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Programa de Educação Continuada a Distância Curso de Matemática Farmacêutica para o Setor Magistral MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 53 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. MÓDULO III 4 TÉCNICAS PARA CÁLCULOS DE ENCHIMENTO DE CÁPSULAS As cápsulas são formas farmacêuticas sólidas com invólucro duro ou mole, de diversos formatos, cores e tamanhos. São preparações de dose única, isto é, todo o conteúdo administrado de uma só vez. As cápsulas podem ser preenchidas com sólidos, líquidos não aquosos ou semissólidos. Os invólucros podem ser de gelatina, amido ou de derivados da celulose, por exemplo, hidroxipropilmetilcelulose (HPMC). Dentre as principais vantagens das cápsulas, cabe destacar: Mascaramento efetivo de características organolépticas desagradáveis; Aspecto elegante da preparação; Boa aceitação pelos pacientes; Boa estabilidade, pois o ativo encontra-se na forma sólida; Rápida liberação do conteúdo nos fluidos do trato gastrintestinal; Fácil formulação por necessitar de poucos excipientes e equipamentos; Os invólucros podem conter: pós, grânulos, pellets e comprimidos pequenos. Entre as desvantagens, destacam-se: Custo de manipulação maior quando comparadas a outras formas farmacêuticas; Baixa estabilidade ao ambiente – invólucro é higroscópico e sofre ação da umidade e calor; Não são fracionáveis; Apresentam limitações para pacientes com dificuldade de deglutição; Incompatíveis com pós eflorescentes, higroscópicos e deliquescentes; Podem aderir ao esôfago e provocar incômodo ou irritação, de acordo com o conteúdo. 54 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Os invólucros apresentam forma cilíndrica, arredondada nas extremidades. São formados por duas partes: o corpo e a tampa, que se encaixam perfeitamente e apresentam sistema de travamento. As cápsulas, para uma manipulação correta, precisam estar totalmente preenchidas, sem espaços internos vazios. Para isto, são adicionados na formulação, diluentes e outros excipientes apropriados. O preenchimento das cápsulas baseia-se na densidade aparente dos pós, uma vez que cada sólido a ser encapsulado irá ocupar volumes diferentes. Tal fato se deve a variações no grau de “empacotamento” dos pós: alguns permanecerão firmemente unidos, com poucos espaços vazios. Neste caso, uma quantidade maior de pó caberá na cápsula, os pós são considerados mais densos e o volume aparente dos pós é menor. Por outro lado, alguns pós se empacotam frouxamente, permanecendo muitos espaços vazios nas cápsulas. Assim sendo, a massa a ser encapsulada será menor, a densidade aparente será maior e o volume aparente, ocupado pelos pós, será maior. As considerações acima podem ser feitas a partir da fórmula: Na qual, dap = densidade aparente (densidade do sólido + espaços vazios); m = massa dos pós; Vap= volume aparente ocupado pelos pós. Assim, cada sólido (pós, grânulos ou pellets) ocupará um espaço diferente no interior do invólucro. A escolha de um invólucro de tamanho apropriado e a adição de excipientes (quando necessário) torna possível a encapsulação. A verificação da necessidade de adição de diluentes nas cápsulas é uma operação preliminar ao procedimento de encapsulação. Avaliando as prescrições e observando o quadro na página seguinte, abaixo se tem: dap = m (g) Vap (mL) 55 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. **Nota: Rx 1 e Rx 2 são exemplos de associações manipuladas no Brasil e não se constituem como formulações sugeridas. Quadro 1. Capacidades médias em miligramas, das cápsulas gelatinosas duras: Tamanho da cápsula Volume em mL Capacidade média em mg Dap*:0,6g/mL - 1,2g/mL 000 1,36 816 - 1632 mg (1250 mg) 1150 mg 00 0,95 570 – 1140 mg (850 mg) 800 mg 0A 0,85 510 – 1020 mg (760 mg) 716 mg 0 0,67 402 – 804 mg (600 mg) 580 mg 1 0,48 288 – 576 mg (460 mg) 440 mg 2 0,37 222 – 444 mg (350 mg) 340 mg 3 0,27 162 – 324 mg (280 mg) 270 mg 4 0,20 120 – 240 mg (210 mg) 200 mg 5 0,13 78 – 156 mg (140 mg) 130 mg ( ): capacidade média para substâncias com densidade aparente próxima da lactose; Rx 1 Cimetidina...............................200 mg Inositol....................................100 mg Extrato seco de alcahofra.........50 mg Massa total = 350 mg Rx 2 Famotidina......................25 mg Cisaprida...........................8 mg Massa total = 33 mg 56 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. : capacidade média para substâncias com densidade aparente próxima a do amido de milho. No exemplo Rx 1, verifica-se um total de 350 mg de pó. Tal quantidade, pelo quadro, corresponde à cápsula nº 2, não sendo preciso acrescentar excipientes. A adição de excipientes é necessária caso o conteúdo a ser encapsulado demonstre sinais de higroscopia, problema de estabilidade, dificuldade de encapsulação (fluxo, poucas opções de invólucros, etc.) ou por motivos biofarmacotécnicos – na tentativa de melhorar a biodisponibilidade do fármaco a partir da forma farmacêutica. Outro fator a ser levado em consideração é o número das encapsuladeiras e correspondentes invólucros disponíveis na farmácia. No exemplo Rx 2, verifica-se um total de 33 mg de pós. Supondo-se que a menor cápsula disponível na farmácia seja a de número 3, cuja capacidade média é de, aproximadamente, 240 mg, será necessário completar o volume de cada cápsula com um excipiente apropriado e em quantidade adequada. Para determinação da quantidade de excipiente a ser empregada existem três métodos, descritos a seguir. Método 1 – Método do deslocamento de excipiente pelo(s) ativo(s): este método leva em consideração o volume ocupado pelo fármaco ou mistura de fármacos e o volume ocupado pelo excipiente. Ao contrário dos demais métodos, o número do invólucro deve ser escolhido inicialmente. É o método no quais os softwares desenvolvidos para o setor magistral se fundamentam. Escolhida a cápsula para a preparação abaixo, qual a quantidade de excipiente a ser adicionada? Rx Fármaco A ..................................20 mg Fármaco B...................................55 mg Excipiente ..............................qsp 1cap 57 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Passo 1 determinar o volume de excipiente equivalente ao volume de fármaco(s). Como? a. Pesar uma cápsula preenchida somente com o fármaco A. b. Pesar uma cápsula preenchida somente com o fármaco B. c. Pesar uma cápsula contendo só o excipiente. Passo 2 calcular a quantidade de excipiente deslocado pelo(s) ativo(s) estabelecendo relação entre as massas do mesmo e a massa de cada fármaco.Por regra de três: Passo 3 calcular a quantidade total de excipiente deslocada pelo(s) fármaco(s). Cápsula 1 contendo fármaco A = 620 mg Cápsula 1 contendo fármaco B = 470 mg Cápsula 1 contendo excipiente = 330 mg Para A 620 mg = 20 mg 10,65 mg 330 mg X Para B 470 mg = 55 mg 38,62 mg 330 mg X Para A 620 mg está para 330 mg 20 mg X 10,65 mg Para B 470 mg está para 330 mg 55 mg X 38,62 mg 58 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Passo 4 calcular a quantidade de excipiente por cápsula subtraindo a massa total de excipiente da massa de excipiente deslocada pelo(s) fármaco(s). Passo 5 multiplicar a massa requerida de cada componente pelo total de cápsulas a serem manipuladas mais uma, já considerando as perdas durante o processo de preenchimento. Por exemplo: Total de excipiente deslocado: 10,65 mg + 38,62 mg = 49,27 mg Quantidade de excipiente requerida por cápsula: 330 mg – 49,27 mg = 280,73 mg Rx Estriol....................................2,0 mg Estradiol................................0,5 mg Excipiente q.s.p.....................1 cápsula Cápsula 3 contendo estriol = 250 mg Cápsula 3 contendo estradiol = 190 mg Cápsula 3 contendo excipiente = 320 mg Para estriol 250 mg = 2,0 mg 2,56 mg 320 mg X Para estradiol 190 mg = 0,5 mg 0,842 mg 320 mg X Quantidade de excipiente requerida por cápsula: 320 mg – (2,56 + 0,842) mg = 316,6 mg 59 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Método 2 – Método volumétrico: baseado no volume aparente dos pós. É o mais rápido e prático podendo, contudo, ser menos exato. Passo 1 transferir o fármaco ou da mistura de ativos já homogeneizada para uma proveta calibrada de 50 mL, com peso previamente descontado. Bater sobre a bancada três vezes (3 x) até que o pó “assente”. Verificar o volume. Passo 2 para obter o volume individual de cada cápsula basta fazer a relação entre o volume aparente (vap) da mistura e o número de cápsulas (n). Passo 3 verificar na tabela qual a cápsula com volume mais próximo. Passo 4 calcular a quantidade de excipiente a ser adicionada em cada cápsula. Passo 5 determinar a quantidade total de excipiente a ser empregado, multiplicando pelo número de cápsulas. **Nota** Para pesar os pós, determinar a dap inicialmente, pesando a proveta cheia e calculando a massa, subtraindo a massa da proveta vazia. Aplicar na fórmula de densidade para posterior conversão do vap em massa. = vap n Exemplo: Volume total da mistura = 25 mL Número de cápsulas = 30 Volume de mistura por cápsula = 25 0,83 mL 30 Cápsula 00 v = 0,95 mL 0,95 mL – 0,83 mL = 0,12 mL 0,12 mL x 30 cápsulas 3,6 mL 60 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Método 3 – leitura no nomograma: também é baseado no volume aparente dos pós. Passo 1 transferir o ativo ou a mistura de ativos já homogeneizada para uma proveta e bater sobre a bancada três vezes (3 x) até que o pó “assente”. Verificar o volume. Passo 2 interpretar o nomograma do seguinte modo: 2.1 determinar o ponto no eixo X que corresponde ao volume de pó obtido; 2.2 verificar o total de cápsulas a serem preenchidas; 2.3 determinar o ponto onde as retas se encontram; 2.4 traçar uma linha paralela ao eixo x, partindo do ponto onde as retas se encontram, até o eixo y - onde se encontram os números dos invólucros (de 000 até 5); 2.5 verificar o número do invólucro a ser utilizado: será o de número imediatamente superior ao ponto no eixo y; 2.6 traçar uma reta paralela ao eixo X que vai do número do invólucro determinado até o número de cápsulas a serem preenchidas; 2.7 traçar uma reta perpendicular a X desde o ponto marcado no item 2.6 até o eixo X, determinando o volume total de pó nas cápsulas; 2.8 subtrair este valor do volume obtido no passo1. Este é o volume de excipiente a ser empregado na manipulação. 61 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Exemplo: No nomograma: Intersecção entre o volume de pó e o número de cápsulas a serem preenchidas ( ). Intersecção entre o número do invólucro e o número de cápsulas a serem preenchidas ( ). Volume total de pós ( ). Volume obtido = 25 mL Número de cápsulas = 30 Cápsula superior a de número 0 00. Requer 29 mL para preencher 30 cápsulas. Volume de excipiente: 29 mL – 25 mL = 4 mL 62 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 4.1 SOLUÇÕES ISOTÔNICAS E CÁLCULOS DE ISOTONIA As soluções que apresentam pressão osmótica** (PO) aproximadamente igual aos fluidos corporais são ditas isosmóticas, ou seja, apresentam a mesma tonicidade que os líquidos orgânicos (isotônicas). Tais soluções são preparadas para administração na corrente sanguínea, em músculos, órgãos ou tecidos, ou sobre outras membranas sensíveis (ocular, nasal, intestinal). Quando isotonizadas, as soluções não induzem movimentos de água para dentro ou fora da célula, não ocorrendo danos teciduais ou qualquer tipo de desconforto para o paciente. O sangue e o líquido lacrimal têm PO correspondente a de uma solução de cloreto de sódio (NaCl) a 0,9%. Por outro lado, soluções hipotônicas apresentam PO inferior à dos líquidos corporais ou à da solução de NaCl a 0,9% e induzem a passagem de água a partir do local de aplicação, através do tecidos. Já as soluções hipertônicas têm maior PO e direcionam água para o local de aplicação. Em ambos os casos, podem ocorrer desconforto na administração dos medicamentos. **Pressão osmótica a diferença na concentração de soluto dentro e fora da célula origina a pressão osmótica. Na osmose, ocorre a passagem de solvente, através de uma membrana semipermeável para a solução, na qual há maior concentração do soluto. Membrana semipermeável Solução Solvente 63 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Na prática, a adição de fármacos e adjuvantes nas soluções farmacêuticas provoca alterações na PO das mesmas. Contudo, medidas de PO são de difícil determinação direta, e a utilização do abaixamento no ponto de congelamento de uma solução é a maneira mais simples de medir a influência dos fármacos e adjuvantes na tonicidade de uma solução. Para tanto, são preparadas soluções aquosas com concentrações conhecidas de ativos e adjuvantes e o ponto de congelamento das mesmas é determinado. Tanto a PO quanto o abaixamento crioscópico são propriedades coligativas. 4.1.1 Valor de isotonicidade A PO está relacionada ao número de “partículas” de soluto em solução. Se o soluto for não eletrólito (como a sacarose), a concentração depende só do número de moléculas presentes na solução (i = 1). Se o soluto for um eletrólito (como cloreto de sódio), o número de partículas que contribui para a pressão osmóticada solução depende não só da concentração das moléculas presentes, como também do seu grau de ionização. A medida do número de partículas em solução aquosa é chamada de fator de dissociação (i). Embora o valor de i não tenha sido determinado para cada princípio ativo, os valores seguintes podem ser usados: Característica da substância i Não eletrólitos e substâncias de baixa dissociação 1,0 Substâncias que se dissociam em 2 íons 1,8 Substâncias que se dissociam em 3 íons 2,6 Substâncias que se dissociam em 4 íons 3,4 Substâncias que se dissociam em 5 íons 4,2 64 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. O sangue e o líquido lacrimal têm pressão osmótica correspondente a de uma solução de cloreto de sódio a 0,9%. Assim, diz-se que a solução de cloreto de sódio a 0,9% é isosmótica com os fluidos corporais. Como a solução de NaCl 0,9% é isosmótica com o líquido lacrimal, outros ativos são comparados com relação à sua “equivalência ao cloreto de sódio”. Quadro 2 - valores de fatores de dissociação e de equivalentes de cloreto de sódio para algumas substâncias (Adaptado de ALLEN, POPOVICH, ANSEL, 2005; ANSEL, PRINCE, 2005): Substância Peso molecular Íons i Equivalente de NaCl Sulfato de atropina. H2O 695 3 2,6 0,12 Cloreto de benzalcônio 360 2 1,8 0,16 Nitrato de prata 170 2 1,80 0,33 Nitrato de pilocarpina 271 2 1,8 0,23 Ácido bórico 61,8 1 1,0 0,52 Clorobutanol 177 1 1,0 0,18 Sulfato de efedrina 429 3 2,6 0,20 Bitartarato de epinefrina 333 2 1,8 0,18 Cloridrato de pilocarpina 245 2 1,8 0,24 Cloridrato de nafazolina 247 2 1,8 0,27 Sulfato de zinco. 7 H2O 288 2 1,4 0,16 Cloridrato de tetraciclina 481 2 1,8 0,12 Bromidrato de escopolamina. 3 H2O 438 2 1,8 0,13 Cloridrato de procaína 273 2 1,8 0,21 Maleato de timolol 432 2 1,8 0,14 Tobramicina 468 1 1,0 0,07 Cloranfenicol 323 1 1,0 0,10 Penicilina G potássica 372 2 1,8 0,18 Fosfato sódico dibásico. 7 H2O 268 3 2,6 0,29 65 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Fosfato sódico monobásico. H2O 138 2 1,8 0,42 Manitol 182 1 1,0 0,18 Dextrose. H2O 198 1 1,0 0,16 Glicerina 92 1 1,0 0,34 Sacarose 342 1 1,0 0,08 Como conveniência, algumas referências oferecem uma lista com as quantidades de certos fármacos a serem empregadas no preparo de soluções isotônicas. Para cada 1 g de fármaco listado pode ser preparado o volume (em mL) correspondente de uma solução isotônica, empregando-se água purificada como veículo. Por exemplo: com 1,0 g de sulfato de atropina podem ser preparados 14,3 mL de solução isotônica. Quadro 3 - volume em mL de uma solução isotônica que pode ser preparada pela adição de água a 1g do fármaco (Adaptado de ALLEN, POPOVICH, ANSEL, 2005): FÁRMACO (1,0 g) Volume de solução isotônica (mL) Sulfato de atropina. H2O 14,30 Ácido bórico 55,70 Clorobutanol 26,70 Sulfato de efedrina 25,70 Bitartarato de epinefrina 20,00 Cloridrato de pilocarpina 26,70 Cloridrato de tetracaína 20,00 Sulfato de zinco. 7 H2O 16,70 Cloridrato de tetraciclina 18,70 Bromidrato de escopolamina. 3 H2O 13,30 Cloridrato de procaína 23,30 66 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. 4.1.2 Cálculos de isotonia Quando 1 g, correspondente ao peso molecular de um não eletrólito é dissolvido em 1.000 g de água, o ponto de congelamento da solução é de aproximadamente - 1,86oC. Por regra de três, pode ser calculada a massa de um não eletrólito para preparar uma solução isosmótica com o líquido lacrimal e sangue, que possuem ponto de congelamento de - 0,52oC. Para o ácido bórico (PM = 61,8): Isto quer dizer que são necessários 17,30 g de ácido bórico para preparar 1.000g de uma solução isosmótica com o sangue e a lágrima. Em casos nos quais há a presença de eletrólitos, o cálculo é diferente. Quanto maior o grau de dissociação da substância, menor será a quantidade necessária para produzir determinada PO. Para o NaCl, por exemplo: Isto quer dizer que 9,09 g de cloreto de sódio em 1000 g de água devem tornar a solução isosmótica com relação ao sangue ou a lágrima. Uma regra usada com freqüência afirma que: “Quantidades de duas substâncias equivalentes em tonicidade são proporcionais aos pesos moleculares de cada uma, multiplicados pelo valor de i da outra”. 61,8 g - 1,86oC X g - 0,52oC 17,30 g Equivalente NaCl = PM NaCl (g) x i A PM A (g) x i NaCl 1,86 (oC) . 1,8 = 58,5 (g) 9,09 g 0,52 (oC) x (g) 67 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Assim, pode-se obter o equivalente de NaCl para diferentes fármacos e adjuvantes. Por exemplo: 4.1.3 Preparação de soluções isotônicas Quando uma combinação de substâncias é empregada na preparação de uma solução, a contribuição de cada uma delas para a isotonia da solução deve ser considerada. Se necessário, a isotonia pode ser ajustada com NaCl. Na prática, os limites de isotonicidade de uma solução oftálmica em termos de cloreto de sódio ou seu equivalente osmótico, podem variar de 0,6 a 2,0% sem causar desconforto no olho. O procedimento de cálculo fornece a quantidade de NaCl a ser adicionada em uma formulação para isotonizá-la: Passo 1 Calcular a quantidade de NaCl (%p/v) que seria requerido para isotonizar o volume de solução especificado na prescrição. Qual o equivalente de cloreto de sódio para a glicerina? (PM = 92) Equivalente NaCl = 58,5 g x 1 0,36 92 g x 1,8 Qual o equivalente de cloreto de sódio para o maleato de timolol? (PM = 432 e i = 1,8) Equivalente NaCl = 58,5 g x 1,8 0,135 432 g x 1,8 68 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Passo 2 Calcular o equivalente em NaCl para cada substância (ou consultar o quadro que fornece valores de fatores de dissociação e de equivalentes de cloreto de sódio, na página 61). Passo 3 Calcular a contribuição de cada componente da preparação, multiplicando a quantidade (em gramas) pelo seu equivalente em NaCl, obtido no passo 2. Passo 4 Subtrair a quantidade de cada componente (obtida no passo 3) da quantidade total de NaCl (obtida no passo 1). Passo 5 Caso o agente isotonizante não seja o NaCl, dividir a quantidade de NaCl obtida no passo 4 pelo equivalente do agente isotonizante. Exemplos de cálculos de isotonia: Rx *Maleato de timolol............................204,0 mg Cloreto de sódio................................q.s. Água purificada q.s.p.........................30,0 mL Preparar solução isotônica. 6,8 mg de maleato de timolol equivalem a 5 mg de timolol; Feq = 1,36. 69 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Passo 2 Para o maleato de timolol: Equivalente NaCl = 58,5 g x 1,8 .. 0,14 432 g x 1,8 Passo 1 Quantidade de NaCl para isotonizar 30 mL de solução: 0,9 g100 mL X g 30 mL 0,27 g (270 mg) Passo 3 Contribuição do maleato de timolol: 204 mg x 0,14 = 28,56 mg Passo 4 Quantidade de NaCl para isotonizar a solução: 270 mg – 28,56 mg = 241,44 mg de NaCl Rx Cloridrato de nafazolina.....................5,0 mg Sulfato de zinco.................................25,0 mg Cloreto de sódio................................q.s. Água purificada q.s.p.........................10,0 mL Preparar solução isotônica. 70 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Passo 2 Para o sulfato de zinco: Para o cloridrato de nafazolina: E NaCl = 58,5 g x 1,4 0,16 E NaCl ...=...58,5...x...1,8 ... 0,24 288 g x 1,8 247 x...1,8 Passo 1 Quantidade de NaCl para isotonizar 10 mL de solução: 0,9 g 100 mL X g 10 mL 0,09 g (90 mg) Passo 3 Contribuição do sulfato de zinco: Contribuição do cloridrato de nafazolina: 25 mg x 0,16 = 4,0 mg 5,0 mg x 0,24...=...1,2 mg Passo 4 Quantidade de NaCl para isotonizar a solução: 90 mg – (4 mg + 1,2 mg) . = 84,80 mg de NaCl Rx Cloreto de benzalcônio.....................1,0 mg Ácido bórico ....................................q.s. Água purificada q.s.p.........................10,0 mL Preparar solução isotônica. 71 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Passo 2 Para o cloreto de benzalcônio: E NaCl = 58,5 g x 1,8 0,1625 360 g x 1,8 Passo 1 Quantidade de NaCl para isotonizar 10 mL de solução: 0,9 g 100 mL X g 10 mL 0,09 g (90 mg) Passo 3 Contribuição do cloreto de benzalcônio: 1,0 mg x 0,1625 = 0,1625 mg Passo 4 Quantidade de NaCl para isotonizar a solução: 90 mg – 0,1625 mg = 89,84 mg de NaCl Passo 5 Quantidade de ácido bórico para isotonizar: mg de NaCl equivalente do isotonizante 89,84 mg 0,52 173 mg 72 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Outro método simples que pode ser empregado para preparar soluções isotônicas é conhecido como método USP, uma vez que ele é o preconizado pela Farmacopeia Americana. Ele emprega os valores demonstrados no quadro da página 62. Passo 1 Calcular a massa (em g) de fármaco em solução. Passo 2 Verificar no quadro da página 62 o volume em mL da solução isotônica correspondente. Passo 3 Calcular o volume (em mL) de água necessário para preparar a solução isotônica. Passo 4 Preparar a solução isotônica. Passo 5 Completar o volume final desejado com uma solução isotônica previamente preparada. Por exemplo: Rx Sulfato de atropina..........................300,0 mg Água purificada q.s.p.......................15,0 mL Preparar solução isotônica. Passo 1 300,0 mg equivalem a 0,3 g Passo 2 No quadro da página 62, para 1 g de sulfato de atropina, o volume correspondente é 14,3 mL 73 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores. Observação: Tabelas que apresentam fatores de dissociação e de equivalentes de cloreto de sódio para algumas substâncias, e que fornecem o volume em mL de uma solução isotônica que pode ser preparada pela adição de água a 1g do fármaco, podem ser encontradas nas referências A prática farmacêutica na manipulação de medicamentos e no Manual de cálculos farmacêuticos, nas páginas 109 -110 e 284-285, respectivamente. --------------- FIM DO MÓDULO III --------------- Passo 3 1 g de sulfato de atropina 14,3 mL de solução 0,3 g X 4,29 mL Completar para 15 mL com solução isotônica previamente preparada.