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VERDADES E SONHOS 8-atual

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Assoeste, Cascavel, 2016. 
 
2 
 
Página de rosto 
 
3 
 
Ficha catalográfica 
 
4 
 
Dedicatória 
 
Dedico esta obra a todos que contribuíram para a recuperação de 
minha saúde, a Psiquiatra Doutora Andreia Maria Rigo Lise, aos zeladores, 
zeladoras, secretários, secretárias, médicos, médicas, enfermeiros, 
enfermeiras, diretores, diretoras, proprietários, proprietárias, aos governantes 
que edificaram os hospitais: Hospital Santa Izabel, de Santo Antônio do 
Sudoeste – Pr., Hospital Regional e Hospital São Francisco de Francisco 
Beltrão – Pr. e do Hospital São Lucas de Cascavel - Pr. 
A Minha namorada Lidinalva Rufino dos Santos, por todo o apoio e 
compreensão. 
A meu filho, André Cassiano Messias Valdameri, pela compreensão e 
motivação, desde seu nascimento tem me motivado a lutar pela construção de 
um ambiente ecologicamente equilibrado. 
A Professora Maristela Becker Miranda, que sempre soube 
compreender as dificuldades pelas quais eu passei. 
A Professora, Doutora Irene Carniatto de Oliveira, que desde a 
orientação de meu Mestrado me cobra e orienta a escrever, que colaborou com 
esta obra escrevendo seu prefácio e um artigo. 
Aos amigos Edegar Bueno, Jair Pereira, Miriam Jaqueline de Araújo 
Carlotto , José Peixoto da Silva Neto (Peixoto), bem como, o piloto, 
enfermeiros, Medicos e Medicas, a todos que trabalham no CONSAMU, que se 
dedicaram na minha transferência para o Hospital São Lucas em Cascavel. 
Ao Jornalista Jairo Eduardo, a Senhora Vania de Souza, Pastor Denny 
Peterson Martins, Doutor Roberto Almeida, Professor e Empresário Ivo José 
Triches, a Jornalista Miriam Duailibi, por gentilmente terem concedido 
entrevistas e escrito artigos enriquecendo este material. 
Ao senhor Airton Arezi, que dedica a vida na produção de alimentos 
livres de agrotóxicos, um homem e sua família dedicados a produção 
agroecológica, contribuindo para a saúde humana e do ambiente. 
 
 
 
5 
 
 
 
6 
 
Agradecimento 
 
Para que esta obra se tornasse realidade muitas pessoas colaboraram, 
mas, preciso dizer que não apenas a obra em si foi viabilizada, a minha vida 
adquiriu novo sentido graças a contribuição deles. 
O trabalho para realizar esta obra iniciou no exato momento em que 
Deus, o ser supremo a quem sempre agradeço inspirou minha mãe a voltar à 
minha procura e encontrasse força interior e física para me tirar do varal onde 
eu estava enroscado, portanto, são muitas pessoas a serem agradecidas. 
Agradeço a Deus pelo dom da vida, Minha mãe Terezinha Santos 
Matos Valdameri, meu pai Irani Valdameri, ao Elizeu Lorini, aos motoristas, 
enfermeiros e médicos que se dedicaram para minha recuperação. 
As minhas irmãs Ivanilde Salete Valdameri e Elizete de Fátima 
Valdameri, as minhas sobrinhas, Ivanete Paula Valdameri de Sá, Leticia 
Michelle Hortelib e Milena Hortolib. 
Aos amigos e amigas que se juntaram a mim pela oração. 
Ao amigo Plácido Luiz Paraná de Oliveira Neto e todo o grupo da 
Renovação Católica Carismática, que todas as terças-feiras se reúnem em 
oração na Igreja Matriz, Santo Antônio de Pádua, de Santo Antônio do 
Sudoeste. 
A assistente Social Kauana C. Fogari, a Psicóloga Andressa Veiga 
pelo gentil empréstimo de material para pesquisa. 
A Amiga Professora Silvana Ferreira Messias, pelo empréstimo de 
material para pesquisa e pela compreensão em todos os mementos que 
vivemos juntos, pelo muito que ensinamos e aprendemos um ao outro. 
Aos meus tios, tias primos, primas e amigos que estiveram a meu lado 
nos hospitais, orando, louvando pedindo a Deus pela minha completa 
recuperação. 
Ao Professor Luiz Carlos Bernardi e a Professora Lunalva Bernardi, por 
tudo que me ensinara, principalmente a dar os primeiros passos no Magistério. 
 
7 
 
Aos integrantes da ONG Amigos dos Rios, que todos os sábados 
domingos e feriados se reúnem para desenvolver ações ambientais, o trabalho 
de todos tem sido fundamental na minha recuperação, Abigail dos Santos de 
Oliveira, Alberto Rodrigues Pompeu (Professor Beto Pompeu), Joao Ailton 
Beckert, Paulo Candido de Oliveira, Carmo Silvestre Henz (Guri), Felipe Denis, 
Janari Ivo Messias Denis, Gesse Alves Lopes e Jair Pereira Gomes. Aos que 
se dedicam a organizar a documentação Ailton Martins Lima, Villimar Pedro 
Irber, Suzana Zilio, Izabel Machado, Alvaro M. Deluca, Aderbal de Holembren 
Melo, Rodrigo Becker Miranda, Marcos Otone. 
Aos que sempre nos dão todo o suporte para desenvolver ações Jairo 
Eduardo, Laidir Dalberto, Jair Cleiton da Costa, Ivo Pegoraro, Elton Aluisio 
Stein, Jairo A. Moretti, Vera Teresinha Fortti, Luiz Antonio Lopes, João Batista 
Nunes Vieira, Josue de Souza, João Batista Cunha Junior, Jaime Vasatta, Nei 
Haveroth, Luiz Frare, Leila Marta Martins Viana, Carlos Constantino, Adenir de 
Lourdes Molina Mori (Mariana), Professor Ivo José Triches, Paulo Luiz 
Cordeiro, Professora Andrelina Pedroza Batisti, Professor Nildo Santello, 
Professor Deonir Giacomini, José Francisco Konolsaisen (Chico). 
A todos os veículos de comunicação que repercutem nossas ações, a 
seus diretores, diretoras, proprietários, proprietárias, e todos os funcionários 
das Rádios, Colmeia, CBN Cascavel, Independência, Tarobá, T, Capital, 
Jovem Pam, CATVE, Cultura, Norte e Integração. 
Aos canais de televisão, CATVE, Tarobá, RPC TV Oeste, RICTV, TV 
FAG, Araça, Stop, Naipi (Rede Massa). 
Aos Portais de notícias CGN, CATVE, An6. 
Aos jornais O Paraná, Hoje, Pitoco, Gazeta do Paraná, Gazeta do 
Povo, O Mercadão, Tribuna das Cidades, O Comunitário, Manchete Popular. 
As Revistas Aldeia, Fatos, Nova Fase, Diference, Gente & Notícias, 
Ação Empresarial e Revista Catedral. 
Graças ao trabalho destes organismos de comunicação nosso trabalho 
é divulgado possibilitando a entrada de novos membros na ONG e levando 
esta mensagem inspiram muitos outros a repliquem estas ações, colaborando 
na preservação de “nossa casa comum”. 
Sempre serei grato pelo apoio de todos estes organismos, peço 
desculpas por não citar nomes de pessoas, certamente deixaria alguém sem 
citar deste modo seria injusto, sintam-se todos agradecidos. 
 
8 
 
 
Prefácio 
 
 
A presente obra VERDADES E SONHOS: uma História Real sobre Depressão 
e Tentativa de Suicídio, de Adelar José Valdameri, remete a uma das 
perguntas ontológicas mais importantes, que o homem busca respostas quanto 
à sua existência: Quem sou? De onde venho? Para onde vou? Por que estou 
aqui? 
Responder a estas perguntas e entender o significado da vida tem sido crucial 
para a vida, a permanência e a saúde emocional de todas as pessoas. 
Esta obra tem uma grande importância e mérito, quando alguém como o autor 
tem a ampla capacidade de expondo seus sonhos, suas dificuldades, seus 
medos, abrir seu coração e sua vida, dividindo com todos nós sua experiência 
traumática de depressão e tentativa de suicídio. 
Nesta obra Adelar abre sua alma e relata com clareza, como viveu e sentiu as 
etapas da depressão e como ocorreu sua tentativa de suicídio, a qual segundo 
seu relato, ele não consegue se lembrar, de ter tentando absolutamente nada. 
Isso pode realmente ajudar a você, em quadros semelhantes que estejam à 
sua volta. 
Porque o autor toma essa decisão? Ouvindo-o e acompanhando, como amigo, 
durante esse processo e também muito antes como aluno, pois o Adelar foi 
meu primeiro orientando de Mestrado, o que nos causa muito orgulho, também 
como grande parceiro das causas ambientalistas, e mesmo depois, nestes 
tempos após esse acidente, não tenho dúvida de afirmar que ele faz isso, até 
porque ele próprio me disse: que era para compreender o fenômeno e 
desequilíbrio físico-emocional que tomou conta de sua vida. E também, por 
generosidade, o Adelar é naturalmente uma pessoa muito generosa, se você 
precisar dele, ele sempre estará pronto a fazer o maior esforço para acolher a 
tua necessidade e ajudá-lo, pronto a atender. Outras característicasdo autor: 
 
9 
 
ele parece sempre tranquilo, nunca o vi nervoso, bom amigo, educado, polido, 
faz amizade fácil e tem sempre um sorriso calmo no rosto. 
E nesta descrição eu gostaria de também ajudar a alguém ou alguma família a 
começar a se indagar: Como pode alguém assim, estar em profunda depressão 
e tentar suicídio? 
Como entender o palco das idéias, das emoções e da alma, que vai dentro de 
um ser humano, que parece ser totalmente tranquilo e ajustado às situações 
normais da vida? Como nós famílias e amigos poderemos ter uma relação 
pessoal e emocional com os que nos cercam, para que possa ter espaço nas 
conversas e nas confidências, o abrir do coração e da alma, daqueles que 
passam por uma angústia e desequilíbrios deste tamanho? 
Nesta obra você vai encontrar nos primeiros capítulos: “Nossas Escolhas”; “A 
Pedinte”; “O Exemplo das Pombinhas”; “Poesia e Versos”, muito da vida, as 
preocupações e ocupações do Autor. Também seus versos e amores. Você 
poderá começar a compreender um pouco de sua história e sua postura diante 
da vida. 
Também, nos capítulos “Morte e Vida em Quarenta e Sete Dias, Meu Calvário”; 
“A Doença do Século”; “Suicídio”; “Repetindo”; “Doenças Ocupacionais”, o 
autor relata sua doença e passo a passo, tudo que ocorreu nos dias de seu 
tratamento e tentativa de suicídio. Ele abre, com toda generosidade e reparte 
com os seus leitores, seus medos, seus pensamentos e suas angústias. Ainda, 
escreve muito do que ele aprendeu, para compreender e se preparar para 
seguir em frente na Vida. Assim ele apresenta as “Entrevistas”, quando ele 
procurou por inúmeros profissionais que lhe explicasse a depressão e o 
suicídio à luz da medicina, da ciência e da religião. Muitos apesar de 
prometerem participar, não o fizeram. Não nos cabe aqui pensar nos motivos, 
mas três grandes profissionais aceitaram o desafio e respondem as suas 
perguntas: um jornalista “JAIRO EDUARDO – Editor do jornal Pitoco e diretor 
comercial da Revista Aldeia”; Uma médica “Andreia Maria Rego Lise – 
Psiquiatra” e o pastor “Denny Peterson Santos Ribeiro Martins - formado em 
Teologia Pastoral pela Universidade Adventista de São Paulo”. Uma grande 
 
10 
 
contribuição desses profissionais para a compreensão de diferentes opiniões 
sobre a depressão e o suicídio. 
Nos quatro capítulos seguintes o autor solicitou de outros profissionais 
renomados, que também trazem artigos sobre o tema, para ampliar a visão do 
leitor e contribuir para prevenir e detectar sintomas e seu tratamento, estes são 
os seguintes capítulos: “Depressão e Neurociências” por Roberto Almeida; 
“Conatus e Suicídio: Uma Abordagem à Luz da Filosofia Clínica” escrito pelo 
Prof. Ivo José Triches, Conferencista, Escritor, Filósofo Clínico, Empresário e 
Ambientalista; “Depressão, Natureza e Alimentação Saudável” por Miriam 
Duailibi, Jornalista, educadora ambiental, especialista em sustentabilidade, 
mudanças climáticas e escritora; “A Vida – Perguntas Ontológicas que 
Fundamentam a nossa Existência: Quem Sou? De Onde Venho? Por Que 
Estou Aqui? Para Onde Vou?” Por Irene Carniatto – Professora, Pesquisadora, 
conferencista, ambientalista da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - 
Unioeste, que me foi pedido, pelo amigo Adelar, para escrever. 
O Autor retoma sua história nos capítulos finais em “Conectando 
Informações” e “O Que Faço Hoje”. Muito otimista e com ânimo redobrado faz 
planos e assume desafios. Ele nos fala com muita propriedade: “Eu morri, morri 
e renasci e agora mais do que nunca, me sinto no dever de dizer a todos, o 
quanto vale a vida e ela com certeza, não tem valor e nem peso material, 
portanto, vamos todos juntos defender a vida”. “O Amor que só aumenta, 
jamais se acaba. Mas o amor jamais retorna, jamais se desfaz...” 
Desejo a todos boa leitura e compartilhe conosco suas experiências 
(Adelar – amigodosrios2000@gmail.com; Irene – irenecarniatto@gmail.com). 
Profª Drª. Irene Carniatto – Professora e Pesquisadora do 
Curso de Ciências Biológicas e do Mestrado e 
Doutorado em Desenvolvimento Rural Sustentável 
da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. 
 
 
 
mailto:rios2000@gmail.com
 
11 
 
 
SUMÁRIO 
 
PREFÁCIO 8 
SUMÁRIO 11 
NOSSAS ESCOLHAS 13 
A PEDINTE 16 
O EXEMPLO DAS POMBINHAS 21 
POESIAS E VERSOS 23 
MORTE E VIDA EM QUARENTA E SETE DIAS, MEU CALVÁRIO 35 
A DOENÇA DO SÉCULO 45 
SUICÍDIO 47 
REPETINDO 51 
DOENÇAS OCUPACIONAIS 53 
ENTREVISTAS 56 
DEPRESSÃO E NEUROCIÊNCIAS 67 
CONATUS E SUICÍDIO: UMA ABORDAGEM À LUZ DA FILOSOFIA CLÍNICA 72 
DEPRESSÃO, NATUREZA E ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL 79 
A VIDA – PERGUNTAS ONTOLÓGICAS QUE FUNDAMENTAM A NOSSA 
EXISTÊNCIA: QUEM SOU? DE ONDE VENHO? POR QUE ESTOU AQUI? PARA 
ONDE VOU? 84 
CONECTANDO INFORMAÇÕES 93 
O QUE FAÇO HOJE? 116 
 
 
12 
 
 
 
13 
 
NOSSAS ESCOLHAS 
 
A vida nos oferece diversos caminhos, cabe unicamente a cada um de 
nós a escolha sobre o qual deles devemos seguir, ocorre que abrimos mão de 
muitas coisas ao longo da vida, não é raro condicionarmos a nossa felicidade 
pelo ’Quando’’, e o ‘quando’ é o sonho que pode nunca acontecer, 
naturalmente ouvimos pessoas dizendo: quando tiver aquele carro, serei feliz, 
quando tiver minha casa, serei feliz, quando conquistar aquela namorada, ou 
aquele namorado aí sim serei feliz. 
Falta-nos a compreensão de que a felicidade é um estado de espírito 
não depende de outros ou de determinados bens para que ela exista ela pode 
ser encontrada nas situações mais simples, onde muitas vezes não há 
nenhuma atribuição de valor. 
Na busca da felicidade muitas vezes perdemos o foco da vida, e com a 
perda do foco também perdemos o sentido dela, ouvindo pessoas ou buscando 
soluções para coisas ou falas sem fundamento algum, o certo é que perdemos 
grande parte da vida com coisas banais, picuinhas, coisas que poderíamos 
deixar passar despercebidas, trocamos a felicidade pelo nada. Deixamos de 
nos preparar para o agora. 
Enquanto a doença não passa rente a nós, a 
vida nos parece infinita e acreditamos que 
sempre haverá tempo para lutarmos pela 
felicidade. Antes preciso obter meus diplomas, 
receber meus créditos é preciso que as 
crianças cresçam, que me aposente... mais 
tarde pensarei na felicidade. Adiando sempre 
para o dia seguinte a busca do essencial, 
corremos o risco de deixar a vida escoar entre 
nossos dedos, sem jamais tê-la de fato 
saboreado. (SERVAN-SCHREIBER, 2011, p. 
42). 
Em nosso dia a dia nos deparamos com situações que provocam 
reações nem sempre esperadas, temos ao longo da vida muitos lutos, 
entramos em crises que são perdas materiais, sentimentais, pessoais, de entes 
 
14 
 
queridos à trabalho, algumas superamos rapidamente, outras nos trazem 
magoas, rancor, que não são superados e nos deprimem, nos oprimem, nos 
humilham, na verdade nos fazem mergulhar em depressão profunda, que pode 
ser rapidamente superada ou que pode se agravar em alguns casos até a 
morte nos levar. 
Há as crises vitais do desenvolvimento e as 
crises circunstanciais. As primeiras ocorrem à 
medida que envelhecemos, quando surgem 
dificuldades na passagem de uma fase da vida 
para a outra. Elas são inerentes ao 
desenvolvimento humano. Já as crises 
circunstanciais originam-se de acontecimentos 
raros e extraordinários, situações que o 
indivíduo não tem como controlar. (BOTEGA, 
2015, p. 12). 
Como seria bom se entendêssemos que em cada um de nós está a 
chave para a solução de todos os problemas, as atitudes que tomamos trarão 
os resultados, sejam eles de nossa vontade ou não, portanto, precisamos 
entender que não adianta ficar reclamando, nos tornar pessoas amargas, 
insensatas, culpar os outros pelos nossos fracassos, o que vivemos hoje é 
resultado de atitudes tomadas ontem, ou antes, mas sempre é resultado de 
nossas atitudes, é claro que esta afirmação não é válida para aquelas pessoas 
que nasceram em regimes ditatoriais,que nasceram escravizadas, ou que por 
motivos de grupos de nascimentos se tornaram escravas, ou ainda nasceram 
com determinadas deficiências ou doenças, há ainda doenças que surgem por 
questões genéticas. 
O grande problema quando tomamos uma atitude errada é a 
dificuldade de nos reabilitarmos, erguer a cabeça e caminhar novamente rumo 
ao acerto, nestes momentos, parece que o mundo vai acabar e naturalmente 
mergulhamos num mar obscuro, a vida perde o sentido, perdemos o rumo. 
Nos momentos de dificuldade encontramos amigos verdadeiros, mas, é 
também o momento exato para compreendermos a quem e a que devemos dar 
valor. A palavra valor empregada neste material não é a mesma que 
usualmente empregamos em nosso dia a dia, pois, não se trata de valor 
 
15 
 
comercial e sim sentimental. É na dificuldade que compreendemos os objetivos 
de alguns estarem em nossa volta, se por afeto ou interesse, mas é também o 
momento da introspecção, ou seja, de voltar para si mesmo e analisar com 
profundidade qual o sentido da vida, se a vida que se leva tem mesmo sentido 
ou se ela é desprovida de atitudes e comportamentos agregadores. 
O certo é que quanto mais diverso for o número de opções, mais 
dúvidas teremos, é certo que a verdade vai além das doutrinas que muitas 
vezes tentam nos convencer do correto e do errado, o interesse pela verdade 
deve sempre permear todas as ações humanas, mas, a verdade não está 
apenas em um conjunto de regras ou normas. 
A vida deve ser um eterno aprender, aprendo para mim... aprendo para 
você... aprendamos todos o melhor modo de viver... 
Muitos acreditam que a solução de todos os problemas e o verdadeiro 
sentido da vida está em acumular bens materiais, dedicam toda a sua vida para 
ganhar dinheiro, não medem esforços quando se trata de obter lucro. Não 
podemos afirmar que aqueles que dedicam sua vida para ganhar dinheiro e 
acumular riqueza estejam errados, mas, seguramente praticar atividades que 
tragam a possibilidade de melhorar o ambiente ao seu redor, oferece muito 
mais que ganho material, as atividades coletivas que buscam o bem-estar de 
todos, nos trazem uma energia totalmente enriquecedora, renovadora e 
profunda paz de espirito. 
“O dinheiro faz homens ricos, o conhecimento faz homens sábios e a 
humildade faz grandes homens”. (IANESCO, Pedro, 2016). 
 
 
 
16 
 
A PEDINTE 
 
Sábado pela manhã, estava na Feira do Pequeno Produtor (uma feira 
que há alguns anos foi instalada em Cascavel para fomentar o 
desenvolvimento de pequenos produtores rurais ou urbanos, acontece aos 
sábados, entre a prefeitura e a câmara de vereadores, domingos, terças e 
quintas na praça Wilson Jofre, na Rua Rio Grande do Sul, área central da 
Cidade), quando de súbito surge uma pedinte, blusa preta com capuz a cobrir a 
cabeça e parte do rosto, um óculos com armação preta a deixava com aspecto 
de senhora, bem mais velha do realmente é, calça suja a varrer o chão, um 
saco de rafia nas costas, cheio de quinquilharias, um copo com café na mão, o 
qual era colocado sobre a mesa que ela se aproximava à pedir doações, 
quando depositava seu copo de café sobre a mesa o olhar de todos se enchia 
de repulsa, nojo, medo, desencanto por seu aspecto de sujeira. A pedinte de 
posse de uma latinha, argumentava sobre suas necessidades, coletando 
assim, uma a uma, suas moedas. 
Após circular por toda a feira e coletar a quantia desejada de moedas, 
encostou-se em um carrinho de lanche, calmamente despiu-se de seu manto 
de pedinte, peça a peça, tirou: óculos, blusa, calça, ficando apenas de shorts e 
camiseta, a senhora repentinamente voltou a sua juventude, em sua face 
notava-se um ar de satisfação, como quem diz: “missão cumprida por hoje, 
agora é só desfrutar as conquistas deste dia”. 
Puxou uma cadeira sentando-se próximo a uma mesa, fixou os olhos 
no universo e repentinamente mergulhou num pensamento profundo, seu rosto 
cobriu-se de uma imensa e inexplicável luz, contrastando com seus cabelos de 
um amarelo desbotado pelo tempo, cuja tinta não fora retocada. 
Naquele instante, seu rosto de êxtase parecia sorrir, pensamento ao 
longe demonstrando que parecia ter se desvinculado do mundo terreno e 
entrado em outra dimensão, certamente naquele instante ela não fez parte do 
mundo dos homens, ou mulheres, mas, sim encontrou paz de espirito, a mais 
profunda e delicada paz. 
 
17 
 
Por um instante, como um peixe que morde a isca em um anzol, fui 
fisgado e me vi atraído pela jovem pedinte, tentando imaginar qual era o 
pensamento, que mesmo vindo de uma pessoa com uma condição financeira 
tão precária, certamente com sofrimentos inimagináveis, a faziam rir, ria para si 
mesma e aparentemente seu interior era só luz e energias positivas. 
Sem nenhuma maldade, na inocência da pedinte passei então a refletir, 
sobre nossas atitudes e o mundo que nos cerca, como crítico de mim mesmo e 
de alguns comportamentos sociais, passei a me perguntar, sobre nosso dia a 
dia, no trabalho, no lazer, no transito, na política, é, na política, seja ela 
partidária ou não, sabemos que nossa vida é rodeada pela política, que muitos 
tanto repudiam. 
Durante a vida terrena, esta breve passagem pelo planeta terra, como 
é nossa vida, me pergunto então: 
Quantas vestes temos de usar? 
Usamos a veste adequada em nossa caminhada, ou para cada 
situação? 
Quantas por dia? 
A troca será feita por hora? 
Quando somos verdadeiros? Que consequências a verdadeira face nos 
traz? 
No Brasil é comum percebermos a mudança de face em algumas 
categorias, alguns deles acreditam cegamente serem ‘DEUSES’, eles e só eles 
podem determinar seus próprios salários, as vantagens e complementos de 
salários, além do salário dos simples mortais, aqueles que só são considerados 
no período de pedir. Para eles, ‘os Deuses’, as mordomias são infindáveis, 
vantagens que nem mesmo imaginamos quantas são, sabemos apenas que só 
a eles pertencem. A pouco tempo passamos pela fase dos vales, vale paletó, 
gravata, auxílio moradia, entre tantos outros vales, fico cá a me questionar, 
será que vão instituir o vale ética? Vale moral? Vale vergonha, ah, desculpem 
 
18 
 
divaguei estas palavras eles fizeram questão de deletar, não conhecem e tem 
raiva de quem sabe seus significados. 
Estamos agora vivenciando a fase da Delação Premiada, pasmem, um 
bandido com privilégios rouba o dinheiro de todos, das mais diversas 
maneiras, o roubo é descoberto, então, ele faz um acordo com a justiça 
dispondo-se a colaborar, por esta colaboração ele entrega seus comparsas e 
pela devolução de parte do que roubou tem sua pena abrandada, oras, quem 
rouba dinheiro público comete todos os tipos de crime, de forma indireta ele 
mata, deixa pessoas com deficiências, pela falta de medicamentos, ou por 
terem distribuído medicamentos com data de validade vencida, falta de 
saneamento básico e outros bens públicos, cujo dinheiro foi roubado, deveria 
ser considerado como autor de um crime hediondo e não receber benesses. 
Alguns deles se vestem de pedintes de dois em dois anos (nosso 
sistema eleitoral prevê eleições municipais separada das estaduais e federal, 
sendo que dois anos após a eleição municipal acontece a eleição para cargos 
estaduais ou nacional, o melhor seria eleições gerais, isto diminuiria os custos 
com eleições e resolveria ao menos parcialmente a questão da infidelidade 
partidária), neste período se vestem de homens e mulheres normais, abraçam 
e beijam, homens e mulheres, pegam crianças no colo, distribuem simpatia. 
Passado o tempo da enganação, se enchem de seguranças, pagos com o 
dinheiro do povo, voltam a seus castelos, ou seus templos, o templo dos 
‘DEUSES’, cercados por grades, distantes dos mortais. 
Fato marcante na história de um Estado da federação se deu durante a 
manifestação dos professores, o governo decidiu tirar dos trabalhadores do 
Estado direitos conquistados a muitosanos e a custa de muita luta, para 
encobrir despesas que provam a incompetência administrativa de tal 
governador recém reeleito, ocorre que durante sua mentirosa campanha dizia 
que o Estado estava com todas as suas contas em dia, que sua saúde 
financeira era a melhor possível, que ele deveria continuar no cargo pela sua 
competência administrativa, mas passada a eleição a conversa muda, a 
verdade vem à tona direitos precisam ser retiradas. As providencias então são 
tomadas, a primeira delas, proibir os professores e funcionários do Estado de 
 
19 
 
adentrarem a Assembleia Legislativa, oras, lá é o espaço para a discussão o 
debate de ideias, espaço para o qual todos os cidadãos e cidadãs deveriam ser 
motivados a ir e defender seus pontos de vista a qualquer tempo, mas nesta 
ocasião foram proibidos de entrar. 
Se estes debates acontecessem durante o tempo do fingimento, ou 
seja, a campanha eleitoral, os homens que se travestem de pedintes, 
certamente os servidores seriam recebidos de braços abertos e não proibidos 
de entrar no plenário. Outra providência foi retirar policiais dos seus locais de 
trabalho para cercar a assembleia e impedir que dela se aproximassem os 
manifestantes, além de utilizarem spray de pimenta, bala de borracha, 
cachorros e outros meios para agredir os professores e funcionários. 
Os homens que se acham ‘Deuses’ trataram os Professores e 
funcionários como se fossem os piores bandidos, pois, para eles não há perigo 
maior que uma população instruída, realmente a caneta e o conhecimento 
representa para eles um enorme risco, um risco mortal. 
Nas revistas, jornais, rádios e telejornais, diariamente vemos notícias 
de fraudes cometidas com dinheiro público, em todas as esferas do poder, 
compreendi então porque tantos têm medo, terríveis medo de ir de encontro ao 
povo. 
Cada dia fica mais claro o tamanho do rombo ao dinheiro público 
causado por alguns destes que se acham ‘Deuses’, é roubo de todo o 
tamanho, há investigações que nunca chegam ao fim, manobras de todos os 
tipos, acordos que jamais deveriam se quer serem imaginados, mas que estão 
acontecendo a luz do dia e o pior encontram amparo legal para o desrespeito 
ao povo, isto é fácil entender, são eles que fazem as leis certamente não iriam 
fazer algo para condená-los. 
Quando saem as ruas no período em que não estão travestidos de 
pedintes se protegem com a estrutura do Estado, se tivesse fazendo seu 
trabalho com humildade e honestidade, não precisaria de tão forte aparato 
policial! Me pergunto então! Como será sua próxima campanha? Será 
enclausurado? Esta pergunta faço a todos que usam de uma estrutura pública 
 
20 
 
para fins pessoais ao contrário do que deveria ser, pois, foram eleitos para 
servir ao povo e sobretudo os que mais precisam. Esperamos que um dia o 
povo acorde da sonolência profunda e dispense a eles o mesmo tratamento 
que dispensam ao povo quando se acham donos do poder. 
Saibam senhores, vocês que pensam serem ‘Deuses’, seu tempo é 
passageiro, seu poder é finito, por mais longo que seja e por mais que vocês 
consigam enganar a população por um longo tempo, o poder de vocês terá fim, 
ah..., mas como é certo que terá fim, no caso do Brasil as pessoas já não 
aguentam mais ver tanta falsidade, vocês são a cara da falsidade! 
A pedinte poderá continuar a pedir por toda sua vida, até por falta de 
políticas públicas de inclusão social, mas ela não é arrogante quanto vocês, 
que vivem do favor alheio, o Estado é um ente que nada produz, vive do 
trabalho alheio, mantido por valorosos servidores públicos, através dos 
impostos, taxas e tributos, vocês são os piores mendigos, são os trabalhadores 
em parceria com todo o setor produtivo que fazem a máquina girar, sem o setor 
produtivo não há ganho, não há impostos a receber. Se até hoje não 
demonstraram nenhuma gratidão com a população que os sustenta, saibam 
que passou da hora de demonstrarem, comecem a agradecer tudo o que já 
ganharam, sabendo que é bem mais que merecem. 
 
 
 
21 
 
O EXEMPLO DAS POMBINHAS 
 
Certa manhã enquanto viajava em uma rodovia, o carro desenvolvia 
uma velocidade considerável, quando me deparei com um bando de pombas 
em meio à pista, como não gosto de matar animais esforcei-me ao máximo 
para reduzir a velocidade, na tentativa de não atingir nenhuma delas, para 
duas, porém, não houve tempo de voarem antes de minha chegada, mas foi 
delas que me veio uma importante lição que levarei para toda a vida e passarei 
a vocês: 
As duas pombas que ficaram sobre a pista decidiram em uma fração 
de segundos, tomar atitudes diferentes, uma esperou uns instantes e voou, 
sendo colhida pelo veículo e com certeza perdendo a vida, a outra percebendo 
minha aproximação, apenas abaixou-se e deixou o carro passar, garantindo 
assim a manutenção de sua vida. Destas duas atitudes tão distintas me veio 
uma série de reflexões. 
1º é preciso saber a hora de voar, voe sempre que perceber o perigo a 
longa distância, não deixe o perigo aproximar-se demais de VOCÊ; 
2º. Se por alguma razão você não conseguir voar, encolha-se ao 
máximo deixe o perigo ir embora antes de sair gritando apavorado; 
3º. Se tiver realmente de tomar uma atitude respire fundo, busque 
alternativas, para depois reagir, mantendo sempre a cautela; 
4º saiba que se existe um problema é porque existem também uma 
série de soluções, portanto a resposta está em VOCÊ mesmo; 
5º. Por maior que seja o perigo que nos ronda, há sempre a 
possibilidade de nos defendermos, sem ter de atacar, sempre que deixamos o 
pavor tomar conta perdemos a noção de qual será a atitude correta e de qual 
será o tempo apropriado para nossa reação; 
6º. Algo que não oferece o menor risco pode se transformar em nossa 
destruição, quando nos descuidamos, menosprezando os riscos ou 
subestimando o risco oferecido; 
 
22 
 
7º. Devemos estar sempre atentos a tudo que está em nossa volta, 
pois, nem sempre o local que parece ser seguro realmente o é; 
8º cada ação resulta em uma reação, a falta dos dois ou de um dos 
dois, sempre traz consequências que poderão ser graves dependendo do 
momento e do local onde estamos, portanto, reaja, aja, se posicione, sua 
opinião sempre terá valor inestimável, sua omissão será percebida, muito mais 
que sua insistência em defender seus pontos de vista; 
9º. Nunca fique em uma posição que lhe oferece riscos sem antes 
tomar todas as precauções devidas; 
10º. Você é o ser mais importante do mundo, mantenha – se vivo, viver 
é o mais importante! 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
POESIAS E VERSOS 
 
Verdades e sonhos 
 
O que são as verdades, quantos sonhos há nelas... 
O sonho é a janela para a verdade olhar... 
Sonhos são belos, neles desenhamos nossos castelos... 
Enfeitamos com os tons que quisermos, damos a eles brilhos e luz, damos 
vida, deixamos fluir os desejos... 
Em nossos sonhos não encontramos o medo, neles acontecem todos os 
nossos segredos... 
A verdade nem sempre é tão bela, as vezes é só crueldade encontramos até 
falsidade, incertezas dureza e moleza também... 
O certo é que verdades e sonhos andam juntos lado a lado, de mãos dadas 
separados eles sentem profunda solidão. 
 
De tanta beleza... 
 
De tanta beleza, a beleza já não cabe em ti, 
De tanto te amar o amor já não me pertence, 
De tanto sonhar sonho o tempo todo, dia e noite, com você, 
De tanto quer, quero até ser você, pra viver sempre em mim, 
De tanto te olhar, meus olhos já não me pertencem, 
Será que um dia sonhou com um amor tão puro e tão leal a ti? 
Ou será que nunca parou pra pensar na dimensão do amor... 
 
24 
 
Se me pedisse provas, te daria sem nem mesmo pensar... 
Tocaria na lua, no sol, atravessaria os sete mares a nado, pra no outro lado te 
encontrar e receber de ti unicamente um sorriso, o seu riso, riso de perfeição... 
De todo beleza, Você é para as outras, fonte de inspiração... 
 
Eu QueriaEu queria poder sorrir em cada amanhecer, sem importar para onde ou para 
quem. 
Eu queria acreditar, no que me dizem sem precisar me preocupar 
Eu queria não ser massa de manobra, 
Eu queria que não me usassem, em lutas sem sentido, sem valor... 
Eu queria ser ouvido quando digo pra preservarem a vida, o ser, o ambiente, 
Eu queria ser eu mesmo em todos os lugares, ser aceito de a pé ou a cavalo e 
que meu carro não fosse símbolo de poder, 
Eu queria entender, por que será que muitos dizem que me defendem, se na 
verdade, só querem me enganar, 
Eu queria saber as causas de tantas guerras insanas, daqueles que só querem 
se manter no poder, 
Ah, mas como eu queria poder parar no tempo e reconstruir tudo que 
destruíram, em mim e em todos nós... 
A crença no amor, 
A fé na vida, 
O respeito ao poder 
Por que será??? 
 
25 
 
Que pensam que todos somos imbecis, nos enganam como se fôssemos 
absolutamente nada. 
 Nos sindicatos da traição mentem números, invertem valores 
E os sonhadores continuam a acreditar, 
Na fé dos homens que se aproveitam, 
Que dão um jeito de nos enganar 
Eu queria 
Dizer a todos que o amor é real, é leal, é bem mais que legal... 
 
ADEUS POETA; 
Está é uma singela homenagem ao Professor, Filósofo e Poeta Lázaro Batista 
da Silva, escrevi no momento em que li nos portais de notícias que ele tinha 
partido. 
Lembra das manhãs de sábado, quantas vezes poetizamos, talvez ninguém 
nos ouvisse, mas para nós as manhãs de sábado eram sagradas! 
Eram dias de poesia lá na Rádio Cidade. 
Quantos questionamentos??? 
Quantas interrogações??? 
Quantas reclamações fazíamos??? 
Procuramos solucionar o mundo, para nós, todos os problemas têm soluções, 
Soluções simples em forma de poesia, 
Onde está tua alegria? 
Ou o teu questionamento? 
Na estrada por um momento, sei lá o que aconteceu, e de repente ele morreu, 
Ah me perdoe poeta, morte é apenas para simples mortais, nesta passagem, 
 
26 
 
poetas brilham ainda mais, pois, sua poesia o eterniza, você não será brisa 
será sim, inspiração. 
Poeta tenha certeza, que Deus em sua grandeza fará nascer outros versos e 
Você terá espaço especial, pra lá do céu combater o mal que nesta terra tanto 
te atormentou. 
Vá em paz poeta amigo, saibas que aqui boa semente você plantou... 
 
BELEZA RARA 
 
De beleza tão rara quanto ouro no deserto, 
Olhar tão profundo quanto a dimensão do UNIVERSO, 
Encanto sem igual, 
Corpo sedutor, 
Jeito menina em corpo de mulher, 
Curvas assombrosamente acolhedoras... 
Ah como quero sugar seu delicioso néctar, pra te devolver em beleza todo meu 
ser... 
Te levar comigo, mesmo em sonhos por onde eu for e tocar seu corpo com as 
mais belas e suaves pétalas, que é o que só as DEUSAS podem ter. 
 
MENINA 
 
Quando vi aquela menina, vindo em minha direção, 
Sorrindo, 
 
27 
 
Meus pés saíram do chão, senti minha pulsação, 
Subindo, 
Em um breve momento, desviei meu pensamento, vi o mundo bem mais lindo, 
Imaginei a alvorada, seguindo numa linda estrada, com jardins pra todo lado, 
passo a passo te seguindo... 
A noite brisa molhada, te deixava ainda mais bela, 
O seu sorriso de infância, completava a elegância de uma mulher tão linda. 
Voltando ao meu normal, vi a mulher real, em traços de perfeição, 
Queria tê-la em minhas mãos ao menos por um segundo, 
Com certeza tua beleza me faria neste instante o homem mais feliz do mundo. 
 
ME CONVIDE PRA DANÇAR 
 
Me convide pra dançar, deixe meus olhos em seus fixar, quero te hipnotizar 
pra, atender os meus apelos, 
Juntos a noite não vai passar, faremos o tempo parar, quando em tua pele 
tocar com plumas divinais, seu corpo dará sinais, querendo uma vez mais, se 
embrenhar em nossos desejos... 
Me convide pra dançar, quando este momento chegar, posso até ser seu 
escravo, será tanta empolgação te darei meu coração, mando embora a 
solidão e viverei por seus afagos. 
Me convide pra dançar, deixe a noite nos levar por onde forem nossos 
instintos. 
Por favor, me convide pra dançar, me chame pra qualquer lugar, pra viver um 
sonho lindo... 
 
28 
 
LAMENTO DO RIO 
 
Sabe, hoje quero te falar, eu nasci de uma pequena gota... 
Somada, a outra e milhões de outras gotas que se juntaram, formamos uma 
nascente... 
Nascentes que ao longo de quilômetros se somam a várias outras, formando 
um rio ... 
Rio desprezado por muito tempo, até que o homem percebeu que precisava de 
minha água, pra saciar sua sede, tomar seu banho, fazer a comida, para seu 
lazer... 
Descobriu o homem muitas utilidades pra minha água, mas, ainda assim não 
descobriu toda minha utilidade e nem mesmo sabe quantas vidas existem 
dentro de mim, são animais conhecidos e muitos desconhecidos do homem ... 
Ao longo do tempo sobrevivi calado as mais variadas agressões, desde papel 
de bala lançado ao chão por inocentes crianças, sobras de tudo que já não 
serve até o mais cruel veneno chamado agrotóxico, que mata toda a vida 
dentro de mim e até mesmo o mais arrogante capitalista que se acha acima de 
todos e de tudo, inclusive de Deus ... 
Para destruir, o homem não tem limites, não sei se tem raiva de tudo ou 
apenas de si mesmo, troca todo o tipo de vida e saúde por dinheiro e poder, 
podre poder ... 
Sofri calado as mais cruéis agressões, mas já não dá mais pra sobreviver 
calado, agora pasmem, querem destruir todas as nascentes ao longo de mim, 
fazendo minha água andar por tubos, tubos da morte, alegam eles que eu 
atrapalho, e eles precisam de meu corpo, para fazerem ruas, mansões, 
shoppings center, indústrias, enfim, querem me ver bem longe e morto por 
completo, já não querem minha vida. 
Não imaginam, aqueles que se acham “deuses” que sem mim haverá muito 
mais alagamentos, pois, a água das chuvas não terá pra onde escoar... 
 
29 
 
Vidas serão ceifadas o planeta deixará de existir, homens de bom senso, 
tenham piedade, enquanto é tempo restabeleçam a verdade, não deixem a 
vida acabar! 
 
DEUSA 
 
De traços perfeitos, discreta menina, 
Seu corpo esculpido em detalhes de pura exatidão, 
Parada, de tão bela parecia boneca de cera, 
Imóvel DEUSA, com brilho de luz, 
Sua beleza chama atenção pela discrição, 
Pode passar despercebida para simples mortais, mas não para a luz da 
poesia... 
O poeta te encontra e se encanta, pondo-se a meditar... 
Menina discreta, seus pensamentos vou roubar, só pra poetizar sobre seu 
encanto... 
De beleza tão rara... 
 
Anjo 
 
Anjo sem asas, mas que voa também, 
Anjo sem asas que me leva a sonhar, toda a imaginação de quem possa amar, 
Anjo que ampara e protege também, no céu desta terra me enche de bem, 
Anjo, seus olhos discretos a me olhar, 
 
30 
 
No passo da dança a me acompanhar, serena, discreta, displicente, anjo que é 
gente a me ensinar, 
Mostrando que um toque apenas pode ser suficiente pra encantar, 
Na compreensão do inimaginável que passa a ser real, 
Figura suprema, mulher, menina de cor morena, quantos poderes tem? 
Discreta me toca, retribuo também, mas o amor é transcendental, que força 
este amor de anjo tem... 
No toque sereno e discreto, como se nada quisesse, quem diria..., descubro 
por acaso, a força que tens e que só seu toque pra me proteger, em lugar do 
medo, medo que a noite nos traz, além da noite a estrada coberta de chuva, 
que mais parecia um túnel, mas nada ali me assustava, imagino que a chuva 
nada mais é que uma grande nuvem e estamos nela, pois pela primeira vez 
tenho um anjo a me proteger... 
O tempo passa e a manhã chega, calma como nunca havia chegado, a 
sonolência da chuva e um leve cansaço da estrada, continuam a nos 
acompanhar, a luz do dia me faz perceber que toda a proteção vem de seu 
olhar. 
Percebo então que na noite passada sem nada carnal, nos ligamos 
profundamente pela alma, nossos espíritos se juntaram, talvez por ser eu, 
alguém tão frágil precisando de alguém pra me proteger... 
O tempo passa e o momento da despedida chega, perceboem seu abraço que 
és real, corpo, alma em um perfeito SER; 
Como alento, sei que terei sempre seus olhos a me acompanhar e guiará meus 
passos, pois, este poder somente um anjo tem... 
 
 
 
 
31 
 
Eu não sou daqui, 
 
A ideia da poesia não é de autodestruição, nem de desprezo pela vida, é de 
contestação ao que está posto pelo capital, que impõe, humilha, oprime, 
ignora, ir embora na poesia significa, eu quero ver as ideias de que a terra tem 
dono, não tem razão de ser, afinal, estamos aqui de passagem e em nossa 
bagagem apenas o que é do espírito vai continuar. 
Eu não sou daqui, sou de outro lugar, por aqui vou passar, mas não vou 
entender, 
Por que tanta miséria, se a vida é tão séria porque matam irmãos, 
Por que brigam por terra? 
Se ela não tem dono! 
 Deus é cigano está em todo lugar, 
Eu não sou daqui, aqui não quero ficar, vou seguir meu caminho, em outro 
canto (lugar) tentar... 
Vou tentar encontrar, um lugar verdadeiro, onde não haja primeiro e nem último 
lugar. 
Eu não quero competir, 
 Quero apenas, sorrir pra vida, 
 Em sociedades de amigos, os mais fortes devem dos mais FRAGEIS CUIDAR, 
Eu não sou daqui... 
Grande deus, quero ir indo, me leve enquanto estiver sorrindo, eu não quero 
chorar... 
Sábio pai, mãe terra, me digam se é certo, o homem planta em solo fértil até 
desertificar?... 
 
32 
 
Quero ir é agora, sinto o medo chegando, a ganância roubando, céu, terra e 
mar, 
 Destruíram espécies, 
Construíram a bomba, 
 Eu não quero esta onda, quero é paz encontrar... 
Não, definitivamente, não sou daqui, 
Eu nasci pra sorrir já não quero chorar... 
 
DEUSA DO PARAÍSO 
 
Deus deixou a porta aberta e você saiu, 
Assim que me viu olhou e sorriu, 
Foi o suficiente pra me apaixonar. 
Vem, deusa do paraíso, vem cuidar de mim, 
Estou só e carente de você pra mim, 
 Preciso ter você pra me acompanhar. 
Meus sonhos com você são sonhos de cristais, 
Estando com você eu já não sofro mais, 
Eu estava tão carente de me apaixonar. 
Eu vi a sua aura quando você sorriu, 
Me olhou toda contente assim que me viu, 
 Foi um piscar de olhos pra me apaixonar. 
 
 
33 
 
Você 
 
De seu sorriso me vem a paz, 
De teu olhar me vem a luz, 
De teu corpo a sedução, 
Meu coração bate no compasso do seu coração, seus passos me dizem por 
onde ir... 
Confesso que preciso de você em mim pra poder sorrir 
Meu caminhar depende de seu andar... 
Você deu sentido a minha vida, 
Sem você a vida é bandida... 
Os dias são escuridão, 
Então me diga qual o caminho pra encontrar seu coração? 
Uma multidão é ninguém sem você, você é a multidão que preciso, ou seja, pra 
ser feliz só preciso de você! 
 
Beija flor 
 
Beija flor de única flor eu sou 
Beijo a beijo nosso amor nasceu, em sua beleza pra sempre cresceu, 
Beija flor, minha beija sou eu... 
Minha flor seu pólen germina o amor, seu odor é que exala o amor, seu 
encanto me fez renascer, 
Flor de orquídea que perfume com cheiro de vida, 
 
34 
 
Vieste a mim pra que eu possa viver... 
Beija flor de única flor eu sou, 
Vamos juntos cultivar o amor... 
Chorei 
Chorei, chorei, muito imaginando sua face, quando soube que estávamos 
grávidos, eu sua mamãe... 
Chorei, quando falava contigo ainda no útero e você respondia, se mexendo, 
chutando, dando sinais que estava ouvindo e queria se comunicar... 
Chorei quando no hospital vi você entre tantos bebês. 
Chorei copiosamente ao ver seu riso pela primeira vez, quando falou papai a 
primeira vez, quando engatinhou, andou, caiu, rolou pelo chão... 
Chorei tantas vezes o choro da alegria, o choro da emoção... 
Em cada vitória sua eu choro e chorarei até meu ultimo dia, o choro que tem a 
lágrima do amor, da felicidade, por ter você... 
A única lágrima de dor é quando você sente dor, certamente ela dói mais em 
mim que em você mesmo... 
Saiba que cada lágrima valeu a pena, que cada sonho valeu a pena, que ter 
você vale a pena, meu filho meu herói, meu grande herói, meu filhão... 
Ah, ... ia esquecendo de explicar, pra mim existem dois tipos de lágrimas a da 
dor que não queremos experimentar, outro tipo é do amor a exaltar, da alegria, 
da emoção aquela que é só coração a lágrima da vitória da exaltação, lágrimas 
de vida de vitória que enobrece, enriquece... quem derrama jamais esquece, a 
lágrima que queremos ter, você pra mim, filhão é a lágrima que me faz viver ... 
 
 
 
 
35 
 
MORTE E VIDA EM QUARENTA E SETE DIAS, MEU CALVÁRIO 
 
Se existe um tema para o qual nos sentimos despreparados para 
conversar, este se chama morte, aliás, morte, futebol, religião e educação 
geram muitos palpites e quase todos achamos que sabemos, o analfabeto ao 
falar de educação, futebol, religião e morte é expert, imaginemos então os 
letrados, os quase letrados, os meio letrados... 
Acredito ser necessário um esclarecimento em relação a meu ponto de 
vista sobre este tema, para mim não há morte em nossa caminhada evolutiva, 
o que existe são várias etapas de transformações, quais sejam, junção do 
espermatozoide ao óvulo, primeira transformação, deixamos de ser duas 
células e passamos a ser um embrião, para aquele que acredita em morte, esta 
é a primeira morte, para quem acredita em evolução, primeira transformação, 
completada sua evolução, há então a saída do feto do útero, agora um bebê 
em condições de vida, ou seja, segunda grande transformação, para aquele 
que acredita em morte segunda morte, para quem acredita em transformação, 
segunda transformação da vida, completada a etapa terrena passamos então 
pela terceira transformação, ou seja, deixamos este plano para um novo plano, 
seguindo então nosso processo evolutivo. 
Há muitos anos sonho em escrever um livro, iniciei vários, de todos os 
gêneros todos eles pararam no mesmo lugar, o LIXEIRO. Escrevi inúmeras 
poesias, músicas, textos, sínteses e nada, quando chegava em determinada 
quantia de páginas lia, relia, pedia para outras pessoas lerem e jogava fora. 
Em algum dia do ano de dois mil e quatorze, morri, fui então para o 
céu, lá chegando, São Pedro, acreditem ao contrário da imagem que 
normalmente descrevem não é um velho é sim um jovem senhor com uma 
característica diferente, uma verdadeira irradiação de energia, sempre gentil, 
me recebe, me orienta a esperar por algum tempo e volta com a lista nominal 
daquele dia, e me diz em tom de brincadeira, ao que relutei a acreditar: 
- Desculpe moço, mas você não está na relação de hoje, acho que está 
na lista do inferno que tem outro endereço. 
 
36 
 
Cabisbaixo, calado, com um grande nó na garganta me encaminho 
então para lá, pensando, “triste sina a minha, sempre lutei tanto para melhorar 
a vida das pessoas, ajudei a plantar árvores, orquídeas nas árvores da cidade, 
colaborei e ajudei a fazer proteção com solo e cimento para proteger 
nascentes, fiz inúmeras palestras tentando sensibilizar pessoas a protegerem o 
ambiente e se afastarem das drogas, retirei cachorros abandonados das ruas e 
dei abrigo aos mesmos e vou parar no inferno!!! 
Depois de andar por longos metros neste profundo lamento, felizmente 
ouço a voz de São Pedro me chamando, dizia ele, novamente em tom de 
brincadeira, com seu aspecto juvenil, pois, para ele o tempo não passou: 
- Moço, você é aquele rapaz que organizava grupos para fazer a 
limpeza dos rios, plantio de orquídeas nas árvores da cidade, fazia proteção 
em solo e cimento, me equivoquei, sua hora ainda não chegou, volte pra terra, 
agora você precisa escrever um livro. 
Comemoro então a volta a vida e me encaminho pra terra agora 
determinado a escrever meu primeiro livro. 
Brincadeira a parte, eis que em dois mil e quatorze, num momento em 
que me sentia muito bem, estava neste período viajando bastante, algo que 
sempre quis mas antes não tinha tantas possibilidade de fazer, neste ano, 
depois de vários anos sem tirar férias havia tirado férias, eu, meu pai e minha 
namorada, fomos viajar,Matogrosso do sul, Matogrosso e Goiás, diversos dias 
na estrada, passamos por tropas de gado em meio ao asfalto (algo que eu só 
havia visto na televisão e sonhava em ver), rios belíssimos, vimos muitas 
espécies de animais, visitamos minha madrinha, faziam alguns anos que eu 
queria visita-la e não conseguia, mesmo morando tão perto, enfim, este ano 
iniciou muito bem, depois de bastante tempo, sofrendo intensa perseguição em 
um dos meus trabalhos e de um dois mil e treze com muitas dificuldades, 
inclusive financeira, o ano prometia e prometia muito. 
Fazia algum tempo que eu me sentia inseguro, não gostava de ficar 
sozinho, tinha um certo medo do entardecer principalmente em finais de 
semana, feriados e outros dias em que por alguma razão não havia trabalho. 
 
37 
 
Quando fugimos de nós mesmos, somos a última 
pessoa com a qual queremos ficar a sós e descobrir-
lhe seus segredos mais profundos como medos e 
tendências. Por isso é necessário “passar” o tempo 
com atividades que mantenham os olhos para longe 
de si – de preferência, com o máximo possível de 
excitação. Nem todo aquele que passa os dias 
soltando gargalhadas, “se divertindo”, está de fato 
de bem consigo mesmo. (PETRICH, LADEMIR 
RENATO, 2014 P. 22). 
 
Durante a viagem, percebi que não conseguia parar, se sentava logo 
queria levantar, se parava o carro queria logo continuar a viagem, dificuldade 
para dormir e sempre querendo andar, parecia que a temperatura estava acima 
da média, me sentia trêmulo e inseguro, principalmente ao deitar, tinha sempre 
a impressão que não conseguiria dormir, ou que me sentiria mal durante a 
noite, sentia com muita frequência dor nas costas, tomava relaxante muscular, 
por diversas vezes levantava e ia ao banheiro fazer xixi. 
Fim de férias, volta ao trabalho, vida nova, novo ano, nas costumeiras 
reuniões pedagógicas distribuem então novas metodologias e regras para fazer 
o Plano Didático de Trabalho, sinto me apavorado, não falei nada pra ninguém, 
mas, o medo toma conta de mim e um único pensamento me apavora o de não 
conseguir fazer, todas as escolas concederam prazos para a entrega dos 
mesmos e eu, nem pensar de iniciar os meus, o pavor de não conseguir fazer 
me deixava inerte, sem reação ou iniciativa alguma, embora em termos de 
informática eu conte sempre com a gentil ajuda de meu filho André Cassiano. 
Neste momento eu iniciara também o trabalho na Agência do 
Trabalhador, estava muito motivado, mas, ali também o medo me apavora, 
embora, trabalhando com a Professora Maristela Becker Miranda, à quem 
considero como uma irmã, todo instante pensava, “não vou dar conta de 
trabalhar com este sistema”, os novos colega de trabalho me orientavam, eu 
manipulava o computador com o sistema nacional de emprego e sem 
conseguir me concentrar, me pegava no pensamento negativo de que não 
 
38 
 
daria certo, mesmo durante a noite vinha me a mente o medo, medo de não 
conseguir, desenvolver minhas atividades do dia seguinte. 
Por fim as aulas iniciam, converso então com a Coordenadora 
pedagógica do Colégio Estadual José Angelo Baggio Orso, Professora Jocilene 
Terezinha Otto Di Lauro, exponho à ela o que estava acontecendo, meus 
constantes medos e minha preocupação. Como trabalhar doze horas por dia 
sem dormir? Então ela me orienta a procurar um psiquiatra, nesta mesma noite 
retorno para casa e nada de dormir, me dirijo então a um hospital, o médico me 
aplica uma vacina e me manda para casa, após algumas horas rolando de um 
lado para o outro da cama finalmente consigo dormir. 
 
PRIMEIRO SURTO 
 
No dia seguinte, procuro atendimento especializado, uma psiquiatra, 
carismática, me faz uma série de perguntas e me prescreve alguns 
medicamentos, na primeira noite do tratamento um absurdo surto, apavorado 
não conseguia dormir, tomo então um banho, dois banhos, três banhos, cochilo 
por um curto tempo e comecei a delirar, imaginando que nunca mais 
conseguiria desenvolver qualquer trabalho, medo de absolutamente tudo, 
frustração, pavor, tudo misturado em um único pensamento, o de incapacidade, 
me sentia de pés e mãos amarrados, não vejo mais motivos para continuar 
vivendo, amarro então uma das pontas de meu lençol na grade da janela de 
meu quarto e a outra ponta em meu pescoço, algo me dizia que nunca mais eu 
conseguiria desenvolver uma atividade laboral, que não conseguiria conversar 
normalmente com ninguém que estava perdido, completamente perdido, depois 
de algum tempo, felizmente retomo a consciência, desisto da ideia, saio pra rua 
na madrugada em busca de uma luz, algo que me devolvesse o total domínio 
de meu corpo, de minha plena consciência, depois de algum tempo de 
caminhada mesmo sob o domínio do medo volto pra casa, tomo um banho, 
mais um banho como estava fazendo há vários dias, ou melhor há várias 
noites, só os seguidos e demorados banhos, momento onde curvo meus 
 
39 
 
joelhos e faço minhas orações, me permitiam dormir, pelo menos por um curto 
espaço de tempo, não mais que meia hora de sono e novamente acordava. 
 
INÍCIO DO CALVÁRIO 
 
Ao amanhecer, ligo para minha namorada e peço que me leve 
novamente a psiquiatra, ligo para a gerente da Agência do Trabalhador (onde 
trabalho) e digo que não sei que horas vou chegar ao trabalho, pois, não estou 
bem e tenho de ir a psiquiatra, a mesma pede se preciso de ajuda e se dispõe 
a me socorrer, digo que está tudo bem e então vamos ao consultório. 
Sempre muito carismática e simpática a psiquiatra nos faz uma série 
de perguntas, entre elas, se minha namorada tem condições de me socorrer, 
ou seja, se ela dispõe de tempo para ficar vinte e quatro horas por dia comigo, 
levantamos uma serie de hipóteses diante da afirmação da médica de que eu 
não poderia ficar sozinho nenhum minuto, melhor dizendo, nenhum segundo, 
ou seja, se eu precisasse ir ao banheiro a porta não deveria ser fechada, para 
que pudesse ser acessada rapidamente diante de qualquer atitude suspeita, 
concluímos então, que eu teria de ir para o sítio onde minha mãe e meu pai 
me acompanhariam dia e noite. 
 
DESABANDO O MUNDO 
 
Certamente a psiquiatra passou algumas orientações para minha 
namorada que não as passou para mim, diante disso, vejo meu mundo 
desabar, quinze dias longe do trabalho, meu filho, minha namorada, amigos e 
amigas, além de outras pessoas e a cidade que adoro, estes dias me pareciam 
uma eternidade, imaginei que não iria suportar, mas, era o único caminho 
viável naquele momento, haja visto que todos aqui trabalham ou estudam e 
não há ninguém que possa fazer marcação cerrada em todas as minhas 
 
40 
 
atitudes, e afinal, esta atitude fora tomada para preservar minha integridade 
física e mental. 
Entrar no carro e seguir para o sítio me parecia o fim de minha 
caminhada terrena, me sentia totalmente perdido, estar perto de meus pais, 
minhas irmãs, minhas sobrinhas e meu filho é algo que amo por demais, sofro 
muito todo a vez que me afasto deles. Meu pai toda vez que vamos sair de sua 
casa procura alguma desculpa, (pegar um animal, ver um jogo, uma carreira de 
cavalo), para não nos ver saindo e quando fica olhando um de nós sair, não 
controla as lágrimas e chora copiosamente, sofro muito sentindo sua falta e a 
falta de muitas pessoas de minha convivência. 
 
SOBREVIVÊNCIA NO SÍTIO 
 
Já no sítio, junto da minha mãe e meu pai e uma série de animais, 
entre eles os cachorros que adoro, especialmente o Bobi, (uma cruza de 
Rottweiler com Basset, de porte mediano, bem entroncado e forte, leal 
companheiro), só tenho um pensamento, recuperar logo minha saúde e voltar 
para a melhor cidade do mundo, a cidade que moro, Cascavel no Estado do 
Paraná. Inicio então o tratamento, percebo que minha mãe em momento algum 
se separa de mim, peço a meu pai que guarde tudo que ofereça risco, como: 
faca com ponta, corda, medicamentosa.... Meu pai questiona se realmente é 
importante escondertudo, não entende ele os reais riscos, mas, mesmo 
contestando sobre a real necessidade, ele esconde tudo deixando, objetos e 
produtos perigosos longe de meu alcance. Imediatamente, minha mãe 
acrescenta uma cama em meu quarto, (na casa de meus pais os quartos que 
ocupávamos quando morávamos com eles estão preservados) onde meu pai 
passa a dormir ao meu lado todas as noites, acredito que devido a dose de 
medicamento, acabo dormindo bem mais que o normal, durmo não apenas a 
noite, mas, o desânimo me toma e passo a dormir durante os dias, boa parte 
dos dias eu não via motivação para me levantar, mesmo diante da insistência 
 
41 
 
de meu pai para acompanha-lo em seus afazeres, ou quando algumas pessoas 
vinham me visitar e evidentemente queriam conversar comigo. 
Vejo que a preocupação de minha família e minha namorada é 
enorme, todos passam a me vigiar, minha mãe que é uma pessoa que se 
mantem viva graças a sua fé (tenho três irmãs já falecidas, sendo que a 
segunda mais velha faleceu em decorrência de um acidente de trânsito a 
exatos noventa dias antes de meu nascimento), passa a me convidar para 
acompanhá-la em suas orações, o que faço com muita convicção na minha 
rápida recuperação, nas terças íamos para a cidade participar do grupo de 
oração da renovação carismática, sempre peço a Deus que me devolva a 
qualidade de vida, afinal, queria voltar logo para Cascavel. 
Procurava encontrar forças na oração, na fé inabalável de minha mãe, 
confesso que até pedia para minhas três irmãs que são anjos, para me 
socorrerem, pois queria minha vida de volta, não suportava ficar longe de tanta 
gente que gosto, namorada, filho, dos alunos, amigas, amigos, trabalho, queria 
voltar, todas as manhãs era normal ouvir e rezar junto com o Padre Reginaldo 
Manzotti, mas por pura ironia quanto mais eu queria viver, mais eu morria, já 
não tinha vontade de levantar, queria ficar na cama, dormir, dormir, dormir... 
 
O ACIDENTE FATAL 
 
Perdi completamente a noção de tempo, mas, a vontade de viver era 
constante, lembro que um dia, eu já sem noção de hora, faço orações junto 
com minha mãe, lembro que saímos juntos do quarto, ela pegou um balde com 
comida para os cachorros e o Bobi sempre faminto a seguiu, (o único momento 
que ele se afasta de mim é quando lhe oferecem comida, do contrário ele 
arrisca-se a levar uma bronca ou até apanhar de meus pais, mas acaba 
entrando casa à dentro, faz de conta que não vê mais ninguém, abana o rabo 
e pé ante pé entra sorrateiramente, se der jeito até se arrisca a subir na minha 
cama), lembro que seguia minha mãe, lamentando, puxa logo agora que estou 
tão bem... mas de modo impiedoso sem nenhum aviso, nenhum escrúpulo, 
 
42 
 
nenhuma compaixão ela veio me buscar, logo eu que a algum tempo havia 
poetizado dizendo: ó morte, sábia morte, porque não vem me buscar, em uma 
dose de veneno, em uma curva de estrada, em um lugar esmo, de modo 
trágico ou fatal, a ti quero me entregar... eis que ela veio e veio de modo 
trágico, talvez o mais trágico e inesperado possível. 
Curiosamente no momento em que eu mais queria viver, uma série de 
projetos de vida para serem executados e ela veio, com as cores do medo, o 
cruel e covarde medo, depois de algum tempo tudo o que vejo é congelada em 
uma única imagem diante de mim, minha mãe, e meu amigo Bobi..., nada mais 
vi, nada mais senti, parti..., mas para minha sorte, meu anjo da vida e não o da 
morte estava ali, para me trazer novamente e pela terceira vez à vida (a 
primeira no seu útero, a segunda quando me encontrou com os dedos, entorno 
das unhas roxos e gritou por socorro no leito do hospital onde eu estava 
internado recebendo tratamento para reumatismo, sendo que o que eu tinha 
era hepatite e fui curado a base de chá composto por raiz de salsa, raiz de 
picão branco, casca de tarumã, flor de coqueiro, tudo fervido junto), e agora eu 
estava ali, enroscado em uma varal usado pelos meus pais para secar salame 
na cozinha de casa, inerte sem vida, morto. Minha mãe e anjo da guarda, 
consegue forças certamente do além, mas consegue me erguer e desvencilhar 
meu pescoço (o queixo estava enroscado no varal) levantou me e me deitou ao 
chão, implorou por socorro como alguém que desesperado suplica clemência, 
ela me contou que em sua súplica, implorou à Deus que a levasse, mas me 
devolvesse a vida... 
Por sorte e pela proteção divina nosso amigo Elizeu Lorini, estava a 
caminho de nossa casa para me visitar, encontrando me naquele estado, 
ajudou a me carregar na caminhonete e em velocidade bem superior ao que a 
lei permite me levou ao hospital mais próximo, Hospital Santa Izabel, ali recebo 
os primeiros procedimentos para ressuscitar, os médicos orientam minha 
família que preciso ser conduzido para um centro médico com mais recursos, é 
quando a central de leito nos indica o Hospital Regional de Francisco Beltrão, 
de lá, vem então uma ambulância com Unidade de Tratamento Intensivo, por 
ironia do destino, em meio a BR havia uma árvore caída em consequência de 
uma tempestade, o que atrasou em duas horas este transporte, fico por algum 
 
43 
 
tempo no Hospital Regional de Francisco Beltrão, sou transferido para o 
Hospital São Francisco, ainda em Francisco Beltrão. De lá, um Helicóptero 
equipado com UTI, me trouxe então para o Hospital São Lucas em Cascavel. 
Pausa – Quero aqui elogiar a atitude ousada do governo do Estado do 
Paraná em contratar este serviço, lamentar os críticos, pois, nenhum valor 
econômico supera o valor de uma vida. Parabéns governador, serei sempre 
grato por esta atitude. 
Parabéns Prefeito, pela instituição da parceria para implantar o 
CONSAMU. 
 
ORAÇÃO, MOBILIZAÇÃO E CURIOSIDADE 
 
O meu retorno à Cascavel fora feito com o helicóptero do CONSAMU, 
não vi, não senti absolutamente nada, fui levado direto para o hospital São 
Lucas. Em Cascavel houve grande movimentação, amigos, amigas, familiares, 
pessoas próximas, muitos se dirigiam ao hospital querendo me ver, nada vi, 
lembro me apenas do dia que acordei, a maior parte do tempo fiquei em coma 
na UTI, no dia que sai do hospital me perguntou a moça da portaria, qual a 
razão de tantas pessoas quererem me ver, que ela nunca havia presenciado 
um número tão grande de pessoas procurando e querendo visitar um interno, 
alguns até diziam na portaria que eram meu irmão ou irmã, para tentar me ver. 
Depois de alguns dias, volto à vida, acordo, vejo minha irmã e minha 
namorada ao meu lado, não entendi nada, no primeiro momento fiquei curioso, 
mas, nada perguntei, a curiosidade dura alguns dias, quando tive a 
oportunidade pergunto a minha namorada. Por que estou no hospital? Ela 
desconversa, não me responde com clareza, continuo sem saber... 
A movimentação em meu quarto era grande, embora houvesse limite 
de pessoas para a visita, olho para meu filho sem entender, por qual razão 
estou no hospital, meu primo Joacir Nicolau da Costa, o Tranquilo Nicolau, o 
Vanderlei Nicolau, o Claudio Bavio, a Iolanda da Costa, minhas irmãs, Elizete e 
 
44 
 
Ivanilde... quando anoitecia havia sempre um revezamento para um deles 
passar a noite sem dormir ao meu lado, era a cota de cada um para uma ação 
humanitária. 
Depois de algum tempo, minha namorada me diz brevemente que eu 
havia sofrido um acidente, me enroscado em uma corda de varal usada para 
secar salame na cozinha da casa de meus pais. 
Hoje o varal não está mais lá, meus pais moram na casa nova e eu 
salvo por um anjo de luz, minha mãe, sou sobrevivente, sobrevivente de uma 
história que eu mesmo sempre duvidei, nunca acreditei que pudesse existir 
depressão, quando me diziam que estavam com esta doença sempre tive 
dúvidas, me perguntava, se de fato existia esta doença, ouvi pessoas que 
sobrevivem com os sintomas que senti durante sua vida inteira, até por não 
conhecerem seus reais riscos. 
E a vida sorriu de repente, sorriu porque tinha razões,Razoes pra viver muitos sonhos, 
Sonhos com muita emoção... 
Se emotivo por instantes parti, renasci, ressurgi, ressuscitei, 
Voltei pra viver mais contente, pois a morte não é solução... 
A morte é o lado escuro da vida, sem saída, com ela encontramos, 
Nela mergulhamos pra sempre, seja feio, ou gente mais bela... 
Ela iguala ricos e pobres, humilde ou o sempre arrogante, se a vida sucumbe, 
da morte renasci, pois, morri por instantes. 
 
 
 
45 
 
A DOENÇA DO SÉCULO 
 
Segundo Paulo Geiger no minidicionário contemporâneo da Língua 
Portuguesa, no sentido psicológico depressão é um estado patológico, de 
natureza orgânica e psicológica, que envolve abatimento, desânimo, inercia, às 
vezes ansiedade. 
Certamente você leitor já ouviu falar em depressão, defendida por 
muitos como sendo a “doença do século”, alguns afirmam que é uma doença 
do espírito, outros que é doença orgânica, há ainda uma definição como 
orgânica ou decorrente do estresse. A verdade é que ela existe e está viva, 
fazendo uma serie de vítimas que não contam com as mesmas condições que 
tive ou com as pessoas em minha volta para me trazer a vida. 
Espero que este material seja útil para a quebra de alguns tabus, 
depressão é doença de qualquer um e não “coisa de fresco” é doença que 
mata sem nenhuma piedade e compaixão. 
Desde o momento que iniciei o tratamento na fase mais aguda da 
doença, perdi a consciência por algum tempo, para retomar minha vida tive e 
ainda tenho de ouvir as pessoas que estiveram em minha volta para reconstruir 
minha história, pois, dela nada sei, tudo que sei é que eu queria muito viver, 
mas a cada instante morria mais, até chegar ao fim, fundo do poço, morte, sim 
por alguns dias meus sentidos desapareceram, nada senti, nada vi, nada vivi, 
estive inerte no leito de alguns hospitais. 
Algumas pesquisas apontam para o fato de que suas causas estão 
relacionadas ao desequilíbrio químico do cérebro, além de acontecimentos 
desgastantes, tais como, a perda de um ente querido, separação, perda de 
emprego e tantos outros. 
A pessoas com depressão apresentam tristeza com grande frequência, 
ou seja, persistente, além da perda de interesse em realizar atividades que 
normalmente eram de seu interesse, uma depressão grave pode levar a uma 
ampla gama de problemas emocionais e físicos. Os sintomas do depressivo 
incluem a incapacidade de dormir ou de concentração em suas atividades, 
 
46 
 
mesmo as mais simples. Perda de apetite, níveis de energia reduzidos e 
pensamentos suicidas também são observados com muita frequência em 
pessoas afetadas pela doença. 
 
 
 
 
47 
 
 
SUICÍDIO 
 
Outro tema muito complexo para ser abordado é o suicídio e suas 
diferentes formas, é sabido que em diferentes momentos da história humana 
sua definição passou por compreensões diferentes. 
Em certas culturas primitivas, o suicídio era um 
evento constituinte dos costumes tribais. Na 
Antiguidade greco-romana, o exercício racional 
de um direito pessoal. Pecado mortal na idade 
média, fruto de instigação demoníaca, o 
suicídio transformou-se em dilema humano no 
século XVII. A partir da segunda metade do 
século XX, a frequente associação entre 
suicídio e transtornos mentais embasou sua 
prevenção no âmbito da saúde pública. 
(BOTEGA, 2015, p. 14). 
 Analisando o ponto de vista, em algumas religiões chega a ser 
apavorante, é claro e perfeitamente compreensível que as religiões se 
preocupam em manter a vida, e para tanto usem de todas as formas para 
valorizar a vida em sua plenitude, mas, a visão de algumas religiões a 
discussão sobre este tema é simplesmente cruel. 
Judaísmo. O quinto mandamento da lei 
mosaica proíbe matar, mas não especifica se 
isso se aplica a própria vida. A tradição dos 
suicídios heroicos do Antigo testamento 
permaneceu nas guerras judaicas dos 
primeiros séculos. No ano 73, em Massada, 
mais de mil judeus estavam prestes a sucumbir 
aos ataques romanos. Após o celebre discurso 
de exortação ao suicídio proferido por seu 
chefe, Eleazar, todos se mataram. O Talmud 
condena o suicídio e impede rituais fúnebres 
para o falecido, porém, atualmente, 
consideram-se exceções, como em casos de 
doença mental, tortura, honra e castidade 
(BOTEGA, 2015, p. 31). 
 
48 
 
Dia destes conversando com uma pessoa que frequenta uma religião, 
ele me dizia “há muitas formas de condenação no momento em que chegar a 
vida eterna a pior delas, no entanto é o suicídio, o suicida não tem nenhuma 
possibilidade de ser perdoado por ter tirado a própria vida, não haverá perdão”. 
Durante o velório de um aluno que se suicidou, sou abordado por um 
amigo, “não te passa um filme por sua cabeça”, respondo que não há 
consciência na tentativa de um suicídio, a atitude é tomada num momento de 
profunda perda de consciência, ao que ele prontamente conclui “então é coisa 
do diabo mesmo, que ilude o ser humano”. 
Na localidade onde cresci havia um cemitério, lembro-me que era 
dividido em grupos, os católicos, os não católicos e os suicidas, estes eram 
sepultados fora do campo santo, por serem considerados indignos de estar 
entre os outros mortos. 
Durante a Idade Média, dependendo dos 
costumes locais, o cadáver do suicida não 
poderia ser retirado de casa por uma porta, 
mas passado por uma janela ou por um buraco 
aberto na parede. Era, então, posto em um 
barril e lançado ao rio. Em algumas 
localidades, o cadáver era arrastado por um 
cavalo até uma forca, onde era pendurado com 
a cabeça para baixo. As mãos eram decepadas 
e enterradas separadamente. Os enterros 
deveriam ser feitos em uma estrada ou 
encruzilhada, nunca num cemitério do povoado 
(Botega, 2015, p. 18). 
No Filme Luther (Lutero), há uma sena que aborda este tema antes da 
Reforma Protestante, nela um jovem se enforca em uma construção, seu pai 
desesperado pergunta a Lutero, Padre o que Deus fala do suicídio? Lutero 
nada responde, na cena seguinte Lutero aparece desafiando o demônio, 
dizendo conhecer suas obras, “mandando um rapaz se suicidar”..., na 
sequência o coveiro tenta impedir Lutero de sepultar o jovem com os demais 
mortos, dizendo que aquele espaço é solo sagrado e que os demais não iriam 
mais descansar com a presença do suicida, Lutero então toma para si a 
cavadeira e faz a cova, dizendo: “há quem diga que de acordo com a justiça 
 
49 
 
divina este menino está condenado por ter se matado, pois eu digo que ele foi 
possuído pelo demônio, por acaso essa criança é mais culpada pelo desespero 
que a assolou, do que um inocente assassinado por ladrões na floresta?” 
 O Médium e orador Divaldo Pereira Franco, no endereço eletrônico 
www.blogespirita.com afirma: Seja qual for a justificativa que o indivíduo 
aturdido procure para fugir da vida física, comete um crime hediondo, não 
sendo ele o autor da vida, não tem o direito de interromper, o suicídio esta 
catalogado como crime hediondo ... desta maneira o indivíduo quando opta em 
destruir a vida, mesmo que se encontre em profunda depressão, há no seu 
inconsciente uma rebeldia muito grande contra Deus, de alguma forma o 
indivíduo está tentando matar outrem, por denominados casos amorosos, e na 
impossibilidade de destruir aquele que o infelicitou investe contra si mesmo, 
procurando interromper o ciclo vital para despertar no além túmulo, com 
sofrimentos que desfruem da dor primitiva e da soma das aflições decorrentes 
de seu ato de rebeldia. 
O suicídio é também um atestado de covardia moral e de profunda 
ingratidão, de ingratidão por aqueles que ficam, por aqueles que amam, por 
aqueles que se devotam, e que ignoram os conflitos de que o paciente sempre 
é vítima, graças aos avanços das doutrinas psíquicas e ao estudo na 
atualidade da depressão, constata se que da raiz de todo ato dessa natureza 
há um distúrbio de comportamento depressivo que esclarece, mas que não 
justifica, porquanto a própria depressão está emcurso no fenômeno de causa 
e efeito e se o indivíduo elevar se à Deus pela oração, pela prática do bem, 
pela superação das paixões atormentadoras, é claro que ele irá contribuir 
grandemente para a sua saúde comportamental, a sua saúde emocional, a sua 
paz, evitando o suicídio, suicidar se nunca! 
Por sua vez, o Físico, médium e conferencista espirita, Raul Teixeira 
afirma: ... “Todo o indivíduo que se suicida, ele deve estar vivendo um quadro 
diferente na sua intimidade psicológica, na sua intimidade psíquica, a criatura 
que se suicida certamente está desgostosa da vida, certamente não admite as 
propostas que a vida está trazendo, deseja vingar se de algo ou alguém, ou 
simplesmente está motivada no que se chama de suicídio honroso” ... para o 
http://www.blogespirita.com/
 
50 
 
espiritismo, cada suicida tem um nível de reponsabilidade, não se pode tomar 
de uma craveira e a partir dali todos são medidos pela mesma craveira, pelo 
mesmo escalão. ... mesmo aqueles que estão fazendo por onde, se matar, nos 
consideramos como suicida indireto, como o caso dos que tem vício do tabaco, 
dos excessos da droga etc., se ele estiver fazendo aquilo como um hábito, um 
costume, mas não é com a intenção de se matar ele é suicida, mas um suicida 
indireto, muitas vezes a criatura sabe que aquilo vai levá-lo a morte, então ele é 
um suicida consciente, é um suicida direto por que ele sabe que aquilo mata. 
Raul diz também que é possível nos prepararmos para a morte, 
simplesmente nos preparando para a vida. ... quando procuramos cultura, 
aprendizado, isso é crescimento espiritual, quando nós estudamos, 
aprendemos a tocar música, a cantar, a desenhar, a falar outra língua, quando 
aprendemos matemática, física engenharia, lá o que for, nós estamos 
evoluindo espiritualmente, evolução espiritual não é apenas evolução religiosa, 
é evolução do ser como um todo de modo que vale a pena nós fazermos o 
melhor que pudermos, em todas as áreas enquanto estivermos no corpo 
porque como diz o brocado popular, tal vida tal morte. 
 
 
 
 
 
51 
 
 
REPETINDO 
 
Morte não é a palavra que gosto de usar, não acredito que haja morte e 
sim transformação da vida para estágios maiores e melhores, na medida que 
vamos melhorando nosso ser, evoluímos para o estágio seguinte, deste modo 
evoluímos desde a fecundação, junção do espermatozoide com o óvulo, o 
nascimento representa a saída de um local onde, via de regra, estamos todos 
bem protegidos, alimentados e guardados para este mundo exterior sem 
nenhuma garantia, segurança ou certeza e certamente teremos no mínimo 
mais uma evolução quando sairemos deste mundo para um lugar ainda 
desconhecido. 
O que dizer então aos que duvidam? Procurem especialistas e 
dediquem se aos que apresentam os sintomas descritos acima, leiam bons 
livros com especialistas da área, procurem nas religiões sérias, orientação para 
acompanhar e monitorar o comportamento da pessoa doente, do contrário só 
restará o lamento que não fará nenhum sentido, pois, o seu ente querido já terá 
partido, não por querer, de sã consciência ninguém quer ir para outro plano, 
portanto ninguém quer se suicidar, o suicídio é algo frio e sem a atitude 
consciente, há no momento em que ele acontece uma perda total da 
consciência, você é conduzido a algo sem saber o que está fazendo. 
Muitas pessoas dizem que beberam e fizeram algo que não gostariam 
de ter feito, no dia seguinte não lembram de nada, outros em trânsito saem da 
pista, batem o carro sem nada ver, o sono após algum tempo de viagem se 
torna um grande perigo com risco fatal, acredito que o caminho do suicídio seja 
o mesmo, não há atitude pensada, articulada, planejada para tal atitude, há 
sim, uma queda abrupta no despenhadeiro é como cair num abismo sem 
retorno. 
Acho importante destacar que é muito comum ouvirmos pessoas 
condenando suicidas, sem procurarem compreender ou estudar os fatos, é 
certo que muitos tabus envolvem este tema. 
 
52 
 
Respondendo aos inúmeros crescentes de 
suicídio ocorridos na década de 1990 e ao 
incentivo da Organização Mundial da Saúde, 
28 países idealizaram e implantaram planos 
nacionais de prevenção ao suicídio. Outros, de 
forma mais tímida, entre os quais o Brasil, 
publicaram diretrizes gerais que não chegaram 
a se configurar em um plano nacional com 
ações estratégicas voltadas para a prevenção. 
Em documento recente, a Organização Mundial 
de Saúde enfatiza que o comportamento 
suicida ainda é obscurecido por tabus, estigma 
e vergonha, o que impede as pessoas de 
procurarem ajuda nos serviços de saúde. A 
prevenção pode ser alcançada pelo 
enfrentamento proativo desses obstáculos, pela 
conscientização da população e pelo apoio dos 
sistemas de saúde e da sociedade como um 
todo. (BOTEGA, 2015, p. 25). 
 Suicídio não é apenas aquele em que a pessoa mesmo sem querer 
tira a própria vida, suicídio é também viver sem ter vida, viver vegetando, 
afogado na tristeza, sem sair de casa, bêbado caído pelas sarjetas, há várias 
maneiras de se desfazer da vida, vários modos de não viver, mesmo tendo 
todos os sinais vitais. 
Há pessoas que se suicidam ao decidirem se entregar as drogas 
chamadas ilícitas, outros as drogas lícitas, quais sejam as bebidas alcoólicas, 
outros mergulham numa profunda renúncia de participação na vida em 
sociedade, se apagam, não participam de nenhuma atividade pública, no 
trânsito há um número assustador de suicidas que se misturam a assassinos, 
que ultrapassam em locais proibidos e sem nenhuma visibilidade, forçam 
ultrapassagem, andam em velocidade exagerada. 
 
 
 
53 
 
DOENÇAS OCUPACIONAIS 
 
Certamente você trabalhador já percebeu o afastamento de colegas de 
trabalho por estarem sofrendo com as conhecidas doenças ocupacionais, que 
são aquelas doenças que causam alterações na saúde do trabalhador 
independente da sua função, sejam as atividades por ele desenvolvida 
classificada como simples ou complexa, mas, está relacionada ao tipo de 
ocupação desenvolvida. 
A doença ocupacional é toda aquela doença 
que causa alterações na saúde de qualquer 
trabalhador, em qualquer área de execução do 
serviço, desde as tarefas simples, até as mais 
complexas. E deve estar sempre relacionada 
ao tipo de ocupação que o trabalhador exerce, 
como o câncer que se desenvolve em 
trabalhadores de minas de metais ou carvão 
(CONNAPA, 2016). 
 
O site http://falandodedeprotecao.com.br aponta as principais doenças 
ocupacionais por repetição. Entre elas estão: Lesão por Esforços Repetitivos 
(LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT), 
Asma Ocupacional, Silicose, Antracose, Bissinose, Siderose, Dermatose 
Ocupacional, Câncer de pele, Surdez, catarata, desgaste da Visão, depressão, 
estresse, ataques de ansiedade ou síndrome do pânico. 
Percebemos que a depressão também é apontada como doença 
ocupacional e não unicamente por um autor, mas por vários deles. 
A pressão excessiva do mundo moderno gera 
uma série de problemas de ordem emocional, 
como depressão, estresse, ataques de 
ansiedade ou síndrome do pânico. Podem ser 
causadas por isolamento, pressão psicológica, 
ritmo agressivo de trabalho, dificuldades ou 
desentendimentos no ambiente de trabalho ou 
carga horaria excessiva. São doenças 
perigosas por não serem encaradas com a 
devida seriedade, podendo ser imperceptíveis 
 
54 
 
quando no início ou à primeira vista. Ao 
contrário do que pensam, podem se tornar 
irreversíveis, afastando definitivamente o 
trabalhador. Ocorre com frequência entre 
policiais, seguranças, bancários, operadores de 
telemarketing e profissionais de comunicação 
(FALANDODEPROTECAO, 2016). 
 
Até mesmo o Ministério do Trabalho manifesta sua preocupação em 
revista de publicação própria MPT EM QUADRINHOS número 16, escrita pelo 
Dr. CARLOS EINSNER, médico do trabalho, cita uma série de doenças como 
sendo

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