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CENTRO UNIVERSITARIO CLARETIANO Curso Bacharelado em Enfermagem Andréa da Silva Brito Enfermagem Clínica: Doença dermatológica: Psoríase Cruzeiro do Sul- Acre 2021 ANDRÉA DA SILVA BRITO Enfermagem Clínica: Doença dermatológica: Psoríase Cruzeiro do Sul- Acre 2021 Atividade referente as doenças dermatológicas, apresentado ao Curso de Graduação Bacharelado de Enfermagem do Centro Universitário Claretiano, a ser utilizado como diretrizes para a obtenção de aprovação na conclusão do 6° semestre da disciplina de Enfermagem Clínica. Orientadora: Emanoele Farias Tamarana SUMÁRIO 01. Introdução............................................................................................................04 02. Referencial Teórico.............................................................................................05 Sintomas..................................................................................................05 Tipos de Psíoriase..................................................................................06 Tratamentos............................................................................................10 Tipos de Tratamentos mais comuns....................................................11 Prevenção...............................................................................................12 Cuidados da Enfermagem ao paciente com psoríase........................12 Orientações da Enfermagem ao paciente com psoríase....................13 03. Conclusão...........................................................................................................14 04. Refercias Bibliograficas....................................................................................15 4 1. INTRODUÇÃO Psoríase é uma dermatose crônica que afeta primariamente a pele, acometendo cerca de 5% da população mundial, independente de idade ou gênero. A associação da psoríase a comorbidade sistêmicas vem sendo muito abordada na literatura científica. Os sintomas relacionados, como ardência, prurido e descamação interferem nas atividades e relações pessoais dos pacientes acometidos, com consequente diminuição da qualidade de vida. O objetivo desse estudo e avaliar a ocorrência de comorbidade tais como hipertensão, diabetes, dislipidemia e índice de massa corporal (IMC), alcoolismo, tabagismo e sintomas depressivos em pacientes com psoríase comparados a um grupo controle de indivíduos com outras dermatoses. 5 2. REFERENCIAL TEORICO Doença da pele relativamente comum, crônica e não contagiosa. É cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente. Sua causa é desconhecida, mas se sabe que pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética. Acredita-se que ela se desenvolve quando os linfócitos T (células responsáveis pela defesa do organismo) liberam substâncias inflamatórias e formadoras de vasos. Iniciam-se, então, respostas imunológicas que incluem dilatação dos vasos sanguíneos da pele e infiltração da pele com células de defesa chamadas neutrófilos, como as células da pele estão sendo atacadas, sua produção também aumenta, levando a uma rapidez do seu ciclo evolutivo, com consequente grande produção de escamas devido à imaturidade das células. Esse ciclo faz com que ambas as células mortas não consigam ser eliminadas eficientemente, formando manchas espessas e escamosas na pele. Normalmente, essa cadeia só é quebrada com tratamento. É importante ressaltar: a doença não é contagiosa e o contato com pacientes não precisa ser evitado. É frequente a associação de psoríase e artrite psoriática, doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais, diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor. A patogênese das comorbidade em pacientes com psoríase permanece desconhecida. Entretanto, há hipóteses de que vias inflamatórias comuns, mediadores celulares e susceptibilidade genética estão implicados. Sintomas Variam de paciente para paciente, conforme o tipo da doença, mas podem incluir: Manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas; Pequenas manchas brancas ou escuras residuais pós lesões; Pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento; Coceira, queimação e dor; 6 Unhas grossas, sulcadas, descoladas e com depressões puntiformes; Inchaço e rigidez nas articulações. Em casos de psoríase moderada pode haver apenas um desconforto por causa dos sintomas; mas, nos casos mais graves, pode ser dolorosa e provocar alterações que impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes. Alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa adquirir a doença ou piorar o quadro clínico já existente, dentre eles: Histórico familiar – entre 30% e 40% dos pacientes de psoríase têm histórico familiar da doença. Estresse – pessoas com altos níveis de estresse possuem sistema imunológico debilitado. Obesidade – excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolver um tipo de psoríase, a invertida, mais comum em indivíduos negros e HIV positivos. Tempo frio - pois a pele fica mais ressecada; a psoríase tende a melhorar com a exposição solar. Consumo de bebidas alcoólicas. Tabagismo: o cigarro não só aumenta as chances de desenvolver a doença, como também a gravidade da mesma quando se manifesta. Há vários tipos de psoríase, e o dermatologista poderá identificar a doença, classificá-la e indicar a melhor opção terapêutica. Dependendo do tipo de psoríase e do estado do paciente, os ciclos de psoríase duram de algumas semanas a meses. Tipos de psoríase Psoríase em placas ou vulgar: Manifestação mais comum da doença. Forma placas secas, avermelhadas com escamas prateadas ou esbranquiçadas. Essas placas coçam e, algumas vezes, doem, podendo atingir todas as partes do corpo, inclusive genitais. Em casos graves, a pele em torno das articulações pode rachar e sangrar. 7 Psoríase ungueal: Afeta as unhas das mãos e dos pés. Faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse, escame, mude de cor e até se deforme. Em alguns casos, a unha chega a descolar do leito ungueal. Psoríase do couro cabeludo: Surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar. O paciente pode perceber os flocos de pele morta em seus cabelos ou em seus ombros, especialmente depois de coçar o couro cabeludo. Assemelha-se à caspa. 8 Psoríase gutata: Geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. É caracterizada por pequenas feridas, em forma de gota no tronco, nos braços, nas pernas e no couro cabeludo. As feridas são cobertas por uma fina escama, diferente das placas típicas da psoríase que são grossas. Este tipo acomete mais crianças e jovens antes dos 30 anos. Psoríase invertida: Atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais. São manchas inflamadas e vermelhas. O quadro pode agravar em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região. 9 Psoríase pustulosa: Nesta forma de psoríase, podem ocorrer manchas, bolhas ou pústulas (pequena bolha que parece conter pus) em todas as partes do corpo ou em áreas menores, como mãos, pés ou dedos (chamada de psoríase palmo plantar). Geralmente, se desenvolve rápido,com bolhas de pus que aparecem poucas horas depois de a pele tornar-se vermelha. As bolhas secam dentro de um dia ou dois, mas podem reaparecer durante dias ou semanas. A psoríase pustulosa generalizada pode causar febre, calafrios, coceira intensa e fadiga. Psoríase eritodérmica: É o tipo menos comum. Acomete todo o corpo com manchas vermelhas que podem coçar ou arder intensamente, levando a manifestações sistêmicas. Ela pode ser desencadeada por queimaduras graves, tratamentos intempestivos (como uso ou retirada abrupta de corticosteroides), infecções ou por outro tipo de psoríase mal controlada. 10 Psoríase artropática: Além da inflamação na pele e da descamação, a artrite psoriática, como também é conhecida, causa fortes dores nas articulações. Afeta mais comumente as articulações dos dedos dos pés e mãos, coluna e juntas dos quadris e pode causar rigidez progressiva e até deformidades permanentes. Também pode estar associada a qualquer forma clínica da psoríase. Tratamentos Cada tipo e gravidade de psoríase podem responder melhor a um tipo diferente de tratamento (ou a uma combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra, dessa forma, o tratamento da psoríase é individualizado. Com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase. O tratamento é essencial para manter uma qualidade de vida satisfatória. 11 Nos casos leves, hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos apenas na região das lesões e exposição diária ao sol, nos horários e tempo adequados e seguros, são suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas. Nos casos moderados, quando apenas as medidas acima não melhorarem os sintomas, o tratamento com exposição à luz ultravioleta A (PUVA) ou ultravioleta B (banda estreita) em cabines faz-se necessário. Essa modalidade terapêutica utiliza combinação de medicamentos que aumentam a sensibilidade da pele à luz, os psoralenos (P), com a luz ultravioleta A (UVA), geralmente em uma câmara emissora da luz. A sessão da Puvaterapia demora poucos minutos e a dose de UVA é aumentada gradualmente, dependendo do tipo de pele e da resposta individual de cada paciente à terapia. O tratamento também pode ser feito com UVB de banda estreita, com menores efeitos adversos, podendo, inclusive, ser indicado para gestantes. Já em casos graves, é necessário iniciar tratamentos com medicação via oral ou injetável. Tipos de tratamentos mais comuns Tratamento tópico: Medicamentos em cremes e pomadas, aplicados diretamente na pele. Podem ser usados em conjunto com outras terapias ou isoladamente, em casos de psoríase leve. Tratamentos sistêmicos: Medicamentos em comprimidos ou injeções, geralmente indicados para pacientes com psoríase de moderada a grave e/ou com artrite psoriásica. Tratamentos biológicos: Medicamentos injetáveis, indicados para o tratamento de pacientes com psoríase moderada a grave. Existem diversas classes de tratamentos biológicos para psoríase já aprovadas no Brasil: os chamados anti-TNFs (como adalimumabe, etanercepte e 12 infliximabe), anti-interleucina 12 e 23 (ustequinumabe) ou anti- interleucina 17 (secuquinumabe). Fototerapia: Consiste na exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente e com supervisão médica. O tratamento precisa ser feito por profissionais especializados. A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima do paciente, o que pode piorar o quadro. O acompanhamento psicológico é indicado em alguns casos. Outros fatores que impulsionam a melhora e até o desaparecimento dos sintomas são uma alimentação balanceada e a prática de atividade física. O paciente nunca deve interromper o tratamento prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação. Prevenção Um estilo de vida saudável pode ajudar na diminuição da progressão ou melhora da psoríase, mas pessoas que possuem histórico familiar da doença devem ter atenção redobrada a possíveis sintomas. É importante estar atento aos sinais. Caso perceber qualquer um dos sintomas, procurar o dermatologista imediatamente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais fácil será o tratamento. Cuidados da Enfermagem ao paciente com psoríase Banhos de sol nos horários entre 7 e 10 horas e após às 16 horas são benéficos para a remissão da psoríase; o paciente não deve usar substâncias sistêmicas ou tópicas (ex: ervas) sem orientação médica, nem mesmo anti-inflamatórios, betabloqueadores, antimaláricos e lítio; Não deve puxar as escamas da pele e nem “esfregá-las” durante o banho, pois isso pode resultar em traumatismos (Fenômeno de Koebner). 13 Os banhos não devem ser nem muito quentes e nem muito frios; as unhas de uma pessoa com psoríase devem ser aparadas regularmente; para evitar o ressecamento e fissuras na pele, é indicado utilizar emolientes, desde que prescritos pelo médico; durante o tratamento sistêmico está proibida a ingestão de bebida alcoólica. Orientações da Enfermagem ao paciente com psoríase • Acompanhar as mudanças científicas e tecnológicas quando se trata dos medicamentos fitoterápicos. • Obtenção de conhecimentos teóricos objetivando transmiti-lo, de forma humanizada para com o portador da psoríase. • A enfermagem sendo componente essencial da equipe de saúde que presta assistência a esse paciente deve focalizar seu cuidado em como ele lhe dá com sua enfermidade. • Orientar o paciente quanto o risco de infecções já que a pele se encontra com sua integridade prejudicada. • Qualificar sua equipe de enfermagem para uma assistência integral e eficaz para com o portador da psoríase. • Orientar o paciente pela manhã colocar as lesões para ficar exposta ao sol por 15 minutos. • Indicar o paciente a tomar banho de mar para ajudar na cicatrização das lesões. • Orientar o paciente a não coçar a lesão para que não venha a infeccionar. • Instruir o paciente a usar de forma correta os fitoterápicos 13. • Orientar o paciente a não exceder o tempo de exposição ao sol. 14 3. CONCLUSÃO Conclui-se que a maioria dos pacientes portadores de psoríase são do sexo feminino e está na faixa etária de 38 a 48 anos. O tempo de doença da maioria, até o presente momento, era entre um a cinco anos de doença. Quanto à apresentação das lesões predominaram a forma em placas, disseminadas e distribuídas principalmente nos membros superiores e inferiores. O fator emocional associado ao surgimento da psoríase. A psoríase em suas diversas formas é uma doença que possui grande impacto no bem-estar do indivíduo, afetando a saúde física e causando suas mais diferentes complicações, bem como na saúde psicossocial, pois causa constrangimento ao indivíduo, dificultando sua inter-relação com a sociedade. 15 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Academia Americana de Dermatologia Carolina Marçon, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia – CRM: 113379. Escola Brasileira de Terapias Integradas; 2003. 5. Magalhães, JF; Oliveira, PD; Follador, I; Oliveira, MFSP; Rego, VRA. Perfil clínico dos pacientes portadores de psoríase acompanhados em um serviço de Dermatologia na Bahia. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, 64; 2009 setembro: Belém (PA). Anais. SBD. 2009. p. 17. 6. Silva, KS; Silva, EAT. Psoríase e sua relação com aspectos psicológicos, stress e eventos da vida. Estud. Psicol. 2007; 24(2): 257-66. Sociedade Brasileira de Dermatologia Valéria Campos, dermatologistapela Sociedade Brasileira de Dermatologia - CRM 73176/SP. Sociedade Brasileira de Dermatologia Censo Dermatológico da SBD 2009 [online]. São Paulo. Brasil: [SBD], setembro 2009. Disponível na World Wide Web: 2. Silva, JDT; Muller, MC.