ARTIGO-DEEPFAKE

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Deepfake: uma abordagem, política, social e tecnológica 
 
Oriel Jesus da Silva (UFMT) 
Rodrigo Ferreiera de Lima (UFMT) 
 
 
Resumo 
 
O ato de falsificar estar suscetível a qualquer objeto material ou até mesmo um serviço 
prestado. O termo deepfake estar diretamente ligado ao tema de fraude de vídeos, nesta 
perspectiva, este trabalho destina-se a realizar uma pesquisa sobre sua origem, definição, 
funcionamento e temas correlacionados acerca do termo proposto. Por meio da pesquisa 
exploratória de abordagem qualitativa com o método da revisão bibliográfica. Resultados 
(falta). Conclusão (falta). 
 
Palavras-chave: deepfake; falsificação; vídeos falsos. 
 
Abstract 
 
The act of falsifying is susceptible to any material object or even a service rendered. The term 
deepfake is directly linked to the topic of video fraud, in this perspective, this work is 
intended to carry out a research about its origin, definition, functioning and correlated themes 
about the proposed term. Through the exploratory research of qualitative approach with the 
bibliographic review method. Results (missing). Conclusion (lack). 
 
Key-words: deepfake; falsification; fake videos. 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 O objetivo das falsificações é copiar ou reproduzir, ou adulterar, documentos, produtos 
e serviços. Com o advento da tecnologia as adulterações ilícitas ficaram cada vez mais 
sofisticadas, comumente não sendo mais capaz diferenciar do real das cópias, acarretando 
uma análise com perícias cada vez mais sofisticadas, em contrapartida. 
 Dessa forma as fraudes ficam cada vez mais fáceis e sofisticadas devido 
à tecnologia, porém, falsificar também se tornar difícil, pode parecer contraditório, mas um 
bom exemplo é o (papel) moeda, popularmente conhecido como dinheiro. Aparenta ser fácil 
simplesmente colocar o dinheiro em uma impressora para se copiar e imprimir mais, porém, 
devido aos avanços da tecnologia é possível incorpora medidas de segurança para que isso 
não ocorra. 
 Em 2010 foi lançada a Segunda Família do Real, segundo o Banco do Brasil a 
atualização das cédulas se deu pelos seguintes motivos: 
Como a economia de um país, sua moeda também evolui. Consolidado como uma 
moeda forte e usado como reserva de valor até mesmo fora do país, o Real tem que 
oferecer um alto nível de segurança contra as falsificações. 
Por isso, é importante promover a renovação das notas do Real, para deixá-las mais 
modernas e protegidas. As notas da Segunda Família do Real contam com novos 
elementos gráficos e de segurança, capazes de impor obstáculos mais sólidos às 
tentativas de falsificação, além de promover a acessibilidade aos portadores de 
deficiência visual, oferecendo mais recursos para o reconhecimento das notas por 
essa parcela da população (BANCO DO BRASIL, 2018). 
Assim sendo, fotos analógicas e digitais também podem ser facilmente 
adulteradas, pois, a tecnologia incorpora tudo que existe na sociedade. É comum ver em redes 
sociais as denominadas “montagens” para algo que é falso ou duvidoso no caso das imagens 
digitais. Com isso, nessa perspectiva, vídeos podem ser adulterados para dar outro 
significado? É possível falsificar gestos faciais um vídeo para que seja possível mudar o 
contexto? O termo deepfake trata sobre essas questões. 
2 OBJETIVOS 
Objetivo geral: 
Servir como base para futuras pesquisas sobre o deepfake. 
Objetivos específicos: 
 Compreender a origem do termo deepfake 
 Entender o que é deepfake 
 Conhecer como funciona deepfake 
 Abordar temas correlacionados ao termo deepfake, como política, social e tecnológica. 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
3.1. Deepfake 
 Deepfake é um termo tecnológico associado a técnica de manipulação vídeos digitais 
(ROOSE, 2018). Em tradução livre do inglês significa “falsificações profundas” é também a 
junção do termo “deep learning” e “fake news" (MENA, 2018). Outros atores afirmam que 
pelo fato do criador começou a divulgar vídeos adulterados com pseudônimo de 
"Deepfake" (GALBREITH, 2018), acreditam que também seja um dos motivos do termo ser 
esse. 
Como visto anteriormente, deepfake usa tecnologia de Deep Learning, Segundo Silva 
(2016, p. 1), "[...] Deep learning trata-se de um conjunto de técnicas que utilizam redes 
neurais artificiais profundas, com muitas camadas intermediárias entre a camada de entrada e 
a de saída". 
3.2. Política 
A política é considerada um tema polêmico, controverso, de múltiplas compreensões e 
divergências e possui um conceito polissêmico (MARTINS, 2015). Neste trabalho o conceito 
utilizado é o da Ciência Política, que de acordo com Schekiera: 
[...] trata-se da forma de atuação de um governo em relação a determinados temas 
sociais e econômicos de interesse público: política educacional, política de 
segurança, política salarial, política habitacional, política ambiental, etc 
(SCHEKIERA, 2015, p. 88). 
 A divulgação de vídeos falsos, manipulados pela tecnologia deepfake, tem impactos 
políticos e sociais, por esse motivo se dar necessário aborda o conceito de política. 
3.3. Tecnologia 
 Segundo Blanco e Silva (1993), "o termo tecnologia vem do grego technê (arte, ofício) 
e logos (estudo de) e referia-se à fixação dos termos técnicos, designando os utensílios, as 
máquinas, suas partes e as operações dos ofícios". 
De forma geral, a tecnologia pode ser definida de acordo com Medeiros: 
[...] o encontro entre ciência e engenharia. Sendo um termo que inclui desde as 
ferramentas e processos simples, tais como uma colher de madeira e a fermentação 
da uva, até as ferramentas e processos mais complexos já criados pelo ser humano, 
tal como a Estação Espacial Internacional e a dessalinização da água do 
mar [...] (MEDEIROS, 2010, p. 153). 
4 METODOLOGIA 
Neste capítulo iremos informar quais os métodos e propósitos foram utilizados para 
realizar a pesquisa, qual o instrumento usado para a coleta de dados. 
O propósito da pesquisa é de caráter exploratório, que de acordo com Gil: 
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o 
problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande 
maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas 
com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) 
análise de exemplos que estimulem a compreensão (GIL, 2007). 
 Quanto sua abordagem, foi utilizada a pesquisa qualitativa. "A pesquisa qualitativa 
preocupa-se, portanto, com aspectos da realidade que não podem ser quantificados, 
centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais" (GERHARDT, 
SILVEIRA, 2009), que de acordo com Minayo: 
[...] a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, 
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais 
profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos 
à operacionalização de variáveis. Aplicada inicialmente em estudos de Antropologia 
e Sociologia, como contraponto à pesquisa quantitativa dominante, tem alargado seu 
campo de atuação a áreas como a Psicologia e a Educação. A pesquisa qualitativa é 
criticada por seu empirismo, pela subjetividade e pelo envolvimento emocional do 
pesquisador (MINAYO, 2001, p. 14). 
 Usamos como instrumento de coleta de dados, a pesquisa bibliográfica, que segundo 
Fonesca: 
A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já 
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos 
científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma 
pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o quejá se estudou 
sobre o assunto. Existem, porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na 
pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de 
recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual 
se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32). 
 Os conceitos analisados foram de artigos de jornais em relação ao termo deepfake, 
como o tema é algo recente, não havia referências presentes em artigos ou livros, apenas em 
sites de jornais eletrônicos. 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
5.1. Origem 
 O termo deepfake "apareceu em dezembro de 2017, quando um usuário do Reddit 
começou a postar vídeos de sexo falsos com famosas. Com softwares de deep learning, ele 
aplicava os rostos que queria a clipes já existentes" (CABRAL, 2018). O usuário usava o 
pseudônimo de "Deepfake”, para postar vídeos de pessoas públicas em vídeos alterados 
(GALBREITH, 2018). 
Os primeiros vídeos usavam rostos de pessoas públicas em vídeos pornográficos que 
foram denominados de "porn fake" (BOHM, 2018), com o objetivo de satisfazer um desejo 
pessoal ou até mesmo causar problemas as pessoas que fossem alvos do vídeo falso. 
Devido a esse fenômeno, o Reddit teve que reformular suas diretrizes para proibir 
a publicação de imagens e vídeos sem a permissão daqueles que estão nuas, lascivos ou 
retratados em um ato sexual, incluindo o conteúdo falsificado (BALK, 2018). Segundo Roose 
"Pornhub, Twitter e outros sites rapidamente proibiu os vídeos, e Reddit fechou um punhado 
de grupos de deepfake, incluindo um com cerca de 100.000 membros" (ROOSE, 2018, 
tradução nossa). 
5.2. Funcionamento 
 Como dito, deepfake consegue manipular e adulterar vídeos, especificamente 
consegue alterar rostos de pessoas em vídeos, trocar rostos de pessoas (CHRISTIAN, 2018). 
A tecnologia deepfake usa aprendizado de máquina juntamente com o 
TensorFlow (biblioteca de aprendizado de máquina) do Google para fazer a trocar de rostos 
(ROBERTSON, 2018). Para realizar a troca de rostos, são necessárias inúmeras fotos 
do rosto de diferentes posições e ângulos de boa qualidade do alvo e do rosto a ser trocado no 
vídeo (ROBERTSON, 2018). Deepfake sempre vai ter geralmente ter como alvo pessoas 
públicas, pois são pessoas que se expõem muito através de fotos, e com isso fica fácil 
conseguir inúmeras fotos para fazer a manipulação. Para criar o vídeo falso, é relativamente 
simples, embora equipamento adequado para isso seja necessário - como um processador 
de gráficos de alto desempenho e de três a quatro gigabytes de espaço de armazenamento. 
Como Rosse conta em sua experiência usando deepfake, "[...] um programa para cortar 
as imagens para baixo, isolando apenas os nossos rostos, e manualmente apagadas fotos 
borradas ou mal cortadas. Ele, então, alimentado os quadros em FakeApp. Ao todo, foram 
utilizadas 417 fotos de mim, e 1.113 de Mr. Gosling" (ROOSE,2018, tradução nossa). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura1.Exemplo de deepfake treinando para fazer a troca de rostos 
Fonte: (ROBERTSON, 2018) 
Como o alvo era uma pessoa pública ele precisou reunir 1.113 fotos do mesmo, além 
disso, foram necessárias 417 do usuário da tecnologia. É um processado demorado e nem 
sempre vai dar certo, como afirma Rosse: 
Cerca de oito horas mais tarde, depois de nosso modelo tinha sido suficientemente 
treinado, Mark usado FakeApp para terminar colocando meu rosto no corpo do Sr. 
Gosling. O vídeo foi borrado e bizarro, e o rosto de Mr. Gosling ocasionalmente 
piscaram em vista. Apenas o legalmente cego seria confundir a pessoa no vídeo para 
mim (ROOSE, 2018, tradução nossa). 
5.3. Efeitos político, social e tecnológico 
 A produção e reprodução desses vídeos falsos sem o consentimento detentor da 
identidade do rosto contido no vídeo é ilegal, considerado uma violação dos direitos morais. 
Em outra análise, um vídeo Deepfake pode ser considerado legal caso seja para fins de 
divertimento que demonstre naturalmente que o vídeo seja falso e que não lese os direitos do 
individuo em questão (SOLMECKE, 2018). 
 Alguns especialistas da área da tecnologia temem que a tecnologia Deepfake, possa 
ser usada como uma forma de extorsão para que um vídeo em situação constrangedora não 
seja divulgado, ou até mesmo autoridades sejam alvos e cause conflitos políticos nacionais e 
internacionais (CHRISTIAN, 2018). A ideia de um vídeo adulterado causando um conflito 
internacional não é hipotética, como afirma Christian: 
[...] um ministro da Defesa paquistanês ler um artigo em awdnews.com, um site de 
notícias falso, que afirmou falsamente que Israel havia ameaçado Paquistão, com um 
ataque nuclear. Em resposta, o oficial paquistanês Twitou: “Israel ameaça com 
bomba atômica mas esquece Paquistão é um estado Nuclear também. ” 
(CHRISTIAN, 2018) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Deepfake na política 
Fonte: (SHAH, 2018) 
 A tecnologia pode ser interpretada como uma faca de dois gumes, com os benefícios 
vem a possibilidade de que seja utilizada para finalidades destrutivas, com isso a tecnologia 
moderna apresenta são mais insidiosos do que aqueles sofridos pelas gerações que 
precederam. No fim das contas, como sempre, é uma questão de valores. A tecnologia em si é 
agnóstica: tem poder para fazer o bem ou o mal, dependendo de quem a controle 
(KASPAROV, 2016). 
6 CONCLUSÃO 
 A tecnologia pode ser usada para fins benéficos ou maléficos, Deepfake pode ser uma 
tecnologia que aparenta ter somente desvantagens, porém há outros estudos que não pertence 
a este trabalho, que veem um grande benefício o uso dessa tecnologia em alguns aspectos. A 
tecnologia Deepfake somente melhora com o tempo, já existem alguns programas que fazem 
a técnica de manipulação de gestos faciais em tempo real, sem necessidade de treinamento de 
fotos, com o tempo precisará de regulação para que não usada para fins ilegais e também seja 
necessária criação de técnicas para a identificação de deepfakes. 
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