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Gripe A - H1N1

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DOCÊNCIA EM 
SAÚDE 
 
 
GRIPE A 
 
 
1 
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 Triagem Organização LTDA ME 
 Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 
 Portal Educação 
P842g Gripe A / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2013. 
 p. : il. 
 
 Inclui bibliografia 
 ISBN 978-85-8241-840-6 
 1. Influenza A (H1N1). 2. Influenza A (H1N1) – Tratamento 3. Influenza A 
(H1N1) – Prevenção. I. Portal Educação. II. Título. 
 CDD 614.4 
 
 
2 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO (HISTÓRICO) .......................................................................................................... 8 
2 SURTOS ANTERIORES................................................................................................................... 13 
3 PANDEMIA IINFLUENZA A – H1N1 – 2009 .................................................................................... 14 
3.1 SHIFTS ANTIGÊNICOS DO INFLUENZA TIPO A ......................................................................... 14 
4 COMPOSIÇÃO DO VÍRUS DA INFLUENZA E SUA MUTAÇÃO ................................................... 15 
4.1 MUDANÇAS ANTIGÊNICAS DO INFLUENZA .............................................................................. 15 
4.2 COMPOSIÇÃO DO VÍRUS – TIPO INFLUENZA A – PROTEÍNAS ............................................... 18 
4.3 PATOGÊNESE DO INFLUENZA A ................................................................................................ 20 
4.3.1 A Estrutura do Vírus .................................................................................................................... 22 
4.3.2 Como o Vírus Age ...................................................................................................................... 23 
4.3.3 Fases de Transmissão ................................................................................................................ 24 
4.3.4 Principais Fatores de Risco ........................................................................................................ 26 
5 DEFINIÇÃO DE CASO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) ..................... 29 
5.1 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O MANEJO CLÍNICO ................................................................. 29 
5.1.1 Informações Gerais ..................................................................................................................... 29 
5.1.2 Avaliação Simplificada de Gravidade em Serviços de Saúde de Atenção Primária e 
Secundária ........................................................................................................................................... 30 
5.1.3 Avaliação em Adultos ................................................................................................................. 31 
5.1.4 Avaliação em Crianças ............................................................................................................... 31 
6 ASPECTOS LABORATORIAIS ....................................................................................................... 32 
6.1 INFORMAÇÕES GERAIS .............................................................................................................. 32 
6.2 INDICAÇÃO PARA A COLETA DE AMOSTRAS NO INDIVÍDUO DOENTE ................................. 32 
6.3 TÉCNICA PARA A COLETA .......................................................................................................... 33 
6.3.1 Acondicionamento, Transporte e Envio de Amostras para Diagnóstico ...................................... 34 
6.4 INDICAÇÃO PARA A COLETA DE AMOSTRAR EM SITUAÇÃO DE ÓBITO .............................. 36 
6.4.1 Informações Gerais ..................................................................................................................... 36 
6.4.2 Coleta dos Espécimes Teciduais ................................................................................................ 36 
6.4.3 Pontos Anatômicos de Coleta de Amostras ................................................................................ 37 
6.4.4 Acondicionamento das Amostras ................................................................................................ 37 
 
 
3 
6.4.4.1 Para Diagnóstico Viral.............................................................................................................. 37 
6.4.4.2. Para Diagnóstico Diferencial Bacteriano ................................................................................. 38 
6.4.4.3 Para Diagnóstico Histopatológico ............................................................................................ 38 
6.4.5 Envio de Amostras e Documentação Necessária ....................................................................... 38 
6.4.5.1 Recebimento dos Resultados .................................................................................................. 39 
6.5 DESCENTRALIZAÇÃO DA REALIZAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAS ............................... 39 
7 INDICAÇÕES PARA O USO DO OSELTAMIVIR (TAMIFLU) ......................................................... 40 
7.1 TRATAMENTO .............................................................................................................................. 40 
7.2 INDICAÇÕES PARA TRATAMENTO ............................................................................................ 41 
7.3 DOSAGEM RECOMENDADA ....................................................................................................... 42 
7.4 QUIMIOPROFILAXIA ..................................................................................................................... 46 
7.5 INFORMAÇÕES ADICIONAIS ....................................................................................................... 46 
8 FORMULÁRIO DE DISPENÇÃO DO OSELTAMIVIR ...................................................................... 49 
9 FORMULÁRIO DE NOTIFICAÇÃO DO INFLUENZA TIPO A ......................................................... 50 
10 MEDIDAS DE PRECAUÇÃO E CONTROLE A SEREM ADOTADAS NA ASSISTÊNCIA............ 52 
10.1 INFORMAÇÕES GERAIS ............................................................................................................ 52 
10.2 MEDIDAS PREVENTIVAS ........................................................................................................... 52 
10.3 QUEM DEVE ADOTAR AS MEDIDAS DE PRECAUÇÃO ........................................................... 55 
10.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI .............................................................. 55 
10.4.1 Máscara Cirúrgica ..................................................................................................................... 55 
10.4.2 Máscara de Proteção Respiratória (Respirador Particulado) .................................................... 56 
10.4.3 Luvas ........................................................................................................................................ 57 
10.4.4 Protetor Ocular ou Protetor de Face ......................................................................................... 59 
10.4.5 Gorro Descartável .....................................................................................................................59 
10.4.6 Capote/Avental ......................................................................................................................... 60 
10.4.7 Propés ...................................................................................................................................... 61 
10.5 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS ....................................................................................................... 61 
10.5.1 Higienização das Mãos com Água e Sabonete ......................................................................... 62 
10.5.2 Técnica Higienização Simples das Mãos com Água e Sabonete ............................................. 63 
10.5.3 Higienização das Mãos com Preparação Alcoólica .................................................................. 64 
10.5.4 Técnica Fricção Antisséptica das Mãos (com Preparações Alcoólicas) .................................... 65 
 
 
4 
11 MEDIDAS A SEREM IMPLEMENTADAS NO ATENDIMENTO AMBULATORIAL E PRONTO 
ATENDIMENTO ................................................................................................................................... 66 
12 MEDIDAS A SEREM IMPLEMENTADAS NO TRANSPORTE DE PACIENTES ........................... 68 
13 ORIENTAÇÕES PARA O ISOLAMENTO NO AMBIENTE HOSPITALAR .................................... 69 
13.1 ISOLAMENTO EM QUARTO PRIVATIVO DOS CASOS DE DOENÇA RESPIRATÓRIA 
AGUDA GRAVE ................................................................................................................................... 69 
13.2 ISOLAMENTO POR COORTE .................................................................................................... 69 
13.3 OUTRAS ORIENTAÇÕES ........................................................................................................... 69 
14 PROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE ................................................................ 71 
14.1 INFORMAÇÕES GERAIS ............................................................................................................ 71 
14.2 LIMPEZA E DESINFECÇÃO ....................................................................................................... 71 
14.3 PROCESSAMENTO DE ROUPAS .............................................................................................. 72 
14.4 TRATAMENTO DE RESÍDUOS ................................................................................................... 72 
15 VIGILÂNCIA DE DOENÇAS RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE ................................................... 74 
15.1 DEFINIÇÕES ............................................................................................................................... 75 
15.1.1 Caso de Doença Respiratória Aguda Grave ............................................................................. 75 
15.1.2 Caso confirmado de doença respiratória aguda grave por influenza do tipo A ......................... 76 
15.1.3 Caso descartado de doença respiratória aguda grave por influenza ........................................ 76 
15.1.4 Contato próximo de caso suspeito ou confirmado de Doença Respiratória Aguda Grave ........ 76 
15.1.5 Período de transmissão da influenza ........................................................................................ 77 
15.2 CONDUTAS FRENTE À IDENTIFICAÇÃO DE CONTATOS PRÓXIMOS COM SINAIS E 
SINTOMAS DE DOENÇA RESPIRATÓRIA AGUDA ........................................................................... 77 
16 DETENÇÃO E INVESTIGAÇÃO DE SURTOS DE SÍNDROME GRIPAL ...................................... 78 
16.1 DEFINIÇÕES ............................................................................................................................... 78 
16.1.1 Definição de caso de síndrome gripal ....................................................................................... 78 
16.1.2 Definição de surto de Síndrome Gripal (SG) ............................................................................. 79 
16.1.3 Critério de confirmação para surto de Síndrome Gripal ............................................................ 80 
16.1.4 Critério de descarte de surto de Síndrome Gripal ..................................................................... 80 
17 ETAPAS DA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA ....................................................................... 81 
17.1 CARACTERIZAÇÃO CLÍNICO – EPIDEMIOLÓGICA INICIAL .................................................... 81 
17.2 COLETA DE AMOSTRAS CLÍNICAS EM SITUAÇÃO DE SURTO ............................................. 82 
17.3 CONTROLE DE SURTOS EM COMUNIDADES FECHADAS/ RESTRITAS ............................... 82 
 
 
5 
18 TRATAMENTO DE CASOS, EM SITUAÇÃO DE SURTO ............................................................. 84 
19 MEDIDAS GERAIS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE DONÇA RESPIRATÓRIA AGUDA ..... 85 
19.1 INFORMAÇÕES GERAIS ............................................................................................................ 85 
20 MEDIDAS GERAIS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇA RESPIRATÓRIA 
AGUDA ................................................................................................................................................ 86 
20.1 INFORMAÇÕES GERAIS ............................................................................................................ 86 
20.2 CUIDADOS EM CRECHES ......................................................................................................... 86 
20.3 CUIDADOS COM GESTANTES, PARTURIENTES E RCÉM – NASCIDOS ............................... 87 
21 VACINA PARA A INFLUENZA A – H1N1 ...................................................................................... 92 
21.1 O INSTITUTO BUTANTÃ............................................................................................................. 92 
21.2 INÍCIO DA VACINAÇÃO .............................................................................................................. 92 
21.3 GRUPO DE PRIORITÁRIOS ....................................................................................................... 93 
22 ORIENTAÇÕES PARA OS VIAJANTES SOBRE A INFLUENZA A ............................................. 95 
22.1 DEFINIÇÃO DE CASOS DOS PASSAGEIROS QUE VIAJAM INTERNACIONALMENTE OU 
NACIONALMENTE .............................................................................................................................. 96 
22.2 OBJETIVOS DA PRECAUÇÃO E PROCEDIMENTOS ADOTADOS EM VIAGENS ................... 97 
23 PLANO DE INFORMAÇÃO ............................................................................................................ 98 
23.1 OBJETIVO ................................................................................................................................... 98 
23.2 MEDIDAS GERAIS ...................................................................................................................... 98 
24 PLANO OPERACIONAL ............................................................................................................... 100 
24.1 PREMISSAS ............................................................................................................................... 100 
24.2 COMPETÊNCIAS ....................................................................................................................... 100 
24.3 PROCEDIMENTOS PARA VIAJANTE APRESENTADO SINAIS E SINTOMAS 
COMPATÍVEIS COM A DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA 
AGUDA GRAVE A BORDO DE AERONAVE ..................................................................................... 106 
24.4 PROCEDIMENTOS PARA VIAJANTE APRESENTANDO SINAIS E SINTOMAS 
COMPATÍVEIS COM A DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA 
AGUDA GRAVE A BORDO DE EMBARCAÇÃO ................................................................................ 108 
24.5 PROCEDIMENTOS PARAVIAJANTE APRESENTANDO SINAIS E SINTOMAS 
COMPATÍVEIS COM A DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIO 
AGUDA GRAVE A BORDO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO COLETIVO DE PASSAGEIROS 
NA PASSAGEM DE FRONTEIRA ...................................................................................................... 112 
 
 
6 
24.6 PROCEDIMENTOS PARA VIAJANTE APRESENTANDO SINAIS E SINTOMAS 
COMPATÍVEIS COM A DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA 
AGUDA GRAVE NO SOLO – AEROPORTO ...................................................................................... 114 
24.7 PROCEDIMENTOS PARA VIAJANTE APRESENTANDO SINAIS E SINTOMAS 
COMPATÍVEIS COM A DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA 
AGUDA GRAVE NO SOLO – PORTO ................................................................................................ 116 
24.8 PROCEDIMENTOS PARA VIAJANTE APRESENTANDO SINAIS E SINTOMAS 
COMPATÍVEIS COM A DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA 
AGUDA GRAVE NO SOLO – PASSAGEM DE FRONTEIRA ............................................................. 118 
24.8.1 Após remoção do caso suspeito até a unidade de saúde de referência, cabe aos 
administradores das passagens de fronteira ...................................................................................... 119 
25 PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS ........................................................................................... 120 
25.1 OBJETIVO .................................................................................................................................. 120 
25.2 DEFINIÇÕES .............................................................................................................................. 120 
25.3 PRINCÍPIOS DE PREVENÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL ..................................................... 120 
26 LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE ÁREAS EM MEIOS DE TRANSPORTE E SUPERFÍCIES ...... 122 
27 ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS NA ATENÇÃO BÁSICA/ SAÚDE DA FAMÍLIA NO 
CONTROLE DO INFLUENZA A (H1N1) ............................................................................................ 125 
27.1 ATRIBUIÇÕES COMUNS A TODOS OS PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA/SAÚDE 
DA FAMÍLIA ........................................................................................................................................ 125 
27.2 ATRIBUIÇÕES DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE (ACS) ...................................... 126 
27.3 ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO ...................................................................................................... 127 
27.4 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO ............................................................................................ 128 
27.5 ATRIBUIÇÕES DOS TÉCNICOS E AUXILIARES DE ENFERMAGEM ...................................... 129 
27.6 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE BUCAL: CIRURGIÃO-DENTISTA, TÉCNICOS DE 
SAÚDE BUCAL (TSB) E AUXILIAR DE SAÚDE BUCAL (ASB) ......................................................... 129 
27.7 ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DO NASF – NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA 
FAMÍLIA .............................................................................................................................................. 130 
28 MONITORAMENTO DAS INTERNAÇÕES E DA MORTALIDADE POR INFLUENZA E 
PNEUMONIA ...................................................................................................................................... 131 
28.1 ESTRATÉGIAS DE MONITORAMENTO .................................................................................... 131 
29 VIGILÂNCIA SENTINELA PARA INFLUENZA ............................................................................. 134 
 
 
7 
30 NOTIFICAÇÃO E ANÁLISE .......................................................................................................... 135 
30.1 ASPECTOS QUE DEVEM SER CONSIDERADOS NA ANÁLISE .............................................. 135 
30.2 PRODUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES .............................................................. 137 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 139 
 
 
 
 
8 
1 INTRODUÇÃO (HISTÓRICO) 
 
 
Diante da pandemia de influenza desencadeada pela circulação, entre seres humanos, 
do novo vírus da influenza A (H1N1) e com base no conhecimento atual sobre a disseminação 
mundial deste novo vírus, o Ministério da Saúde elaborou e vem revisando este Protocolo com o 
objetivo de adequar as medidas estabelecidas no Plano Brasileiro de Preparação para uma 
Pandemia de Influenza (PBPPI), a cada novo cenário que o país se encontra. 
A situação epidemiológica atual, no Brasil e no mundo, caracteriza-se por uma 
pandemia com predominância de casos clinicamente leves e com baixa letalidade. Diante dessa 
situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS), quando da passagem para o nível seis de 
Alerta Pandêmico, estratificou os países em: “Com transmissão sustentada”, “Sem ocorrência de 
casos” e “Em transição” (ainda sem evidências de transmissão comunitária). 
Esse fenômeno pode favorecer a recombinação genética deste novo vírus, podendo 
levar ao surgimento de novas ondas epidêmicas e eventual alteração de sua virulência. Esses 
fatores podem levar ao aumento da demanda por serviços de saúde ambulatoriais e 
hospitalares, principalmente por indivíduos com condições de risco para complicações e óbito 
pela doença. 
Durante os últimos dois meses, a estratégia de enfrentamento desta Emergência de 
Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) foi baseada em medidas de contenção – 
identificação precoce, tratamento e isolamento de casos e no seguimento de seus contatos 
próximos. No cenário atual, essa estratégia perde importância e efetividade, fenômeno esperado 
na transmissão de agentes infecciosos, particularmente com as características do vírus influenza 
– requerendo medidas mais integradas de monitoramento da situação epidemiológica e de 
priorização da assistência aos casos graves ou com potencial de complicação. 
Desse modo, considerando a discussão acumulada ao longo dos últimos anos e 
materializada nas orientações técnicas contidas no Plano Brasileiro de Preparação para a 
Pandemia de Influenza (PBPPI) e a necessidade de aprimorar a vigilância da influenza no Brasil, 
o Ministério da Saúde atualizou o presente Protocolo, reiterando que apenas os tópicos aqui 
descritos devem substituir o que consta no PBPPI. As demais medidas devem ser aplicadas 
conforme as recomendações do Plano. 
 
 
9 
Ressalta-se que ele se aplica ao cenário epidemiológico brasileiro na atual fase 
pandêmica, de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). 
A influenza é uma doença infecciosa aguda de transmissão respiratória e elevada 
transmissibilidade. Da perspectiva da Saúde Pública esta doença representa três distintos 
problemas que, apesar de inter-relacionados, precisam ser claramente entendidos: a influenza 
sazonal, a influenza aviária e a pandemia de influenza. 
 
a) Influenza Sazonal 
 
Corresponde à circulação anual, geralmente nos meses mais frios nos locais de clima 
temperado ou no período chuvoso nos locais de clima tropical, de variantes antigênicas dos vírus 
da influenza humana que resultam de alterações parciais da sua estrutura genética. Este 
fenômeno propicia a ocorrência cíclica da doença na população, motivo de absenteísmo escolar 
e no trabalho e uma grande sobrecarga aos serviços de saúde. No Brasil, o padrão de 
sazonalidade varia entre as diversas regiões, sendo mais marcado naquelas que têm estações 
climáticas bem definidas. 
A influenza sazonal manifesta-se por meio de surtos anuais de magnitude, gravidade e 
extensão variáveis. Este é um problema permanente e a principal medida de prevenção é a 
vacinação anual dos grupos de maior risco para as complicações e óbitos pela doença. 
 
b) InfluenzaAviária 
 
Como o próprio nome diz, é uma doença de aves, que são o principal reservatório dos 
vírus influenza na natureza. 
Há outras espécies animais que também são reservatórios dos vírus influenza, tal 
como focas, suínos e equídeos. 
Nas aves, esses vírus são classificados como de alta ou baixa patogenicidade, de 
acordo com a capacidade de provocar doença grave. 
A infecção de seres humanos com vírus da influenza aviária é um evento raro que 
pode resultar em doença de diferentes graus de gravidade, dependendo da patogenicidade e 
virulência da cepa viral. 
 
 
10 
Atualmente, verifica-se a existência de epizootias de influenza aviária de alta 
patogenicidade (vírus A/H5N1) na Ásia, África e Europa, com repercussões para a economia dos 
países afetados e para a saúde humana. 
 
c) Pandemia de Influenza 
 
Corresponde à circulação de uma cepa de um vírus da influenza humana com 
características antigênicas completamente distintas das cepas até então circulantes, em razão 
de um processo de mutação completa, em geral por meio da recombinação de genes entre 
cepas de distintas espécies. No século passado, ocorreram três pandemias (as chamadas Gripe 
Espanhola, Gripe Asiática e Gripe de Hong Kong) que repercutiram de forma distinta na 
morbimortalidade pela doença e suas complicações. 
A primeira atingiu cerca de 500 milhões de pessoas em todo o mundo, com pelo 
menos 40 milhões de óbitos. As duas outras tiveram repercussão maior na morbidade do que na 
mortalidade, tendo sido registrados em torno de um milhão de óbitos em cada uma delas. 
O tempo histórico em que a Gripe Espanhola ocorreu e o estágio do desenvolvimento 
científico e tecnológico daquele momento seguramente foram fatores determinantes do impacto 
daquela pandemia. 
Uma pandemia de gripe pode ser descrita como um evento epidemiológico 
caracterizado pela circulação mundial de um novo subtipo de um vírus influenza ao qual a 
população apresenta pouca ou nenhuma imunidade, com características de patogenicidade e 
virulência suficientes para, sob condições favoráveis de transmissão, infectar um grande número 
de pessoas. 
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde, vem 
desenvolvendo uma série de atividades para aprimorar o conhecimento sobre a situação 
epidemiológica do país e para aumentar a capacidade de detecção e resposta rápida de 
doenças infecciosas que representam risco de disseminação em território nacional. Em relação à 
vigilância, prevenção e controle da influenza, destacam-se: 
 A implantação da vacinação anual para o idoso e demais grupos de risco desde 1999, com a 
manutenção de elevadas coberturas vacinais desde então; 
 A implantação do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Influenza a partir do ano 2000; 
 
 
11 
 A realização, no período de 2003 a 2005, de um monitoramento de vírus da influenza aviária em 
aves migratórias (atividade conjunta com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (IBAMA) e com 
o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)); 
 O estudo sobre a sazonalidade da circulação dos vírus influenza em uma região tipicamente 
tropical do país, em parceria com a OPAS/OMS; 
 Estudos ecológicos sobre internações por influenza e causas associadas; 
 A designação, em 2003, de um Comitê Técnico para iniciar a elaboração do Plano de 
Preparação para a pandemia; 
 A contratação de uma consultoria específica para desenvolver um estudo de modelagem para a 
elaboração de cenários pandêmicos, para subsidiar o planejamento e a programação de 
atividades nos níveis federal e estaduais; 
 A aquisição de um estoque estratégico de oseltamivir para uso em situações específicas; 
 Investimentos no Instituto Butantã/SP para a produção de vacinas contras as cepas sazonais e 
contra a cepa pandêmica; na atualidade, este Instituto já possui a capacidade tecnológica de 
fabricar uma vacina contra a cepa aviária A/H5N1, para uso em situações emergenciais. 
A Presidência da República criou, por meio de um Decreto, o Grupo Executivo 
Interministerial (Decreto de 24 de outubro de 2005/PRE), que reúne representantes da 
Presidência da República (Casa Civil e Gabinete de Segurança Institucional); do Ministério da 
Saúde (responsável pela coordenação deste Grupo); do Ministério da Fazenda; do Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão; do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do 
Ministério da Integração Nacional; do Ministério das Relações Exteriores; do Ministério da Justiça 
e do Ministério da Defesa. 
Mais recentemente, a inauguração do Centro de Informações Estratégicas em 
Vigilância em Saúde (CIEVS) aumenta a capacidade tecnológica e de inteligência 
epidemiológica para o monitoramento e a tomada de decisão relativas às situações que se 
configurem como emergências potenciais ou reais em Saúde Pública no Brasil. 
 
 
 Objetivos do Plano Brasileiro de Preparação para uma pandemia de influenza: 
a) Gerais 
 
 
12 
 Reduzir os efeitos da disseminação de uma cepa pandêmica do vírus influenza 
sobre a morbimortalidade da população brasileira; 
 Reduzir as repercussões de uma pandemia de influenza na economia e no 
funcionamento dos serviços essenciais do país. 
 
b) Específicos 
 Retardar a introdução e a disseminação de uma cepa pandêmica entre a população 
brasileira; 
 Reduzir a morbidade, principalmente das formas graves da doença, e a mortalidade 
por influenza; 
 Fortalecer a infraestrutura do país para lidar com situações de emergência 
epidemiológica em doenças de transmissão respiratória; 
 Fortalecer os mecanismos de cooperação e articulação técnica entre as distintas 
esferas da Administração Federal direta ou indiretamente envolvidas com a resposta rápida e 
efetiva às emergências em Saúde Pública; 
 Desenvolver e/ou fortalecer os mecanismos jurídicos e político-gerenciais 
necessários para apoiar o processo de tomada de decisão nas situações de emergência em 
Saúde Pública; 
 Desenvolver e/ou fortalecer os mecanismos de cooperação com centros de 
produção de conhecimento científico e tecnológico para estudar aspectos particulares das 
intervenções propostas (eficácia e efetividade de uma nova vacina, resistência aos antivirais, 
efetividade do uso de antivirais em situação pandêmica, eventos adversos, etc.); 
 Desenvolver e/ou fortalecer os mecanismos de cooperação internacional. 
 
Esses objetivos somente serão alcançados com os esforços coordenados de todas as 
três esferas governamentais e de outros setores da sociedade no seu planejamento e execução. 
Como todo Plano, deve ser continuamente aperfeiçoado de acordo com a produção de 
novas evidências científicas, com a incorporação de novas tecnologias, com a necessidade de 
ajustes operacionais e com o amadurecimento do processo de integração político-institucional. 
 
 
 
 
13 
2 SURTOS ANTERIORES 
 
 
 1977 – Gripe Russa – H1N1 – afetou crianças e adolescentes; 
 1997 – Hong Kong – H5N1 – vírus aviário descrito pela primeira vez no homem, 18 pessoas 
hospitalizadas e cinco óbitos. Disseminação de aves para o homem, rara a transmissão de 
pessoas para pessoas; 
 2003 – Holanda – H7N7 – surtos em fazendas de aves seguidos por infecções em porcos e no 
homem; 89 pessoas com infecção confirmada e somente um óbito. Transmissão de aves para o 
homem, possivelmente três casos com transmissão pessoa para pessoa; 
 2003 – China e Hong Kong – H5N1 – até os dias atuais. Pico em 2006. 
 
 
 
14 
3 PANDEMIA DA INFLUENZA A – H1N1 – 2009 
 
 
 Primeiros casos em março e abril de 2009 no México e nos EUA – influenza-like 
ilness; 
 15/04/09: primeiro caso confirmado laboratorialmente de infecção por novo subtipo 
viral – EUA; 
 15 a 22/04/09: confirmada transmissão inter-humana; 
 24/04/09 – identificado novo subtipo viral A/California/04/2009; 
 25/04/09: OMS declara ESPII; 
 11/06/09: declarada pandemia – Fase 6. 
 
 
3.1 SHIFTSANTIGÊNICOS DA INFLUENZA TIPO A 
 
 
ANO SUBTIPO GRAVIDADE DA PANDEMIA 
1889 H3N2 Moderada 
1918 H1N1 Grave 
1957 H2N2 Grave 
1968 H3N2 Moderada 
1977 H1N1 Leve 
 
 
 
 
15 
4 COMPOSIÇÃO DO VÍRUS DA INFLUENZA E SUA MUTAÇÃO 
 
 
4.1 MUDANÇAS ANTIGÊNICAS DO INFLUENZA 
 
 
 DRIFTS ANTIGÊNICOS 
 Alteração menor, mesmo subtipo; 
 Causado por mutações gênicas pontuais; 
 Pode resultar em epidemia – evasão imune. 
 
 
 SHIFTS ANTIGÊNICOS 
 Alteração maior, novo subtipo; 
 Causado por rearranjo de segmentos gênicos; 
 Pode resultar em pandemia – população – não imune. 
 
 
 
 
16 
FIGURA 1 - DRIFTS ANTIGÊNICOS 
 
FONTE: Drif Antigênico. Disponível em: <http://indiah1n1.com/doctrs2.htm>. 
Acesso em: 18 mar. 2010. 
 
 
17 
FIGURA 2 - SHIFTS ANTIGÊNICOS 
 
FONTE: Shif Antigênico. Disponível em: <http://indiah1n1.com/doctrs4.htm>. Acesso em: 18 mar. 
2010. 
 
 
18 
4.2 COMPOSIÇÃO DO VÍRUS – TIPO INFLUENZA A – PROTEÍNAS 
 
 
 HEMAGLUTININA: ligação a receptores de superfície para invasão celular – ácido 
siálico – 15 subtipos. 
 NEURAMINIDASE: clivagem dos resíduos de ácido siálico para a liberação da nova 
partícula viral – 9 subtipos. 
 
 
FIGURA 3 - COMBINAÇÕES = SUBTIPOS VIRAIS 
 
FONTE: Medcel (2009). 
 
 
 
 
 
19 
FIGURA 4 - IMAGEM MICROSCÓPICA VÍRUS H1N1 
 
FONTE: Instituto Butantã. 
 
 
FIGURA 5 - CICLO VÍRUS INFLUENZA 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/virus_container/influenza_ciclo.jpg>. Acesso em: 18 
mar. 2010. 
 
 
20 
4.3 PATOGÊNESE DA INFLUENZA A 
 
 
O vírus da Influenza pertence à família dos Ortomixovírus e se apresenta em 3 tipos: 
A, B e C. 
 
 O tipo A promove doença moderada a severa em todas as faixas etárias e pode 
causar epidemias, afetando até animais; 
 O tipo B afeta somente humanos, principalmente crianças e causa epidemias leves; 
 O tipo C não é epidêmico. 
 
Os vírus A e B são os mais comuns. Cada um dos tipos apresenta populações 
diversas, denominadas cepas. Os vírus da Influenza podem sofrer de forma permanente, 
pequenas alterações na sua superfície, caracterizadas como mudanças antigênicas leves. É por 
isso que a cada ano a composição da vacina contra o vírus da Influenza precisa ser alterada. Há 
no mundo uma rede de mais de cem laboratórios credenciados pela Organização Mundial da 
Saúde, que são responsáveis por captar os vírus circulantes na população e caracterizá-los. No 
ano passado, as cepas de vírus da Influenza circulantes no país foram: 
 
 Influenza A/Sydney/05/97 Like (H3N2); 
 Influenza A/Bayern/07/97 Like (H1N1); 
 Influenza B/Beijing/184/93; 
 Influenza B/Beijing/243/97. 
 
Em todo o mundo, o vírus da Influenza é bastante disseminado, produzindo epidemias 
anuais, com grau variado de gravidade. 
Os vírus multiplicam-se invadindo células hospedeiras e ordenando-lhes que produzam 
muitas cópias do seu próprio DNA, uma tarefa que o vírus é incapaz de desempenhar. Ligam-se 
ao exterior da célula e injetam-lhe o seu DNA. A célula não distingue entre o DNA oferecido pelo 
vírus e o seu próprio. Apenas segue as instruções genéticas inscritas no interior das suas 
paredes para fazer cópias de qualquer DNA que lhe apareça. Assim, em lugar de produzir novo 
material celular, a célula invadida transforma-se em uma fábrica de vírus. Esses abandonam a 
 
 
21 
célula que os gerou e partem em busca de outras células para multiplicar-se. E quando isso 
acontece em nosso corpo e o sistema imunitário não reconhece o vírus invasor, ficamos 
doentes. 
Em geral, somos imunes a esses vírus não porque o nosso sistema imunitário já tenha 
tido oportunidade de conhecê-los e de se apetrechar para enfrentá-los, mas, sobretudo, porque 
tais vírus nunca se aventuraram nesse novo território que é o corpo humano. Ora, é quando lhes 
propiciamos essa aventura, quer invadindo uma floresta virgem onde, por exemplo, o vírus Ebola 
levava uma vida pacata em um hospedeiro qualquer (talvez um roedor ou um inseto), quer 
criando aves em condições de grande promiscuidade, que os vírus procuram alargar o seu 
domínio às células humanas que, totalmente desprevenidas, ficam à mercê de legiões de micro-
organismos. 
É que essa é uma característica intrínseca dos vírus: a necessidade de novos locais 
para infestação, "conquistar novos territórios". É o instinto natural de muitas espécies. 
Desenvolve-se, então, aquilo a que os médicos chamam um surto de nova cepa. E 
pouco há a fazer a não ser tentar circunscrever o surto. Como a cepa é nova, desconhecida, não 
existe qualquer forma de tratar a doença, nem alguma vacina que impeça o contágio. 
Todos se recordam das terríveis consequências do mais recente surto de Ebola na 
África Central; estamos familiarizados com as baixas que as novas estirpes de vírus da gripe 
costumam provocar, em especial nas pessoas menos resistentes – idosos e doentes do aparelho 
respiratório –, e também sabemos que certos vírus, apesar de conhecidos há muitos anos, 
insistem em não dar tréguas à humanidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
4.3.1 A estrutura do vírus 
 
 
FIGURA 6 - ESTRUTURA DO VÍRUS INFLUENZA 
 
FONTE: Medcel (2009). 
 
 
1) O RNA (Ácido Ribonucleico) é uma espécie de "livro de receitas" de como deve funcionar o 
micro-organismo. A combinação de ingredientes é que faz a diferença de um vírus da gripe para 
outro. Depois que o vírus entra na célula, o RNA guia a fabricação de novos micro-organismos. 
O RNA do Influenza tem alta capacidade de mutação. Por isso, cada gripe se apresenta de 
forma diferente. 
2) Espículas: pequenas pontas que facilitam a fixação do vírus nas mucosas e nas membranas das 
células. 
3) Cápside: tipo de capa para proteger o RNA, núcleo do vírus. 
4) Envelope: estrutura que envolve a cápside, formada por proteínas e gorduras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
4.3.2 Como o vírus age 
 
 
FIGURA 7 - COMO O VÍRUS DA INFLUENZA AGE 
 
FONTE: Medcel (2009). 
 
 
1) O vírus penetra no organismo, principalmente por meio das mucosas, pele que serve de 
revestimento para o nariz, a boca e os olhos. 
2) Pela mucosa do nariz, o Influenza atinge a corrente sanguínea. A passagem do vírus pela 
mucosa nasal aumenta a produção de secreção e provoca o primeiro sintoma da gripe: a coriza. 
3) Na corrente sanguínea, os vírus atacam as células. 
4) O vírus, quando penetra na célula, libera o RNA, que é transformado em DNA (outro tipo de livro 
de receitas) graças à ação de uma enzima, a transcriptase reversa. 
5) Quando o RNA se transforma em DNA, a célula é enganada, pois não interpreta o vírus como 
corpo estranho. 
6) O DNA do vírus se funde com o da célula, impedindo assim seu funcionamento normal e 
obrigando-a a produzir cópias do vírus. 
 
 
 
 
 
 
24 
4.3.3 Fases de transmissão 
 
 
FIGURA 8 - FASES DE TRANSMISSÃO 
Período Fases Definição da OMS 
Objetivos fundamentais de 
saúde pública 
Interpandêmico 
Fase 
1 
Não foram detectados novos subtipos do 
vírus da gripe em humanos. Um subtipo 
de vírus da gripe que já causou infecção 
em humanos pode estar em circulação 
entre animais, mas o risco de infecção ou 
doença humana é baixo. 
Reforçar a preparação/os planos 
de contingência para a gripe 
pandêmica, ao nível global, 
regional e nacional. 
Fase 
2 
Não foram detectados novos subtipos do 
vírus da gripe em humanos. No entanto, 
existe um subtipo do vírus da gripe em 
circulação em animais que apresenta um 
elevado risco de infecção humana. 
Minimizar o risco de transmissão 
aos humanos por meio da rápida 
detecção e declaração de 
situações de transmissão se 
ocorrerem. 
Alerta 
pandêmico 
Fase 
3 
Existe infecção humana com um novo 
subtipo do vírus, mas não foi detectada 
transmissão pessoa a pessoa ou, no 
máximo, houve situações de transmissão 
para contatos próximos. 
Assegurar a rápida caracterização 
do novosubtipo do vírus e a 
detecção rápida, declaração e 
resposta a casos adicionais. 
Fase 
4 
Existem um ou mais pequenos 
clusters/surtos com transmissão pessoa a 
pessoa limitada, no entanto a 
disseminação do vírus é completamente 
localizada, indicando que o vírus ainda 
não está bem adaptado ao hospedeiro 
humano. 
Manter/Conter o novo vírus em 
focos limitados ou retardar a sua 
disseminação de forma a ganhar 
tempo para implementar medidas 
de preparação/prevenção, incluindo 
o desenvolvimento de vacinas. 
 
 
25 
Fase 
5 
Existem clusters/surtos de maiores 
dimensões, mas a transmissão pessoa a 
pessoa ainda é localizada, indicando que 
o vírus está a adaptar-se gradualmente 
melhor ao hospedeiro humano, mas ainda 
não atingiu um nível de transmissão 
considerado eficaz (substancial risco 
pandêmico). 
Reforçar as ações de contenção ou 
retardamento da disseminação do 
vírus, de forma a evitar 
(possivelmente) a pandemia e 
ganhar tempo para implementar 
medidas de resposta à pandemia. 
Pandêmico 
Fase 
6 
A pandemia está instalada: existe um 
risco aumentado e substancial de 
transmissão na população em geral. 
Minimizar o impacto da pandemia 
FONTE: <http://pauloquerido.pt/economia/fases-pandemicas-o-que-significa-passar-de-3-para-
4/>. Acesso em: 18 mar. 2010. 
 
 
FIGURA 9 - FASES DE TRANSMISSÃO 
 
FONTE: Medcel (2009). 
 
 
 
 
 
26 
FIGURA 10 - FASES DE TRANSMISSÃO 
 
FONTE: ANVISA (2009). 
 
 
4.3.4 Principais fatores de risco 
 
 
 Idade inferior a dois anos ou superior a 60 anos; 
 Imunodepressão como neoplasia, AIDS ou uso de medicação imunossupressora; 
 Condições crônicas como hemoglobinopatias, diabetes mellitus, cardiopatias, 
pneumopatias, doenças renais crônicas, obesidade mórbida; 
 Gestação. 
 
 
 
 
27 
FIGURA 11 - DISTRIBUIÇÃO DE CASOS DE SRAG, PELA NOVA INFLUENZA A (H1N1) E 
PELA INFLUENZA SAZONAL, SEGUNDO GRUPOS E FATORES DE RISCO. BRASIL, ATÉ 
SET. 31/2009 
 
 
FONTE: Disponível em: 
<http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/default.cfm?pg=dspDetalheNoticia&id_area
=124&CO_NOTICIA=10450>. Acesso em: 18 mar. 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
FIGURA 12 - DISTRIBUIÇÃO DE CASOS DE SRAG, POR INFLUENZA EM MULHERES EM 
IDADE FÉRTIL, SEGUNDO GESTAÇÃO 
 
FONTE: SINAN (2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
5 DEFINIÇÃO DE CASO DE SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG) 
 
 
Indivíduo de qualquer idade com doença respiratória aguda caracterizada por febre 
superior a 38ºC, tosse e dispneia, acompanhada ou não de manifestações gastrointestinais ou 
dos sinais e sintomas abaixo: 
 
a) Aumento da frequência respiratória (> 25 IRPM - incursões respiratórias por minuto); 
b) Hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente; 
c) Em crianças, além dos itens acima, observar também: batimentos de asa de nariz, 
cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência. 
O quadro clínico pode ou não ser acompanhado de alterações laboratoriais e 
radiológicas listadas abaixo: 
 
 Alterações laboratoriais: leucocitose, leucopenia ou neutrofilia; 
 Radiografia de tórax: infiltrado intersticial localizado ou difuso ou presença de área 
de condensação; 
 Na presença desses sinais e sintomas, o paciente deve ser enviado para 
internação; 
 Alerta: deve ser dada atenção especial a essas alterações quando ocorrerem em 
pacientes que apresentem fatores de risco para a complicação por influenza. 
 
 
5.1 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O MANEJO CLÍNICO 
 
 
5.1.1 Informações gerais 
 
 
No indivíduo com manifestações clínicas compatíveis com doença respiratória aguda 
grave, deve-se: 
 
 
30 
 Orientar o afastamento temporário, de acordo com cada caso, das atividades de 
rotina (trabalho, escola, etc.) avaliando período de transmissibilidade da doença; 
 Utilizar equipamentos de proteção individual conforme orientações nesse Protocolo; 
 Realizar avaliação clínica minuciosa; 
 Coletar amostra de secreção nasofaringeana e de sangue até o sétimo dia de início 
dos sintomas; 
 Recomenda-se fortemente internar o paciente, dispensando-lhe todos os cuidados 
que o caso requer; 
 Todo paciente, uma vez instalado o quadro de síndrome gripal, MESMO EM 
QUADRO LEVE ONDE NÃO ESTÁ INDICADA A INTERNAÇÃO HOSPITALAR, deve ser 
orientado a ficar atento a todos os sinais e sintomas de agravamento e, em persistindo ou 
piorando um sinal ou sintoma entre 24 e 48 horas, consecutivas ao exame clínico, ele deve 
RETORNAR imediatamente a um serviço de saúde. Mecanismos adicionais podem ser 
desenvolvidos em cada unidade de saúde de modo a ajudar nesse monitoramento, no intervalo 
entre 24h e 48h, visando à identificação precoce de sinais de agravamento. 
 
Importante: para menores de 18 anos de idade é contraindicado o uso de salicilatos em casos 
suspeitos ou confirmados de infecção por vírus influenza, por causa do risco de desenvolvimento 
da Síndrome de Reye. 
 
 
5.1.2 Avaliação simplificada de gravidade em serviços de saúde de atenção primária e 
secundária 
 
 
Os casos de DRAG deverão ser encaminhados para o Hospital de Referência, caso 
apresentarem um ou mais dos sinais e sintomas a seguir. 
 
 
 
 
 
 
31 
5.1.3 Avaliação em adultos 
 
 
 Confusão mental; 
 Frequência respiratória > 30 IRPM; 
 PA diastólica < 60 mmHg ou PA sistólica < 90 mmHg; 
 Idade > 60 anos de idade. 
 
 
5.1.4 Avaliação em crianças 
 
 
 Cianose; 
 Batimento de asa de nariz; 
 Taquipneia: dois meses a menor de um ano (>50 IRPM); um a cinco anos (>40 IRPM); 
 Toxemia; 
 Tiragem intercostal; 
 Desidratação/ vômitos/ inapetência; 
 Dificuldade para ingestão de líquidos ou amamentar; 
 Estado geral comprometido; 
 Dificuldades familiares em medicar e observar cuidadosamente; 
 Presença de comorbidades/ imunodepressão. 
 
 
 
32 
6 ASPECTOS LABORATORIAIS 
 
 
6.1 INFORMAÇÕES GERAIS 
 
 
 Os agentes infecciosos prioritários para investigação etiológica são os vírus 
influenza e os agentes etiológicos responsáveis por quadros de pneumonia bacteriana; 
 As amostras de secreções respiratórias devem ser coletadas preferencialmente 
entre o 3º (terceiro) e 7º (sétimo) dia, após o início dos sintomas; 
 A técnica de diagnóstico preconizada pela OMS para confirmação laboratorial do 
novo vírus Influenza A(H1N1) é o RT-PCR; 
 Não é recomendada a metodologia de Imunofluorescência Indireta (IFI) para 
detecção desse novo subtipo de Influenza A(H1N1), no momento atual; 
 O processamento das amostras de secreção respiratória de casos suspeitos para o 
diagnóstico de infecção pelo novo vírus Influenza A(H1N1) será realizado exclusivamente pelos 
Laboratórios de Referência (LR): 
 Instituto Adolfo Lutz (IAL/SP) em São Paulo; 
 Instituto Evandro Chagas (IEC/PA) no Pará; 
 Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ/RJ) no Rio de Janeiro. 
 Considerando as normas de biossegurança vigentes no país e as recomendações 
da OMS, o Ministério da Saúde reitera que a coleta de amostras de material humano seja 
realizada rigorosamente dentro das normas de biossegurança preconizadas para essa situação; 
 Os Laboratórios Centrais de Saúde Pública - LACEN poderão processar amostras 
de sangue ou outras amostras clínicas que não sejam do trato respiratório para subsidiar o 
diagnóstico diferencial, conforme as hipóteses diagnósticas elencadas no hospital de referência 
e desde que façam parte da lista de exames próprios dessa rede de laboratórios, adotando-se as 
medidas de biossegurança preconizadas para cada situação. 
 
 
 
 
 
 
33 
6.2 INDICAÇÃO PARA A COLETA DE AMOSTRAS NO INDIVÍDUO DOENTE 
 
 
Diante de um caso suspeito de doença respiratória aguda grave (apresentando ou não 
fator de risco para complicações) poderão ser coletadas amostras clínicas de: 
 
 Secreção nasofaringeana: para detecção de vírus influenza; 
 Sangue para hemocultura:para realização de pesquisa de agentes microbianos e 
avaliação da resistência antimicrobiana; 
 Outras amostras clínicas: serão utilizadas apenas para monitoramento da 
evolução clínica do paciente e/ou para realização de diagnóstico diferencial, conforme hipóteses 
elencadas pelo médico do hospital de referência e as evidências geradas pela investigação 
epidemiológica. 
 
 
6.3 TÉCNICA PARA A COLETA 
 
 
 Preferencialmente, utilizar a técnica de aspirado de nasofaringe com frasco coletor 
de secreção, pois a amostra obtida por essa técnica pode concentrar maior número de células; 
 Na impossibilidade de utilizar a técnica de aspirado de nasofaringe, como 
alternativa, poderá ser utilizada a técnica de swab combinado de nasofaringe e orofaringe, 
exclusivamente com swab de rayon; 
 Não deverá ser utilizado swab de algodão, pois o mesmo interfere nas 
metodologias moleculares utilizadas; 
 As amostras de secreção respiratória coletadas devem ser mantidas em 
temperatura adequada de refrigeração (4º C a 8º C) e encaminhadas aos LACEN no mesmo dia 
da coleta. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
FIGURA 13 - SWAB 
 
FONTE: Ministério da Saúde (2009). 
 
 
6.3.1 Acondicionamento, transporte e envio de amostras para diagnóstico 
 
 
Todas as unidades coletoras (unidades de saúde) deverão encaminhar as amostras ao 
LACEN de seu Estado ou Distrito Federal acompanhadas da ficha epidemiológica devidamente 
preenchida. 
As amostras deverão ser colocadas em caixas (térmicas) de paredes rígidas, que 
mantenham a temperatura adequada de refrigeração (4º C a 8º C) até a chegada ao LACEN. 
O LACEN deverá acondicionar a amostra em caixas específicas para Transporte de 
Substâncias Infecciosas, preferencialmente em gelo seco. Na impossibilidade de obter gelo 
seco, a amostra poderá ser congelada a -70ºC e encaminhada em gelo reciclável. 
O envio e a comunicação com a informação do “número de conhecimento aéreo” 
devem ser imediatos para o respectivo laboratório de referência. O transporte deve obedecer as 
Normas da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). 
 
 
 
 
 
35 
FIGURA 14 - EMBALAGEM PARA SUBSTÂNCIAS INFECCIOSAS 
 
FONTE: ANVISA (2009). 
 
 
FIGURA 15 - EMBALAGEM PARA SUBSTÂNCIAS INFECCIOSAS 
 
FONTE: ANVISA (2009). 
 
 
 
 
 
36 
 
6.4 INDICAÇÃO PARA A COLETA EM SITUAÇÃO DE ÓBITOS AMOSTRAS 
 
 
6.4.1 Informações gerais 
 
 
Recomendado, APENAS NOS LOCAIS ONDE SEJA VIÁVEL A REALIZAÇÃO DAS 
TÉCNICAS DE COLETA DE AMOSTRAS, para diagnóstico post mortem de casos de doença 
respiratória aguda grave sem diagnóstico etiológico prévio em situações especiais indicadas pela 
vigilância epidemiológica, especificadas a seguir. 
Os ácidos nucleicos virais podem ser detectados em diversos tecidos, principalmente 
de brônquios e pulmões, que constituem espécimes de escolha para o diagnóstico laboratorial 
de vírus influenza pela técnica de Transcrição Reversa associada à Reação em Cadeia mediada 
pela Polimerase (RT-PCR). No entanto, considerando a principal infecção secundária à 
influenza, foram contempladas neste item orientações para coleta de amostras para o 
diagnóstico bacteriano diferencial, bem como para o diagnóstico histopatológico. 
 
 
6.4.2 Coleta dos espécimes teciduais 
 
 
Devem ser coletados, no mínimo, oito fragmentos de cada tecido, com dimensões 
aproximadas de 1 a 3 cm. Amostras de outros sítios das vias aéreas também podem ser 
submetidas a culturas e a ensaios moleculares. Colocar em recipientes separados e 
devidamente identificados as amostras coletadas de órgãos diferentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
6.4.3 Pontos anatômicos de coleta de amostras 
 
 
 Da região central dos brônquios (hilar), dos brônquios direito e esquerdo e da 
traqueia proximal e distal; 
 Do parênquima pulmonar direito e esquerdo; 
 Das tonsilas e mucosa nasal; 
 De pacientes com suspeita de miocardites, encefalites e rabdomiólise podem ser 
coletados fragmentos do miocárdio (ventrículo direito e esquerdo), SNC (córtex cerebral, 
gânglios basais, ponte, medula e cerebelo) e musculoesquelético, respectivamente; 
 Espécimes de qualquer outro órgão, mostrando aparente alteração 
macroscópica, podem ser encaminhados para investigação da etiologia viral. 
 
 
6.4.4 Acondicionamento das amostras 
 
 
6.4.4.1 Para diagnóstico Viral 
 
 
 As amostras frescas coletadas de diferentes sítios das vias respiratórias, ou 
qualquer outra localização anatômica, devem ser acondicionadas individualmente em recipientes 
estéreis e imersas em meio de transporte viral ou solução salina tamponada (PBS pH 7.2), 
suplementadas com antibióticos. 
 Imediatamente após a coleta, os espécimes identificados com sua origem tecidual 
devem ser congelados e transportados em gelo seco. 
 
 
 
 
 
 
 
38 
6.4.4.2 Para diagnóstico diferencial bacteriano 
 
 
 As amostras frescas coletadas de diferentes sítios das vias respiratórias, ou 
qualquer outra localização anatômica, devem ser acondicionadas individualmente em recipientes 
estéreis e imersas em solução salina tamponada (PBS pH 7.2), sem antibióticos. 
 Imediatamente após a coleta, os espécimes identificados com sua origem tecidual 
devem ser mantidos e transportados sob refrigeração (4ºC) ao laboratório para diagnóstico. 
 
 
6.4.4.3 Para diagnóstico histopatológico 
 
 
 A coleta de amostras para realização do diagnóstico histopatológico deve ser feita 
observando-se os protocolos em vigência nos serviços locais de patologia. 
 Acondicionar as amostras em frasco de vidro com boca larga com formalina 
tamponada a 10%. 
 Utilizar parafina sem compostos adicionais (por exemplo: cera de abelha, cera de 
carnaúba, etc.) no processo de parafinização dos fragmentos. 
 
 
6.4.5 Envio de amostras e documentação necessária 
 
 
 Resumo do histórico clínico; 
 Cópia do laudo preliminar ou conclusivo da necropsia; 
 Cópia de qualquer resultado laboratorial pertinente; 
 Ficha completa de identificação do indivíduo com o endereço para envio do resultado 
laboratorial. 
 
 
 
 
39 
Nota 1: Todas as amostras de tecidos deverão ser encaminhadas seguindo as normas de 
acondicionamento e transporte de substâncias infecciosas da IATA. 
Nota 2: Após o embarque da amostra, o Laboratório de Referência deverá ser informado do 
“número do conhecimento aéreo” para o monitoramento da recepção do material enviado. 
 
 
6.4.5.1 Recebimento dos resultados 
 
 
Todos os resultados serão encaminhados para as respectivas Secretarias Estaduais 
de Saúde. 
 
 
6.5 DESCENTRALIZAÇÕES DA REALIZAÇÃO DOS EXAMES LABORATORIAIS 
 
 
O Ministério da Saúde, no início do mês de julho de 2009, orientado pelos dois 
Laboratórios de Referência Nacional LACEN e Instituto Butantã iniciou o processo de preparação 
da rede pública de laboratórios para a realização dos testes diagnósticos para identificação de 
Influenza A (H1N1), nos casos indicados neste protocolo. 
 
 
 
40 
7 INDICAÇÕES PARA O USO DO OLSETAMIVIR (TAMIFLU) 
 
 
7.1 TRATAMENTO 
 
 
Segundo orientações do fabricante e da Organização Mundial da Saúde, o tratamento 
deve ser iniciado o mais breve possível dentro das primeiras 48 horas após o início dos 
sintomas. Como em toda prescrição terapêutica, atentar para as interações medicamentosas, as 
contraindicações formais e os efeitos colaterais descritos na bula do medicamento. Esse 
medicamento pode ainda induzir resistência dos vírus influenza, se utilizado de forma 
indiscriminada. Segundo a orientação do fabricante, o oseltamivir deve ser usado durante a 
gravidez somente se o benefício justificar o risco potencial para o feto. 
 
FIGURA 16 - OSELTAMIVIR 
 
FONTE: Ministério da Saúde (2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
FIGURA 17 - AÇÃO DO OLSETAMIVIR INIBINDO A NEURAMINIDASE 
 
FONTE: Medcel (2009). 
 
 
7.2 INDICAÇÕES PARA TRATAMENTO 
 
 
O medicamento antiviral oseltamivir (TAMIFLU®)deve ser utilizado, em princípio, até 
48 horas a partir da data de início dos sintomas, observando-se as recomendações do 
fabricante constantes na bula do medicamento. 
São elegíveis para tratamento: 
 Indivíduos com doença respiratória aguda grave (indivíduo de qualquer idade 
com doença respiratória aguda caracterizada por febre superior a 38ºC, tosse e dispneia e/ou 
outros sinais de gravidade, acompanhada ou não de dor de garganta ou manifestações 
gastrointestinais). 
A critério do médico-assistente, o oseltamivir poderá ser indicado nos casos de Doença 
Respiratória Aguda Grave após as 48 horas de início da doença, podendo ser usado até o 
sétimo dia. 
Sinais e sintomas preditivos de gravidade: 
 
 
42 
 Adultos: 
 Confusão mental; 
 Saturação de O2 <93%; 
 PA diastólica < 60 mmHg ou PA sistólica < 90 mmHg; 
 Frequência respiratória > 30 mrm. 
 Crianças: 
 Cianose; 
 Batimento de asa do nariz; 
 Taquipneia; 
 Toxemia; 
 Tiragem intercostal; 
 Desidratação. 
Obs.: Cabe ao médico assistente avaliar a gravidade do quadro clínico do paciente, podendo ser 
considerados outros critérios para indicação do oseltamivir, tais como febre elevada e 
persistente, sinais de toxemia, raios X de tórax com infiltrado intersticial localizado ou difuso, ou 
presença de área de consolidação. 
 
FACE À POSSIBILIDADE DE DESENVOLVIMENTO DE RESISTÊNCIA AO ANTIVIRAL, NÃO 
ESTÁ INDICADO O USO INDISCRIMINADO DO OSELTAMIVIR NA SÍNDROME GRIPAL. 
 
 
7.3 DOSAGENS RECOMENDADA 
 
 
A dose recomendada é de 75 mg, duas vezes ao dia, por cinco dias, para adultos. Para 
crianças acima de um ano de idade e menores que 12 anos, com menos de 40 kg, as doses 
variam de acordo com o peso, conforme especificação a seguir, durante cinco dias: 
 
 
 
43 
 
FONTE: Arquivo Pessoal do Autor. 
 
 
Nas crianças abaixo de um ano internadas com Doença Respiratória Aguda Grave, a 
critério do médico-assistente, o oseltamivir poderá ser administrado por cinco dias, de acordo 
com as dosagens abaixo: 
 
 
FONTE: Arquivo Pessoal do Autor 
 
ATENÇÃO: após a diluição, a suspensão do oseltamivir poderá ser utilizada por 10 dias, se 
mantida em temperatura ambiente, ou por até 17 dias, em temperatura de 4ºC-8ºC (refrigerador). 
É importante que os frascos sejam datados no momento da diluição, podendo ser reaproveitados 
para outros pacientes. 
 
 
 
 
44 
FIGURA 18 - ATENDIMENTO DE PACIENTES COM SUSPEITA DE INFLUENZA A (H1N1) NA 
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 
 
 
 
45 
 
FONTE: BRASIL, Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: 
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/fluxograma_aps_28jul09.pdf>. 
Acesso em: 18 mar. 2010. 
 
 
46 
7.4 QUIMIOPROFILAXIA 
 
 
 Está absolutamente contraindicado o uso do oseltamivir para quimioprofilaxia em 
qualquer situação; 
 O uso deste medicamento para profilaxia está indicado APENAS nas seguintes 
situações: 
 Os profissionais de laboratório que tenham manipulado amostras clínicas que 
contenham a nova Influenza A (H1N1) sem o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) 
ou que utilizaram de maneira inadequada; 
 Os trabalhadores de saúde que estiveram envolvidos na realização de 
procedimentos invasivos (geradores de aerossóis) ou manipulação de secreções de um caso 
suspeito ou confirmado de infecção pela nova Influenza A (H1N1) sem o uso de EPI ou que 
utilizaram de maneira inadequada. 
 
 
7.5 INFORMAÇÕES ADICIONAIS 
 
 
Os pacientes que desenvolvem efeitos colaterais gastrointestinais graves podem 
reduzir a absorção oral do oseltamivir. Porém, atualmente, não há nenhuma evidência científica 
para sugerir o aumento da dose ou do tempo de utilização do antiviral, nesta situação. 
Para os pacientes que vomitam até uma hora após a ingestão do medicamento, pode 
ser administrada uma dose adicional, conforme esquema anterior. 
Tão importante quanto o tratamento específico para a doença respiratória aguda grave 
é a adoção oportuna de todas as medidas de suporte clínico ao paciente, segundo avaliação 
médica de cada caso, além do uso de medidas não farmacológicas. 
 
IMPORTANTE: 
 
 Se for afastado o diagnóstico de infecção por qualquer vírus influenza, suspender a 
administração do oseltamivir; 
 
 
47 
 Na ficha de notificação, atualizar ou incluir no campo “informações adicionais” as 
atualizações sobre data de início do tratamento com oseltamivir e as medidas complementares 
adotadas; 
 A notificação de eventos adversos ao medicamento deve ser feita à ANVISA por 
meio do endereço eletrônico anvisa@saude.gov.br. 
 
 
FIGURA 19 - CARTÃO DE ACOMPANHAMENTO DA SÍNDROME GRIPAL DO SUS 
 
mailto:anvisa@saude.gov.br
 
 
48 
 
FONTE: Ministério da Saúde (2009). 
 
 
 
49 
8 FORMULÁRIO DE DISPENSAÇÃO DO OLSETAMIVIR 
 
 
FIGURA 20 - FORMULÁRIO DE DISPENSAÇÃO DE OSELTAMIVIR 
 
FONTE: Secretária da Saúde do Rio Grande do Sul (2009). 
 
 
50 
9 FORMULÁRIO DE NOTIFICAÇÃO DO INFLUENZA TIPO A 
 
 
FIGURA 21 - FORMULÁRIO DE NOTIFICAÇÃO DO INFLUENZA TIPO A 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
FONTE: Secretária da Saúde do Rio Grande do Sul (2009). 
 
 
52 
10 MEDIDAS DE PRECAUÇÃO E CONTROLE A SEREM ADOTADAS NA ASSISTÊNCIA 
 
 
10.1 INFORMAÇÕES GERAIS 
 
 
Com o aumento do número de casos de influenza A (H1N1), o que gerou um maior 
conhecimento sobre a epidemiologia viral, observou-se a necessidade de revisão das medidas 
de precaução e controle a serem instituídas nos serviços de saúde. 
Atualmente, as evidências sugerem que o vírus da influenza A (H1N1) está 
apresentando uma dinâmica de transmissão semelhante à da influenza sazonal. Sendo assim, 
recomenda-se que sejam instituídas medidas de precaução para gotícula e precaução padrão na 
assistência a casos suspeitos e confirmados de infecção pelo vírus da influenza A (H1N1) nos 
serviços de saúde. 
Entretanto, para procedimentos com risco de geração de aerossol, enfatiza-se que 
devem ser incluídas as precauções para aerossóis. 
 
 
10.2 MEDIDAS PREVENTIVAS 
 
 
É importante destacar que a adoção de medidas de precaução deve estar sempre 
associada a outras medidas preventivas, tais como: 
 
 Frequente higienização das mãos; 
 Utilizar lenço descartável para higiene nasal; 
 Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; 
 Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; 
 Higienizar as mãos após tossir ou espirrar; 
 Evitar tocar superfícies com luvas ou outro EPI contaminados ou com mãos 
contaminadas. As superfícies envolvem aquelas próximas ao paciente (ex.: mobiliário e 
 
 
53 
equipamentos para a saúde) e aquelas fora do ambiente próximo ao paciente, porém 
relacionadas ao cuidado com o paciente (ex.: maçaneta, interruptor de luz, chave, caneta, entre 
outros); 
 Não circular dentro do hospital usando os EPI; esses devem ser imediatamente 
removidos após a saída do quarto, enfermaria ou área de isolamento; 
 Restringir a atuação de profissionais de saúde com doença respiratória aguda na 
assistência ao paciente. 
 
 
 
 
54 
FIGURA 22 - COMO SE PROTEGER DA GRIPE A 
 
FONTE: Organização Mundial da Saúde (2009). 
 
 
 
 
55 
10.3 QUEM DEVE ADOTAR AS MEDIDAS DE PRECAUÇÃO 
 
 
 Todos os profissionais de saúde que prestam assistência direta ao paciente (ex.: 
médicos, enfermeiros, dentistas, técnicos e auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, equipe de 
radiologia, entre outros); 
 Toda a equipe de suporte, que necessite entrar no quarto, enfermaria ou área de 
isolamento, incluindo pessoal de limpeza, nutrição e responsáveis pela retirada de produtos e 
roupas sujas da unidade de isolamento. Porém, recomenda-se que o mínimo de pessoas entre 
no isolamento; 
 Todos os profissionais de laboratório, durante coleta, transporte e manipulação de 
amostras de pacientes com infecção por influenza A (H1N1); 
 Familiares e visitantes que tenham contato com pacientes com infecção por 
influenza A (H1N1); Os profissionais de saúde que executam o procedimento de verificação de óbito; 
 Outros profissionais que entram em contato com pacientes com infecção por 
influenza A (H1N1). 
 
Nota 1: Ressalta-se a necessidade do uso racional de EPI nos serviços de saúde. 
 
 
10.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI 
 
 
10.4.1 Máscara cirúrgica 
 
 
Deve ser utilizada para evitar a contaminação do profissional por gotículas 
respiratórias, quando o mesmo atuar a uma distância inferior a um metro do paciente suspeito ou 
confirmado de infecção pelo vírus da influenza. 
 
 
 
56 
FIGURA 23-MÁSCARA CIRÚRGICA 
 
FONTE: Ministério da Saúde (2009). 
 
 
10.4.2 Máscara de proteção respiratória (respirador particulado) 
 
 
Quando o profissional atuar em procedimentos com risco de geração de aerossol nos 
pacientes com infecção por influenza deve utilizar a máscara de proteção respiratória (respirador 
particulado) com eficácia mínima na filtração de 95% de partículas de até 0,3μ (tipo N95, N99, 
N100, PFF2 ou PFF3). 
São exemplos de procedimentos com risco de geração de aerossóis: a intubação 
traqueal, a aspiração nasofaríngea e nasotraqueal, broncoscopia, a autópsia envolvendo tecido 
pulmonar e a coleta de espécime clínico para diagnóstico etiológico da influenza, dentre outros. 
A máscara de proteção respiratória deverá estar apropriadamente ajustada à face. A 
forma de uso, manipulação e armazenamento deve seguir as recomendações do fabricante. 
Deve ser descartada após o uso. 
 
 
 
 
57 
FIGURA 24 - MÁSCARA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA 
 
FONTE: BRASIL, Ministério da Saúde, 2009. 
 
 
10.4.3 Luvas 
 
 
As luvas de procedimentos não cirúrgicos devem ser utilizadas quando houver risco de 
contato das mãos do profissional com sangue, fluidos corporais, secreções, excreções, 
mucosas, pele não íntegra e artigos ou equipamentos contaminados, de forma a reduzir a 
possibilidade de transmissão do vírus da influenza para o profissional, assim como, de paciente 
para paciente por meio das mãos do profissional. 
Quando o procedimento a ser realizado no paciente exigir técnica asséptica, é 
necessário utilizar luvas estéreis (de procedimento cirúrgico). 
As recomendações quanto ao uso de luvas por profissionais de saúde são: 
 
 Troque as luvas sempre que entrar em contato com outro paciente; 
 Troque também durante o contato com o paciente se for mudar de um sítio corporal 
contaminado para outro, limpo, ou quando esta estiver danificada; 
 Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, 
maçanetas, portas) quando estiver com luvas para evitar a transferência vírus para outros 
pacientes ou ambientes; 
 
 
58 
 Não lavar ou usar novamente o mesmo par de luvas (as luvas não devem ser 
reutilizadas); 
 O uso de luvas não substitui a higienização das mãos; 
 Fazer a higienização das mãos imediatamente após a retirada das luvas, para evitar 
a transferência do vírus para outros pacientes ou ambientes; 
 Observe a técnica correta de remoção de luvas para evitar a contaminação das 
mãos, abaixo descrita: 
 Retire as luvas puxando a primeira pelo lado externo do punho com os dedos da 
mão oposta; 
 Segure a luva removida com a outra mão enluvada; 
 Toque a parte interna do punho da mão enluvada com o dedo indicador oposto 
(sem luvas) e retire a outra luva. 
 
 
FIGURA 25 - LUVAS 
 
FONTE: BRASIL, Ministério da Saúde, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
10.4.4 Protetor ocular ou protetor de face 
 
 
Os óculos de proteção (ou protetor de face) devem ser utilizados quando houver risco 
de exposição do profissional a respingo de sangue, secreções corporais e excreções. 
Os óculos devem ser exclusivos de cada profissional responsável pela assistência, 
devendo, após o uso, sofrer processo de limpeza com água e sabão/detergente e desinfecção. 
Sugere-se para a desinfecção álcool a 70%, hipoclorito de sódio a 1% ou outro desinfetante 
recomendado pelo fabricante. 
 
 
FIGURA 26 - ÓCULOS DE PROTEÇÃO 
 
FONTE: BRASIL, Ministério da Saúde, 2009. 
 
 
10.4.5 Gorro descartável 
 
 
O gorro deve ser utilizado pelo profissional de saúde apenas em situações de risco de 
geração de aerossol em pacientes com infecção por influenza A (H1N1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
FIGURA 27 - GORRO DESCARTÁVEL 
 
FONTE: Disponível em: 
http://www.silvauniformes.no.comunidades.net/index.php?pagina=1337136775. Acesso em: 10 
maio 2013. 
 
 
10.4.6 Capote/avental 
 
 
O capote ou avental deve ser usado durante procedimentos em que há risco de 
respingos de sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções, a fim de evitar a contaminação 
da pele e roupa do profissional. 
O capote ou avental deve ser de mangas longas, punho de malha ou elástico e 
abertura posterior. Além disso, deve ser confeccionado de material de boa qualidade, não 
alergênico e resistente; proporcionar barreira antimicrobiana efetiva, permitir a execução de 
atividades com conforto e estar disponível em vários tamanhos. 
O capote ou avental sujo deve ser removido após a realização do procedimento. Após 
a remoção do capote deve-se proceder a higienização das mãos para evitar transferência do 
vírus A (H1N1) para o profissional, pacientes e ambientes. 
 
 
 
 
 
 
 
61 
10.4.7 Propés 
 
 
Evita a contaminação de um ambiente para o outro por meio dos calçados. 
 
 
FIGURA 28 - PROPÉS 
 
FONTE: Disponível em: http://rs.quebarato.com.br/porto-alegre/prope__4A4E63.html. Acesso 
em: 10 maio 2013. 
 
 
10.5 HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
 
 
As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas 
utilizando-se: água e sabonete, preparação alcoólica e antisséptica degermante. 
Os profissionais de saúde, pacientes e visitantes, devem ser devidamente instruídos e 
monitorados quanto à importância da higienização das mãos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
FIGURA 29 - HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 
 
FONTE: Arquivo Pessoal do autor. 
 
 
10.5.1 Higienização das mãos com água e sabonete 
 
 
A higienização das mãos com água e sabonete é essencial quando as mãos estão 
visivelmente sujas ou contaminadas com sangue ou outros fluidos corporais. A higienização das 
mãos com água e sabonete deve ser realizada: 
 
 
63 
 Antes e após o contato direto com pacientes com influenza, seus pertences e 
ambiente próximo, bem como na entrada e na saída de áreas com pacientes infectados; 
 Imediatamente após retirar as luvas; 
 Imediatamente após contato com sangue, fluidos corpóreos, secreções, excreções 
e/ou objetos contaminados, independentemente se o mesmo tiver ocorrido com ou sem o uso de 
luvas (neste último caso, quando se tratar de um contato inadvertido). 
 Entre procedimentos em um mesmo paciente, para prevenir a transmissão cruzada 
entre diferentes sítios corporais; 
 Em qualquer outra situação onde seja indicada a higienização das mãos para evitar 
a transmissão da influenza para outros pacientes ou ambientes. 
 
 
10.5.2 Técnica “Higienização Simples das Mãos com Água e Sabonete” 
 
 
 Retirar acessórios (anéis, pulseiras, relógio), uma vez que sob estes objetos 
acumulam-se micro-organismos não removidos com a lavagem das mãos; 
 Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando tocar na pia; 
 Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir 
todas as superfícies das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante); 
 Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si; 
 Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os 
dedos e vice-versa; 
 Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais; 
 Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando 
os dedos, com movimento de vai e vem e vice-versa; 
 Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se 
movimento circular e vice-versa; 
 Friccionaras polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão 
direita, fechada em concha, fazendo movimento circular e vice-versa; 
 
 
64 
 Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando 
movimento circular e vice-versa; 
 Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evitar contato direto das 
mãos ensaboadas com a torneira; 
 Secar as mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos e seguindo 
pelos punhos. No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel 
toalha; 
 Duração do Procedimento: 40 a 60 segundos. 
 
 
10.5.3 Higienização das mãos com preparação alcoólica 
 
 
Sabe-se que o vírus da influenza sazonal é rapidamente inativado em 30 segundos 
após antissepsia das mãos com álcool 70%. Determinados vírus envelopados (ex.: herpes 
simples, HIV, influenza, vírus respiratório sincicial) são susceptíveis ao álcool quando testados in 
vitro. 
Deve-se higienizar as mãos com preparação alcoólica (sob as formas gel ou solução), 
quando estas não estiverem visivelmente sujas. 
A higienização das mãos com preparação alcoólica (sob a forma gel ou líquida com 1-
3% glicerina) deve ser realizada nas situações descritas a seguir: 
 Antes de contato com o paciente; 
 Após contato com o paciente; 
 Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos; 
 Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram 
preparo cirúrgico; 
 Após risco de exposição a fluidos corporais; 
 Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao 
paciente; 
 Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao 
paciente; 
 
 
65 
 Antes e após remoção de luvas. 
 
 
10.5.4 Técnica “Fricção Antisséptica das Mãos (com Preparações Alcoólicas)” 
 
 
 Aplicar na palma da mão quantidade suficiente do produto para cobrir todas as 
superfícies das mãos (seguir a quantidade recomendada pelo fabricante); 
 Friccionar as palmas das mãos entre si; 
 Friccionar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os 
dedos e vice-versa; 
 Friccionar a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados; 
 Friccionar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando 
os dedos e vice-versa; 
 Friccionar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda, utilizando-se 
movimento circular e vice-versa; 
 Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da mão 
direita, fazendo um movimento circular e vice-versa; 
 Friccionar os punhos com movimentos circulares; 
 Friccionar até secar espontaneamente. Não utilizar papel toalha; 
 Duração do Procedimento: 20 a 30 segundos. 
 
 
 
66 
11 MEDIDAS A SEREM IMPLEMENTADAS NO ATENDIMENTO AMBULATORIAL E PRONTO 
ATENDIMENTO 
 
 
As seguintes medidas devem ser observadas pelos serviços de saúde que prestam 
atendimento ambulatorial e pronto atendimento a casos de síndrome gripal ou doença 
respiratória aguda grave: 
 
 Estabelecer critérios de triagem para identificação e pronto atendimento dos casos, 
com o objetivo de reduzir o risco de transmissão na sala de espera para outros pacientes, bem 
como priorizar o atendimento dos pacientes com síndrome gripal que apresentam fatores de 
risco ou sinais de agravamento; 
 Orientar os profissionais do serviço quanto às medidas de precaução a serem 
adotadas; 
 Colocar máscara cirúrgica nos pacientes suspeitos de síndrome gripal e doença 
respiratória aguda grave, desde que a situação clínica do caso permita; 
 A máscara cirúrgica deve ser utilizada desde o momento da triagem até o 
encaminhamento para o hospital de referência, quando indicado, desde que a situação clínica do 
caso permita; 
 Orientar os pacientes a adotar as medidas de precaução para gotícula e higienizar 
as mãos após tossir ou espirrar; 
 Prover lenço descartável para higiene nasal na sala de espera; 
 Prover lixeira, preferencialmente, com acionamento por pedal para o descarte de 
lenços e lixo; 
 Prover dispensadores com preparações alcoólicas para as mãos (sob as formas gel 
ou solução) nas salas de espera e estimular a higienização das mãos após contato com 
secreções respiratórias; 
 Prover condições para higienização simples das mãos: lavatório/pia com 
dispensador de sabonete líquido, suporte para papel toalha, papel toalha, lixeira com tampa e 
abertura sem contato manual; 
 Manter os ambientes ventilados; 
 
 
67 
 Realizar a limpeza e desinfecção das superfícies do consultório e de outros 
ambientes utilizados pelo paciente; 
 Realizar a limpeza e desinfecção de equipamentos e produtos para saúde que 
tenha sido utilizado na atenção ao paciente; 
 Se houver necessidade de encaminhamento do paciente para outro serviço de 
saúde, notificar previamente o serviço referenciado. 
 
 
 
68 
12 MEDIDAS A SEREM IMPLEMENTADAS NO TRANSPORTE DE PACIENTES 
 
 
 Os profissionais envolvidos no transporte devem adotar as medidas de precaução 
para gotícula e precaução padrão; 
 Melhorar a ventilação do veículo para aumentar a troca de ar durante o transporte; 
 As superfícies internas do veículo devem ser limpas e desinfetadas após a 
realização do transporte. A desinfecção pode ser feita com álcool a 70%, hipoclorito de sódio a 
1% ou outro desinfetante indicado para este fim; 
 Notificar previamente o serviço de saúde para onde o paciente será encaminhado. 
 
 
 
69 
13 ORIENTAÇÕES PARA ISOLAMENTO NO AMBIENTE HOSPITALAR 
 
 
13.1 ISOLAMENTO EM QUARTO PRIVATIVO DOS CASOS DE DOENÇA RESPIRATÓRIA 
AGUDA GRAVE 
 
 
O isolamento, quando indicado, deve ser realizado em um quarto privativo com 
vedação na porta e bem ventilado. 
 
 
13.2 ISOLAMENTO POR COORTE 
 
 
Considerando a possibilidade de aumento do número de casos com complicações, se 
o hospital não possuir quartos privativos disponíveis em número suficiente para atendimento de 
todos aqueles que requeiram internação, deve ser estabelecido o isolamento por coorte, ou seja, 
separar em uma mesma enfermaria ou unidade os pacientes com infecção por influenza. Se 
existir um grande número de pacientes infectados, deve ser definida área específica do hospital 
para isolamento dos casos. É fundamental que seja mantida uma distância mínima de um metro 
entre os leitos. 
 
 
13.3 OUTRAS ORIENTAÇÕES 
 
 
 O quarto, enfermaria ou área de isolamento devem ter a entrada sinalizada com 
alerta referindo isolamento para doença respiratória, a fim de evitar a passagem de pacientes e 
visitantes de outras áreas ou de profissionais que estejam trabalhando em outros locais do 
hospital. O acesso deve ser restrito aos profissionais envolvidos na assistência; 
 Também deve estar sinalizado quanto às medidas de precaução (gotículas e 
padrão) a serem adotadas; 
 
 
70 
 Imediatamente antes da entrada do quarto, enfermaria e área de isolamento devem 
ser disponibilizadas: condições para higienização das mãos: dispensador de preparação 
alcoólica (gel ou solução a 70%), lavatório/pia com dispensador de sabonete líquido, suporte 
para papel toalha, papel toalha, lixeira com tampa e abertura sem contato manual. 
 
 
 
71 
14 PROCESSAMENTO DE PRODUTOS PARA A SAÚDE 
 
 
14.1 INFORMAÇÕES GERAIS 
 
 
Não há uma orientação especial quanto ao processamento de equipamentos, produtos 
para saúde ou artigos utilizados na assistência a pacientes com infecção por influenza, sendo 
que o mesmo deve ser realizado de acordo com as características e finalidade de uso e 
orientação dos fabricantes e dos métodos escolhidos. 
Equipamentos, produtos para saúde ou artigos para saúde utilizados em qualquer 
paciente devem ser recolhidos e transportados de forma a prevenir a possibilidade de 
contaminação de pele, mucosas e roupas ou a transferência de micro-organismos para outros 
pacientes ou ambientes. Por isso,

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