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POSICIONAMENTO DO PACIENTE MILENA BAVARESCO ▪ O posicionamento adequado do paciente e da equipe cirúrgica visa a adoção de comodidade e segurança no ato operatório. ▪ Deve facilitar a exposição e permitir fácil acesso ao campo cirúrgico, já o posicionamento da equipe deve ter como objetivo a forma de se executar determinado procedimento operatório. POSICIONAMENTO DO PACIENTE ▪ A escolha do posicionamento cabe ao cirurgião, mas deve ser discutido com o anestesista para não dificultar a anestesia. ▪ Parâmetros para escolha do posicionamento: 1) Não-interferir com a dinâmica respiratória. 2) Não comprimir ou estender exageradamente locais de terminações neurais ou vasos sanguíneos. 3) Não deixar membros pendentes na mesa cirúrgica. ▪ Mesas específicas para: cirurgia geral, ortopedia, ginecologia, oftalmologia, Proctologia, urologia... ▪ Mesa Cirúrgica para Cirurgia Geral: contém dispositivos com placas- túneis para inserção de porta-filmes para realização de radiografias. ▪ As mesas cirúrgicas gerais são compostas por 4 partes: cabeceira, dorso, assento e perneira. ▪ Para adequar o posicionamento, pode-se usar travesseiros e coxins. SUPINO OU EM DECÚBITO DORSAL ▪ Posição usual para acesso à cavidade abdominal. ▪ É o posicionamento mais anatômico para o paciente e o que menos interfere na anestesia. ▪ Modificações que podem ser introduzidas: o Cabeceira elevada. o Uso de coxins no dorso. o Sob a área cirúrgica. o Fixação dos membros superiores ao longo do corpo ou abertos. POSICIONAMENTO DO PACIENTE MILENA BAVARESCO ▪ Pernas não devem ficar cruzadas. TRENDELENBURG ▪ Posição usadas em operações do abdome inferior e pelve – permite o afastamento superior das vísceras abdominais e melhora a exposição do campo operatório. ▪ Paciente é colocado em supino e toda a mesa é inclinada, de forma que a cabeça fique alguns graus mais baixa que os pés. ▪ Complicações: aumento da pressão venosa central, atelectasia em base pulmonar por compressão do pulmão pelas vísceras abdominais, edema pulmonar e dificuldade de no reconhecimento de hipovolemia. POSICIONAMENTO DO PACIENTE MILENA BAVARESCO DECÚBITO LATERAL ▪ Usada em procedimentos nos rins, supra-renais, pulmões ou quadril. ▪ Devem ser colocados travesseiros sob a cabeça (para manter o alinhamento com a coluna) e entre os membros inferiores, para diminuir a pressão nos pontos ósseos. ▪ Deve ser usado algum mecanismo de fixação para o paciente. ▪ Quando submetidos a anestesia geral -> somente após da colocação e fixação do tubo traqueal é que os pacientes são mobilizados e colocados na posição. DECÚBITO VENTRAL ▪ Posição que mais interfere com a condição respiratória do paciente. ▪ São usados coxins cilíndricos abaixo das axilas e nas faces laterais do tórax -> permite melhor expansão pulmonar. ▪ Indicação: procedimentos na coluna vertebral, sacro e cóccix, acesso posterior as glândulas supra-renais e operações proctológicas. POSICIONAMENTO DO PACIENTE MILENA BAVARESCO ▪ Estrutura de Wilson: estrutura que propicia elevação do tórax e permite livre movimentação do diafragma. LITOTOMIA OU GINECOLÓGICA ▪ Usada em procedimentos que requerem abordagem perineal -> ginecológicos, obstétricos e proctológicos. ▪ Usa perneiras das mesas operatórias -> devem ser colocadas na mesma altura em ambos lados. ▪ Suportes especiais de perna: usados para evitar pressão sobre a região poplítea, rotação externa e abdução indevida. POSICIONAMENTO DO PACIENTE MILENA BAVARESCO FOWLER MODIFICADA ▪ Paciente permanece sentado sobre a mesa operatória, aumentando seu peso no dorso corpóreo. ▪ Usar acolchoamento extra sob as nádegas e a região do dorso. ▪ Usado em cirurgias plásticas na face e tórax. LESÕES INADVERTIDAS DURANTE O ATO OPERA TÓRIO ▪ Risco constante ao posicionamento do paciente é a Lesão dos Nervos Periféricos, abrangendo o plexo braquial e inúmeros outros ramos nervosos isolados. ▪ Patogênese dessa lesão: estiramento do nervo, seguido por compressão, propiciando isquemia do vasa nervorum. ▪ Outra complicação -> tempo que os pacientes são submetidos ao posicionamento – quanto maior o tempo operatório, maior a probabilidade de ocorrência de lesões. LESÕES NEURAIS ▪ Plexo braquial: lesão mais comum – o estiramento do plexo em um membro abduzido é aumentado por extensão dorsal e flexão lateral da cabeça no lado oposto. o pode ocorrer compressão entre a clavícula e o primeiro arco costal quando as braçadeiras do ombro são colocadas de modo inadequado sobre a articulação acromioclavicular -> comprimindo a clavícula em direção ao espaço retroclavicular. POSICIONAMENTO DO PACIENTE MILENA BAVARESCO ▪ Nervos Isolados: inúmeros nervos podem ser lesados durante cirurgias de longa duração quando o posicionamento não é adequado: 1) Nervo Radial: lesado quando o membro superior desliza para fora da mesa cirúrgica quando é aplicada pressão ao nervo no local de sua passagem pelo sulco espiralado do úmero. 2) Nervo Ulnar: é lesado quando ocorre sua compressão contra a face posterior do epicôndilo medial do úmero. 3) Nervo Ciático: pode ser lesado por estiramento, quando a distancia entre os pontos de fixação do nervo é aumentada por acentuada rotação externa das pernas ou por extensão do joelho. 4) Nervo perineal Comum: a lesão deste nervo é associada à posição de litotomia, quando ocorre a compressão entre a cabeça do perônio e suporte utilizado para posicionar os membros inferiores do paciente. 5) Nervo Tibial Anterior: a lesão é associada ao posicionamento sentado ou em decúbito ventral quando os pés do paciente são submetidos a extensa flexão plantar. 6) Nervo Femoral: lesão determinada pela angulação excessiva da coxa, com pacientes em posição de litotomia. POSICIONAMENTO DO PACIENTE MILENA BAVARESCO 7) Nervo Safeno: pode ser lesado por compressão contra o côndilo tibial medial, se o pé do paciente for suspenso lateralmente, quando em posição de litotomia. 8) Nervo Obturador: lesado por flexão excessiva da coxa sobre a virilha, na posição de litotomia durante prolongados trabalhos de parto. LESÕES NÃO-NEURAIS: ▪ Pele: qualquer região da pele sobre a qual é exercida pressão contínua -> vulnerável à lesão isquêmica com possibilidade de formação de úlceras de pressão. o Lesão causada pela fixação do tubo traqueal no canto da boca. ▪ Mãos, Pés, Dedos e Orelhas: movimentação frequente da mesa pode levar a estiramentos e compressões inadvertidas de mãos, pés e dedos. o Exemplo: lesões das orelhas ocorrem quando elas são posicionadas dobradas entre a cabeça do paciente e o colchão da mesa. ▪ Olhos: as pálpebras dos pacientes devem ser fechadas com uso de fita adesiva, aplicando-se cremes para evitar ressecamento orbital. ▪ Relacionados à Máscara Anestésica e ao Tubo Traqueal: a máscara facial é utilizada para indução anestésica, sendo aplicada apensas durante o curtoperíodo de tempo. o Quando usada por maior período de tempo, pode determinar perda de cabelo pelas tiras da máscara. POSICIONAMENTO DO PACIENTE MILENA BAVARESCO POSICIONAMENTO DA EQUIPE CIRÚRGICA ▪ A equipe cirúrgica tem posicionamento fixo – como regra geral: cirurgião se posiciona à direita do paciente quando realiza operação em um local ou órgão situado à esquerda do paciente. POSICIONAMENTO DO PACIENTE MILENA BAVARESCO