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20-02 
PSICOFARMACOLOGIA – EDSON SILVA 
Livro Medicamentos mortais 
 Todas as nossas características são derivadas da história filogenética e da história sociocultural. 
 Sob o mesmo grande rótulo – DROGAS – há diversas substâncias que são lícitas, ilícitas, controladas ou não, 
socialmente estimuladas e aceitas. O princípio de adicção ocorre da mesma forma como com o cão de Pavlov – seja 
condicionamento respondente ou operante, frente a qualquer substância que afete o substrato fisiológico do 
comportamento de um sujeito e que o altera. É preciso reconhecer que um paciente é diferente dele mesmo quando 
submetido a qualquer droga. 
 Nas grandes síndromes psiquiátricas verificam-se falhas do controle inibitório nos substratos mais recentes 
que atuam sobre esse controle, entretanto, o olhar não pode ser apenas para este âmbito, devendo-se olhar também 
para os gatilhos ambientais dos transtornos. Tanto as condições normais quanto as patológicas são fruto da interação 
entre a história filogenética e a sociocultural/ambiental. 
 
SLIDES (sempre em negrito): 
Plasticidade cerebral: alterações funcionais e estruturais nas sinapses como resultado de processos 
adaptativos do organismo ao meio ambiente. 
 
Drogas psicotrópicas: são substâncias químicas (fármacos) que atuam (agem) no SNC modificando as funções 
afetiva, cognitiva e motora. 
 
- altera a maneira como interagimos no meio físico e social. 
 
CONCEITOS EM FARMACOLOGIA 
1) Fármaco: substância química que afeta biologicamente e pode ser usado terapeuticamente; 
2) Medicamento: é um preparo farmacêutico que envolve o fármaco + diversas substâncias (que dificultam 
ou facilitam a ação do organismo sobre o fármaco); 
3) Princípio ativo: é o fármaco dentro do medicamento (refere-se à composição na bula) 
 
TIPOS DE DROGAS PSICOTRÓPICAS 
a) Depressoras 
Ex.: álcool, ansiolíticos 
Reduz a atividade nervosa e diminui as taxas de disparo de potenciais de ação. 
b) Estimulantes 
Ex: cocaína, anfetamina 
Aumenta a atividade do SNC e aumenta as taxas de disparo de potenciais de ação. 
c) Alucinógenas/ Perturbadoras 
Ex.: maconha, ópio 
Altera qualitativamente as funções do SNC. 
 
NEUROTRANSMISSORES: molécula química endógena liberada na fenda sináptica, responsável em transmitir 
de uma célula nervosa à outra. “Chave-mestra” para o receptor. 
RECEPTORES: estrutura especializada em receber o contato (ligação) do neurotransmissor e desencadeia a 
resposta celular. 
• Agonista: substância exógena que possui atividade intrínseca 
• Antagonista: substância exógena que não possui atividade intrínseca 
a) Competitivo 
b) Não competitivo 
 
CONCEITOS EM FARMACOLOGIA 
Drogas Psicotrópicas, psicoativas ou psicofármacos 
 São drogas que agem sobre o SNC e modificam o funcionamento cognitivo, afetivo e motor. É uma substância 
química que interage/ atua com o SNC e que gera a modificação nestes âmbitos – essa mudança no comportamento 
é decorrente do mecanismo de ação sobre o SNC. 
 
Fármaco: uma substância química, biologicamente ativa (pode afetar o funcionamento do organismo) e pode ser usada 
terapeuticamente. Ex.: fluoxetina (usada terapeuticamente), cocaína, anfetamina, nicotina etc. A cocaína não será 
encontrada em emprego terapêutico, já a nicotina sim, como nos adesivos para parar de fumar 
Princípio ativo: é sinônimo de fármaco quando ele está dentro do medicamento. A cocaína é um fármaco, mas não é 
encontrado como um princípio ativo num medicamento. 
Medicamento: é um fármaco, mas com um preparo farmacêutico/ farmacológico desenvolvido para proteger o fármaco, 
facilitar ou dificultar a ação do organismo sobre o fármaco. Na composição, o 1º elemento é o fármaco; em excipientes 
consta o preparo para formar o medicamento. Rivotril é o medicamento, que contém o fármaco Diazepan, que também 
é o seu princípio ativo. Comprimidos e gotas são diferentes formas de apresentação do mesmo medicamento. 
 
Tipos de drogas psicotrópicas: 
a) Depressoras: diminuem a atividade nervosa, ou seja, reduzem a taxa de disparos de potenciais de ação 
Ex.: álcool, ansiolíticos 
O álcool atua sobre a inibição comportamental que envolve a ansiedade social e não o medo e, de acordo com 
a dose/ consumo, afeta o controle motor e cognitivo além do inibitório. 
b) Estimulantes: aumentam a atividade do SNC, aumentam a taxa de disparos de potenciais de ação. 
Ex.: cocaína, anfetamina 
c) Alucinógenas/ perturbadoras: causam alterações qualitativas do SNC, nem só aumentam e nem só reduzem 
a atividade nervosa – elas simultaneamente aumentam a atividade em algumas áreas e diminuem em outras. 
São psicótico-mimético. 
Ex.: maconha, ópio, LSD 
 
Neurotransmissores: a unidade de funcionamento nervoso é o neurônio e para que ele se comunique com outra 
célula, ele precisa de uma substância química – os neurotransmissores, que comunicam a informação de um neurônio 
para outro. 
Receptores: estrutura que recebe o neurotransmissor – é o ponto de ligação para a substância química que traz a 
informação. O receptor só responde ao neurotransmissor próprio. Os fármacos têm substâncias que permitem que 
estes façam ligação com diversos receptores, mas o neurotransmissor só é ligado ao receptor correto. Os 
medicamentos atuam geralmente nos receptores localizados nas membranas celulares. 
 Os receptores permitem que a célula reconheça o neurotransmissor e, a partir daí, a célula emite sua resposta. 
 
Os receptores podem ser ionotrópicos ou metabotrópicos. 
 Os canais iônicos se abrem a partir da ligação de um neurotransmissor, permitindo a passagem de íons do 
meio extracelular para o meio intracelular. O Glutamanto é o principal neurotransmissor excitatório e o GABA é o 
principal inibitório. O Rivotril atua sob o receptor GABA A, ele potencializa a ação do GABA; os barbitúricos também 
potencializam o GABA, mas foram retirados do mercado, pois esão capazes de acionar os canais GABA e, em 
altas doses, mantêm o canal aberto por mais tempo, podendo causar falência cardiorespiratória). 
 Os receptores metabotrópicos recebem o neurotransmissor, mas não permitem a passagem de nada para o 
meio intracelular – eles liberam uma proteína no meio intracelular ao receber o contato extracelular do 
neurotransmissor. 
 
Agonista – substância EXÓGENA (produzidos fora do organismo – neurotransmissor é endógeno) que possui 
atividade intrínseca, ou seja, atua tal qual o neurotransmissor – se liga ao receptor e gera a resposta que o 
neurotransmissor geraria. 
Antagonista – substância EXÓGENA que não possui atividade intrínseca, ou seja, não gera resposta celular (ex.: inibe 
a recaptação de um neurotransmissor). 
a) Competitivo: ocupa o mesmo local do neurotransmissor no receptor, mas não gera a resposta da célula; 
b) Não-competitivo: não ocupa o local do neurotransmissor no receptor, ocupa outro sítio, mas impede a atuação 
do neurotransmissor, por meio da resposta de uma outra estrutura da célula. 
 
27-02 
SLIDES: 
• Agonista parcial: gera parte da resposta; 
• Antagonista inverso: produz a resposta contrária gerada pelo agonista ou neurotransmissor. 
Geralmente são utilizados em pesquisa. 
 
Uso: consumo que não causa efeitos nocivos ao organismo; 
Abuso: consumo nocivo ao organismo; 
Dependentes: há perda de controle no consumo (compulsão) 
• Tolerância (critérios para caracterizar a dependência: perda da responsividade de uma droga e consumo). A 
tolerância leva ao abuso. 
• Síndrome de abstinência: desejo persistente ou falta de controle do uso. 
 
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA 
DROGAS PSICOTRÓPICAS: em geral possuem grande propriedade reforçadora sendo, portanto, passíveis de 
autoadministração, podendo causar dependência.Modificam a maneira como um organismo responde ao ambiente 
Desde o seu aparecimento, em meados da década de 1950, estão entre as classes de agentes farmacêuticos 
mais prescritos. 
 
Principais determinantes dos efeitos clínicos: FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA 
 
1) Farmacodinâmica: mecanismo de ação das drogas e seus efeitos; 
 
2) Farmacocinética: movimento da droga pelo corpo (o quê o organismo faz com a substância): 
 
Absorção: influenciada pela via de 
administração – 1ª etapa: a absorção 
desde o local de administração permite a 
entrada do fármaco (direta ou indireta) no 
plasma. 
a) Distribuição: 2ª etapa: o fármaco sai 
da circulação sanguínea e distribui-se nos 
líquidos intersticial e intracelular. 
b) Metabolização/ biotransformação: 
principal órgão é o fígado – ocorre a 
passagem dos metabólitos para os 
tecidos. 
c) Excreção: via principal rins 
(filtragem) – fármaco e/ou metabólito na 
urina, bile, lágrima, leite, saliva, suor ou 
fezes. 
 
 
 
 
ABSORÇÃO: 
Vias de administração: enteral (oral, sublingual, anal); parenteral (endovenosa, intramuscular, subcutânea); 
tópica (pomada, colírio, com ação imediata e local). 
 
Concentração plasmática de substâncias por vias de 
administração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISTRIBUIÇÃO 
Apesar de grande parte das drogas serem transportadas livremente através do corpo pelo sangue, elas tendem 
a se concentrar em locais próprios e a ficarem separadas umas das outras. 
Fatores que afetam a distribuição: 
A) Ligação a proteínas plasmáticas ou teciduais; 
B) Lipossolubilidade 
 
Barreira hematoencefálica (BHE): estrutura de proteção do SNC contra substâncias químicas presentes no 
sangue, mas permite seu funcionamento metabólico normal. 
 
METABOLIZAÇÃO/ BIOTRANSFORMAÇÃO – principal órgão: fígado 
O que interessa na disciplina são as famílias, como a dos benzadiazepínicos, não benzodiazepínicos, antidepressivos 
tricíclicos, pois agem da mesma maneira (ansiolíticos). 
 
Fígado: responsável por realizar reações químicas; é um depurador e libera metabólitos ativos ou não após a 
metabolização. 
 
Depuração: medida da quantidade de medicamento excretado no organismo em um período específico de 
tempo. 
 
Consumo do fármaco diazepan: suas moléculas entram pela veia porta (sistema porta-hepático) – parte dessas 
moléculas continuam diazepan e outra parte gera metabólitos ativos, sendo estes capazes de atuarem sobre o 
organismo. O metabólito ativo gerado pelo diazepan é um ansiolítico benzodiazepínico (o metabólito ativo é 
ansiolítico tanto quanto o diazepan e ambos atuam da mesma forma). 
 
O fígado exerce um conjunto de reações químicas que altera parte das substâncias que passam por ele, a parte que 
não se altera será distribuída pelo organismo, mas em algum momento retorna para o fígado podendo então ser 
metabolizada na segunda passada, ou na 3ª... 
 
Considerando o clonazepan: da mesma forma que o diazepan, as moléculas de clonazepan serão 
metabolizadas e uma parte continuará na sua forma original. Mas neste caso o metabólito gerado não é ativo 
(o fígado processou e o que foi gerado não é capaz de atuar no organismo, tornando-se pronto para ser 
excretado). 
 
Em caso de transtorno crônico (de longa duração), o tipo e fármaco mais recomendado é o que gera metabólito 
ativo ou o que não gera metabólito ativo? 
É mais adequado um benzodiazepínico que gere metabólitos ativos (diazepan), porque dessa forma permite-se a 
prescrição de uma dosagem menor desse fármaco, pois é melhor aproveitado. O fígado não vai reduzir a quantidade 
de princípio ativo disponível para atuar. Já o clonazepan não gera metabólito ativo, necessitando de doses mais 
elevadas em tratamento crônico, resultando em alto potencial para dependência e dificultando o desmame. 
 
Qualquer fator que afete o funcionamento hepático afetará na metabolização, que por sua vez, afetará a 
biodisponibilidade de metabólitos ativos ou não. 
 
BIODISPONIBILIDADE 
Quanto da droga há disponível para o organismo utilizar – fração da quantidade total de medicamento que 
pode ser subsequentemente recuperada da corrente sanguínea. 
 
PERÍODO DE MEIA-VIDA (t1/2) PLASMÁTICA 
Tempo que leva para a concentração de uma substância cair pela metade do seu nível máximo. 
 
Meia vida maior = maior duração do efeito terapêutico. 
 
Qualquer fator que afete os processos farmacocinéticos (absorção, distribuição, metabolização e excreção) irá 
afetar a biodisponibilidade e o tempo de meia-vida do fármaco. 
 
Consumo de antidepressivos não deve ser associado ao consumo de álcool. O álcool é um depressor do SNC e, em 
contrapartida, os antidepressivos são estimulantes do SNC. São ações antagônicas em sua farmacodinâmica. 
O uso de ansiolítico benzodiazepínico também não deve ser associado ao álcool, pois ambos atuam no mesmo 
sistema, potencializando o efeito depressor de ambos. O organismo não suporta. 
No caso dos antipsicóticos, o álcool reduz a ação destes. 
 
1) Farmacodinâmica: mecanismo de ação das drogas e seus efeitos (o que a droga faz no organismo) 
 
CURVAS DOSE-RESPOSTA 
Configuração da resposta clínica ao medicamento em função de sua concentração. 
Relação entre a quantidade de uma substância e a magnitude de resposta gerada no organismo (efeito). 
 
Duas informações que podemos adquirir 
da curva dose-resposta: eficácia e 
potência do fármaco. 
 
Potência: quantidade/ dose ingerida de 
uma substância necessária para gerar o 
efeito. 
 
Eficácia: quantidade máxima de efeito 
gerado no organismo por uma substância. 
 
 
 
CURVA DOSE RESPOSTA 
 
 
Fármaco A é mais potente, pois precisa de uma 
concentração menor para gerar seu efeito (mais 
potente, pois está mais próximo da origem, 
menor concentração) 
Fármaco B, mais afastado da origem, necessita 
de uma maior concentração comparado com o A. 
O C apresenta a menor potência. 
Fármaco A e B são igualmente eficazes (altura da 
curva). Fármaco C é menos eficaz quando 
comparado aos fármacos A e B. 
Quanto ao tempo de atuação do fármaco no 
organismo, irá depender dos processos 
farmacocinéticos (absorção, distribuição, 
metabolização e excreção). 
 
 
 
 
 
 As drogas psicotrópicas atuam no SNC interferindo no mecanismo de comunicação sináptica, principalmente 
na sinapse química, seja sobre os receptores (estruturas especializadas em receber os neurotransmissores) ou sobre 
os neurotransmissores. As substâncias podem ser antagonistas ou agonistas – diz respeito às substâncias exógenas 
e causam modificação no funcionamento do organismo. Um agonista é uma substância exógena com atividade 
intrínseca, ativa (se liga ao receptor e gera resposta celular); o antagonista pode ser competitivo, ou seja, faz ligação 
com o receptor, mas não gera resposta celular; ou pode ser não competitivo, ou seja, não ocupa o receptor, mas n|ao 
permite a ação do neurotransmissor. 
 A substância pode ser, ainda, um agonista parcial, ou seja, gera parte da resposta que o neurotransmissor 
geraria, pois não tem magnitude para gerar a mesma resposta. O agonista inverso é uma substância exógena, com 
atividade intrínseca, mas a resposta é contrária a que seria gerada por um neurotransmissor. 
 
CONCEITOS: USO, ABUSO E DEPENDÊNCIA DE SUBSTÂNCIA 
Uso – qualquer consumo de uma substância psicotrópica; 
Abuso – consumo nocivo de uma substância psicotrópica; 
Dependência – há perda de controle do consumo pelo usuário (consumo compulsivo). 
Os critérios para deliberar sobre a dependência são: tolerância (redução da responsividade à droga, organismonão 
responde mais à dose consumida, necessitando aumentar gradualmente a droga para alcançar o efeito anteriormente 
observado ou para manter o efeito); síndrome de abstinência (com a diminuição da substância na circulação sistêmica, 
alterações fisiológicas e comportamentais são desencadeadas com o intuito de obtenção da substância). 
 
FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA 
 De uma maneira direta ou indireta, as drogas geram alteração no sistema de recompensa. As situações de 
reforçamento e as experiências prazerosas geram a ativação do sistema cerebral de recompensa (área tegmentar 
ventral liberando dopamina no núcleo acumbens e outras regiões límbicas). Essa ativação contribui com a 
dependência. As drogas psicotrópicas possuem propriedade reforçadora, induzindo o próprio consumo. 
 O uso de drogas psicotrópicas existe há milhares de anos, mas o conhecimento técnico e sistematizado é 
recente, surgindo a partir da década de 50, com o surgimento dos 1os antipsicóticos e antidepressivos. A 1ª família de 
antidepressivos foi descoberta nos medicamentos usados para tuberculose. 
 Os principais determinantes para os efeitos clínicos são os processos farmacocinéticos (movimento da droga 
no organismo e o que o organismo faz com a droga) e farmacodinâmicos (o que a droga faz no organismo e seus 
efeitos/ mecanismo de ação). Diz respeito ao que o organismo faz com o fármaco, como ocorrem as ligações, como o 
fármaco circula e age no organismo e quais as alterações que o organismo gera em função deste. Os processos 
farmacocinéticos são: absorção, distribuição, metabolização e excreção. 
 A absorção é a passagem do fármaco para a circulação sanguínea sistêmica, quando ele é literalmente 
absorvido. Esta é influenciada pela via de administração, que pode ser: enteral (através do trato gastrointestinal – 
sublingual, oral e anal); parenteral (não depende da passagem da substância pelo trato gastrointestinal – via venosa, 
intramuscular, intraperitonial e subcutânea); administração tópica (pingar no ouvido, pomada). A administração 
intravenosa é a que gera o pico de concentração mais rápido na circulação sanguínea, por exemplo. 
 A distribuição diz respeito à tendência das drogas de se concentrarem em locais próprios, seguindo um 
caminho de acordo com a sua administração – não é a substância que “irá” para o seu local, ela será conduzida e se 
encontrará acumulada em diversos locais (grandes locais de acúmulo para substância: tecido muscular e adiposo, 
fígado, rins, sistema cardiovascular e SNC). 
Alguns fatores impedem a chegada de substâncias no cérebro como a grande barreira hematoencefálica, 
produzida pelas células da glia. O SNC é protegido por ela contra substâncias presentes no sangue, mas permite seu 
funcionamento metabólico normal. 
 Há algumas fendas no organismo que permitem a passagem da circulação sistêmica para o tecido e vice-versa, 
entretanto, no capilar cerebral, essas trocas são limitadas pela barreira hematoencefálica (que permite a passagem de 
nutrientes, gases, produtos do metabolismo celular) – os capilares sanguíneos cerebrais não possuem essas fendas. 
Na circulação sanguínea cerebral as células dos capilares cerebrais são muito unidas (e por isso formam a 
barreira) e as substâncias só atravessarão esta barreira se forem lipossolúveis. As substâncias psicotrópicas 
ultrapassam a barreira hematoencefálica, pois são lipossolúveis, atravessando-a com facilidade – é lipossolúvel o 
suficiente para ultrapassar, mas não para se acumular nas regiões lipídicas. 
 Metabolização: nosso principal órgão de metabolização é o fígado e as substâncias sofrem reações químicas 
realizadas por este. Após a saída do fígado, elas atingem a veia porta e se encaminham para a circulação (via 
administração enteral, o 1º local de metabolização é o fígado). O fígado não consegue metabolizar todas aquelas 
moléculas e parte permanecerá na sua forma original, sairá como entrou; parte será modificada pela ação química do 
fígado (que gerará metabólitos). 
Alguns fármacos geram metabólitos que podem atuar no organismo (metabólitos ativos – produto da atividade 
metabólica do fígado sobre substâncias ingeridas e que geram respostas) e outros que não podem atuar (metabólitos). 
Aquela parte das substâncias que não foi modificada passa para a veia porta sem sofrer alteração. 
 O diazepam e o clonazepam são ansiolíticos conhecidos (valium e rivotril). Ao metabolizar o diazepam, 
metabólitos ativos sairão e agirão sobre o organismo como substância benzodiazepínica (desmetil-diazepam) da 
mesma forma como as moléculas originais não-metabolizadas, pois o fígado não metaboliza tudo. Já no consumo do 
clonazepan, os metabólitos não são ativos e apenas as moléculas originais (que não sofreram atividade metabólica) 
atuarão sobre o organismo. As doses de diazepam podem ser ministradas em quantidade menor do que o clonazepam, 
pois as moléculas liberadas pelo fígado são ativas – a probabilidade de causar dependência é menor. 
 A excreção de psicofármacos pode ocorrer por diversas vias, mas a principal é por meio dos rins. 
 Tudo aquilo que é ingerido pelo sujeito está sob função da biodisponibilidade, ou seja, o quanto daquilo está 
disponível para o organismo utilizar. 
Os fármacos possuem, ainda, o período de meia vida, ou seja, o tempo que leva para que a concentração da 
substância caia pela metade do seu nível máximo. Quanto maior a meia vida do fármaco, maior a duração de seus 
efeitos terapêuticos e adversos. 
 Os locais onde neurotransmissores e fármacos fazem sua ligação são chamados de sítios de ligação e podem 
estar na célula pré-sináptica, na membrana pré-sináptica ou nos neurônios e membranas pós-sinápticas. 
 A curva dose-resposta diz respeito ao gráfico que relaciona a dose da substância e a magnitude da resposta 
que ela gera. O gráfico apresenta a configuração dos efeitos químicos gerados por determinada concentração de uma 
substância. A concentração do fármaco está num nível de medida de razão e a magnitude de resposta ou nível de 
efeito pode estar numa grandeza intervalar ou nominal e, porque não há o mesmo nível de medida entre ambas as 
variáveis, usa-se o logaritmo para usar o mesmo nível – a grandeza intervalar (coloca a medida de razão na mesma 
métrica da medida de efeito). Com a curva-dose fala-se de eficácia e potência de um fármaco. 
 A potência de uma substância é diferente da quantidade de efeito que uma droga gera – isto refere-se à 
eficácia. A concentração da droga para gerar um determinado efeito diz respeito à potência e a quantidade de efeito, 
à eficácia. 
 
Livro: Psicofarmacologia ilustrada (karen whalon, Richard fenkel) 
 
FARMACOCINÉTICA: estuda o que o organismo faz com o fármaco, ao passo que a FARMACODINÂMICA 
descreve o que o fármaco faz no organismo. 
 
Quatro propriedades farmacocinéticas determinam o início, a intensidade e a duração da ação do fármaco: 
• Absorção: a absorção desde o local de administração permite a entrada do fármaco (direta ou indireta) 
no plasma. 
• Distribuição: o fármaco pode, então, reversivelmente, sair da circulação sanguínea e distribuir-se nos 
líquidos intersticial e intracelular. 
• Biotransformação: o fármaco pode ser biotransformado no fígado ou em outros tecidos. 
• Eliminação (ou excreção): o fármaco e seus metabólitos são eliminados do organismo na urina, na bile 
ou nas fezes. 
 
Usando o conhecimento das variáveis farmacocinéticas, os clínicos podem eleger condutas terapêuticas 
ideais, incluindo a via de administração, dosagem, frequência e duração do tratamento. As vias principais de 
administração de fármacos: enteral, parenteral e tópica. 
 
A FARMACODINÂMICA descreve as ações dos fármacos no organismo e as influências das suas 
concentrações na magnitudedas respostas. A maioria exerce seus efeitos, desejados ou indesejados, 
interagindo com receptores (isto é, macromoléculas-alvo especializadas) presentes na superfície ou no interior 
das células. O complexo fármaco-receptor inicia alterações na atividade bioquímica com as moléculas da célula 
por meio de um processo denominado transdução do sinal. 
 
06-03 
SLIDES 
DE50 – dose eficaz mediana 
DT50 ou DL50 – dose tóxica, ou dose letal, mediana 
 
 
 
ÍNDICE TERAPÊUTICO 
Razão entre DT50 e DE50 – medida relativa da toxicidade 
ou segurança da droga. 
Quanto maior o índice, maior a segurança da droga. 
 
 
 
 
 
 
 
JANELA TERAPÊUTICA (parte amarela): é o limite inferior e 
superior de concentração do fármaco no sangue sem 
experenciar efeitos tóxicos – manifestação do efeito 
terapêutico – ao longo do tempo de tratamento. 
Nível correto da droga deve ser mantido na corrente 
sanguínea por um prolongado período de tempo. 
A segurança de uma droga é verificada pelo índice 
terapêutico: quanto maior o índice terapêutico, maior a segurança 
da droga, maior a distância entre DE e a DT. 
DT/DE = IT 
 
Ex: Droga A: Droga B: 
DE50 = 20mg DE50 = 35mg 
DT50 = 50mg DT50 = 58mg 
 IT = 50/20 = 2,5 IT = 58/35 = 1,66 
(requer acompanhamento 
pelo médico, ex: lítio) 
 
Droga A + segura que a B. 
 
 
POTENCIAL DE AÇÃO 
RECEPTORES: 
Ionotrópicos: resposta mais rápida, menos duradoura; 
Metabotrópicos: resposta mais lenta, mais duradoura (altera 
o metabolismo da célula) 
 
Potencial pós-sináptico: 
A) Excitatório (PPSE) – influxo de Na+ e Ca+2 ou bloqueio 
da saída de K+. 
B) Inibitório (PPSI) – entrada seletiva de íons Cl- ou saída 
de K+ 
 
Bainha de mielina: 
A) SNC: oligodendrócitos; 
B) SNA: células de Schwan 
Aumento da velocidade de condução do impulso nervoso. 
 
 
Drogas psicotrópicas alteram a maneira como o sujeito interage com o meio e pode ser um meio físico interno, 
externo e também o meio sócio-cultural – há uma modificação no padrão de interação do indivíduo. As drogas 
psicotrópicas atuam na unidade funcional do SNC, que é o neurônio. Os eventos envolvidos na comunicação entre 
esta célula e a célula seguinte ocorre por meio do contato sináptico e esta comunicação pode ser elétrica ou química 
(esta é prevalente no SNC), ou seja, depende de um mediador químico responsável por transmitir a informação de uma 
célula para a outra. 
O que gera esta comunicação são os potenciais de ação – o meio intracelular é negativamente carregado em 
comparação com o meio extracelular em potencial de repouso. Quando este potencial é perturbado, isto faz com que 
a polarização se altere e o potencial de ação seja disparado – ocorre uma inversão na variação do potencial da 
membrana. Quando ocorre a entrada de íons positivamente carregados, a célula se despolariza e isto é responsável 
por disparar o pulso elétrico chamado potencial de ação. O disparo do potencial ocorre no cone de implantação do 
axônio até chegar ao botão terminal. 
No botão sináptico estãolocalizadas as vesículas sinápticas que contêm os neurotransmissores e, com a 
chegada do potencial de ação nas vesículas, abrem-se os canais de Ca+ dependentes de voltagem. Ocorre a entrada 
de Ca+ no botão terminal pré-sináptico e isto faz com que as vesículas liberem os neurotransmissores na fenda 
sináptica. As sinapses padrão são axo-dentríticas, mas também há diversos outros tipos de sinapses, como axo-
somática, axo-axônica, axo-secretória (liberação na circulação sanguínea, quando passa a ser chamado de 
neurohormônio), axo-sináptica. As sinapses axo-sinápticas liberam neurotransmissores em uma sinapse, ou seja, há 
um 3º neurônio modulando aquela sinapse. As drogas psicot podem interferir em qualquer uma dessas sinapses. 
Após o potencial de ação ser disparado, o neurônio entra no período refratário, onde este irá se repolarizar. A 
célula pré-sináptica libera neurotransmissores que podem atuar tanto na célula pós-sináptica quanto no próprio 
neurônio que o liberou (célula pré-sináptica), geralmente para que ele pare de liberar aquele neurotransmissores, 
atuando sobre os autoreceptores. O neurônio que liberou os neurotransmissores é o principal responsável por retirar 
esses neurotransmissores da fenda por meio das bombas de recaptação (principal mecanismo), mas também pode 
acontecer pelas células da glia ou pela ação enzimática da MAO (degrada neurotransmissores). 
Os receptores ionotrópicos possuem resposta rápida e fugaz, ao passo que os metabotrópicos possuem 
resposta mais lenta e mais duradoura. A bainha de mielina é responsável pelo aumento da velocidade de condução do 
impulso nervoso. A bainha de mielina não é contínua e suas intermitências são os nódulos de Ranier – a condução 
ocorre aos saltos. 
O neurônio, após a liberação de neurotransmissores na fenda sináptica, pode excitar ou pode inibir os 
potenciais de ação. Para excitar ocorre a despolarização da célula pós-sináptica (potencial pós-sináptico excitatório) e 
a inibição, pela hiperpolarização (potencial pós-sináptico inibitório). Alguns fármacos inibem os potenciais de ação e 
outros servem para aumentá-los. 
 
GRANDES VIAS DE NEUROTRANSMISSÃO 
O que é uma via de neurotransmissão? É um conjunto de feixes nervosos que vão de um ponto ao outro do encéfalo. 
No ponto inicial da via temos os corpos celulares, os somas. Estes projetam os seus neurônios para algumas regiões 
do cérebro e o ponto final do cérebro é onde ocorre a liberação de neurotransmissores 
 
13-03 
GRANDES VIAS DE TRANSMISSÃO 
CATECOLAMINA: 
A) Dopamina 
B) Noradrenalina/ norepinefrina 
C) Adrenalina/ Epinefrina 
 
A) DOPAMINA 
Principais núcleos: área tegmentar ventral, substância 
negra. 
 
 
Humor, vias de recompensa, cognição (aprendizgem e 
memória) e movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B) NORADRENALINA 
Principal núcleo: locus coeruleus 
 
 
Controle motor, aprendizagem, memória, medo, atenção, 
ciclo circadiano, analgesia, hipotermia, sedação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDOLAMINAS 
A) Serotonina; 
B) Histamina; 
C) Acetilcolina. 
 
A) SEROTONINA 
Principais núcleos: núcleos dorsal, mediano e 
magno da rafe mesencefálica 
Modulação dos estados de humor, fome, sexo, sono, 
memória, emoção, ansiedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B) HISTAMINA 
Núcleo tuberomamilar do hipotálamo 
 
Estimula a secreção ácida no estômago, regulação 
do estado de alerta e sono, nocicepção, liberação 
de hormônios hipofisários, controle do apetite e 
regulação da memória. 
 
Anti-histamínico: agonistas inversos do receptor H 
– sedação e redução do desempenho cognitivo e 
motor. 
 
 
 
 
 
C) ACETILCOLINA 
Principal núcleo: núcleo basal de Meynert 
Área tegmentar DORSAL 
 
Processamento sensorial (facilitação) e motor, sono, 
nocicepção, humor, resposta ao estresse, atenção, 
memória e estágios iniciais de aprendizagem, motivação e 
recompensa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SARA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ansiolítico – “o que decompõe a ansiedade.” 
Tranquilizantes ou ansiolíticos: drogas empregadas terapeuticamente para tratar agitação e ansiedade. 
 
Ansiedade: um estado subjetivo de apreensão ou tensão difuso ou vago, frequentemente acompanhado por 
uma ou mais sensações físicas induzido pela expectativa de perigo, dor ou necessidade de um esforço 
especial. 
 
A natureza das respostas de ansiedade e medo depende da intensidade e da distância doestímulo aversivo. 
Estímulos aversivos podem ser: 
A) Potenciais 
B) Distais 
C) Proximais 
 
SISTEMA CEREBRAL AVERSIVO 
Sistema de luta ou fuga – mecanismos associados à resposta incondicionada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE INIBIÇÃO COMPORTAMENTAL 
Sistema de resposta ao medo condicionado – sensível à ação ansiolítica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA DE INIBIÇÃO COMPORTAMENTAL 
 ESTÍMULO 
 
 POTENCIAL DISTAL 
 
 
 ALERTA 
 
 CONGELAMENTO 
 
SISTEMA CEREBRAL AVERSIVO 
 ESTÍMULOS PROXIMAIS 
 
 
 CONGELAMENTO 
 
 LUTA OU FUGA 
 
GRANDES VIAS DE NEUROTRANSMISSÃO 
 Uma via de neurotransmissão: conjunto de corpos celulares em alguma região do cérebro, compondo feixes 
de fibras de axônios e que chegam a alguma outra região, liberando neurotransmissores nesta região. Uma via 
dopaminergica ou serotoninérgicos é responsável por sintetizar e liberar dopamina/ serotonina. 
Os corpos celulares estão em um local e seu botão sináptico em outra. Eles liberam apenas aquele 
neurotansmissor, mas possuem receptores e respondem a outras substâncias, então é possível que haja interação 
entre vias diferentes – o somatório de estímulos aumenta ou diminui a capacidade do neurônio disparar o potencial de 
ação. As vias apresentam influência mútuas – a via serotoninérgica pode modular uma via dopaminérgica – o 
funcionamento é integrado. Um medicamento pode atuar em uma via para gerar efeito numa 2ª via, seja porque não 
existe um medicamento para atuar nesta 2ª, por exemplo, ou porque os medicamentos existentes para atuação naquela 
via geram muitos efeitos colaterais na pessoa. 
 As principais substâncias neurotransmissoras ou neuromoduladoras são: acetilcolina, dopamina, serotonina, 
noradrenalina, noraepinefrina, glutamato, GABA e istamina (regulação do ciclo sono-vigília). Tendo como referencial 
as nossas vias, o GABA (principal inibitório) e o Glutamato (principal excitatório) não estão em uma via específica, pois 
estão distribuídos de forma difusa no encéfalo; já as outras substâncias apresentam vias bem demarcadas, bem 
definidas e as vias possuem nomes específicas. 
 
CATECOLAMINAS 
A) Dopamina; 
B) Noradrenalina/ noraepinefrina; 
C) Adrenalina/ epinefrina 
 
 Das catecolaminas, aquelas que observamos sendo sintetizadas e liberas no SNC são a dopamina e a 
noradrenalina; já a adrenalina/ epinefrina são sintetizadas fora do SNC. 
 
A) A dopamina tem alguns agrupamentos celulares responsáveis pela produção e liberação de dopamina, 
como a substância negra, a área tegmental ventral (mesencéfalo) e, a partir dessas duas regiões, 
observamos algumas vias dopaminérgicas. O nome das vias são autoexplicativos, pois a 1ª parte diz 
respeito a sua origem, de onde ela parte; e a 2ª parte do nome, para onde ela vai, o ponto terminal. 
 
As principais vias dopaminérgicas são: 
• mesolímbica – começa no mesencéfalo e termina no sistema límbico, mais especificamente no núcleo 
acumbens, parte do sistema de recompensas; 
• nigroestriatal – origem na substância negra com destino ao núcleo estriado, que é parte do núcleos da base, 
responsável pela coordenação motora/ equilíbrio; 
• mesocortical; 
• tubelofundibular – ligando o hipotálamo à hipófise, regulando a prolactina. 
Estão envolvidas na regulação do humor, na cognição (aprendizagem e memória), no movimento e nas vias 
de recompensas. Nosso comportamento não é regulado apenas por aspectos físicos do ambiente, mas também por 
aspectos sócio-culturais. 
B) As vias noradrenérgicas: o ponto inicial é o locus coeruleus e se dirigem para o cerebelo, para o cortex 
pré-frontal, hipotálamo, amígdala entre outras. São responsáveis pela ativação simpática – controle motor, 
aprendizagem, memória, modulação do medo, da atenção, ciclo circadiano, analgesia, hipotermia, 
modulação da sedação. 
 
C) Adrenalina: ponto inicial é o locus coerelus e enerva difusamente o cérebro e outras partes do corpo. 
Mesmas funções da noradrenalina, só que em outras partes do organismo. 
 
INDOLAMINAS 
A) Serotonina: 
Nas vias serotoninérgicas, os pontos de origem são os núcleos da rafe, distribuídos no tronco cerebral e se 
projetam para o cerebelo, córtex, sistema límbico, para o próprio mesencéfalo etc. 
Modulam estados de humor, motivacionais como fome, sexo, sono, memória, emoção de uma forma geral e 
ansiedade. 
 
B) Histamina: 
Ponto de origem é o hipotálamo (núcleo tuberomamilar) e o ponto final ..... Tem a capacidade de regular o ciclo 
de sono-vigília, estimula secreção ácida no estômago, modula a nocicepção, liberação de hormônios 
hipofisários, controle do apetite e regulação da memória. 
O anti-histamínico tem como efeito colateral rebaixar o estado de consciência, o estado de vigília, gerando 
sedação e redução da atividade cognitiva/ neuronal – deixa a pessoa grogue – é um agonista. 
 
C) Acetilcolina. 
As vias colinérgicas têm 2 pontos principais de origem: nucleo basal de meynert e a area tegmentar dorsal. 
Está envolvida no controle atencional e no processamento sensorial (facilitação) e motor, age na regulação do 
sono, do humor, na resposta ao stress, na atenção, na memória e estágios iniciais da aprendizagem, na 
regulação da motivação e da recompensa. 
 
SISTEMA SARA (sistema ativador reticular ascendente): 
 A região da formação reticular possui vários núcleos (locus coeruleus, área tegmentar ventral, núcleos da rafe, 
ou seja aqueles que emitem projeções para ativação do cérebro) dos quais partem várias vias e é ela que contém os 
corpos celulares responsáveis pelo tônus excitatório do nosso cérebro. O que há em comum entre todas essas vias 
apresentadas é que todas se originam numa região mais antiga do ponto de vista evolutivo e se projetam para as 
regiões mais novas. Estas regiões mais novas têm que estabelecer controle inibitório sobre as regiões mais antigas. 
Os grandes transtornos psiquiátricos geram dificuldades para inibir estas regiões mais antigas que assumem o controle, 
com uma persistência das respostas destas regiões. A inibição pode ser direta (liberação de GABA diretamente nestas 
regiões) ou indireta, por meio liberação de Glutamato em regiões que, ativadas, inibem a ativação destas regiões mais 
antigas. 
 
ANSIOLÍTICOS 
 Os fármacos utilizados no tratamento dos transtornos de ansiedade são aqueles que decompõem a ansiedade 
– são drogas empregadas terapeuticamente para tratar a agitação e a ansiedade, são os tranquilizantes – rebaixam a 
atividade nervosa. Nem todos os ansiolíticos são efetivos para lidar com as variações dos quadros de ansiedade, pois 
alguns desses transtornos envolvem estruturas cerebrais que não respondem ao ansiolítico, como o transtorno de 
pânico. 
 Medo, pânico e ansiedade são coisas distintas e os critérios de classificação quanto aos estímulos aversivos 
presentes (intensidade, distância e resposta produzida) devem ser analisados para distingui-los: na ansiedade a 
estimulação aversiva é pouco clara ou não é bem definida; no medo o estímulo aversivo é claro e definido. O medo 
pode ser condicionado ou incondicionado e as respostas dadas variam de acordo com a intensidade e a distância do 
estímulo. 
Os estímulos são aprendidos como aversivos ou não de forma sócio-cultural e variam de acordo com o contexto 
– é a complexidade que envolve a nossa espécie. 
A ansiedade é caracterizada por um estado de apreensão, difuso ou vago, acompanhado por sensações físicas 
geradas pela expectativa de algo “ruim”, seja deperigo, de dor ou necessidade de esforço especial – a ameaça se 
configura como potencial, apesar de não estar claramente presente ou bem definida. A cidade em que moramos nos 
submete a situações de stress crônico constante e facilita o surgimento de transtornos ansiosos. 
Tanto medo quanto a ansiedade têm um valor adaptativo, são respostas emocionais que integram os 
mecanismos de defesa do organismo – os mecanismos autoprotetores que nos levam a nos afastarmos do perigo. A 
ansiedade é vaga e o próprio indivíduo não é capaz de indicar exatamente quanto ao que está sentindo. Já a resposta 
de medo é gerada diante de uma ameaça física, real, que é definida como ameaça, e que é aprendida socio-
culturalmente. 
Os critérios que definem as respostas de ansiedade e medo dependem da intensidade e da distância do 
estímulo aversivo. Os estímulos aversivos podem ser: 
a) Potenciais: uma ameaça potencial pode ser definida como uma ameaça pouco clara e a resposta emocional 
é de ansiedade. Estímulos desconhecidos nos colocam em uma situação de conflito – despertam a curiosidade 
e a aversão ao mesmo tempo, gerando resposta de ansiedade; 
b) Distais: uma ameaça clara, bem definida, mas distantes e/ou com intensidade pequena, gerando resposta de 
medo; 
c) Proximais: ameaça clara, bem definida, intensa e próxima, gerando resposta de pânico. 
 
Dois sistemas modulam a resposta de medo, ansiedade e pânico: sistema cerebral aversivo ou de defesa 
(sistema de luta ou fuga) e o sistema de inibição comportamental. 
1º sistema (aversivo ou defesa) – atua e gerencia a resposta de medo incondicionado, inato, não 
aprendido; resposta ao pânico. É composto pela substância cinzenta periaquedutal, colículo inferior e superior 
(integra as vias auditivas e visuais respectivamente), o hipotálamo e a amígdala. Não responde aos ansiolíticos, ou 
seja, os benzodiazepínicos não atuam sobre o sistema de luta ou fuga, pois na substância cinzenta há poucos 
receptores de GABA, sobre os quais os ansiolíticos atuam. 
2º sistema – sistema de resposta ao medo condicionado (aprendido) e ansiedade, sensível à ação 
ansiolítica. Este sistema é o de inibição comportamental. As estruturas são locus coeruleus (ponto inicial das vias 
noradrenérgicas), núcleos da rafe (ponto de início das serotoninérgicas), septo e hipocampo (consolidação e evocação 
das memórias). 
 
20-03 
SISTEMA DE INIBIÇÃO COMPORTAMENTAL 
 ESTÍMULO 
 
 POTENCIAL DISTAL 
 
 
 ALERTA 
 
 CONGELAMENTO 
 
SISTEMA CEREBRAL AVERSIVO 
 ESTÍMULOS PROXIMAIS 
 
 
 CONGELAMENTO 
 
 LUTA OU FUGA 
 
Classificação dos transtornos: 
Transtorno de pânico sem agorafobia; 
Com agorafobia; 
Agorafobia sem ataques de pânico; 
Fobia simples; 
Fobia social; 
TOC (separado no DSM V); 
Transtorno do estresse agudo; 
TAG; 
Transtornos de ansiedade 
 Devido a condição clínica inespecífica; 
 Induzida por fármaco; 
 SOE 
 
ANSIOLÍTICOS 
Fármacos: 
A) Benzodiazepínicos (BZDs); 
B) Não-BZDs – azaspironas (Buspirona – único comercializado); 
C) Betabloqueadores; 
D) Antidepressivos. 
 
BENZODIAZEPÍNICOS – tratam a agitação e a ansiedade 
Relaxantes musculares, anticonvulsivantes, sedam e 
ajudam a dormir 
 
Substitutos dos barbitúricos 
 EXCETO FENOBARBITAL – previne 
convulsões, é empregado em 8,2% dos sedativos-
hipnóticos (Gardenal) 
 BUTALBITAL – usado em 
preparações analgésicas (aspirina e paracetamol). 
 
 
Ansiolíticos: 
Clordiazepóxido – 1º - Librium 
Dizepam – Valium 
Bromazepam – Lexotam 
Clonazepam – Rivotril – não possui metabólito ativo 
Alprazolam – Xanax 
 
Sedativo-hipnóticos: 
Lorazepam – Lorax – não possui metabólito ativo 
Nitrazepam – Mogadon 
Oxazepam – Serax – não possui metabólito ativo 
Temazepam – Restoril 
Flurazepam – Dalmane 
 
Hipnóticos: 
Midazolam – Dormonid 
Triazolam – Halcion – não possui metabólito ativo 
Flunitrazepam – Rohypnol – Usado como droga recreativa nos EUA e também como “club drug” em raves. 
 
Em geral são muito lipossolúveis. 
Metabólito ativo: desmetildizepam com t1/2 de 72h. Mais indicado para tratamento de estados CRÔNICOS de 
ansiedade. 
 
Associação com álcool: podem aumentar/ potencializar os efeitos de outros depressores do SNC, inclusive os 
tóxicos. 
 
Barbitúricos: aumentam a duração da abertura do canal de Cl- promovida pelo GABA. 
 
Álcool: modifica as propriedade físico-químicas da membrana celular, afetando o receptor GABAa. 
 
BZDs: baixa toxicidade, poucos efeitos periféricos (simpáticos ou parasimpáticos), alto índice terapêutico. 
BZDs: efeito MODULADOR, não mediador. 
Barbitúricos: doses altas – anestesia geral, coma ou morte – abrem o canal de Cl- independente do GABA. 
 
Efeitos adversos: 
A) Sonolência; 
B) Potencialização de depressores do SNC; 
C) Prejuízos psicomotores e cognitivos; 
D) Tolerância; 
E) Síndrome de retirada; 
F) Dependência. 
 
DESAFIO TERAPÊUTICO: Alguns pacientes podem se recusar a parar de usar BZDs, ou considerar terapias 
alternativas, mesmo que a droga esteja causando efeitos adversos ou o médico recomende. VELOCIDADE DA 
AÇÃO. 
 
O que diferencia medo e ansiedade é a intensidade do estímulo e a distância da “fonte de perigo”. Existem 2 
sistemas cerebrais principais e que gerenciam tanto a resposta emocional quanto a motora – sistema cerebral aversivo 
(cj de estruturas que integra a resposta a uma ameaça incondicionada e não responde à ação de ansiolítico, ativa o 
pânico frente a uma ameaça bem definida e próxima); e o sistema de inibição comportamental (responde à ansiedade 
e ao medo condicionado, responde à ação de ansiolíticos). 
Os transtornos são determinados pela exacerbação na intensidade, frequência e duração de certos estados 
que integram o funcionamento normal nos sujeitos, como a ansiedade. No funcionamento normal os estímulos 
potenciais e distais ativam o sistema de alerta e geram o congelamento pela ativação do sistema de inibição 
comportamental. Quando os estímulos se aproximam, como o início de um ataque, por exemplo, o congelamento 
rapidamente passa para a ativação do sistema de luta ou fuga que é ativado pelo sistema cerebral aversivo. Ambos 
são modulados pela amígdala. 
 
Ansiolíticos 
Fármacos: 
A) Benzodiazepínicos (BZDs) 
B) Não-benzodiazepínicos – azaspirona – buspirona (único comercializado) 
C) Betabloqueadores (atenolol, propanolol) 
D) Antidepressivos. 
Os medicamentos são agrupados em famílias de acordo com o mecanismo de ação, fazem a ligação no 
mesmo sítio e geram as mesmas respostas comportamentais. As fórmulas químicas são parecidas e o que vai variar 
é o tempo de meia vida (tempo que o organismo leva para reduzir a concentração máximo de uma droga pela metade), 
a intensidade e a sensibilidade de um indivíduo aos componentes da fórmula. 
 
A) BZDs – ligam-se ao GABA A. 
GABA – é o nosso principal neurotransmissor inibitório e os seus receptores são o GABA A e GABA B, são 
receptores ionotrópicos (composto por um canal que permite a passagem de ions Cl-, carregados negativamente, para 
o meio intra ou extracelular, fazendo com que a célula fique hiperpolarizada e dificultando o potencial de ação). Os 
BZDs vão atuar justamente neste sistema. Os BZDs substituíram os barbitúricos, mas não são arriscados como os 
estes. Não substituem, entretanto, o fenobarbital (anticonvulsivante/ Gardenal) e o Bultabital. 
O mecanismo de ação: quando o BZD faz a ligação com o receptor GABA A, ele torna esse receptormais 
sensível, mais responsivo ao GABA, ou seja, a abertura ocorre e a passagem torna-se muito maior para o Cl-. Aumenta-
se a afinidade do receptor para o neurotransmissor. Ele não ocupa exatamente o mesmo sítio do GABA, mas aumenta 
a responsividade, ou seja, quando o GABA chegar ao receptor, os canais se abrem muito mais, aumentando mais 
rapidamente a hiperpolarização da célula. A ação do BZD tem como função tornar o receptor mais sensível/ responsivo 
ao GABA, dificultando o disparo do potencial de ação e reduzindo a ação nervosa de uma forma geral. 
Dentre os BZD há aqueles que são usados como ansiolíticos: clordiazepóxido; diazepam; bromazepam; 
clonazepam (não possui metabólito ativo – rivotril); alprazolam. Num tratamento de longa duração é preferível usar um 
medicamento que gere metabólito ativo, ou seja, que seus produtos pós-metabolização pelo fígado ajam também sobre 
o sujeito como BZD e, consequentemente, necessite de doses menores do que os que não geram metabólito ativo. 
 
Sedativo-hipnótico: causa relaxamento e indução do sono. 
Lorazepam; Nitrazepam; Oxazepam; Temazepam; Flurazepam. 
 
Hipnótico: não geram relaxamento e não induzem o sono. 
Midazolam; Triazolam; Flunitrazepam. 
 
 Os BZD são altamente lipossolúveis e também atravessam com facilidade a barreira hematoencefálica, 
possuem baixa toxicidade e poucos efeitos periféricos, mas possuem alto índice terapêutico (razão entre a dose tóxica 
mediana e a eficaz mediana). 
Não devem ser misturados com outras drogas depressoras do SNC, como o álcool, que também torna o 
receptor GABA A mais responsivo ao GABA. Os BZDs possuem efeito modulador e não mediador, ou seja, a ação 
deles depende da presença do neurotransmissor (caso não dependesse, possuiriam efeito mediador, como os 
barbitúricos, abrindo os canais de GABA A mesmo sem a presença do GABA, podendo levar à morte por parada 
cardiorrespiratória em altas doses). 
 Os BZD possuem efeitos adversos como sonolência, potencialização dos depressores do SNC, prejuízos 
psicomotores e cognitivos, tolerância à droga, síndrome de retirada e dependência. A maior dificuldade encontrada na 
clínica com pacientes que fazem uso de BZD está no convencimento para retirada desde, em função da velocidade de 
ação do medicamento, que é bem menor do que o efeito da terapia; e do aprendizado comportamental (reforçamento), 
tornando mais fácil que este recorra ao medicamento. 
 
27-03 
Farmacodinâmica – mecanismo de ação (onde se liga – bioquímica e efeitos que gera – comportamento). 
Farmacocinética – o que o organismo faz com o fármaco e o seu caminho no corpo. 
 
SLIDES: 
AZASPIRONA: atuam diretamente na neurotransmissão serotoninérgica. 
A) Agonistas plenos de receptores 5-HT, em autoreceptores nos núcleos da rafe – inibe a liberação de 
serotonina. 
B) Agonistas parciais em receptores 5-HT1a pós-sinápticos – compete com a serotonina. 
• Hipocampo – efeito antidepressivo. 
• Amígdala e córtex frontal – efeitos ansiolíticos, via redução dos receptores 5-HT2a2c 
 
Buspirona: expectativa de não apresentar os incovenientes do BZDs 
 
NÃO APRESENTA: 
Redução da atividade motora, nem causa relaxamento muscular; 
Potencial de abuso, nem risco de dependência psicológica. 
Capacidade anticonvulsivante; 
Capacidade de induzir sedação; 
Capacidade de gerar prejuízo cognitivo; 
Capacidade de gerar dependência física ou tolerância; 
Interação com álcool ou BZDs. 
 
Efeitos colaterais adversos: tonturas, cefaleia, náusea, fadiga, inquietude, sudorese, geralmente leves. 
 
ANTIDEPRESSIVOS: aumento da transmissão serotoninérgica. 
Podem aumentar a ansiedade no início do tratamento. 
 
Conjunto dos principais fármacos para ansiedade (o que os diferenciam: estrutura química e mecanismo de ação): 
A) Benzodiazepínicos (BZDs) 
B) Não-benzodiazepínicos – azaspirona – buspirona (único comercializado) 
C) Betabloqueadores (atenolol, propanolol) 
D) Antidepressivos. 
 
 
B) NÃO-BZDs 
 Em função da dupla ação que a serotonina tem tanto na manifestação dos transtornos ansiedade quanto nos 
de humor, desenvolveu-se a hipótese deakin/graeff, mostrando que os medicamentos que atuam no mesmo sistema 
de recaptação de serotonina (5-HT) servem tanto para os transtornos de humor, quanto para os transtornos de 
ansiedade. A ansiedade e o pânico são modulados pela transmissão serotoninérgica e a ideia de que um mecanismo 
pudesse atuar diretamente sobre isso trazia como hipótese que a ação seria mais objetivamente direcionada. Os 
ansiolíticos não-benzodiazepínicos agirão exatamente sobre esta transmissão. 
 No transtorno de ansiedade generalizada há uma atividade cronicamente aumentada da transmissão de 
serotonina na amígdala (aumenta a ansiedade condicionada, ela tem efeito ansiogênico na amígdala e no córtex 
frontal). No transtorno de pânico, a redução da atividade da serotonina na matéria cinzenta periaquedutal (PAG 
ou MCPD) dorsal está associada aos ataques de pânico (o aumento de serotonina neste local, gera um efeito anti-
pânico). Ou seja, a diminuição da serotonina na amígdala e no córtex central têm efeito ansiolítico/ o aumento, 
tem efeito ansiogênico; o aumento da atividade serotoninérgica na PAG diminui a probabilidade de um ataque 
de pânico, a diminuição gera a possibilidade de ataque de pânico. 
 Os ansiolíticos não-BZD são principalmente utilizados para transtornos de ansiedade – a família destes 
fármacos é chamada de azaspirona com mecanismo de ação que não envolve o sítio bzd no gaba-a (como os bzd), 
agindo na transmissão serotoninérgica, diretamente sobre ela. Há 7 famílias de receptores serotoninérgicos (6 
metabotrópicos e 1 ionotrópico). A buspirona é um agonista serotoninérgico nos receptores 5-ht1a – esse mecanismo 
pode ser encontrado ou atuar tanto no neurônio pré-sináptico quanto no pós-sináptico: com a liberação da serotonina 
pelo neurônio pré-sináptico, caso esta se ligue a algum autoreceptor pré-sináptico, ocorre a interrupção da liberação 
de serotonina – o próprio neurônio pré-sináptico é quem inibe a liberação de mais serotonina. No neurônio pré-sináptico 
a buspirona (única comercializada dentro da família das azaspironas) é um agonista pleno, ou seja, gera a ação na 
mesma intensidade, como se fosse esta, inibindo a liberação – no córtex frontal e na amígdala, isto gera diminuição 
dos níveis de serotonina, reduzindo a ansiedade generalizada. 
Por que esse paciente não produz, também, o efeito do pânico, já que diminui a ação serotoninérgica? Pois no 
receptor pós-sináptico, a buspirona também é um agonista serotoninérgico – ela não torna a via inativa, pois vai fazer 
a ligação pós-sináptica (onde a serotonina se ligaria). Este é um agonista parcial, ou seja, gera o efeito, mas não 
na sua intensidade máxima – ele não causa pânico, pois mantém os mesmos níveis de serotonina (compete 
com a serotonina). 
Estes medicamentos não geram os principais efeitos (incovenientes) apresentados pelos bzd, como redução 
da atividade motora, não gera potencial de abuso, não apresenta capacidade anticonvulsivante, não induz sedação, 
não gera prejuízo cognitivo, não apresenta capacidade de dependência tolerância e não apresenta interação com álcool 
ou bzd. Possuem, entretanto, outros efeitos colaterais e adversos, mas geralmente leves, como tonturas, cefaleia, 
náusea, fadiga, inquietude, sudorese etc. 
 
D)-ANTIDEPRESSIVOS (usados como ansiolíticos): 
No pânico: 
 Resultam no aumento da transmissão serotoninérgica e podem aumentar a ansiedade no início do tratamento. 
No transtorno de pânico há associação (possibilidade de ocorrência) com a redução da atividade serotoninérgica e 
um antidepressivo pode gerar diminuição de pânico por aumentar a atividade serotoninérgica.Entretanto, quando se 
ingere um medicamento deste, ele atua em todos os sítios de atuação da serotonina e, por isso, no início do tratamento 
(entre 2 e 6 semanas), pode haver aumento da ansiedade, pois o aumento de serotonina na amígdala e córtex frontal 
geram ansiedade. 
 
Na ansiedade: 
 O neurotransmissor, caso seja liberado em excesso na fenda sináptica, no funcionamento normal, gera a 
redução de receptores nos neurônios pós-sinápticos para regular esse funcionamento (pela economia de energia). 
Para os transtornos de ansiedade, um medicamento antidepressivo gera o aumento desta liberação de serotonina 
no início do tratamento e a probabilidade de crises ansiosas é maior – o cérebro, em sua autorregulação, vai diminuir 
o número de receptores pós-sinápticos entre 2 a 6 semanas, ou seja, apesar de muita serotonina na fenda sináptica, 
poucos receptores estarão em atividade no neurônio pós-sináptico, atuando com mais eficiência, gerando um efeito de 
redução de ansiedade na regulação e equilíbrio. 
 
C)-BETA-BLOQUEADORES – antagonistas adrenérgicos (receptores tipo beta). 
 Não têm uma ação direta sobre o componente emocional da ansiedade – melhora dos sintomas físicos e 
percepção de controle. 
 Ansiedade de desempenho (ansiedade social): falar, comer, beber, escrever ou se apresentar em público. 
 
 Esta é uma 4ª família de ansiolíticos – são bloqueadores da adrenalina ou da noradrenalina. Fazem ligação 
com o receptor beta (receptores noradrenérgicos ou adrenérgicos) no mesmo sítio da adrenalina e da noradrenalina, 
mas não geram resposta celular – são antagonistas competitivos. Geralmente são fármacos para controle da pressão 
arterial. A ação beta-adrenérgica causa vasoconstrição e aceleração da frequência cardíaca, ou seja, o organismo 
apresenta o mesmo tipo de resposta para luta ou fuga e os beta-bloqueadores impedem que a pessoa esteja neste 
estado. 
Geralmente é usado para ansiedade de desempenho ou social e o medicamento é vastamente aplicado para 
uso ocasional, nas situações em que o sujeito será exposto publicamente (sendo ministrado 30min antes da 
exposição). Este medicamento gera o controle das respostas fisiológicas e não o controle comportamental – o 
sujeito não tem os efeitos fisiológicos diante de situações de desempenho social que geralmente geram, naquele 
sujeito, tais repostas. 
Os beta-bloqueadores não produzem os prejuízos de desempenho que os BZD causam, entretanto, 
apresentam tontura, hipotensão, distúrbio do sono, arritmia cardíaca com a suspensão etc. Tem contraindicação para 
pacientes asmáticos, doença obstrutiva crônica, insuficiência cardíaca e diabetes tipo 1 e 2. 
 
03-04 
SLIDES: 
Teoria monoaminérgica clássica da depressão: hipótese “simplista” de que a depressão é o resultado de 
transmissões sinápticas (monoaminérgicas) disfuncionais. 
 
Depressão: níveis reduzidos de noradrenalina, dopamina e serotonina. 
 
Classes de fármacos. Nomes das substâncias 
• Antidepressivos tricíclicos Imipramina, amitriptilina 
Nortriptilina, clomipramina 
• Inibidores seletivos de 
Monoaminas: 
Serotonina Fluoxetina, Sertralina 
Serotonina e Noradrenalina Venlafaxina 
Noradrenalina e Dopamina Bupropiona 
 
• Inibidores da MAO (iMAO) Tranileiptoamina, Fenelzina 
Moclobemida 
 
• Estabilizadodes de humor 
Sais Carbonato de lítio 
Anticonvulsivantes Ácido valpróico, Carbamazepina 
 
1951 – Iproniazida foi desenvolvida para o tratamento de tuberculose. 
1952 – Zeller et al provaram que a iproniazida era inibidor da Monoaminaoxidade (iMAO) 
1956 – Iproniazida foi o primeiro antidepressivo, seguida pela Imipramina, em 1958. 
 
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS 
Baixo índice terapêutico. 
Retirada súbita: exacerbação colinérgica – náusea, tontura, cefaleia, sudorese e salivação excessiva. 
Imipramina – TROFANIL 
Clomipramina – ANAFRANIL; CLO 
Nortriptilina – POMELOR 
Amitriptilina – AMYTRIL; TRYPTANOL 
 
Inibidores Seletivos de Recaptação de Monoaminas 
ISRS – síndrome serotoninérgica – aumento agudo da neurotransmissão 
 Agitação, nervsismo, náuseas, vômitos, perda de controle muscular, contração muscular, hipotensão 
ortotástica (postural), tremor, convulsões, coma e morte. 
 Mais comum quando o paciente faz uso de outras substâncias que alteram a atividade serotoninérgica. 
Ex.: outros antidepressivos e psicoestimulantes. 
 
Tricíclicos de 2ª geração 
Meia vida longa – particionar a dose diária em diversas administrações para reduzir o aparecimento de 
sintomas adversos. 
 
Fluoxetina (serotonina) – PROZAC, DAFORIN, FLUXES, VEROFINA 
Sertralina (serotonina) – ASSERT, SERENATA, ZOLOFT, FOLREST 
Paroxetina (serotonina) – PONDERA, PAXAN, PAXTRAT, PAROX, DEPAXAN, PAXIL, SERTERO, ZYPAROX 
Venlafaxina (serotonina e noradrenalina) – EFEXOR, ALENTHUS, VENLAXIN, VENLIFT 
Bupropiona (noradrenalina e dopamina) – BUP, WELLBUTRIN, ZETRON, ZYBAN 
 
Em transtornos de maior severidade, quais são os antidepressivos mais efetivos para iniciar o tratamento: 
tricíclicos ou Inibidores seletivos de recaptação de monoaminas? 
 
Inibidores de Monoaminoxidase – iMAOs 
MAO – enzima que degrada monoaminas, preferencialmente, livres no citoplasma. 
a) MAO-A – noradrenalina, serotonina, dopamina, tiramina, triptamina; 
b) MAO-B – dopamina, tiramina, triptamina 
 
Eficácia semelhante a dos outros antidepressivos. 
 
ANTIDEPRESSIVOS 
 São utilizados para transtornos de humor e há 3 famílias de fármacos, cada uma caracterizada por um 
mecanismo de ação. 
A hipótese monoaminérgica sobre o substrato fisiológico que concebe o quadro depressivo aponta que a 
atividade monoaminérgica é rebaixada, uma hipótese simplista. A crítica a essa hipótese consiste na latência para o 
efeito terapêutico, que varia entre 2 a 6 semanas, apesar do aumento das monoaminas ocorrer 4h após a ingestão do 
medicamento. Ou seja, não é simplesmente a elevação dos níveis que vai gerar efeito imediato – a depressão e seu 
tratamento vai além disso e este tempo énecessário para que haja neuroplasticidade e efeitos das respostas 
emocionais. 
Qualquer intervenção farmacológica vai afetar a neuroplasticidade, afetando a estrutura e o funcionamento 
cerebral. No funcionamento normal, se houver redução dos níveis de monoaminas, aumenta-se o número de receptores 
para tentar lidar com esta redução. Se houver aumento das concentrações de neurotransmissores na fenda sináptica, 
o cérebro gera uma redução de receptores para lidar com o aumento – isso ocorre porque organismos biológicos 
trabalham na base de economia de energia. Com o aumento do número de receptores, eles tendem a se tornar menos 
eficientes, pois a energia dedicada a eles é menor. Com o aumento das aminas na fenda sináptica, ocorre uma 
diminuição dos receptores, que também se tornam mais eficientes. 
No quadro depressivo há redução de monoamina, levando o cérebro a aumentar as quantidades de receptores 
– ou seja, além de haver redução de monoaminas, os receptores também se tornam menos eficientes – há ao mesmo 
tempo um déficit monoaminergico e um aumento de receptores menos eficientes. Com o medicamento, há um aumento 
das monoaminas e uma redução de receptores. Com o uso contínuo ocorrem mudanças estruturais (redução do 
número de receptores) e mudanças funcionais (receptores tornam-se mais eficientes e responsivos). 
No período de latência o paciente corre o maior risco de suicídio, pois ele continua com a ideação suicida. Com 
o uso do antidepressivo, a atividade motora se reestabelece, mas sua visão sombria da vida permanece, ainda n|aohá efeito emocional, aumentando a chance de que ele comenta o suicídio. O sujeito ainda não experencia os efeitos 
terapêuticos sobre o seu humor, mas já tem efeitos sobre a atividade motora. 
As classes de antidepressivos utilizados para os transtornos que deprimem o humor são: tricíclicos; inibidores 
seletivos de recaptação de monoamina (serotonina; serotonina e noradrenalina; noradrenalina e dopamina); e 
inibidores da MAO (iMAO). Nos transtornos que experenciam aumento do humor são utilizados medicamentos para 
estabilização de humor (lítio e anticonvulsivantes). 
Em 1951 o medicamento usado para a tuberculose causava uma elevação do humor – os antidepressivos foi 
descoberto na base do “chute”. 
 
TRICÍCLICOS 
Atuam bloqueando a recaptação de monoaminas (serotononina, noradrenalina e dopamina) – o fármaco se 
liga à bomba de recaptação. A recaptação é uma ação é exercida pelo neurônio pré-sináptico, pois ele é o principal 
responsável pela remoção dos neurotransmissores da fenda sináptica. Quando o sujeito tem um transtorno depressivo, 
com uma baixa concentração de neurotansmissores, o medicamento tricíclico vai bloquear a recaptação desses na 
fenda sináptica – gerando um acúmulo de neurotransmissores na fenda sináptica e isso vai forçar o organismo a reduzir 
os receptores pós-sinápticos a longo prazo. Estes se tornam mais responsivos e eficientes por isso. 
A própria célula pré-sináptica vai reduzir também a liberação de neurotransmissores devido aos autoreceptores 
a longo prazo (algo que já faz parte do funcionamento normal), gerando um equilíbrio naquela via específica, apesar 
de causar perturbação em várias outras áreas. 
Estes medicamentos possuem baixo índice terapêutico, ou seja, a dose eficaz mediana está muito próxima à 
dose tóxica mediana. A retirada súbita gera uma exacerbação colinérgica, causando náusea, tontura, cefaleia, 
sudorese e salivação excessiva. Os psicofármacos exigem um período de desmame. 
 
INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DE MONOAMINAS 
Inibem especificamente a recaptação daquela monoamina específica e não de todas as monoaminas (os 
tricíclicos não são seletivos). Também geram acúmulo daquelas monoaminas na fenda sináptica. 
Há o risco do uso dos medicamentos seletivos combinado a outros antidepressivos ou a psicoestimulantes, 
podendo gerar síndrome serotoninérgica, ou seja, um aumento agudo da neurotransmissão, podendo levar até a morte. 
Os tricíclicos e de 2ª geração (inibidores seletivos) possuem meia vida longa e, no início do tratamento, é 
comum o porcionamento das doses diárias para reduzir os sintomas adversos. 
Nos transtornos mais graves, o mais indicado é o uso de antidepressivos tricíclicos, pois geram uma elevação 
dos níveis das 3 monoaminas e, quando o sujeito começa a experenciar efeitos terapêuticos, estes são retirados ao 
mesmo tempo em que os inibidores seletivos são introduzidos. 
 O álcool age de forma contrária aos antidepressivos, além disso, altera a atividade do fígado, reduzindo-a e 
fazendo com que este não metabolize direito o medicamento, que é liberado no sangue, facilitando os efeitos tóxicos 
e inibindo os efeitos terapêuticos. Diminui a biodisponibilidade do fármaco no organismo. 
 
iMAOs 
O que é MAO (monoaminoxidase)? É uma enzima presente no meio intracelular do neurônio e a função desta 
é degradar as monoaminas. 
 Com a inibição da atividade de degradação desta enzima, as monoaminas não serão degradadas. Após a 
recaptação, o neurônio pode disponibilizar estas monoaminas novamente nas vesículas sinápticas ou estas serão 
degradadas pelas MAOs. Com a interrupção desta atividade enzimática, também ocorrerá um acúmulo das 
monoaminas na fenda sináptica. A MAO-A degrada os 3 tipos de monoaminas; a MAO-B degrada apenas a dopamina.