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TC de abdome na emergência

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TC de abdome na emergência 
APENDICITE 
CASO 
 E.A.M., sexo masculino, 23 anos, com sobrepeso. 
 Os sintomas iniciaram há 3 dias com inapetência e 
diarréia, sensação de febre não aferida, 
apresentava dor incaracterística e difusa. Hoje 
com dor localizada em FID que piora com a 
movimentação ou quando aperta o abdome. 
 Exame físico: hidratado corado afebril FC de 100 
bpm 
 Abdome com defesa em FID, DB positivo. 
 Leucocitose com desvio a esquerda e PCR reativa 
CONDUTA 
RX: ruim para dar o diagnóstico. Pode identificar 
pneumoperitôneo e o apendicolito (7-15% dos casos) 
USG: pode ser considerado como exame inicial em 
pacientes jovens, especialmente os magros, se a TC 
não estiver disponível. 
 Operador dependente. 
 Na maioria das vezes, sobretudo em pacientes 
em sobrepeso, apendicite não será descartada 
pois é muito difícil ver o apêndice 
 Com doppler: se observa o aumento do fluxo 
sanguíneo ao redor do apêndice 
TC: Alta sensibilidade e especificidade. De 
preferência deve ser feita com contraste EV 
 localiza o apêndice e faz uma avaliação da 
gravidade 
 Mesentério saudável é igual o tecido adiposo -> 
quando tem inflamação fica mais acinzentado 
(densificação) 
 
DIVERTICULITE 
CASO 
 J.I.K, 65 anos, sexo masculino 
 Paciente refere dor em FIE há 4 dias e obstipação 
intestinal. 
 Refere um episódio de febre não aferida. 
 Exame: BEG, hidratado, afebril, FC 76 
 Abdome doloroso à palpação de FIE, DB (-). 
 Laboratoriais: leucocitose com predomínio de 
neutrófilos, PCR elevado 
 
CONDUTA 
 Complicação da doença diverticular dos cólons 
(acontece principalmente no colon esquerdo por 
uma fraqueza da parede) – processo inflamatório 
devido à obstrução por fezes 
 Confirmar o diagnóstico e identificar 
complicações: perfuração, coleções 
RX: pode identificar pneumoperitôneo (não 
bloqueado) 
US: extremamente limitado 
TC: método de escolha, de preferência com contraste 
-> observa-se gordura mais densificada ao redor do 
colon 
 Classificação de Hinchey: gravidade da 
diverticulite pela tomografia 
 
COLECISTITE 
CASO 
 G.L.J., sexo feminino, 65 anos 
 Relata dor tipo cólica em hipocôndrio direito 
iniciada hoje pela manhã, com náuseas e vômitos. 
Refere que já apresentou episódios semelhantes, 
porém com remissão espontânea da dor. Hoje 
esta dor não melhora e apresenta-se mais intensa 
do que o habitual. 
 Ao exame físico apresenta-se em BEG, hidratada, 
afebril, com FC 97. 
 Abdome com dor à palpação de HCD, Murphy + 
(parada inspiratória por conta de dor) 
CONDUTA 
Inflamação da vesícula biliar (calculosa ou não) 
USG: modalidade de escolha na avaliação inicial da 
dor em abdome superior 
 USG de abdome superior (já é suficiente) ou total 
 Apenas pedrinhas = colelitiase/ parede espessada 
= colecistite 
 Importante medir o colédoco: até 0,4cm é normal 
TC: menos sensível que o USG (alguns artigos já 
refutam esta afirmação), cálculos radiotransparentes 
não são vistos -> vistos se calcificados (radiopacos) 
RM: ótima sensibilidade porém pouco acessível. A 
colangioressonância pode avaliar a presença de 
cálculos no colédoco. 
PANCREATITE 
CASO 
 E.O.M., 45 anos, sexo feminino 
 Relata dor em faixa no abdome superior de início 
há 6 horas, com náuseas e vômito e pira com 
alimentação. Relata acolia fecal e colúria 
associadas. 
 Exame físico: BEG, hidratada, afebril, ictérica 
3+/4+, com FC 89. 
 Abdome com dor à palpação de todo o andar 
superior do abdome. 
 Apresenta elevação de amilase e lipase. 
CONDUTA 
 Critérios diagnósticos de pancreatite aguda – 
dois dos seguintes: 
 Dor epigástrica persistente e intensa 
 Aumento de lipase/amilase acima de 3x o 
limite superior de normalidade 
 Achados de imagem: quando os dois 
primeiros critérios não estão presentes, 
definição de etiologia ou na suspeita de 
complicações (>chance após 72h) 
 
US: o primeiro exame a ser solicitado para 
determinação de etiologia -> pancreatite pode ser 
complicação da litíase biliar 
TC: pode ser normal em casos muito iniciais. Deve ser 
solicitada na suspeita de complicações ou em dúvida 
diagnóstica -> pode observar gordura ao redor do 
pâncreas opaca 
RM: equivalente à TC 
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 
CASO 
 A.G.R., 60 anos, sexo feminino. Refere cirurgia 
ginecológica há muitos anos. 
 Relata parada de eliminação de fezes há dois dias, 
dor abdominal difusa, náuseas e vômitos 
 Exame físico: BEG, desidratada, afebril, anictérica 
com FC 102, PA: 140 x 80 mmHg. 
 Abdome globoso, difusamente doloroso à 
palpação, timpânico, DB negativo. 
CONDUTA 
Principal causa: brida/aderência (75%) – cirurgia 
anterior 
USG: sem utilidade -> tudo que tem gás o som não 
passa 
RX: por muito tempo, o primeiro exame a ser 
realizado. Controverso. Sensibilidade de 69% e 
especificidade de 57% 
TC: sensibilidade de 94% e especificidade de 96%. 
Pode auxiliar na definição da causa e identificar o 
ponto de obstrução. 
 Achados: alças intestinais dilatadas e formando 
nível e uma alça bem afiladada que é o ponto de 
obstrução 
ABDOME AGUDO VASCULAR 
CASO 
 Mulher de 80 anos deu entrada no pronto-socorro 
com dor abdominal intensa e mal localizada há 5 
horas, com diarreia sanguinolenta (déficit de 
irrigação na parede da alça )e sem febre. 
 AP: repetidos episódios de pancreatite no passado 
 EF: BEG, desidratada, afebril, FC 98 
 Abdome globalmente e discretamente doloroso 
difusamente à palpação 
 Lab: Leucocitose com desvio e PCR elevado 
CONDUTA 
Isquemia mesentérica: 
Exame de escolha: tomografia com necessidade de 
fase arterial (avaliação vascular) 
 
Achados: 
 Falha de enchimento vascular 
 Espessamento parietal de alças 
 Hipocontrastação parietal de alças 
 Artéria mesentérica superior dissecada com 
trombose de falso lumen e lumen verdadeiro 
estenosado 
Fases mais avançadas: 
 Pneumatose intestinal: gás na parede da alça 
 Pneumatose portal: gás no sistema porta 
 Pneumoperitôneo 
Fatores predisponentes: 
 Pancreatites de repetição: pela proximidade 
 Fibrilação atrial: causa trombo que libera êmbolos 
 
ABDOME AGUDO PERFURATIVO 
CASO 
 Homem de 40 anos deu entrada no pronto 
socorro com dor abdominal há 3 horas, 
apresentando piora progressiva dos sintomas. 
 AP: Refere praticar esportes regularmente, 
apresentando dor crônica no joelho esquerdo, 
para a qual faz uso frequente de cetoprofeno, 
sem orientação médica. 
 EF: REG, desidratado, afebril, FC 107 bpm 
 Abdome rígido e globalmente doloroso à palpação 
 Lab: Leucocitose com desvio e PCR elevado 
CONDUTA 
 Úlcera péptica e diverticulite são as causas mais 
comuns 
 Diverticulite: a maioria das perfurações são 
bloqueadas. Apenas 1-2% com pneumoperitôneo 
livre 
 Antiinflatório de uso crônico -> ulcera péptica 
perfurada 
RX: baixíssima sensibilidade – 33% se 1-13 mm 
 Pode ver o pneumoperitonio, mas tem que ser 
mais significativo 
 Para programar o tomógrafo ele faz duas imagens 
(2 RX) – chamados escalt ou localizers 
TC: método de escolha: sensível e determinação do 
local de perfuração 
 Contraste extravasa do estomago 
Aspectos de imagem: 
 Localização dos focos gasosos: indicador do local 
de perfuração 
 Preferencialmente a TC será feita com contraste 
ORAL e VENOSO

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