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TCC- FINAL - MARINA SOARES DIAS (1)

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FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIANÉSIA
MARINA SOARES DIAS
DESMAME PRECOCE COMO CONTRIBUINTE PARA OBESIDADE DURANTE A PRIMEIRA INFÂNCIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Publicação nº: XX/2023
Goianésia
	2023	
FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIANÉSIA
MARINA SOARES DIAS
DESMAME PRECOCE COMO CONTRIBUINTE PARA OBESIDADE DURANTE A PRIMEIRA INFÂNCIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
Artigo TCC apresentado ao curso de Bacharel em Enfermagem da Faculdade Evangélica de Goianésia – FACEG – como requisito para a obtenção do grau de bacharel.
Orientadora: Me. Danyelly Rodrigues Machado Azevedo
Goianésia
2023
ASSOCIAÇÃO EDUCATIVA EVANGÉLICA
FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIANÉSIA
CURSO DE ENFERMAGEM
DESMAME PRECOCE COMO CONTRIBUINTE PARA OBESIDADE DURANTE A PRIMEIRA INFÂNCIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
MARINA SOARES DIAS
MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM APRESENTADA COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM ENFERMAGEM. 
APROVADA POR: 
___________________________________________ 
DANYELLY RODRIGUES MACHADO AZEVEDO, MESTRE
Faculdade Evangélica de Goianésia – FACEG 
ORIENTADORA
___________________________________________ 
ELIAS EMANUEL SILVA MOTA, DOUTOR
Faculdade Evangélica de Goianésia – FACEG 
EXAMINADOR 
___________________________________________ 
ANA PAULA SÁ FORTES GEBRIM, MESTRE
Universidade de Rio Verde, UNIRV
EXAMINADOR 
Goianésia/GO, 04 de julho de 2023.
FICHA CATALOGRÁFICA
DIAS, M.S. Desmame precoce como contribuinte para obesidade durante a primeira infância: uma revisão integrativa de literatura, 2023. 25p. 
Monografia de Graduação – Faculdade Evangélica de Goianésia, 2023.
1. Aleitamento materno. 2. Obesidade pediátrica. 3. Pré-escolar.
REFERÊNCIA 
DIAS, M.S. Desmame precoce como contribuinte para obesidade durante a primeira infância: uma revisão integrativa de literatura. Orientação de Danyelly Rodrigues Machado Azevedo; Goianésia: Faculdade Evangélica de Goianésia, 2023, 26p. Monografia de Graduação.
CESSÃO DE DIREITOS 
NOME DO AUTOR: MARINA SOARES DIAS
GRAU: BACHAREL EM ENFERMAGEM
ANO: 2023
É concedida à Faculdade Evangélica de Goianésia permissão para reproduzir cópias desta Monografia de Graduação para única e exclusivamente propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva para si os outros direitos autorais, de publicação. Nenhuma parte desta Monografia pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor. Citações são estimuladas, desde que citada à fonte. 
___________________________________________________ 
Nome: MARINA SOARES DIAS
CPF: 035.434.811-69
Endereço: Av. Brasil, Nº155, Muniz Falcão, Goianésia-GO
Email: marinaasoarex@gmail.com
DEDICATÓRIA 
Dedico o presente trabalho a Deus por nortear o meu caminho durante essa importante etapa da minha vida. Aos meus pais e irmão, por todo incentivo e amor. 
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por guiar e iluminar a minha caminhada durante todos esses anos. Sem Ele me proporcionando força para superar os obstáculos, eu não teria chegado até aqui.
Aos meus pais e meu irmão, por toda assistência, amor, incentivo e apoio incondicional. Sou grata por me apoiarem e acreditarem no meu sonho. 
A minha orientadora, por todo suporte, empatia e também pelas correções. 
Ao meu namorado Filipe, pelo incentivo, companheirismo diário, paciência nos dias difíceis e cumplicidade nos inúmeros momentos de ansiedade.
As minhas amigas Natália e Thays, pelas palavras de encorajamento e força. Ter todas essas pessoas do meu lado, acreditando em meu potencial, foi essencial no decorrer deste trabalho.
“Ainda que a minha mente e o meu corpo enfraqueçam, Deus é a minha força.”
Salmos 73:26.
SUMÁRIO
RESUMO	9
ABSTRACT	10
1 INTRODUÇÃO	11
2 METODOLOGIA	12
3 RESULTADOS	14
4 DISCUSSÃO	20
4.1 Efeito protetor da amamentação contra a obesidade infantil	20
4.2 Fatores predisponentes à obesidade na primeira infância	21
5 CONCLUSÃO	22
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	23
DESMAME PRECOCE COMO CONTRIBUINTE PARA OBESIDADE DURANTE A PRIMEIRA INFÂNCIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA
EARLY WEANING AS A CONTRIBUTOR TO OBESITY DURING EARLY CHILDHOOD: AN INTEGRATIVE LITERATURE REVIEW
Marina Soares Dias[footnoteRef:1] [1: Graduando do curso de Enfermagem pela Faculdade Evangélica de Goianésia– FACEG.] 
Danyelly Rodrigues Machado Azevedo [footnoteRef:2] [2: Profª. Orientador do curso de Enfermagem da Faculdade Evangélica de Goianésia – FACEG.] 
RESUMO
Introdução: O aleitamento materno exclusivo é considerado a forma ideal e mais saudável de nutrição do recém-nascido, sem a necessidade da introdução de nenhum outro alimento ou bebida, antes do infante completar 06 meses de vida. Apesar disso, vários fatores contribuem para a interrupção da amamentação, realizando assim, o desmame precoce. Objetivo: Analisar a prática da amamentação e o impacto na prevenção do ganho de gordura corporal inadequado durante a primeira infância. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura. O acesso às bases de dados ocorreu entre os meses de janeiro e fevereiro de 2023. Para a busca de artigos foram utilizadas as bases de dados: MedLine e SCIELO. Foram incluídos artigos publicados na íntegra, nos idiomas português e inglês, dentro dos últimos 05 anos (2019 a 2023). Foram selecionados 10 artigos para compor o estudo. Resultados: Os resultados sugerem um efeito protetor da amamentação exclusiva contra a obesidade infantil na primeira infância. Apesar disso, 02 estudos elencam o estilo de vida e os fatores sociodemográficos como influenciadores no desenvolvimento da patologia. Conclusão: A amamentação exclusiva ao seio apresenta fator de proteção contra a obesidade neste período, além de fortalecer o vínculo entre mãe e filho e propiciar imunidade e nutrição adequadas. No entanto, a pesquisa mostrou que as mães, seja por influência cultural, retorno ao mercado de trabalho e/ou falta de conhecimento, realizam com frequência a prática do desmame precoce.
Palavras-chave: Aleitamento materno. Obesidade pediátrica. Pré-escolar.
ABSTRACT
Introduction: Exclusive breastfeeding is considered the ideal and healthiest form of nutrition for the newborn, without the need to introduce any other food or drink, before the infant completes 06 months of life. Despite this, several factors contribute to the interruption of breastfeeding, thus performing early weaning. Objective: To analyze the practice of breastfeeding and its impact on preventing inadequate body fat gain during early childhood. Methodology: This is an integrative literature review. Access to the databases occurred between January and February 2023. The following databases were used to search for articles: MedLine and SCIELO. Articles published in full, in Portuguese and English, within the last 05 years (2019 to 2023) were included. 10 articles were selected to compose the study. Results: The results suggest a protective effect of exclusive breastfeeding against childhood obesity in early childhood. Despite this, 02 studies list lifestyle and sociodemographic factors as influencers in the development of the pathology. Conclusion: Exclusive breastfeeding is a protective factor against obesity in this period, in addition to strengthening the bond between mother and child and providing adequate immunity and nutrition. However, research has shown that mothers, whether due to cultural influence, return to the job market and/or lack of knowledge, frequently practice early weaning.
Key words: Breastfeeding. Pediatric obesity. Preschool.
2
1 INTRODUÇÃO
O aleitamento materno exclusivo (AME) é considerado a forma ideal e mais saudável de nutrição do recém-nascido, sem a necessidade da introdução de nenhum outro alimento ou bebida, antes do infante completar 06 meses de vida (DIAS et al., 2019). Apesar disso, vários fatores contribuem para a interrupção da amamentação ao seio, iniciando assim, o desmame precoce. Deste modo, devido aos seus benefícios nutricionais, imunológicos,econômicos e psicológicos, a amamentação exclusiva deve ser incentivada até os seis meses de vida e complementada até os dois anos ou mais (TRINDADE et al., 2021).
O leite materno (LM) é apontado como o alimento mais eficaz para o desenvolvimento adequado do recém-nascido, pois apresenta em sua composição, todos os nutrientes necessários e na quantidade adequada para a saúde da criança, além de fortalecer o vínculo entre mãe e filho. Apesar dos benefícios que o AME proporciona à criança, nos países de baixa e média renda, como o Brasil, apenas 37% das crianças com menos de 6 meses de idade são amamentadas de forma exclusiva (HIGASHI et al., 2021). Entre os motivos que levam as puérperas a interromper o AME, têm-se: retorno da mãe ao mercado de trabalho, falta de incentivo por parte dos profissionais de saúde, fissuras mamilares, bicos artificiais e práticas culturais (FEITOSA et al., 2020).
Em decorrência ao desmame precoce, ocorre a introdução alimentar de forma inadequada. A oferta de fórmulas infantis, através de bicos artificiais, facilita com que a criança consuma integralmente o conteúdo da mamadeira, o que resulta em um maior consumo de calorias e interfere no mecanismo inato de regulação de ingestão. Desta forma, a interrupção do aleitamento materno exclusivo e a consequente introdução alimentar inadequada, são fatores predisponentes para o desenvolvimento de patologias, como a obesidade infantil na primeira infância (SOUZA et al., 2019).
A primeira infância, período compreendido entre 0 e 6 anos de idade, apresenta impacto significativo na fase adulta (BRASIL, 2018). É considerada a fase primordial da vida do infante, em que o excesso de peso pode ser evitado. O leite materno contém substâncias bioativas, tais como ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (AGPICL), que são essenciais para o desenvolvimento cerebral. Os alimentos formulados não contêm vitamina E, ferro e ácidos graxos suficientes para a saúde infantil (ARADIC et al., 2019). 
O efeito protetor do aleitamento materno no excesso de peso infantil, também está relacionado à duração da amamentação, ou seja, quanto mais tempo a criança é amamentada, menor a probabilidade de ela ser obesa (FRANCHI; SIMONE; NOGUEIRA, 2019). Além disso, o AME interfere no crescimento e desenvolvimento das crianças, de forma direta. A prática promove a prevenção de alterações no sistema estomatognático, considerando que o uso de meios artificiais pode resultar no desenvolvimento craniofacial incorreto (TRINDADE et al., 2021). 
O tema abordado é imprescindível à sociedade, visto que, o desmame precoce é realizado com frequência e as consequências da prática, são evidenciadas. O assunto é necessário, para que as puérperas possam estar cientes dos riscos que a interrupção do aleitamento materno exclusivo proporciona. Objetiva-se através deste estudo, analisar a prática da amamentação e o impacto na prevenção do ganho de gordura corporal inadequado durante a primeira infância.
2 METODOLOGIA
Para alcançar o objetivo do estudo, realizou-se uma revisão integrativa de literatura. Este modelo de revisão consiste em um método de reunião e síntese de resultados de investigações sobre determinada temática, além de combinar dados de delineamento de pesquisas diversas, contemplando o rigor do método característico da pesquisa científica (SOUSA; SILVA; CARVALHO, 2010).
Com o objetivo de orientar a revisão, elaborou-se a seguinte pergunta norteadora: O aleitamento materno exclusivo apresenta fator de proteção contra a obesidade durante a primeira infância?
Para a busca dos artigos utilizou-se a Biblioteca Virtual Saúde (BVS), que contempla as bases de dados: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MedLine), Scientific Electronic Library Online (SciELO). O acesso às bases de dados ocorreu entre os meses de janeiro de 2023 a fevereiro de 2023. Os descritores utilizados foram: “Aleitamento materno”, “Obesidade pediátrica” e “Pré-escolar”. 
Foram incluídos os artigos publicados na íntegra, nos idiomas português e inglês, dentro do período de 05 anos (2013 a 2023). Os critérios de exclusão foram: artigos de revisão de literatura, artigos pagos e os que não responderam à pergunta norteadora. 
A seleção foi realizada por meio da análise de títulos, resumos e leitura criteriosa dos artigos para selecionar os que atendessem aos critérios de inclusão, respondessem à questão norteadora e fossem relevantes aos objetivos do estudo. 
Utilizando o boleador AND, foram encontrados 338 artigos, sucessivamente aplicando os filtros, obteve-se 56 artigos completos, dos quais 01 estava duplicado, 34 foram excluídos por análise do título e resumo, 04 não abordavam a temática e 07 não respondiam à pergunta norteadora, por fim, selecionados 10 artigos para compor o estudo, conforme apresentado no fluxograma/organograma (Figura 01).
Para distribuição e análise de dados, foi elaborado um quadro descrevendo os seguintes aspectos: título do estudo, autores, periódico de publicação, ano de publicação, delineamento do estudo, objetivos do artigo, principais contribuições do estudo e suas limitações. Assim, foi possível observar e estudar cada estudo em sua individualidade (Quadro 01).
Figura 1. Fluxograma da seleção dos estudos para a revisão integrativa conforme critérios do PRISMA
Artigos completos excluídos por não responder à questão norteadora
(n = 07)
Identificação 
Triagem 
Elegibilidade 
SciELO/MEDLINE
(n =56)
SciELO: 03
MEDLINE: 53
Artigos duplicados 
(n = 01)
Artigos completos excluídos por não abordar a temática
(n = 04)
Incluídos 
Artigos completos excluídos por análise do título e resumo
(n = 34)
Artigos completos incluídos na revisão 
(n = 10)
3 RESULTADOS 
Os resultados deste estudo apontaram 10 estudos completos, que se encontram dentro dos padrões dos critérios de inclusão mencionados. Os principais aspectos dos artigos analisados foram agrupados no quadro 1, utilizando-se, para sua construção, as informações analisadas na íntegra, a seguir dispostas, em ordem cronológica:
11
Quadro 1 – Contribuição do desmame precoce para o desenvolvimento da obesidade infantil na primeira infância, 2023.
	n.
	TÍTULO DO ESTUDO/AUTORES
	PERIÓDICO DE PUBLICAÇÃO/ANO
	DELINEAMENTO DO ESTUDO
	OBJETIVOS DO ARTIGO
	PRINCIPAIS CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO
	LIMITAÇÕES DO ESTUDO
	E1
	Associação entre diabetes materno, ser grande para a idade gestacional e amamentação com sobrepeso ou obesidade na infância
 KAUL, P. et al.
	Revista Diabetologia, 2019.
	Estudo de coorte longitudinal.
	Examinar a associação de diabetes materno, ser grande para a idade gestacional (GIG) e amamentação com sobrepeso ou obesidade em crianças em idade pré-escolar.
	A amamentação foi associada a um menor risco de sobrepeso/ obesidade na infância na maioria das crianças (04 a 06 anos). No entanto, essa associação não foi mantida em bebês GIG de mães com diabetes.
	Falta de dados sobre peso materno e controle glicêmico durante a gravidez; o estudo não levou em consideração tratamentos que mulheres com diabetes gestacional e diabetes pré-existente possam ter recebido e seu impacto nos resultados; os dados de amamentação não foram coletados diariamente, estavam disponíveis em momentos específicos. 
	E2
	A Baixa Prevalência de Sobrepeso e Obesidade em Bebês e crianças pequenas amamentados na República Tcheca: Um Levantamento Antropológico
RIEDLOVÁ, J. et al.
	 Revista Saúde Pública, 2019.
	Estudo longitudinal.
	Avaliar a prevalência de sobrepeso e obesidade em uma amostra de crianças que foram amamentadas exclusiva ou predominantemente por pelo menos 6 meses.
	O estudo mostrou que em uma amostra de crianças que tiveram o AME, as proporções de crianças classificadas como sobrepeso ou obesas aos 6, 12 e 18 meses após os exames preventivos estavam muito abaixo das proporções da população tcheca.
	Não foi apresentado no texto.
	E3
	Efeitos das práticas de alimentação infantil e características maternas na obesidade infantil
ARDIC, C. et al.
	Arquivos argentinosde pediatria, 2019.
	Estudo de coorte prospectivo
	Determinar o efeito da alimentação (horários de amamentação, horários de amamentação exclusiva, casos de alimentação noturna com mamadeira) e características maternas (ganho de peso durante a gravidez, IMC, nível socioeconômico) sobre o sobrepeso e a obesidade infantil em crianças até aos 36 meses de idade.
	Os resultados do estudo corroboram a relação entre a forma como as crianças são alimentadas nos primeiros anos de vida (duração do consumo do leite materno, momento da introdução da alimentação complementar) e o desenvolvimento de sobrepeso e obesidade até os 3 anos de idade.
	Não foi perguntado sobre a composição nutricional da alimentação dada aos bebês em mamadeiras e não foi determinado os valores nutricionais.
	E4
	Início e Duração da Amamentação e Saúde da Criança:
Resultados no estudo do primeiro bebê
PATTISON, K.L. et al.
	Medicina Preventiva, 2019.
	Estudo prospectivo longitudinal
	Entender as associações entre a amamentação e os resultados de saúde, incluindo o peso da criança, até os 3 anos de idade.
	O estudo sugere um efeito protetor da amamentação contra o sobrepeso/obesidade e a obesidade infantil. Houve menos relatos de crianças com sobrepeso/obesas e obesas aos 3 anos de idade no grupo amamentado.
	Os estudos observacionais não podem explicar totalmente as diferenças nos fatores sociodemográficos, fisiológicos e comportamentais, entre os participantes. As diferenças únicas entre eles podem afetar as descobertas.
	E5
	Associação entre aleitamento materno e excesso de peso em pré-escolares
MACÊDO, R. da C. et al.
	Acta Paulista de Enfermagem, 2020.
	Estudo transversal.
	Analisar associação entre aleitamento materno e excesso de peso em pré-escolares.
	O AME mostrou-se como fator de proteção contra o excesso de peso entre os pré-escolares: crianças de 3 a 6 anos incompletos.
	A coleta das informações acerca da duração do AME foi feita baseada nas recordações da mãe, o que pode propiciar um viés de memória; o estudo foi realizado apenas em escolas públicas, não permitindo generalizações em outras crianças na mesma faixa etária.
	E6
	Amamentação e excesso de peso em pré-escolares europeus: O Estudo ToyBox
USHEVA, N. et al.
	Nutrients, 2021.
	Estudo transversal.
	Analisar a associação entre práticas de amamentação e sobrepeso/obesidade entre pré-escolares participantes do estudo ToyBox.
	Encontrou-se apenas uma tendência não significativa para redução do sobrepeso na infância associada à amamentação. Segundo o estudo, fatores sociodemográficos e de estilo de vida associados às práticas de amamentação têm impacto na obesidade infantil. 
	O desenho do estudo transversal não é capaz de identificar a associação de causa e efeito entre as características sociodemográficas e a prevalência de sobrepeso/obesidade em pré-escolares; a seleção crianças de jardins de infância, não permite tirar uma conclusão a nível nacional para cada um dos países com base nos dados recolhidos; o autorrelato dos pais sobre peso, altura, ganho de peso gestacional e peso ao nascer do bebê, pode ter introduzido um viés de memória.
	E7
	O papel do padrão alimentar infantil e da atividade física na associação entre amamentação e IMC aos 5 anos: o GECKO Drenthe Cohort
VINKE, P.C; TIGELAR, C; KUPERS, L.K.
	Revista de Saúde Materno-Infantil, 2021.
	Estudo de coorte de base populacional.
	Investigar se a atividade física e o padrão alimentar aos 5 anos de idade diferem entre crianças amamentadas e não amamentadas, e como eles se relacionam com os escores Z do Índice de massa corporal.
	Os dados encontrados, como as diferenças nas características dietéticas das crianças, não explicaram o efeito protetor do aleitamento materno contra o excesso de peso. 
	O questionário de padrão alimentar não foi validado e não especificava o tamanho das porções; as crianças foram categorizadas como amamentadas ou não amamentadas com 1 mês de idade; o estudo foi realizado em uma coorte de crianças holandesas. Como a Holanda é um país altamente desenvolvido, os resultados podem não ser generalizáveis.
	 E8
	A associação entre amamentação e obesidade/baixo peso infantil: um estudo de coorte de nascimentos de base populacional com dados medidos repetidos
LI, W. et al.
	Jornal Internacional de Aleitamento Materno, 2022.
	Estudo de coorte de base populacional.
	Examinar a associação entre amamentação e obesidade infantil, bem como baixo peso infantil de 1 a 6 anos de idade.
	A amamentação foi inversamente associada ao risco de obesidade infantil de 2 a 6 anos de idade, e houve uma tendência de alimentação mista ao aleitamento materno exclusivo.
	Quase 70% das crianças rastreadas foram excluídas porque careciam de algumas informações importantes. Não há informações sobre as modalidades de alimentação infantil após os 6 meses de idade, portanto não se pode avaliar a associação entre a duração da amamentação e a obesidade/ baixo peso infantil.
	E9
	Associações de Amamentação com a Infância, 
Obesidade e Composição Corporal:
Descobertas de um Racialmente Diversificado
Coorte Materno-Infantil
HILDEBRAND, J.S. et al.
	Obesidade Infantil, 2022.
	Estudo transversal.
	Avaliar as associações entre o tipo e a duração da amamentação com excesso de adiposidade e BC medido pela BIA em uma coorte materno-infantil racialmente diversa. 
	Há um menor risco de obesidade infantil relacionado ao aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida, em crianças entre 04 e 06 anos.
	Na infância, a composição corporal (CC) muda rapidamente dependendo do sexo e da raça. O IMC não distingue entre gordura e massa magra, não sendo uma medida ideal de excesso de adiposidade.
	E10
	O impacto do aleitamento materno na obesidade infantil em crianças grandes para a idade gestacional: estudo retrospectivo do nascimento aos 4 anos
CHEN, Y. et al.
	 Revista Relatórios Científicos, 2022.
	Estudo retrospectivo de base populacional.
	Avaliar os efeitos do aleitamento materno na associação entre as trajetórias de grande para a idade gestacional (GIG) e índice de massa corporal (IMC) sobre o sobrepeso infantil de 1 a 4 anos.
	O AME está inversamente relacionado ao risco de sobrepeso ou obesidade para crianças de 1 a 4 anos de idade GIG.
	O estudo carecia de dados sobre IMC de todas as crianças; os dados não foram classificados como categorias devido à falta de informações detalhadas sobre nutrição da amamentação, como fórmula e alimentos complementares. 
15
4 DISCUSSÃO
	
	A partir dos estudos selecionados para a presente pesquisa, foi possível considerar que o desmame precoce é um fator contribuinte para o desenvolvimento da obesidade durante a primeira infância, além do estilo de vida e fatores sociodemográficos. Para melhor compreensão dos resultados desta pesquisa, foram criadas 02 categorias de análise, a seguir descritas: 
1. Efeito protetor da amamentação exclusiva contra a obesidade infantil;
2. Fatores predisponentes à obesidade na primeira infância.
4.1 Efeito protetor da amamentação contra a obesidade infantil 
De acordo com E1, a amamentação exclusiva está associada a um menor risco de desenvolvimento da obesidade durante a primeira infância. Dados também apontados no E2 e E3. Corroborando com isso, QIAO et al., (2020) aponta que alguns componentes bioativos contidos no leite materno, como adiponectina, leptina, grelina e fator de crescimento semelhante à insulina-1, apresentam efeito contra a obesidade futura. 
De acordo com Nass et al., (2022) a amamentação exclusiva ao seio está associada ao peso adequado aos 12 e 24 meses. O leite humano (LH) apresenta em sua composição: lipídios, proteínas, água, calorias e sais minerais em quantidades adequadas ao desenvolvimento saudável do recém-nascido (LÉKÉ et al., 2019). Gao et al., (2022) aborda achados que suportam o efeito protetor da amamentação contra o sobrepeso e a obesidade. A alimentação com fórmula pode ensinar o bebê a negligenciar os sinais de saciedade, enquanto a amamentação exclusiva ao seio, pode ajudar o bebê a controlarsua ingestão de alimentos.
Os resultados do E4 também sugerem um efeito protetor do aleitamento materno contra o sobrepeso/obesidade infantil, pois crianças que receberam leite materno por 6 meses ou mais tiveram menor chance de sobrepeso/obesidade aos 3 anos de idade. O estudo 5 mostra a relação entre a prática do aleitamento materno e a prevalência de excesso de peso, demonstrando que apenas 10,5% das crianças que receberam exclusivamente leite materno apresentaram excesso de peso; enquanto 26,3% dos pré-escolares que não receberam leite materno desenvolveram obesidade. 
Segundo o E8, E9 e E10, a amamentação está inversamente associada ao risco de obesidade infantil na faixa etária estudada. De acordo com Filho et al., (2020) uma das possíveis explicações para essa relação, é que o leite materno, por sua vez, constitui-se um alimento que reúne os componentes nutricionais ideais, além do balanceamento adequado desses nutrientes. Dentre eles, pode-se destacar a leptina, que atua no estímulo às vias catabólicas e na regulação do apetite.
Leyva et al., (2022) obtiveram achados que destacam a importância da amamentação exclusiva na promoção da microbiota do leite com maior presença de bactérias comensais durante os primeiros 06 meses de lactação, em comparação com a amamentação não exclusiva. Em contrapartida, a amamentação não exclusiva antes dos 06 meses foi associada à menor abundância de bactérias comensais e ácidos lácticas.
Segundo Feitosa et al., (2020) o leite materno é a melhor fonte de alimentação para o recém-nascido, sendo o primeiro estilo de vida saudável, que refletirá seus benefícios até a fase adulta. Portanto é por meio dele que o bebê receberá seguramente a nutrição adequada na fase inicial de sua vida, onde seu sistema imunológico estará fortalecendo-se gradativamente para, assim, protegê-lo de patologias futuras. 
A composição do leite materno contém todas as propriedades nutricionais que uma criança necessita, enquanto os demais leites contêm uma quantidade maior de calorias, fazendo com que as crianças se tornem mais propensas à obesidade infantil (BASTOS et al., 2020). O E8 afirma que é imprescindível adotar medidas de incentivo à promoção do aleitamento materno exclusivo até os 06 meses de idade e à alimentação saudável, além de oferecer atenção integral à criança com excesso de peso, objetivando reduzir esse agravo e as suas consequências nessa população vulnerável.
4.2 Fatores predisponentes à obesidade na primeira infância
O E6 encontrou apenas uma tendência não significativa para redução do sobrepeso e da obesidade na infância associada à amamentação, destacando que os fatores sociodemográficos e de estilo de vida apresentam impacto no desenvolvimento das patologias. De acordo com Cruz et al., (2019) houve no decorrer dos anos, uma mudança nos tipos de entretenimento utilizados pelas crianças em que atualmente usam-se mais, vídeo games, tablets, computadores e celulares, fazendo com que a cada dia a prática de atividade física seja comprometida. 
Silva (2020) elenca resultados que mostram ainda, que uma renda maior pode contribuir para a redução do sobrepeso e da obesidade em crianças, uma vez que permite maior acesso às informações, seja por meio da escolaridade dos responsáveis ou maior acesso a bens duráveis de linha branca ou bens de comunicação doméstico que complementam a educação.
Segundo o estudo 7, existem diversos fatores que predispõem a criança ao desenvolvimento da obesidade durante a primeira infância, uma vez que os comportamentos alimentares neste período, dependem em grande parte das escolhas dos pais. Os fatores citados como predisponentes ao desenvolvimento da patologia, foram: estilo de vida dos pais e nível socioeconômico. 
Corroborando isso, Rocha et al., (2019) concluiu em seu estudo que as prevalências de excesso de peso e de adiposidade corporal foram maiores em crianças com maior adesão ao padrão alimentar (PA) industrializado. O menor consumo do PA tradicional esteve associado à adiposidade corporal excessiva. A atenção dos pais e profissionais de saúde é indispensável quanto ao elevado consumo de produtos processados e ultraprocessados pelas crianças. Aborda ainda que, trabalhos de educação alimentar e nutricional tornam-se de extrema importância nas escolas, como forma de reforçar a alimentação saudável das crianças e de seus pais.
Esta pesquisa limita-se à escassez de produções científicas recentes relacionadas à temática abordada, principalmente em âmbito nacional.
5 CONCLUSÃO
Foi evidenciado no estudo que a obesidade durante a primeira infância é influenciada por vários fatores, dentre eles, a interrupção da amamentação exclusiva e a posterior introdução alimentar inadequada. Desta forma, o aleitamento materno exclusivo apresenta fator de proteção contra a obesidade neste período, além de fortalecer o vínculo entre mãe e filho e propiciar imunidade e nutrição adequadas.
No entanto, a pesquisa mostrou que as mães, seja por influência cultural, retorno ao mercado de trabalho e/ou falta de conhecimento, realizam com frequência a prática do desmame precoce. É esperado que o presente estudo seja uma base para o desenvolvimento de estratégias de adesão à prática do AME, promovendo maior qualidade de vida às crianças.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARDIC, C. et al. Effects of infant feeding practices and maternal characteristics on early childhood obesity. Arch Argent Pediatr, e. 117, v.1, p.: 26-33, 2019.
BASTOS, C de O. et al. Deficiência do aleitamento materno exclusivo como contribuinte para a obesidade infantil. Revista Eletrônica Acervo Científico, e. 5757, v. 17, p.: 1-6, 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Guia para orientar ações intersetoriais na primeira infância. Brasília, 2018.
CHEN, Y. et al. The impact of breastfeeding on childhood obesity in children that were large-for-gestational age: retrospective study from birth to 4 years. Scientific Reports, e.4426, v. 12, 2022.
CRUZ, G.G. et al. Obesidade infantil e a influência dos fatores alimentares e sociodemográficos na infância: uma revisão bibliográfica. Revista Saúde Multidisciplinar, e.6, v.2, p.: 1-7, 2019.
DIAS, M de O. et al. Influência familiar e a importância das políticas públicas de aleitamento materno. Revista Saúde em Foco, e. 11, p.: 634- 648, 2019.
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