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Percepção dos Pacientes no SUS

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1 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-21, 2024 
 
 jan. 2021 
“Diálogos que Curam”: a percepção dos pacientes sobre a comunicação dos 
profissionais da saúde no SUS 
 
“Dialogues that Heal”: patients’ perception of health professionals’ 
communication in the SUS 
 
“Diálogos que Curan”: percepción de los pacientes sobre la comunicación de 
los profesionales de la salud en el SUS 
 
DOI: 10.55905/revconv.17n.6-100 
 
Originals received: 05/10/2024 
Acceptance for publication: 05/31/2024 
 
Antônio Nacílio Sousa dos Santos 
Mestre em Avaliações de Políticas Públicas 
Instituição: Universidade Federal do Ceará (UFC) 
Endereço: Horizonte – Ceará, Brasil 
E-mail: naciliosantos23@gmail.com 
 
Laécio Dias da Silva 
Mestre em Educação 
Instituição: Universidade Tiradentes (UNIT) 
Endereço: Euclides da Cunha – Bahia, Brasil 
E-mail: laeciodias3@gmail.com 
 
Fabiane Noemi Souza dos Santos 
Mestranda em Saúde Coletiva e Controle do Câncer 
Instituição: Instituto Nacional do Câncer (INCA) 
Endereço: Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, Brasil 
E-mail: fabianenoemi1993@hotmail.com 
 
Clairton Edinei dos Santos 
Mestre em Ciências Médicas 
Instituição: Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES) 
Endereço: Santa Cruz do Sul – Rio Grande do Sul, Brasil 
E-mail: clairton03@hotmail.com 
 
Mateus Coutinho de Lima 
Graduando em Fisioterapia 
Instituição: Universidade do Estado do Pará (UEPA) 
Endereço: Tucuruí – Pará, Brasil 
E-mail: ⁠mateuscolima@gmail.com 
 
 
 
mailto:naciliosantos23@gmail.com
mailto:laeciodias3@gmail.com
mailto:fabianenoemi1993@hotmail.com
mailto:clairton03@hotmail.com
 
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Francisco Ocian de Araújo Junior 
Mestrando em Enfermagem 
Instituição: Universidade do Estado do Pará (UEPA) 
Endereço: Belém – Pará, Brasil 
E-mail: ocianjunior@gmail.com 
 
Emily da Silva Eberhardt 
Doutoranda em Enfermagem 
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) 
Endereço: Terra de Areia – Rio Grande do Sul, Brasil 
E-mail: enfemilyeberhardt@gmail.com 
 
Edgar Luiz Neves dos Santos 
Especialista em Saúde Pública 
Instituição: Universidade Paulista (UNIP) 
Endereço: Macapá – Amapá, Brasil 
E-mail: edgarlnsantos@gmail.com 
 
Caroline Gabriela Gomes Amaral 
Especialista em Saúde Indígena 
Instituição: União Brasileira de Faculdades (UNIBF) 
Endereço: Manaus – Amazonas, Brasil 
E-mail: carolinegabriela15@hotmail.com 
 
Laís Mariana da Fonseca 
Doutora em Ciências/Enfermagem 
Instituição: Universidade de São Paulo (USP) 
Endereço: Mogi Guaçu – São Paulo, Brasil 
E-mail: lais.mental@gmail.com 
 
Alan Carvalho Leandro 
Doutorando em Ciências da Saúde 
Instituição: Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) 
Endereço: Teresina – Piauí, Brasil 
E-mail: alanleandroadv@yahoo.com.br 
 
RESUMO 
Este estudo examinou a percepção do paciente resultante da comunicação referente ao 
atendimento dos profissionais da saúde, considerando a linguagem como um processo dialógico 
(Freire, 2005). Trata-se de uma pesquisa qualitativa (Minayo, 2006; 2016), a partir de um estudo 
observacional (Fronteira, 2013) onde foi analisado, compreensivamente (Weber, 2007) o 
conjunto dos dados obtidos por meio das entrevistas com pacientes que utilizam o Sistema Único 
de Saúde (SUS), através da aplicação do Questionário Comportamento Comunicativo do Médico 
(QCCM). As entrevistas incluíram perguntas sobre as interações que o paciente teve com o 
profissional durante as consultas. Para responder, o paciente recorreu à memória da consulta 
recém-realizada e avaliou o comportamento comunicativo do médico. Alguns pacientes 
consideram que para um atendimento de qualidade e uma boa relação médico-paciente, o 
mailto:ocianjunior@gmail.com
mailto:enfemilyeberhardt@gmail.com
mailto:edgarlnsantos@gmail.com
mailto:carolinegabriela15@hotmail.com
mailto:lais.mental@gmail.com
mailto:alanleandroadv@yahoo.com.br
 
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profissional deve solicitar exames, enquanto outros acreditam que realizar um exame físico, 
dialogar e investigar seriam/é o ideal. Entre os homens, houve uma maior prevalência da 
percepção de que quase nada ocorre em relação ao encorajamento, apoio não verbal e controle. 
Contudo, na análise por faixa etária, a prevalência de que sempre ocorre encorajamento, apoio 
não verbal, compreensão e relação amigável aumenta a partir dos 50 anos. Na análise por nível 
de escolaridade, a prevalência é inversamente proporcional, sendo maior quanto menor o nível 
de escolaridade, de que sempre ocorrem compreensão e relação amigável. Este estudo revelou 
que a percepção dos usuários decorrente da comunicação relativa ao atendimento dos 
profissionais médicos se manifestam nas consultas por meio das palavras, gestos, olhares, 
confiança e compreensão, fortalecendo este vínculo e, como consequência, eles aderem ao 
tratamento e às orientações propostas com maior determinação. 
 
Palavras-chave: comunicação dos profissionais da saúde, relação profissional-paciente, 
percepção dos usuários, sistema único de saúde. 
 
ABSTRACT 
This study examined patients' perception resulting from communication regarding healthcare 
professionals' care, considering language as a dialogical process (Freire, 2005). It is a qualitative 
research (Minayo, 2006; 2016), based on an observational study (Fronteira, 2013) where the set 
of data obtained through interviews with patients using the Brazilian Unified Health System 
(SUS) was comprehensively analyzed (Weber, 2007), through the application of the Physician's 
Communicative Behavior Questionnaire (QCCM). Interviews included questions about the 
interactions patients had with the professional during consultations. To respond, patients relied 
on the memory of the recently conducted consultation and evaluated the physician's 
communicative behavior. Some patients believe that for quality care and a good doctor-patient 
relationship, the professional should request exams, while others believe that conducting a 
physical examination, engaging in dialogue, and investigating would be ideal. Among men, there 
was a higher prevalence of the perception that hardly anything occurs regarding encouragement, 
non-verbal support, and control. However, in the analysis by age group, the prevalence of 
encouragement, non-verbal support, understanding, and friendly relationship occurring always 
increases from the age of 50 onwards. In the analysis by educational level, prevalence is inversely 
proportional, being higher with lower levels of education, that understanding and friendly 
relationship always occur. This study revealed that users' perception resulting from 
communication regarding medical professionals' care manifests in consultations through words, 
gestures, looks, trust, and understanding, strengthening this bond and, as a consequence, they 
adhere to treatment and proposed guidelines with greater determination. 
 
Keywords: healthcare professionals' communication, professional-patient relationship, users' 
perception, brazilian unified health system. 
 
RESUMEN 
Este estudio examinó la percepción del paciente resultante de la comunicación sobre el cuidado 
de los profesionales de la salud, considerando el lenguaje como un proceso dialógico (Freire, 
2005). Se trata de una investigación cualitativa (Minayo, 2006; 2016), basada en un estudio 
observacional (Fronteira, 2013) donde se analiza el conjunto de datos obtenidos a través de 
entrevistas a pacientes que utilizan el Sistema Único de Salud (SUS), mediante la aplicación de 
la Guía Comunicativa del Médico. Cuestionario de Comportamiento (QCCM). Las entrevistas 
 
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incluyeron preguntas sobre las interacciones que tuvo el paciente con el profesional durante las 
consultas. Para responder, el paciente recurrió al recuerdo de la consulta reciente y evaluó la 
conducta comunicativa del médico. Algunos pacientes creen que para una atención de calidad y 
una buena relación médico-paciente, el profesional debe solicitar pruebas, mientras que otros 
creen que sería ideal la realización de un examen físico, diálogo e investigación. Entre los 
hombres prevaleció mayor la percepción de que casi nada sucede en relación al estímulo, el apoyo 
no verbal y el control. Sin embargo, en el análisis por grupos de edad, la prevalencia del estímulo, 
el apoyo no verbal, la comprensión y las relaciones amistosas siempre aumenta a partir de los 50 
años. En el análisis por nivel de estudios la prevalencia es inversamente proporcional, siendo 
mayor cuanto menor es el nivel de estudios, por lo que siempre se dan comprensión y relaciones 
amistosas. Este estudio reveló que las percepciones de los usuarios derivadas de la comunicación 
sobre la atención de los profesionales médicos se manifiestan en las consultas a través de 
palabras, gestos, miradas, confianza y comprensión, fortaleciendo ese vínculo y, como 
consecuencia, adhieren al tratamiento y pautas propuestas. mayor determinación. 
 
Palabras clave: comunicación de los profesionales de la salud, relación profesional-paciente, 
percepción del usuario, sistema único de salud. 
 
 
1 “INICIANDO O DIÁLOGO”: INTRODUÇÃO 
 
A linguagem é um sistema de símbolos e regras que permite a comunicação dos 
pensamentos, sentimentos, ideias e informações entre indivíduos. Ela pode ser verbal, através de 
palavras faladas ou escritas, ou não-verbal, por meio de gestos, expressões faciais, posturas 
corporais e outros sinais. 
 
A comunicação humana é uma área de investigação e de estudos muito complexa, é 
tanto um fenômeno quanto uma função social e profissional. Ela é processada através 
de dois níveis: o verbal e o não verbal. A comunicação não-verbal é a forma não 
discursiva que pode ser transmitida através de três suportes: o corpo, os objetos 
associados ao corpo e os produtos da habilidade humana. Investigações científicas têm 
evidenciado que a importância das palavras, em uma interação entre pessoas é apenas 
indireta. Resultados de diversos estudos demonstram que as relações interpessoais são 
mais influenciadas por canais de comunicação não-verbais do que verbais. Isto é 
indicativo que o discurso não-verbal assume relevância nos processos de comunicação 
humana. Fica, então, evidente que em determinadas profissões os sinais não-verbais são 
de capital importância, principalmente, para aqueles profissionais cuja ação está mais 
diretamente relacionada ao corpo e ao movimento, na medida em que contribuem de 
forma relevante para melhor percepção de outras pessoas, os clientes (Mesquita, 1997, 
p. 155). 
 
Mesquita (1997) discute a complexidade da comunicação humana, destacando que ela vai 
além das palavras faladas. Ele afirma que a comunicação é tanto um fenômeno social quanto uma 
 
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função profissional e é processada em dois níveis: verbal e não verbal. Enfatiza que a 
comunicação não verbal, que inclui gestos, expressões faciais, postura e outros sinais não 
discursivos, é fundamental na interação entre as pessoas. 
A importância das palavras é considerada apenas indireta em comparação com os sinais 
não verbais, conforme evidenciado por várias pesquisas. O autor argumenta que as relações 
interpessoais são mais influenciadas pelos sinais não verbais do que pelos verbais. Isso sugere 
que a comunicação não verbal desempenha um papel significativo nos processos de comunicação 
humana. 
O texto sugere também que em certas profissões, especialmente aquelas em que a ação 
está mais diretamente relacionada ao corpo e ao movimento, como é o caso de profissionais que 
lidam com pacientes, como é o caso da área da saúde, os sinais não verbais são de extrema 
importância. Eles contribuem significativamente para uma melhor percepção das outras pessoas, 
o que pode ser crucial para o sucesso da interação profissional. 
De acordo com a perspectiva de Bakhtin (2004), a linguagem não pode ser concebida 
como um sistema estático e completo, mas sim como um processo contínuo de transformação. 
Ele enfatiza que a fala-linguagem é essencialmente um fenômeno social que ocorre durante 
interações verbais, referindo-se ao conjunto de códigos que regem essa interação como “tato”. 
Segundo Stam (2000), a palavra é o resultado da interação mútua entre o sujeito que fala e o 
receptor. Em contextos relacionados à saúde, é de suma importância que os profissionais 
possuam habilidades para interagir efetivamente com os pacientes. Neste sentido, cabe ao 
profissional de saúde decifrar, interpretar e compreender o significado das mensagens 
transmitidas pelo paciente. 
 
Na área médica o discurso verbal é importante para a anamnese do paciente, porém o 
médico sempre está atento para os sinais não-verbais do corpo e do movimento do 
paciente, procurando interpretar e compreender a origem ou a causa daquilo que observa 
(Buyssens, 1972). Em algumas especialidades médicas, como a pediatria e a psiquiatria, 
nas quais o discurso verbal fica comprometido ou porque a criança não domina a 
linguagem ou porque o paciente apresenta, em função de sua patologia, idéias 
incoerentes, o médico necessita ainda mais recorrer às suas habilidades de interpretar 
os sinais não-verbais para decidir o que está ocorrendo com seu paciente (Cook, 1971) 
(Mesquita, 1997, p. 160). 
 
Mesquita (1997) destaca a importância da comunicação na intervenção da saúde, 
destacando que, embora o discurso verbal seja crucial para a obtenção das informações durante 
 
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a anamnese do paciente, os profissionais da saúde também devem estar atentos aos sinais não-
verbais que o corpo e o movimento do paciente podem oferecer. Isso implica em interpretar e 
compreender as manifestações físicas do paciente como parte integrante do diagnóstico e do 
processo de tratamento. 
Enfatiza que em certas especialidades da área do cuidado da saúde, como pediatria e 
psiquiatria, onde a comunicação verbal pode ser limitada devido à idade da criança ou à condição 
psiquiátrica do paciente, a capacidade de interpretar sinais não-verbais é ainda mais crucial. 
Nestes casos, o profissional deve confiar em suas habilidades de observação e interpretação para 
compreender o que está acontecendo com o paciente, uma vez que as informações verbais podem 
ser limitadas ou distorcidas. 
Dito isso, ressaltam a importância da comunicação não-verbal na prática médica, 
especialmente em situações em que a comunicação verbal é inadequada ou limitada, e destaca a 
necessidade dos médicos desenvolverem habilidades de observação e interpretação para garantir 
uma compreensão abrangente das necessidades e condições dos seus pacientes. 
Desse modo, no contexto do campo da saúde, a linguagem é concebida como um 
instrumento para delimitar uma área específica dentro do vasto universo do possível. Lucchese e 
Ledur (2008) destacam que a competência essencial dos profissionais da saúde em tempos 
contemporâneos reside na habilidade de se comunicar com uma linguagem acessível ao paciente. 
Para Martins (2017), é de suma importância a comunicação em contextos, por exemplo, de 
cuidados paliativos1, não apenas para a qualidade do atendimento no fim da vida, mas também 
para o bem-estar familiar. Os participantes do estudo enfatizaram a necessidade de uma 
comunicação empática, transparente, honesta, respeitosa e eficaz. Essa nova abordagem,defendida por especialistas em saúde e comunicação, reforça a importância de superar a 
linguagem técnica restrita ao entendimento entre colegas, tornando-a acessível também aos 
indivíduos envolvidos em situações reais de saúde física ou mental. 
 
1 Os “cuidados paliativos” são uma abordagem multidisciplinar que visa melhorar a qualidade de vida de pacientes 
e seus familiares enfrentando doenças graves, incuráveis ou potencialmente fatais. Esses cuidados buscam aliviar os 
sintomas, como dor, falta de ar, náuseas e fadiga, além de abordar aspectos psicossociais, espirituais e emocionais 
do paciente, visando proporcionar conforto e apoio durante todo o curso da doença. Uma definição frequentemente 
citada é a da Organização Mundial da Saúde (OMS), que define cuidados paliativos como “uma abordagem que 
melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de problemas associados a doenças que ameaçam a 
vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor 
e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual” (OMS, 2002). Site da OMS: https://www.who.int/ 
https://www.who.int/
 
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Este estudo investigou a apreensão subjetiva do paciente derivada da interação 
comunicativa no âmbito do cuidado prestado por profissionais da saúde, adotando uma 
perspectiva que concebe a linguagem como um fenômeno dialógico (Freire, 2005). Por meio da 
coleta dos dados que abarcam os elementos constituintes das interações interpessoais no contexto 
da assistência e cuidado a saúde, examinou-se aspectos relacionados à compreensão linguística, 
destacando-se a competência e a articulação evidenciadas pelos participantes ao discorrerem 
sobre experiências de atendimento. Adicionalmente, investiga-se a percepção do paciente em 
relação a elementos extralinguísticos que informam a compreensão mútua e fortalecem a relação 
profissional-paciente. 
Dito isso, o artigo está estruturado da seguinte maneira: a) na introdução expusemos o 
objeto e os objetivos da pesquisa; consequentemente, b) trabalhamos o caminho, descritivamente, 
para a obtenção dos dados, isto é, a metodologia; posteriormente, c) trouxemos os dados 
referentes às entrevistas e, paralelamente a descrição dos achados fomos tensionando através da 
análise compreensiva e, por fim, d) as considerações finais que fazem referências ao que foi 
desenvolvido ao longo do artigo, centrando o olhar na importância do diálogo para o processo da 
cura. 
 
2 “ESCUTANDO A SAÚDE”: A METODOLOGIA 
 
A metodologia qualitativa na área da saúde, conforme delineada por Minayo (2006) em 
suas obras, desempenha um papel fundamental na compreensão dos processos complexos que 
permeiam essa área de atuação. Ela busca explorar e compreender a riqueza e a profundidade das 
experiências humanas, bem como os contextos sociais, culturais e emocionais em que estão 
inseridas. Para a teórica, 
 
Entendemos metodologia o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem 
da realidade. Ou seja, a metodologia inclui simultaneamente a teoria da abordagem (o 
método), os instrumentos de operacionalização do conhecimento (as técnicas) e a 
criatividade do pesquisador (sua experiência, sua capacidade crítica e sua 
sensibilidade). A metodologia ocupa um lugar central no interior das teorias e está 
referida a ela (Minayo, 2016, p.14). 
 
Minayo (2006) destaca a importância de uma abordagem holística e contextualizada para 
investigar questões de saúde, reconhecendo que os indivíduos não são apenas corpos físicos, mas 
 
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também seres sociais, emocionais e culturais. Sua metodologia qualitativa enfatiza a necessidade 
de uma escuta sensível e empática, a observação cuidadosa e a interpretação reflexiva dos dados 
coletados. 
Ao adotar essa abordagem, os pesquisadores da saúde capturam nuances e complexidades 
que não seriam acessíveis por meio de métodos quantitativos. Exploramos percepções, crenças, 
valores e práticas dos pacientes, profissionais da saúde e outros atores envolvidos nesse campo 
de atuação, permitindo uma compreensão mais profunda dos desafios, necessidades e 
possibilidades de intervenção. 
Além disso, a metodologia qualitativa permite uma investigação mais flexível e 
adaptável, adequada para lidar com questões emergentes e explorar novos territórios de pesquisa. 
Ela também é especialmente relevante para abordar questões de equidade, justiça social e 
participação comunitária na promoção da saúde e na formulação de políticas públicas. 
Desse modo, empreendemos uma análise compreensiva dos dados obtidos pelos 
usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para compreender a importância da comunicação 
entre profissional e usuário para mitigar os processos de adoecimento. 
 
Os autores compreensivistas não se preocupam em quantificar em explicar, e sim em 
compreender: este é o verbo da pesquisa qualitativa. Compreender relações, valores, 
atitudes, crenças, hábitos e representações e, a partir desse conjunto de fenômenos 
humanos gerados socialmente, interpretar a realidade (Minayo, 2012). O pesquisador 
que trabalha com estratégias qualitativas atua com a matéria-prima das vivências, das 
experiências, da cotidianidade e também analisa as estruturas e as instituições, mas 
entendem-nas como ação humana objetivada. Para esses pensadores e pesquisadores, a 
linguagem, os símbolos, as práticas, as relações e as coisas são inseparáveis. Se 
partirmos de um desses elementos, temos que chegar aos outros, mas todos passam pela 
subjetividade humana (Minayo, 2016, p. 23). 
 
Os dados quantitativos, utilizados nessa pesquisa, desempenham um papel fundamental 
na pesquisa qualitativa, contribuindo para a geração de questões de pesquisa, fornecendo 
contexto, e enriquecendo a interpretação e a validade dos achados qualitativos. Ao integrar ambos 
os tipos de dados de maneira estratégica, pudemos obter uma compreensão mais completa e 
robusta dos fenômenos sociais estudados. Eles desempenham um papel fundamental na pesquisa 
qualitativa, contribuindo para a geração das questões de pesquisa, fornecendo contexto e 
enriquecendo a interpretação e a validade dos achados qualitativos. Ao integrar ambos os tipos 
dos dados de maneira estratégica, os pesquisadores podem obter uma compreensão mais 
completa e robusta dos fenômenos sociais estudados. 
 
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Desse modo, foram analisados o conjunto de dados obtidos por meio de entrevistas com 
pacientes que utilizaram o Sistema Único de Saúde (SUS) de um município na região nordeste 
do país, mediante aplicação de Questionário Comportamento Comunicativo do Médico 
(QCCM)2. A amostra do estudo é composta por pacientes que utilizaram algumas das Unidades 
Básicas de Saúde (UBS) da cidade. Com o tamanho populacional de 74.755 pessoas, para um 
nível de confiança de 95% e uma margem de erro de 10%, o tamanho da amostra é de 98 casos, 
nos meses de abril e maio de 2024. 
Foram incluídas pessoas que se dispuseram a participar da entrevista e concordaram em 
participar do estudo: maiores de 18 anos, que tinham consultado na Unidade Básica de Saúde 
(UBS) no dia da entrevista. Foram excluídas menoridade legal3, ausência da necessidade de 
atendimento por profissional de saúde, pacientes que não tinham realizado consultas no dia da 
entrevista, bem como os que possuíam algum distúrbio neurológico diagnosticado ou que não 
concordaram em responder o questionário. A entrevista abordou perguntas sobre as interações 
que o paciente tem com seu/sua profissional da saúde, em específico, os profissionais damedicina. 
Para responder a entrevista, o paciente teve que pensar na consulta que acabara de realizar 
e como foi o comportamento comunicativo do médico em relação ao “desafio”, “encorajamento” 
e “elogio”, “apoio não verbal”, “compreensão”, “relação amigável” e “controle”. Por isso, não 
há respostas “certas” ou “erradas”, somente a opinião do paciente. Para cada pergunta, o paciente 
teve que escolher uma única alternativa de resposta em relação à frequência, onde (1) é “nunca”; 
(2) “raramente”; (3) “às vezes”; (4) “algumas vezes” e (5) “sempre” (Croitor, 2010), além de 
uma questão aberta em que o paciente foi convidado a relatar a experiência do atendimento, 
mediante aplicação do formulário QCCM. Os dados coletados nas entrevistas foram organizados 
em uma planilha, para posterior análise com o auxílio dos softwares Excel 365 e Statistical 
 
2 O Questionário Comportamento Comunicativo do Médico (QCCM) é um instrumento desenvolvido para avaliar a 
qualidade da comunicação entre médicos e pacientes durante consultas médicas. Ele é utilizado para obter 
informações sobre diversos aspectos da interação comunicativa entre o profissional de saúde e o paciente, incluindo 
o comportamento verbal e não verbal do médico, a empatia demonstrada, a clareza das explicações fornecidas, entre 
outros. 
3 Crianças e adolescentes são considerados grupos vulneráveis devido ao seu estágio de desenvolvimento físico, 
cognitivo e emocional a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), instituído em 1990. Eles podem não 
compreender completamente os riscos e benefícios da pesquisa ou serem incapazes de expressar sua vontade de 
participar ou não. Portanto, a exclusão protege esses indivíduos de possíveis danos ou exploração, afirma Santos 
(2019). 
 
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Package for the Social Sciences ® (IBM-SPSS) versal 22.0.4 Inicialmente foram geradas 
estatísticas descritivas de todos os itens do questionário deste estudo, como frequência, 
frequência relativa, média e desvio padrão, apresentadas em tabelas e gráficos. 
Para verificar se há diferença significativa entre as percepções dos pacientes com relação 
às variáveis do questionário, por gênero, foi realizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney 
e o teste não paramétrico chamado Kruskal-Wallis5 para avaliar se existe diferença 
estatisticamente significativa entre as médias das variáveis principais por faixa etária dos 
pacientes e por nível de escolaridade. Para todos os testes estatísticos foi utilizado o nível de 
significância de 5%. Quando as estimativas foram intervalares, foi adotado intervalo de confiança 
de 95%. 
 
3 “O QUE DIZEM AS VOZES QUE FALAM?” RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Para a obtenção dos resultados da pesquisa, foram entrevistados 98 pacientes que 
frequentaram Unidades Básicas de Saúde (UBS) em um município do Nordeste brasileiro. Um 
achado notável é que 75,5% são do sexo feminino. Os pacientes da amostra possuem idades 
variando entre 18 e 84 anos, com uma média de 53 anos. No que diz respeito à escolaridade, 
observou-se que cerca de 30% da amostra possuem até o ensino fundamental. 
Os dados iniciais apresentados na pesquisa indicam uma predominância significativa de 
mulheres entre os pacientes que frequentam as Unidades Básicas de Saúde (UBS) no município 
pesquisado do Nordeste brasileiro. A proporção de 75,5% de pacientes do sexo feminino sugere 
uma disparidade de gênero nesse contexto específico de cuidados de saúde primários. Há várias 
possíveis razões para essa disparidade de gênero6: a) busca por cuidados de saúde. Mulheres 
muitas vezes têm uma maior conscientização e busca por cuidados de saúde preventivos e 
 
4 O “Statistical Package for the Social Sciences” (SPSS) é um software estatístico amplamente utilizado para análise 
de dados em diversas áreas, incluindo pesquisa social, psicologia, saúde, educação, negócios e outras disciplinas 
científicas. Desenvolvido inicialmente pela IBM, o SPSS oferece uma ampla gama de ferramentas e recursos para 
análise estatística, manipulação de dados e geração de relatórios. 
5 Os testes não paramétricos de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis são métodos estatísticos utilizados para comparar 
duas ou mais amostras independentes, respectivamente, quando as suposições dos testes paramétricos não são 
atendidas. Esses testes são frequentemente empregados quando os dados não seguem uma distribuição normal ou 
quando há desigualdade de variância entre as amostras. 
6 Essas são apenas algumas hipóteses e seria necessário realizar uma pesquisa mais aprofundada para compreender 
completamente os motivos por trás da predominância das mulheres nas consultas diárias nas UBS do município do 
Nordeste brasileiro. 
 
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serviços de saúde em geral. Elas podem ser mais propensas a agendar consultas regulares e a 
buscar atendimento médico quando necessário, contribuindo para uma maior representação nos 
dados; b) papéis de gênero. Tradicionalmente, as mulheres são frequentemente designadas como 
cuidadoras primárias da família e, como resultado, pode estar mais envolvida na gestão da saúde 
familiar. Isso pode incluir agendar consultas médicas para si mesmas e para membros da família; 
c) fatores biológicos. As mulheres têm necessidades de saúde específicas que as levam a buscar 
cuidados médicos com mais frequência do que os homens. Por exemplo, exames ginecológicos 
regulares, acompanhamento pré-natal e saúde reprodutiva podem ser fatores que contribuem para 
uma maior frequência de visitas às UBS; d) estigma em relação aos homens e cuidados de 
saúde7. Em algumas culturas, os homens podem enfrentar estigma ou resistência em relação à 
busca por cuidados de saúde, o que pode resultar em sub-representação nos dados de frequência 
de consultas médicas, por exemplo, no Nordeste brasileiro. 
No que concerne à estatística descritiva das variáveis em estudo, estas foram agrupadas 
pelos tópicos do questionário. Observou-se uma prevalência da resposta “sempre” em todos os 
itens relacionados aos aspectos do formulário QCCM: “desafio”, “encorajamento”, “elogio”, 
“apoio não verbal”, “compreensão”, “relação amigável” e “controle”, com pouca variação entre 
as demais respostas. Das questões que compõem o questionário, aquela que apresentou a maior 
proporção das respostas classificadas como “muito bom” foi o interesse demonstrado pelo 
profissional em relação ao usuário, alcançando 39%, seguida pela variável que avalia o nível de 
conforto do paciente com o médico, com 38% das respostas nessa categoria. 
A análise dos dados dessa pesquisa revela que duas variáveis específicas se destacaram 
nas respostas dos pacientes. Primeiramente, o interesse demonstrado pelo profissional em relação 
ao usuário foi à questão que obteve a maior proporção das respostas classificadas como “muito 
bom”, atingindo 39%. Isso sugere que a maioria dos pacientes percebeu um alto nível de interesse 
por parte dos profissionais da saúde em relação a eles, o que pode contribuir positivamente para 
a qualidade da interação médico-paciente. 
 
7 A questão dos estigmas em relação ao cuidado com a saúde entre homens no Nordeste brasileiro pode estar 
relacionada às ideais de masculinidade tradicionais que enfatizam a virilidade, força e resistência. A expectativa 
social de que os homens devem ser “fortes” e “resistentes” pode levar a uma relutância em buscar ajuda médica ou 
cuidados de saúde preventiva. Esses estigmas estão enraizados em normas de gênero culturalmente construídas que 
perpetuam a ideia de que expressar vulnerabilidade ou buscar cuidados de saúde é umaforma de fraqueza masculina. 
Isso pode ser exacerbado em áreas onde as concepções tradicionais de masculinidade são especialmente 
proeminentes, como em algumas regiões do Nordeste brasileiro (Paiva, 2007). 
 
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Em segundo lugar, a variável que avalia o nível de conforto do paciente com o médico 
também se destacou, com 38% das respostas categorizadas como “muito bom”. Isso indica que 
uma parcela significativa dos pacientes relatou sentir-se bastante confortável durante suas 
interações com os médicos, o que é fundamental para estabelecer uma relação de confiança e 
facilitar a comunicação eficaz entre o paciente e o profissional de saúde. 
Importante ressaltar que esses resultados sugerem que, do ponto de vista dos pacientes, o 
interesse e a atenção demonstrados pelos profissionais da saúde, juntamente com o nível de 
conforto durante as consultas, são aspectos críticos da qualidade do atendimento médico. 
Portanto, é importante que os serviços de saúde e os profissionais individuais continuem a 
priorizar esses aspectos para promover uma experiência positiva e satisfatória para os pacientes. 
A indagação aberta, referente à narrativa da experiência do atendimento, emergiu como 
um elemento crucial deste estudo, uma vez que permitiu a percepção das emoções como 
“empatia”, “afeto” e “deferência recíproca” na dinâmica entre médico e paciente. Essa conduta 
foi evidenciada nos testemunhos que se seguem: a) “Hoje ela me deu os parabéns e me elogiou, 
porque tive alta do CAPS” (F, 58 anos, ensino fundamental)8; b) “Eu sinto ela como uma médica 
e uma amiga! Ela me ouve!” (F, 62 anos, ensino fundamental); c) “Ele foi bem atencioso! 
Compreendeu as minhas necessidades neste momento e vai continuar me acompanhando” (F, 
35 anos, superior completo). 
A partir dos dados apresentados, pode-se inferir que a relação entre pacientes e médicos 
está permeada por elementos simbólicos, como emocionais e afetivos. A inclusão de uma 
pergunta aberta na pesquisa, voltada para a narrativa da experiência do atendimento, revelou-se 
fundamental para capturar nuances emocionais e dinâmicas interpessoais que podem não ser 
facilmente quantificadas por meio de perguntas fechadas. 
Os testemunhos dos pacientes destacam a importância do reconhecimento e do apoio 
emocional fornecido pelos médicos durante o processo do cuidado. Os relatos, como 
exemplificado pelos testemunhos fornecidos, enfatizam a valorização pessoal, da escuta atenta e 
do cuidado individualizado por parte dos médicos. Esses aspectos contribuem para uma 
experiência positiva do paciente e influenciam diretamente na adesão ao tratamento, na satisfação 
com os serviços de saúde e no bem-estar geral dos pacientes. 
 
8 Dentro dos parênteses temos as seguintes informações dos pacientes: sexo (F – para o sexo feminino – e M –para 
o sexo masculino), idade e escolaridade. 
 
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Portanto, os dados sugerem que a qualidade da relação entre pacientes e médicos vai além 
da competência técnica, englobando aspectos subjetivos (emocionais e afetivos) que 
desempenham um papel significativo na experiência do paciente e na eficácia do cuidado médico 
através da conversa, dos signos da linguagem. 
Prosseguindo, no contexto da análise estatística entre os gêneros, foram identificadas 
diferenças significativas apenas em algumas variáveis. Especificamente, em relação ao 
componente do questionário referente ao “encorajamento e elogio”, no qual os pacientes eram 
questionados sobre se seus médicos solicitavam opiniões durante as consultas, observou-se que 
a maioria dos homens respondeu “às vezes” ou “raramente”. 
No aspecto relacionado ao “apoio não verbal”, no qual os pacientes eram questionados se 
“seus médicos”9 demonstravam apoio por meio das expressões faciais, à maioria dos homens 
indicou que isso ocorria “raramente”. Similarmente, no item referente ao “controle”, no qual os 
pacientes eram indagados se o profissional médico permitia que eles opinassem sobre o 
tratamento a ser adotado, a resposta predominante dos homens também foi “raramente”. 
As consequências desses dados para a relação médico-paciente são significativas e 
influenciam diretamente na qualidade do cuidado e na satisfação dos pacientes. A identificação 
das diferenças significativas entre os gêneros em algumas variáveis do questionário, 
particularmente nas áreas do “encorajamento e elogio”, “apoio não verbal” e “controle”, sugerem 
que existem disparidades na forma como os médicos interagem e se comunicam com os 
pacientes, dependendo do gênero. 
 
9 Estamos utilizando a expressão “seu médico” ao longo do texto para aproximar o leitor das expressões ditas 
popularmente pelos entrevistados, pois acreditamos que o fazer científico não pode deixar de trazer expressões, 
conceitos, derivações da linguagem provenientes dos achados da exploração do campo. Essa questão é importante 
para a ciência porque aborda a relação entre linguagem, comunicação e o fazer científico, reconhecendo que a ciência 
não se desenvolve em um vácuo, mas está intrinsecamente ligada ao contexto sociocultural e linguístico em que é 
praticada. Utilizar a expressão “seu médico” ao longo do texto para aproximar o leitor das expressões ditas 
popularmente pelos entrevistados é uma maneira de reconhecer e valorizar essa conexão, tornando a ciência mais 
acessível e compreensível para o público, ao usar termos e expressões familiares que facilitam a comunicação dos 
resultados. Além disso, incorporar expressões populares valoriza o conhecimento e a experiência cotidiana das 
pessoas, mostrando que a ciência está conectada à realidade diária. A linguagem carrega significados culturais 
importantes, e ao utilizar as expressões dos entrevistados, respeitamos o contexto cultural dos participantes do 
estudo, enriquecendo a interpretação dos dados e a relevância dos achados. Aproximar o discurso científico do 
discurso comum humaniza a ciência, mostrando que ela é feita por e para pessoas reais, e reflete sobre o método 
científico, demonstrando que ela é um processo dinâmico que envolve interação com o mundo real e adaptação à 
complexidade das experiências humanas. Portanto, a escolha de utilizar “seu médico” e outras expressões buscamos 
respeitar o contexto cultural dos participantes e refletir sobre a própria prática científica, contribuindo para uma 
ciência mais inclusiva, acessível e relevante. 
 
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No aspecto do “encorajamento e elogio”, a constatação de que a maioria dos homens 
respondeu “às vezes” ou “raramente” à pergunta sobre se seus médicos solicitavam opiniões 
durante as consultas indica uma possível lacuna na comunicação entre médico e paciente. Isso 
pode levar os pacientes, especialmente os homens, a se sentirem menos envolvidos no processo 
de tomada de decisão sobre sua saúde e tratamento, o que pode afetar negativamente sua 
confiança no médico e a adesão ao tratamento. 
Da mesma forma, a percepção predominante entre os homens de que os médicos 
demonstram apoio por meio de expressões faciais “raramente” sugere uma falta de 
reconhecimento emocional e empatia por parte dos profissionais. Isso pode resultar em uma 
sensação de desvalorização por parte dos pacientes e impactar negativamente o vínculo 
emocional e a confiança na relação médico-paciente. 
Além disso, a constatação de que os homens relataram que raramente lhes era permitidos 
opinar sobre o tratamento a ser adotado destaca uma possível falta de autonomia e participação 
ativa na tomada de decisões relacionadas à sua saúde.Isso pode levar a uma sensação de falta de 
controle sobre seu próprio cuidado e, consequentemente, a uma menor satisfação com a 
experiência médica. 
Nas três questões, registrou-se uma média superior no gênero masculino em comparação 
ao gênero feminino. Essa disparidade na percepção da comunicação pode estar associada às 
particularidades e atributos inerentes a cada gênero, como também constatados durante as 
entrevistas. Houve uma maior relutância por parte dos indivíduos do sexo masculino em aceitar 
o convite para participar da pesquisa, possivelmente devido à sua tendência a serem mais 
objetivos e diretos, a saírem das consultas com rapidez ou a sempre apresentarem uma 
justificativa para não participar. 
A indagação aberta, no questionário, pode nos dar respostas que não obtemos através dos 
números. Por exemplo, quando afirmam: “[...] eu acho que poderia ter sido melhor! Ficou só 
na conversa, não me examinou e nem pediu exames” (M, 48 anos, ensino médio completo). 
Outro, por sua vez, diz que mesmo diante dessa comunicação rarefeita afirma que é uma “[...] 
relação de família [com relação à médica], muito querida! Se preocupa com o paciente” (M, 59 
anos, ensino fundamental). 
 
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A análise dos dados apresentados sobre a relação médico-paciente destaca a importância 
da inclusão de questões abertas nos questionários, uma vez que estas podem fornecer insights10 
e informações que não são capturadas apenas pelos números. Por exemplo, um paciente de 48 
anos, com ensino médio completo, expressou insatisfação com a comunicação durante a consulta, 
destacando que a interação se limitou apenas à conversa, sem qualquer exame físico ou 
solicitação de exames complementares. 
Por outro lado, outro paciente, de 59 anos, com ensino fundamental, mesmo diante dessa 
comunicação limitada, descreveu a relação com sua médica como uma espécie de relação 
familiar, caracterizada por um vínculo afetuoso e preocupação genuína com o paciente. Esses 
testemunhos destacam a complexidade das interações médico-paciente e ressaltam a importância 
de considerar não apenas os aspectos técnicos do atendimento, mas também os aspectos 
emocionais e relacionais. 
Essas narrativas ilustram a diversidade de experiências e percepções dos pacientes em 
relação à comunicação com seus médicos. Enquanto alguns expressam descontentamento com a 
falta de abordagem clínica durante a consulta, outros valorizam o cuidado e a empatia 
demonstrados pelo profissional de saúde. Essa variedade de perspectivas destaca a necessidade 
de uma abordagem individualizada e sensível às necessidades e expectativas de cada paciente na 
prática médica. 
No que diz respeito ao aspecto da idade, no elemento do questionário sobre 
“encorajamento e elogio”, isto é, quando indagados se “o seu médico pede opiniões durante as 
consultas?” demonstramos através da figura abaixo os resultados. 
 
 
 
10 “Insights” é uma palavra em inglês que pode ser traduzida para o português como “percepções” ou “visões”. No 
da análise dos dados, “insights” refere-se a descobertas ou conclusões significativas obtidas a partir da análise das 
informações. Essas descobertas geralmente proporcionam entendimento ou entendimentos úteis sobre um 
determinado assunto, como o comportamento do paciente, tendências de mercado, eficácia das estratégias dos 
negócios, entre outros. Insights podem ser obtidos através dos diferentes métodos da análise dos dados, como análise 
estatística, mineração de dados, visualização de dados e modelagem preditiva. Eles são valiosos para orientar a 
tomada de decisões informadas e a formulação de estratégias eficazes. 
 
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Gráfico 1 – Demonstrativo da resposta dos pacientes sobre o elemento “encorajamento” e “elogio” do questionário 
QCCM relacionada à faixa etária. 
 
Fonte: Dados da pesquisa através do questionário QCCM (2024). 
 
De modo geral, tanto os pacientes do sexo masculino quanto feminino, nas faixas etárias 
correspondentes entre 30 e 50 anos, demonstram insatisfação em relação a este aspecto da 
pesquisa, ou seja, “o encorajamento e elogio”. No entanto, a partir dos 50 anos, observa-se uma 
mudança de opinião por parte dos pacientes, com a curva do gráfico em crescimento, 
demonstrando satisfação com este elemento da pesquisa na relação médico-paciente. Já em 
relação ao elemento do questionário referente a “controle”, isto é, quando indagados se “seus 
médicos permitiam que eles opinassem sobre o tratamento a ser adotado”, demonstramos 
através da Figura 2 abaixo. 
 
Gráfico 2 - Demonstrativo da resposta dos pacientes sobre o elemento “controle” do questionário QCCM 
relacionado à faixa etária. 
 
Fonte: Dados da pesquisa através do questionário QCCM (2024). 
 
Conforme demonstrado na Figura 2, observa-se que a satisfação em relação ao atributo 
“controle”, definido como a abordagem dos médicos na resolução das situações por meio de um 
 
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diálogo colaborativo, isto é, ao envolver as aspirações do paciente no processo do cuidado, 
apresenta uma tendência crescente em paralelo à idade das pessoas. 
Na mesma linha de análise, observa-se o fator “apoio não verbal”, que se refere à questão 
de se o médico estabelece contato visual durante a interação verbal com o paciente, conforme 
ilustrado na Figura II por uma tendência ascendente. Isso pode ser interpretado pelo aumento da 
percepção, à medida que a idade do paciente avança, de que o médico mantém contato visual 
durante a comunicação. Essa associação pode ser atribuída ao fato de que os idosos demandam 
maior atenção devido às limitações inerentes à idade e, simultaneamente, procuram nos 
profissionais da saúde uma figura amigável que esteja presente para ouvi-los. 
Em relação aos itens do questionário referentes aos aspectos de “compreensão” e “relação 
amigável”, onde as indagações consistiram em “ele explica novamente o que você não 
entendeu?” e “ele percebe quando você não entende?”, respectivamente, observou-se, tal como 
ilustrado na Figura 2, um aumento linear à medida que a idade do paciente aumenta. Reforçamos 
o ponto anteriormente mencionado de que os pacientes idosos frequentemente enfrentam maiores 
dificuldades de compreensão, o que demanda uma atenção e dedicação acrescidas por parte do 
profissional da saúde na interação médico-paciente. Nesse sentido, diante do envelhecimento 
crescente11 da população (Santos, 2023), torna-se evidente a necessidade de reiterar explicações 
quando o paciente não compreende, bem como de identificar quando isso ocorre, adaptando a 
comunicação de forma a facilitar a compreensão por parte desses indivíduos. 
Os dados coletados, com base na escolaridade dos pacientes, revelaram diferenças 
significativas apenas nos aspectos da “compreensão” e “relação amigável”. No tocante à 
compreensão, os pacientes foram questionados: “O profissional percebe quando você 
compreende a informação apresentada?”. Quanto ao segundo aspecto, a questão formulada foi: 
“O profissional demonstra preocupação com seus medos e ansiedades?”. A seguir, apresentam-
se as figuras que ilustram as respostas dos entrevistados a essas questões. 
 
 
 
11 Dados do Banco Mundial (BM) estimam que, em 2040, o número de pessoas atendidas por casa de repousos no 
Brasil será cinco vezes maior que em 2008. Nesse sentido, o desafio do Serviço Social (e das demais áreas de atuação 
e intervenção, principalmente com relação à saúde desses sujeitos) frente à população idosa consiste na construção 
de uma sociedade em que os idosos tenhamum lugar ativo e proativo (Santos, 2023, p.1). 
 
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Gráfico 3 – Demonstrativo da resposta dos pacientes sobre o elemento “compreensão” do questionário QCCM 
relacionado à escolaridade. 
 
Fonte: Dados da pesquisa através do questionário QCCM (2024). 
 
Conforme evidenciado na Figura 3, observa-se que à medida que o nível de escolaridade 
do paciente diminui, cresce a percepção por parte dos usuários de que os profissionais de saúde 
reconhecem a necessidade de fornecer informações adicionais. Por outro lado, à medida que o 
usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) aumenta seu grau de escolarização, eles percebem que 
os profissionais de saúde consideram desnecessário oferecer explicações mais detalhadas sobre 
os procedimentos e processos de cuidados com a saúde. 
Dito isso, a instrução formal correlaciona-se estreitamente com a alfabetização e com o 
acesso a fontes de conhecimento, notadamente a internet, onde os indivíduos desfrutam de acesso 
irrestrito a conteúdos relacionados à saúde. Como resultado, os pacientes frequentemente 
comparecem às consultas médicas com preconcepções ou dúvidas substanciais, aguardando do 
médico uma comunicação perspicaz e elucidativa. 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A interação comunicativa na relação entre profissional de saúde e paciente enriquece a 
prestação de cuidados e fomenta a humanização. O nível de contentamento do paciente está 
intrinsecamente ligado às interações interpessoais e transculturais que abarcam a percepção da 
atenção e do zelo oferecidos pelo médico. A interação comunicativa na relação entre profissional 
da saúde e paciente enriquece a prestação dos cuidados e fomenta a humanização. O nível de 
contentamento do paciente está intrinsecamente ligado às interações interpessoais e transculturais 
que abarcam a percepção da atenção e do zelo oferecidos pelo médico. 
 
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Dado que a comunicação representa um componente essencial na interação entre médico 
e paciente, sua relevância foi indiscutível durante o processo de coleta dos dados, uma vez que 
possibilitou o estabelecimento de um diálogo e a obtenção das informações requeridas para este 
estudo. Os pacientes inicialmente manifestavam-se reservados e discretos, entretanto, à medida 
que as indagações eram apresentadas, observava-se o surgimento de expressões faciais positivas 
e comentários pertinentes às questões abordadas e às experiências recentes vivenciadas. 
Os depoimentos, análogos às narrativas compartilhadas por alguns pacientes, tornaram-
se imprescindíveis, pois encapsulam a verdadeira essência da interação e da prática médica. Não 
se trata de redefinir a comunicação, mas sim de identificar e aprimorar métodos de expressão, 
gestos e posturas compreensíveis pelo receptor. 
Diversas perspectivas foram observadas: alguns pacientes consideram que um bom 
atendimento e uma relação satisfatória médico-paciente implicam na solicitação de exames, 
enquanto outros acreditam que a realização de um exame físico, juntamente com diálogo e 
investigação, representa a abordagem ideal. No contexto do gênero masculino, verificou-se uma 
prevalência maior de relações não comunicacionais, favorecendo um cuidado rarefeito entre 
médico e paciente. Enquanto isso, na análise por faixa etária, observou-se um aumento 
progressivo na prevalência de comportamentos como encorajamento, apoio não verbal, 
compreensão e estabelecimento de uma relação amigável a partir dos 51 anos de idade. Por outro 
lado, na análise por nível de escolaridade, constatou-se uma relação inversamente proporcional, 
onde um menor nível de escolaridade está associado a uma maior prevalência de comportamentos 
que promovem compreensão e estabelecimento de uma relação amigável. 
No contexto do encontro dialógico e do relacionamento entre médico e paciente, este 
estudo revelou que a percepção do paciente acerca da comunicação durante a consulta com 
profissionais médicos se manifesta através das palavras, gestos, expressões faciais, confiança e 
entendimento, fortalecendo, assim, o vínculo entre ambos e, como resultado, promovendo uma 
maior adesão ao tratamento e às orientações propostas, reafirmando que com o diálogo, o 
processo da cura pode ter menos sofrimento. 
 
 
20 Contribuciones a Las Ciencias Sociales, São José dos Pinhais, v.17, n.6, p. 01-21, 2024 
 
 jan. 2021 
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