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Usucapiao e Usufruto, Inventario e Partilha 3ed

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Prévia do material em texto

Ulisses Vieira Moreira Peixoto
Advogado. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade Federal 
de Uberlândia (UFU). Autor de diversas Obras da Área Jurídica.
3ª EDIÇÃO
Revista, Atualizada e Ampliada
© Ulisses Vieira Moreira Peixoto
EDITORA MIZUNO 2021
Revisão: Paulo Morais
Nos termos da lei que resguarda os direitos autorais, é expressamente proibida a reprodução total ou 
parcial destes textos, inclusive a produção de apostilas, de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico 
ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, reprográficos, de fotocópia ou gravação. 
Qualquer reprodução, mesmo que não idêntica a este material, mas que caracterize similaridade 
confirmada judicialmente, também sujeitará seu responsável às sanções da legislação em vigor. 
A violação dos direitos autorais caracteriza-se como crime incurso no art. 184 do Código Penal, assim 
como na Lei n. 9.610, de 19.02.1998.
O conteúdo da obra é de responsabilidade do autor. Desta forma, quaisquer medidas judiciais ou 
extrajudiciais concernentes ao conteúdo serão de inteira responsabilidade do autor.
Todos os direitos desta edição reservados à
EDITORA MIZUNO
Rua Benedito Zacariotto, 172 - Parque Alto das Palmeiras, Leme / SP - 13614-460
Correspondência: Av. 29 de Agosto, nº 90, Caixa Postal 501 - Centro, Leme - SP, 13610-210
Fone/Fax: (0XX19) 3571-0420
Visite nosso site: www.editoramizuno.com.br
e-mail: atendimento@editoramizuno.com.br
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Usucapião e Usufruto; Inventário e Partilha; Divórcio e União Estável; Protesto e outros 
Documentos de Dívida; Demarcação e Divisão de Terras Particulares EXTRAJUDICIAIS - 3ª Edição
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)
P379u Peixoto, Ulisses Vieira Moreira.
Usucapião e usufruto; inventário e partilha; divórcio e união estável; protesto e outros documentos de 
dívida; demarcação e divisão de terras particulares EXTRAJUDICIAIS / Ulisses Vieira Moreira Peixoto. – 
3. ed. – Leme, SP: Mizuno, 2021.
477 p. : 17 x 24 cm
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5526-100-4
1. Usucapião – Brasil. 2. Processo civil – Brasil. I. Título.
CDD 349.3
Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422
Dedicatória
Dedico a presente obra às pessoas que 
buscam, cotidianamente, estudar, detectar e 
combater, com reponsabilidade, a corrupção. 
Dedico ainda, em especial, a minha 
esposa e a meu filho, meus grandes amores...
OBRAS DO AUTOR
•	 CLT	Comentada	Artigo	por	Artigo	-	Doutrina	e	Prática
•	 Reforma	Trabalhista	Comentada	-	Doutrina	e	Prática		
•	 Manual	Prático	do	Inventário	e	da	Partilha	-	Doutrina	e	Prática		
•	 Família,	Alimentos	e	Guarda	Compartilhada	-	Doutrina	e	Prática	
•	 Execução	e	Recursos	no	Processo	do	Trabalho	-	Doutrina	e	Prática
•	 Inventário	e	Partilha	no	Novo	CPC.	Direito	das	Sucessões	-	Doutrina	e	Prática
•	 Família,	Sucessões,	Guarda	Compartilhada,	 Inventário	e	Partilha,	Alimentos,	
União	Homoafetiva,	 Adoção,	Divórcio,	 Investigação	 de	 Paternidade,	União	
Estável	e	Concubinato	-	Doutrina	e	Prática
•	 Leis	Extravagantes	do	Novo	CPC	Anotadas	e	Aplicadas	na	Prática
•	 Recursos	e	Defesas	do	Réu	-	Área	Cível	-	Doutrina	e	Prática
•	 A	Prova	no	Novo	Código	de	Processo	Civil	-	Doutrina	e	Prática	
•	 Novo	Código	de	Processo	Civil	Comentado	Artigo	por	Artigo	e	Aplicado	na	
Prática
•	 Inovações	e	Alterações	no	Novo	Código	de	Processo	Civil	-	Doutrina	e	Prática
•	 Erros	Médicos	e	Perícias	Judiciais	-	Doutrina	e	Prática
•	 Prescrição	e	Decadência	-	Doutrina	e	Prática	
•	 Código	de	Defesa	do	Consumidor	Comentado	Artigo	por	Artigo	-	Doutrina	
e	Prática	Forense
•	 Os	Prazos	Processuais	no	Novo	Código	de	Processo	Civil	-	Doutrina	e	Prática	
•	 Empregado	Doméstico	-	Lei	Complementar	nº	150,	de	1º	de	Junho	de	2015.	
Doutrina	e	Prática
•	 Lei	de	Drogas	Comentada	Artigo	por	Artigo	-	Doutrina	e	Prática		
•	 Manual	Jurídico	Descomplicado	-	Doutrina	e	Prática	Forense
•	 Manual	Prático	Previdenciário	e	Trabalhista	-	Doutrina	e	Prática		
•	 Práticas	Abusivas	da	Serasa,	do	SPC	e	das	Instituições	Bancárias	-	Doutrina	e	
Prática
•	 Recursos	 e	Defesas	 do	Réu	 -	Doutrina	 e	Prática	 Forense	Cível,	Criminal	 e	
Trabalhista
•	 Revisional	dos	Contratos	Bancários	-	Doutrina	e	Prática
•	 Direito	para	Concursos	Públicos
•	 Roteiro	Prático	Direito	do	Trabalho	e	Processo	 -	Teoria,	 Prática	 Forense	 e	
Legislação	
•	 Nova	Lei	de	Recursos	no	Processo	do	Trabalho	Comentado	Artigo	por	Artigo	
-	Prática	Forense
•	 A	Técnica	das	Petições	Penais	-	Doutrina	e	Prática
•	 Código	Penal	Comentado	Artigo	por	Artigo	+	Prática	Forense	Criminal
•	 Petições	Penais	de	Defesa	-	Doutrina	e	Prática
APRESENTAÇÃO
O	autor	 escreveu	 a	Obra	 em	destaque	 com	 a	 finalidade	 de	 esclarecer	 a	
Usucapião	e	o	Usufruto;	o	Inventário	e	a	Partilha;	o	Divórcio	e	a	União	Estável;	
o	Protesto	e	outros	Documentos	de	Dívida;	a	Demarcação	e	a	Divisão	de	Terras	
Particulares	(Novo	CPC)	de	forma	EXTRAJUDICIAIS,	dividindo	o	Livro	em	partes	
com	doutrina	e	parte	prática	ao	final	de	cada	tema.
Citaremos	como	exemplo	a	parte	da	Usucapião	Extrajudicial,	pois	está	con-
forme	o	art.	216-A	da	Lei	nº	6.015/73,	com	inclusões	e	alterações	trazidas	pelo	
Novo	CPC,	pela	Lei	nº	13.465/17	e	com	a	regulamentação	dada	pelo	Provimento	
nº	65,	do	CNJ,	de	14	de	dezembro	de	2017.
Assim	os	demais	 temas	 foram	desenvolvidos	com	a	mesma	sintonia,	com	
doutrina	e	prática,	proporcionando	ao	operador	do	direito	um	material	capaz	de	
auxiliá-lo	nas	suas	atividades	forenses.	
PARTE 1
USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL
DOUTRINA
1. Disposições Gerais ............................................................................................................................ 23
2. Usucapião Extrajudicial no CPC de 2015 .......................................................................................... 23
3. Tipos de Usucapião ........................................................................................................................... 27
3.1. Usucapião no Código Civil ....................................................................................................... 27
3.1.1. Usucapião Urbana ou Usucapião Especial Urbana (art. 1.240 e seus parágrafos) ........ 27
3.1.2. Usucapião Ordinária (art. 1.242, parágrafo único) .......................................................... 30
3.1.3. Usucapião Ordinária de Bem Móvel (art. 1.260) ............................................................. 34
3.1.4. Usucapião Extraordinária de Coisa Móvel (art. 1.261) ................................................... 35
3.1.5. Usucapião Extraordinária (art. 1.238, parágrafo único) .................................................. 37
3.1.6. Usucapião Pró-Labore (art. 1.239).................................................................................. 41
3.2. Usucapião na CRFB/1988 ........................................................................................................ 43
3.2.1. Usucapião Constitucional Habitacional (art. 183, da CRFB/1988 e 1.240, do Código 
Civil) .................................................................................................................................... 43
3.2.2. Usucapião Constitucional Pró-Labore (art. 191, da CF/88 e 1.239, do Código Civil) ..... 43
3.3. Usucapião na Lei nº 6.969/1981 .............................................................................................. 44
3.3.1. Usucapião Especial:........................................................................................................ 44
3.4. Usucapião no Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001) .......................................................... 46
3.4.1. Usucapião Especial de Imóvel Urbano ........................................................................... 46
4. Vantagens da Usucapião Extrajudicial .............................................................................................. 47
5. Momento de optar pela Via Extrajudicial ...........................................................................................47
6. Interessado/Requerente .................................................................................................................... 48
6.1. Documentos Pessoais das Partes ........................................................................................... 48
6.1.1. Pessoas Físicas .............................................................................................................. 48
6.1.2. Pessoas Jurídicas ........................................................................................................... 48
Sumário
7. Contratação do Advogado Habilitado ................................................................................................ 48
7.1. Qualificação do Advogado ....................................................................................................... 48
7.2. Qualificação Completa das Partes ........................................................................................... 50
8. Análises dos Documentos ................................................................................................................. 50
8.1. Títulos e Documentos do Imóvel Usucapiendo ........................................................................ 50
8.2. Título de Origem ....................................................................................................................... 52
8.3. Documentos do Imóvel sem Justo Título ................................................................................. 53
8.4. Qualquer outro Tipo que Comprove ......................................................................................... 53
8.5. Benfeitorias .............................................................................................................................. 53
9. Lavratura da Ata Notarial ................................................................................................................... 53
10. Notificação ....................................................................................................................................... 57
11. Impugnação ..................................................................................................................................... 58
12. Conciliação ...................................................................................................................................... 59
13. Edital ................................................................................................................................................ 60
14. Suscitação de Dúvida ...................................................................................................................... 61
15. Pedido ............................................................................................................................................. 62
16. Registro da Usucapião .................................................................................................................... 64
17. Inafastabilidade do Poder Judiciário ................................................................................................ 65
17.1. Disposições Gerais ................................................................................................................ 65
17.2. Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ............................................................................ 68
18. Temas oriundos do site do CNJ referente a Usucapião .................................................................. 70
18.1. Pleno virtual do CNJ confirma que Cartório pode Homologar Usucapião ............................. 70
19. Provimento n. 65, de 14 de dezembro de 2017 .............................................................................. 71
19.1. Considerações Gerais ............................................................................................................ 71
19.2. Comentário do Provimento n. 65, de 14 de Dezembro de 2017 ............................................ 73
20. Provimento originado do TJSP referente a Usucapião Extrajudicial (Provimento CG Nº 58/2015) ...... 114
PARTE PRÁTICA
Modelo de Procuração para atuar em Nome do Usucapiente .............................................................. 117
Modelo de Procuração para atuar em Nome do Impugnante ............................................................... 119
Modelo de Usucapião Extrajudicial ....................................................................................................... 120
Modelo de Notícia de Procedimento de Usucapião Extrajudicial .......................................................... 124
Modelo de Autorização para propositura da Ação pelo Cônjuge – Regime da Comunhão Parcial 
– Imóvel Comum do Casal .............................................................................................................. 125
Modelo de Autorização para propositura da Ação pelo Cônjuge – Regime da Comunhão Parcial 
– Imóvel Exclusivo do Requerente .................................................................................................. 126
Modelo de Autorização para propositura da Ação pelo Cônjuge – Regime da Comunhão Universal 
de Bens ........................................................................................................................................... 127
Modelo de Declaração Específica de Usucapião Constitucional Urbano ................................................ 128
Modelo de Declaração Específica de Usucapião Constitucional Rural ................................................. 129
Modelo de Declaração Específica de Usucapião Urbana Coletiva ....................................................... 130
Modelo de Declaração Específica de Usucapião Familiar .................................................................... 131
Modelo de Solicitação de Ata Notarial de Usucapião ............................................................................ 132
Modelo de Ata de Depoimento .............................................................................................................. 136
Modelo de Ata Notarial de Depoimento e Constatação de Documentos .................................................... 140
Modelo de Ata Notarial de Usucapião Extrajudicial ............................................................................... 144
Modelo de Ata de Constatação ............................................................................................................. 150
Modelo de Certidão de Usucapião com Identificação de Área Maior .................................................... 153
Modelo de Certidão de Usucapião sem Identificação de Área Maior .................................................... 154
Modelo de Recurso de Apelação ........................................................................................................... 155
Modelo de Razões de Recurso de Apelação ........................................................................................ 156
Modelo de Recurso de Apelação ........................................................................................................... 164
Modelo de Razões de Recurso de Apelação ........................................................................................ 165
PARTE 2 
USUFRUTO EXTRAJUDICIAL
DOUTRINA
1. Disposições Gerais ............................................................................................................................ 171
2. Objeto do Usufruto ............................................................................................................................ 171
3. Registros no Cartório de Registro de Imóveis ................................................................................... 172
4. Acessórios da Coisa e seus Acrescidos ............................................................................................ 173
5. Título Gratuito ou Oneroso ................................................................................................................174
6. Direitos do Usufrutuário ..................................................................................................................... 175
7. Títulos de Crédito .............................................................................................................................. 176
8. Frutos ................................................................................................................................................ 176
9. Crias dos Animais .............................................................................................................................. 178
10. Frutos Civis ...................................................................................................................................... 178
11. Sem expressa Autorização do Proprietário ..................................................................................... 179
12. Deveres do Usufrutuário .................................................................................................................. 180
13. Direito de Administrar o Usufruto ..................................................................................................... 180
14. Deteriorações .................................................................................................................................. 181
15. Usufrutuário ..................................................................................................................................... 181
16. Reparações Extraordinárias ............................................................................................................ 182
17. Juros da Dívida ................................................................................................................................ 183
18. Lesão Produzida .............................................................................................................................. 184
19. Contribuições do Seguro ................................................................................................................. 184
20. Edifício sujeito a Usufruto ................................................................................................................ 185
21. Ônus do Usufruto ............................................................................................................................ 185
22. Extinção do Usufruto ....................................................................................................................... 185
23. Usufruto em favor de duas ou mais Pessoas .................................................................................. 186
PARTE PRÁTICA
Modelo de Escritura Pública para Instituição de Usufruto ..................................................................... 187
Modelo de Procuração de Doação Outorgante/Usufruto ...................................................................... 189
Modelo de Requerimento para Averbação de Cancelamento de Usufruto - Não Incidência de 
ITCMD ............................................................................................................................................. 190
Modelo de Requerimento de Cancelamento de Usufruto ..................................................................... 191
PARTE 3
INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAIS
DOUTRINA
1. Disposições Gerais ............................................................................................................................ 195
2. Competência dos Notários ................................................................................................................ 195
3. Prazo para a Abertura do Inventário .................................................................................................. 198
4. Requisitos para a Realização do Inventário Extrajudicial .................................................................. 200
5. Documentos Necessários para a Realização do Inventário Extrajudicial .................................... 200
6. Eficácia da Escritura .......................................................................................................................... 201
7. Emolumentos ..................................................................................................................................... 202
8. Testamento ........................................................................................................................................ 202
9. União Estável .................................................................................................................................... 203
10. Inventário Judicial em Andamento ................................................................................................... 203
11. Renúncia de Herança ...................................................................................................................... 203
12. Sobrepartilha ................................................................................................................................... 204
13. Dívidas ............................................................................................................................................. 204
14. Efeitos .............................................................................................................................................. 204
15. Temas oriundos do site do CNJ referente ao Inventário ................................................................. 205
15.1. Corregedoria simplifica Procedimentos de Inventário, Partilha e Separação ........................ 205
15.2. CNJ Serviço: inventários ou divórcios consensuais extrajudiciais ......................................... 205
16. Inventário Extrajudicial segundo o Colégio Notarial do Brasil - Bahia ............................................ 206
17. Resolução nº 35, de 24 de abril de 2007 ........................................................................................ 211
18. Provimento nº 56, de 14 de julho de 2016 ...................................................................................... 245
19. Provimento originado do TJSP referente ao Inventário e Partilha Extrajudicial (Provimento CGJ 
N.º 37/2016) .................................................................................................................................... 246
PARTE PRÁTICA
Modelo de Procuração de Inventário ..................................................................................................... 248
Modelo de Autenticação ........................................................................................................................ 249
Modelo de Reconhecimento de Firmas ................................................................................................. 250
Modelo de Reconhecimento de Sinal Público ....................................................................................... 251
Modelo de Reconhecimento de Firmas Autênticas ............................................................................... 252
Modelo de Requerimento (Geral) .......................................................................................................... 253
Modelo de Notificação Extrajudicial ....................................................................................................... 254
Modelo de Revogação de Procuração em Cartório .............................................................................. 255
Modelo de Inventário Extrajudicial ......................................................................................................... 256
Modelo de Escritura de Inventário e Partilha Extrajudicial .................................................................... 261
Modelo de Recurso de Apelação ........................................................................................................... 264
Modelo de Razões de Recurso de Apelação ........................................................................................265
PARTE 4
DIVÓRCIO EXTRAJUDICIAL
DOUTRINA
1. Disposições Gerais ............................................................................................................................ 271
2. Opção entre as Vias Judicial e Extrajudicial ...................................................................................... 273
3. Requisitos .......................................................................................................................................... 277
4. Documentos Necessários .................................................................................................................. 278
5. Competência ..................................................................................................................................... 281
6. Possibilidade de Separação e Divórcio Extrajudiciais por Procuração ................................................... 282
7. Advogado........................................................................................................................................... 284
8. Restabelecimento da Sociedade Conjugal ........................................................................................ 284
9. Temas oriundos do site do CNJ referentes ao Divórcio .................................................................... 284
9.1. CNJ confirma gratuidade de divórcio consensual extrajudicial ................................................ 284
9.2. Existência de Filhos Emancipados não impede Divórcio Extrajudicial ............................... 286
9.3. Resolução é alterada para se adequar à Emenda do Divórcio ................................................ 287
9.4. Divórcio consensual em cartório não é possível caso a mulher esteja grávida ................. 287
9.5. Divórcio consensual no exterior agora pode ser averbado direto no cartório .......................... 288
10. Resolução nº 35, de 24 de abril de 2007 ........................................................................................ 289
11. Provimento originado do TJSP referente ao Divórcio, Inventário e Partilha Extrajudiciais (Provi-
mento CGJ nº 33/2007) ................................................................................................................... 301
12. Provimento nº 51, de 22 de setembro de 2015 ............................................................................... 308
13. Provimento nº 53, de 16 de maio de 2016 ...................................................................................... 309
14. Recomendação nº 36, de 30 de maio de 2019 ............................................................................... 311
PARTE PRÁTICA
Modelo de Procuração de Divórcio - Administrativo (Cartório) .............................................................. 313
Modelo de Procuração Divórcio - Extrajudicial - Assinar Escritura ........................................................ 314
Modelo de Procuração Divórcio - Homologação de Sentença Estrangeira .......................................... 315
Modelo de Procuração de Divórcio litigioso .......................................................................................... 316
Modelo de Procuração de Divórcio ou Separação - Contratar Advogado "Cláusula Ad Judicia" ............... 317
Modelo de Pedido de Divórcio Administrativo em Cartório .................................................................. 318
Modelo de Escritura Pública de Divórcio ............................................................................................... 322
Modelo de Recurso de Apelação ........................................................................................................... 325
Modelo de Razões de Recurso de Apelação ........................................................................................ 326
PARTE 5
UNIÃO ESTÁVEL EXTRAJUDICIAL
DOUTRINA
1. Disposições Gerais ............................................................................................................................ 333
2. Requisitos .......................................................................................................................................... 336
3. Documentos ...................................................................................................................................... 336
4. Efeitos ................................................................................................................................................ 337
5. Registro ............................................................................................................................................. 337
6. Distrato .............................................................................................................................................. 337
7. Escritura de União Homoafetiva ........................................................................................................ 337
8. Procedimentos a serem adotados para Formalização da Dissolução de União Estável Extrajudi-
cial ................................................................................................................................................... 337
9. Temas oriundos do site do CNJ referente à União Estável ............................................................... 339
9.1. Corregedoria disciplina registro de união estável em Cartórios de Registro Civil .................... 339
9.2. CNJ determina que Cartórios terão de reconhecer União de pessoas do mesmo sexo .... 342
10. Inexistência de Filhos Menores e da Presença de Advogado ......................................................... 343
10.1. Consulta n° 2014.0098477-7/000 .......................................................................................... 344
PARTE PRÁTICA
Modelo de Escritura Pública de União Estável ...................................................................................... 349
Modelo de Dissolução de União Estável Extrajudicial ........................................................................... 351
Modelo de Escritura Pública de Dissolução de União Estável .............................................................. 353
Modelo de Contrato de União Estável com Comunhão Parcial de Bens .............................................. 355
PARTE 6
PROTESTO E OUTROS DOCUMENTOS DE DÍVIDA EXTRAJUDICIAIS
DOUTRINA
1. Disposições Gerais ............................................................................................................................ 359
2. Competência ..................................................................................................................................... 363
3. Ordem dos Serviços .......................................................................................................................... 363
4. Distribuição ........................................................................................................................................ 365
5. Apresentação e Protocolização ......................................................................................................... 366
6. Prazo ................................................................................................................................................. 368
7. Intimação ........................................................................................................................................... 368
8. Desistência e Sustação do Protesto .................................................................................................. 371
9. Pagamento ........................................................................................................................................ 372
10. Registro do Protesto ........................................................................................................................ 373
11. Averbações e Cancelamento ...........................................................................................................375
12. Certidões e Informações do Protesto .............................................................................................. 377
13. Livros e Arquivos ............................................................................................................................. 379
14. Emolumentos ................................................................................................................................... 381
15. Disposições Finais ........................................................................................................................... 382
16. Temas oriundos do site do CNJ referentes ao Protesto .................................................................. 383
16.1. CNJ Serviço: Como usar Protesto para recuperar Crédito sem ir à Justiça .......................... 383
16.2. Corregedoria regulamenta recepção e Protesto de Cheques para evitar Fraudes ................ 385
17. Provimento n. 72, de 27 de junho de 2018 ...................................................................................... 386
18. Provimento nº 30 do Conselho Nacional de Justiça ........................................................................ 390
19. Lei nº 13.775, de 20 de dezembro de 2018 (Emissão de Duplicata sob a Forma Escritural) ......... 393
20. Lei nº 9.492, de 10 de setembro de 1997 (Serviços Concernentes ao Protesto de Títulos e outros 
Documentos de Dívida) ................................................................................................................... 397
PARTE PRÁTICA
Modelo de Requerimento para Protesto ................................................................................................ 418
Modelo de Solicitação de Apontamento de Títulos de Crédito .............................................................. 420
Modelo de Notificação Extrajudicial para fins de Cancelamento de Protesto de Título de Crédito ....... 422
Modelo de Carta de Anuência ............................................................................................................... 423
Modelo de Solicitação de Certidão de Protesto de Pessoa Física para Interesse Próprio ................... 424
Modelo de Requerimento para Solicitação de Certidão para Pessoa Jurídica ..................................... 425
Modelo de Requerimento para Solicitação de Certidão de Protesto de OUTRA para Pessoa Física .. 426
Modelo de Solicitação para Retirada de Títulos sem Protesto .............................................................. 427
Modelo para Solicitação de Certidão de Protesto de Pessoa Física para Próprio Interessado Referente ao 
Período dos 10 anos ....................................................................................................................... 428
Modelo de Recurso de Apelação ........................................................................................................... 429
Modelo de Razões de Recurso de Apelação ........................................................................................ 430
PARTE 7
DEMARCAÇÃO E DIVISÃO DE TERRAS PARTICULARES EXTRAJUDICIAIS (NOVO CPC)
DOUTRINA
1. Disposições Gerais ............................................................................................................................ 437
1.1. Ação de Demarcação ............................................................................................................... 437
1.2. Cumulação ............................................................................................................................... 439
1.3. Demarcação e Divisão Extrajudiciais ....................................................................................... 440
1.4. Terceiros quanto ao Processo Divisório ................................................................................... 441
1.5. Dispensa da Prova Pericial ...................................................................................................... 442
2. Demarcação ...................................................................................................................................... 443
2.1. Finalidade e Requisitos da Demarcação .................................................................................. 443
2.2. Qualquer Condômino ............................................................................................................... 444
2.3. Citação na Ação Demarcatória ................................................................................................. 444
2.4. Prazo para Contestação ........................................................................................................... 445
2.5. Procedimento Comum .............................................................................................................. 445
2.6. Obrigatoriedade de Perícia ...................................................................................................... 446
2.7. Requisitos do Laudo Pericial .................................................................................................... 446
2.8. Natureza da Sentença da Demarcação ................................................................................... 447
2.9. Trânsito em Julgado ................................................................................................................. 447
2.10. Cadernetas de Operações de Campo e Memorial Descritivo ................................................ 448
2.11. Marcos .................................................................................................................................... 449
2.12. Arbitrador ................................................................................................................................ 449
2.13. Auto de Demarcação .............................................................................................................. 449
2.14. Homologação da Demarcação ............................................................................................... 450
3. Divisão ............................................................................................................................................... 451
3.1. Ação de Divisão........................................................................................................................ 451
3.2. Réus e Terceiros, na Ação Divisória ......................................................................................... 452
3.3. Prova Pericial ........................................................................................................................... 452
3.4. Títulos Condominiais e Pedido de Constituição de Quinhões ................................................. 453
3.5. Contraditório e Decisão Judicial ............................................................................................... 453
3.6. Benfeitorias de Confinantes ..................................................................................................... 453
3.7. Eficácia da Decisão de Divisão ................................................................................................ 454
3.8. Laudo Pericial sobre a forma de Divisão .................................................................................. 454
3.9. Decisão sobre a Divisão ........................................................................................................... 455
3.10. Folha de Pagamentos e Sentença Homologatória de Divisão ............................................... 455
3.11. Citação, Resposta e Produção de Provas, na Ação de Divisão ............................................. 457
PARTE PRÁTICA
Modelo de Ação de Demarcação .......................................................................................................... 458
Modelo de Ação de Divisão ................................................................................................................... 461
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................463
ÍNDICE ALFABÉTICO REMISSIVO ............................................................................................... 467
Usucapião e Usufruto; Inventário e Partilha; Divórcio e União Estável; Protesto e outros Documentos de Dívida; Demarcação e Divisão de Terras Particulares EXTRAJUDICIAIS
21
PARTE 1
USUCAPIÃO EXTRAJUDICIAL
Usucapião e Usufruto; Inventário e Partilha; Divórcio e União Estável; Protesto e outros Documentos de Dívida; Demarcação e Divisão de Terras Particulares EXTRAJUDICIAIS
23
 » DOUTRINA 
1. Disposições Gerais 
Leciona	a	doutrina	que	“o	termo	“usucapião”	significa	aquisição	pelo	uso	(no	
sentido	de	posse),	mas	não	é	qualquer	uso,	é	um	uso	prolongado,	que	demonstra	
a	 importância	do	 tempo	nessa	 forma	de	aquisição.	O	vocábulo	originou-se	das	
palavras	 latinas	“usus”	e	“capire”,	constituindo	palavra	do	gênero	feminino	pela	
sua	origem	 latina,	embora	no	 idioma	português	 tenha	se	consolidado	como	do	
gênero	masculino	(assim	como	no	 idioma	espanhol	e,	a	 tal	ponto,	que	grandes	
gramáticos	 admitiam	 que	 os	 dois	 gêneros	 a	 designassem	 e	 foi	 adotada,	 dessa	
maneira,	por	inúmeros	juristas).”1
2. Usucapião Extrajudicial no CPC de 2015
Ensina	o	jurista	José	Miguel	Garcia	Medina	que:	
“Art.	 1.071	 do	 CPC/2015	 disciplina	 o	 reconhecimento	 extrajudicial	 de	 usucapião.	
O	 reconhecimento	 da	 usucapião	 é	 realizado	 mediante	 simples	 requerimento	 do	
interessado.	No	caso	previsto	nesse	dispositivo,	não	haverá,	em	princípio,	oposição	de	
eventuais	interessados	(cf.	art.	216-A,	II,	da	Lei	6.015/1973,	que	exige	a	assinatura	de	
“titulares	de	direitos	reais	e	de	outros	direitos	registrados	ou	averbados	na	matrícula	do	
imóvel	usucapiendo	e	na	matrícula	dos	imóveis	confinantes”).	Caso	uma	dessas	pessoas	
não	 tenha	 anuído	previa	 e	 expressamente	e	 assinado	 a	 planta,	 deve-se	proceder	de	
acordo	com	o	que	dispõem	o	§	2.º	do	art.	216-A	da	Lei	6.015/1973:	aquele	que	não	
assinou	a	planta	será	notificado	pelo	oficial	do	registro	para	se	manifestar,	presumindo-
se	sua	anuência,	em	caso	de	ausência	de	impugnação;	havendo	impugnação,	será	ouvido	
o	requerente,	e,	não	havendo	acordo,	o	processo	será	enviado	ao	juiz,	que	decidirá	a	
respeito	(cf.	§	10	do	art.	216-A	da	Lei	6.015/1973).	Esse	procedimento	administrativo	
não	exclui	a	via	judicial,	mediante	provocação	do	interessado	ou	daquele	que	se	sentir	
prejudicado	(cf.	art.	212,	caput,	in fine,	e	parágrafo	único	da	mesma	Lei).”2
Vejamos	a	redação	do	art.	1.071	e	seus	dispositivos	do	CPC	de	2015:
Art.	1.071.	O	Capítulo	III	do	Título	V	da	Lei	nº	6.015,	de	31	de	dezembro	de	1973	(Lei	
de	Registros	Públicos),	passa	a	vigorar	acrescido	do	seguinte	art.	216-A:								
1	 MORATO,	Antônio	C.	(Organizador:	Costa	Machado).	Código Civil Interpretado,	p.	1.088.	
2	 MEDINA,	José	Miguel	Garcia.	Novo Código de Processo Civil Comentado,	p.	970.	
ULISSES VIEIRA MOREIRA PEIXOTO
24
“Art.	216-A.	Sem	prejuízo	da	via	jurisdicional,	é	admitido	o	pedido	de	reconhecimento	
extrajudicial de usucapião,	 que	 será	 processado	 diretamente	 perante	 o	 cartório	
do	 registro	de	 imóveis	 da	 comarca	 em	que	estiver	 situado	o	 imóvel	 usucapiendo,	 a	
requerimento	 do	 interessado,	 representado	 por	 advogado,	 instruído	 com:	 (Incluído	
pela	Lei	nº	13.105,	de	2015)			
I	–	ata	notarial	lavrada	pelo	tabelião,	atestando	o	tempo	de	posse	do	requerente	e	de	
seus	antecessores,	conforme	o	caso	e	suas	circunstâncias,	aplicando-se	o	disposto	no	
art.	384	da	Lei	nº	13.105,	de	16	de	março	de	2015	(Código	de	Processo	Civil);	(Redação	
dada	pela	Lei	nº	13.465,	de	2017)
II	–	planta	e	memorial	descritivo	assinado	por	profissional	legalmente	habilitado,	com	
prova	de	anotação	de	responsabilidade	técnica	no	respectivo	conselho	de	fiscalização	
profissional,	 e	 pelos	 titulares	 de	 direitos	 registrados	 ou	 averbados	 na	 matrícula	 do	
imóvel	usucapiendo	ou	na	matrícula	dos	 imóveis	confinantes;	(Redação	dada	pela	Lei	
nº	13.465,	de	2017)
III	 –	 certidões	 negativas	 dos	 distribuidores	 da	 comarca	 da	 situação	 do	 imóvel	 e	 do	
domicílio	do	requerente;	(Incluído	pela	Lei	nº	13.105,	de	2015)				
IV	 –	 justo	 título	 ou	 quaisquer	 outros	 documentos	 que	 demonstrem	 a	 origem,	 a	
continuidade,	a	natureza	e	o	tempo	da	posse,	tais	como	o	pagamento	dos	impostos	e	
das	taxas	que	incidirem	sobre	o	imóvel.				(Incluído	pela	Lei	nº	13.105,	de	2015)				
§	1º	O	pedido	será	autuado	pelo	registrador,	prorrogando-se	o	prazo	da	prenotação	até	
o	acolhimento	ou	a	rejeição	do	pedido.	(Incluído	pela	Lei	nº	13.105,	de	2015)				
§	2º	Se	a	planta	não	contiver	a	assinatura	de	qualquer	um	dos	titulares	de	direitos	registrados	
ou	averbados	na	matrícula	do	imóvel	usucapiendo	ou	na	matrícula	dos	imóveis	confinantes,	o	
titular	será	notificado	pelo	registrador	competente,	pessoalmente	ou	pelo	correio	com	aviso	
de	recebimento,	para	manifestar	consentimento	expresso	em	quinze	dias,	interpretado	o	
silêncio	como	concordância.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	13.465,	de	2017)
§	 3º	 O	 oficial	 de	 registro	 de	 imóveis	 dará	 ciência	 à	 União,	 ao	 Estado,	 ao	 Distrito	
Federal	e	ao	Município,	pessoalmente,	por	intermédio	do	oficial	de	registro	de	títulos	e	
documentos,	ou	pelo	correio	com	aviso	de	recebimento,	para	que	se	manifestem,	em	
15	(quinze)	dias,	sobre	o	pedido.	(Incluído	pela	Lei	nº	13.105,	de	2015)				
§	 4º	O	 oficial	 de	 registro	 de	 imóveis	 promoverá	 a	 publicação	 de	 edital	 em	 jornal	
de	 grande	 circulação,	 onde	 houver,	 para	 a	 ciência	 de	 terceiros	 eventualmente	
interessados,	que	poderão	 se	manifestar	em	15	 (quinze)	dias.	 (Incluído	pela	Lei	nº	
13.105,	de	2015)				
§	5º	Para	a	elucidação	de	qualquer	ponto	de	dúvida,	poderão	ser	solicitadas	ou	realizadas	
diligências	pelo	oficial	de	registro	de	imóveis.	(Incluído	pela	Lei	nº	13.105,	de	2015)				
§	6º	Transcorrido	o	prazo	de	que	trata	o	§	4º	deste	artigo,	sem	pendência	de	diligências	na	
forma	do	§	5º	deste	artigo	e	achando-se	em	ordem	a	documentação,	o	oficial	de	registro	de	
imóveis	registrará	a	aquisição	do	imóvel	com	as	descrições	apresentadas,	sendo	permitida	a	
abertura	de	matrícula,	se	for	o	caso.	(Redação	dada	pela	Lei	nº	13.465,	de	2017)
Usucapião e Usufruto; Inventário e Partilha; Divórcio e União Estável; Protesto e outros Documentos de Dívida; Demarcação e Divisão de Terras Particulares EXTRAJUDICIAIS
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§	7º	Em	qualquer	caso,	é	lícito	ao	interessado	suscitar	o	procedimento	de	dúvida,	nos	
termos	desta	Lei.	(Incluído	pela	Lei	nº	13.105,	de	2015)				
§	8º	Ao	final	das	diligências,	 se	 a	documentação	não	estiver	em	ordem,	o	oficial	 de	
registro	de	imóveis	rejeitará	o	pedido.	(Incluído	pela	Lei	nº	13.105,	de	2015)		
§	 9º	 A	 rejeição	 do	 pedido extrajudicial	 não	 impede	 o	 ajuizamento	 de	 ação	 de	
usucapião.	(Incluído	pela	Lei	nº	13.105,	de	2015)				
§	 10.	 Em	 caso	 de	 impugnação	 do	 pedido	 de	 reconhecimento extrajudicial de 
usucapião,	 apresentada	 por	 qualquer	 um	dos	 titulares	 de	 direito	 reais	 e	 de	 outros	
direitos	registrados	ou	averbados	na	matrícula	do	imóvel	usucapiendo	e	na	matrícula	dos	
imóveis	confinantes,	por	algum	dos	entes	públicos	ou	por	algum	terceiro	interessado,	
o	oficial	de	registro	de	imóveis	remeterá	os	autos	ao	juízo	competente	da	comarca	da	
situação	do	imóvel,	cabendo	ao	requerente	emendar	a	petição	inicial	para	adequá-la	ao	
procedimento	comum.	(Incluído	pela	Lei	nº	13.105,	de	2015)				
§	11.	No	caso	de	o	imóvel	usucapiendo	ser	unidade	autônoma	de	condomínio	edilício,	
fica	dispensado	consentimento	dos	titulares	de	direitos	reais	e	outros	direitos	registrados	
ou	averbados	na	matrícula	dos	 imóveis	confinantes	e	bastará	a	notificação	do	síndico	
para	se	manifestar	na	forma	do	§	2º	deste	artigo.	(Incluído	pela	Lei	nº	13.465,	de	2017)
§	 12.	 Se	 o	 imóvel	 confinante	 contiver	 um	 condomínio	 edilício,	 bastará	 a	 notificação	
do	 síndico	 para	 o	 efeito	 do	 §	 2º	 deste	 artigo,	 dispensada	 a	 notificação	 de	 todos	 os	
condôminos.	(Incluído	pela	Lei	nº	13.465,	de	2017)
§	13.	Para	efeito	do	§	2ºdeste	artigo,	caso	não	seja	encontrado	o	notificando	ou	caso	
ele	esteja	em	lugar	incerto	ou	não	sabido,	tal	fato	será	certificado	pelo	registrador,	que	
deverá	promover	a	sua	notificação	por	edital	mediante	publicação,	por	duas	vezes,	em	
jornal	 local	de	grande	circulação,	pelo	prazo	de	quinze	dias	cada	um,	 interpretado	o	
silêncio	do	notificando	como	concordância.	(Incluído	pela	Lei	nº	13.465,	de	2017)
§	14.	Regulamento	do	órgão	 jurisdicional	 competente	para	 a	 correição	das	 serventias	
poderá	autorizar	a	publicação	do	edital	em	meio	eletrônico,	caso	em	que	ficará	dispensada	
a	publicação	em	jornais	de	grande	circulação.	(Incluído	pela	Lei	nº	13.465,	de	2017)
§	15.	No	caso	de	ausência	ou	insuficiência	dos	documentos	de	que	trata	o	inciso	IV	do	
“caput”	deste	artigo,	a	posse	e	os	demais	dados	necessários	poderão	ser	comprovados	
em	procedimento	de	 justificação	administrativa	perante	a	serventia	extrajudicial,	que	
obedecerá,	no	que	couber,	ao	disposto	no	§	5º	do	art.	381	e	ao	rito	previsto	nos	arts.	
382	e	383	da	Lei	nº	13.105,	de	16	março	de	2015	(Código	de	Processo	Civil).	(Incluído	
pela	Lei	nº	13.465,	de	2017)”
Citaremos	algumas	passagens	doutrinárias	referentes	a	comentários	do	art.	
1.071	e	seus	dispositivos	do	CPC	de	2015:
Os	mestres	Nelson	Nery	Júnior	e	Rosa	Maria	de	A.	Nery	ao	comentarem	o	
art.	1.071	do	CPC	de	2015	entendem	que:	
ULISSES VIEIRA MOREIRA PEIXOTO
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“Reconhecimento extrajudicial da usucapião.	 O	 procedimento	 para	 tanto	 é	
fixado	por	este	novo	LRP	216-A,	talvez	em	compensação	ao	fato	de	que	a	usucapião	
não	mais	dispõe	de	um	procedimento	especial	próprio	no	atual	CPC,	e	 levando	em	
consideração	o	fato	de	que	os	notários	e	tabeliães	estão	assumindo	diversas	 funções	
que	 antes	 eram	 exclusivas	 do	 Poder	 Judiciário,	 quando	 provocado.	 É	 provável	 que	
esse	procedimento	 seja	mais	 rápido	e	prático	do	que	o	 judicial	 (que	não	 foi	 extinto	
e	 deverá	 tramitar	 pelo	 procedimento	 comum).	 Segundo	 o	 RFS-Senado	 (p.	 205),	 o	
modelo	adotado	para	a	elaboração	do	instituto	foi	o	das	experiências	bem-sucedidas	
de	 usucapião extrajudicial	 constantes	 do	 programa	 Minha	 Casa	 Minha	 Vida,	 da	
retificação	extrajudicial	e	da	demarcação	extrajudicial	de	terrenos	públicos.”3
Ao	 comentar	 o	 art.	 1.071	 e	 seus	 dispositivos	 a	 jurista	 Elaine	 Harzheim	
Macedo	entende	que:	
“Adentra	no	âmbito	da	Lei	dos	Registros	Públicos,	instituindo,	pela	introdução	do	art.	
216-A,	 a	 usucapião	 extrajudicial	 a	 ser	 processada	 perante	 o	 cartório	 de	 registro	 de	
imóveis	da	comarca	em	que	estiver	situado	o	 imóvel	usucapiendo,	e	 requerido	pelo	
interessado,	devidamente	representado	por	advogado.	Trata-se,	a	exemplo	do	que	já	
ocorreu	 no	 passado,	 com	 a	 ação	 de	 retificação	 de	 registro	 imobiliário,	 de	 abrir	 um	
espaço	extrajudicial	para	a	aquisição	e	regulação	da	propriedade	imobiliária,	ainda	que	
não	haja	prejuízo	à	opção	judicial.”4
O(s)	doutrinador(es)	Luiz	Guilherme	Marrinoni	e	outros,	ao	comentar(rem)	
o	art.	1.071	e	seus	dispositivos	do	CPC	de	2015,	leciona(m)	que:		
“1. Usucapião Extrajudicial.	 Embora	 não	 se	 tenha	 extinto	 a	 ação	 de	 usucapião	
(como,	aliás,	se	vê	pelas	referências	ainda	presentes	no	código	novo	a	respeito	dessa	
ação,	arts.	246,	§	3º,	259,	 I	e	1.07l,	CPC	de	2015),	a	ação	perdeu	seu	rito	especial,	
sujeitando-se	ao	procedimento	comum.	Por	outro	lado,	previu-se	o	procedimento	de	
usucapião extrajudicial.	O	requerimento	se	processa	perante	o	Cartório	de	Registro	
de	Imóveis	da	Comarca	do	imóvel,	e	deve	ser	instruído	com	os	documentos	arrolados	
no	art.	216-A	da	Lei	nº	6.015/1973	(na	redação	dada	pelo	art.	1.071,	CPC	de	2015).
2. Intimação do Poder Público.	Devem	ser	obrigatoriamente	intimados	do	pedido	
a	União,	o	Estado,	o	Distrito	Federal	e	o	Município	(conforme	o	caso),	pessoalmente,	
para	que	manifestem	interesse	no	prazo	de	quinze	dias.
3. Intimação de Terceiros.	Deve-se	publicar	editais,	em	jornais	de	ampla	circulação,	
para	que	terceiros	eventualmente	interessados	também	possam	manifestar-se	sobre	o	
pedido	de	usucapião	no	prazo	de	quinze	dias.	
3	 NERY	JÚNIOR,	Nelson.	NERY,	Rosa	Maria	A.	Comentários ao Código de Processo Civil,	p.	2.329.		
4	 MACEDO,	Elaine	Harzheim.	Novo Código de Processo Civil Anotado	–	OAB/RS,	p.	838.	
Usucapião e Usufruto; Inventário e Partilha; Divórcio e União Estável; Protesto e outros Documentos de Dívida; Demarcação e Divisão de Terras Particulares EXTRAJUDICIAIS
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4. Procedimento.	Havendo	a	necessidade	de	esclarecimentos,	o	oficial	 do	 registro	
de	 imóveis	 poderá	 solicitá-los	 ou	 realizá-los.	 Havendo	 a	 concordância	 expressa	
de	 todos	 os	 titulares	 de	 direitos	 reais	 ou	 outros	 direitos	 registrados	 ou	 averbados	
na	 matrícula	 do	 imóvel	 usucapiendo	 (e	 dos	 imóveis	 confrontantes),	 e	 estando	 em	
ordem	a	documentação,	o	oficial	do	registro	registrará	a	aquisição	do	 imóvel.	Pode,	
entretanto,	qualquer	interessado	suscitar	dúvida	(art.	216-A,	§	7º,	Lei	nº	6.015/1973),	
levando	a	questão	à	análise	judicial.	Por	outro	lado,	havendo	impugnação	ao	pedido	de	
reconhecimento	extrajudicial de usucapião,	feita	por	qualquer	titular	de	direito	real	
ou	direito	registrado	ou	averbado	na	matrícula	do	imóvel,	o	interessado	será	remetido	
à	via	judicial	da	comarca	de	situação	do	imóvel,	devendo	emendar	o	requerimento	para	
adequá-lo	ao	procedimento	comum	(art.	216-A,	§	10,	Lei	nº	6.015/1973).”5
Assim,	 com	o	 surgimento	 do	CPC	de	 2015,	 o	 legislador	 trouxe	 enorme	
inovação	para	os	notários,	ou	seja,	com	a	previsão	da	Ata	Notarial	de	Usucapião	
Extrajudicial.	Dessa	forma	foi	inserido	aos	Tabeliães	de	Notas	em	todo	o	processo	
de	 regularização	 fundiária	 no	 Brasil,	 favorecendo	 a	 prática	 da	 cidadania	 com	 a	
efetivação	do	direito	fundamental	à	moradia.
3. Tipos de Usucapião 
Na	prática	o	Cartório	deverá	observar	em	qual	modalidade	de	usucapião	o	caso	
se	engloba,	pois	existem	inúmeros	tipos	encontrados	no	ordenamento	jurídico.
3.1. Usucapião no Código Civil
3.1.1. Usucapião Urbana ou Usucapião Especial Urbana (art. 1.240 e 
seus parágrafos)
Vejamos	o	art.	1.240	e	seus	dispositivos	do	Código	Civil:	
“Art.	1.240.	Aquele	que	possuir,	como	sua,	área	urbana	de	até	duzentos	e	cinquenta	
metros	quadrados,	por	cinco	anos	ininterruptamente	e	sem	oposição,	utilizando-a	para	
sua	moradia	ou	de	sua	família,	adquirir-lhe-á	o	domínio,	desde	que	não	seja	proprietário	
de	outro	imóvel	urbano	ou	rural.
§	1º	O	título	de	domínio	e	a	concessão	de	uso	serão	conferidos	ao	homem	ou	à	mulher,	
ou	a	ambos,	independentemente	do	estado	civil.
§	 2º	O	 direito	 previsto	 no	 parágrafo	 antecedente	 não	 será	 reconhecido	 ao	mesmo	
possuidor	mais	de	uma	vez.”
5	 MARRINONI,	Luiz	Guilherme.	ARENHART,	Sérgio	Cruz.	MITIDIERO,	Daniel.	Novo Código de Processo 
Civil Comentado,	p.	1.001-1.002.	
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O	jurista	Antônio	C.	Morato	ao	comentar	o	art.	1.240	e	seus	parágrafos	do	
Código	Civil	entende	que:	
“A	preocupação	em	regular	a	usucapião em área urbana	é	mais	do	que	justificável,	
tendo	em	vista	a	mudança	ocorrida	durante	o	século	passado,	com	o	crescimento	da	
área	urbana	e	a	redução	proporcional	do	número	de	habitantes	na	área	rural,	fenômeno	
que	ocorreu	globalmente	e	não	apenas	no	Brasil.
Partindo	 de	 tal	 constatação,	 o	 próprio	 texto	 constitucional	 (art.	 183)	 consagrou	 o	
que,	 acertadamente,	 seria	 denominado	 de	 usucapião	 habitacional	 eis	 que	 tal	 texto	
consagra	também	o	direito	à	moradia	(art.	6º	alterado	pela	EC	n.	64/2010),	afastando	a	
possibilidade	de	alegação	quando	o	bem	for	público.
Dessa	forma,	desde	que	o	possuidor	não	seja	proprietário	de	outro	imóvel	urbano	ou	rural,	
decorrido,	 sem	qualquer	oposição,	o	 lapso	 temporal	de	 cinco	 anos	e	em	área	que	não	
exceda	250	metros	quadrados,	será	reconhecido	o	direito	a	usucapir	o	imóvel	urbano.”6
Decidiram	os(as)	desembargadores(as)	do	TJRS:	“Usucapião	especial	urbano.	
Art.	183	da	CF.	Requisitos	não	preenchidos.	Alegada	posse	sobre	área	superior	
ao	 limite	 estabelecidoconstitucionalmente	 a	 usucapião	urbana.	Não	 se	mostra	
passível	de	usucapião	na	modalidade	especial	propriedade	com	área	superior	ao	
parâmetro	constitucional,	cujo	 instituto	tem	por	objetivo	primordial	 regularizar	
a	posse	 sobre	pequenas	áreas	urbanas	àqueles	que	não	sejam	proprietários	de	
outro	imóvel	urbano	ou	rural.	Recurso	de	apelação	improvido.	Unânime.”	(TJRS,	
Ap.	 Cível	 n.	 70.004.670.550,	 18ª	 Câm.	 Cível,	 rel.	 Des.	 Cláudio	 Augusto	 Rosa	
Lopes	Nunes,	j.	16.09.2004).
6	 “Além	do	próprio	CC,	a	matéria	foi	regulada	pelo	art.	9º	do	Estatuto	da	Cidade,	que	tratou	da	matéria	
da	mesma	forma	e,	embora	sustente-se	que	o	dispositivo	estaria	em	vigor	(com	o	que	se	concorda	
somente	 em	 relação	 ao	 §	 3º	 do	 art.	 9º,	 que	 estabeleceu	 que	 o	 herdeiro	 continua	 a	 posse	 de	 seu	
antecessor,	 embora	 tal	 dispositivo,	 de	 forma	mais	 ampla,	 já	 esteja	 no	CC),	 acredita-se	 que	 estaria	
revogado	pelo	critério	cronológico	(lei	posterior	revoga	a	anterior	quando	regular	da	mesma	forma	
a	matéria),	presente	no	art.	2º	da	Lindb.	E,	 ainda,	que	o	“caput”	do	art.	9º	do	Estatuto	da	Cidade	
tenha	estabelecido	que	poderá	usucapir	aquele	que	“possuir	como	sua	área”	e	acresça	“ou	edificação	
urbana”,	sustenta-se	que	a	menção	à	“área	urbana”,	que	também	consta	no	art.	1.240	do	CC,	seria	
suficiente	para	transmitir	o	que	o	dispositivo	pretende.
	 O	direito	 à	 aquisição	do	bem	 será	 reconhecido	 tanto	 ao	 homem	quanto	 à	mulher,	 dispensada	 aí	 a	
análise	do	estado	civil	de	ambos.	A	intenção	do	dispositivo	é	ampliar	o	direito	ao	reconhecimento	desse	
direito,	previsto	também	constitucionalmente	(art.	183,	§	1º)	e	que	atende	ao	princípio	constitucional	
da	igualdade	entre	os	sexos	(art.	5º,	I)	e	à	necessidade	de	reconhecimento	das	novas	espécies	de	família	
(em	que	pese	a	denominação	“entidades	 familiares”)	pelo	mesmo	 texto	constitucional,	 tais	 como	a	
união	estável	(art.	226,	§	3º)	e	a	família	monoparental	(art.	226,	§	4º).
	 A	 limitação	 quantitativa	 do	 reconhecimento	 da	 usucapião	 habitacional	 visa	 a	 compelir	 aquele	 que	
usucapir	o	 imóvel	a	efetivamente	utilizá-lo	e	não	a	 transmiti-lo	 imediatamente	para	depois	 retornar	
à	 situação	 anterior,	 em	plena	 consonância	 novamente	 com	o	 texto	 constitucional	 (art.	 183,	 §	 2º).”	
MORATO,	Antônio	C.	(Organizador:	Costa	Machado).	Código Civil Interpretado,	p.	1.090-1.091.	
Usucapião e Usufruto; Inventário e Partilha; Divórcio e União Estável; Protesto e outros Documentos de Dívida; Demarcação e Divisão de Terras Particulares EXTRAJUDICIAIS
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Decidiram	 os(as)	 desembargadores(as)	 do	 TJRS:	 “Ação	 de	 usucapião	
ordinário.	Inexistência	de	justo	título.	Usucapião	constitucional.	1-	Entende-se	por	
justo	título	o	documento	hábil	para	transferir	o	domínio,	só	não	o	fazendo	por	ser	
portador	de	falhas	ou	defeitos.	Faltando	o	justo	título,	não	há	falar	em	usucapião	
ordinário.	2	-	Demonstrado	que	os	autores	detêm	a	posse	mansa,	pacífica	e	sem	
interrupção,	de	uma	área	urbana	de	255,81	m²,	há	mais	de	dez	anos,	não	sendo	
proprietários	de	outro	imóvel	urbano	ou	rural,	aplicável	se	mostra	o	princípio	da	
função	social	da	propriedade,	 impondo-se	a	declaração	de	domínio	com	base	no	
art.	183	da	CF.	3	-	Possibilidade	de	usucapião	de	área	pouco	superior	a	250	m²,	com	
base	na	CF,	insignificância	da	diferença	de	metragem,	e	aplicação,	por	analogia,	do	
disposto	no	parágrafo	único	do	art.	1.136	do	CC	então	vigente.”	(TJRS,	Ap.	Cível	n.	
70.007.119.803,	19ª	Câm.	Cível,	rel.	Des.	José	Francisco	Pellegrini,	j.	13.04.2004).
Decidiram	 os(as)	 desembargadores(as)	 do	 TJRS:	 “Ação	 de	 usucapião	
especial	 urbano.	 Configuração	 dos	 requisitos	 estabelecidos	 no	 art.	 183	 da	
CF/1988,	 indispensáveis	 ao	 reconhecimento	 do	 direito	 pleiteado.	O	 objeto	 da	
usucapião	vem	a	ser	apenas	parte	do	total	da	área	do	imóvel	em	questão,	sendo	
viável	reduzir	tal	área	ao	limite	constitucional	de	250	m²	com	o	fim	de	usucapi-la.	
Apelo	provido.”	(TJRS,	Ap.	Cível	n.	70.002.229.748,	19ª	Câm.	Cível,	rel.	Des.	Luís	
Augusto	Coelho	Braga,	j.	26.11.2002).
Decidiram	os(as)	desembargadores(as)	do	TJSP:	“Usucapião	constitucional.	
Imóvel	urbano.	Alegação,	pela	municipalidade,	de	o	 imóvel	estar	 localizado	em	
loteamento	irregular.	Questão	administrativa,	relativa	à	aprovação	de	parcelamento	
do	solo,	que	não	obsta	o	reconhecimento	da	prescrição	aquisitiva.	Aplicação	do	
art.	 183	 da	 CF.	 Honorários	 do	 perito	 devidos	 pela	 contestante.	 Ação	 julgada	
procedente.	Recurso	não	provido.”	(TJSP,	Ap.	Cível	n.	115.268-4,	rel.ª	Zélia	Maria	
Antunes	Alves,	j.	19.02.2001).
Decidiram	 os(as)	 desembargadores(as)	 do	 TJSP:	 “Usucapião	 especial	
urbano.	Ação	ajuizada	em	caráter	individual	com	a	finalidade	do	reconhecimento	
de	domínio	exclusivo	sobre	um	cômodo	de	habitação	coletiva.	Inadmissibilidade.	
Situação	 a	 viabilizar	 em	 tese	 a	 ação	 de	 usucapião	 especial	 urbano	 coletivo,	 na	
qual	a	legitimidade	ad	causam	é	deferida	a	todos	os	moradores	em	litisconsórcio	
necessário	ou	à	associação	que	os	representa.	Aplicação	das	regras	dos	arts.	9°,	
ULISSES VIEIRA MOREIRA PEIXOTO
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10	 e	 12	 da	 Lei	 n.	 10.257/2001	 (Estatuto	 da	Cidade).	 Petição	 inicial	 indeferida.	
Recurso	do	casal	autor	desprovido.”	(TJSP,	Ap.	n.	283.033-410,	rel.	Des.	Morato	
de	Andrade,	j.	27.08.2003).
3.1.2. Usucapião Ordinária (art. 1.242, parágrafo único)
Citaremos	o	art.	1.242,	parágrafo	único	do	Código	Civil:	
“Art.	 1.242.	 Adquire	 também	 a	 propriedade	 do	 imóvel	 aquele	 que,	 contínua	 e	
incontestadamente,	com	justo	título	e	boa-fé,	o	possuir	por	dez	anos.
Parágrafo	único.	Será	de	cinco	anos	o	prazo	previsto	neste	artigo	se	o	imóvel	houver	
sido	adquirido,	onerosamente,	com	base	no	registro	constante	do	respectivo	cartório,	
cancelada	posteriormente,	desde	que	os	possuidores	nele	tiverem	estabelecido	a	sua	
moradia,	ou	realizado	investimentos	de	interesse	social	e	econômico.”
A	mestre	Maria	Helena	Diniz	ao	comentar	o	art.	1.242	e	seu	parágrafo	único	
do	Código	Civil	encontramos	que:	
“Usucapião ordinária.	É	aquela	que	confere	o	domínio	do	imóvel	a	quem,	por	dez	anos,	
o	possuir	com	“animus	domini”	contínua	e	pacificamente,	tendo	justo	título	e	boa-fé.
Pressupostos da usucapião ordinária.	 Apresenta	 essa	 modalidade	 de	 usucapião	
os	 seguintes	 pressupostos:	 a)	 posse	 mansa,	 pacífica	 e	 ininterrupta,	 exercida	 com	
intenção	de	dono;	b)	decurso	do	tempo	de	dez	anos,	que,	excepcionalmente,	reduzir-
se-á	a	5	anos,	se	o	bem	de	raiz	houver	sido	adquirido	onerosamente	e	cujo	registro	
foi	cancelado,	desde	que	o	possuidor	tenha	nele	sua	morada	ou	nele	tenha	realizado	
investimentos	de	interesse	social	ou	econômico.	Trata-se	da	posse-trabalho,	que,	para	
atender	ao	princípio	da	socialidade	e	dar	efeito	prático	à	função	social	da	posse,	punindo	
a	 inércia	do	proprietário	e	prestigiando	o	possuidor,	 reduz	o	prazo	de	usucapião;	c)	
justo	 título	 formalizado,	devidamente	registrado	 (p.	ex.,	 formal	de	partilha,	escritura	
de	compra	e	venda,	carta	de	arrematação,	etc.),	mesmo	que	esse	contenha	algum	vício	
ou	 irregularidade	 (p.	 ex.,	 cancelamento	 da	 titularidade	 por	 ato	 judicial;	 ausência	 de	
requisito	legal),	e	boa-fé;	d)	sentença	judicial	que	declare	a	aquisição	do	domínio,	que	
deverá	ser	levada	a	assento	em	Registro	Imobiliário.”7		
O	 mestre	 Francisco	 Eduardo	 Loureiro	 (Coordenador:	 Cezar	 Peluso)	 ao	
comentar	o	art.	1.242	do	CC	entende	que:		
“Trata	 o	 artigo	 em	 questão	 da	 usucapião	 ordinária,	 cuja	 posse,	 além	 dos	 requisitos	
já	mencionados	nos	 comentários	 ao	 art.	 1.238	do	CC	 -	 continuidade,	pacificidade	e	
“animus	domini”,	exige	dois	outros	suplementares:	justo	título	e	boa-fé.
7	 DINIZ,	Maria	Helena.	Código Civil Anotado,	p.	863-864.	
Usucapião e Usufruto; Inventário e Partilha; Divórcio e União Estável; Protesto e outros Documentos de Dívida; Demarcação e Divisão de Terras Particulares EXTRAJUDICIAIS
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Natural	 a	 aposição	 de	 dois	 novos	 requisitos.	 O	 prazo	 menor	 da	 posse	 exige,	 emcontrapartida,	que	seja	esta	mais	qualificada.
Em	relação	ao	CC	revogado,	não	mais	persiste	a	questão	da	duplicidade	de	prazos	da	
posse,	de	dez	anos	entre	presentes	-	moradores	do	mesmo	município	-	e	quinze	anos	
entre	ausentes	-	os	que	habitam	município	diverso.	Foi	agora	o	prazo	unificado	em	dez	
anos,	para	qualquer	das	hipóteses.	Remanesce	a	questão	ele	direito	intertemporal	dos	
casos	de	usucapião	ordinário	nos	quais	parte	ou	a	totalidade	do	prazo	tenha	ocorrido	
entre	ausentes	na	vigência	do	Código	revogado.
Pode	ser	aplicado	de	imediato	o	prazo	de	dez	anos,	aproveitando-se	o	período	de	posse	
anterior	ao	atual	CC?	Remete-se	o	leitor	ao	que	se	disse	anteriormente,	na	parte	final	
do	comentário	ao	art.	l	.238,	quando	se	tratou	da	interpretação	do	art.	2.028	do	CC,	no	
caso	de	redução	ele	prazos	de	prescrição	extintiva	e	aquisitiva.
Justo	título	é	aquele	potencialmente	hábil	para	a	 transferência	da	propriedade	ou	de	
outros	direitos	reais,	que,	porém,	deixa	de	fazê-lo,	por	padecer	de	um	vício	de	natureza	
substancial	ou	de	natureza	formal.	O	título	pode	se	consubstanciar	nos	mais	diversos	
negócios	 jurídicos	 aptos	 à	 transmissão	 de	 direitos	 reais,	 como	 a	 venda	 e	 compra,	 a	
doação,	a	dação	em	pagamento,	a	arrematação,	a	adjudicação,	entre	outros.	Em	tese,	
seria	 tal	 título	 suficiente,	caso	 levado	ao	 registro,	para	a	 transmissão	do	direito	 real.	
Ocorre,	porém,	que	o	título	sofre	de	um	vício,	quer	substancial,	quer	formal.	Tomem-se	
como	exemplos	de	vícios	substanciais	a	aquisição	a	“non	domino”,	os	negócios	jurídicos	
nulos	 e	os	 anuláveis.	 E	 como	exemplos	de	 vícios	 formais,	 o	 compromisso	de	 venda	
e	compra	de	um	lote,	sem	prévio	parcelamento	do	solo,	ou	de	títulos	em	geral	que	
não	conseguem	ingressar	no	registro,	por	ofender	os	princípios	da	especialidade	ou	da	
continuidade	registrárias.	O	Enunciado	n.	86	do	CEI	é	no	mesmo	sentido:	“A	expressão	
justo	título,	contida	nos	arts.	1.242	e	1.260	do	CC,	abrange	todo	e	qualquer	ato	jurídico	
hábil,	em	tese,	a	transferir	a	propriedade,	independentemente	do	registro’’.
O	termo	justo	título	tem	duas	acepções	no	CC.
No	art.	1.201,	parágrafo	único,	significa	uma	causa	que	justifique,	que	explique	a	posse.	
No	art.	1.242	tem	sentido	mais	estrito,	de	título	hábil	em	tese	para	a	transferência	da	
propriedade	e	de	outros	direitos	reais.
Para	efeito	do	artigo	em	exame,	deve	o	justo	título	emanar	do	titular	efetivo	ou	aparente	
do	 direito	 real	 que	 se	 pretende	 transferir,	 podendo	 ser	 levado,	 ou	 não,	 ao	 registro	
imobiliário.	Basta	que	haja	negócio	jurídico	abstratamente	apto	a	transferir	o	domínio	
ou	os	direitos	reais.
Entre	 os	 títulos	 hábeis,	 destaca-se	 por	 sua	 frequência	 o	 compromisso	 de	 venda	 e	
compra	e	respectiva	cessão	de	direitos,	por	instrumento	público	ou	particular,	levado	
ou	não	ao	registro	imobiliário,	desde	que	o	preço	se	encontre	pago.
É	título	hábil	à	transferência	da	propriedade,	tanto	que	se	qualifica	como	direito	real	de	
aquisição	e	dá	direito	à	adjudicação	compulsória.	Gera	ao	compromissário	comprador	
mais	 do	 que	 simples	 posse	 direta,	 uma	 vez	 que	 a	 propriedade	 remanesce	 com	 o	
ULISSES VIEIRA MOREIRA PEIXOTO
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promitente	 vendedor	 como	mera	 garantia	 do	 recebimento	 do	 preço.	 Note-se	 que	
o	 termo	 inicial	de	contagem	do	prazo,	pago	o	preço,	 retroage	à	data	da	 imissão	do	
compromissário	comprador	na	posse	do	imóvel.
Exige,	ainda,	o	artigo	em	exame	o	requisito	cumulativo	da	boa-fé	do	possuidor,	qualidade	
que	deve	existir	não	só	no	momento	da	aquisição,	como	persistir	durante	todo	o	prazo	
necessário	à	consumação	da	usucapião.	Como	já	visto	no	comentário	ao	art.	1.20	l	do	
CC,	cuida-se	da	boa-fé	subjetiva,	consistente	no	desconhecimento	do	vício	que	afeta	a	
posse.	O	justo	título	faz	presumir	a	boa-fé,	mas	os	dois	requisitos	não	se	confundem.	
Pode	haver	justo	título	sem	boa-fé,	como	no	caso	em	que	o	possuidor,	em	determinado	
momento,	toma	conhecimento	do	vício	que	afeta	o	título	e	o	torna	impróprio	para	a	
transferência	da	propriedade.	Pode	haver	 também	boa-fé	 sem	 justo	 título,	como	no	
caso	 do	 possuidor	 que	 acredita	 na	 força	 translativa	 de	 um	negócio	 entabulado	 com	
quem	não	é	proprietário	nem	real	e	nem	aparente	da	coisa.
Finalmente,	o	parágrafo	único	do	art.	1.242	do	CC	reduz	para	cinco	anos	o	prazo	da	
usucapião	ordinária,	desde	que	se	revista	a	posse	de	qualidades	adicionais,	especiais	e	
cumulativas:	tratar-se	de	posse-trabalho,	qualificada	socialmente	pelo	estabelecimento	
de	moradia	ou	realização	de	investimentos	de	interesse	social	e	econômico	somados	a	
um	justo	título	especial,	consistente	na	aquisição	onerosa	do	imóvel,	levada	a	registro,	
com	posterior	cancelamento	deste.
No	que	se	refere	à	posse-trabalho,	confere	o	legislador	ao	possuidor	uma	alternativa:	
ou	estabelece	no	 imóvel	 sua	moradia,	ou	 realiza	 investimentos	de	 interesse	 social	 e	
econômico.	Qualquer	um	dos	requisitos	deve	persistir	por	todo	o	período	aquisitivo.	
Note-se	que	o	investimento	deve	não	apenas	revestir-se	de	caráter	econômico,	como	
deve	cumulativamente	atender	o	interesse	social.
No	que	tange	ao	justo	título,	o	legislador	o	limita	àqueles	de	aquisição	onerosa,	descartando,	
portanto,	as	doações,	as	heranças	e	legados.	Exige,	mais,	que	a	aparência	de	autenticidade	
do	título	seja	tal	que	supere	ele	o	exame	qualificador	do	oficial,	ingressando	no	registro	
imobiliário.	Alude	o	preceito	a	posterior	cancelamento,	que	pode	ocorrer	tanto	por	vício	
substancial	 como	 formal	 do	 título,	 abrangendo	 casos	 de	 anulabilidade,	 nulidade	 e,	 até	
mesmo,	de	inexistência,	em	razão	de	falso	consentimento	do	alienante,	assim	como	por	
vícios	do	próprio	mecanismo	do	registro	(art.	214	da	LRP).
Óbvio,	embora	não	diga	o	preceito,	que	 também	o	 título	viciado,	mas	cujo	 registro	
ainda	não	foi	cancelado,	valha	como	justo	para	a	usucapião	ordinária	com	prazo	de	cinco	
anos.	É	o	que	a	doutrina	denomina	usucapião	tabular,	que	serve	não	para	a	aquisição	do	
domínio,	mas	para	sanar	os	vícios	originais	de	aquisição	a	título	derivado.
Pode,	por	exemplo,	se	alegar	exceção	de	usucapião	em	demanda	que	tenha	por	objeto	
a	anulação,	nulidade	ou	mesmo	declaração	de	inexistência	do	negócio	que	deu	origem	
ao	registro.
Embora	 haja	 controvérsia	 sobre	 o	 tema,	 não	 há	 necessidade	 de	 o	 registro	 inválido	
permanecer	aparente	por	cinco	anos.	O	que	exige	a	lei	é	que	a	posse	dure	cinco	anos	e	
Usucapião e Usufruto; Inventário e Partilha; Divórcio e União Estável; Protesto e outros Documentos de Dívida; Demarcação e Divisão de Terras Particulares EXTRAJUDICIAIS
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que	o	título	aquisitivo	oneroso	tenha	ingressado	no	registro	em	algum	momento,	ainda	
que	seu	cancelamento	se	dê	antes	do	quinquênio.
Finalmente,	no	que	se	refere	à	questão	de	direito	intertemporal	de	redução	do	prazo,	
remete-se	o	leitor	ao	comentário	do	parágrafo	único	do	art.	1.238	do	CC,	que	aqui	se	
aplica	inteiramente.”8
Decidiram	os(as)	ministros(as)	do	STJ:	 “O	 instrumento	de	promessa	de	
compra	e	venda	insere-se	na	categoria	de	justo	título	apto	a	ensejar	a	declaração	
de	 usucapião	 ordinária.	 Tal	 entendimento	 agarra-se	 no	 valor	 que	 o	 próprio	
Tribunal	-	e,	de	resto,	a	legislação	civil	-	está	conferindo	à	promessa	de	compra	
e	venda.	Se	a	jurisprudência	tem	conferido	ao	promitente	comprador	o	direito	
à	adjudicação	compulsória	do	 imóvel	 independentemente	de	registro	(Súmula	
n.	239)	e,	quando	registrado,	o	compromisso	de	compra	e	venda	foi	erigido	à	
seleta	categoria	de	direito	real	pelo	CC/2002	(art.	1.225,	VII),	nada	mais	lógico	
do	que	considerá-lo	também	como	“justo	título’	apto	a	ensejar	a	aquisição	da	
propriedade	 por	 usucapião.”	 (STJ,	 REsp	 n.	 941.464/SC,	 rel.	 Min.	 Luís	 Felipe	
Salomão,	j.	24.04.2012).
Decidiram	 os(as)	 desembargadores(as)	 do	 TJMG:	 “Ação	 de	 usucapião.	
Promessa	 de	 compra	 e	 venda.	 Justo	 título	 e	 boa-fé.	 Usucapião	 ‘tabular.	
Estabelecimento	de	moradia.	Função	social	da	propriedade.	Posse	não	contestada.	
Redução	do	prazo.	Art. 1.242, parágrafoúnico, do CC.	Atribui-se	a	propriedade	
pela	 usucapião	 nos	 termos	 do	 art. 1.242, parágrafo único, do CC,	 se	
comprovada	a	existência	de	justo	título	e	boa-fé,	bem	como	a	destinação	do	imóvel	
para	moradia	ou	realização	de	investimentos	de	interesse	social	e	econômico	e,	
ainda,	o	decurso	do	prazo	reduzido	de	cinco	anos	a	despeito	da	inexistência	de	
cancelamento	de	registro	anterior.”	 (TJMG,	AC	n.	 l.0145.07.402445-9/001,	rel.	
Estevão	Lucchesi,	j.	08.08.2012).
Decidiram	 os(as)	 desembargadores(as)	 do	 TJRS:	 “Entende-se	 por	 justo	
título,	 o	 documento	 hábil,	 em	 tese,	 à	 transferência	 do	 domínio.	 Na	 hipótese,	
houve	 simples	 cessão	de	direitos	 de	 posse	 sobre	o	 imóvel,	 a	 qual	 jamais	 seria	
suficiente	 à	 aquisição	 da	 propriedade.	Não	 implementado	 o	 requisito,	 inviável	
o	 reconhecimento	 da	 propriedade	 originária	 na	 forma	 como	 postulada.	
Impossibilidade	 de	 se	 receber	 a	 ação	 de	 usucapião	 ordinária,	 fundamentada	
8	 LOUREIRO,	Francisco	Eduardo	(Coordenador:	Cezar	Peluso).	Código Civil Comentado,	p.	1.183-1.184.	
ULISSES VIEIRA MOREIRA PEIXOTO
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no	art. 1.242 do CCB,	 como	 extraordinária.	 Sentença	 confirmada.	Negaram	
provimento.	Unânime.”	(TJRS,	Ap.	Cível	n.	70.029.452.190,	18ª	Câm.	Cível,	rel.	
Nelson	José	Gonzaga,	j.	02.09.2010).
3.1.3. Usucapião Ordinária de Bem Móvel (art. 1.260)
Vejamos	o	art.	1.260	do	Código	Civil:	
“Art.	1.260.	Aquele	que	possuir	coisa	móvel	como	sua,	contínua	e	incontestadamente	
durante	três	anos,	com	justo	título	e	boa-fé,	adquirir-lhe-á	a	propriedade.”
Segundo	os	ditames	do	mestre	Antônio	C.	Morato	ao	comentar	o	art.	1.260	
do	Código	Civil	encontramos	que:	
“A	redação	atual	é	mais	concisa	 (antes,	no	parágrafo	único	do	art.	618	do	CC/1916,	
estabelecia-se	que	não	gera	usucapião	a	posse	que	não	se	firme	em	justo	título,	bem	
como	a	inquinada	de	má-fé).
No	texto	em	vigor,	em	vez	de	dizer	o	que	não	é	a	usucapião	ordinária,	o	 legislador	
adequadamente	 limitou-se	 a	 descrever	 quando	 ocorre	 tal	 espécie	 de	 usucapião,	 ao	
indicar	os	dois	elementos	necessários	para	sua	configuração.”9
Esclarece	o	jurista	Cristiano	Chaves	de	Farias	(e	outros)	ao	comentar	o	art.	
1.260	do	CC	que:
“Conceito.	Ao	lado	da	propriedade	imóvel,	também	os	bens	móveis	são	passíveis	de	
apropriação.	A	usucapião	ordinária	desta	natureza	de	bens	se	dá	no	curto	prazo	de	3	
anos,	destacando-se	na	jurisprudência	a	possibilidade	de	usucapião	de	linhas	telefônicas.	
Mesmo	mote,	observe-se	que	aqui	a	função	social	não	se	faz	sentir	como	um	redutor	de	
prazos,	mas	sim	como	um	requisito	intrínseco	do	próprio	usucapião,	que	se	manifesta	a	
partir	da	utilização	efetiva	de	um	bem	móvel	antes	abandonado.”10
Decidiram	os(as)	desembargadores(as)	do	TJSP:	“Usucapião	extraordinária	
de	 bem	 móvel.	 Automóvel	 que	 se	 encontrava	 alienado	 fiduciariamente	 no	
momento	em	que	ocorreu	a	sua	transferência	à	autora.	Ausência	de	autorização	
do	Banco	arrendante,	que	inclusive	havia	promovido	ação	de	busca	e	apreensão	
em	face	da	arrendatária.	Irrelevância	de	referida	demanda	ter	sido	julgada	extinta	
sem	julgamento	do	mérito.	Clandestinidade	da	posse	reconhecida.	Art.	1.208	do	
9	 MORATO,	Antônio	C.	(Organizador:	Costa	Machado).	Código Civil Interpretado,	p.	1.109.	
10	 FARIAS,	Cristiano	Chaves	de	(e	outros).	Código Civil para Concursos,	p.	1.087.

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