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1 Stephane D’arc – Proliferação Celular Sinalização por meio de receptores acoplados á proteína G Os receptores acoplados á proteína G (GPCRs) formam a maior família de receptores de superfície celular, e eles medeiam a maioria das respostas a sinais de origem externa ao organismo, assim como os sinais vindo de outras células, como: hormônios, neurotransmissores e mediadores locais. • Nossos sentidos (visão e olfato) dependem desse tipo de receptor. • Existem mais de 800 GPCRs em humanos As proteínas G triméricas transmitem os sinais a partir dos receptores associados á proteína G Então.. o que acontece quando uma molécula de sinalização extracelular se liga ao GPCR? Ele irá sofrer uma mudança conformacional, a qual irá ativar uma proteína – proteína trimérica de ligação a GTP(proteína G). As proteínas G são formadas por três subunidades: → Alfa, beta e gama Passe o olho ai na imagem que você vai entender direitinho. Percebe que a subunidade alfa e gama possuem moléculas de lipídeos ligadas a elas?? A molécula de lipídio é a ‘’ fitinha vermelha’’. Ok. Mas qual a função? Vai ajudar na ligação das subunidades á membrana plasmática. Vou colocar outra imagem aqui pq ai vocês conseguem entender melhor cada partezinha da proteína G. Explicação: Na primeira imagem o GPCR está inativado, ok?? Como ele está inativado a proteína G também encontra-se inativa. Então, ela não tem mudança conformacional nenhuma. Eu falei anteriormente que só teremos mudança conformacional na proteína G, quando uma molécula de sinalização se ligar ao GPCR (lembra o que é isso??RECEPTOR ACOPLADO Á PROTEINA G). Então, beleza né.. Como não tem molécula 2 Stephane D’arc – Proliferação Celular sinalizadora, GPCR e proteína G encontram-se inativados. Na segunda imagem tivemos um estimulo, ou seja, chegou ali uma molécula sinalizadora. O que essa molécula vai fazer?? Como eu disse, molécula sinalizadora ATIVA GPCR que ativa á proteína G. Teremos agora uma mudança conformacional na proteína G. O domínio AH da subunidade alfa da proteína G se move para o exterior para abrir o sítio de ligação ao nucleotídeo, promovendo, assim, a dissociação do GDP (vcs precisam olhar a imagem o tempo todo para entender todo o processo). Vamos ter a fosforilação GDP -> GTP A ligação do GTP promove, então, o fechamento do sítio de ligação ao nucleotídeo, desencadeando as mudanças de conformação que provocam a dissociação da subunidade alfa do receptor e do complexo beta-gama. A subunidade alfa ligada ao GTP e o complexo beta-gama regulam as atividades das moléculas de sinalização em etapas posteriores da via. Algumas proteínas G regulam a produção de AMP cíclico O AMP cíclico (cAMP) atua como um segundo mensageiro em algumas vias de sinalização. Ele é sintetizado a partir do ATP por uma enzima chamada ADENILILCICLASE. ▪ Diversos sinais extracelulares agem pelo aumento das concentrações de cAMP no interior da célula. Esses sinais ativam os GPCRs que estão acoplados a uma proteína G estimuladora (Gs). A subunidade alfa ativada da Gs se liga e ativa a adenililciclase. Outros sinais extracelulares, atuando por meio de diferentes GPCRs, reduzem os níveis de cAMP pela ativação de uma proteína G inibidora (Gi). O nome dela já diz tudo.. inibidora pq vai inibir a enzima adenililciclase. Temos uma proteína, chamada proteína- cinase dependente de AMP cíclico (PKA) que ela é responsável por mediar a maioria dos efeitos do AMPc. Na maioria das células animais, o cAMP exerce seus efeitos pela ativação da PKA. No seu estado inativo, a PKA consiste em um complexo de duas subunidades:catalíticas e de duas subunidades reguladoras. (calmaaa.. colocarei imagem). A ligação do cAMP às subunidades reguladoras altera a conformação dessas subunidades, provocando sua dissociação do complexo. As subunidades catalíticas liberadas são, assim, ativadas e fosforilam substratos proteicos específicos. As subunidades reguladoras da PKA (também chamada de cinase A) são importantes para localizar a enzima dentro da célula: proteínas de ancoragem à cinase A. Enquanto algumas respostas mediadas pelo cAMP ocorrem em segundos, outras dependem de mudanças na transcrição de genes específicos e levam horas para ocorrer totalmente. Exemplo: Nas células que secretam o hormônio peptídico somatostatina, por exemplo, o cAMP ativa o gene que codifica esse hormônio. A região reguladora do gene da somatostatina contém uma sequência reguladora cis curta, chamada elemento de resposta ao cAMP (CRE) que é encontrado 3 Stephane D’arc – Proliferação Celular também na região reguladora de muitos outros genes ativados por cAMP. Um regulador de transcrição específico denominado proteína de ligação a CRE (CREB; do inglês, CRE- binding) reconhece essa sequência. Quando a PKA está ativada pelo cAMP, ela fosforila a CREB em uma única serina; então, a CREB fosforilada recruta o coativador de transcrição chamado de proteína de ligação a CREB, que estimula a transcrição dos genes- alvo. Assim, a CREB pode transformar um sinal curto de cAMP em uma mudança de longa duração na célula, um processo que se acredita ter uma função importante em algumas formas de aprendizado e memória no cérebro. PS: Eu espero que vocês tenham conseguido entender direitinho, butt caso não tenham entendido vão entender agora com a imagem. Então, migoss.. Como é que o aumento na concentração intracelular de AMP cíclico é capaz de alterar a transcrição gênica? Voltem para a imagem (caso não tenham entendido). Tá vendo a molécula de sinalização ali?? Quando ela se liga ao GPCR, ela ativa-o. Esse complexo molécula de sinalização + GPCR ativado acaba ativando a Adenililciclase.. ai você vai se perguntar: mas ativou a Adenililciclase por meio de quem? Por meio da subunidade alfa da proteína G estimuladora (Gs). Todo esse complexo ai acaba aumentando a concentração de AMPc no citosol. Esse aumento ativa a PKA, e suas subunidades catalíticas liberadas entram no núcleo, onde fosforilam a proteína reguladora CREB. Após a fosforilação, esta proteína recruta o coativador CBP, o qual estimula a transcrição gênica. Algumas proteínas G transmitem sinais através de fosfolipídeos Muitos dos GPCRs exercem seus efeitos via ativação da enzima de membrana fosfolipase C-b (PLCB). A LUTA NESSA PARTE TEM QUE SER GRANDE, VIU??! Brincadeira.. vcs vão entender. A fosfolipase atua sobre um fosfolipídeo de inositol (um fosfoinositídeo) chamado de fosfatidilinositol4,5-bifosfato (PI[4,5]P2), que está presente em pequenas quantidades na camada interna da bicamada lipídica da membrana plasmática. Os receptores que ativam essa via de sinalização do fosfolipídeo de inositol o fazem principalmente por meio de uma proteína G chamada de Gq, que ativa a PLCb, basicamente da mesma forma que a Gs ativa a adenililciclase. A fosfolipase ativada age sobre o PI(4,5)P2, gerando dois produtos: inositol1,4,5-trifosfato (IP3) e diacilglicerol. 4 Stephane D’arc – Proliferação Celular A IP3 é uma molécula hidrossolúvel que sai da membrana e se difunde rapidamente no citosol. Quando alcança o retículo endoplasmático (RE), liga-se aos canais de liberação de Ca++ controlados por IP3 (também chamados de receptores de IP3) na membrana do RE, abrindo-os. O Ca++ estocado no RE é liberado através dos canais abertos, aumentando rapidamente sua concentração no citosol. O aumento no Ca++ citosólico atua na propagação do sinal pela influência da atividade das proteínas intracelulares sensíveis ao íon. Ao mesmo tempo em que o IP3 produzido pela hidrólise do PI(4,5)P2 aumenta a concentração do Ca++ no citosol, o outro produto da clivagem do PI(4,5)P2, diacilglicerol, exercediferentes efeitos. O diacilglicerol também atua como um segundo mensageiro, mas permanece na membrana plasmática, onde tem vários papéis potenciais na sinalização. Uma de suas funções principais é a de ativar uma proteína-cinase chamada proteína-cinase C (PKC), assim denominada porque é dependente de Ca++. O aumento inicial no Ca++ citosólico, induzido por IP3, altera a PKC de forma que ela se desloca do citosol para a face citoplasmática da membrana. Uma vez ativada, a PKC fosforila proteínas- alvo que variam dependendo do tipo celular. COM A IMAGEM TUDO FICARÁ LINDO!! A imagem mostra justamente a hidrólise do PI(4,5) P2 pela fosfolipase C-beta. Temos dois segundos mensageiros produzidos pela hidrólise do PI(4,5)P2: 1. inositol 1,4,5-trifosfato (IP3), que se difunde pelo citosol e libera Ca++ do retículo endoplasmático 2. diacilglicerol, que permanece na membrana e ajuda na ativação da proteína-cinase C obs: Existem várias classes de PKC, incluindo a classe beta, que é ativada por GPCRs. • Caso já tenha esquecido o que é GPCRs – receptores acopladas á proteína G. Os GPCRs também são capazes de aumentar o Ca++ citosólico e de ativar a proteína cinase-C.. massss de que forma?? Dessa forma ai. Estão vendo que temos uma molécula de sinalização né?? Vocês já sabem que na presença de uma molécula de sinalização temos ativação do GPCR. O que esse GPCR vai fazer? Ele vai estimular a fosfolipase C-beta (PLCb) ligada à membrana plasmática via uma proteína G chamada Gq. Vocês lembram das subunidades da proteína G? alfa, beta e gama. Então, a subunidade alfa e o complexo beta-gama da Gq estão envolvidos nessa ativação (como vocês podem notar olhando a imagem acima). 5 Stephane D’arc – Proliferação Celular Dois segundos mensageiros são produzidos quando o PI(4,5)P2 é hidrolisado pela PLCb ativada. O inositol 1,4,5-trifosfato (IP3) se difunde pelo citosol e se liga aos canais de Ca21 controlados por IP3 na membrana do retículo endoplasmático, abrindo-os e liberando Ca++. O diacilglicerol permanece na membrana plasmática e, juntamente com a fosfatidilserina (não mostrada) e o Ca++, auxilia na ativação da proteína-cinase C, a qual é recrutada do citosol para a face citosólica da membrana plasmática. O Ca2+ funciona como um mediador intracelular ubíquo Muitos sinais extracelulares, e não somente aqueles que atuam via proteínas G, desencadeiam um aumento na concentração citosólica de Ca2+. Nas células musculares, por exemplo, o Ca2+ promove a contração e também a secreção em diversas células secretoras, incluindo as células nervosas. Não só nas células musculares né?? Todo mundo sabe que o cálcio age fazendo uma apanhado de coisa. Alguns estímulos, incluindo a despolarização da membrana, distensão da membrana e determinados sinais extracelulares, ativam os canais de Ca2+ na membrana plasmática, resultando em um influxo do íon a partir do exterior da célula. Outros sinais, incluindo os mediados por GPCR, atuam principalmente por meio dos receptores de IP3 para estimular a liberação do Ca2+ dos estoques intracelulares no RE (acabei de mostrar isso na ultima imagem). A membrana do RE também possui um segundo tipo de canal regulado por Ca21 chamado de receptor de rianodina (assim denominado devido à sua sensibilidade ao alcaloide vegetal rianodina), que se abre em resposta ao aumento dos níveis de Ca2+, amplificando, dessa forma, o sinal ao íon. Os receptores de IP3 e de rianodina da membrana do RE apresentam uma característica importante: ambos são estimuladospor concentrações citoplasmáticas de Ca2+ baixas a moderadas. Essa liberação de cálcio induzida por Ca2+ (CICR) resulta em retroalimentação positiva, que tem um grande impacto sobre as propriedades da sinalização por Ca2+. Outra propriedade importante dos receptores de IP3 e rianodina consiste na sua inibição, após um determinado intervalo de tempo, por altas concentrações de Ca2+ (uma forma de retroalimentação negativa). Assim, o aumento do Ca21 em uma célula estimulada leva à inibição de sua liberação; como as bombas removem o Ca2+ citosólico, sua concentração cai. Na imagem acima temos uma retroalimentação positiva e negativa produzindo oscilações e ondas de cálcio. Como isso ocorre? Temos receptores de IP3 e de rianodina em um segmento da membrana do RE: os receptores ativos estão em verde; os inativos estão em vermelho. Quando uma pequena quantidade do IP3 citosólico ativa um grupo de receptores de IP3 em um sítio na membrana do RE (parte superior), a liberação local de Ca2+ promove a abertura dos receptores de IP3 e de rianodina, resultando em mais liberação de Ca2+ . Esta retroalimentação positiva (indicada por sinais +) produz uma onda regenerativa de liberação de Ca2+ 6 Stephane D’arc – Proliferação Celular que se propaga pela célula. Essas ondas de liberação de Ca2+ se movem mais rapidamente por toda a célula do que seria possível por difusão simples. Também, ao contrário de uma difusão explosiva de íons Ca2+, que se torna mais diluída conforme se propaga, a onda regenerativa produz uma alta concentração do íon na célula inteira. No final, a concentração local inativa os receptores de IP3 e de rianodina encerrando a liberação de Ca2+. As bombas de Ca2+ reduzem a concentração local citosólica do íon ao seu nível normal, baixo. O resultado é um pico de Ca2+ : a retroalimentação positiva leva a um aumento rápido no Ca2++ citosólico, e a retroalimentação negativa o baixa novamente. No final, contudo, a retroalimentação negativa se esgota, permitindo que IP3 desencadeie outra onda de Ca2+. O resultado são oscilações repetidas do íon. Algumas proteínas G regulam canais iônicos diretamente As proteínas G não atuam exclusivamente na regulação da atividade das enzimas de membrana que alteram a concentração de cAMP ou de Ca2+ no citosol. A subunidade alfa de um tipo de proteína G (chamada de G12), por exemplo, ativa um GEF que converte uma GTPase monomérica da família Rho em sua forma ativa capaz de regular o citoesqueleto de actina. • Em alguns outros casos, as proteínas G ativam ou inativam diretamente os canais iônicos na membrana plasmática da célula-alvo, alterando, dessa forma, a permeabilidade aos íons e, por conseguinte, a excitabilidade da membrana. O óxido nítrico é um mediador de sinalização gasoso que passa entre as células As moléculas sinalizadoras como o cálcio e os nucleotídeos cíclicos são pequenas moléculas hidrofílicas que geralmente atuam no interior das células nas quais são produzidas. Algumas moléculas sinalizadoras, contudo, são suficientemente pequenas e hidrofóbicas, ou ambas, para atravessar facilmente a membrana plasmática e levar sinais para as células mais próximas. Um importante e extraordinário exemplo é o gás óxido nítrico (NO; do inglês, nitric oxide), que funciona como molécula de sinalização em vários tecidos de animais e plantas. Nos mamíferos, uma das muitas funções do NO é a de relaxar a musculatura lisa nas paredes de vasos sanguíneos. O neurotransmissor acetilcolina estimula a síntese do NO pela ativação de um GPCR na membrana das células endoteliais que revestem o interior do vaso. O receptor ativado desencadeia a síntese de IP3 e a liberação de Ca2+, levando à estimulação de uma enzima que sintetiza NO • Ele atua apenas localmente, porque tem uma meia-vida curta, de 5 a 10 segundos no espaço extracelular, antes de se converter em nitratos e nitritos pela ação do oxigênio e da água. • O efeito do NO sobre os vasos sanguíneos explica o mecanismo de ação da nitroglicerina, que tem sido usada por 100 anos no tratamento de pacientes com angina (dor resultante do fluxo sanguíneo inadequado do músculo cardíaco). A nitroglicerinaé convertida em NO, o que relaxa os vasos sanguíneos. Isso reduz a carga de trabalho do coração e, como consequência, reduz a necessidade de oxigênio do músculo cardíaco. 7 Stephane D’arc – Proliferação Celular Vou fazer um ctrlC+ctrlV do livro, pq ele traz no final de tudo um resuminho dessa parte que abordei: Indiretamente, os GPCRs ativam ou inativam, via proteínas G, as enzimas ligadas à membrana plasmática e aos canais iônicos. Quando um receptor ativado estimula uma proteína G, esta sofre uma mudança conformacional que ativa sua subunidade a, desencadeando, dessa forma, a liberação de um complexo bg. Cada componente pode, então, regular diretamente a atividade das proteínas-alvo na membrana plasmática. Alguns GPCRs ativam ou inativam a adenililciclase, alterando assim a concentração intracelular do segundo mensageiro AMP cíclico. Outros inativam uma fosfolipase C específica de fosfoinositídeos (PLCb), a qual gera dois segundos mensageiros. Um deles é o inositol 1,4,5-trifosfato (IP3), que libera Ca21 do RE, aumentando, dessa forma, a concentração do íon no citosol. O outro é o diacilglicerol, que permanece na membrana plasmática e ativa a proteína-cinase C (PKC). Um aumento nos níveis de AMP cíclico ou de Ca21 citosólicos afeta as células principalmente por estimular uma proteína-cinase dependente de cAMP (PKA) e as proteínas-cinase dependentes de Ca21 /calmodulina (CaM-cinases), respectivamente. A PKC, a PKA e a CaM-cinase fosforilam proteínas-alvo específicas, alterando, assim, a atividade dessas proteínas. Cada tipo de célula possui seu conjunto característico de proteínas-alvo que é regulado dessa maneira, permitindo que a célula construa sua resposta característica própria aos segundos mensageiros. As cascatas de sinalização intracelulares ativadas pelos GPCRs permitem que as respostas sejam bastante amplificadas, de forma que diversas proteínas-alvo são alteradas para cada molécula de sinalização extracelular ligada ao seu receptor. As respostas mediadas pelos GPCRs são rapidamente desligadas quando o sinal extracelular é removido, e os GPCRs ativos são inativados por fosforilação e associação com arrestinas. Respostas celulares ao estresse e aos estímulos nocivos