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1 CURSO DE CAPACITAÇÃO EM INSERÇÃO DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFERICA (PICC) GUIADO POR ULTRASOM 2 Apostila organizada pela enfermeira Franciele Arconti, para o Curso de Capacitação para Punção Guiada por Ultrassom, promovido por Hammes Cursos. 3 SUMÁRIO ASPECTOS ETICOS E LEGAIS DA UTILIZAÇÃO PICC GUIADO POR ULTRASSOM ................................................ 4 PUNÇÃO CONVENCIONAL vs PUNÇÃO GUIADA ............................................................................................ 5 TÉCNICA DE SELDINGER MODIFICADA .........................................................................................................12 ANATOMIA DOS MEMBROS SUPERIORES ....................................................................................................13 GESTÃO DO SÍTIO DE INSERÇÃO ..................................................................................................................17 ANESTESIA LOCAL PARA INSERÇÃO DO PICC ................................................................................................21 TÉCNICAS DE POSICIONAMENTO E MEDIÇÃO ..............................................................................................26 FLUXOGRAMA DECISÓRIO PARA ESCOLHA DO CATETER ..............................................................................35 MODELO PROTOCOLO .................................................................................................................................36 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE ...................................................................................................................... 37 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO .............................................................................................................................38 GERENCIAMENTO DO PROTOCOLO .............................................................................................................38 CURATIVO ...................................................................................................................................................42 PROCEDIMENTO DE FLUSHING OU TURBILHONAMENTO ........................................................................... 44 PROCEDIMENTO DE HEPARINIZAÇÃO ..........................................................................................................45 RETIRADA DO CATETER ...............................................................................................................................46 4 1. ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA UTILIZAÇÃO PICC GUIADO POR ULTRASSOM Estima-se que mais de 90% dos pacientes hospitalizados recebem alguma forma de acesso vascular. Um acesso vascular seguro e confiável é indispensável no tratamento do paciente para múltiplas infusões de soluções irritantes e vesicantes, medicamentos, nutrição parenterais e hipertônicas bem como monitoração hemodinâmica. Os cateteres venosos centras periféricos (PICC) tem sido amplamente utilizado por favorecer um acesso confiável diminuindo o risco de complicações que essas drogas podem causar quando administradas em acessos de vigilância. Para tal, cabe ressaltar os aspectos éticos e legais da utilização do PICC delegando esse procedimento ao profissional Enfermeiro. A Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, rege o exercício profissional dos trabalhadores de enfermagem e através do Artigo 11, inciso I, alínea “m”, o Enfermeiro exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe, privativamente, a execução de cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas. O Código de Ética de Enfermagem nos responsabiliza a avaliarmos e aprimorarmos nossas competências técnica, científica, ética e legal para somente depois assumirmos atribuições, já que é nosso dever assegurar ao paciente e seus familiares uma assistência livre de danos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência (COREN – SC 2010). A resolução COFEN nº 258/2000 (anexo 01) aprova em seu Artigo 1º que é lícito ao enfermeiro, a inserção de Cateter Periférico Central, e em seu Artigo 2º que o Enfermeiro para o desempenho de tal atividade, deverá ter-se submetido a qualificação e/ou capacitação profissional. No ano de 2014, o COFEN manifestou-se através da contribuição do parecer 15/2014 do COFEN orientando que além da responsabilidade legal em inserir o PICC (cateter central de inserção periférica), ao enfermeiro também cabe que: [...] o enfermeiro com curso de Capacitação/Qualificação para Inserção do PICC, em instituição que possua protocolo que normatize a aplicação de anestésico local pelo Enfermeiro, e treinamento do profissional para esta atividade, poderá realizar o procedimento de anestesia local, com a lidocaína 1% e 2% sem vasoconstritor, no tecido subcutâneo, com a finalidade de inserção do PICC. COFEN, 2014. Parecer COFEN N°243/2017: Por designação do Presidente desta Autarquia Federal, através da Portaria COFEN N° 1090 de 16 de agosto de 2017, concede vistas aos autos do PROCESSO ADMINISTRATIVO N° 348/2016, procedente da CÂMARA TÉCNICA DE LEGISLAÇÃO E NORMAS – CTLN, que elaborou a revisão e atualização da Resolução COFEN N° 258/2001, que aprova a Inserção de Cateter Periférico Central pelo enfermeiro – PICC com anestesia local e guiado por ultrassonografia. COFEN, 2017. 5 2. PUNÇÃO CONVENCIONAL vs PUNÇÃO GUIADA No início da década de 1990, com a descoberta de novos materiais (silicone) e a melhoria dos materiais existentes (a passagem para novos poliuretanos mais biocompatíveis) levou a uma nova e progressiva definição do acesso venoso central para inserção periférica (PICC). Nestes anos os PICC eram exclusivamente posicionados com a chamada técnica a “cega”, ou seja, por punção das veias da área antecubital do braço, consequentemente limitada a pacientes que tivessem veias visíveis ou palpáveis no local. O local de inserção e técnica de colocação, restringiam o número de pacientes em que era possível colocar o dispositivo, por outro lado um alto índice de complicações permanecia associado: complicações mecânicas (oclusões, rupturas, deslocamentos), trombose venosa, bem como infecções locais e sistêmicas. Calcula-se que aproximadamente 30% desses cateteres eram removidos devido a essas complicações. Uma complicação particularmente constante era a trombose local nas primeiras 48 horas após a inserção, relacionada ao trauma mecânica da própria inserção, era frequente a ponto de ser considerada” normal”, era tratada com compressas locais, analgésicos e a elevação do braço. V A partir de 2000, houve um grande avanço com a utilização da punção guiada. Na década de 90, já se utilizava a ultrassonografia para tunelização de vasos centrais, (veia jugular interna, veia subclávia, veia femoral) e para posicionamento do cateter central de inserção femoral (FICC) cateter central de inserção central (CICC), a utilização da punção venosa guiada se estendeu rapidamente para todos os acessos vasculares, indo para as veias centrais finas para em seguida, as veias periféricas do membro superior. Após algumas tentativas de posicionamento de cateteres com pouco sucesso, devido a problemas relacionados ao material e ao comprimento limitado desses dispositivos, também começou a ser usado o equipamento de ultrassonografia para o posicionamento do cateter central de inserção periférica (PICC). Devido ao tamanho significativo desses dispositivos (4Fr ou mais), ficou evidente que a técnica de inserção até então utilizada (inserção docateter dentro de um introdutor ou agulha grande posicionada na veia) era muito traumática. Isto levou rapidamente à adoção do kit micro introdutor e a utilização da técnica de Seldinger modificada, passou a ser possível fazer uma punção de veia com agulhas muito finas (21G), deslizando a agulha internamente através do fio guia de pequeno tamanho (0,018″) por uma ponta reta mais suave, introduzindo ao longo da guia um dilatador do micro introdutor de tamanho apropriado e então inserido o cateter no interior do introdutor. A associação entre técnica guiada e a técnica micro introdutor permite não mais usar como local de inserção a área da veia antecubital, e sim o terço médio do braço, tendo com isso uma redução das complicações mencionadas acima de 30% para cerca de 2%. Também foi possível estender a possibilidade de colocar um PICC para todos os pacientes, incluindo aqueles sem veias palpáveis ou visíveis, superando um problema que em algum momento antes constituía um limite insuperável de indicação para o PICC. 6 Tabela 1: Fonte Manual Gavecelt de PICC e Cateter Midline VANTAGENS PICC GUIADO PICC Tradicional PICC Guiado Técnica inserção Punção Direta Punção Guiada Sítio de inserção Dobra do Cotovelo Terço Médio do braço Viabilidade Apenas pacientes selecionados Qualquer paciente Sucesso na inserção 60-70% >98% Complicações na inserção 30-40% <1% Risco de tromboflebite 15- 20% <1% Risco de infecção Alto <2 episódios-1000cateter dia Trombose venosa PICC-relatada 7-10% 3% Conforto do paciente Mínimo Alto A A punção guiada permite escolher o tamanho do cateter em proporção com o calibre do vaso, seguindo a regra aceita internacional que não se recomenda o posicionamento de um cateter em uma veia cujo calibre interno não seja pelo menos igual a três vezes o tamanho externo do cateter. Outra vantagem específica da punção guiada, é a gestão do sítio de inserção seguida pela redução do risco infeccioso. O sítio de inserção próximo do braço é caracterizado por uma baixa colonização, devido à presença de uma pele fina e seca, devido à distância das fontes “tradicionais” de contaminação como boca, nariz e traqueostomia, bem como devido à possibilidade de manter um curativo estável e de fácil manuseio, contribuindo para redução do risco de contaminação do cateter. O aumento da taxa de sucesso na primeira tentativa de inserção, a diminuição de extravasamento e hematomas, diminui o risco de infecção, torna-se adequado em pacientes imunodeprimidos, pacientes onco-hematologicos com tratamento de duração, não superior a 6 meses. As orientações do CDC 2011 recomendam considerar a inserção de um PICC em todos os casos em que é feita uma infusão superior a seis dias, contudo, o CDC 2014 indicam o PICC como opção alternativa preferível para o CICC sempre que existir uma necessidade de um cateter não tunelizado, se não houver especificações as contraindicações para tunelização das veias do braço. 7 3. PRINCÍPIOS DA ULTRASSONOGRAFIA Os princípios da ultrassonografia baseiam-se na emissão de ondas ultrassônicas por um transdutor, composto por cristais cortados desenvolvidos em material piezoelétrico, que ao serem submetidos a um campo elétrico, apresentam variações em sua espessura, resultando em movimentos das faces do cristal e emissão de ondas sonoras. As ondas sonoras são emitidas até o órgão ou outra estrutura orgânica, e retornam ao mesmo transdutor em forma de eco, com o desenvolvimento de campo elétrico e formação da imagem ultrassonográfica no monitor do equipamento, comumente denominada imagem em tempo real. Figura 1: Fonte Manual PICC Bard A forma do transdutor e escolhida de modo que o ultrassom forme um feixe com uma direção bem definida. 8 LINEARES Alta frequência (5 a 10 Mhz) são utilizados para visualização de estruturas superficiais CONCAVOS Baixa frequência(2,5 a 5Mhz) são utilizados para captar imagens profundas SETORIAL Baixa frequência (2 a 4Mhz) são utilizados para transmissão sonora entre estruturas densas como arcos costais li 9 4. TÉCNICA DE PUNÇÃO VENOSA GUIADA A técnica de orientação por ultrassom em tempo real envolve a utilização do ultrassom para orientar a inserção de uma agulha de baixo calibre na veia selecionada. É possível acessar a veias que não são palpáveis nem observáveis a olho nu. Duas funções básicas para otimizar a imagem no monitor de ultrassons. O ganho deve ser ajustado até que haja um ligeiro enchimento com eco ou manchas brancas na veia. A profundidade deve ser ajustada para que a visualização das estruturas alvo seja maximizada, permitindo igualmente a visualização de estruturas posteriores ao alvo. Ajuste a luminosidade/contraste para auxiliar a visualização em diferentes ambientes. Funcionalidades O monitor de ultrassons padrão pode apresentar cardinais ou pontos colocados em intervalos de 0,5 cm. Utilizando estas marcações, é possível determinar a profundidade do vaso da imagem a partir da superfície da pele. Figura 2: Fonte Manual PICC Bard 10 4.1 DISTINGUIR VEIAS E ARTÉRIAS UTILIZANDO ULTRASSONS LONGITUDINAL EM PLANO: O transdutor encontra-se paralelo ao longo do eixo longo da veia para facilitar a captura de imagem do dispositivo e do avanço do fio-guia. Vantagens ● É possível visualizar a agulha na íntegra à medida que esta é introduzida na veia. ● A orientação de profundidade é superior com esta abordagem. Desvantagens ● Fraca resolução lateral. 11 ● Uma agulha localizada mesmo ao lado do vaso pode aparentar estar no mesmo plano. TRANVERSAL FORA PLANO: O transdutor encontra-se perpendicular à veia para facilitar a captura de imagem da agulha e do fio-guia à medida que são introduzidos na veia. Vantagens ● É possível visualizar a agulha na íntegra à medida que esta é introduzida na veia. ● A orientação de profundidade é superior com esta abordagem. Desvantagens ● Fraca resolução lateral. ● Uma agulha localizada mesmo ao lado do vaso pode aparentar estar no mesmo plano. 12 5. TÉCNICA DE SELDINGER MODIFICADA Em 1953, o Radiologista Sueco Swen Ivar Seldinger , descreveu nova técnica introduzindo a prática de usar um fio flexível para guiar um cateter para áreas vasculares do corpo anteriormente inacessíveis. Sendo difundida para várias áreas da medicina, com importante relevância para todos os tipos de acessos vasculares. A técnica de Seldinger modificada consiste na passagem do cateter por um fio guia flexível introduzido logo após a punção do vaso, considerada uma alternativa ao método tradicional de inserção dos cateteres venosos periféricos, centrais ou os cateteres centrais de inserção periférica (PICC), além dos cateteres arteriais em crianças e adultos. A vantagem da técnica é a possibilidade de realizar a punção com cateteres de menores calibres quando comparados aos introdutores que acompanham diferentes tipos de cateteres, com consequente diminuição do trauma no vaso e formação de hematoma, além de minimizar o risco de lesão de nervos e do tecido adjacente ao vaso. Figura 3: Fonte Manual PICC Bard 13 6. ANATOMIA DOS MEMBROS SUPERIORES As veias superficiais e profundas do antebraço e do braço são geralmente exibidas no equipamento de ultrassonografia com sondas lineares de comprimento entre 26 e 38 mm, com uma frequência superior a 7 MHz sendo possível o estudo de tecidos da superfície da pele entre 2 a 3 cm de profundidade. A sonda deve ser orientada transversalmente em relação ao eixo do membro e perpendicularmente à pele, com uma orientação onde o lado esquerdo do operador correspondaao lado esquerdo da imagem na tela, mas à direita do paciente. A sonda deve ser orientada de maneira firme e estável, sem exercer demasiada pressão sobre a superfície da pele. Uma vez que a maioria das veias do braço tem uma orientação longitudinal, a orientação transversal da sonda envolve uma visão das veias no eixo curto, permitindo uma visão panorâmica das veias em suas relações entre elas e com outras estruturas que executam longitudinalmente como artérias e nervos. Figura 4: Fonte Manual PICC Bard No eixo transversal, a veia aparece como uma imagem redonda e anecóica (escuro), facilmente compressível sob a pressão exercida pela sonda, uma imagem deste tipo, mas não compressível pode ser interpretada como uma artéria (se pulsante), como uma veia com trombose ou como uma estrutura se não pulsante). No eixo transversal, as artérias são como imagens anecóica redondas, cujo pulsar pode ser realçado pela compressão da sonda contra uma superfície do osso. 14 Os nervos aparecem como estruturas multilociladas (imagem como “Colmeias”), principalmente hiperecóica e não compressível. Figura 5: Fonte Manual PICC Bard As principais veias dos membros a fim da punção com técnica guiada não são muitas. A veia mais longa é a veia cefálica, que nasce nas chamadas "caixa anatômica sobre a borda radial do punho e passa superficialmente por todo o antebraço, onde pode ser usada para o posicionamento dos cateteres periféricos longos. Pouco antes da fossa antecubital, ela se separa da veia cefálica uma colateral importante, da antecubital, que segue posteriormente veia basílica. Na correspondência do cotovelo, a veia cefálica aumenta consideravelmente de calibre (a veia mais geralmente usada para a amostragem de sangue) mas depois se torna fina e prossegue com a trajetória um pouco irregular e superficial acima do músculo bíceps, fina para chegar ao ombro percorrendo o sulco delto -peitoral, unindo-se com a veia axilar pouco antes da passagem da clavícula e acima da primeira parte das costas. Na curva do cotovelo, a veia cefálica é grande, superficial e facilmente puncionáveis, mas uma vez que esta é uma área de flexão, o posicionamento de um acesso periférico nessa área deverá ser evitado, exceto em situações de emergência. Em pacientes obesos, a veia cefálica por vezes pode ser usada também para o posicionamento de um PICC. A presença de inúmeras válvulas venosas nas veias periféricas cria um fluxo turbulento, enquanto a ausência de válvulas otimiza o fluxo na VCS. O volume em relação ao débito depende do diâmetro, do comprimento e da resistência no interior do vaso. Conforme demonstrado nos dados da tabela, a taxa de fluxo de sangue nas veias periféricas é significativamente inferior do que a taxa de fluxo na VCS. 15 6.1 TAXA DE FLUXO DOS VASOS SANGUINEOS Tabela 2: Fonte Manual Gavecelt de PICC e Cateter Midline Veia Débito Diâmetro aproximado Metacárpico 10 ml/min. 2–5 mm Antebraço 20–40 ml/min. 6 mm Veia basílica do braço 90–150 ml/min. 8 mm Veia axilar 15–350 ml/min. 16 mm Subclávia 350–500 ml/min. 6–19 mm Veia cava superior 2000 ml/min. 20–30 mm A taxa de fluxo de sangue na VCS é de 2000 ml/min. em comparação com uma taxa de 20– 40 ml/min. nos vasos do antebraço. Dado o elevado fluxo de sangue na VCS, a solução de perfusão é sujeita a uma maior hemodiluição e provoca menos irritação na veia. 16 Figura 6: Fonte Manual PICC Bard Ao longo da margem ulnar do antebraço começa a veia basílica, geralmente mais fina do que a cefálica, embora igualmente superficial, nesta área pode ser puncionada por via guiada para posicionamento do PICC ou do cateter periférico longo. Nas proximidades da veia do cotovelo, a veia basílica recebe mais afluentes (dentre as quais a veia antecubital e uma veia de retro olecraniana), para se tornar de calibre muito significativo (4-5 mm) em seu curso no braço, no recolhimento bicipito-umeral. Este é o caso na área da veia basílica, que normalmente começa a uma profundidade de 1 a 2 cm, tem as características para ser escolhida e puncionada. As suas dimensões, profundidade e distância de outras estruturas arteriais e nervos (com a exceção do nervo cutâneo medial do braço, que frequentemente se apresenta muito fino e insignificante) torna veia ideal ou em alguns casos, de primeira escolha para o posicionamento de um PICC. No seu curso em direção à parte superior do braço, a veia basilical tende a se mover em direção ao nervo do feixe vascular do braço (consistindo de artéria braquial, veias braquiais e o nervo mediano) que termina logo abaixo da margem medial do músculo bíceps. A veia basílica, depois de ter recebido como afluentes uma a umas todas veias braquiais, se torna então a veia axilar e como tal entra na cava axilar. As veias braquiais variam de duas a cinco e começam como veias satélites da artéria braquial. Essa última, também artéria umeral, é a principal e única artéria do braço, dividindo-se no antebraço geralmente de 6 a 8 centímetros distalmente à dobra do cotovelo em artéria radial e ulnar. As veias braquiais estão bem identificadas ecograficamente na maioria dos casos onde apenas ao nível do braço da veia do cotovelo, são identificadas como imagens pequenas, redondas e anecóica, 17 visualmente bem alocadas nos dois lados da artéria braquial: a imagem resultante é muitas vezes descrita como uma forma do Mikey Mouse', onde a artéria parece a cabeça e as duas veias braquiais, as orelhas. Figura 7: Fonte Manual PICC Bard As veias braquiais decorrem do descrito nervo vascular a partir do qual é separado de uma maneira extremamente variável a nível do braço e para confluir na veia basílica. Normalmente, o sistema venoso do lado ulnar do braço (braquiais-basílica-axilar) drena aproximadamente 75% do sangue residual do membro superior. Entretanto, a veia cefálica e seus efeitos colaterais sobre o lado radial é responsável por drenar os outros 25%. As veias braquiais constituem uma segunda escolha para o posicionamento do PICC, embora adequada em profundidade, o seu calibre é muito variável (em função do seu número, que é muito variável) e sua punção guiada pode ser dificultada devido à proximidade com a artéria braquial e com o nervo mediano. O nervo mediano surge geralmente acima da artéria e as veias braquiais tendem com isso a ficarem com profundidade maior em relação à artéria. 7. GESTÃO DO SÍTIO DE INSERÇÃO O posicionamento do PICC deve ser executado de modo a obter um sítio de inserção com distância suficiente da dobra do cotovelo (área de flexão) mas também com distância suficiente da área axilar (área de dobras e também a área de pele com maior umidade e maior contaminação bacteriana. O matado de “área”, publicado por Robert Dawson pela primeira vez em 2011 na revista Java, permite definir de maneira clara e segura o ponto mais adequado para definir o sítio de inserção do ICC no nível do braço. O matado fornece a subdivisão desta área em três cores diferentes vermelho, verde e amarelo, uma das quais (verde) é indicada como uma área ideal para a preparação do sítio de inserção do cateter. Começa medindo a distância da articulação cotovelo, 18 epicôndilo, até a linha axilar média, na linha ideal do sulco transversal, essa distância pode variar de um paciente para outro, mas geralmente é compreendida entre 20 e 22 cm. Essa distância é dividida em três partes iguais, que definem três áreas diferentes do braço, cada uma na sua composição de uma parte circunferencial correspondente ao terço distal (perto do cotovelo: área vermelha), terço médio (área verde) e o terço proximal (nas proximidades da axila: área amarela). A área vermelha corresponde a uma área desfavorável tanto para o procedimentode punção venosa, como para a preparação do sítio de inserção, veias rastreáveis nessa área têm calibre limitado e curso muito variável; o movimento dos músculos e das áreas musculares características desta área são transmitidos para a pele, tornando instável qualquer local cutâneo de inserção. Cateteres implantados nesta área estão associados com um risco de complicações como equimoses, falha na canulação, "triângulo do cotovelo", complicações tardias (trombose e infecções) e uma baixa tolerância por parte do paciente. A área verde corresponde ao terço médio do braço: a área definida por Dawson como "ideal é a metade proximal da área verde, o que corresponde a uma longa faixa com cerca de 3 a 4 cm. Nesta área, a veia basílica é ampla, suficientemente distante do nervo vascular constituída por vasos braquiais e pelos nervos medianos, bem como, muito estável devido à área muscular do braço compreendida. A área amarela corresponde ao terço medial do braço e inclui a parte braquial da cava axilar. Nesta área, a veia basílica converge com uma ou mais das veias braquiais formando a veia axilar, isso proporciona uma melhor punção venosa guiada e a passibilidade de utilização de cateteres de tamanho maior: A veia basílica/axilar, aqui também pode ser de 6 a 8 mm, permite o posicionamento de cateteres de 6 Fr ou mesmo maiores. Por outro lado, um possível sítio de inserção nesta área apresenta um alto risco de complicações, devido às características da pele (pele mais úmida, mais espessa e rica em glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas) e devido ao inevitável movimento do curativo compressivo (relacionados à mobilidade da pele da cava axilar). O sítio de inserção na área amarela, portanto, deve sempre ser evitado. O local da punção venosa será escolhido, levando em consideração o calibre da veia, sua profundidade (idealmente incluídos dentro de 2,5cm) e uma distância suficiente entre as estruturas “perigosas” que são a artéria braquial ou nervo mediano. As taxas de complicações associadas às linhas centrais podem ser diretamente atribuídas ao local de inserção. Os três sistemas do corpo principalmente envolvidos na seleção do local do braço são vascular, músculo esquelético e regulamentar. As complicações mais comuns e graves associada à seleção do local do PICC são trombose, infecção de corrente sanguínea,punção arterial e até danos nos nervos. 19 A trombose é comummente atribuída aos três princípios da Tríade de Virchow: • Traumatismo Endotelial • Alterações no fluxo sanguíneo • Alterações na Capacidade de Coagulação do Sangue ou Hipercoaguabilidade. Dawson ressalta que hoje temos todas as ferramentas capazes de minimizar as complicações infecciosas, tromboticas mecânicas e potencialmente associada com o posicionamento do PICC, temos a responsabilidade ética para realizarmos o nosso melhor com esses instrumentos , considerando que cada paciente tem o direito ao maior conforto e segurança possível. 20 Figura 8: Fonte Manual Gavecelt de PICC e Cateter Midline 7.1 MENSURAÇÃO DO LOCAL DE INSERÇÃO Zona Ideal , sem comprometimento do sitio de inserção e curativo bem aderido Compressão do triângulo do cotovelo e pós inserção sangrante, o curativo não está aderido. 21 8. ANESTESIA LOCAL PARA INSERÇÃO DO PICC O objetivo principal da anestesia local com uma substância amida lidocaína 1% ou 2 % é bloquear a sensação de dor e aliviar todo o desconforto durante a inserção do PICC (1,2). 8.1 DEFINIÇÃO A anestesia local é o procedimento anestésico mais comum, utilizado para bloquear a dor em pequenas regiões do corpo, habitualmente na pele. Ao contrário das anestesias geral e regional, que devem ser administradas por um anestesiologista, a anestesia local pode ser realizada por quase todas as especialidades (3). É habitualmente feita com a injeção de lidocaína 1% ou 2% na pele e nos tecidos subcutâneos e tem como objetivo bloquear a dor em uma variedade de procedimentos médicos, como biópsias, punções de veias profundas, suturas da pele, punção lombar, punção de líquido ascítico ou de derrame pleural (1). 8.2 MECANISMOS DE AÇÃO O mecanismo de ação tem como base o bloqueio dos receptores para dor em todas as camadas da pele (epiderme, derme e hipoderme) além de também bloquear a dor no tecido subcutâneo (2). O efeito eletrofisiológico dos anestésicos locais leva a um decréscimo na velocidade e no grau de despolarização axonal, fazendo com que o limiar de excitabilidade não seja atingido e o impulso não seja propagado (2). A fase de despolarização do potencial de ação é decorrente do influxo de NA+ do extra para o intracelular, então os anestésicos locais bloqueiam as correntes de sódio, havendo uma competição entre sódio e o fármaco do anestésico (2). 8.3 FARMACOCINÉTICA Absorção: Como os anestésicos são aplicados no local de ação não necessitam ser transportado pela corrente sanguínea até seu órgão alvo. A absorção sistêmica é determinada pelo sítio de injeção e a velocidade de absorção sistêmica que é proporcional a vascularização do sítio de injeção que pode ser: traqueal, intercostal, caudal, epidural, plexobraquial e cutânea (1). 8.4 METABOLISMO E EXCREÇÃO Os anestésicos locais do tipo amida como por exemplo a lidocaína e bupivacaína, são metabolizados por enzimas microssomais no fígado. As diminuições na função hepática e no fluxo sanguíneo hepático reduzem a velocidade metabólica e predispõem os pacientes a intoxicação sistêmica. Por isso, devemos sempre seguir as recomendações de dose máximas descritas na bula dos medicamentos. A excreção dos anestésicos amidas ocorrem pelos rins e fezes. 22 9. DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO O profissional enfermeiro deve aspirar o conteúdo anestésico em uma seringa de 3 ou 5 ml com uma agulha 40x12. Realizar ultrassonografia e definir a zona ideal de acordo com as recomendações de Zona ZIM e demarcar o local com caneta cirúrgica; Observar estruturas nervosas e arteriais em tempo real com a ultrassonografia; Realiza uma punção única da pele e aplicar o anestésico em todas as suas camadas (Epiderme, Derme e Hipoderme) até atingir o tecido subcutâneo acompanhado em tempo real pela ultrassonografia com uma agulha 13x4,5 (insulina); Observar região de infiltração do anestésico local diretamente na tela do ultrassom e direcionar o movimento em triangulo, tracionando e movimentando suavemente a agulha sem retirar da epiderme; Atentar para sinais de vasoespasmo e caso observado, interromper imediatamente a infiltração do anestésico e retomar o procedimento em local mais afastado do vaso; Utilizar o aparelho de ultrassom devidamente paramentado (com a capa estéril) para visualização do vaso evitando transfixação do vaso a ser inserido o PICC; Administrar o anestésico no ângulo de 30° ou 45° dividindo o conteúdo em 2 partes, injetando 3ml antes da punção seguido de 2 ml após a inserção do fio guia antes da introdução do microintrodutor; Respeitar o tempo mínimo de ação de 2 minutos antes da primeira punção com a agulha de inserção do PICC; Não ultrapassar a dose toxica do medicamento (vide bula). Em geral 4,4mg/kg; A lidocaína apresenta um Ph ácido entre 5,0 a 7,0 responsável pela sensação de ardor quando infiltrado no subcutâneo. Para reduzir este evento, aplicar o anestésico lentamente. 9.1 CUIDADOS DURANTE A INFILTRAÇÃO DA ANESTESIA Não utilizar seringas de 1ml; Utilizar seringas de tamanhos diferentes para aspiração de solução fisiológica e lidocaína; 23 Não realizar movimento de 360 graus com a agulha de insulina durante a infiltração da lidocaína pois este movimento poderá lacerar estruturas vasculares e nervosas com possíveis danos permanentes ao paciente; Não realizarmúltiplas punções na pele para infiltrar o anestésico; Atentar para a dose mínima necessária para o bloqueio total da dor (pacientes adultos de 3 a 5ml e pediátricos e neonatais, respeitar o cálculo para dose máxima permitida). Dose máxima Neo/Pediatria3 = 4,4mg/kg Lidocaína 1% = 10mg --- 1ml 300mg --- x 300/10 = 30ml Lidocaína 2% = 20mg --- 1ml 300mg --- x 300/20 = 15ml Lidocaína 1% = 10mg --- 1ml 6,6mg --- x 6,6/10 = 0,6ml Lidocaína 2% = 20mg --- 1ml 6,6mg --- x 6,6/20 = 0,3ml Dose máxima Adulto3 = 4,4mg/kg 70kg x 4,4mg = 308 (300mg) 1,500kg x 4,4mg = (6,6mg) 24 Angulação correta da aplicação do anestésico local: 25 9.2 PREPARAÇÃO PARA A INSERÇÃO 1. Efetue a higiene das mãos de acordo com o protocolo institucional. 2. Verifique a identidade do doente utilizando dois 3. Realize uma avaliação do doente, do seu nível de educação e consentimento pré-procedimento, de acordo com o protocolo institucional. 4. Reúna os materiais necessários, que podem incluir, sem limitação: • Kit PICC (verifique a integridade da embalagem e o prazo de validade • Equipamento de ultrassom e gel condutor • Kit de guia de agulha, bainha de sonda de ultrassom estéril e gel condutor • Se não estiverem incluídos no kit do cateter: 1 Aplicadores antissépticos extra 2 Dispositivo de estabilização de cateteres 3 Penso para cateter 4 Esponja impregnada em clorexidina, de acordo com o protocolo institucional 5 Conector sem agulha e/ou dispositivo adicional 6 Seringas esterilizadas de 10 ml e cloreto de sódio a 0,9% sem conservantes 7 Agente anestésico intradérmico com agulha esterilizada com um pequeno orifício e seringa 8 Torniquete descartável e fita métrica 9 Precauções de barreira estéril máxima: máscara, bata esterilizada, touca, luvas esterilizadas, proteção ocular e campo cirúrgico grande para corpo inteiro. 26 10. TÉCNICAS DE POSICIONAMENTO E MEDIÇÃO Tabela 3: Fonte Manual PICC Bard Antes da inserção de um PICC, o paciente deve estar na cama, se possível deitado, para facilitar o procedimento. A medição do comprimento do cateter é necessária, pois pode assegurar a seleção de um cateter com o comprimento apropriado. 1. Efetue a higiene das mãos de acordo com o protocolo institucional. 2. O paciente deve ser colocado na posição dorsal com o braço a um ângulo de 90 graus, quando possível, para permitir efetuar uma medição correta e prevenir possíveis complicações. 27 3. Identifique o local de inserção do PICC proposto, conforme determinado pela avaliação pré-inserção. 4. Meça a distância entre o local de inserção pretendido e a localização do ponta terminal pretendido. Quando possível, meça diretamente na pele do doente. Meça o trajeto em centímetros (cm), desde o local de inserção planejado utilizando os seguintes pontos de referência externos: 5. Medir a área ideal para inserção do cateter. Utilize o ultrassom para identificar o local da punção. 6. Meça desde o local de inserção até à prega axilar. 7. Meça desde a prega auxiliar até à cabeça clavicular direita. Isto aplica-se a inserções do lado direito e do lado esquerdo. 8. Meça desde a cabeça clavicular direita até a borda direita do esterno do terceiro espaço intercostal. 9. Faça assepsia da área com uma solução antimicrobiana e deixe secar completamente. 10. Abra a embalagem exterior do kit PICC e coloque-a junto mesa da cama ou da área de trabalho. 11. Coloque o campo cirúrgico absorvente por baixo do braço e da área do ombro do doente. 12. Coloque, de forma folgada, um torniquete por baixo da área do braço, próximo da axila. 28 13. Prepare o local de inserção e a pele com fricção, o aplicador cutâneo antisséptico ou de acordo com a política institucional. Se o local de inserção pretendido estiver visivelmente sujo, limpe-o com sabão antisséptico e água antes de aplicar soluções antissépticas. a. Se utilizar um aplicador de gluconato de clorexidina com abas, pressione as abas do aplicador para partir a ampola e libertar a solução antisséptica. b. Umedeça a esponja premindo e soltando repetidamente a esponja de encontro à área de tratamento até o líquido ser visível na pele. Passe repetidamente para trás e para a frente e para cima e para baixo com a esponja durante cerca de 30 segundos. Umedeça completamente a área de tratamento antisséptico. c. Deixe a área secar completamente. Não use um papel para absorver ou limpar a solução antisséptica.. d. Devem ser utilizadas soluções antissépticas numa configuração de uma única unidade. . 14. Abra materiais esterilizados envolvidos abrindo primeiro a aba mais afastada para impedir a contaminação entre o braço não esterilizado e um item esterilizado. Em seguida, abra as abas laterais. A aba mais próxima da embalagem deve ser aberta por último. 15. Coloque o campo cirúrgico no doente. a. Certifique-se de que o campo cirúrgico está devidamente alinhado. b. Determine se a colocação será efetuada do lado esquerdo ou do lado direito do doente. Remova-o revestimento apropriado para revelar a janela. 29 c. Coloque a janela exposta fixamente no braço do doente sobre o local de inserção planejado e imediatamente abaixo do nível do torniquete. Pressione firmemente para assegurar a aderência ao braço. d. Desdobre o campo cirúrgico para ambos os lados do doente. O campo cirúrgico deve ser desdobrado sobre o peito do doente, afastado do local de inserção. e. Desdobre o campo cirúrgico em direção aos pés do doente. Certifique-se de que o campo cirúrgico está totalmente estendido de modo a cobrir os pés do doente. Desdobre o campo cirúrgico para cobrir a cabeça do doente. Se necessário, perfure e assepticamente o campo cirúrgico para revelar a cabeça do doente. Prepare a sonda do sistema de ultrassom. Coloque a capa da sonda sobre a cabeça da sonda, tendo o cuidado para não retirar o gel condutor. f. Cubra a sonda e o cabo da sonda com a respetiva, mantendo uma técnica estéril. Alise a capa da sonda sobre a janela acústica da cabeça da sonda para remover quaisquer bolhas de ar ou dobras na bainha. g. Certifique-se de que não existe ar preso entre a sonda de ultrassom e a pele, uma vez que a presença de ar pode obstruir a visualização do vaso. Fixe a capa da sonda com os parafusos fornecidos. 30 16. Coloque um agente anestésico e cloreto de sódio a 0,9%em seringas de 10 ml, mantendo uma técnica estéril. Etiquete as seringas e coloque-as no campo cirúrgico de modo a serem prontamente utilizadas com uma agulha de orifício pequeno com agente anestésico. Pré-irrigue todos os lúmens do cateter com solução salina normal para umedecer o estilete hidrofílico. Siga as instruções de utilização do fabricante e o protocolo institucional. Corte o cateter. a. Meça a distância desde a marca zero no cateter até medição do cateter pré-determinada. b. Solte o conjunto do conector de fecho em T/estilete c. Retraia o conjunto do conector de fecho em T/estilete como uma só unidade até o estilete se encontrar muito atrás do local no qual o cateter deverá ser cortado. d. Utilizando um bisturi ou uma tesoura esterilizada, corte cuidadosamente o cateter. e. Volte a avançar o conjunto do conector de fecho em T/estilete, bloqueando o conector no conector do cateter. Certifique-sede que a ponta do estilete está intacta. 16. Retraia cuidadosamente o estilete através do conector de fecho em T bloqueado até a ponta do estilete se encontrar no interior do cateter. Certifique-se de que o estilete está corretamente alinhado com a extremidade distal do cateter cortado Local correto: Aplique uma camada de gel condutor estéril na janela acústica coberta da sonda de ultrassom, utilizando ultrassons, localize o vaso alvo, bem como uma artéria e nervo adjacentes. Centre os marcadores de ponto no vaso alvo. Os marcadores de ponto são apresentados no ecrã de ultrassom. 31 17. Opcional: escolha o guia de agulha apropriado com base no calibre da agulha e na profundidade da estrutura alvo. a. Certifique-se de que foi colocada uma capa de sonda esterilizada por cima da sonda. Prenda a extremidade curta do guia de agulha à extremidade do gancho do guia de agulha mais próximo da parte superior da sonda. b. Empurre a extremidade maior do guia de agulha em direção à sonda até o guia de agulha se encaixar no gancho do guia de agulha. Não faça deslizar o guia de agulha. c. Faça deslizar a agulha com o tamanho adequado, com a extremidade em bisel virada para a sonda, pelo canal no guia. d. Coloque a sonda contra a pele, perpendicular à estrutura alvo. Segure na sonda de modo a que o guia de agulha aponte na direção oposta ao coração. e. Centre os marcadores de ponto no vaso alvo. Administre a anestesia local no local de punção venosa pretendido mantendo os marcadores de ponto centrados no vaso alvo. f. Enquanto mantém os marcadores de ponto centrados no vaso alvo, faça avançar lentamente a agulha olhando para o ecrã de ultrassom. g. Quando a agulha se aproxima do alvo, deve ver o recorte da parede anterior após a punção venosa, o vaso volta à forma normal. Observe o retorno do sangue venoso. 32 h. Segure na agulha, oscile delicadamente a sonda afastando-a da agulha para uma separação suave. i. O canal do guia de agulha abre e a agulha desengata-se suavemente do guia. j. Retire a proteção da ponta do fio guia do aro do fio guia e insira a extremidade flexível do fio guia na agulha introdutora ou no cateter e pela veia. Faça avançar o fio guia até a profundidade pretendida. 18. Retire o torniquete. 19. Faça avançar o dilatador e a bainha introdutora como uma unidade sobre o fio guia, utilizando um ligeiro movimento de rotação. Se necessário, pode ser feita uma pequena incisão adjacente ao fio guia para facilitar a inserção do dilatador e da bainha introdutora. 20. Remova o fio guia e o dilatador da bainha introdutora e seguindo as instruções de utilização do fabricante e a política da instituição. Retire o dilatador e o fio guia, deixando a bainha introdutora no lugar. Insira o cateter na bainha introdutora. Avance o cateter lentamente. 21. Quando a ponta do cateter tiver avançado para o ombro, peça ao doente para voltar a cabeça (colocando o queixo no ombro) para o lado da inserção, para impedir uma possível inserção pela veia jugular. 22. Conclua o avanço do cateter para a posição pretendida. 23. Continue a avançar lentamente o cateter até este ser inserido na medição externa pré-inserção. Retire a bainha introdutora da veia e afaste-a do local. 33 24. Estabilize a posição do cateter exercendo uma ligeira pressão na veia distal do local de inserção. Retire a bainha introdutora da veia e afaste-a do local. Separe a bainha introdutora e descole-a do cateter. 25. Desprenda o fecho em T e o funil do estilete do conector lure do cateter. Remova lentamente o fecho em T, o funil do estilete e o estilete como uma unidade. Não remova o estilete através do fecho em T. 26. Aspire até obter um retorno de sangue adequado. Irrigue o cateter com cloreto de sódio a 0,9% sem conservantes (USP), mantendo-se atento a quaisquer complicações. Encaixe o(s) conector(es) sem agulha. Bloqueie o cateter de acordo com as orientações do fabricante ou com o protocolo da instituição. 27. Fixação do cateter e aplicação do penso Para minimizar o risco de fratura do cateter, embolia e migração, o cateter deve estar fixado ao local. Fixe o cateter de acordo com as instruções de utilização do fabricante e o protocolo da instituição. A utilização de uma esponja impregnada em clorexidina com 1 dispositivos de acesso vascular central a curto prazo deve ser ponderada em doentes com mais de 2 meses de idade como uma medida adicional de prevenção de infeções na corrente sanguínea associadas aos cateteres. 28. O local de inserção e o dispositivo de estabilização de PICC com um peso transparente ou de acordo com a política institucional. Efetue a higiene das mãos de acordo com a política institucional. 34 29. Identifique o penso do PICC com as seguintes informações: - Data e hora da inserção; - Calibre e comprimento do PICC; - Iniciais do responsável pela inserção. 30. Limpe e desinfete a sonda de ultrassom. Elimine os materiais usados nos recipientes adequados. Remova e elimine o equipamento de proteção individual. Utilizando uma radiografia ao tórax, verifique a posição correta da ponta do cateter. 35 11. FLUXOGRAMA DECISÓRIO PARA ESCOLHA DO CATETER Figura 9: Fonte Manual PICC Bard 36 12. MODELO PROTOCOLO 12.1 OBJETIVOS • Descrever a técnica de inserção do PICC (Cateter Central de Inserção Periférica) a fim de assegurar administração de fármacos e fluidoterapia de forma segura ao paciente, além da preservação da rede venosa do mesmo pelo profissional enfermeiro respaldado pela Resolução do COFEN 258/2001. • Padronizar a Técnica de Inserção e dos cuidados no manejo do PICC. 12.2 ABRANGÊNCIA • Este documento se aplica a todos os pacientes com Terapia Intravenosa prescrita acima de 6 (seis) dias e com extremos de PH ( abaixo de 5 e maior que 9) e Osmolaridade (≥ 600 mLo) de seus fármacos. Possuindo assim, a necessidade de um cateter seguro para a prevenção dos eventos adversos relacionados às complicações locais da Terapia Intravenosa quando em uso de fármacos vesicantes e/ou irritantes conforme prática baseada em evidência e suportada pela Infusion Nursing Society (INS), 2012 e Center Diseases Control (CDC, 2011). 12.3 RESPONSABILIDADES • Equipe Médica • Equipe de Enfermagem • CCIH • Educação Permanente 12.4 DEFINIÇÕES • PICC: é um cateter fino e longo, flexível, maleável e biocompatível. Inserido em veia periférica e com localização de ponta central (Junção Cavo Atrial). O material do cateter pode ser de silicone ou de poliuretano. Os cateteres de silicone não suportam pressões (Per-q-cath® ou Groshong®). Os cateteres de poliuretano (Power PICC®) suportam pressões, bomba de contraste e injeções de fluxo de até 300 psi (pound square inch), ou seja, 5 ml/seg. 37 Abaixo segue uma tabela para melhor ilustração: Tabela 4: Relação do número do French, tipo de cateter e fluxo permitido (Bard Access System, Utah, USA) French Groshong® Silicone PowerPICC® Poliuretano 4 Fr UL 183 mL/h / 20 G 540 mL/hr / 18 G (NXT) 1,272 mL/hr /18 G 5 Fr UL 396 mL/h / 18 G Não está disponível 1,185 mL/h / 18 G 5 Fr DL 131/131 mL/h / 20/20 G 266 ml/h (45cm) 193 ml/ h (55 cm) 19 /19 gauge 578/578 mL/hr 18/18 gauge • French (Fr): unidade de medida do diâmetro externo do cateter (1 fr = 0,33 mm) • Lúmen: diâmetro interno do cateter medido em gauge (G) • UL: cateter de único lúmen • DL: cateter de duplo lúmen 13. CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE • Paciente com Terapia Intravenosa prescrita acima de 6 (seis) dias e com extremos de PH (abaixo de 5e maior que 9) e Osmolaridade (≥ 600 mLo) de seus fármacos • Fármacos Irritantes (antibióticos, cisplatina, amiodarona, entre outros); • Fármacos que ao extravasarem causam necrose tecidual (KCL, Dolantina, CaCL, MgSO4 e Quimioterápicos Vesicantes); • Incompatibilidade de fármacos e soluções (optar por opções de duplo lúmen); • Via exclusiva de administração endovenosa para Nutrição Parenteral Total ou com concentração de glicose final maior ou igual a 12,5 (Resolução Anvisa RDC 45/2003); • Condição de rede renosa precária, como por exemplo, usuários de drogas ilícitas injetáveis, uso prévio e prolongado de terapia endovenosa. 38 13.1 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO RELATIVOS Pacientes Renais*; Infusões de hemoderivados*; Plaquetopenia <10.000/l*; INR >1,5*; Membros hemiparéticos ou com atrofia*; *Discutir com equipe multidisciplinar riscos/benefícios da utilização deste dispositivo. 14. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO • Paciente apresentando lesões de pele, flebite ou hematomas no local da punção do cateter; • Caso de história prévia e confirmada de Trombose Venosa Profunda em membros, consultar médico sobre o procedimento; • Mulheres com mastectomia com esvaziamente ganglionar – possível falso trajeto; 15. GERENCIAMENTO DO PROTOCOLO • Manter acesso venoso em linha centra por tempo prolongado sem indicação de troca rotineira; • Assegurar via endovenosa para administração de fármacos; • Necessidade de infusão endovenosa de grandes volumes; • Manter acesso venoso com menor risco infecção quando comparado ao risco de infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter do cateter de curta permanência não tunelizado (CVC); • Administrar soluções hiperosmolares; • Administrar soluções vesicantes e irritantes; • Monitorização de PVC quando em uso do cateter de alto fluxo; • Realizar acompanhamento dos cateteres inseridos preenchendo o documento “Controle de Cateteres de PICC”. 39 16. ESCOLHA DO ACESSO VENOSO PARA O PICC A ordem da escolha do acesso deverá respeitar a seguinte sequência: • 1a Veia Basílica do MSD; • 2 a Veia Cefálica do MSD; • 3 a Veia Braquial do MSD; • 4ª Veia Basilica do MSE; • 5ª Veia Cefálica do MSE; • 6ª Veia Braquial do MSE. 16.1 MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA PUNÇÃO: • 3 campos simples estéreis; • 1 kit subclávia (CME); • 1 cuba redonda estéril; • 1 fita métrica não estéril; • 3 máscaras cirúrgicas; • 2 Toucas cirúrgicas; • 2 aventais cirúrgicos estéreis; • 2 pares de luva cirúrgica (7 e 7,5); • 3 escovas cirúrgicas embebidas em clorexidina degermante; • 1 clorexidina alcoólica 0,5% ( do setor); • 1 soro fisiológico 0,9% de 100 ml; • 1 xilocaína 1% ou 2% sem vasoconstrição; • 2 agulha 40x12; • 1 agulha 13x4,5; • 1 seringa de 5 ml; • 1 seringa de 20ml; • 1 conectores valvulados; • 1 curativo transparente semipermeável; • 1 cateter de picc (4 ou 5 Fr); • 1 Kit guia de agulha para punção (21G); 40 • 1 garrote estéril 16.2 MÉTODO DE INSERÇÃO Executar o procedimento sempre em dois profissionais, identificados como Profissional 1 (responsável pela inserção do cateter) Profissional 2 (responsável por auxiliar o procedimento). • Higienizar as mãos; • Profissional 2: separar os materiais • Profissional 1 e 2: dirigir-se ao quarto do paciente; • Orientar o paciente/familiar quanto ao procedimento; • Higienizar as mãos; • Profissional 1: conferir o nome e data de nascimento na pulseira de identificação do paciente conforme rotina; • Deixar o paciente em decúbito dorsal com o membro de escolha em um ângulo de 45° a 90° em relação ao tórax e rotação do pescoço para o lado contra lateral; • Profissional 1: Iniciar a avaliação do paciente com a inspeção visual da condição do membro a ser puncionado; • Profissional 1: Avaliar o membro a ser puncionado com auxílio do ultrassom (SiteRite®), observando condições da rede vascular do membro de escolha (selecionar no mínimo duas opções para o acesso); • Colocar máscara no paciente para evitar contaminação; • Profissional 1: Com uma fita métrica realizar a aferição da medida apropriada do cateter (da fossa cubital até a linha axilar e dividir por três, o resultado final é chamado de zona zin e é o ponto de inserção do cateter. Medir do ponto de inserção até a extremidade esternal da clavícula e somar mais 6,5 cm, dando assim a medida correta do tamanho do cateter); • Profissional 1 e 2: Colocar óculos de procedimento, touca e máscara; • Profissional 2: Realizar a degermação do membro escolhido com esponja embebida em clorexidine degermante (utilizar o lado de espuma), este procedimento deve ser realizado em todo o braço; • Profissional 1: Proceder a escovação das mãos com clorexidina degermante, secar as mãos com toalha e/ou compressa cirúrgica, vestir o avental estéril e calçar as luvas; 41 • Profissional 2: Abrir o material estéril iniciando pelo campo de mesa e em seguida abrir o material previamente separado com técnica asséptica em mesa auxiliar; • Profissional 1: Preencher o cateter com solução fisiológica 0,9%, observando se há vazamento no corpo do cateter; • Profissional 1: Com uma pinça e gaze embebida em clorexidina alcoólica, aplicar na pele do paciente iniciando pelo ponto de inserção em movimentos circulares e expandir por todo o braço (Obs: utilizar uma compressa cirúrgica estéril para segurar a mão do paciente); • Profissional 1: Posicionar os campos estéreis (1 campo simples embaixo do braço (aproveitar para colocar um garrote estéril embaixo do braço neste momento), 1 campo simples cobrindo tórax e rosto do paciente e 1 campo fenestrado e/ou simples, cobrir o antebraço deixando exposto apenas o ponto de inserção; • Profissional 1 e 2: Protejer o probe do ultrassom com capa estéril colocando 1/3 do conteúdo do gel estéril dentro da capa estéril do ultrassom; • Profissional 1: Realizar o botão anestésico com 1ml de xylocaina 1% ou 2% perpendicular ao fio guia, ou de acordo com a necessidade; • Profissional 1: Aproximar o material e garrotear o membro, coloque-o em posição confortável mantendo-o garroteado; • Profissional 1: Aplicar o gel aquoso estéril no local a ser puncionado e posicione o probe em um ângulo de 90° em um corte transversal ao braço no local de punção; • Profissional 1: Adaptar o guia de agulha no probe de acordo com a distância mensurada entre a veia e a pele do paciente e encaixar a agulha com bisel voltado para baixo; • Profissional 1: Realizar a punção venosa observando a imagem do vaso na tela do SiteRite®, até iniciar retorno venoso; • Profissional 1: Iniciar a progressão do fio guia até sentir resistência, em seguida aproximar o hub da agulha da pele e terminar de progredir o fio guia até a marcação cinza fosca do fio guia; • Profissional 1: Soltar o garrote e retirar a agulha mantendo o fio guia; • Profissional 1: Cortar o cateter no tamanho conferido anteriormente caso o cateter seja ponta aberta (PowerPICC®); • Profissional 1: Com uma lâmina de bisturi n°11 em um ângulo de 90°, realizar a dermatotomia perpendicular ao fio guia; • Profissional 1: Desliza o conjunto introdutor + dilatador sob o fio guia através da pele dilatando fisiologicamente a veia puncionada; • Profissional 1: Retirar o fio guia na própria roldana; 42 • Profissional 1: Com uma pinça anatômica, aproximar o cateter do ponto de inserção, desenroscar o dilatador (parte branca e rígida) e iniciar a progressão do cateter lentamente, após inserir 15cm solicitar que o paciente posicione a cabeça do mesmo lado em que está sendo inserido o cateter; • Profissional 1: Testar a permeabilidade do cateter utilizando seringa de 20 ml preenchida com solução salina 0,9%; • Quebrar o introdutor tipo peel way descascando-o fora da pele do paciente; • Profissional 1: Se o cateter for valvulado (Groshong®) neste momento retiraro fio guia e cortar o cateter no tamanho aferido anteriormente e montar o hub do cateter; • Profissional 1: Preparar a pele do paciente para receber a estabilização, utilizando sache de Aplicare® que vem junto ao Statlock®; • Profissional 1: Acoplar o cateter na caixa de acrílico do StatLock® em seguida colar na área previamente preparada; • Profissional 1: Cobrir a inserção do cateter com gaze estéril e película transparente estéril semipermeável por 24 a 48h; • Profissional 1 e 2: Retirar a paramentação, colocar o paciente em posição confortável, higienizar as mãos e organizar o ambiente; • Profissional 1 e/ou 2: Solicitar Raio-x de tórax para confirmação da ponta do cateter, conforme rotina e somente iniciar a utilização do cateter após a liberação do médico que vizualizou o Raio-x; • Profissional 1: Realizar a anotação do procedimento, SAE referente aos cuidados com o cateter. • Fazer um campo no Tasy (SAE) cuidado cateter PICC/Central 17. CURATIVO Conforme parecer n° 043/2013 do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo, recomenda-se que a lavagem do cateter e a administração de medicamentos sejam preferencialmente realizadas por Enfermeiros. O Técnico de Enfermagem, treinado e supervisionado por um Enfermeiro habilitado poderá realizar a lavagem do PICC e a administração de medicamentos, conforme protocolo desenvolvido pela instituição. • O curativo deve ser oclusivo e compressivo nas primeiras 24 a 48 horas; 43 • Caso esteja sujo, úmido ou solto, deve-se realizar a troca do mesmo de imediato pelo enfermeiro do setor ou do time; • Após as 24 a 48 horas, deve-se realizar a troca pela película transparente semipermeável própria para cateter central; • Caso após as 24 horas estiver com sangramento presente, optar novamente pelo curativo oclusivo e compressivo; • A troca de rotina da película transparente e do StatLock® , deve obedecer as orientações do fabricante, geralmente 7 dias; • O procedimento do curativo deve seguir rigorosa técnica estéril com Chorexidine Alcoólica 5% assim como é realizado o curativo do CVC; • Observar sinais de dor, calor, exsudato, eritema na inserção do cateter. Caso presentes, comunicar equipe médica e/ou Time de PICC, Grupo de Cateteres; • Antes do procedimento, aferir perímetro braquial conforme delimitado – 2 cm acima ou abaixo da inserção, em média 10 cm da fossa cubital; • Medir o perímetro braquial todos os dias, se houver aumento maior de 3 cm avisar ao médico assistente e ao Time de PICC; 17.1 PROCEDIMENTO DE CURATIVO • Lavar as mãos; • Calçar luvas de procedimento; • Utilizar máscara no enfermeiro e no paciente e touxa no enfermeiro; • Manter o Statlock®; • Retirar o curativo anterior com cuidado evitando tocar no cateter e na área de inserção; • Caso seja película transparente, puxá-la perpendicular à pele do paciente; • Utilizado um kit curativo estéril; • Aplicar solução de Clorexidina Alcoólica 0,5 % com auxilio de gaze estéril; • Certificar-se da posição do corpo do cateter para que não ocorra exteriorização acidental; • Checar a medida do corpo do cateter; • NUNCA reintroduzir o cateter caso ocorra a exteriorização acidental (se exteriorizar avisar ao médico assistente e pedir um Raio-x para confirmar localização e garantir a continuação da utilização do cateter); • Inspecionar o sítio de inserção; • Fechar o curativo, conforme técnica recomendada; 44 • Colocar data no curativo; • Fazer registros de Enfermagem; 17.2 PROCEDIMENTO DE ESTABILIZAÇÃO • Manter o curativo na inserção do cateter; • Abrir a caixa de acrílico do Statlock® e retirar o cateter com cuidado segurando pela asa de sutura; • Retirar o Statlock® com o auxílio de álcool a 70%; • Limpar a pele com clorexidine 0,5% e com gaze estéril; • Aplicar o sachê preparatório de pele que acompanha o Statlock®, aplicar somente onde será colocado o outro estabilizador, não aplicar em outro local; • Esperar secar em cerca de 3 segundos; • Abrir a caixa de acrílico do novo Statlock®, acoplar a asa de sutura nas hastes azuis do produto, fechar ouvindo um “click”; • Remover as fitas aderentes do Statlock® e aplicar na pele do paciente onde foi usado o sachê previamente; • Não molhar, não aplicar outros adesivos e/ou pomadas no estabilizador; • A recomendação de troca é de 7 (sete) dias junto com o curativo; • Caso seja possível, estabilizar o cateter para cima da inserção fazendo uma curva não maior que 3 cm paralelamente a veia puncionada; • As setas azuis impressas do dispositivo devem estar sempre direcionadas para a inserção do cateter. 17.3 PROCEDIMENTO DE FLUSHING OU TURBILHONAMENTO: • Salinização: • Utilizar SEMPRE seringa de 10 ml ou 20 ml; • Utilizar 10 ml ou 20 ml de solução salina SF 0,9% conforme sigla SAS com técnica pulsátil realizando o turbilhonamento do cateter; • A frequência deve ser a cada pelo menos 12 horas (2 vezes ao dia) segundo CDC, 2007 e antes e após o uso de medicação. 45 • Utilizar no Hub do cateter uma dânula (torneirinha) 3 vias. Uma (1) via para o equipo ou o equipo 2 vias e a outra via (2) exclusiva para o turbilhonamento. Trocar a torneirinha a cada 96 horas. S A S Solução Salina Administração Solução Salina 17.4 PROCEDIMENTO DE HEPARINIZAÇÃO • Heparinização • Utilizar SEMPRE seringa de 10 ml; • Utilizar 10 ml de solução salina SF 0,9% conforme sigla SASH com técnica pulsátil realizando o turbilhonamento do cateter; • A frequência do uso da heparina deve seguir protocolo institucional e prescrição médica; • A solução recomendada é 100 U/ ml - 9,8ml de SF0,9% para 0,2ml de Heparina (5000U/ml); • Administrar 1,5ml da solução final após o término das infusões a serem administradas (fármacos e fluidoterapia); • Antes de utilizar o cateter novamente, deve-se aspirar e desprezar a solução anterior e lavar o cateter com 10ml de solução fisiológica 0,9%. S A S H Solução Salina Administração Solução Salina Solução de Heparina Desobstrução • Somente realizado por enfermeiros habilitados; • Técnica de Desobstrução Mecânica – “Técnica da Torneirinha”; • Caso seja protocolo institucional, o médico deverá prescrever o agente trombolítico a ser utilizados, quantidade e tempo de ação; • Certifique-se que as conexões dos dispositivos sejam luer lock Materiais • Torneirinha de três vias estéril; • Uma seringa estéril de 10 ml vazia; • Uma seringa estéril de 5 ml com solução salina; 46 • Luva estéril; • Gaze estéril embebida em álcool a 70%, sachê de álcool ou 3 unidades de Site Scrub® Descrição da Técnica de Desobstrução • Realizar fricção de limpeza no hub do cateter conforme protocolo institucional; • Conectar a torneirinha no cateter previamente preenchida com solução salina (SF0,9%); • Conectar de forma estéril duas seringas nas conexões da torneirinha conforme figura abaixo; • Abra o sistema para a seringa de 10 ml e exerça a pressão negativa. • NÃO empurrar o êmbolo; • Com a pressão negativa na forma de vácuo, segure o êmbolo e abra a conexão para a seringa de 5 ml com solução salina; • A quantidade de solução irá infundir será o quanto o cateter suporta sem romper; • NÃO empurrar o êmbolo; • Repita o procedimento até que ocorra refluxo sanguíneo na seringa de 10 ml; • Após refluxo sanguíneo, realizar flushing conforme descrito anteriormente. 18. RETIRADA DO CATETER Indicação de retirada: • Término do tratamento; • Obstrução que não revertida; • Ruptura do cateter; 47 REFERÊNCIAS Alexander, M., Ed. Infusion Nursing Standards Of Practice. Journal Of Infusion Nursing. 315 Norwood Park South Norwood, Ma. 2011;34(1):45. Analgesia and sedation during placement of peripherally inserted central catheters in neonates; Priscila Costa, Mariana Bueno, Cintia Luiza Oliva, Talita Elci de Castro, Patrícia Poncede Camargo, Amélia Fumiko Kimura; Rev Esc Enferm USP 2013; 47(4):801-7 Anestésicos locais: revisando o mecanismo de ação molecular; aurigena antunes de araújo ferreira; infarma, v.18, nº 5/6, 2006 Conselho Federal De Enfermagem – Legislação Profissional. Definição Da Prática Da Anestesia Local Pelo Enfermeiro Da Inserção Do Picc. Parecer N° 15/2014 / Cofen/Ctln Diretrizes Práticas Para A Terapia Infusional – Infusionnursingsociety, 2013. Brasil. Guidelines For The Prevention Of Intravascular Catheter – Related Infection, 2011. Pitiruti M,Scoppettuolo G: Manual Gavecelt de PICC e cateter Midline Position Statement: The Use Of Ultrasound Guidance By Registered Nurses For Central Venous Catheter Insertion. Association For Vascular Access. 2010:1. Position Statement: The Use Of Seldinger Or Modified Seldinger Technique, In Combination With Real-Time Imaging Modalities For Peripherally Inserted Central Catheter And Midline Placements By Clinicians. Association For Vascular Access. 2011:1. O’grady, N. Et Al. Prevention, Guidelines For The Prevention Of Intravascular Catheter-Related Infections. U.S. Department Of Health And Human Services. 2011:8. Http://Www.Cdc.Gov/Hicpac/Bsi/Bsi-Guidelines-2011.Html Ultrassonografia Vascular Para Punção Vascular Periférica - Coren-Sp. Policy Statement: Emergency Ultrasound Guidelines. American College Of Emergency Physicians. 2008:26. Http://Www.Acep.Org/Workarea/Downloadasset.Aspx?Id=32878 http://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/Ultrassonografia%20vascular%20para%20punção%20vascular%20periférica.pdf