ainda, melhorar a aparência cosmética, bem como a qualidade de vida. Não há, até agora, nenhum tratamento disponível que conduza seguramente a todos esses objetivos. Felizmente, a OG é, em geral, leve e autolimitada, com apenas 3 a 5% de casos evoluindo para estágios mais graves (risco maior para fumantes e pacientes com disfunção tireoidiana não tratada). Além disso, a maior parte dos casos remite espontaneamente ou durante o curso do tratamento antitireoidiano, sem necessidade de nenhuma terapêutica específica para a OG em si.5,8,10,11 Eliminação dos fatores de risco Pacientes com OG devem ser orientados a deixar de fumar, devido aos reconhecidos efeitos deletérios do tabagismo na evolução da doença, previamente comentados.5,10,12 Tratamento clínico Tratamento do hipertireoidismo O paciente deve ser reconduzido ao estado eutireóideo tão rapidamente quanto possível, e as flutuações do status tireoidiano devem ser evitadas. A correção do hipertireoidismo tem um efeito benéfico na OG. Em pacientes com OG moderada, o tratamento com drogas antitireoidianas (DAT), também chamadas tionamidas, habitualmente se associa a alguma melhora dos sinais oculares. O lugar da tireoidectomia no tratamento da OG é controverso, mas ela deve ser considerada em pacientes com doença grave e grandes bócios, e nos quais os outros métodos de tratamento não se mostraram benéficos. O iodo radioativo (RAI) pode ter um efeito adverso na OG, aumentando a frequência com que a OG se desenvolve ou agravando a OG ativa preexistente, sobretudo em tabagistas.1,8,10–12 Portanto, profilaxia com glicocorticoides (GC) deve ser considerada para os pacientes com OG que irão tomar o 131I, especialmente nas seguintes situações: (1) tabagistas, (2) existência de orbitopatia ativa (mesmo se leve a moderada) e (3) hipertireoidismo grave.8,11 Além disso, sempre que possível, antes da administração do RAI deve-se conseguir o eutireoidismo com as tionamidas, de preferência com o metimazol, uma vez que o efeito radioprotetor do propiltiouracil parece ser bem mais prolongado.6,8 Por outro, não é recomendável a radioiodoterapia para os casos de OG grave em que há ameaça à visão, devendo- se sempre, nessa situação, fazer a opção pelas DAT (Figura 31.5).7,10,13 Quadro 31.5 Recomendações iniciais na abordagem clínica da orbitopatia de Graves (OG). Considerar a possibilidade de OG em pacientes diagnosticados como apresentando “conjuntivite” ou alergia ocular quando os sintomas são persistentes e há falha do tratamento proposto Solicitar testes de função tireoidiana em todos os pacientes com diagnóstico recente ou suspeita de OG Para todos os pacientes com doença de Graves e/ou OG tabagistas: aconselhar interrupção do tabagismo e referenciar para serviços auxiliares de tratamento do tabagismo Fornecer informações de boa qualidade sobre os efeitos do tabagismo na OG Pacientes com diagnóstico recente de OG leve: iniciar tratamento com selenito de sódio, 100 μg, 2 vezes/dia, durante 6 meses Corrigir imediatamente o hipotireoidismo com introdução ou ajuste na dose de levotiroxina No diagnóstico inicial de OG e evidências bioquímicas de hipertireoidismo subclínico: iniciar droga antitireoidiana, tão logo quanto possível, com monitoramento cuidadoso, para evitar o hipotireoidismo Se sintomas sugestivos de exposição da córnea: usar colírios lubrificantes Adaptado de Perros et al., 2015; Bartalena et al., 2008.6,8 Quadro 31.6 Conduta na orbitopatia de Graves (OG) leve a moderada. Correção da disfunção tireoidiana file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib8 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib10 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib11 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib10 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib12 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib1 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib8 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib10 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib12 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib8 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib11 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib6 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib8 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Text/chapter31.html#ch31fig5 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib7 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib10 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib13 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib6 file:///C|/Users/AnaMilk/Desktop/Vilar/Endocrinologia%20Cl%EDnica,%20Sexta%20edi%E7%E3o%20(177).html#bib8 Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição