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Tendinopatias: Causas e Sintomas

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Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
1 
FORMAÇÃO E ESTRUTURA DO TENDÃO 
O tendão é a forma que 
o músculo tem de se 
acoplar ao osso. É 
revestido pelo 
epitendão (tecido 
conectivo), que é subdividido em fibras, e estas, 
divididas em fascículos, até chegarem ao ponto que 
tem fibras de colágeno. 
INTRODUÇÃO 
• A tendinopatia é uma classe de doenças que 
afetam os tendões. Tendinite (processo 
inflamatório dentro do tendão) + Peritendinite 
(processo inflamatório ao redor do tendão). 
• Pode ter origem: 
❖ Degenerativa: relação com a idade e atividade 
que o paciente desempenha. 
❖ Traumática: relacionada a contusão e a fratura. 
Apresenta dor relacionada à atividade, edema local, 
sensibilidade focal à palpação e diminuição da força. 
Alguns pacientes apresentam sinais flogísticos. 
TENDINOPATIA DO OMBRO 
 
• Manguito rotador: formado por 4 músculos: 
supraespinhal, infraespinhal, subescapular e 
redondo menor. 
O músculo supraespinhal é o mais comum de ter a 
tendinopatia. Se insere na face superolateral do 
tubérculo maior. Faz o movimento de abdução e de 
elevação do braço. Além disso, por ter contato íntimo 
com o acrômio, pode ser vítima da síndrome do 
impacto. 
Na região subacromial existe uma 
Bursa, que é uma bolsa que serve 
como um acolchoamento para todas 
as estruturas moles. Quando tem um 
processo inflamatório, a bursa 
acumula líquido. Então, quando há 
tendinopatia no ombro, por exemplo, 
em geral, a bursa estará edemaciada. 
Com o passa do tempo, a inflamação 
aumenta até que chega ao ponto que 
acontece uma ruptura do tendão. A 
burstite pode ter um processo inflamatório sem 
associação com a tendinite, porém, no geral, se 
apresenta mais como uma consequência e não como 
uma causa. 
TENDINOPATIA DO COTOVELO 
• Epicondilite lateral (cotovelo 
do tenista): muito comum. 
❖ Dor na origem dos extensores. 
❖ Comum em costureiras e em 
tenistas. 
• Epicondilite medial (cotovelo golf): 
❖ Dor na origem dos flexores. 
Importante: diferenciar a dor na articulação da dor no 
tendão. Como o tendão é muito superficial, o paciente 
terá mais dor à palpação, ou seja, consegue detectar 
o local. Já a dor articular, como é mais profunda, o 
paciente não terá tanta dor à palpação, e sim ao 
movimento. 
Teste terapêutico com infiltração articular: 
colocação de anestésico dentro da articulação. Se for 
dor articular, vai melhorar. 
TENDINITE DO PUNHO 
A mais comum é a tendinite dos 
extensores. São 6 
compartimentos, e todos podem 
gerar processos inflamatórios. 
TENDINOPATIAS 
Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
2 
• Tendinopatia do 1º túnel 
extensor – Síndrome ¨De Quervain¨ 
(mais comum): o paciente refere dor 
no trajeto do 1º raio (polegar), na 
base do radio distal. 
TENDINOPATIA DO AQUILES 
 
• Tendinopatia comum dos MMII. 
• Pacientes-alvo: maratonistas. 
Acontece por conta do estresse 
repetido/sobrecarga, que leva a 
um processo inflamatório e, 
consequentemente, a rotura. 
O tendão calcâneo é a junção das duas partes do 
gastrocnêmico com o músculo sóleo. Essas 3 cabeças 
vão formar o tríceps sural e vão se inserir na base do 
calcâneo. Esse tendão é responsável pela flexão 
plantar. Um paciente que faz treinamento de corrida, 
por exemplo, pode ter um processo inflamatório na 
inserção óssea ou na transição miotendínea (tendinite 
não-insercional). 
Obs: Entesite é uma manifestação óssea da tendinite. 
FASCIITE PLANTAR - ¨ESPORÃO CALCÂNEO¨ 
• Tendinopatia comum dos 
MMII. 
• Dor matinal na base do pé. 
• Melhora com uso de salto 3-
4cm. 
• Causa: Encurtamento da 
cadeia posterior. 
O tratamento é, basicamente, alongamento da cadeia 
posterior, chegando até 92% dos resultados positivos. 
Às vezes, ao raio X, é encontrado uma entesite 
(protusão óssea no calcâneo). Isto é uma consequência 
do processo inflamatório local e do encurtamento da 
parede posterior. O esporão não precisa ser retirado, 
pois não tem significado patológico. 
TENDINOPATIA DO QUADRIL 
Basicamente, em todas as tendinites, o diagnóstico e o 
tratamento são da mesma forma. 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
• Anamnese: localização, início, intensidade, 
fatores de melhora e piora, realização de 
atividade física, esforços repetitivos. 
• Exame físico: 
❖ Dor a palpação na face lateral do quadril – dor 
na região do grande trocanter. 
❖ Dor ao realizar abdução ativa: abdução é a 
principal função do músculo glúteo. 
❖ Edema local. 
❖ Marcha em Trendelemburg: resultado da falta de 
apoio da musculatura glútea. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
• Ultrassonografia e Ressonância magnética 
(padrão-ouro): patologia de partes moles. 
• Radiografia: pode ser solicitada com o objetivo de 
afastar causas ósseas e tentar visualizar alguma 
entesite. 
RNM: corte coronal em T2. Tudo 
que é água vai ser corado. Edema 
na face insercional do grande 
trocanter, ou seja, na inserção da 
musculatura glútea. 
EPIDEMIOLOGIA DA TENDINOPATIA DE QUADRIL 
• Mulheres a partir da 6º década de vida. 
Adiposidade ginóide (formato de pera): influência 
na predisposição da tendinopatia glútea. 
• Falta de atividade física regular. 
• Associação com lombalgia crônica. 
• Transtornos depressivos. 
Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
3 
❖ Dor lombar e transtorno depressivo estão muito 
associados a essa tendinopatia, mas não é causa e 
consequência. 
❖ A maioria é degenerativo, sendo rara por 
trauma. 
❖ Pode se resolver sem tratamento. 
TRATAMENTO 
NÃO MEDICAMENTOSO 
De forma geral, o tratamento de qualquer 
tendinopatia é conservador, mesmo com ruptura do 
tendão. Se o tratamento não apresentar boa 
resposta, o cirúrgico pode ser uma opção. A exceção 
é a rutura do tendão de Aquiles, onde o tratamento 
cirúrgico deve ser realizado com urgência. 
• Reabilitação: fisioterapia e fortalecimento 
muscular em academia, por exemplo. 
• Repouso relativo: 48-72h. 
• Controle clínico das comorbidades associadas. 
• Estímulo a atividade física bem orientada. 
• Cinesioterapia: normalmente com exercícios 
resistidos, fortalecimentos isométricos. 
Obs: a reincidência da lesão no tendão de Aquiles e no 
manguito rotador é muito grande. Lembrar que é o 
tendão que rompe, e não o músculo. 
ANALGÉSICOS E ANT I-INFLAMATÓRIOS 
• Analgésicos simples: dipirona, paracetamol. 
• Analgésicos potentes: tramadol, codeína. 
• Anti-inflamatórios: diclofenaco, celocoxibe. 
Devem ser usados por um curto período de tempo 
(5-10 dias). 
• Antidepressivos: amitriptilina, duoloxetina. 
Associa normalmente quando tem dor crônica ou 
quando o paciente tem algum Transt.depressivo. 
TERAPIA LOCAL 
INFILTRAÇÃO DE CORTICOIDE: 
• Anestésico local (6-10ml)– bupivacaína/lidocaína + 
• Corticoide de depósito – 
Betametasona/triancinolona. 
• Guiado por USG (ideal), RNM ou anatomia local. 
❖ Vantagem: melhora da inflamação e da dor. 
❖ Desvantagem: indução da apoptose celular – 
fragilidade – aumento do risco de rutura do 
tendão. 
❖ Repetição: menor quantidade de vezes possível. 
TERAPIA COM ONDAS DE CHOQUE: 
• Ondas acústicas de alta energia: pode ser usada 
para qualquer tendinopatia. 
• Regeneração tecidual: atinge a região lesada e 
induz a regeneração. 
• É um processo doloroso. 
• Não induz ruptura: mais 
seguro que o corticoide. 
• Custo um pouco mais elevado 
em relação a infiltração por corticoide. 
TERAPIA LOCAL EM DISCUSSÃO 
FENESTRAÇÃO: 
• Baixo custo. 
• Múltiplas punções da face lateral da coxa com 
agulha guiada por USG. 
• Induz crise vascular local: induz a regeneração. 
• Poucos estudos. 
• Utilizado em falha de tratamento conservador. 
PRP (PLASMA RICO EM PLAQUETAS): 
• Desfecho semelhante a 
infiltração com 
corticoide: melhora 
pontual, com retorno dos 
sintomas após 2-4 
meses, principalmente se o paciente não fizer 
atividade física, alongamento. 
• Técnica segura e de baixo custo. 
INFILTRAÇÃO COMÁCIDO HIALURÔNICO: 
• Bons resultados. 
• Fácil execução e baixo custo. 
• Poucos estudos clínicos a longo 
prazo. 
• Resultado semelhante ao corticoide. 
Beatriz Machado de Almeida 
Internato – 10º semestre 
4 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
• Alto custo. 
• Capacidade de restaurar a anatomia. 
• Indicada nos casos em que o paciente adere a 
terapia multidisciplinar e não tem resposta a 
terapia local. Espera-se melhora em 3-6 meses. Se 
não melhorar, pensa em tratamento cirúrgico. 
• Pode ser realizado por via aberta ou endoscópica. 
TERAPIA COM CMMO (CÉLULAS MESENQUIMAIS 
RETIRADAS DA MEDULA ÓSSEA) 
• Bons resultados in vitro. 
• Tratamento de: tendinopatia patelar, epicondilite 
lateral, tendinopatia do manguito rotador do 
ombro. 
TERAPIA COM CMMO PARA SDT 
• Tratamento de: tendinopatia glútea. 
• Resultados positivos em relação a dor 
(principalmente depois de 6 meses) e escore 
funcional. 
• Guiado por USG: infiltração de células 
totipotentes no quadril.