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Aula 01 (Prof. Otávio)
SEED-AP - Conhecimentos Pedagógicos
- 2022 (Pré-Edital)
Autor:
Carla Abreu, Otávio Augusto
Moser Prado
01 de Novembro de 2021
81138342220 - Jaqueline Evangelista Braga
Sumário 
1 – Processo de ensino aprendizagem. Bases psicológicas da aprendizagem. Fases da aprendizagem. ........... 2 
1.1 - Aspectos Gerais dos Processos de Ensino-Aprendizagem ....................................................................................... 2 
1.2 - Processos de Ensino-Aprendizagem e Concepções Pedagógicas ......................................................................... 4 
1.3 - Processos de Ensino-Aprendizagem baseado em Skinner ....................................................................................... 7 
1.4 - Processos de Ensino-Aprendizagem baseado em Jean Piaget ........................................................................... 13 
1.5 - Processos de Ensino-Aprendizagem baseado em Lev Vygotsky ........................................................................ 19 
1.6 - Processos de Ensino-Aprendizagem baseado em Henry Wallon ....................................................................... 25 
1.7 - Processos de Ensino-Aprendizagem baseado em Jerome Bruner ...................................................................... 31 
1.8 - Processos de Ensino-Aprendizagem baseado em David Ausubel ...................................................................... 34 
1.9 - Howard Gardner: inteligências múltiplas .................................................................................................................... 40 
1.10 - Plasticidade cerebral ....................................................................................................................................................... 41 
1.11 - Sigmund Freud .................................................................................................................................................................... 42 
1.12 - J.B Watson ........................................................................................................................................................................... 43 
1.13 - E . Erikson .............................................................................................................................................................................. 45 
1.14 - Carl Rogers .......................................................................................................................................................................... 45 
Questões Comentadas ....................................................................................................................................................................... 46 
Lista de Questões ................................................................................................................................................................................. 63 
Gabarito da Lista de Questões ...................................................................................................................................................... 68 
Resumo ..................................................................................................................................................................................................... 69 
 
 
 
 
 
Carla Abreu, Otávio Augusto Moser Prado
Aula 01 (Prof. Otávio)
SEED-AP - Conhecimentos Pedagógicos - 2022 (Pré-Edital)
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135002081138342220 - Jaqueline Evangelista Braga
 
 
 
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1 – PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM. BASES 
PSICOLÓGICAS DA APRENDIZAGEM. FASES DA 
APRENDIZAGEM. 
1.1 - Aspectos Gerais dos Processos de Ensino-Aprendizagem 
Vamos começar a trabalhar este tema com a constatação do Professor Pedro Demo sobre a concepção 
usual que a sociedade entende e pratica o processo ensino-aprendizagem: 
 
“Decisivo torna-se o reconhecimento de que manejo e produção de conhecimento são os 
instrumentos primordiais da cidadania e da economia, levando a rever, radicalmente, a 
proposta educacional vigente, por ser esta absurdamente arcaica, inclusive na universidade. 
Como regra, pratica-se a didática marcada pelo mero ensino e pela mera aprendizagem. De 
um lado, aparece um pretenso sujeito, chamado professor, que apenas ensina, no sentido 
surrado de copiador de cópias, já que definido como ministrador de aulas, sem qualquer 
compromisso construtivo...De outro, aparece um típico objeto de aprendizagem, o aluno, cuja 
função é ser cópia da cópia.” 1 
A fala dele é um pouco rebuscada. Nós vamos analisar os pontos em negrito para podermos dialogar 
com a crítica do professor sobre o processo de ensino-aprendizagem na educação em tempos atuais. 
Novamente, fique atento pois estas críticas caem geralmente em questões analisando algum episódio 
prático de sala de aula. Você vai ver estas questões um pouco mais à frente. 
 “mero ensino e pela mera aprendizagem” – Observe aqui que o termo “mero” e “mera” significa algo 
sem sentido para o aprendiz. Então, a primeira crítica que é realizada é da aprendizagem pouco 
significativa. Esta aprendizagem quase sem sentido nenhum pode gerar desmotivação e incapacidade 
do aluno em reconhecer a importância do ensino formal dentro da sala de aula. A aprendizagem com 
pouca importância reconhecida pelo estudante pode ter como consequências: o fracasso escolar, a 
indisciplina e o baixo rendimento escolar. 
 
1 DEMO, Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento: Metodologia científica no caminho de Habermas. Rio de 
Janeiro, Tempo Brasileiro, 1994. Pp 13-14. 
Carla Abreu, Otávio Augusto Moser Prado
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 “que apenas ensina” – Há um ditado popular dentro das escolas que classifica dois tipos de problemas 
no aluno. Os problemas relativos à aprendizagem e os problemas relativos a “ensinagem”. É 
interessante esta forma de ver, pois coloca que o ensino nem sempre corresponde à aprendizagem. A 
relação ensino-aprendizagem é indissociável. Um termo está sempre ligado ao outro. Se há 
verdadeiro ensino, também há verdadeira aprendizagem. 
Da mesma forma, se não há aprendizagem, não há ensino. Há outro aspecto inferencial neste termo. A 
pretensa superioridade do professor em relação ao aluno. O não envolvimento do professor com as 
questões de aprendizagem do aluno revela uma soberba profissional. Assim, o professor ensina a 
matéria e os alunos, se conseguirem, aprendem. Uma crença de superioridade docente fundamentada 
na ideia que o professor ensina com proficiência e o aluno não aprende porque não possui nível ou 
prérequisito. 
Dessa forma, fica muito difícil iniciar um trabalho pedagógico com o aluno, pois é necessário 
compreender que as questões relativas à aprendizagem (mesmo aquela sem pré-requisito) são 
primordiais para o bom desenvolvimento intelectual dos alunos. 
 “copiador de cópias” – A crítica feita ao papel de professor mecanicista. Nesta visão, a crítica feita 
ao docente como um aplicador de exercícios e provas, sendo que ele deve inculcar ou transferir 
informações para dentro da cabeça dos estudantes. O maior problema dessa concepção é a crença que 
a aprendizagem ocorre exatamente desta maneira: como se fosse possível transmutar o conhecimento 
da cabeça do professor para a cabeça do aluno. A aprendizagem verdadeira ocorre como construção 
ou elaboração de saberes adquiridos pelo aluno no contato com o mundo. O conhecimento é 
construído e não absorvido pelo aluno. 
 “função é ser cópia da cópia” – Aqui está colocada a crença que o aluno é um receptor passivo das 
aulas dadas pelo professor. Achar que o aluno é uma cópia fiel daquilo que o professor ensina, é 
desconsiderar que o aprendiz pensa sobre aquilo que vê, escuta, sente e fala. 
 
FUNRIO - Professor(Pref Alta Floresta)/Anos Iniciais/2019 - Assinale a alternativa que não 
coaduna com entendimento correto do Papel do Educador e Relações Criança-Adulto: 
a) O processo de construção do conhecimento ocorre na medida em que o educador busca favorecer o 
desenvolvimento da criança, incentivando sua atividade frente a problemas que fazem parte de seus 
interesses e necessidades, promovendo situações que incentivem a 
curiosidade, possibilitando a troca de informações entre os alunos e permitindo o aprendizado das 
fontes de acesso que levam ao conhecimento. 
b) Cabe ao educador planejar, organizar, apresentar situações desafiadoras e que levem a criança a 
pensar, levantar hipóteses, refletir e procurar respostas; 
c) É através de interação com a criança que o educador vai descobrir em que momentos a sua 
intervenção será realmente fundamental no processo de construção do conhecimento. 
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d) À medida que, na sua ação, o educador vai decidindo, executando, registrando, revendo, 
sistematizando, também vai sendo realizada a avaliação do seu fazer pedagógico e da aprendizagem e 
do desenvolvimento das crianças. 
e) É fundamental que o educador, como um adulto diante da criança, possa estabelecer uma relação de 
superioridade, que será a base do trabalho a ser desenvolvido. 
Comentários: 
Perceba que a questão pede que você assinale a alternativa que NÃO corresponde ao papel do educador. 
As alternativas mostram a nossa reflexão anterior sobre processos gerais de ensino-aprendizagem. A 
questão pede a alternativa incorreta. 
A alternativa A está correta. O professor deve ser um promotor do desenvolvimento da aprendizagem 
do aluno. Deve propor situações novas e problemas ao alcance das crianças. Inclusive é recomendável 
que o professor incentive a troca de conhecimento e informações entre as crianças. 
A alternativa B está correta. O educador deve executar todas estas ações de planejamento sistemático 
para auxiliar o desenvolvimento da criança. 
A alternativa C está correta. O conhecimento é realmente construído pela a criança com auxílio do 
educandos 
A alternativa D está correta. A sistematização das aprendizagens realizadas pelas crianças só pode 
beneficiar o processo de ensino-aprendizagem. 
A alternativa E está incorreta. Como vimos na parte teórica, o professor que se vê com superioridade 
em relação à criança não está em boas condições de desenvolver um processo eficaz de 
ensinoaprendizagem. 
1.2 - Processos de Ensino-Aprendizagem e Concepções 
Pedagógicas2 
No tópico anterior, fizemos um esquema geral sobre o processo de ensino-aprendizagem. Mais do que 
isso, tratamos de colocar as críticas que são feitas ao senso comum sobre este processo. Assim, essa 
abordagem geral crítica de como a escola pensa o ensino e a aprendizagem, sempre cai em 
questões de concurso. 
Por outro lado, há questões que também tratam de concepções pedagógicas sobre esse assunto. Há 
posições divergentes sobre como o professor ensina e as crianças aprendem. A posição crítica que 
colocamos no capítulo anterior é o consenso sobre o processo de ensino-aprendizagem. Mas, vale a pena 
abordarmos algumas concepções pedagógicas, pois algumas bancas colocam situações do cotidiano 
e pede para você classificar qual a concepção de ensino. Dessa forma, vamos estudar as principais 
 
2 Foi utilizado como texto de apoio a compilação feita por SANTOMAURO, Beatriz. Inatismo, empirismo e 
construtivismo: três ideias sobre aprendizagem. Acesso em https://novaescola.org.br/conteudo/41/inatismo-
empirismo-e-construtivismo-tres-ideiassobre-a-aprendizagem. Porém, colocamos nossas próprias ideias e 
adaptações para questões de concurso. 
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abordagens pedagógicas: inatismo; empirismo; tradicional; escola nova; construtivista e 
socioconstrutivista. 
 
Inatismo: É uma concepção pedagógica que tem como fundamento a teoria das aptidões 
de nascimento. Nessa perspectiva, pensa-se que o aluno já possui de nascença as 
qualidades necessárias para ter domínio em alguma área do conhecimento. Resta tão somente 
que a escola cultive este dom para que possa se desenvolver. Para essa corrente, o ser humano 
é estático não disponível para mudanças. São pensadores expoentes desta corrente os filósofos 
gregos Platão e Sócrates. 
Na verdade, para esses autores é muito forte a teoria da reminiscência do conhecimento. O ser 
humano apenas aprenderia algo que já teria tido contato no mundo das ideias antes de viver 
no nosso mundo sensível. O conhecimento seria apenas uma lembrança do conhecimento 
adquirido no mundo das formas e dos conceitos genuínos. Atualmente, não há respaldo na 
Ciência para esta teoria por se tratar do campo metafísico da filosofia. Hoje em dia há religiões 
que resgataram este conceito como é o caso do Espiritismo Kardecista. 
 
Empirismo: John Locke (1632-1704) é o grande símbolo desta correte filosófica e pedagógica. 
Ele acreditava que somente era possível adquirir o conhecimento pelos sentidos. Isto é, os 
sentidos que são o tato, audição, a visão, o olfato e paladar. Para ele, a educação das crianças 
poderia se dar nesta via, pois acreditava que somente uma educação com base nos sentidos 
seria benéfica. 
 
Tradicional: A escola tradicional é uma variedade de proposições a partir de pressuposto 
religiosos de educação até proposta de ensino influenciadas pela Revolução Industrial. Em 
comum estas concepções pedagógicas possuem a crença que o aluno é um recipiente a ser 
preenchido com lições ditas pelo professor. 
Para isso, a utilização de cadeiras enfileiradas, emulações de competição, ênfase na memória e 
recitação. Dentro do campo religioso podemos enfatizar a educação dos Jesuítas no período 
colonial no Brasil. Esta tinha por base a obra Ratio Studiorum que preconizava as ações 
pedagógicas dos membros religiosos. Dentre estas recomendações estava a ênfase na memória 
como característica fundamental do ensino jesuítico. 
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Escola Nova: Em contraposição à concepção tradicional, os pensadores da escola nova 
propunham que uma nova educação para as crianças. Dessa forma, eles argumentavam que a 
escola deveria ser mais ativa e menos passiva nos processos de ensino-aprendizagem. Assim, 
a busca da investigação de temas pelas crianças e utilização de materiais concretos são bons 
exemplos desta forma de pensar a educação. Podemos citar autores como Maria Montessori, 
John Dewey, Froebel e Adolphe Ferriere. Aliás, o material dourado criado por Montessori é 
utilizado até os dias atuais nas escolas brasileiras. 
 
Construtivista: Esta abordagem pedagógica tem como fundamento as pesquisas 
desenvolvidas por Jean Piaget (1896-1980) no campo da construção da inteligência 
infantil. Os desdobramentos da sua teoria do desenvolvimento cognitivo no campo da 
educação estão dentro do campo construtivista. Entende-se como teorias desse campo aquelas 
que pensam os processos de ensino-aprendizagem como ativos. 
Além disso, elas também se interessam sobre o desenvolvimento pensamento infantil em 
diversas áreas. Uma das áreas mais proeminentes é na leitura e escrita com a pesquisadora 
Emília Ferreiro (1937-) que aborda a origem de hipóteses de leitura e escrita. É uma 
teórica da educação que vamos ver um pouco mais a frente. Questões sobre seu pensamento 
são recorrentes em muitas bancas de concurso. 
 
Socioconstrutivista:Esta corrente pedagógica é similar à abordagem acima, porém há um 
diferencial na ênfase dos processos de ensino-aprendizagem: ela dá ênfase ao campo da 
linguagem e às interações entre as crianças. Dessa forma, torna-se evidente a influência dos 
estudos de Lev Vygotsky (1896-1934). Além disso, essa linha pedagógica evidencia a 
influência cultural nos processos de ensino-aprendizagem. Isto é, os aspectos culturais 
de determinadas regiões são levados em consideração ao pensar a abordagem educacional. 
Vamos ver como estas abordagens pedagógicas aparecem em uma questão. 
 
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FGV - Professor (Pref Boa Vista)/Licenciado em Pedagogia/2018 - “Clovis iniciou sua aula lendo 
um texto sobre o tema a ser trabalhado no dia. Em seguida, apresentou a seus alunos sua 
interpretação e comentou sobre semelhanças e diferenças deste com outros autores. Os alunos 
deveriam fazer suas anotações e, em seguida, responder aos exercícios sobre o texto.” A 
metodologia da aula de Clovis tem inspiração no modelo: 
a) escolanovista; 
b) jesuíta; 
c) alemão; 
d) construtivista; 
e) experimental. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Não há elementos na descrição da aula para classificar como 
escolanovista. Isso porque está ausente o item educação ativa. Parece que a aula exige uma certa 
passividade dos alunos. 
A alternativa B está correta. O ensino jesuíta pode ser enquadrado na descrição da aula. Está em 
evidência o ensino tradicional, pois o professor é o centro do processo de ensino-aprendizagem. Ele dita 
as lições a serem executadas pelos alunos. 
A alternativa C está incorreta. O pedagogo Friedrich Fröbel poderia se encaixar nesta descrição de 
ensino “alemão”. Mas o referido autor é um expoente da Escola Nova. Não há elementos de educação 
ativa neste item. 
A alternativa D está incorreta. Não há elementos de construção de conhecimento a partir de 
metodologia ativa de aprendizagem. 
A alternativa E está incorreta. Não há elementos de experimentação em aula. Este tipo de abordagem 
pode ser enquadrado na linha de John Dewey. Mas este autor é escolanovista. Como foi visto na (a) não 
há elementos de ensino ativo. 
1.3 - Processos de Ensino-Aprendizagem baseado em Skinner3 
B. F. Skinner (1904-1990) foi um psicólogo a norte-americano com enorme influência no campo da 
pedagogia. Durante muito tempo, seus trabalhos sobre psicologia comportamental foram utilizados 
no campo da educação. Atualmente, ainda existem muitas pesquisas entre behaviorismo 
(comportamento) e educação, porém outras tendências do campo da psicologia do desenvolvimento 
vêm conquistando espaço. 
Muitas questões, que pedem que o candidato se posicione em relação ao referido autor, colocam 
Skinner para ser analisando com outros teóricos do campo dos processos de ensino-aprendizagem. 
 
3 Baseado na obra “Sobre behaviorismo”. B. F Skinner. Editora Cultrix, 2006. 
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Dessa forma, vamos estudar os assuntos mais cobrados e, principalmente, os termos que são colocados 
nas alternativas que podem confundir você. 
 
Skinner desenvolveu o conceito de condicionamento operante. Foi um mecanismo que ele 
descreveu a partir da observação de ratos em laboratório. Em uma experiência, o rato era 
condicionado a ter determinados comportamentos a partir do reforço positivo que recebia por 
um estímulo. 
Por exemplo, ao seguir determinado caminho em um labirinto o rato era premiado. Dessa 
forma, existia uma conexão entre o caminho percorrido e a premiação. Após um tempo, o rato 
conseguia fazer o caminho do labirinto de forma mais assertiva com base no reforçamento do 
comportamento do caminho premiado. 
 
Em relação aos seres humanos, este experimento gerou o que Skinner chamou de modelagem. 
Os indivíduos respondiam ao ambiente de forma que reforços positivos eram colocados 
para a manutenção de determinados comportamentos. Assim, esta situação modelava o 
comportamento. 
 
Um exemplo que podemos dar é justamente o reforço positivo que alguns pais oferecem às 
crianças após um comportamento adequado. O filho que se comporta bem à mesa e come 
todas as verduras recebe como prêmio a sobremesa. Dessa forma, os pais estão 
condicionando o bom comportamento do filho na hora de jantar com a sobremesa. 
 
Por outro lado, há autores que afirmam que há problemas nesta concepção de educação. 
Isso porque eles dizem que há o efeito do contingenciamento do reforço. Isto é, há momentos 
que as crianças já não se interessam mais pela premiação oferecida, sendo necessário 
oferecer novas premiações. 
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Dessa forma, há a possibilidade de a criança ter o comportamento esperado apenas pelo prêmio 
e não porque o considera importante. No exemplo que foi dado, talvez os pais tenham que 
oferecer outros prêmios além da sobremesa para garantir que a criança se comporte bem à 
mesa. 
 Dentro de sala de aula, há professores que utilizam pequenas premiações conforme os alunos vão 
demonstrando um comportamento adequado. Há pesquisas que já foram realizadas com 
adolescentes com uso de premiações após não falarem xingamentos. Realmente houve neste caso 
uma melhora do ambiente em sala de aula. Porém, também há o efeito de contingenciamento em 
relação às premiações. 
No campo da educação, o mais importante que este autor traz é a importância do reforço positivo para 
os alunos. Nesse sentido, não é somente como prêmios concretos, mas também com elogios sinceros. 
Muitos professores acreditam que a punição é uma ferramenta eficiente na educação das crianças. Mas 
Skinner alerta que o reforço positivo tem capacidade melhor de modelar o comportamento do que 
o reforço negativo. Isso porque o prêmio positivo motiva um comportamento e o negativo reprime. 
Vamos fazer duas questões sobre o assunto tratado até aqui? 
 
IBFC - Pesquisador-Tecnologista em Informações e Avaliações Educacionais (INEP)/Área I/2012 
- Sobre o comportamentalismo, considere as afirmações abaixo. 
 I. O conceito de comportamento operante de Skinner prevê a liberdade de operar do aluno na 
construção do seu conhecimento. 
 II. O comportamentalismo prevê o condicionamento das ações humanas por meio do reforço. 
III. De acordo com o behaviorismo, a aprendizagem se dá com base na relação de estímulo e 
resposta. 
Está correto o que se afirma somente em 
a) I e II 
b) I e III 
c) II e III 
d) I 
e) III 
Comentários: 
Analisaremos as afirmativas pela ordem e colocaremos a alternativa correta ao final do comentário. 
Afirmativa I está incorreta. Pelo contrário, segundo Skinner o aluno não tem liberdade para modelar 
seu comportamento. Isso porque há um comportamento adequado a ser mantido no sujeito. Além disso, 
o termo "construção do conhecimento" está equivocado nesta afirmativa, uma vez que para o 
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behaviorismo há aquisição de fatos e conteúdos e não construir saberes. O termo construir parte da 
ideia que é o aluno que realiza este processo, mas no caso de Skinner é de fora para dentro. O professor 
coloca os fatos mais importantes "dentro da cabeça" do aluno, através de modelagem de 
comportamento e instrução programada. 
Afirmativa II está correta. Exatamente. O reforço positivodo comportamento é uma forma de 
condicionar as ações humanas. Esta é a base do que explicamos de condicionamento operante. 
Afirmativa III está correta. Para Skinner, a aprendizagem não se dá por construção, mas por 
condicionamento de respostas corretas. Para o autor aprendizagem é condicionamento. 
Alternativa correta letra C. 
 
CONSESP - Professor (Ouro Verde SP)/Ensino Fundamental I/2018 - Mizukami cita Skinner para 
afirmar que é possível programar o ensino de qualquer disciplina, tanto quanto o de qualquer 
comportamento, como o pensamento crítico e criatividade, desde que se possa definir 
previamente o repertório final desejado. A autora faz a afirmação com base na teoria 
a) da construção. 
b) da reflexão. 
c) do reforço. 
d) da psicogênese da língua. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Skinner não vê o ensino como construção do conhecimento, mas como 
possibilidade de condicionamento. 
A alternativa B está incorreta. Skinner não propõe que haja reflexão do aluno sobre um assunto, mas 
que exista o condicionamento da resposta correta. 
A alternativa C está correta. Exatamente. O reforço é elemento essencial no condicionamento operante, 
que é a base da aprendizagem para o behaviorismo. Somente com reforço é possível modelar o 
comportamento esperado do aluno. 
A alternativa D está incorreta. A psicogênese da língua é um assunto que vamos tratar em um tópico 
nesta aula. A base de sua formulação é Piaget. Não há relação com Skinner. 
Agora, vamos nos deter a um assunto específico de B. F. Skinner: as máquinas de ensinar. Foram 
instrumentos baseados na proposta do autor de instrução programada. Consistia em possibilitar ao 
aluno a aprendizagem de informações através de instrumentos manuseados individualmente, que 
serviriam para memorizar e condicionar respostas específicas para determinados assuntos. 
 
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Vamos descrever as máquinas de ensinar. Foram instrumentos analógicos que possuíam um 
conteúdo simples específico a ser aprendido (operações matemáticas, equações simples, 
classificação de palavras na gramática, capitais de países). 
 O material era preparado com total planejamento de modo que fosse feito muito fácil no início 
e fosse mais difícil ao final. A gradação entre o fácil e o difícil era bem lenta ao longo do 
material, de modo que o estudante pudesse ter a maior possibilidade possível de acerto. 
Este fato era muito importante, pois o reforço positivo mantinha o aluno motivado. 
As máquinas de ensinar também propiciaram com pioneirismo a individualização do ensino. Isso 
porque cada aluno seguia seu eu próprio ritmo na utilização do material. Não precisava esperar o 
professor corrigir ao final da aula todos os exercícios. 
Skinner argumentava que individualização e reforço positivo constante do aluno era muito 
benéfica. Isso porque ele acreditava que a desistência escola se dava pela escola ser muito enfadonha. 
Por dois motivos. O primeiro por que os alunos com ritmos de aprendizagem acelerados ou lentos 
ficavam frustrados, já que ambos tinham que se contentar com uma escola para o aluno mediano. O 
aluno avançado se cansava de esperar os colegas que ainda não terminaram a lição. O aluno vagaroso 
ficava desmotivado porque nunca conseguia completar seus exercícios. 
Com as máquinas de ensinar, cada ritmo de aprendizagem do aluno poderia ter seu lugar na sala 
de aula. O aluno rápido seguia com seu material sem esperar os demais. O aluno vagaroso conseguia 
se sentir motivado fazendo os exercícios nos eu próprio ritmo. 
Para finalizar, vamos fazer uma questão sobre a instrução programada? 
 
COPEVE (UFAL) - Professor (Pref SM Campos)/Educação Infantil até o 5º Ano/2017 
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Skinner criou o método de ensino programado, ensino que poderia ser praticado sem a 
intervenção do professor através de livros, apostilas ou máquinas. A caixa ou Máquina de 
Ensinar de Skinner foi utilizada nas escolas para moldar o comportamento dos alunos através 
de matérias cuidadosamente sequenciadas e pelo fornecimento de recompensas ou reforços 
apropriados a aprendizagem, a aprendizagem programada e a máquina de ensinar eram meios 
apropriados para realizar a aprendizagem escolar. 
 Disponível em: <http://formacaodeprofessoresrj.blogspot.com.br/2013/06/skinner-e-sua-importanciana- 
educacao.html>. Acesso em: 10 nov. 2017. 
 Como ficou conhecido o conceito resultante dessa experiência que desenvolverá uma teoria da 
aprendizagem? 
a) Epistemologia Genética. 
b) Transferência de Pulsão. 
c) Condicionamento Operante. 
d) Zona de Desenvolvimento Proximal. 
e) Processo de Integração em Duplo Sentido. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Epistemologia genética é o nome da teoria de desenvolvimento de Jean 
Piaget. 
A alternativa B está incorreta. Este termo está associado ao médico e psicanalista Sigmund Freud. 
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A alternativa C está correta. O Condicionamento Operante é exatamente a teoria que dá fundamento 
às máquinas de ensinar, uma vez que elas trabalham com reforço positivo de respostas corretas e a 
consequente motivação modelada do aluno. 
A alternativa D está incorreta. Zona de Desenvolvimento Proximal é um termo da psicologia socio-
histórica de Vygotsky. 
A alternativa E está correta. Não há esta terminologia na teoria de Skinner. 
1.4 - Processos de Ensino-Aprendizagem baseado em Jean 
Piaget4 
Jean Piaget (1896-1980) foi um cientista suíço que influenciou decisivamente a educação brasileira. 
Sua formação inicial era em biologia, mas logo ele se enveredou nos estudos de psicologia do 
desenvolvimento. 
Na época, havia grandes críticas às abordagens positivistas da psicologia. Tais referências consistiam 
em somente mapear o comportamento dos sujeitos, porém sem levar em consideração a construção de 
processos mais complexos de pensamento, lógica e raciocínio. Dessa forma, para os psicólogos 
positivistas a aprendizagem era uma modulação do comportamento, que estava suscetível a dar 
respostas positivas ou negativas baseadas em processo de memória aprendida. 
Piaget modificou radicalmente a maneira de ver os processos de desenvolvimento e aprendizagem. Ele 
concluiu que a inteligência era construída e que não era possível quantificar ou medir a 
inteligência de uma pessoa. Dessa forma, é falaciosa toda ou qualquer tentativa de medir um processo 
que é construído em sua gênese. Por isso, que o cientista chamou sua teoria também de Epistemologia 
Genética. Tal denominação não tem a ver com a genética da biologia, mas, sobretudo, com o termo 
gênese que significa origem. Assim, o autor evidenciava em sua pesquisa a origem do desenvolvimento 
do conhecimento no ser humano. 
Ele ajudou a embasar hoje as teorias de educação de base construtivista. Mas nós vamos ver o 
esquema geral dele de como é construída a inteligência no ser humano. Vamos ver este item para depois 
entendemos as consequências da teoria para os processos de ensino e aprendizagem. 
Piaget estudou crianças desde a mais tenra idade até adolescentes. O processo de aprendizagem ocorre 
segundo três conceitos: assimilação, acomodação e adaptação. 
Assimilação: é o processo pelo qual o ser humano tenta entender à sua maneira algo que ainda é 
estranho ou desconhecido. Vamos dar alguns exemplos. O próprio processo seu de entender o que 
está sendo discutido neste texto é um exemplo de assimilação.São informações novas, algumas já 
conhecidas, outras desconhecidas. Você tenta adaptar isso em algum esquema psíquico seu. Você tenta 
deixar isso mais familiar. É por isso que é tão importante os professores darem exemplos para os 
alunos, para deixar mais concreto, mais próximo, mais familiar. 
 
4 Baseado na obra de “A psicologia da criança”. Jean Piaget. Editora Difel, 2003. 
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Outro exemplo que podemos dar é da própria pesquisa de Jean Piaget. A criança tem um 
mecanismo inato que é fazer o bico para se alimentar no seio da mãe. É o que os profissionais 
da saúde chamam de “pegada” do bebê. 
Porém, esse processo também pode ser aprendido e modificado. O bico que o bebê faz para usar 
a chupeta é diferente. É outro contato com o objeto. Não é mais o seio da mãe, mas a chupeta. 
Dessa forma, o bebê envolve o processo de adaptar o esquema antigo do bico do seio da mãe à 
nova forma de fazer bicos para usar a chupeta. 
 Este também é um processo de assimilação. Adaptar o esquema de bico de chupeta ao esquema 
antigo de bico no seio da mãe. 
Acomodação: Este conceito é o resultado das inúmeras tentativas do ser humano na busca de 
adaptar o esquema antigo ao novo. No caso do exemplo do bebê, é quando a criança já consegue fazer 
bicos para usar a chupeta ou a mamadeira. Ela faz a pegada do seio da mãe, mas agora ela já tem um 
novo esquema que é fazer bicos para sugar em outros objetos. Também podemos dar o exemplo da 
expressão “caiu a ficha”. 
Na verdade, ela vem do uso dos antigos orelhões de quando a pessoa fazia uma ligação e escutava que a 
ficha caía dentro do aparelho telefônico. Dessa forma, a ligação se completava. Essa expressão caiu a 
ficha era muito usada quando alguma pessoa entendia algum assunto que não dominava. Ou seja, a 
pessoa tentava, tentava, tentava entender (assimilação) e chegava o momento em que entendia, isto é, 
acomodava. A pessoa sentia que aquilo já fazia parte dela. Não era mais algo entranho ou desconhecido. 
Adaptação: É exatamente estes dois últimos processos acontecendo simultaneamente ao longo da 
vida. Assimilação e Acomodação. Adaptação é justamente este processo contínuo de tentar 
compreender o mundo desconhecido. 
 Para Piaget, a adaptação é a própria inteligência. Em outras palavras, para ele, a inteligência é 
construída ao longo de variados processos de assimilação e acomodação, que por sua vez, formam a 
adaptação que é a própria inteligência. O termo equilibração pode ser confundido como sinônimo de 
inteligência. Porém, ele apenas se refere a um processo regulador entre assimilação e acomodação. O 
termo correto que Piaget uso para conceituar inteligência é adaptação. 
Depois dessa breve explicação, de como é construída a inteligência, quais são as implicações disso para 
os processos de ensino-aprendizagem na escola? 
O primeiro ponto é que a aprendizagem é ativa. Ou seja, não é possível transferir conhecimento como 
se o aluno fosse uma esponja. Uma transmissão vertical que o professor ensina logo o aluno aprende. 
É necessário o esforço de assimilação e acomodação do aluno frente ao novo conhecimento. É por isso 
que se propõe muitos exercícios, exemplos, leitura individuais ou materiais diferenciados. É preciso que 
o aluno busque por si próprio entender algum assunto que ainda não conheça. É lógico que o professor 
vai ajudar neste processo, mas quem tem que fazer o esforço para entender é o aluno. 
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Nesse ponto, é por isso que muitos professores e professoras de alfabetização dizem que é o 
próprio aluno que se alfabetiza. Fazemos uma consideração sobre esse aspecto. É claro que 
o professor ajuda no processo, mas o aluno tem que buscar fazer os exercícios de leitura e 
escrita por si próprio. 
Além disso, por mais que a construção do conhecimento seja coletiva em uma sala de aula, o 
aluno tem que buscar assimilar/acomodar à sua maneira. E este processo é muito 
individualizado. Há alunos que aprendem mais lendo, outros assistindo às aulas, fazendo 
anotações e outros fazendo mais exercícios. 
Outro aspecto interessante é frente ao processo de assimilação. Vamos ver logo abaixo um conteúdo 
que cai bastante em bancas que é o conflito cognitivo. 
Conflito cognitivo: Quando o aluno está buscando entender algo há sempre em evidência o conflito 
cognitivo. Assim, o não entendimento logo no início de um conteúdo não é ruim. Isso vai forçar o aluno 
a buscar uma maneira própria de entender aquilo que ainda é estranho ou desconhecido. Repetimos 
que esse processo é chamado de assimilação. 
Muitos professores pensam que o aluno estar em conflito com alguma matéria é negativo, mas esta 
inabilidade de entender um assunto, vai levá-lo a buscar fontes internas e externas para sair desta zona 
de desconforto. As fontes internas são relativas ao conhecimento prévio do aluno sobre o tema. Já as 
externas são os recursos externos utilizados pelos alunos para melhor compreender um assunto. 
 Eles podem buscar materiais didáticos ou a ajuda do professor ou dos colegas. São formas de tentar 
encontrar elementos que ajudem a acomodar o conhecimento que ainda é novo. Os recursos internos e 
externos são muito utilizados em diferentes metodologias específicas construtivistas. 
Porém, fazemos uma consideração. Todo conflito cognitivo deve ser equilibrado. Nem mais nem 
menos. Observar os conhecimentos prévios dos alunos sobre um tema é importantíssimo. Se os alunos 
não dominam nem uma pequena parte de um assunto a ser tratado, então é melhor falar de outra 
matéria ou voltar o conteúdo no currículo. 
 
O conhecimento prévio é importante para os processos de acomodação. É necessário que 
o aluno tenha um conhecimento antigo para poder adaptar um conhecimento novo. Se não há 
conhecimento nenhum anterior, então fica difícil entender algo novo. 
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Para exemplificar podemos falar sobre a aprendizagem de um idioma novo ao qual você não 
tem nenhuma referência: nem do alfabeto, sonoridade, escrita e vivência pessoal. Fica muito 
difícil entender este novo idioma. Há casos de idiomas assim no planeta que são pouco usados 
e possuem uma grafia muito pouco compreensível ou conhecida. 
Vamos ver uma questão sobre este autor? 
 
FUNDATEC - Professor (Pref Bom Jesus)/Séries Iniciais do Ensino Fundamental/2018 - Para 
Piaget, a inteligência apresenta, em sua forma mais elevada, o desenvolvimento mental. Na 
literatura piagetiana, esse conceito ganha o nome de: 
a) Equilibração. 
b) Consolidação. 
c) Adaptação. 
d) Epistemologia genética. 
e) Interação. 
Comentários: 
Observe que a questão evidencia um termo específico e de forma correlacionada também coloca termos 
usados na teoria de Jean Piaget. Porém, a banca informa um conceito específico a ser enunciado. Agora, 
vimos a importância de compreender de forma profunda a teoria de Piaget. Por isso, fizemos um grande 
apanhado teórico do autor. Esta é uma questão difícil para quem apenas só memorizou termos 
específicos sem o devido entendimento. 
A alternativa A está incorreta. A equilibração é um termo que designa o equilíbrio entre os processos 
de assimilação e acomodação. Inferir que este termo é sinônimo de adaptação ou de inteligência é 
exagerar um pouco no alcance do conceito. 
A alternativa B está incorreta. Dentro da teoria do Piaget não cabe o termo, pois “consolidar” é próprio 
de processosde ensino-aprendizagem de transferência de conhecimento. Não é o caso quando o aluno 
constrói o conhecimento 
A alternativa C está correta. O termo adaptação é sinônimo para inteligência. 
A alternativa D está incorreta. O termo apenas designa a origem do conhecimento e é o nome geral 
dado à teoria dele. Nada tem a ver com o conceito de inteligência. 
A alternativa E está correta. Embora se possa entender que a teoria piagetiana possa conter elementos 
que sugerem que a interação entre o sujeito e o objeto é uma condição para seu desenvolvimento 
cognitivo, isso não autoriza a usar este termo como sinônimo de inteligência. 
Para finalizar a teoria piagetiana, vamos trabalhar um pouco com os aspectos de estágio de 
desenvolvimento. 
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Muitos candidatos decoram as características principais e suas correspondências com as idades. No 
entanto, fica mais fácil compreender a ideia geral de desenvolvimento humano de Piaget e, a partir 
disso, inserir algumas características e idades comuns. 
O aspecto central da teoria de desenvolvimento do Piaget diz respeito ao processo de descentração 
progressiva do sujeito. Em outras palavras, o sujeito inicia sua vida com uma forte tendência a 
interagir com o mundo a partir do seu ponto de vista apenas. Na medida que ocorrem interações 
diversificadas, o sujeito percebe que o mundo não lhe faz reverência a sua forma específica de pensar. 
Assim, ele caminha para o processo de descentração ao longo da vida. 
 
 Os estágios são formas de interagir com o mundo de formas diferentes. Há mais ou menos uma média 
de idade, mas estas não são extremamente fixas e podem variar de uma cultura para outra. A bancas 
de concurso pedem a média destas idades. Uma dica importante é que algumas características de 
maior centralidade do pensamento são próprias de idades mais tenras. 
Um exemplo é o egocentrismo. Essa é uma característica que a criança tem ao pensar o mundo a partir 
de uma quase irredutível flexibilidade por volta dos 4 anos de idade. Em termos afetivos e cognitivos 
a criança pensa a partir do seu próprio ponto de vista particular. Ela observa fenômenos físicos e 
diz que aconteceu um trovão porque o céu quis assim. Ou ela tem dificuldade em dividir um brinquedo 
porque é dela e de mais ninguém. 
As faixas etárias em geral são classificadas dessa forma com suas características específicas: 
Período Sensório-motor (até 2 anos de idade): A criança interage fisicamente com os objetos. É 
através da experiência do contato físico com o mundo que a criança poderá construir sua 
inteligência. 
Período Pré-Operatório (2 a 6 anos de idade): A criança interage com o mundo de maneira 
simbólica. É nesta fase que emerge a linguagem e sua função simbólica. Já consegue nomear objetos 
e sentimentos, porém muitas explicações carecem de lógica ou uma relação satisfatória de causalidade. 
É nesta etapa que está o egocentrismo. A criança passar a explicar muitos fenômenos do mundo a partir 
de uma relação pouco lógica relacionada consigo mesma ou com propriedades inexistentes em objetos. 
Período Operatório Concreto (7 a 11 anos de idade): É a fase que a criança começa a abandonar sua 
centralidade de pensamento para começar a explicar o mundo de uma maneira lógica. Assim, ela 
CENTRAÇÃO (nascimento)
INTERAÇÃO COM O 
MUNDO (busca de 
descentração)
DESCENTRAÇÃO
(conquista da autonomia)
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passa a compreender o mundo de uma forma de causalidade concreta. Há a dificuldade de estabelecer 
relações lógicas se não se dispõe de elementos palpáveis ou concretos. 
Período formal (12 anos em diante): É o início do pensamento abstrato que irá acompanhar o 
adolescente pela vida adulta. 
 
FGV - Professor (Pref Boa Vista)/Licenciado em Pedagogia/2018 - Observe a situação abaixo, 
ocorrida em uma escola de Educação Infantil. 
“Clara é professora da turma de crianças de 5 anos, na Educação Infantil. Em sua reunião com a 
coordenadora, a professora disse estar preocupada, pois muitos de seus alunos estavam criando 
histórias onde objetos (como lápis, caderno...) ganhavam voz, acontecimentos... A coordenadora 
lhe explicou que, de acordo com Piaget...” 
A alternativa que completa adequadamente a explicação da coordenadora é: 
a) o artificialismo (dar características humanas a objetos) é um sintoma de uma patologia infantil e 
merece atenção; 
b) o animismo (dar características humanas a objetos) não é uma característica comum às crianças na 
educação infantil e o caso merece atenção; 
c) o artificialismo (dar características humanas a objetos) é uma característica comum na fase sensório-
motora, anterior ao estágio daqueles alunos; 
d) o animismo (dar características humanas a objetos) é uma característica comum na fase pré-
operatória (2 a 7 anos); 
e) o animismo (dar características humanas a objetos) é uma característica comum na fase operatório-
concreta, posterior ao estágio daqueles alunos. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Piaget não trabalha com conceitos de patologias infantis. Ele aborda a 
questão da construção da inteligência na criança 
A alternativa B está incorreta. O animismo é uma característica comum na Educação Infantil. 
A alternativa C está incorreta. O período sensório-motor é uma relação física com os objetos. O 
artificialismo não é uma característica desta fase. 
A alternativa D está correta. Dar características humanas a objetos é próprio de centração do 
egocentrismo. Está na fase pré-operatória. 
A alternativa E está incorreta. O período operatório-concreto é o início das relações lógicas da criança. 
O animismo é a ausência destas relações lógicas. 
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1.5 - Processos de Ensino-Aprendizagem baseado em Lev 
Vygotsky5 
Este teórico da educação é muito cobrado em diversas bancas na área da educação. Dessa forma, vale a 
pena um estudo mais aprofundado do autor. Fique atento! 
 
Lev Vygotsky (1896-1934) foi um cientista na área da psicologia do desenvolvimento do início do 
século XX. Formou primeiramente em teoria literária, realizou formação na área médica e depois iniciou 
seus estudos na área de psicologia. 
Vygotsky viveu a transição de regime do antigo Império Russo para a constituição da União Soviética. 
Assim, ele esteve no amplo debate sobre as influências do marxismo como filosofia aplicada à Ciência 
em diversos campos. No caso do autor, sua concepção de psicologia teve influência muito marcada desta 
corrente da filosofia. Então, vamos explicar um pouco sobre ela. 
A filosofia marxista deriva da obra vasta de Karl Marx (1818-1883) sobre política, história e sociologia 
da humanidade até o final do século XIX. Para o nosso estudo, vamos nos atentar a algumas 
características propriamente filosóficas que tiveram influência no pensamento de Vygotsky. 
O marxismo possui quatro categoria essenciais que norteiam uma forma peculiar de ver o mundo. São 
as categorias que compõe a dialética marxista. Vamos enumerá-las abaixo: 
Contradição. Esta é uma categoria interpretativa e ao mesmo tempo uma categoria intrínseca ao 
movimento do mundo real. Está sempre presente uma relação de conflito. Implica em entender a 
realidade como um movimento inacabado. 
Dentro desta categoria está o conceito de superação. De forma conjunta e simultânea, esta categoria 
interpretativa entende que há uma negação da realidade anterior, umapreservação parcial desta 
mesma realidade e, posteriormente, um avanço qualitativo em direção a uma nova realidade. 
Totalidade. Implica em pensar uma relação entre as partes e o todo de um fenômeno humano. O 
todo não é a soma das partes. Há uma relação de determinação recíproca entre o todo e as partes. 
Reprodução. Ou seja, é a tendência do mundo de repetir situações já vividas pela humanidade. 
 
5 Baseado na obra Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da Educação. Teresa Cristina Rego. Editora Vozes, 
2013. 
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Mediação. Esta é uma categoria muito importante para o nosso estudo. Boa parte das 
questões tratam sobre a categoria de mediação na psicologia de Vygotsky. A realidade 
concreta do mundo não é sentida de forma imediata. É, sobretudo, mediada por 
inúmeros recursos como a política, as leis, a educação. 
Toda relação que temos com o mundo é mediada por outras ações humanas que vieram antes 
de nós. Não conseguimos ter uma relação direta com a realidade, mas somente mediada 
por instância que já estavam antes no mundo de nós. Podemos citar o exemplo das leis que 
mediam a nossa vida muito antes da nossa chegada. As leis conferem uma intermediação 
entre o sujeito e a realidade. 
Neste momento, você deve estar se perguntando: Como essas categorias estão inseridas na teoria de 
Vygotsky? Então vamos lá. Vamos seguir na mesma ordem que enumerei acima. Para fins didáticos, 
vamos nomear a partir de agora a psicologia de Vygotsky como psicologia socio-histórica. Você já vai 
entender logo abaixo a razão disso. 
A categoria da contradição está no bojo da psicologia socio-história. Isso porque a criança possui: 
Zona de desenvolvimento real: o desenvolvimento real revela o que o aluno pode realizar 
sozinho. Em outras palavras, são atitudes e conceitos que domina sem a necessidade da ajuda de outro 
sujeito. Ela não precisa de ajuda do professor e nem de um colega da turma para realizar uma 
determinada atividade. 
Zona de desenvolvimento potencial: É aquilo que o aluno não é capaz de fazer de nenhuma forma 
nem sozinha e nem com outras pessoas ajudando. 
Zona de desenvolvimento proximal: A zona de desenvolvimento proximal é aqui que ela consegue 
fazer uma parte do que não conseguiria sozinha com ajuda de outras crianças ou adultos. 
 
Vamos dar um exemplo. Em uma turma de educação infantil, uma criança já consegue recortar 
sozinha uma atividade de artes. Outras crianças precisam de auxílio, mas esta especificamente 
não precisa. Porém, esta mesma criança necessita de auxílio dos colegas para se balançar no 
balanço do parquinho da escola. 
Observe a categoria da contradição. A mesma criança que recorta sem nenhum auxílio é a 
mesma que necessita de ajuda dos colegas na hora do parque. Dito isso, do ponto de vista 
psicológico, podemos enfatizar que o sujeito possui a contradição em si mesmo. Há situações 
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em que possui uma zona de desenvolvimento real e não necessita de auxílio para determinadas 
tarefas. No entanto, há outras que necessita de auxílio dos colegas ou do professor. 
 
A consequência para a atividade educativa é importante estar relatada. 
A psicologia socio-histórica preconiza que o professor deva sempre estar trabalhando na contradição 
psicológica do aluno. Em outras palavras, o docente deve incentivar a zona de desenvolvimento 
proximal. O educador que não promove a aprendizagem da turma como deveria, quando deixa as 
crianças apenas na sua zona de desenvolvimento real. Isto é, elas apenas fazem atividades que 
conseguem realizar sozinhas sem auxílio do professor ou dos colegas. Para Vygotsky, é necessário a 
zona de desenvolvimento proximal, pois ela estabelece uma ligação entre o desenvolvimento 
real e o potencial da criança. Isso porque a aprendizagem de algo ainda pouco proficiente puxa o aluno 
a galgar para níveis mais elevados do intelecto humano. 
Vamos resolver uma questão sobre este tema para ficar mais claro? 
 
FGV - Professor (Pref Boa Vista)/Licenciado em Pedagogia/2018 - “Beatriz leciona para o 2º ano 
do ensino fundamental. Em uma atividade em grupos que propôs a seus alunos percebeu que a 
maioria deles recorria à contagem de objetos para realizar adições simples. Assim, planejou 
para a aula seguinte uma atividade em que seus alunos seriam desafiados a operar a adição em 
um jogo sem o recurso de objetos.” 
Seguindo a concepção de Vygotsky sobre a aprendizagem, é correto afirmar que a professora: 
a) deveria ter continuado trabalhando com objetos, na zona de desenvolvimento real das crianças; 
b) deveria incentivar que os alunos trabalhassem individualmente; 
c) agiu adequadamente, estimulando o conhecimento potencial dos alunos; 
d) agiu adequadamente, reforçando que as crianças se mantenham no nível de conhecimento que 
apresentam; 
e) não deveria intervir, uma vez que as crianças constroem sozinhas seu conhecimento. 
Comentários: 
Observe que a questão não trouxe o nome de Vygotsky, mas pede o conceito do autor. Além disso, a 
banca coloca uma situação que tem que ser analisada pela psicologia socio-histórica. A questão fica um 
pouco mais difícil pela não nomeação do autor e pela interpretação de uma situação concreta. 
A alternativa A está incorreta. O trabalho apenas com a zona de desenvolvimento real não propicia que 
a criança avance para novas aprendizagens. 
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A alternativa B está incorreta. Trabalhar individualmente é majoritariamente estar dentro da zona de 
desenvolvimento real. 
A alternativa C está correta. A professora ao retirar a contagem de objetos forçou as crianças a 
interagirem entre si e estimulou a zona de desenvolvimento potencial. Isso porque já na descrição da 
situação a banca colocou que as crianças já conseguiam fazer sozinhas a contagem de objetos. 
A alternativa D está incorreta. Reforçar o conhecimento no nível que estão as crianças é estar dentro 
da zona de desenvolvimento real. 
A alternativa E está incorreta. Pelo contrário, as crianças não constroem sozinha o conhecimento. Elas 
constroem com auxílio do professor ou dos colegas. Esta é a característica da zona de desenvolvimento 
potencial. 
A categoria da relação de reciprocidade entre totalidade e partes está inscrita na psicologia 
histórico-cultural pela trajetória do desenvolvimento humano. Essa perspectiva estabelece que o 
desenvolvimento ocorre através do nível interpsíquico para o nível intrapsíquico. Em outras 
palavras, a totalidade do mundo adentra a função psicológico do indivíduo. A totalidade está inscrita 
nas partes. As partes estão inscritas na totalidade. 
 
Podemos dar um exemplo. As crianças estão inseridas em um contexto cultural (totalidade). 
Porém, a forma como ela percebe valores culturais deste meio é específica e individual (partes), 
isto é, intrapsíquica. 
Outra categoria interessante para análise é a reprodução. Vygotsky estabeleceu que muitas 
aprendizagens das crianças ocorrem pela imitação. Muitas vezes as crianças imitam o comportamento 
dos adultos nas brincadeiras infantis. Esta reprodução não é apenas uma atividade fortuita, mas, 
sobretudo, uma maneira da criança apropriar-se de conceitos ou valores do mundo exterior. 
Neste ponto, a brincadeira é vista como uma atividade ricamente benéfica para o desenvolvimento 
infantil. Isso porque na brincadeira a criança reproduz o comportamentoadulto ao mesmo tempo 
que o compreende. 
A quarta categoria, que é mais cobrada nas bancas, é a mediação. Vamos fazer uma descrição 
pormenorizada. 
Vygotsky estudou as funções psicológicas superiores, ou seja, aquelas relativas ao funcionamento 
próprio do ser humano. Mais do que isso, ele compreendeu que estas funções não podem ser definidas 
apenas pelo comportamento ou delimitadas em alguma área específica do cérebro. 
Cientistas anteriores a ele não acreditavam que o comportamento poderia ser explicado por áreas 
específicas cerebrais. Além disso, acreditavam que o comportamento era definidor das características 
humanas. Vygotsky mostrou que funções complexas humanas como pensamento consciente, atenção 
concentrada e linguagem não poderiam ser explicadas pelas teorias comportamentais. 
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Para se contrapor ao discurso comportamental vigente na época, Vygotsky propôs o conceito de 
mediação. 
 
Para o autor, toda relação que o ser humano estabelece com o mundo é uma relação 
mediada. Sua crítica estava ancorada na compreensão de que as funções complexas 
humanas não podiam ser moduladas pela relação direta com objetos. Os 
comportamentais acreditavam que sim. 
Mas o autor em questão, demonstrou como no campo da linguagem a aprendizagem de 
conceitos ocorre através de signos semióticos. Esses signos podem ser palavras, sinais de 
trânsito ou até meios de comunicação. Para ele a aprendizagem ocorre sempre através de 
um elemento mediador entre o sujeito e o objeto. A linguagem ocorre justamente como 
um elemento de mediação. 
As crianças passam a conhecer o mundo através do uso da linguagem. Como ele demonstrou, o 
pensamento infantil está em intersecção com a linguagem desde os momentos mais tenros da 
infância. O pensamento e a linguagem possuem uma correspondência recíproca. 
Podemos citar um exemplo da fala egocêntrica da criança. Ao mesmo tempo que ela fala 
sozinha, ela também está pensando sobre o que está dizendo. 
É uma característica propriamente humana de mediação entre o sujeito e o mundo que 
está sendo intermediado pela linguagem. 
Para corroborar o que dissemos acima, você pode observar que a psicologia é histórica uma vez que 
utiliza de elementos de mediação que existem no mundo (escrita, meio de comunicação). Assim, como 
a teoria é cultural, esse processo de mediação somente pode ocorrer dentro da cultura. Podemos 
utilizar esse termo no plural: culturas. Para Vygotsky, não há o desenvolvimento das funções 
psicológicas superiores apenas em um tipo de cultura. O ser humano pode se desenvolver ao longo da 
vida em variados contextos históricos e culturais. 
Vamos analisar uma questão para que isso fique mais claro? 
 
VUNESP - Professor (Pref Birigui)/1º ao 5º ano do Ensino Fundamental e de Educação de Jovens 
e Adultos EJA/2018 - Em sua abordagem sócio-histórica, Vygotsky (apud Durante, 1998) afirma 
que 
a) a idade adulta é uma fase estável em que não ocorrem mudanças no desenvolvimento psicológico. 
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b) o aprendizado ocorre de forma mais lenta e após o desenvolvimento cognitivo. 
c) o desenvolvimento cognitivo é um processo inato e universal determinado pela maturação. 
d) o conhecimento resulta de processos de interação em diferentes contextos sociais. 
e) os mecanismos psicológicos mais sofisticados são inatos e universais. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Pelo contrário, Vygotsky estabelece a mudança de desenvolvimento ao 
longo da vida através dos inúmeros processos de mediação psicológica. 
A alternativa B está incorreta. Não há nenhum indício na psicologia histórico-cultural que faz menção 
ao desenvolvimento lento após o desenvolvimento cognitivo. Esta alternativa é puro senso comum, 
revelando que não está embasada na teoria psicológica de Vygotsky. 
A alternativa C está incorreta. Pelo contrário, Vygotsky é contrário às funções inatistas e também 
àquelas ligadas à psicologia comportamental. O autor estabelece o desenvolvimento humano através de 
inúmeras oportunidades ao longo da vida. 
A alternativa D está correta. Na psicologia histórico-cultural o sujeito desenvolve-se através de 
diferentes contextos sociais. Está colocada a questão central da cultura em Vygotsky. 
A alternativa E está incorreta. Pelo contrário, as funções psicológicas superiores (complexas) são 
oriundas de mecanismos de mediação entre o sujeito e o mundo ao longo da vida. Não há inatismo 
propriamente dito. 
Para finalizar, fizemos alguns apontamentos sobre as consequências da psicologia histórico-cultural no 
campo da educação. Elas são interessantes de serem estudadas, uma vez que as bancas podem requer 
de você um posicionamento frente alguma situação concreta: 
 
Consequências pedagógicas das Funções Psicológicas Superiores: O professor pode entender que o 
desenvolvimento das crianças é global e complexo; Não há soluções simples comportamentais para 
lidar com os comportamentos inadequados; O uso da linguagem pode ser um instrumento poderoso a 
ser utilizado em sala de aula; Não é possível desenvolver atividades apenas para um tipo de 
habilidade. O professor deve pensar que as atividades trabalham diferentes habilidades humanas 
simultaneamente. 
Consequências pedagógicas da Mediação: O professor é o principal elemento mediador entre a 
criança e o conhecimento humano; O cuidado com bons processos de mediação podem ocorrer com a 
escolha do material didático a ser trabalhado, uso da linguagem do professor em sala de aula e utilização 
de recursos tecnológicos diferenciados; A mediação é o principal caminho que o professor pode escolher 
para que seus alunos desenvolvam melhor. 
Consequências pedagógicas da zona de desenvolvimento real: Aquilo que a criança consegue fazer 
sozinha sem ajuda; Os alunos que ficam apenas nesta zona não consegue galgar novos níveis de 
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aprendizagem. É um conhecimento importante que o professor precisa ter, pois ele necessita saber 
como iniciar um processo didático 
Consequências pedagógicas da zona de desenvolvimento proximal: Aquilo que a criança consegue 
fazer com ajuda de colegas ou do professor; A aprendizagem ainda não consolidada "puxa" o 
desenvolvimento; As crianças conseguem alcançar melhor desenvolvimento geral quando são 
desafiadas em sala de aula; O professor deve propor situações ou problemas motivadoras para que as 
crianças busquem novos conhecimentos que podem estar além de capacidade atuais delas. 
Consequências pedagógicas do Contexto Histórico-Cultural: Não existe uma forma de cultura certa e 
outra errada; Cada aluno pode se desenvolver segundo seus próprio contexto cultural e histórico; 
A escola pode ser um dos contextos que a criança está inserida, mas não é o único; Cada criança possui 
sua história de vida familiar e escolar e estes aspectos devem ser considerados no planejamento 
didático. 
1.6 - Processos de Ensino-Aprendizagem baseado em Henry 
Wallon6 
Henry Wallon (1879-1962) foi médico e psicólogo francês que se dedicou a estudar o 
desenvolvimento da pessoa. Alguns autores utilizam o termo psicogênese da pessoa como forma de 
designar a origem do psiquismo humano. Mas para você não confundir com a psicogênese da língua 
escrita que estudamos nesta aula, vamos utilizar o termo desenvolvimento humano ou da pessoa. 
O estudo que o autor fez da criança foi contextualizá-la em seu meio. Issoquer dizer que ele 
acreditava nas interações recíprocas entre sujeito e ambiente. No entanto, ele não era 
determinístico como no caso do behaviorismo que corroborava a ideia que o ambiente molda o 
comportamento humano. 
Wallon entendia que as interações entre sujeito e contexto social e cultural possibilitava 
singularidades únicas no processo de desenvolvimento. Há uma relatividade entre as determinações 
ambientais sobre o sujeito, uma vez que acreditava que havia princípios funcionais do sujeito que regem 
determinadas determinações físicas que necessitavam ser compreendidas. 
Como consequência, os fatores orgânicos e os fatores sociais tinham determinações recíprocas 
entre si. Um exemplo que podemos dar é a aquisição da linguagem/fala na criança. Se ela não for 
estimulada pelos pais e pelo professor, a maturação do cérebro e do aparelho fonador não adianta por 
si só. É necessário que a crianças esteja em um ambiente de muito diálogo e linguagem para que consiga 
desenvolver a fala. 
Uma questão sobre a interação entre sujeito e meio, segundo Wallon. 
 
6 Baseado em: GALVÃO, Izabel. Henry Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis: Vozes, 
1995. 
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VUNESP - Agente Operacional (Pref Cerquilho)/2019 -Lev Vigotski e Henri Wallon são dois 
pesquisadores da área da psicologia que integram a perspectiva interacionista do 
desenvolvimento infantil. Ambos trouxeram grandes contribuições ao conhecimento sobre a 
forma de a criança ser e se modificar e exercem significativa influência na educação infantil. É 
correto afirmar que seus trabalhos, inseridos em uma linha teórica que pode ser chamada de 
sócio-histórica, compreendem a ideia de que 
a) o desenvolvimento humano se dá através da existência de uma relação recíproca entre indivíduo e 
meio. Decorre, por meio das trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a vida entre indivíduo 
e meio, cada aspecto influindo sobre o outro. 
b) fatores hereditários e orgânicos são a base do desenvolvimento infantil, de forma que as 
transformações nas capacidades psicológicas dependem muito pouco da influência de fatores externos. 
c) uma vez que criança é um ser de capacidades inatas, o seu aprendizado e desenvolvimento são 
consequências naturais da evolução do potencial cognitivo. Com o passar do tempo, a criança vai 
conhecendo o mundo por meio de ações que trabalham sensações e movimentos. 
d) o ambiente é o principal elemento de determinação do desenvolvimento humano. Dadas as mesmas 
condições de aprendizagem às crianças, todas elas se desenvolverão da mesma forma, ao mesmo tempo. 
e) os eventos que ocorrem após o nascimento não são essenciais e/ou importantes para o 
desenvolvimento, uma vez que a criança “já nasce pronta” e “amadurece” naturalmente. 
Comentários: 
A alternativa A está correta. Há uma relação recíproca entre indivíduo e meio em Wallon. Foi o que 
explicamos na reciprocidade entre fatores orgânicos e fatores sociais. Wallon é um autor que utiliza a 
dialética para pensar o desenvolvimento humano. Não há em sua teoria uma determinação única de 
desenvolvimento infantil. 
A alternativa B está incorreta. Pelo contrário, Wallon acreditava na influência do contexto social e 
cultural no desenvolvimento da criança. 
A alternativa C está incorreta. Pelo contrário, Wallon argumentava pela interação entre organismo e 
contexto. Assim como não há determinação única do ambiente sobre o sujeito, também não há do sujeito 
sobre o ambiente (como é o caso de capacidades inatas) 
A alternativa D está incorreta. Pelo contrário, Wallon não foi a favor da determinação do ambiente 
sobre o sujeito. Esta forma de pensar o ser humano é mais própria do behaviorismo ou 
comportamentalismo. 
A alternativa E está incorreta. Como mostramos na parte teórica, Wallon corroborava com a ideia que 
determinadas maturações biológicas era necessária para o desenvolvimento humano. É só lembrar o 
caso da fala na criança. Só a questão biológica não explica o seu desenvolvimento. 
As emoções e a afetividade são as grandes influenciadoras do ritmo do desenvolvimento. Assim, o 
autor pensou em desenvolvimento de campos funcionais que levassem em consideração a sua visão 
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dialética de desenvolvimento: descontínuo e assistemático. Wallon não acreditava que o 
desenvolvimento da criança fosse linear, mas sobretudo marcado por incorporações de estágios 
anteriores, regressões e superação com avanços qualitativos. 
Todas estas possibilidades refletem a influência das emoções e da afetividade na construção do 
psiquismo da criança. O cognitivo e o afetivo mutuamente interagem entre si. Em algumas etapas 
há preponderância das emoções e/ou da afetividade. Em outras, há uma ênfase maior no 
desenvolvimento cognitivo, porém sempre com a presença das emoções ou do aspecto afetivo. Você 
observou que a questão da afetividade é um aspecto central na Teoria de Wallon? 
Outra questão importante, é o tema do movimento para Wallon. Isso porque ele atrelava o 
movimento a questão da afetividade. Ele corroborava a ideia de que o movimento no seu início possui 
forte traços afetivos, em virtude da relação da criança com o meio. Progressivamente, o movimento vai 
se afastando do afeto e vai entrando na esfera cognitiva. Mas os traços afetivos sempre estão presente 
em maior ou menor medida. 
 
UNESC - Especialista (Pref Criciúma)/Assuntos Educacionais Orientador Educacional/2018 - 
Wallon acreditava que o ser humano é organicamente social. Em seus estudos propôs três eixos 
que se entrelaçam diferentemente ao longo do desenvolvimento da criança. São eles: 
a) cultura, a inteligência e a sexualidade. 
b) a organicidade, a sexualidade e a inteligência. 
c) o biológico, o inato e a organização interna. 
d) a afetividade, a motricidade e a cognição. 
Comentários: 
A alternativa A está incorreta. Wallon não tem sua teoria centrada na sexualidade, embora os termos 
cultura e inteligência podem estar contemplados de alguma maneira em sua teoria. 
A alternativa B está incorreta. Wallon não tem sua teoria centrada na sexualidade, embora os termos 
organicidade e inteligência podem estar contemplados de alguma maneira em sua teoria. 
A alternativa C está incorreta. Pelo contrário, Wallon é um autor interacionista que acredita na 
construção do afeto e da cognição na interação entre sujeito e meio. Não há na sua visão uma 
determinação do meio sobre o indivíduo. 
A alternativa D está correta. Exatamente. Aqui a motricidade pode ser entendida como sinônimo de 
movimento. Afetividade, movimento e cognição estão mutualmente entrelaçados em razão da gênese 
afetiva que as emoções e o afeto possuem no início da vida humana. 
As relações entre cognição e afeto propiciam cinco estágios de desenvolvimento que caracterizam o 
sujeito de acordo com os fatores físicos e os fatores sociais. Nestes estágios, há uma relação entre 
afetividade, emoções e cognição de modo muito íntimo. 
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Os estágios não são lineares. Wallon propõe uma forma de entendê-los de maneira dialética. Ou seja, 
cada estágio superior consegue manter algumas características do anterior. Há a incorporação de 
algumas características que se mantém de alguma forma mais atenuadas. Por outro lado, um 
estágio representa uma ruptura com o anterior, na medida que inaugura novas características no 
desenvolvimento dacriança. Portanto, há os dois movimentos: manutenção de características antigas 
de estágios anteriores e inauguração de características totalmente novas. 
Preste atenção em cada uma das descrições. Este assunto cai muito em prova. 
 
 Estágio impulsivo-emocional (até 1 ano de idade): Esta etapa é dominada pela emoção. Diz respeito 
ao primeiro ano de vida da criança. Todas suas reações são marcadas pela predominância das 
emoções. O sujeito ainda não possui condições de ligar com elas. Sua relação com o mundo exterior é 
marcada pela presença de emoções que tomam o bebê em toda a sua integralidade do seu ser. 
Estágio sensório-motor e projetivo (2-3 anos de idade): Compreende o segundo ano de vida e vai até 
o terceiro. A principal característica desta etapa é a aquisição inicial da função simbólica e da 
linguagem. O uso da denominação "projetivo" caracteriza a necessidade da criança exteriorizar seu 
pensamento em atos motores. Diferente do estágio impulsivo-emocional, há uma ênfase da função 
cognitiva em relação às funções afetivas. 
Estágio do personalismo (3-6 anos de idade): Etapa dos três aos seis anos de idade. A questão central 
aqui é a construção da personalidade. É neste momento que se tem consciência de si e do outro e o 
momento que ocorrem as interações sociais e grupais tão importantes para o desenvolvimento. 
Aqui há um novo direcionamento do afeto para as pessoas ao invés da tomada do ser de modo 
indistinto no caso do estágio impulsivo-emocional. 
Estágio categoria (6-11 anos de idade): Começa em torno de 6 anos de idade. Etapa que ocorre a 
consolidação da função simbólica, sendo que a construção da personalidade no estágio anterior já 
ajuda na elaboração da inteligência. Há o progresso intelectual em diferentes atividades cognitivas e 
o interesse para o mundo exterior. Por exemplo, podemos citar o interesse da criança por animais 
que tanto ocorre nesta faixa etária. 
Estágio da adolescência (11-12-13 anos de idade): Acontece na crise da puberdade. A tranquilidade 
afetiva das etapas anteriores cede lugar para crises e conflitos relacionados à identidade, 
intimidade, moralidade e visão de mundo em geral. São crises de fundo afetivo e não só apenas 
cognitivo. Muitas vezes o discurso do adolescente pode parecer muito coeso, mas o fundo de muitas 
questões é afetivo. A ênfase nos assuntos já elencados é uma prova da sobreposição do afetivo sobre o 
cognitivo nesta etapa. 
Agora, vamos fazer três questões seguidas sobre estes estágios, já que são muito cobrados em prova. 
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INCAB (ex-FUNCAB) - Professor PIII (Anápolis)/Pedagogo/2015 - No campo da psicologia do 
desenvolvimento, diversos autores teorizam sobre estágios, fases, etapas de evolução tanto 
biológicas, quanto cognitivas. Teorias essas, amplamente absorvidas no âmbito pedagógico. 
Sobre estágio de desenvolvimento à luz da perspectiva da psicogenética walloniana, é correto 
afirmar: 
a) Há no estágio denominado sensório-motor e projetivo um marco fundamental característico que é o 
desenvolvimento da função simbólica e da linguagem com predominância das relações cognitivas com 
o meio. 
b) O desenvolvimento pressupõe linearidade, de forma que a passagem de um estágio para outro é uma 
ampliação e reformulação do estágio anterior. 
c) No estágio do personalismo, a afetividade aparece de forma mais racionalizada e há predominância 
do aspecto cognitivo, impondo novos contornos na formação da personalidade. 
d) Condutas existentes em um estágio anterior do desenvolvimento não persistem e não se manifestam 
em etapas seguintes. A criança passa integralmente por cada estágio sem sobreposições de 
comportamentos anteriores. 
e) O ritmo, através do qual se sucedem as etapas ou estágios de desenvolvimentos propostos, possui 
caráter contínuo e suave, sem rupturas. 
Comentários: 
A alternativa A está correta. Exatamente. É neste estágio que a criança se "abre" para o mundo e 
abandona os impulsos das emoções que a tomam. Ela projeta a função cognitiva em atos motores como 
forma de estruturar o pensamento. 
A alternativa B está incorreta. Pelo contrário, Wallon afirma que o desenvolvimento não é linear. Há 
retrocessos, incorporações e algumas características de estágios anteriores se mantém nos seguintes de 
alguma forma. 
A alternativa C está incorreta. Não há a sobreposição do aspecto cognitivo sobre o afetivo, mas o 
direcionamento do afeto é realizado para as pessoas. É o período de maior interações sociais. 
A alternativa D está incorreta. Wallon acredita que a evolução dos estágios é dialética, portanto, alguns 
aspectos dos estágios anteriores se mantêm nos seguintes. 
A alternativa E está incorreta. Wallon argumenta que há superações, ou seja, rupturas com os estágios 
anteriores. Embora se possa manter algumas características antecedentes, há mudanças qualitativas no 
funcionamento do psiquismo. 
 
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Henri Wallon, estudioso francês se dedicou ao entendimento do psiquismo humano. Em seus 
estudos desenvolveu a psicogênese da Pessoa Completa, teoria através da qual explica o 
desenvolvimento como uma progressiva construção estruturada em cinco estágios sucessivos. 
Em relação aos estágios de desenvolvimento, é correto afirmar que: 
a) a sucessão dos estágios de desenvolvimento é marcada por rupturas, conflitos e retrocessos e traz 
mudanças significativas nas formas de atividade do estágio anterior; 
b) nos três primeiros estágios de desenvolvimento há predominância cognitiva afetiva e nos dois 
últimos há predominância afetiva. 
c) a passagem de um estágio de desenvolvimento a outro se dá linearmente através de uma ampliação 
de sistemas menos complexos para sistemas mais complexos; 
d) com a passagem de um estágio de desenvolvimento mais simples para um mais complexo, a criança 
não mais apresentará condutas típicas do estágio ultrapassado; 
Comentários: 
A alternativa A está correta. A descrição da alternativa mostra que o desenvolvimento não é linear, mas 
possui uma dinâmica dialética. Ou seja, há retrocessos, incorporações e avanços. 
A alternativa B está incorreta. No primeiro estágio impulsivo-emocional e no terceiro estágio 
personalismo há a predominância de demandas afetivas na criança. 
A alternativa C está incorreta. Pelo contrário, Wallon defende que um estágio ao outro não se dá de 
maneira linear, mas dialética. Em outras palavras, há retrocessos, incorporações e avanços na relação 
entre um estágio e outro. 
A alternativa D está incorreta. A criança apresenta resquícios de condutas de uma etapa anterior, pois 
algumas características são incorporadas no estágio seguinte. 
 
 
NUCEPE UESPI - Professor (Pref Parnaíba)/Anos Iniciais Educação Básica/2015 - Os estágios de 
desenvolvimento proposto por Wallon traduzem o percurso ou etapas que a criança deve vencer 
na construção de uma personalidade saudável. Wallon concebe o sujeito como pessoa completa 
e integrada, em que os aspectos motor, afetivo e cognitivo se constituem como conjuntos 
funcionais, vinculados entre si. 
Assinale a opção que aponta os estágios de desenvolvimento, segundo a teoria Walloniana: 
a) Operações formais; pré-operacional; alternância funcional; impulsivo emocional; categorial. 
b) Zona proximal; afetividade; cognitivo relacional; personalismo; puberdade e adolescência 
c) Impulsivo emocional; sensório-motor e projetivo; personalismo; categorial; puberdade e 
adolescência. 
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