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Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6 Edição_Parte361

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autoestima. Em meninos, os dados indicam que o tratamento provoca aumento da velocidade de crescimento e da maturação
sexual, levando a melhora do bem-estar psicossocial, sem prejuízo na altura final e sem aceleração excessiva da idade
óssea.3,55,56
A terapêutica hormonal para indução da puberdade nos meninos consiste na administração intramuscular de 50 a 100 mg de
ésteres de testosterona (sendo o cipionato de testosterona o mais utilizado), a cada 30 dias, por 3 a 6 meses.55,56 A progressão
espontânea da puberdade, com aumento testicular e elevação dos níveis plasmáticos da testosterona endógena, deve ser
observada durante e após a suspensão do tratamento. Geralmente, esse esquema resulta em adequada virilização; porém,
eventualmente, precisa ser repetido após 3 a 6 meses com o aumento de 25 a 50 mg na dose de testosterona, no entanto sem
exceder 100 mg por dose para não avançar a idade óssea. Idealmente não se deve iniciar esse tratamento antes dos 14 anos de
idade.1,3,24,55,56
Nas meninas, os estrógenos mais utilizados são os estrógenos conjugados (0,15 mg/dia, por via oral) ou estradiol (0,25
mg/dia) durante 3 meses. Esse esquema em geral é suficiente para o início do desenvolvimento mamário.3 A falta de progressão
espontânea da puberdade após a indução terapêutica com esteroides sexuais, em ambos os sexos, torna o diagnóstico de RCCP
menos provável e aponta para o diagnóstico de HH.55,56 Nesse caso, faz-se necessária a manutenção da terapêutica
hormonal.1–3,24
Para alguns pacientes com RCCP, a baixa estatura pode ser o principal problema. Embora o uso de hormônio de crescimento
(GH) recombinante seja aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) para baixa estatura idiopática com estatura ≤ 2,25
desvios padrões (DP) da média, esse tratamento traz apenas efeitos modestos na estatura final de pacientes com RCCP.3 Por
isso, até o momento, não está aprovado no Brasil. Em meninos com baixa estatura e RCCP, outra arma terapêutica possível são
os inibidores da aromatase, os quais, em função de bloquearem a conversão periférica de andrógenos em estrógenos, reduzem o
avanço da idade óssea, prolongam o crescimento linear e melhoram a estatura final.24 No entanto, ainda permanecem incertos o
tempo ideal para o início da terapia, a dose mais adequada, a duração do tratamento e a quantidade de centímetros ganhos com o
tratamento.1,3
A terapia do retardo puberal permanente consiste na reposição dos esteroides sexuais e das outras deficiências hormonais,
quando associado ao pan-hipopituitarismo. A idade ideal para o início da reposição androgênica nos meninos é em torno de 12 a
13 anos de idade cronológica e antes dos 14 anos de idade óssea. O início do tratamento é similar ao dos pacientes com RCCP.
Posteriormente, a dose é aumentada gradativamente até ser alcançada a dose final de 200 mg por via intramuscular (IM) de
cipionato de testosterona, a cada 2 semanas.1,3,24,56
Outras vias de administração de andrógenos estão disponíveis, como a via transdérmica, por meio de adesivo ou gel, e a bucal
(Quadro 20.6). No Brasil estão disponíveis os ésteres de testosterona IM, o cipionato de testosterona IM, o undecanoato de
testosterona IM e oral, a testosterona gel e a testosterona solução axilar. Essas vias de reposição da testosterona são eficazes em
pacientes com hipogonadismo, embora não tenham sido testadas nem aprovadas em indivíduos do sexo masculino com idade <
16 anos.57,58
Quadro 20.6 Testosteronas disponíveis para reposição hormonal masculina.
Formulações Via de administração Dose (adultos)
Ésteres de testosterona Intramuscular 250 mg cada 2 a 4 semanas
Cipionato de testosterona Intramuscular 200 mg cada 2 a 4 semanas
Undecanoato de testosterona Intramuscular 1.000 mg cada 12 semanas
Oral 2 cápsulas (2 a 3 vezes/dia)
Testosterona patch Tópica 5 mg/ patch, troca 2 vezes/semana
Testosterona gel Tópica 5 g/dia (50 mg testosterona)
Testosterona bucal Tópica 1 tablete a cada 12 h
Implantes de testosterona Subcutânea 3 a 4 péletes a cada 3 a 6 meses
Solução alcoólica de testosterona Tópica 60 a 90 mg/dia
Em meninas, a época ideal para iniciar a reposição estrogênica é em torno de 11 a 12 anos de idade cronológica e antes dos
13 anos de idade óssea. Diversos medicamentos estão disponíveis: estrógenos equinos conjugados, estrógenos naturais
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	Endocrinologia Clínica (Lúcio Vilar) - 6ª Edição

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