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Avaliação Perioperatoria

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Estratégia
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Prof. Paulo Dalto | Avaliação Cardiovascular PerioperatóriaCARDIOLOGIA 2
PROF. PAULO DALTO
APRESENTAÇÃO:
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Olá, querido(a) Estrategista! Este é um RESUMÃO de seu 
livro Avaliação Cardiovascular Perioperatória. Ele foi elaborado 
de maneira bem didática e direta, com os assuntos mais quentes 
sobre o tema, que é um dos mais difíceis de todo o curso de 
Cardiologia.
Um detalhe: classificação e conduta são os tópicos mais 
importantes.
Aqui vai uma orientação: sugiro que use este livro como 
um guia de consulta rápida e não deixe de ler o livro completo, 
pois lá você encontrará informações e questões que o ajudarão a 
sedimentar seu conhecimento.
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SUMÁRIO
1.0 AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA GERAL 4
1.1 EXAMES COMPLEMENTARES BÁSICOS 4
1.1.1 EXAMES LABORATORIAIS 5
1.1.2 ELETROCARDIOGRAMA (ECG) 6
1.1.3 RADIOGRAFIA DE TÓRAX 6
2.0 AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA ESPECÍFICA 7
2.1 ECOCARDIOGRAMA 7
2.2 TESTES NÃO INVASIVOS PARA PESQUISA DE ISQUEMIA MIOCÁRDICA 7
2.2.1 TESTE ERGOMÉTRICO (TE) 7
2.2.2 CINTILOGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA (CPM) COM ESTRESSE 8
2.2.3 ECOCARDIOGRAMA DE ESTRESSE COM DOBUTAMINA 8
2.3 CINEANGIOCORONARIOGRAFIA 8
3.0 ALGORITMOS DE AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA 9
3.1 ÍNDICES DE RISCO CARDIOVASCULAR 9
3.2 COMO DEFINIR A CONDUTA PERIOPERATÓRIA? 11
3.3 FLUXOGRAMA DE AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA 12
4.0 MEDIDAS PARA REDUÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO 13
4.1 TERAPIA MEDICAMENTOSA PERIOPERATÓRIA 13
4.1.1 BETABLOQUEADORES 13
4.1.2 ESTATINAS 14
4.1.3 ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS 14
4.2 MANEJO DA ANTICOAGULAÇÃO NO PERIOPERATÓRIO 15
5.0 LISTA DE QUESTÕES 16
6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 17
7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 18
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CAPÍTULO
1.0 AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA GERAL
O objetivo principal da avaliação pré-operatória é identificar variáveis relacionadas ao estado clínico do paciente e ao procedimento 
cirúrgico que podem resultar em um risco maior de complicações. Vamos direto ao que é importante, aquilo que você precisa saber para 
acertar as questões de prova.
1.1 EXAMES COMPLEMENTARES BÁSICOS
As bancas adoram este assunto: quando indicar um exame complementar na avaliação perioperatória. É um erro muito comum, 
cometido mesmo por profissionais experientes, pensar que os exames complementares são necessários em todos os casos. Essa conduta não 
está relacionada à redução de complicações perioperatórias, além de resultar em um elevado custo para o sistema de saúde.
Veja o que a 3ª Diretriz de Avaliação Cardiovascular Perioperatória da Sociedade Brasileira de Cardiologia orienta: 
“Não há indicação da realização de exames laboratoriais rotineiros na avaliação pré-operatória em pacientes assintomáticos 
submetidos a procedimentos de baixo risco. A indicação de exames pré-operatórios deve ser individualizada conforme a história, o 
exame físico, as doenças e as comorbidades apresentadas pelos pacientes, assim como o tipo e o porte da cirurgia proposta”
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Veja a indicação dos principais exames complementares na avaliação perioperatória:
1.1.1 EXAMES LABORATORIAIS
Hemograma completo
• Indivíduos com suspeita clínica de anemia ou de doenças crônicas associadas à anemia (doença inflamatória crônica, 
insuficiência renal crônica, cirrose etc.).
• História de doenças hematológicas ou hepáticas.
• Cirurgias de médio e grande porte ou procedimentos em que é esperada uma perda sanguínea significativa.
Idade > 40 anos.
Glicemia de jejum e hemoglobina glicada
• Pacientes com risco aumentado de diabetes baseado na história clínica, exame físico e uso de medicações como 
corticoides.
• Diabéticos beneficiam-se mais da hemoglobina glicada, uma vez que o exame de glicemia reflete apenas o controle 
glicêmico das últimas horas.
Hemostasia/testes de coagulação
• Pacientes em uso de anticoagulantes.
• Pacientes com insuficiência hepática.
• Portadores de distúrbios de coagulação (história de sangramento).
• Intervenções de médio e grande porte.
Creatinina sérica
• Portadores de nefropatia, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência hepática ou cardíaca, caso 
não haja resultado desses exames nos últimos 12 meses.
• Intervenções de médio e grande porte.
• Idade > 40 anos.
Exame de urina (urina I)
• Pacientes com sintomas sugestivos de infecção do trato urinário.
• Pacientes assintomáticos que serão submetidos a implante de materiais protéticos (próteses ortopédicas, valvas 
cardíacas etc.) ou procedimentos urológicos invasivos.
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1.1.3 RADIOGRAFIA DE TÓRAX
A radiografia de tórax não deve ser realizada de forma rotineira em pacientes assintomáticos.
Indicações de radiografia de tórax
• Pacientes com história ou exame físico sugestivos de doenças cardiorrespiratórias.
• Nas intervenções de médio a grande porte, principalmente nas cirurgias intratorácicas e intra-abdominais.
• Considerar em pacientes > 40 anos.
1.1.2 ELETROCARDIOGRAMA (ECG)
Indicações de ECG
• Pacientes com história e/ou anormalidades ao exame físico sugestivas de doença cardiovascular.
• Pacientes submetidos a operações intracavitárias, transplante de órgãos sólidos, cirurgias ortopédicas de grande 
porte e vasculares arteriais.
• Pacientes com alto risco cirúrgico pré-operatório.
• Presença de diabetes mellitus.
• Idade > 40 anos.
• Obesos.
1.1.3 RADIOGRAFIA DE TÓRAX
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CAPÍTULO
2.0 AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA ESPECÍFICA
Após a avaliação geral, alguns pacientes necessitarão passar por uma avaliação mais específica, seja pelo risco intrínseco da cirurgia 
(ex.: cirurgias vasculares arteriais) ou devido a alterações encontradas na avaliação inicial. 
Pensando nos pacientes com risco cardiovascular mais elevado, veja as indicações dos principais exames disponíveis.
2.1 ECOCARDIOGRAMA
Recomendações para a realização do ecocardiograma pré-operatório
• Pacientes com insuficiência cardíaca ou sintomas suspeitos e que serão submetidos à cirurgia de risco intermediário 
ou alto (ver adiante a tabela de classificação de risco intrínseco a cada procedimento), sem avaliação no último ano, ou 
que tiveram piora clínica. 
• Presença de valvopatia conhecida ou suspeita de grau moderado/importante e que serão submetidos à cirurgia de 
risco intermediário ou alto, sem avaliação no último ano, ou que tiveram piora clínica.
• Pacientes que serão submetidos a transplante hepático (avaliar a presença de hipertensão pulmonar).
• Pacientes portadores de prótese intracardíaca que serão submetidos à cirurgia de risco intermediário ou alto, 
sintomáticos ou sem avaliação no último ano.
2.2 TESTES NÃO INVASIVOS PARA PESQUISA DE ISQUEMIA MIOCÁRDICA
2.2.1 TESTE ERGOMÉTRICO (TE)
Apesar do grande auxílio proporcionado pelo TE, não há evidências de que seu uso rotineiro resulte na redução de eventos 
cardiovasculares perioperatórios.
Recomendações para a realização de TE perioperatório
• Paciente com risco intermediário ou alto de complicações (sem condições cardiovasculares graves no perioperatório) 
e programação de cirurgia vascular arterial.
Saber quando não indicar o TE também é importante. Comisso, você acertará várias questões.
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Contraindicações ao TE perioperatório:
1. Pacientes que serão submetidos à cirurgia de baixo risco.
2. Pacientes com baixo risco de complicações e que serão submetidos à cirurgia de baixo ou 
intermediário risco.
2.2.2 CINTILOGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA (CPM) COM ESTRESSE
É um bom método de avaliação para aqueles pacientes com limitações que impedem a realização do teste ergométrico, como, por 
exemplo: alterações do segmento ST no eletrocardiograma basal (infra ST ≥ 1 mm, bloqueio de ramo esquerdo) ou limitações físicas. Portanto, 
na avaliação perioperatória, a CPM com estresse está muito bem indicada para esses pacientes e também para aqueles em que o resultado 
do TE foi falso-positivo.
2.2.3 ECOCARDIOGRAMA DE ESTRESSE COM DOBUTAMINA
A ecocardiografia de estresse (físico ou farmacológico com dobutamina) na estratificação de risco cardiovascular antes da cirurgia 
possui resultados semelhantes à cintilografia de perfusão miocárdica. Portanto, a escolha entre uma modalidade ou outra praticamente 
dependerá da preferência do médico.
2.3 CINEANGIOCORONARIOGRAFIA
É um procedimento invasivo que permite a avaliação da anatomia coronariana. Raramente é indicado para avaliar o risco cardiovascular 
dos pacientes que serão submetidos à cirurgia não cardíaca.
Recomendações para a solicitação da cineangiocoronariografia no pré-operatório
• Pacientes com síndrome coronariana aguda.
• Pacientes com isquemia extensa (> 10%) em prova funcional (cintilografia ou ecocardiograma de estresse).
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CAPÍTULO
3.0 ALGORITMOS DE AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Diversos algoritmos foram desenvolvidos com o objetivo de estimar o risco perioperatório e facilitar o processo de avaliação, ajudando 
o médico a propor estratégias para que o risco de eventos adversos seja reduzido.
Nas próximas páginas, você aprenderá como definir o risco cardiovascular perioperatório. 
3.1 ÍNDICES DE RISCO CARDIOVASCULAR
A 3ª Diretriz de Avaliação Cardiovascular Perioperatória da Sociedade Brasileira de Cardiologia destaca os três índices de risco a seguir:
1. Índice de risco cardíaco revisado (índice de Lee).
2. Índice do American College of Physicians (ACP).
3. Estudo Multicêntrico de Avaliação Perioperatória (EMAPO).
Os mais utilizados na prática são os índices de Lee e o do ACP. O índice de Lee é um dos mais cobrados em prova, assim como um outro 
que não é contemplado pela diretriz: o escore de ASA.
As próximas tabelas são dos escores que você precisa saber.
Escore de Lee
• Fatores de risco:
1. Cirurgia intraperitoneal, intratorácica ou vascular suprainguinal.
2. Doença arterial coronária (ondas Q, sintomas de isquemia, teste não-invasivo alterado, uso de nitrato).
3. Insuficiência cardíaca congestiva (quadro clínico sugestivo e/ou radiografia de tórax com congestão).
4. Doença cerebrovascular.
5. Diabetes mellitus em uso de insulinoterapia.
6. Creatinina pré-operatória > 2 mg/dl.
• Estratificação de risco cardiovascular perioperatório:
◦ Classe I: nenhuma variável – baixo risco (0,4%).
◦ Classe II: uma variável – baixo risco (0,9%).
◦ Classe III: duas variáveis – risco intermediário (7%).
◦ Classe IV: três ou mais variáveis – alto risco (11%).
*ECG: eletrocardiograma; K: potássio; U: uréia; Cr: creatinina; IC: insuficiência cardíaca; HAS: hipertensão arterial sistêmica.
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Para memorizar de forma fácil o algoritmo de Lee, é só lembrar dos 6Cs.
Classificação da American Society of Anesthesiologists (ASA)
ASA 1: paciente sadio, sem alterações orgânicas.
ASA 2: paciente com alteração sistêmica leve ou moderada.
ASA 3: paciente com alteração sistêmica grave, com limitação funcional.
ASA 4: paciente com alteração sistêmica grave que representa risco de vida.
ASA 5: paciente moribundo, que não é esperado sobreviver sem cirurgia.
ASA 6: paciente com morte cerebral declarada, cujos órgãos estão sendo removidos com propósito de doação.
E: acrescentar a letra E a qualquer classe se a cirurgia for de emergência.
Cirurgia
• Intraperitoneal
• Intratorácica
• Vascular suprainguinal
Coronária
• Onda Q no eletrocardiograma
• Isquemia
Coração congesto
• Sinais / sintomas de IC
• Rx de tórax com congestão
Em uso de insulina
Cabeça (cerebrovascular)
• AVC/AIT
Creatinina > 2
“Çúcar” no sangue
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3.2 COMO DEFINIR A CONDUTA PERIOPERATÓRIA? 
Após estratificar o risco do paciente, devemos definir a conduta perioperatória através de cinco passos:
Passo 1: avaliar se a cirurgia é de urgência/emergência. 
Como saber se uma cirurgia é eletiva, de urgência ou emergência?
• Cirurgia eletiva: são procedimentos que podem ser adiados por até um ano sem que haja prejuízo ao paciente.
• Cirurgia de urgência: há risco de vida caso o paciente não seja operado em breve. Normalmente, entre 6 e 24 horas do 
momento da indicação.
• Cirurgia de emergência: são cirurgias que não podem ser postergadas devido ao risco de morte, devendo ser realizadas 
dentro de 6 horas.
Passo 2: avaliar a presença de condições cardíacas graves. Caso alguma esteja presente, cancelar o procedimento e tratar a doença 
cardíaca (exceto nos casos de cirurgia de emergência).
Passo 3: estimar o risco intrínseco do procedimento. Caso não haja nenhuma condição cardíaca ativa e o procedimento for de baixo 
risco, proceder com a cirurgia.
Classificação do risco intrínseco da cirurgia
Alto (risco cardíaco ≥ 5%)
• Cirurgias vasculares arteriais de aorta e vasculares periféricas.
• Cirurgias de urgência ou emergência.
Intermediário (risco cardíaco entre 1% e 5%)
• Endarterectomia de carótida e correção endovascular de 
aneurisma de aorta abdominal.
• Cirurgia de cabeça e pescoço.
• Cirurgias intraperitoneais e intratorácicas.
• Cirurgias ortopédicas.
• Cirurgias prostáticas.
Baixo (risco cardíaco < 1%)
• Procedimentos endoscópicos.
• Procedimentos superficiais.
• Cirurgia de catarata.
• Cirurgia de mama.
• Cirurgia ambulatorial.
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Passo 4: avaliar a capacidade funcional do paciente. Se o paciente tiver boa capacidade funcional (≥ 4 MET) e ausência de sintomas 
cardiovasculares, proceder com a cirurgia.
Passo 5: determinar a necessidade de testes de isquemia. Caso a capacidade funcional do paciente seja ruim ou desconhecida (por 
limitações físicas), deve-se avaliar a presença das variáveis de risco pelo escore de Lee ou do ACP.
3.3 FLUXOGRAMA DE AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
Que tal juntarmos tudo em um fluxograma?
*UTI: unidade de terapia intensiva; ECG: eletrocardiograma; PO: pós-operatório.
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO DE URGÊNCIA/EMERGÊNCIA?
PACIENTE APRESENTA DOENÇAS CARDIOVASCULARES GRAVES?
ESTRATIFICAR O RISCO CARDIOVASCULAR
NÃO SIM
NÃO SIM
Baixo risco Moderado risco
Medidas para redução de risco
Adiar a cirurgia e estabilizar a
condição cardíaca
Alto risco
Operar sem
necessidade de
prova de isquemia
Considerar prova de isquemia se:
• Cirurgia vascular arterial
• Cirurgia de risco intermediário E baixa capacidade funcional
Monitorização em semi-intensivo/UTI com ECG e troponina
até o 3 PO.
Figura 1. Fluxograma para estratificação de risco e decisão sobre necessidade de testes para coronariopatia antes de cirurgias não cardíacas.
Repare que os pacientes de baixo risco podem ser submetidos à intervenção cirúrgica sem a necessidade de exames diagnósticos ou 
procedimentos terapêuticos adicionais.
Pacientes de moderado ou alto risco cardiovascular, idealmente,devem realizar o pós-operatório em unidade de terapia intensiva 
(UTI) ou semi-intensiva, com acompanhamento de ECG e troponina diariamente até o terceiro dia, período em que se concentra a maioria 
dos eventos cardiovasculares. Particularmente nos casos de alto risco, sempre que possível, a operação deverá ser adiada até a estabilização 
cardíaca do paciente. Se a natureza do risco for isquêmica, pode ser solicitado o cateterismo cardíaco.
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CAPÍTULO
4.0 MEDIDAS PARA REDUÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO
4.1 TERAPIA MEDICAMENTOSA PERIOPERATÓRIA
A seguir, você estudará o manejo das principais classes de medicações e como realizar medidas de farmacoproteção. 
4.1.1 BETABLOQUEADORES
A explicação para o uso dos betabloqueadores no perioperatório é bem plausível: diminuição do consumo miocárdico de oxigênio e da 
vulnerabilidade cardíaca às oscilações hemodinâmicas.
Após diversos trabalhos e muitas discussões no meio acadêmico, as indicações dos betabloqueadores no perioperatório foram definidas.
Recomendações do uso de betabloqueadores no perioperatório
• Pacientes que já faziam uso crônico devem manter o uso durante todo o perioperatório (não suspender a medicação 
antes da cirurgia).
• Iniciar os betabloqueadores em pacientes com isquemia sintomática ou evidenciada por prova funcional 
(ecocardiograma de estresse, cintilografia).
• Evitar iniciar o betabloqueador menos de uma semana antes da cirurgia.
• Evitar o uso de betabloqueador venoso no perioperatório.
Recadinho para você não esquecer:
A suspensão aguda dos betabloqueadores está associada a um aumento importante da mortalidade 
pós-operatória!
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4.1.2 ESTATINAS
Já usava antes?
Não usava, mas
tem indicação?
Não usava e não
tem indicação?
Manter
Iniciar, no mínimo, 1
semana antes da
cirurgia
Não iniciarBetabloqueador
As estatinas diminuem a incidência de eventos no perioperatório de cirurgias vasculares, independentemente de sua ação hipolipemiante. 
Portanto, está bem estabelecido seus benefícios na prevenção de eventos cardiovasculares após operações vasculares. Naqueles pacientes 
que fazem uso crônico, ela não deve ser suspensa.
Recomendações para uso perioperatório das estatinas
• Pacientes que já usam a medicação (não suspender).
• Pacientes que serão submetidos a cirurgias vasculares arteriais. Iniciar preferencialmente 15 dias antes do 
procedimento.
• Pacientes sabidamente coronariopatas.
4.1.3 ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS
Durante a avaliação perioperatória, muitas vezes nos deparamos com pacientes em uso crônico de antiagregantes plaquetários. No 
manejo desses pacientes, deve-se pesar o risco de eventos cardiovasculares trombóticos ou embólicos, que podem ocorrer após a suspensão 
dessas medicações, e o risco de sangramento associado à sua manutenção. 
• Ácido Acetilsalicílico (AAS)
Nos pacientes em uso de AAS para prevenção secundária (antecedente de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral), é 
recomendada sua manutenção na dose máxima de 100 mg ao dia, exceto em ressecções transuretrais de próstata pela técnica convencional 
e neurocirurgias, quando deve ser suspenso com antecedência de 7 dias.
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• Dupla antiagregação plaquetária
A dupla antiagregação plaquetária (AAS + inibidor da P2Y12: clopidogrel, prasugrel ou ticagrelor) é empregada para os pacientes 
submetidos ao implante de stent por meio da angioplastia. 
A melhor forma para se manejar a dupla antiagregação plaquetária é respeitando-se a duração ideal 
dessa terapia e não realizar cirurgias eletivas no período:
Implante de stent convencional (metálico): aguardar 6 semanas.
Implante de stent farmacológico (depende da indicação do stent):
• no contexto de doença coronariana estável (eletivo): aguardar 6 meses;
• no contexto de síndrome coronariana aguda (urgência): aguardar 1 ano.
Há casos em que a cirurgia eletiva não pode ser adiada por muito tempo, como as cirurgias oncológicas. Nessa situação, recomenda-se 
manter apenas o AAS e retirar o clopidogrel, que deve ser suspenso 5 dias antes e reiniciado o mais breve possível (não ultrapassar 10 dias 
sem dupla antiagregação).
Com relação aos outros antiagregantes, a suspensão deve ser feita da seguinte forma:
• Prasugrel: 7 dias antes da cirurgia.
• Ticagrelor: 5 dias antes da cirurgia.
4.2 MANEJO DA ANTICOAGULAÇÃO NO PERIOPERATÓRIO
Este é um tema que as bancas adoram. Concentre-se, pois estamos na reta final do resumo. 
A medida referente à anticoagulação no perioperatório mais cobrada nas provas é a famosa “ponte” com heparina. Ela está indicada 
para os pacientes em uso de varfarina e que apresentam um alto risco de tromboembolismo.
Como fazer a “ponte” com heparina:
1. Interromper a varfarina 5 dias antes da cirurgia.
2. Iniciar a terapia de ponte com heparina não fracionada (HNF) ou de baixo peso molecular 
(enoxaparina) em dose plena quando o RNI estiver < 2.
3. Suspender a HNF 4 a 6 horas antes do procedimento e a heparina de baixo peso molecular 24 
horas antes.
4. No pós-operatório, reiniciar a HNF ou de baixo peso em dose plena juntamente à varfarina pelo 
menos 24 horas após a cirurgia. Suspender a heparina somente quando o RNI estiver dentro da faixa 
terapêutica.
5. Em pacientes submetidos a cirurgias com alto risco de hemorragia, reiniciar a heparina de baixo 
peso 48 a 72 horas após a cirurgia.
O valor de RNI aceitável para liberar o paciente para a cirurgia é menor do que 1,5.
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6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Livro-texto da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2ª edição, São Paulo: Ed. Manole, 2015.
2. 3ª Diretriz de Avaliação Cardiovascular Perioperatória da Sociedade Brasileira de Cardiologia, ; volume 109, Nº3, suplemento 1, Setembro 
2017.
3. Brauwald Tratado de doenças cardiovasculares. 10ª edição. Philadelphia: WB Saunders, 2018.
4. Harrison’s Manual of medicine. 20ª edition. McGraws-Hill Education, 2020.
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7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Fim de resumo! Estudar avaliação cardiovascular perioperatória não é nada fácil. Este resumo reuniu os assuntos preferidos das provas 
e, com certeza, você acertará muitas questões com ele. O conteúdo completo você encontra no livro digital.
Pode contar comigo para qualquer dúvida! Um grande abraço.
Professor Paulo Dalto
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	1.0 AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA GERAL
	1.1 EXAMES COMPLEMENTARES BÁSICOS
	1.1.1 EXAMES LABORATORIAIS
	1.1.2 ELETROCARDIOGRAMA (ECG)
	1.1.3 RADIOGRAFIA DE TÓRAX
	2.0AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA ESPECÍFICA
	2.1 ECOCARDIOGRAMA
	2.2 TESTES NÃO INVASIVOS PARA PESQUISA DE ISQUEMIA MIOCÁRDICA
	2.2.1 TESTE ERGOMÉTRICO (TE)
	2.2.2 CINTILOGRAFIA DE PERFUSÃO MIOCÁRDICA (CPM) COM ESTRESSE
	2.2.3 ECOCARDIOGRAMA DE ESTRESSE COM DOBUTAMINA
	2.3 CINEANGIOCORONARIOGRAFIA
	3.0 ALGORITMOS DE AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
	3.1 ÍNDICES DE RISCO CARDIOVASCULAR
	3.2 COMO DEFINIR A CONDUTA PERIOPERATÓRIA? 
	3.3 FLUXOGRAMA DE AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
	4.0 MEDIDAS PARA REDUÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO
	4.1 TERAPIA MEDICAMENTOSA PERIOPERATÓRIA
	4.1.1 BETABLOQUEADORES
	4.1.2 ESTATINAS
	4.1.3 ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS
	4.2 MANEJO DA ANTICOAGULAÇÃO NO PERIOPERATÓRIO
	5.0 LISTA DE QUESTÕES
	6.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

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