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Análise crítica sobre a história do SUS (2)

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FUNDAÇÃO TÉCNICO-EDUCACIONAL SOUZA MARQUES
MARCELA NOBREGA DA SILVA 
Análise crítica sobre a história do SUS
RIO DE JANEIRO
2021
ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A HISTÓRIA DO SUS
Pode-se dizer que o sistema de saúde público do Brasil é relativamente novo, uma vez que até o início da década de 1940 não se pensava no conceito de saúde como é pensado hoje, muito menos no direito à saúde como um direito do cidadão e dever do estado. Em 1948 a OMS define saúde como um “estado do mais completo bem-estar físico, mental e social”, muito mais que a ausência de doença e enfermidade, e em 1998 introduziu uma dimensão mais ampla “saúde é um estado dinâmico de completo bem-estar físico, mental, espiritual e social, e não meramente a ausência de doença ou enfermidade.” como está na contemporaneidade. 
Começa-se a pensar em prevenções quando o Brasil passa por epidemias como a da febre amarela, varíola, tuberculose e sífilis. Na República velha (república das oligarquias) isso faz com que o governo comece a pensar em formas de combater essas doenças transmissíveis e por isso vem a reforma sanitarista. Em 1904 o então sanitarista brasileiro, Oswaldo Cruz pretende fazer a desinfecção de cidades, a demolição de lugares considerados prejudiciais à saúde, queria notificação compulsória dos casos positivos para as epidemias e colocou a vacinação obrigatória, o que culminou na revolta da vacina. Com isso o governo foi obrigado a pensar em novas formas de evitar a proliferação dessas doenças. 
Até então o governo só era responsável por isso, não exista a ideia de cuidar da saúde de um indivíduo como um todo integrado, prevenção, muito menos saúde pública, a saúde em si do cidadão não era cuidada, o conhecimento científico era muito pouco, por isso usava-se métodos paliativos e ainda se acreditava muito nas benzedeiras, curandeiras, nos pajés. O que existiam eram apenas médicos particulares e as Santas Casas que eram instituições filantrópicas, serviços de caridade realizados pelas igrejas e outras pessoas. Nesse sentido, essas assistências passaram a ser tão importantes naquela época que muitas pessoas queriam ser membros para ajudar, além de as associações se tornarem uma questão de status social. 
Já na Ditadura militar passou a existir o INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) que já vinha sendo reivindicado pelos trabalhadores desde a era Vargas. Dessa forma empregado, empregador e governo guardavam dinheiro para custear os futuros gastos caso o empregado ficasse doente. Mais tarde no INPS entraram novas categorias como trabalhadores rurais, autônomos e empregadas domésticas, mas como eles não eram trabalhadores que tinham carteira assinada tinham que pagar tudo sozinhos. Isso quer dizer que na realidade apenas os trabalhadores formais tinham direito à saúde quando ficavam doentes. Em vista disso, como não existia sistema de saúde público gastava-se muito com os serviços privados e essas redes privadas passaram a não dar conta da demanda de pessoas, já que a atenção a saúde era pouca e com isso poucas unidades privadas. A saúde privada lucra muito com essas doenças da população e começa a tornar-se mais cara. Havia também má gestão do governo, os procedimentos para a saúde das pessoas foram ficando mais complexos e por isso precisavam de mais investimento governamental no setor privado. Nesse momento o INPS começa a quebrar e passa-se a pensar em uma nova política social de saúde que mais tarde se chamará SUS. Com o final da ditadura vem o pensamento sobre os princípios, políticas sociais de saúde no Brasil, junto os movimentos sociais e uma Conferência Nacional de saúde com o tema "A saúde é um bem do cidadão e é um dever do estado".
O SUS dos dias de hoje nasce em 1988 no contexto de uma nova constituição cidadã, da redemocratização do Brasil e é no artigo 196 da constituição federal brasileira onde encontra-se os princípios de organização do SUS como: universalidade; equidade, o sus visa tratar todos de forma igual, mas também pensando na isonomia do conceito aristotélico, tratando as desigualdades na medida necessária para que se tenha igualdade de fato; integridade, no sentido de cuidar da saúde das pessoas de forma completa, de forma individual para as suas particularidades, mas também da ideia de um sistema único para o país todo; ao mesmo tempo é descentralizado, existem funções realizadas pelos municípios, estados e União, o sus está nas 3 esferas da federação, tanto na administração como no financiamento; e a participação social.
Sabe-se que o SUS do planejamento não é o SUS da realidade. Hoje um dos maiores problemas do SUS são as filas de emergências, exames e especialistas. Apesar disso ele é um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo e tem muitas ofertas como: atendimento, emergência, pesquisa, ensino, epidemias (o sus que pensará no cenário das epidemias), vacinas, hemocentro (doação de sangue), transplantes, saúde da família, CAPS (centro de atendimento psíquico social), SAMU, AIDS (um dos maiores programas públicos de prevenção ao HIV do mundo), fiscalização (Anvisa) e assistência farmacêutica. O acompanhamento psíquico social, a assistência farmacêutica por exemplo, seriam impossíveis de serem realizados nas redes privadas pela maioria da população por questões histórico-sociais e político-econômicas. Tratar na integralidade (nos dois sentidos) a maioria das pessoas não seria possível nas redes privadas. Existe a atenção primaria em UPAS, unidades perto de casa, onde você pode ser atendido com prontidão, o que é um dos problemas na prática, e ser encaminhado para outros níveis da atenção.
As filas é que são lugares perigosos, ficar sem nenhuma atenção é perigoso e é o que mais tem matado no momento de pandemia em que se vive, por isso que a atenção primária é nesse caso a mais importante. É preciso que se organize essas filas de acordo com níveis de urgências de cada paciente, haja vista que isso evitaria a morte de muitas pessoas. As verbas precisam ser divididas de forma equitativa, na medida das necessidades de cada região, é necessário ter fiscalização não só da OMS, mas também é preciso o exercício da cidadania, cobrar direitos e valorizar os profissionais da saúde. Os salários, plano de carreira, condições de trabalho adequadas, recursos necessários para esses profissionais precisam também condizer concomitante com as políticas sociais de saúde e precisa-se entender bem nos dias de hoje os conceitos de igualdade, equidade para que muitas políticas sociais deem certo no Brasil em virtude de ser preciso pensar em como é uma igualdade de fato.
A saúde é direito e não consumo, isso já está claro, por isso deve ser assegurado pela constituição. Isso também deve ser feito pelo fato do Brasil ser um país com muitas desigualdades, por isso precisa-se de uma lei e políticas públicas, nesse caso as sociais, para assim tentar chegar a uma sociedade mais igualitária, justa. No artigo quinto da constituição brasileira diz que “todos são iguais perante a lei”, isto é, por causa das enormes desigualdades sociais do Brasil, precisa-se “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades” (ARISTÓTELES, 2016). Por isso tudo, o governo oferecerá saúde para todos sem ver a quem, assim como outros países já vinham fazendo primeiro, toma-se por exemplo o NHS como modelo para o sus, mas os que vão realmente usar o sistema público hoje em dia são os menos favorecidos. Isso se deve à sua má condição na contemporaneidade e à sociedade brasileira hierarquizada, apesar da existência de um sistema de saúde universal a saúde acaba sendo melhor para aqueles que podem pagar o sistema de lógica de mercado que acaba excluindo, o que acontece completamente nos países que têm um sistema de saúde totalmente privado. 
Apesar de o SUS ser o planejamento de um sistema universal, inclusivo, por causa dos problemas dele muitas vezes usa-se o sistema privado fazendo as desigualdades do Brasil serem esquecidas, por ser uma outra alternativa para alguns, o que faz parecercom que não se tem o sistema público como o principal, que atende a maior parte da população. O governo passa a investir menos também em saúde pública, existe a pressão privada e acaba-se por incentivar do uso da saúde privada porque quem não usa não cobra por ele. Mais uma vez não é pensado nos outros como em um sistema de lógica de mercado.
Visto as desigualdades e território continental do Brasil a importância do sus é esquecida, as pessoas desconhecem a importância e história do SUS o que as leva a discutirem nos dias de hoje sobre a necessidade dele e a privatização dos sistemas públicos. Foi exatamente na década de 90 com o neoliberalismo que visava a privatização dos serviços públicos, discussões que estão nos dias de hoje novamente, que nasceu o sus como uma revolução. O problema não é ter um sistema solidário para todos que seja financiado pelos impostos, o problema é não acreditar mais que esses impostos possam ser utilizados pelo governo da forma certa. É nesse contexto que essa discussão se torna sobre o que o estado pode nos oferecer para que se continue acreditando em políticas sociais, pensando ainda que ele de fato tem a capacidade de fazer políticas sociais que deem certo caso use o dinheiro público adequadamente.
 BIBLIOGRAFIA 
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Livro V. São Paulo: Martin Claret, 2016.
Fundação Oswaldo Cruz, Linha do tempo conferencias nacionais de saúde, Portal Fiocruz. Disponível em: <https://portal.fiocruz.br/linha-do-tempo-conferencias-nacionais-de-saude>. Acesso em: 08 de junho de 2021.
Instituto Claro, SUS: quais as conquistas e desafios na saúde pública do país?, Youtube, 2019. Disponível em: <https://youtu.be/SwomwkwuA5Y>. Acesso em: 08 de junho de 2021
Jalekos acadêmicos, Sistema único de saúde – história antes do SUS, Youtube, 2018. Disponível em: <https://youtu.be/NzZYt0SZANs>. Acesso em: 08 de junho de 
Prof. Basilio historiando, História do SUS e da saúde no Brasil, 2020. Disponível em: <https://youtu.be/EgMkicTkeh0>. Acesso em: 08 de junho de 2021 
Quero uma vaga na enfermagem, Entendendo o SUS – princípios doutrinários, Youtube, 2019. Disponível em: <https://youtu.be/xoXTo82hScQ>. Acesso em: 08 de junho de 2021 
SALGADO, Mauro, Saúde e espiritualidade, Boletim da UFMG. Disponível em: <https://www.ufmg.br/boletim/bol1551/segunda.shtml>. Acesso em: 08 de junho de 2021.
SILVA, Frans, Uma perspectiva histórica sobre o conceito de saúde, ao sistema único de saúde e a saúde do trabalhador, 2012. Disponível em: <http://www.eeffto.ufmg.br/eeffto/DATA/defesas/20180123095420.pdf>. Acesso em: 08 de junho de 2021.
TVE Debate, TVE Debate – Cotas raciais, Youtube, 2017. Disponível em: <https://t.co/kMBX1CT9up?amp=1>. Acesso: 8 de Jun de 2021.
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