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Queimaduras
As queimaduras são causas frequentes de trauma em todas as idades, mas são mais comuns nos extremos de idade,
com liberação de mediadores celulares e humorais, que determinam alteração das permeabilidades capilar, metabólica e
imunológica, levando a distúrbio hidroeletrolítico, desnutrição e infecção. Podem ser causadas por uma série de agentes
físicos, químicos, radiação e eletricidade. Temperaturas muito baixas também podem causar lesões semelhantes a
queimaduras. Na população adulta, são mais encontradas em homens, principalmente em razão dos acidentes de
trabalho.
○ Classificação de acordo com a profundidade
1º GRAU
○ Afeta somente a epiderme, sem formar bolhas.
○ Apresenta vermelhidão, dor, edema e descama em 4 a 6 dias.
○ Empalidecem ao toque, com uma barreira epidérmica intacta
○ Tratamento visa ao conforto com o uso tópico de pomadas emolientes, com ou sem aloé, e
anti-inflamatórios orais não esteroidais
○ Ex: queimaduras solare
2º GRAU
- Afeta a epiderme e parte da derme, forma bolhas ou flictenas.
- Superficial: são eritematosas, empalidecem ao toque, a base da bolha é rósea, úmida e dolorosa. Após
a cicatrização essas queimaduras podem ter leve descoloração cutânea a longo prazo
- Profunda: a base da bolha é branca, seca, menos dolorosa. Não empalidecem ao toque
- A restauração das lesões ocorre entre 7 e 21 dias.
3º GRAU
- Afeta a epiderme, a derme e estruturas profundas.
- É indolor.
- Existe a presença de placa esbranquiçada ou enegrecida. Caracteriza por uma escara dura, semelhante
ao couro, indolor e preta
- Possui textura coreácea.
- Não reepiteliza e necessita de enxertia de pele (indicada também para o segundo grau profundo).
○ Classificação por espessura
○ Tamanho da Queimadura
● A determinação do tamanho da lesão da queimadura estima a extensão da lesão. Geralmente é avaliado pela
"regra dos nove" (Wallace).
*Se foi só a face é metade pq é só a parte da frente então é 4,5%
○ Alterações Sistêmicas
● Queimaduras graves que cobrem mais de 20% da área de superfície corporal total e 40% em pacientes
pediátricos normalmente são seguidas por um período de estresse, inflamação e hipermetabolismo,
caracterizados por uma resposta circulatória hiperdinâmica com aumento da temperatura corporal, glicólise,
proteólise, lipólise e ciclo de substrato.
Mecanismo de lesão na respiração podem ser causados por lesão térmica direta (edema e/ou obstrução de via
aérea superior) ou por inalação de produtos (CO, carbono) - Traqueobronquite, edema e pneumonia.
○ Avaliação Inicial
○ Via aérea com proteção da coluna cervical
○ Respiração
○ Circulação e controle de hemorragias
○ Estado neurológico
○ Exposição e controle da hipotermia
○ Fluidos
Deve ser colhida a história do doente queimado como: Lesões Associadas (explosões): fraturas, lesões no SNC,
abdominais, ISDA, Alergia ou hipersensibilidade a medicamentos, Imunização contra o tétano
○ Via aérea e proteção da coluna cervical
A hipóxia é a causa mais frequente de morte por incêndio, correspondendo a 50% das mortes na cena da queimadura e
deve ser tratada e prevenida em todas as vítimas de incêndio.
A intoxicação por CO resulta na formação de carbohemoglobina (HbCO), com afinidade pela hemoglobina 200 vezes
maior do que o O2; desse modo, causa desvio da curva de dissociação de O2 para a esquerda, facilitando a liberação de
O2. O paciente evolui com cefaleia, náuseas ou vômitos, acidose, sonolência e até coma. A oximetria de pulso não é
confiável. O tratamento consiste em administrar O2 a 100%, visando reduzir HbCO para menos de 20%.
No paciente queimado, é fundamental a atenção aos riscos de obstrução das vias aéreas. Geralmente os pacientes que
sofreram queimaduras em lugares fechados, com inalação de fumaça ou gases tóxicos, apresentam risco de lesão
inalatória e de evolução com obstrução da via aérea alta por edema progressivo. Deve-se considerar indicação precoce
de via aérea definitiva em pacientes com sinais de lesão térmica das vias aéreas, mesmo que estejam conscientes.
A obstrução da via aérea pode ocorrer nas primeiras 2 a 4 horas após a queimadura ou um pouco mais tardiamente,
após hidratação. Por isso, é recomendado manter o indivíduo em observação de 24 a 36 horas. Deve-se, ainda, manter o
máximo de atenção aos sinais e sintomas. Na suspeita, a intubação orotraqueal (IOT) precoce é o tratamento de escolha,
antes que se desenvolva edema progressivo com a obstrução completa da via aérea.
A traqueostomia reserva-se a pacientes que necessitem de mais de 2 a 3 semanas de intubação. A cricotireoidostomia
permite o acesso na urgência em adultos, sendo indicada em último caso às crianças.
A desobstrução e manutenção das vias aéreas devem ser utilizada por via de cânulas orofaríngeas ou alguma manobra.
Ou por via aérea definitiva com a presença de um balão insuflado após as cordas vocais, traqueostomia ou IOT (sempre
primeira opção pq o paciente edemacia). Na dúvida sempre intuba o paciente. A cricotireoidostomia é um procedimento
cirúrgico. IOT -> Crico.
Indicar a IOT quando:
1. A escala de coma Glasgow for menor do que 8;
2. A PaO2 for menor do que 60;
3. A PaCO2 for maior do que 55 na gasometria;
4. A dessaturação for menor do que 90 na oximetria;
5. Houver edema importante de face e orofaringe.

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