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o Defesas corporais contra infecções e microrganismos sendo constituído por órgãos, células e moléculas. O sistema imunológico e composto pelos seguintes órgãos: →Primários = medula óssea (produção de todas as células do sist. imunológico e amadurecimento de todas as células menos linfócitos T) e timo (amadurecimento dos linfócitos T). →Secundários = Baço (aprisionam os antígenos levados a eles pelos macrófagos e células dendríticas presentes na corrente sanguínea), Linfonodos (Local onde encontram-se os linfócitos aos quais os antígenos são apresentados pelas APCs), MALT (tecidos linfóides associados à mucosa – tonsilas, placas de payer no intestino), SALT (tecido linfóide associado à pele), BALT (tecido linfóide associado aos brônquios). O sistema imunológico se divide em imunidade inata e adaptativa. IMUNIDADE INATA: - É responsável pela proteção inicial, está presente nos indivíduos saudáveis, não se altera mediante exposições repetidas a um agente, reage contra microrganismos, mas não reage contra substâncias estranhas não infecciosas. ➢ Agentes Efetores da Resposta Inata: 1- Barreiras epiteliais: mecanismos capazes de proteger das mais variadas formas a exposição a agentes patógenos. As barreiras podem ser anatômicas ou fisiológicas. – Anatômicas: a. Fatores mecânicos: a pele age como nossa primeira linha de defesa contra organismos invasores. b. Fatores Químicos: suor, lágrima, saliva e secreção nasal, secreção gástrica previnem o crescimento de bactéria. c. Fatores Biológicos: A flora normal da pele e no trato gastrointestinal pode prevenir a colonização de bactéria patogênica. – Fisiológicas a) Fluxo urinário, batimento dos cílios e sistema respiratório. 2- Células Fagocitárias: NK, Macrófago e Neutrófilo • Os neutrófilos e macrófagos são células fagocitárias. • Os neutrófilos são células de vida curta e se localizam no sangue, migrando para tecidos quando necessário. • Os monócitos são células que vivem no sangue e quando vão para os tecidos são diferenciados e denominados macrófagos. • Os macrófagos que se encontram nas células da glia são denominados micróglia; no fígado são denominadas células de kupffer; nos ossos são denominadas osteclastos e nos pulmões são denominadas macrófagos alveolares. 3- Proteínas do sangue incluindo frações do sistema complemento 4- Citocinas Componentes Funções Principais Barreiras Camadas epiteliais Evitar entrada de bactérias Defensinas/Catalecidina Destruição bacteriana Linfócitos intra-epiteliais Destruição bacteriana Células efetoras circulantes Neutrófilos Fagocitose e destruição iniciais dos micróbios Macrófagos Fagocitose e destruição eficiente dos micróbios, secreção de citocinas que estimulam inflamação. Células NK Lise de células infectadas, ativação dos macrófagos Proteínas efetoras circulantes Complemento Destruição dos micróbios, opsonização dos micróbios, secreção de citocinas que estimulam a inflamação. Lectina ligadora de manose (colectina) Opsonização dos micróbios, ativação do complemento Proteína C reativa Opsonização dos micróbios, ativação do complemento Citocinas TNF, IL-1, quimiocininas Inflamação INF-α, -β Resistente à infecção viral IFN-Ϫ Ativação dos macrófagos IL-12 Produção de IFN-Ϫ pelas células NK e células T IL-5 Proliferação das células NK IL-10, TGF-β (Fator de Crescimento Transformador) Controle da inflamação o RESPOSTA INATA= 1) Os microrganismos vencem as barreiras. 2) Quando os microrganismos penetram no corpo, eles encontram defensinas e catelecidina (antibióticos naturais) e linfócitos intra epiteliais. 3) Os linfócitos intra epiteliais reconhecem os PAMPS e tentam destruir os micróbios através dos anticorpos naturais (também existentes no epitélio). 4) Os linfócitos intra epiteliais liberam citocinas que ativam fagócitos (macrófagos e neutrófilos). 5) Os macrófagos, tendo fagocitado microrganismos, liberam citocinas (fator de necrose tumoral- TNF- e interleucina 1-IL-1-) que agem no endotélio para aumentar a expressão da selectina (proteínas envolvidas na adesão célula a célula). 6) Os leucócitos localizados no sangue possuem ligantes de selectinae se ligam,com baixa afinidade, a selectina do endotélio. 7) Os macrófagos, que ingeriram micróbios, irão liberar quimiocinas que se ligarão a receptores específicos nos leucócitos em rolagem, aumentando a expressão endotelial de ligantes de integrina. 8) Acontecerá uma ligação integrina do leucócito com o ligante de integrina do endolélio, sendo uma ligação de alta afinidade. 9) Os leucócitos se fixam firmemente ao endotélio, seu citoesqueleto é reorganizado e eles se espalham sobre a superfície endotelial. 10) As quimiocinas atuam sobre os leucócitos aderentes e os estimulam a migrar através dos espaços interendoteliais segundo o gradiente de concentração química. Obs: Outro grupo de receptores que os fagócitos reconhecem são as opsoninas (anticorpos, proteínas do complemento e lectina). O processo de revestir o micróbio para torná-lo alvo para fagocitose é chamado opsonização. o Rolagem dos leucócitos sobre o endotélio mediado por selectina • Em resposta a micróbios e a citocinas produzidas pelas células as células endoteliais aumentam rapidamente a expressão, na superfície, de proteínas chamadas de selectinas. • TNF e a IL-1 são as principais citocinas de ativação do endotélio. • O ligante para selectina é expressa nos linfócitos e leucócitos servindo como ligação as selectinas do endotélio. Essa ligação entre as selectinas são de baixa afinidade e facilmente rompidas ocasionando a rolagem ao longo do tecido endotelial • O ligante para integrinas estão expostos no endotélio e as integrinas estão expressas nos leucócitos e linfócitos. Sua ligação é mais estável que a ligação das selectinas. o Células da imunidade inata: • Macrófagos: Estão localizados nos tecidos (no sangue são denominados manócitos e quando recrutados vão para os tecidos e se denominam macrófagos). São monócitos ativados; persistem por mais tempo do que os neutrófilos; podem sofrer divisão celular no próprio local da inflamação; promovem fagocitose. • Neutrófilo: São leucócito que vivem no sangue e, quando recrutados, vão para o local da inflamação; medeiam as fazes iniciais das respostas inflamatórias e vivem por menos tempo; morre junto com o material internalizado e digerido. • Basófilo: São células circundantes; envolvidos nas reações inflamatórias alérgicas; liberam histamina e heparina. • Eosinófilo: São células circundantes; importantes na defesa contra parasitas. • Célula NK (matadora natural): São células circulantes. Reconhecem células tumorais ou infectadas por vírus que não possuem ou que perderam o MHC. Liberam grânulos que possuem proteínas (ex.: perforina e granzina) capazes de matar as células alvo. Fonte importante de interferon gama que ativa os macrófagos para destruir microrganismos ingeridos. São ativadas por interleucina 15 e 12 e interferon tipo 1. Perforina: Facilita a entrada de outras proteínas de grânulo, denominadas granzinas, no citoplasma das células alvo. Granzinas: Induzem a apoptose da célula. • Mastócito: Possuem grânulos no seu citoplasma cheio de mediadores; situam-se próximos aos vasos sanguíneos. • Células dendríticas: Localizadas nos tecidos linfóides, epitélio mucoso e parênquima dos órgãos. Expressam receptores de reconhecimento padrão e respondem aos micróbios secretando citocinas. Captura e apresenta os antígenos microbianos aos linfócitos T. ➢ As células da imunidade inata teciduais são: macrófagos, mastócitos e célula dendrítica. ➢ As células da imunidade inata circulantes são: leucócitos polimorfonucleares (neutrófilo, eosinófilo e basófilo), monócito e célula natural killer. CITOCINASCÉLULAS FUNÇÕES IL-1 Cél. Fagocitárias - Aumento da expressão endoteliais de integrinas - Induz a prostaglandinas - Mediadora da resposta inflamatória IL-2 Cél. T - Aumenta a proliferação de células T -Estimula o crescimento de linfócitos NK e de linfócitos B IL-4 Cél. T - Estimulação da troca de isótipo dos anticorpos para IgE - Estimulação do desenvolvimento dos linfócitos TH2 a partir de linfócitos TCD4 pré-imunes - Antagonista dos efeitos ativadores do INF-Ϫ sobre os macrófagos e, assim inibe reações imunes mediada por células. IL-5 - Ativação de eosinófilos maduros e estimulação do crescimento e diferenciação de eosinófilos. - Estimulação da proliferação de linfócitos B e da produção de anticorpos IgA IL-6 - aumenta a síntese de proteínas de fase aguda pelos hepatócitos, contribuindo para a resposta aguda - aumenta a produção de neutrófilo por progenitores da medula óssea - aumenta o crescimento de linfócitos B IL-10 Macrófagos Ativados - inibidor de macrófagos e células dendríticas por feedback negativo - diminui a produção de IL-12 por macrófagos e células dendríticas ativadas - diminui a expressão de co- estimuladores e de moléculas de MHC de Classe II em macrófagos e células dendríticas. IL-12 Macrófagos - Principal mediador da resposta imune inata inicial a microorganismo intracelulares - Estimulação da produção de IFN-ϒ pelos linfócitos NK e T - Estimulação da diferenciação de linfócitos T auxiliares CD4 em células TH1 produtoras de IFN-ϒ - Aumenta a função citolítica de linfócitos NK ativados e Linfócitos T citolíticos. IL-13 Linfócitos T - Semelhante a IL4 TNF (Fator de Necrose Tumoral) - Estimula o recrutamento de neutrófilos e monócitos para locais de infecção e ativa essas células para erradicar microorganismos - Aumenta a expressão de moléculas de adesão do endotélio -Aumenta a secreção de IL-1 -Estimula a secreção de quimiocinas por células endoteliais e macrófagos - Indução da apoptose através da ativação das caspases. TNF-α – Pró-inflamatório TNF-β – Anti-inflamtório INF tipo 1 (α,β) Fagocitos - Inibição da replicação viral - Aumenta a expressão de moléculas de MHC classe I - Aumenta a expressão dos receptores de IL-12 nos linfócitos T - Inibição da proliferação celular INF tipo 2 (ϒ) Linfócitos T (TH1) e NK - Ativação de macrófago - Estimulação da expressão de moléculas de MHC classe I e classe II e co-estimuladores em APCs - Promoção e diferenciação de linfócitos T CD4 pré-imunes para subpopulação Th1 e inibição da proliferação de células Th2. - Ativação dos neutrófilos - Estimulação da atividade citolítica de linfócitos NK. TGF-β - Inibição da proliferação e diferenciação de linfócitos T e da ativação de macrófagos. -Estimulação da produção de IgA. Imunidade adaptativa ou adquirida: Desenvolve-se mais lentamente e é responsável pela defesa mais tardia e mais eficaz. Gera mecanismos especializados para o combate de diversos tipos de infecção. Usam células e moléculas do sistema inato para eliminar os microorganismos e funções imunológicas adquiridas para aumentar acentuadamente esses mecanismos da imunidade inata. A imunidade adquirida se divide em humoral e celular. IMUNIDADE CELULAR: mediada pelos linfócitos T, os quais ativam fagócitos para destruir os microorganismos ingeridos pelas células fagocitárias nas vesículas fagocíticas (TCD4+ que se diferencia em Th1 e Th2). Outros linfócitos T citotóxicos destroem qualquer tipo de célula do hospedeiro que apresente microorganismos infecciosos em seu citoplasma (TCD8+). IMUNIDADE HUMORAL: fornece defesa contra os micróbios extracelulares e são mediados por proteínas denominadas Anticorpos produzidos pelos linfócitos B. OBS: Dentro da imunidade adquirida, temos a imunidade ativa e passiva. A ativa é induzida pela exposição a um antígeno estranho (infecção ou vacinação) no qual um indivíduo imunizado desempenha um papel ativo na resposta ao antígeno. A passiva é a imunidade pela qual o indivíduo torna-se imune a um antígeno em particular sem nunca ter sido exposto ou ter apresentado uma resposta a ele, acontece quando o anticorpo é entregue pronto ou linfócitos de um indivíduo já imunizado (ocorre durante a amamentação e aplicação de soro antiofídico). Propriedades das respostas imunológicas adquiridas: A) Especificidade: resposta específica para antígenos. B) Memória: produção de linfócitos de memória devido a uma primeira exposição, tornando a resposta à segunda exposição mais rápida, acentuada e mais eficaz. C) Especialização: Respostas que são ideais para a defesa contra diferentes micróbios. D) Ausência de reatividade contra auto-antígenos: previne respostas danosas contra as células do hospedeiro. Sinalização Imunológica adquirida: As respostas imunológicas consistem nas seguintes fases: 1 – Fase de reconhecimento: realizada por linfócitos específicos 2- Fase de ativação: requer dois tipos de sinais: sinal 1 (ligação dos antígenos aos receptores de antígenos dos linfócitos) sinal 2 (fornecido pela resposta imunológica inata aos patógenos que são necessárias para a ativação dos linfócitos – expansão clonal). 3-Fase efetora: os linfócitos se diferenciam em linfócitos efetores com a função de eliminar antígenos. 4-Declínio: ocorre apoptose das células que foram ativadas pelos antígenos e essas são rapidamente retiradas pelos fagócitos sem desencadear nenhuma reação danosa. 5-Memória: Após o término da resposta imunológica os linfócitos de memória e alguns plasmócitos permanecem e podem sobreviver em estado de repouso por meses e anos, sendo capazes a responder rapidamente ao novo encontro com o patógeno. LINFOADENOPATIAS: ocorrem quando os linfonodos estão reagindo a um tipo de microorganismo, e os linfócitos estão realizando a expansão clonal. ESTRESSE X IMUNIDADE: O SNC controla direta ou indiretamente a liberação de vários hormônios, particularmente o corticosteróides, os quais inibem a produção de citocinas das células Th1, produzem TGF- β que pode inibir a resposta imune. SISTEMA COMPLEMENTO: Conjunto de proteínas presentes na circulação e ligadas à membrana que são importantes na defesa contra microorganismos. Ativação: pode ser ativado por micróbios na ausência de anticorpos, como parte da imunidade inata, e pelos anticorpos ligados aos micróbios, como parte da imunidade adaptativa. Funções: - Opsonização para potenciar a fagocitose - Quimiotaxia e ativação de fagócitos - Lise de bactérias ou células infectadas - Regulação da resposta de anticorpos - Limpeza de imuno-complexos - Fagocitose de células apoptóticas - Inflamação e anafilaxia O sistema complemento pode ser ativado através de 3 vias: - Via alternativo (Inata) – o complemento se ativa de forma independente, sem a necessidade de um anticorpo - Via Clássicos (adaptativa humoral) – anticorpos ativam o complemento - Via Lectina (inata) – é ativada quando a lectina, que é uma proteína plasmática, se liga a manose terminal nas glicoproteínas de superfície dos microorganismos. Objetivos: Agentes físicos, inflamação aguda, febre, dor, regeneração e cicatrização, mecanismo de ação dos analgésico e antiinflamatório. INFLAMAÇÃO: • É a reação dos tecidos a um agente agressor (resp. Inata e adaptativa) caracterizada morfologicamente pela saída de líquido e células do sangue para o interstício. Só ocorre em tecidos vascularizados. A inflamação pode ser ocasionada por calor, irritantes químicos, produtos de microorganismos, corpos inertes estéreis, agentes imunogênicos (caso de doenças auto-imunes), etc. Sinais cardinais: dor calor, rubor e tumor e perda de função. o A inflamação possui o seguinte mecanismo (fenômenos) 1- IRRITAÇÃO: Agente inflamatório de natureza biológica possui PAMPs, se for de outra natureza, o agente inflamatório irá produziralarminas (IL-1 e TNF-α), que indicam a presença da agressão. Em ambos os casos, esses sinalizadores determinam a liberação de mediadores pró e antiinflamatórios, entretanto, os pró-inflamatórios precedem os efeitos dos antiinflamatórios. Ocorre a exsudação de leucócitos que liberam mediadores antiinflamatórios e ao mesmo tempo ocorrem modificações nos receptores dos leucócitos, que diminui a ligação com os pro inflamatórios e aumenta a ligação com os antiinflamatórios, favorecendo a resolução do processo. Alguns mediadores de reparo também participam do processo de resolução da inflamação. 2- FENÔMENOS VASCULARES: São modificações hemodinâmicas e reológicas da microcirculação comandadas por mediadores liberados na fase irritativa. As principais modificações são: a) Vasodilatação arteriolar: devido à ação de histaminas e reflexo axônico e mantida por prostaglandinas, leucotrienos e PAF. Conseqüentemente há aumento do fluxo sanguíneo gerando hiperemia. b) Dilatação das vênulas menores: o aumento da pressão hidrostática na microcirculação leva a exsudação de plasma ocorrendo hemoconcentração local o que torna o sangue mais viscoso e circulação mais lenta, podendo ocorrer formação de trombos. Com as alterações hemodinâmicas, pode ocorrer hipóxia local e aumento da exceção de catabólitos como ADP eH+, o que intensifica a abertura dos capilares, aumentando a hiperemia. 3- FENÔMENOS EXSUDATIVOS: É a saída de elementos do sangue do leito vascular para o interstício. a) Exsudação plasmática: Tem início na fase da hiperemia e continua durante o processo inflamatório. A saída do plasma ocorre nas vênulas devido a contração do citoesqueleto das células induzidas pela histamina, substância P, PGL e leucotrienos. As proteínas exsudadas aumentam a pressão oncótica intersticial ocorrendo a retenção de água fora dos vasos (edema), além disso, há aumento na síntese de ác. Aracdônico (precursor das prostaglandinas). A exsudação plasmática apresenta um componente importante da imunidade inata: • Possibilita a saída de Ac e do complemento; • O fibinogênio exsudado polimeriza-se e forma um suporte sólido de fibrina que favorece a migração de leucócitos, além de representar uma barreira para os microorganismos; • Permite a saída de proteínas que reduzem o potencial lesivo da inflamação. b) Exsudação Celular: a sequência de eventos na jornada dos leucócitos do lúmen vascular para o tecido intersticial, chamada de extravasamento, (estimulada por IL-1 e TNF-α) pode ser dividida nas seguintes etapas: a. Marginação → acúmulo de leucócitos na periferia do fluxo; b. Rolamento → aderência transitória mediada principalmente pelas selectinas; c. Adesão → mediada principalmente pelas integrinas; d. Transmigração através do endotélio (diapedese) → ocorre predominantemente nas vênulas (exceto nos pulmões). Os leucócitos achatam-se (pavimentação) fazem movimentos amebóides para saírem dos vasos. e. Migração no interstício na direção do estímulo quimiotático → várias substâncias podem agir como quimiotáticos. Entre elas estão: produtos bacterianos, C5a, leucotrienos e citocinas. f. Ativação leucocitária → as respostas funcionais induzidas na ativação de leucócitos, que resulta em produção de metabólitos do ácido aracdônico a partir de fosfolipídios, desgranulação e secreção de enzimas lisossomais, secreção de citocinas (principalmente pelos macrófagos). 4- FENÔMENOS ALTERATIVOS: Produzidos por ação direta dos antiinflamatórios. Ex: degeneração e necrose que resultam de trombose na microcirculação. 5- FENÔMENOS RESOLUTIVOS: Inicia na fase inicial do processo inflamatório e deles depende sua progressão, cura ou cronificação. Sendo eles: a) Alterações em receptores nas células dos exsudados e tecidos; b) Geração local de mediadores antiinflamatórios; c) Mudança no comportamento das células do exsudado que tendem a apoptose e exercem função anti apoptótica. d) Exsudação de células com função reguladora. 6- FENÔMENOS REPARATIVOS: Citocinas, quimiocinas e fatores do crescimento que levam a reparação por regeneração ou cicatrização. Sinais cardinais da inflamação: dor calor, rubor e tumor. Dor: devido a compressões das terminações nervosas pelo exsudado, lesões ocasionadas por toxinas dos microorganismos, acidificação dos tecidos, além dos mediadores como prostaglandina e bradicinina. Calor: Devido a hiperemia ativa com maior fluxo sanguíneo. Edema: As proteínas exsudadas aumentam a pressão oncótica intersticial ocorrendo a retenção de água fora dos vasos, além do aumento de produção de AC. Aracdônico, o qual é mais hidrofílico e a sobrecarga da circulação linfocitária. Rubor: Causado pela vasodilatação arteriolar (hiperemia). OBS: Mastócitos e células nervosas já têm mediadores inflamatórios prontos, como a histamina, por isso, são chamados de células sentinela. • Histamina = aumento da permeabilidade vascular, contração da musculatura lisa • Bradicinina = vasodilatação, contração da musculatura lisa, aumento da permeabilidade vascular, dor. É liberada por FNTα, IL-1, IL-8 (citocinas) • Lipoxina = agente antiinflamatório que freia os neutrófilos. Regulação da inflamação: A inflamação acaba, porque nos focos da inflamação são liberados mediadores antiinflamatórios como ácido aracdônico (que produz lipoxina) e o Omega 3. Esse mediadores têm o seguintes efeitos: -Param a migração de leucócitos, mas não bloqueiam a capacidade fagocitária e microbicida; - Bloqueiam a síntese de PGLs e leucotrienos; - Reduzem a produção e função das citocinas; -favorecem a remoção de neutrófilos apoptóticos; -melhora a capacidade microbicida na superfície das células. Resultados da inflamação aguda. Geralmente a inflamação aguda tem um destes três resultados finais: 1-Resolução completa= envolve a neutralização ou degradação espontânea de mediadores químicos, com o retorno da permeabilidade vascular ao normal, o término da infiltração leucocitária, a morte dos neutrófilos e a remoção de líquido e proteína do edema, de leucócitos, de agentes estranhos e de fragmentos necróticos. Os vasos linfáticos e as células fagocitárias participam desse evento. 2-Cicatrização pela substituição do tecido conjuntivo (fibrose). 3-Cronificação da inflamação= A transição de aguda para crônica ocorre quando não há uma resolução da resposta inflamatória aguda devido à persistência do agente nocivo ou a alguma interferência com o processo normal de cicatrização. INFECÇÃO: È a colonização de um organismo hospedeiro por uma espécie estranha, o patógeno, que causa alguma lesão. A infecção possui o seguinte mecanismo: 1. Entrado do microorganismo; 2. Invasão e colonização do tecido do hospedeiro; 3. Evasão da imunidade do hospedeiro; 4. Escape do hospedeiro; 5. Lesão tecidual ou prejuízo funcional. FEBRE: Ocorre quando a temperatura corporal está acima da faixa normal habitual, com alteração do set point. É uma síndrome clínica caracterizada por: 1 fase ascendente: tremor, insônia, vasoconstricção periférica, taquicardia, hipertermia, hiperalgesia. 2 Fase descendente: sudorese (perde calor por dissipação), hipotensão, sonolência, diminuição das atividades motoras. Etiologia: a febre é causada pela produção de PIRÓGENOS que podem ser endógenos ou exógenos: - Endógenos: IL1, IL2, IL6, TNF-α, TNF-γ. - Exógenos: lipopolissacarídeos e proteoglicanos de bactérias, RNA de dupla fita de vírus, manan e glucan da parede celular dos fungos, anafilotoxinas formadas a partir do complemento. Mecanismos da Febre: - Qualquer que seja o mecanismo, a febre depende da produção de PGE2, que é mediador terminal da desregulação da sensibilidade térmica dos neurônios termorreguladores. Periférico: (3 maneiras) 1- Ativação de macrófagos, que liberam PGE2 e citocinas,que agem nas terminações aferentes vagais e levam o estímulo ao núcleo do trato solitário (presente no bulbo) = gera sinais para a área pré- óptica do hipotálamo (no Órgão Vascular Circunventricular – OVCV). Os neurônios adrenérgicos liberam adrenalina, que age no endotélio, induzindo a liberação de PGE2, que irá agir nos neurônios termorreguladores, desregulando-os (novo “set point”) e induzindo-os a emitir sinais para aumentar a produção e diminuir a perda a calor. 2- A IL-1 e outros pirógenos endógenos liberados pelos macrófagos nos tecidos agredidos caem na circulação e agem no endotélio do OVCV, que libera PGE2, a qual altera o limiar de sensibilidade térmica dos neurônios termorreguladores (novo “ser point” estabelecido). 3- As células fagocitárias circulantes liberam citocinas (sintetizadas in loco ou aderidas à membrana) diretamente no OVCV e induzem a síntese de PGE2. Central: (2 maneiras) 1- A ação direta de pirógenos exógenos sobre as células endoteliais do OVCV, que, ativadas, produzem citocinas que agem sobre as células da glia (astrócitos e micróglia), as quais produzem PGE2, responsável pela desregulação dos neurônios termorreguladores. 2- Alguns pirógenos exógenos podem atravessar a barreira hematoencefálica no OVCV e agir diretamente nas células da glia, induzindo-as a produzir citocinas e PGE2. OBS: existem alguns pirógenos que estimulam a liberação de substâncias com efeitos criógeros e antipiréticos endógenos. Sendo elas: - glicocorticóides = reduzem produção de citocinas e PGE2 - arginina-vasopressina= - melanocortinas = - IL-10 = diminui a síntese de citocinas inflamatórias. DOR: ➢ É uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a uma lesão tissular potencial ou real, ou mesmo sem nenhuma lesão. È subjetiva e varia de indivíduo para indivíduo. Pode ser desencadeado por estímulos mecânicos, térmicos ou químicos. ➢ A dor pode ser: Rápida: sentida em 0,1segundo e não é sentida na maior parte dos tecidos profundos. Ex. espetar o dedo na agulha. Lenta (crônica): após 1 segundo ou mais aumentando vagarosamente. Está associado à destruição de tecidos, podendo levar a um sofrimento prolongado. Ocorre tanto na pele como em órgãos mais profundos. Ex: infarto agudo do miocárdio (com dor no ombro esquerdo.). Mecanismo da dor: A sensação da dor compreende 3 mecanismos básicos: 1- Transdução: Ativação de nociceptores por estímulos (mecânico, térmico, ou químico), os quais promovem danos teciduais e vasculares local. Com isso, há liberação de substâncias como H+ e K+, serotonina, histamina, leucotrienos, PGL, substância P e bradicinina. 2- Transmissão: é o conjunto de vias e mecanismos que permite que o impulso nervoso gerado ao nível de nociceptores seja conduzido para estruturas do SNC. 3- Modulação: Centros e vias responsáveis pela supressão da dor que são ativadas pelas próprias vias nociceptivas. ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS: ➢ São drogas não hormonais utilizadas no alívio dos sintomas da inflamação. Mecanismo de ação: Inibem a Cox e conseqüentemente a formação de PGL e tromboxanos, diminuindo assim os efeitos da inflamação. OS AINES possuem as seguintes ações: 1- Ação antipirética= inibe IL-1, não ocorrendo formação de PGE1 a qual é causadora da febre no hipotálamo. 2- Ação analgésica= diminui a produção de prostaglandinas, as quais sensibilizam os nociceptores. Efeitos adversos e colaterais: gastrointestinais, complicações hemorrágicas, lesão hepática, efeitos na PA, inibição plaquetária. ANALGÉSICOS: ➢ Medicamentos que aliviam a dor. Dividem-se em periféricos (não opióides) e central (opióides de ação no SNC). CICATRIZAÇÃO: ➢ É a forma mais comum de cura dos tecidos inflamados, porém a anatomia da reposição tecidual local pode ser comprometida. ➢ È a formação de tecido conjuntivo fibroso, mais primitivo, que substitui o parênquima destruído. Para que possa ocorrer cicatrização completa são necessárias eliminação do agente agressor, irrigação, nutrição e oxigenação. Mecanismo de Cicatrização: Reação inflamatória → Proliferação Fibroblástica e Endotelial (Tecido Conjuntivo Cicatricial) → Remodelação 1- Fase de demolição (inflamatória) = após 24h da ocorrência da lesão. Predomínio de PMNs, principalmente macrófagos, os quais promovem a digestão do tecido morto, do agente e do coágulo. Há formação de fibrina, crosta composta por soro e hemácias que impedem que o tecido se rasgue, mantendo um ambiente favorável à regeneração. 2- Fase de crescimento de tecido de granulação = proliferação de fibroblastos e de células endoteliais vizinhas à zona agredida que formam alças capilares, as quais aumentam a permeabilidade, aumentando a saída de elementos sanguíneos, água, eletrólitos e proteínas. Fibroblastos migram para a nova matriz tecidual secretando fibras colágenas. 3- Fase de maturação ou fibroplasia= proliferação de fibroblastos e deposição de colágenos, que comprime os capilares neoformados diminuindo a vascularização. A pressão contínua de colágeno e sua retração conduzem à contração de cicatriz fibrosa. Ao final, tem-se uma cicatriz acelular relativamente clara que pode acentuar ou desaparecer clinicamente. Cicatrização x regeneração = Na cicatrização há alteração morfofuncional do tecido original, o qual é substituído por outros teidos. Já na regeneração, não há alteração morfofuncional,o tecido fica do mesmo jeito que era. INFLAMAÇÃO CRÔNICA: • È considerada uma inflamação prolongada (mais de 6 meses) na qual a inflamação ativa, a destruição tecidual e a tentativa de reparar os danos ocorrem simultaneamente. Apesar de poder ser a continuação de uma inflamação aguda, a inflamação crônica frequentemente começa de maneira insidiosa como uma reação pouco intensa, geralmente assintomática. Exposição prolongada a agentes tóxicos ou fenômenos auto-imunitários. Características: 1- Infiltrado de células mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos). O macrófago é a célula dominante. O extravasamento dos monócitos se dá pelo mesmo mecanismo dos neutrófilos na inflamação aguda. Quando o monócito chega ao tecido extravascular, ele se transforma em uma célula fagocitária maior, o macrófago. Os macrófagos podem ser ativados por citocinas, endotoxinas bacterianas etc. A ativação resulta em: a. ↑ tamanho celular; b. ↑ enzimas lisossomais; c. ↑ metabolismo; d. ↑ capacidade fagocítica; e. Secreção de produtos biologicamente ativos, que podem causar lesão tecidual e fibrose. Na inflamação de curta duração, se o fator irritante é eliminado, os macrófagos desaparecem (apoptose ou migração até os linfonodos). Na inflamação crônica, o acúmulo de macrófagos persiste, sendo mediado pelos seguintes mecanismos: f. Recrutamento de monócitos da circulação (quimiocinas, C5a, fatores de crescimento e fibronectina); g. Proliferação local dos macrófagos; h. Imobilização dos macrófagos no local da lesão; Os produtos dos macrófagos ativados eliminam agentes nocivos como os microrganismos e iniciam o processo de reparação, além de serem responsáveis por boa parte da lesão tecidual na inflamação crônica. Dessa forma, a destruição tecidual é uma das principais características da inflamação crônica. Os linfócitos são mobilizados nas reações imunológicas humorais e celulares e nas reações inflamatórias não-imunológicas. Os linfócitos T ativados produzem IFN-γ, principal ativador de macrófagos. Os eosinófilos são abundantes nas reações imunológicas mediadas por IgE e nas infecções parasitárias. Os eosinófilos possuem grânulos que contêm proteína básica principal, uma proteína altamente catiônica que é tóxica para os parasitas, mas também causa lise das células epiteliais humanas. Os mastócitos participamtanto da inflamação aguda quanto da crônica. Apesar de os neutrófilos serem característicos da inflamação aguda, muitas formas de inflamação crônica continuam a mostrar grandes números de neutrófilos. Um exemplo disso é a osteomielite; 2- Destruição tecidual; 3- Tentativas de cicatrização pela substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo. Esses eventos se caracterizam por angiogênese e fibrose. As inflamações crônicas podem ser classificadas em: 1- Inflamação crônica granulomatosa 2- Inflamação crônica inespecífica = onde não há predominância de um tipo celular. Inflamação crônica granulomatosa: Nessas inflamações as células do exsudado se organizam e formam agregados circunscritos denominados granulomas. Granuloma é um foco de inflamação crônica consistindo de agregados de macrófagos transformados em células epitelióides cercadas por um colar de linfócitos. Frequentemente, tais células epitelióides se juntam e formam gigantócitos. Existem dois tipos de granulomas: 1-Epitelióides ou imunogênicos = mediado por células, onde os macrófagos se reúnem e por estarem em ativação, seu citoplasma aumenta de tamanho e eles ficam com aspecto de células epitelióides que se agrupam de forma em paliçada. 2-Tipo corpo estranho = induzidos por agentes inertes. São mais frouxos e as células epitelióides não formam em paliçada típica. Formação do Granuloma: Os monócitos são recrutados para a área da inflamação e lá se diferenciam em macrófagos. Essa diferenciação ocorre através de endotoxinas, mediadores químicos ou células T ativadas, as quais produzem citocinas, principalmente INF-γ. Os macrófagos produzem citocinas como IL-1 e TNF que recruta leucócitos. Além disso, os macrófagos apresentam Ag para as células TCD4+ que serão ativadas principalmente com produção de IL-12, que por sua vez estimula outros macrófagos, amplificando a resposta. Esses macrófagos são circundados por outras células, formando o granuloma. • Anticorpo = também chamados de imunoglobulinas (Ig), são proteínas séricas produzidas pelos linfóitos B. Todos os Ac posuuem a mesma estrutura básica, mas diferem nas regiões de ligações às moléculas do Ag. Uma parte do Ac se liga ao antígeno (porção Fab) e outra se liga às células do sistema imune (porção Fc). • Existem 5 classe de Anticorpos, as quais se diferenciam pela função Fc: IgG= mais abundante do soro, ativa o sistema complemento, único Ac que é passado para o feto. IgM= primeira a ser expressa pelo linfócito B, eficiente na lise de microorganismos. IgA= está presente no leite materno, pois ela protege o trato gastro intestinal do bebê. È predominante em mucosas e secreções. Pode se ligar a alguns PMN e linfócitos. IgD = só encontrado como BCR. Liga a complemento. IgE= menos comum no soro. Está envolvida nas reações alérgicas ppois se liga a mastócitos, basófilos e eosinófilos. Também é mediador das respostas contra helmintos. ➢ A imunidade humoral é mediada por anticorpos e faz parte da resposta imune adaptativa. 1- O primeiro contato com o Ag por exposição natural ou por vacinação leva à ativação do linfócito B virgem, através de receptores antigênicos existente em sua superfície (IgM e IgD). 2-Após a ativação ocorre a expansão clonal, (proliferação de células específicas) e diferenciação das células B em plasmócitos, que são produtores de células B de memória. Células TCD4+, também reconhecem Ag e ativam linfócitos B. OBS: durante a diferenciação, pode ocorrer a mudança de classe da cadeia pesada (isótipo), onde ocorre a produção de Ac de classes diferentes. A importância disso, é que habilita as respostas imunológicas humorais a diferentes micróbios se adaptarem melhor para a melhor maneira de combate. 3- Os anticorpos produzidos, entram na circulação e exercem seus efeitos onde quer que eles estejam. Alguns plasmócitos migram até amedula óssea, onde vivem por muitos anos e produzem baixos níveis de Ac que proporcionam proteção imediata sempre que o microorganismo Infectar o indivíduo. 4-Ao encontrar com os micróbios, os Ac bloqueiam ou neutralizam a infectividade e as interações das toxinas microbianas com a células hospedeiras. Isso ocorre através de opsonização e fagocitose. 5-Os micróbios opsonizados, também podem ser destruídos por células NK, a qual expressam um receptor Fc que se liga ao grupo de IgG ligados às células. 6- Os Ac também podem ativar o sistema complemento que leva à geração de moléculas efetoras que participam da eliminação de micróbios de diferentes maneiras. 7- No segundo contado, já existem linfócitos B capazes de reconhecer esse Ag, devido à expansão clonal e células de memórias gerada no primeiro contato. Nesta fase a imunoglobulina predominante é a IgG. As quantidades de Ac produzidos são maiores e a quantidade de Ag necessários para desencadear essa segunda resposta é menor. 8-Neste segundo contato ocorre a maturação da afinidade, que é o aumento da afinidade dos Ac produzidos devido a exposições prolongadas ou repetidas. È uma mudança na porção Fab. Porção Fab Porção Fc Ativação T dependente