Buscar

30 Historia e Cultura Judaica (3)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 76 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Faculdade Livre de Teologia Siloé 
 HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA 
Tua palavra é a verdade 
(Jo17.v-17)
Proibido qualquer reprodução sem prévia autorização 
SUMÁRIO 
1 - O PRINCÍPIO .........................................................................................................4 
1.1. GÊNESIS 1 – “NO PRINCÍPIO CRIOU DEUS OS CÉUS E A TERRA” .........................................4 
1.2. GÊNESIS 2A – “A TERRA ERA SEM FORMA E VAZIA”..........................................................4 
1.3. GÊNESIS 2B – “E HAVIA TREVAS SOBRE A FACE DO ABISMO”.............................................4 
1.4. GÊNESIS 2C – “MAS O ESPÍRITO DE DEUS PAIRAVA SOBRE A FACE DAS ÁGUAS” ...................5 
2 - A CRIAÇÃO ...........................................................................................................5 
3 - A FORMAÇÃO DO HOMEM ....................................................................................6 
3.1. O HOMEM IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS ................................................................6 
3.2. A QUEDA DO HOMEM .................................................................................................7 
3.3. A MISERICÓRDIA DE DEUS NA EXPULSÃO......................................................................7 
3.4. O PRIMEIRO SACRIFÍCIO .............................................................................................8 
3.5. O PRIMEIRO HOMICÍDIO .............................................................................................8 
3.6. A MISTURA ENTRE CRENTES E NÃO CRENTES ...............................................................8 
3.7. O HOMEM ANTEDILUVIANO .........................................................................................9 
3.8. A MISERICÓRDIA DE DEUS NO DILÚVIO ........................................................................9 
3.9. A TORRE DE BABEL .................................................................................................11 
4 - OS FILHOS DE NOÉ – A ORIGEM DAS NAÇÕES ...................................................12 
4.1. CAM ......................................................................................................................12 
4.2. SEM.......................................................................................................................12 
4.3. JAFÉ......................................................................................................................12 
4.4. PELEGUE................................................................................................................13 
4.5. PRIMEIRO IMPÉRIO...................................................................................................13 
5 - ABRAÃO..............................................................................................................14 
5.1. O CHAMADO DE ABRAÃO ..........................................................................................14 
6 - A ERA DE MOISÉS ..............................................................................................19 
6.1. CONQUISTANDO TERRITÓRIO .....................................................................................22 
7 - JOSUÉ E A CONQUISTA DA TERRA .....................................................................22 
8 - O PERÍODO DOS JUÍZES .....................................................................................24 
9 - PRIMÓRDIOS DO REINO UNIDO ..........................................................................24 
9.1. ELI – SACERDOTE E JUIZ EM ISRAEL. ..........................................................................24 
9.2. SAMUEL .................................................................................................................24 
9.3. O POVO PEDE UM REI..............................................................................................25 
9.4. AS GUERRAS DE SAUL..............................................................................................25 
9.5. DAVI VIRA REI .........................................................................................................26 
10 - O REINO UNIDO...............................................................................................26 
10.1. SALOMÃO ...............................................................................................................27 
11 - A RUPTURA DO REINO ....................................................................................27 
11.1. REINO DO SUL.........................................................................................................28 
11.2. O CATIVEIRO...........................................................................................................29 
11.3. A RESTAURAÇÃO DOS JUDEUS...................................................................................29 
12 - O PERÍODO INTERBÍBLICO .............................................................................30 
12.1. ALEXANDRE, O GRANDE ...........................................................................................31 
12.2. O PERÍODO TOLEMAICO............................................................................................31 
12.3. O PERÍODO SELÊUCIDA ............................................................................................31 
12.4. A REVOLTA DOS MACABEUS (163 – 63 A.C.) ...............................................................32 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 2 
12.5. O REINO DE JUDÁ ...................................................................................................33 
13 - OS JUDEUS NOS SÉCULOS I AO XX A.D.......................................................... 34 
14 - CULTURA JUDAICA......................................................................................... 44 
14.1. PREMISSAS BÁSICAS DAS FESTIVIDADES JUDAICAS ......................................................45 
14.2. O QUE É UM CHAG? ................................................................................................45 
14.3. PARA QUE PRECISAMOS DE CHAGUIM?.......................................................................45 
15 - O ANO NOVO JUDAICO (ROSH HASHANA) ....................................................... 46 
15.1. O ASPECTO RELIGIOSO.............................................................................................46 
15.2. EM ISRAEL ..............................................................................................................47 
15.3. NOMES DA FESTA ....................................................................................................48 
15.4. SÍMBOLOS E MOTIVOS, USOS E COSTUMES .................................................................48 
16 - DIA DO PERDÃO (IOM KIPUR) ......................................................................... 50 
16.1. O ASPECTO RELIGIOSO.............................................................................................50 
16.2. SÍMBOLOS E MOTIVOS, USOS E COSTUMES .................................................................51 
16.3. MITZVAT.................................................................................................................51 
17 - FESTAS DAS CABANAS (SUKOT) ..................................................................... 51 
17.1. O ASPECTO RELIGIOSO.............................................................................................52 
17.2. EM ISRAEL ..............................................................................................................52 
17.3. NOMES DA FESTA ....................................................................................................52 
17.4. SÍMBOLOS E MOTIVOS, USOS E COSTUMES .................................................................53 
18 - ALEGRIA DA TORA (SIMCHAT TORA)..............................................................54 
18.1. O ASPECTO RELIGIOSO.............................................................................................54 
18.2. EM ISRAEL ..............................................................................................................55 
18.3. NOMES DA FESTA ....................................................................................................55 
18.4. SÍMBOLOS E MOTIVOS, USOS E COSTUMES .................................................................55 
19 - FESTAS DAS LUZES (CHANUKA) ..................................................................... 55 
19.1. O ASPECTO RELIGIOSO.............................................................................................56 
19.2. EM ISRAEL ..............................................................................................................56 
19.3. NOMES DA FESTA ....................................................................................................57 
19.4. SÍMBOLOS E MOTIVOS, USOS E COSTUMES .................................................................57 
19.5. MITZVOT.................................................................................................................58 
20 - TU BISHVAT.................................................................................................... 59 
20.1. O HOMEM É COMPARADO À ÁRVORE ..........................................................................59 
20.2. EM ISRAEL ..............................................................................................................60 
20.3. NOMES DA FESTA ....................................................................................................60 
20.4. SÍMBOLOS E MOTIVOS, USOS E COSTUMES .................................................................61 
20.5. MITZVAT HANETIA....................................................................................................62 
21 - A FESTA DA ALEGRIA (PURIM) ....................................................................... 62 
21.1. O ASPECTO RELIGIOSO.............................................................................................63 
21.2. EM ISRAEL ..............................................................................................................63 
21.3. NOME DA FESTA ......................................................................................................63 
21.4. SÍMBOLOS E MOTIVOS, USOS E COSTUMES .................................................................63 
22 - PÁSCOA (PESSACH) ........................................................................................ 64 
22.1. EM ISRAEL ..............................................................................................................65 
22.2. NOMES DA FESTA ....................................................................................................65 
22.3. SÍMBOLOS E MOTIVOS, USOS E COSTUMES .................................................................65 
23 - DIA DA INDEPENDÊNCIA (IOM HAATZMAUT) .................................................. 66 
23.1. O ASPECTO RELIGIOSO.............................................................................................67 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 3 
23.2. EM ISRAEL..............................................................................................................67 
23.3. NOMES DA FESTA ....................................................................................................67 
23.4. SÍMBOLOS E MOTIVOS..............................................................................................68 
23.5. O ASPECTO RELIGIOSO.............................................................................................69 
23.6. EM ISRAEL..............................................................................................................70 
23.7. NOMES DA FESTA ....................................................................................................70 
23.8. SÍMBOLOS E MOTIVOS, USOS E COSTUMES .................................................................70 
24 - FESTA DAS SEMANAS, OU DAS PRIMÍCIAS (SHAVUOT) ...................................70 
24.1. O ASPECTO RELIGIOSO.............................................................................................71 
24.2. EM ISRAEL..............................................................................................................72 
24.3. NOMES DA FESTA ....................................................................................................72 
24.4. SÍMBOLOS E MOTIVOS, USOS E COSTUMES .................................................................73 
24.5. ASSERET HADIBROT, OS DEZ MANDAMENTOS, E SEU VALOR UNIVERSAL ........................73 
24.6. MITZVOT ................................................................................................................74 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 4 
1 - O PRINCÍPIO 
Existem várias teorias em relação ao surgimento do Universo. Cada cientista tem o 
seu argumento falho e com explicações vinda de suas mentes. Mas todo cientista tem o 
mesmo problema para explicar. Em qualquer situação, como a matéria surgiu? Segundo a 
teoria do “Big Bang” (A Grande Explosão), o universo se originou através de uma grande 
explosão de uma massa de proporções gigantescas de moléculas de hidrogênio (molécula 
com 1 próton), dando origem aos vários elementos da tabela periódica e conseqüentemente, 
através das ligações químicas, surgindo os planetas, estrelas, asteróides, galáxias etc. Em 
90% do universo encontramos o hidrogênio. A água possui 2 moléculas de hidrogênio e uma 
de oxigênio. A matéria orgânica é formada basicamente de 4 moléculas de hidrogênio 
misturado com o carbono (metano). O hidrogênio é tão inflamável que já existe estudo sobre 
o seu uso na linha automotiva. Mas, quem poderia ter feito essa Grande Explosão? E de
onde veio tal matéria. Quem criou o hidrogênio?
1.1. Gênesis 1 – “No princípio criou Deus os céus e a terra” 
O verbo criar, aqui, vem do original BARA’, BAW-RAW’, que significa, “criar a partir do 
nada”. Antes do princípio, não havia matéria, pois Deus a fez a partir do nada, através de 
sua palavra. Essa palavra também é usada em Isaías 40:26. 
1.2. Gênesis 2a – “A terra era sem forma e vazia” 
Há muitas teorias entre os teólogos em relação a esse versículo. Teorias não são 
verdades e não são dignas de aceitação cega, são apenas pensamentos humanos e por isso, 
pensamentos falhos. 
Alguns dizem que a terra era sem forma e vazia porque ainda não existia vida e assim 
era vazia por não estar habitada, não ter nenhum ser e sem forma porque não havia água. 
(Imagine a terra sem água. Ela realmente seria uma grande pedra sem forma, pois a água 
que cobre a terra a faz redonda por causa da pressão atmosférica, puxando toda a massa 
para o centro da terra). 
Outra teoria diz que entre o 1º e o 2º versículo se passaram eras, milhões de anos ou 
até bilhões de anos e que, Deus não poderia ter feito uma terra sem forma e vazia e utilizam 
os versículos de Ezequiel, Isaías e Apocalipse para sugerir que Satanás tenha sido criado 
entre esses dois versículos e nesse período tenha se rebelado contra Deus, caindo na terra e 
a tornando caótica, pois no original podemos ler: “No princípio criou Elohim os céus e a 
terra e a terra se tornou um caos (chaos) e vazia (bohuw = uma ruína indescritível) e trevas 
sobre a face do abismo (mar principal, parte mais profunda das águas) e o Espírito de 
Elohim vibrando sobre as superfícies das águas.” 
1.3. Gênesis 2b – “e havia trevas sobre a face do abismo” 
Abismo, na Bíblia, se refere ao mar e não a um buraco ou grande queda numa 
montanha, como estamos acostumados. É um lugar profundíssimo, coberto pelas águas 
onde homem algum conseguiu penetrar, o mar principal. Se alguém conseguisse afundar 
até o fundodo mar, esse explodiria por causa da pressão. 
O versículo 2, parte b, diz que havia alguma coisa de trevas sobre a face do abismo. 
Os teólogos crêem que era a presença de Satanás e seus anjos caídos. Mas, se eles estão no 
mundo espiritual, estaria Deus aqui mencionando o físico? Ou o espiritual? Abismo possui 
vários significados, inclusive no espiritual. 
Seria as trevas a falta de vida? Ou simplesmente a falta de luz? É fato que a luz ainda 
não havia sido criada e quando Deus a criou fez separação entre a luz e as trevas, 
chamando a luz de dia e as treva de noite. Mas Deus, por si só é a luz? 
Lembre-se que Jesus é o pai das luzes! 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 5 
De qualquer forma, o original choshek kho-shek' trevas pode significar miséria, 
destruição, morte, fraqueza, obscuridade, ou simplesmente noite. 
1.4. Gênesis 2c – “mas o Espírito de Deus pairava sobre a face 
das águas” 
O verbo pairar, no original rachaph raw-khaf' significa vibrar, mover, chocar, assim 
como a galinha choca seus ovos (usado em Deuteronômio 32:11). A linguagem aqui utilizada 
foi para que nós humanos pudéssemos entender, assim como Jesus fazia através das 
parábolas. Assim, podemos analisar o motivo pelo qual a galinha choca seus ovos. Choca 
aquecendo o ovo para gerar vida. Isso mesmo, o Espírito de Deus aqueceu a terra para 
prepará-la para gerar vida. Deus tinha um propósito de torná-la habitada. O Espírito de 
Deus tem a função de gerar vida. Gerou na terra, gerou em Maria, Jesus, o Filho de Deus. 
Gerou ainda nos discípulos vida espiritual. “e a vós, quando estáveis mortos nos 
vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, 
perdoando-nos todos os delitos;” (Colossenses 2:13); “Quem crê em mim, como diz a 
Escritura, do seu interior correrão rios de água viva. Ora, isto ele disse a respeito do Espírito 
que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito ainda não fora dado, porque 
Jesus ainda não tinha sido glorificado”.(João 7:38-39); “E havendo dito isso, assoprou sobre 
eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo” (João 20:22). Assim como Deus soprou nas 
narinas de Adão concedendo-lhe vida, assim também Jesus assoprou sobre os discípulos 
tornando a ter a vida espiritual que Adão havia perdido. Jesus nos resgatou. 
2 - A CRIAÇÃO 
“Disse Deus: haja luz. E houve luz. Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a 
luz e as trevas. E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia 
primeiro”. (Gênesis 1:3-5) 
Existem duas teorias em relação a esse versículo. O sol só apareceu no quarto dia, 
como havia luz, dia e noite? A primeira teoria diz que Moisés estava vendo a visão das coisas 
como se ele estivesse na terra e uma grande massa impedia o sol de aparecer, mas a luz do 
sol tentava ultrapassar os gases densos da atmosfera da terra. Quando Deus fala “haja 
luminares”, significaria “apareçam luminares”, como se já existisse e apenas não aparecia. 
Dessa maneira essa teoria teria até consistência, mas existe uma outra teoria que prova, 
cientificamente, que mesmo sem o sol existe luz no universo, criado pela fricção das 
moléculas, assim como acontece com uma lâmpada incandescente. A palavra luz aqui, no 
original, é 'owr ore que se refere às ondas iniciais de energia luminosa atuando sobre a 
terra, como acontece ao nascer do sol, ou como a luz de um fogo (Is 18.4, Is 31.9). 
O fato é que, na criação, Deus primeiramente colocou ordem nas coisas, criando, nos 
quatro primeiros dias, respectivamente, a luz, o firmamento (atmosfera), a terra seca e os 
luzeiros (o sol, a lua e as estrelas). Depois, no quinto e sexto dia Deus dá vida à criação, 
criando, em sua ordem, os peixes e as aves, os animais e por fim o homem. No sétimo dia 
Deus termina a criação e a declara boa. Há uma polêmica quanto à criação do sol no quarto 
dia, depois do surgimento das plantas, mas já foi provado pela ciência que existiu 
plantações que não precisavam da luz do sol para sobreviver, mas se o dia referido é de 24 
horas, uma planta não nasce de um dia para o outro e só faz a fotossíntese após surgir suas 
folhas. 
A palavra dia vem do hebraico yowm yome, que pode ser tanto um dia de 24 horas (Gn 
7.17, Mt 17.1) como uma era, ou um tempo (Pv 25.13). Sabemos que Deus poderia 
simplesmente ter feito tudo em 6 dias normais, mas se ele fez em seis eras, não importa. O 
importante é que sabemos que Deus criou todas as coisas, de uma maneira ou de outra. 
Para esses que assumem a palavra ERA, dizem que a tarde significava o fim de uma era e a 
manhã o início de outra, se for considerado figura de linguagem, concordando até com os 
períodos em que a ciência divide a pré-história. Mas se as palavras tarde e manhã forem 
consideradas literais, assume-se o dia de 24 horas. 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 6 
Outra coisa é certa, Deus preparou a terra para o homem habitar e ainda plantou um 
Jardim no meio dela: “Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no 
Éden; e pôs ali o homem que tinha formado”. (Gênesis 2:8) 
3 - A FORMAÇÃO DO HOMEM 
A maravilha da criação de Deus é que os animais foram produzidos da água e da 
terra: “E disse Deus: Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima 
da terra no firmamento do céu”. (Gênesis 1:20); “E disse Deus: Produza a terra seres 
viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens 
segundo as suas espécies. E assim foi”. (Gênesis 1:24) Já o homem foi formado pelas mãos 
de Deus. Ele nos fez como lodo: “Eis as origens dos céus e da terra, quando foram criados. 
No dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus não havia ainda nenhuma planta do 
campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda brotado; porque o Senhor Deus 
não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem para lavrar a terra. Um vapor, 
porém, subia da terra, e regava toda a face da terra. E formou o Senhor Deus o homem do 
pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente”. 
(Gênesis 2:4-7); “Lembra-te, pois, de que do barro me formaste; e queres fazer-me tornar ao 
pó?” (Jó 10:9). 
Traduzido das demais línguas, fica: “Lembra-te, pois, de que como o lodo me 
formaste..”. Ou seja, pó com água. Cientificamente, somos formados de 75% de água e 25% 
de átomos dos mais diversos encontrados na Tabela Periódica. 
A mulher, por sua vez, foi feita por Deus a partir da costela de Adão. E o Senhor a fez 
para ser companheira e adjuntora do homem Adão, aquela que o auxiliaria e o completaria. 
O homem foi feito do pó da terra. Se analisarmos que o mundo foi feito de pó: “quando 
ele ainda não tinha feito a terra com seus campos, nem sequer o princípio do pó do mundo”. 
(Provérbios 8:26) podemos entender que o pó aqui se refere aos átomos que, analisados ao 
microscópio, parecem pó, na verdade. Cientificamente falando, todas as matérias possuem 
átomos. Já foi descoberto que o homem possui todos os elementos da Tabela Periódica. O 
homem possui, ouro, prata, fósforo, hidrogênio, Carbono, Oxigênio etc. “E formou o Senhor 
Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-
se alma vivente”. (Gênesis 2:7) No original `aphar aw-fawr' (pó) é usado tanto em Pv 8.26 
como em Gn 2.7, dando ênfase a essa teoria. 
O homem foi feito para adorar o Senhor: “E acontecerá que desde uma lua nova até a 
outra, e desde um sábado até o outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o 
Senhor”. (Isaías 66:23) Deus fez o homem para ser seu amigo. Prova disso é que o Senhor 
vinha todos os dias para conversar com ele. Ora “Já não vos chamo servos, porque o servo 
não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu 
Pai vos dei a conhecer”. (João 15:15) “E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no 
jardim à tardinha, esconderam-se o homem e suamulher da presença do Senhor Deus, 
entre as árvores do jardim”. (Gênesis 3:8). 
3.1. O Homem Imagem e Semelhança de Deus 
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; 
domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e 
sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra”. (Gênesis 1:26) 
Deus não fez o homem como fez o animal; Deus fez o homem como seu semelhante. O 
primeiro homem, Adão, foi dotado por Deus de qualidades pertencentes a Deus. Deus ama, 
pensa, fala, cria, espera etc. O homem, por ter sido feito semelhante, também. 
O homem tem a capacidade, doada por Deus, de amar, de pensar, falar, esperar, até 
criar. Adão foi dotado de tão grande inteligência que Deus, para aguçar a satisfação de 
criação, deu o direito a Adão de colocar nome a todas as coisas. “Da terra formou, pois, o 
Senhor Deus todos os animais do campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem, 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 7 
para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser vivente, isso foi o 
seu nome”. (Gênesis 2:19) Somente depois da queda é que o homem passou a receber 
influência do pecado. Antes, ele só conhecia o bem e, depois, passou a conhecer o mal e 
assim passou a praticar o mal também. É por isso que o homem precisa praticar o bem: 
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, 
tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e 
se há algum louvor, nisso pensai”. (Filipenses 4:8) 
A palavra imagem aqui vem do original tselem tseh'-lem, que significa uma figura 
representativa, uma sombra, uma imagem. E a palavra semelhança vem da repetição da 
palavra imagem anteriormente, que ao pé da letra ficaria “o homem em imagem de ele em 
imagem de Elohim (Deus no plural)”. Assim, o homem foi feito uma figura representativa de 
Deus aqui na terra, por isso o Senhor colocou no homem a responsabilidade de cuidar da 
terra e a de dar nome a todas as coisas. Realmente, somos embaixadores de Cristo, 
representantes dEle aqui na terra e por isso precisamos representá-lo bem. As pessoas 
precisam ver Cristo em nós. Imagine se uma empresa enviar uma pessoa como 
representante a um cliente e esta pessoa for até lá mal vestida e cheirando mal: o que 
pensariam dessa empresa? Precisamos exalar o perfume de Cristo! “Graças, porém, a Deus 
que em Cristo sempre nos conduz em triunfo, e por meio de nós difunde em todo lugar o 
cheiro do seu conhecimento;” (2 Coríntios 2:14) Cheiro aqui é perfume no grego euodia yoo-
o-dee'-ah. 
3.2. A Queda do Homem 
“Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer 
livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no 
dia em que dela comeres, certamente morrerás”. (Gênesis 2:16-17) 
Há quem diga que o fruto do pecado era a maçã, mas a Bíblia não fala isso. Ela 
apenas menciona “o fruto do conhecimento do bem e do mal”. Outra coisa que muitos 
ignoram é que o homem já trabalhava no Jardim, mas o pecado trouxe para a terra 
abrolhos, ou seja, dificuldade para o plantio. O que era fácil ficou difícil e trabalhoso: 
“Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden, para o lavrar e guardar”. 
(Gênesis 2:15); Com a queda do homem, a terra ficou enferma: “Ela te produzirá espinhos e 
abrolhos; e comerás das ervas do campo. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que 
tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás”. (Gênesis 3:18-
19) A mulher não sentia dores de parto, mas depois da queda ela passou a sentir: “E à
mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás à luz filhos; e
o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”. (Gênesis 3:16) A árvore da vida já
estava lá também. “E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores
agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a
árvore do conhecimento do bem e do mal”. (Gênesis 2:9).
O apontar de dedo “Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro 
que está no teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita! tira primeiro a 
trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão”. 
(Lucas 6:42). Adão culpou a Deus e a mulher: “Ao que respondeu o homem: A mulher que 
me deste por ompanheira deu-me a árvore, e eu comi”. (Gênesis 3:12). A mulher, por sua 
vez, colocou a culpa na serpente: “Perguntou o Senhor Deus à mulher: Que é isto que 
fizeste? Respondeu a mulher: A serpente enganou-me, e eu comi”. (Gênesis 3:13). 
Não seria mais rápido reconhecer seus pecados, pedir perdão e se corrigir? “O que 
encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará 
misericórdia”. (Provérbios 28:13). 
3.3. A Misericórdia de Deus na Expulsão 
Muitos consideram a expulsão do homem como um castigo, mas na verdade foi a 
misericórdia de Deus. Imagine se o homem comesse do fruto da árvore da vida e ficasse 
eternamente em pecado, sem salvação? Seria como Satanás e seus anjos decaídos. “Então 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 8 
disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem 
e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma 
e viva eternamente. O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a 
terra, de que fora tomado”. (Gênesis 3:22-23). 
3.4. O Primeiro Sacrifício 
Adão e Eva cozeram folhas de figueira: “Então foram abertos os olhos de ambos, e 
conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si 
aventais”. (Gênesis 3:7) Ora, folha de figueira não cobre ninguém, não encobre nada. Isso 
simboliza o esforço inútil do homem em se livrar do pecado: “Quem pode dizer: Purifiquei o 
meu coração, limpo estou de meu pecado?” (Provérbios 20:9). 
Quando o Senhor veste os dois com roupas de pele, ele teve que sacrificar um animal, 
para encobrir o pecado deles, ensinando assim que era necessário derramamento de sangue 
para remissão dos pecados, coisa que no futuro seria concretizado com Jesus que tira o 
pecado do mundo. “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o 
Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (João 1:29) 
Em Gênesis 3:15 ocorreu a 1ª profecia sobre o Plano de Salvação: “Porei inimizade 
entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, 
e tu lhe ferirás o calcanhar”. (Gênesis 3:15) Jesus, o filho da mulher pisaria na cabeça do 
diabo, mas a serpente feriria o seu calcanhar, o que aconteceu com a morte de cruz. 
3.5. O Primeiro Homicídio 
O primeiro homicídio ocorreu quando Caim provou a influência do pecado. Sentiu 
ódio, rancor, inveja, vontade de matar. O Senhor ensinou que caberia a Caim dominar o 
pecado e, se não dominasse, ele seria escravo do pecado: “Porventura se procederes bem, 
não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e 
sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar”. (Gênesis 4:7) Por causa do 
pecado, o homem teria que dominar seus sentimentos ruins que eles adquiriram, ao 
conhecer o mal. Caim poderia ter se arrependido e tentado agradar a Deus na próxima vez, 
e até ficar alegre pelo seu irmão de ter obtido êxito em seu sacrifício. Mas tudo o que domina 
o homem é pecado. O pecador é escravo do pecado. “Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em
verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado”. (João 8:34);
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são
lícitas; mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas”. (1 Coríntios 6:12) Hoje,
conseguimos dominar o pecado, através do Espírito da Graça: “Do mesmomodo também o
Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém,
mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. (Romanos 8:26).
Caim recebeu um sinal de modo que todos olhassem para ele não quisessem matá-lo. 
Há quem diga que Caim ficou negro. Mas isso é puro pensamento racista. A palavra Adão, 
por exemplo, em muitos escritos antigos, era ADAMI, que significa homem de cor da terra. 
Seria Adão negro e Eva branca, dando origem às demais raças? Não se sabe. Ainda, a 
questão da cor da pele, segundo os cientistas, tem muito haver com fatores geográficos, 
como o clima entre outros. Mas que sinal era aquele de Caim? Ora, se observarmos bem no 
semblante dos assassinos e dos homens maus, podemos notar um semblante assustador e 
feio enquanto que, se observarmos o semblante dos servos de Deus, podemos ver um brilho 
diferente. Não sabemos, ao certo, que sinal foi aquele, pois a Bíblia não relata, por isso, não 
devemos ficar por aí falando coisas que não convém a santos. Da linhagem de Caim, 
podemos notar que veio Lameque, outro homicida e, ainda, o introdutor do pecado da 
poligamia, com suas duas mulheres. 
3.6. A Mistura Entre Crentes e Não Crentes 
“Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes 
nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 9 
tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: O meu 
Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias 
serão cento e vinte anos. Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, 
quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. 
Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antigüidade. Viu o 
Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos 
pensamentos de seu coração era má continuamente”. (Gênesis 6:1-5). 
Há uma corrente de pensamento que diz que os anjos tiveram relações com mulheres 
e nasceram gigantes. Mas isso está DETONADO: 
1. Jesus nos explicou que os anjos não têm sexo: “mas os que são julgados dignos de
alcançar o mundo vindouro, e a ressurreição dentre os mortos, nem se casam nem
se dão em casamento; porque já não podem mais morrer; pois são iguais aos
anjos, e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição” (Lucas 20:35-36).
2. Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de
Deus conheceram as filhas dos homens, Os nefilins (gigantes) estavam na terra
tanto antes como DEPOIS, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos
homens.
A. Explicação Teológica. Antes do dilúvio, percebe-se que restara apenas a família de
Noé na Terra que falava o nome de Deus. Sete nasceu e passou a adorar ao Senhor. Então 
temos 2 linhagens diferentes: uma de crentes, filhos de Deus, e outra de homens naturais. 
Aconteceu que os homens servos passaram a se casar também com mulheres da linhagem 
de Caim. Se observarmos a desgraça espiritual em que Salomão caíra por casar-se com 
mulheres idólatras, podemos entender o porquê de ter sobrado apenas uma família na terra: 
a de Noé. O restante não buscava mais a Deus e queriam viver suas vidas a seus próprios 
modos. Os homens não respeitavam mais o matrimônio. “Honrado seja entre todos o 
matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os julgará”. (Hebreus 
13:4). 
3.7. O Homem Antediluviano 
O homem antediluviano era inteligente, ao contrário do que os cientistas dizem. Qual 
tamanho da inteligência de Adão em atribuir nome a todas as coisas? “... e os trouxe ao 
homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser vivente, 
isso foi o seu nome”. (Gênesis 2:19); Também, eram inventores. Inventaram a poligamia, os 
instrumentos de música, a metalurgia: “Lameque tomou para si duas mulheres: o nome 
duma era Ada, e o nome da outra Zila. E Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que 
habitam em tendas e possuem gado. O nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos 
os que tocam harpa e flauta. A Zila também nasceu um filho, Tubal-Caim, fabricante de 
todo instrumento cortante de cobre e de ferro; e a irmã de Tubal-Caim foi Naama”. (Gênesis 
4:19-22). Ainda, era um povo de guerra: “... Esses nefilins eram os valentes, os homens de 
renome, que houve na antigüidade”. (Gênesis 6:4) Quando Sete nasceu, o Senhor passou a 
ser cultuado (Gênesis 4:25,26), mas com o passar do tempo, só restou a família de Noé para 
cultuar a Deus. 
3.8. A Misericórdia de Deus no Dilúvio 
Imagine se o dilúvio não acontecesse. Será que os filhos de Noé iam conseguir mudar 
a situação do mundo moralmente caótico daquela época? Se observarmos quão devasso era 
Cam, podemos observar que o Dilúvio foi providencial para o novo começo. Deus limpou a 
terra para que o homem pudesse ter novamente uma chance. (O verbo destruir machah 
maw-khaw' tem o sentido de apagar, lançar fora, varrer. Com isso dá-se a entender que 
Deus queria limpar a terra para um novo começo.) Quando Gn 5.6 fala sobre a palavra 
arrependimento, no original nacham naw-kham mostra que doeu no coração leb labe de 
Deus ter feito o homem e visto que eles caminhavam sempre para a perdição. Essa é a 
mesma dor que Deus sente ao ver o ímpio indo para o inferno: “Dize-lhes: Vivo eu, diz o 
Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim em que o ímpio se converta 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 10 
do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por 
que morrereis, ó casa de Israel?” (Ezequiel 33:11). 
Com um novo começo a raça humana teria uma chance para voltar a Deus. “Viu o 
Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos 
pensamentos de seu coração era má continuamente”. (Gênesis 6:5, qv Gn 6.5-10). 
Noé passou grande parte de sua vida construindo a Arca, que era um navio com 
medidas suficientes para embarcar todas as espécies de animais da terra e a família de Noé, 
combatendo todo cético que diz o contrário. Vejamos as instruções de Deus a Noé: 
1. A madeira teria que ser de Gôfer; certamente, uma madeira resistente à água.
2. Teria que ser feito três compartimentos e seria revestido de betume, por dentro e
por fora, para não entrar água e assim não afundar.
3. Cada compartimento seria subdividido em várias partições, onde se encaixariam
as várias espécies de criatura.
4. As dimensões exatas o Senhor lhe transmite.
5. Deveria ter uma janela pequena no topo para deixar entrar a luz.
6. Teria que ter uma porta ao lado para entrar e sair. Todos os animais, segundo a
sua espécie deveria entrar na arca, inclusive tudo que era para mantimento.
As dimensões da arca eram: “Desta maneira a farás: o comprimento da arca será de 
trezentos côvados, a sua largura de cinqüenta e a sua altura de trinta”. (Gênesis 6:15). 
Traduzindo para nossa medida atual, teremos 450 pés de comprimento, 75 de largura 
e 45 de altura. Em metros temos: 137 metros de comprimento, 23 metros de largura e 14 
metros de altura. Era um pouco parecido com um navio cargueiro em suas dimensões, 
sendo 7 vezes mais cumprido que a sua largura, fora os compartimentos. Eram 44.114.000 
litros de capacidade. Era espaço suficiente para colocar um casal de cada espécie de animal, 
incluindo os pássaros e borboletas. 
Para acontecer o Dilúvio, as águas não só caíram da chuva mas também subiram da 
terra, do abismo, das fontes das águas. Foi um fenômeno que só Deus poderia fazer 
acontecer e não somente um simples fato da natureza. “No ano seiscentos da vida de Noé, 
no mês segundo, aos dezessete dias do mês, romperam-se todas as fontes do grande 
abismo, e as janelas do céu se abriram, e caiu chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta 
noites”. (Gênesis 7:11-12). 
Quando começoua chover, Noé entrou na arca com sua família e o Senhor lacrou a 
porta com betume, por fora, para que não entrasse água dentro da arca. (q.v. Gênesis 7:16) 
Dessa maneira, quando o povo viu que a profecia de Noé era verdadeira, já era tarde. Muitos 
até bateram na porta mas esta já estava fechada e lacrada com betume. 
Noé permaneceu na arca durante 370 dias, porque após chover 40 dias e 40 noites as 
águas ainda continuavam a crescer, porque vinham das profundezas da terra, formada 
pelos grandes lençóis de água e pela água dos mares que invadiu a terra, mostrando a 
totalidade do dilúvio sobre a terra e não somente a parcialidade. Por isso, além dos 40 dias e 
noites, foram mais 150 dias crescendo. (Gênesis 7:11;8:13-14) É claro que Noé deve ter 
atracado no pico mais alto da terra. Por isso acreditam ser o Arará esse pico, pois mede 
5230 metros de altura acima do nível do mar. 
Com a descida da água, o pico foi ficando cada vez mais frio e, por isso, os homens 
começaram a descer até que eles encontraram o vale, onde se tem este vale como o berço da 
nova civilização que futuramente muitos iriam se corromper (Torre de Babel). Mas no início, 
a primeira coisa que Noé fez foi cultuar ao Senhor com o sacrifício, ainda prefigurando o 
sacrifício de Jesus: “Edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e de 
toda ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar”. (Gênesis 8:20). Dessa maneira, o culto 
ao Senhor ficou restabelecido na terra e toda a família de Noé adorou ao Senhor. 
Nesse momento, o Senhor estabeleceu um Novo Concerto com o homem, ou seja, uma 
Nova Aliança: (Gênesis 8:21-22) Sendo assim, nunca mais haverá dilúvio que destrua todos 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 11 
os seres viventes da terra. E para selar essa aliança, o Senhor colocou sobre a água uma 
propriedade que produz o efeito de separar as cores da luz solar -como acontece num 
cristal- de maneira que o sol em contato com a chuva produz esse arco colorido (arco íris) 
que vemos geralmente quando temos sol e chuva juntos: (Gênesis 9:12-16). Não significa 
que Deus se esquece das coisas, não. A Palavra lembrar aqui é usada mais uma vez como 
uma forma de entendermos em linguagem humana aquilo que o Senhor quer falar. 
Na verdade, somos nós que lembramos desse episódio, quando vemos o arco íris sobre 
as nuvens e assim sabemos que nunca mais haverá Dilúvio sobre a terra. A partir desse 
novo concerto, o Senhor permitiu ao homem comer carne e a idade do homem passou a ser 
na faixa dos 120 anos. “A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua 
robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa 
rapidamente, e nós voamos”. (Salmos 90:10). 
3.9. A Torre de Babel 
À medida que as águas iam secando, os homens iam descendo até que chegaram a um 
vale. Nesse vale, eles começaram a se estabelecer. Todo o povo era um só povo, pois todos 
possuíam a mesma língua: “Ora, toda a terra tinha uma só língua e um só idioma. E 
deslocando-se os homens para o oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e ali 
habitaram. Disseram uns aos outros: Eia pois, façamos tijolos, e queimemo-los bem. Os 
tijolos lhes serviram de pedras e o betume de argamassa. Disseram mais: Eia, edifiquemos 
para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu, e façamo-nos um nome, para que 
não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra”. (Gênesis 11:1-4). 
Nessa época, governava sobre o povo o neto de Cão: Ninrode, filho de Cuche que era 
filho de Cão, o amaldiçoado. Ninrode era poderoso caçador na terra e recebeu fama e 
edificou cidades: “O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de 
Sinar. Desta mesma terra saiu ele para a Assíria e edificou Nínive, Reobote-Ir, Calá, e Résem 
entre Nínive e Calá (esta é a grande cidade)”. (Gênesis 10:10-12). Ninrode foi também 
responsável a trazer ídolos para adoração e a promover culto a falsos deuses. Note, também, 
que depois do episódio em Babel ele foi para a Assíria e edificou Nínive (a mesma em que 
Jonas foi enviado para profetizar), que foi um grande inimigo de Israel. 
Ninrode levou o povo a edificar uma torre com o propósito de se tornarem grandes, 
fortes e poderosos, de maneira que eles não fossem espalhados sobre a face da terra. Desse 
jeito, com certeza, o povo ia entrar em um estado de corrupção muito grande, pois se 
desviaram da vontade de Deus, estavam se considerando grandes e poderosos e possuíam 
uma liderança nociva, como a de Ninrode. O Senhor, conhecedor de todas as coisas, sabia 
que se eles permanecessem daquela maneira, a corrupção seria grande. Por isso, o Senhor 
tomou uma atitude corretiva, confundindo a língua dos povos e espalhando-os sobre a face 
da terra: “Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens 
edificavam; e disse: Eis que o povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam 
a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos, e 
confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda um a língua do outro. Assim o 
Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade. Por 
isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a 
terra, e dali o Senhor os espalhou sobre a face de toda a terra”. (Gênesis 11:5-9). 
Note que o verbo usado aqui está na primeira pessoa do plural, significando que o 
Deus Trino tomou essa atitude. Nesta passagem, podemos notar também que assim como 
os homens eram um, simplesmente por pensarem e agirem de comum acordo, assim 
também Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo são uma só pessoa. Apesar de terem 
funções diferentes, o Senhor Deus opera com um só propósito e um só pensamento. Como 
exemplo, o Deus Pai planejou a Salvação para o homem, o Deus Filho Consumou essa 
salvação e o Deus Espírito Santo nos regenera, nos preparando para vivermos para sempre 
com Cristo. 
Muitos se questionam sobre qual teria sido a primeira língua da raça humana. Isso 
não importa. De repente essa língua nem exista mais e até mesmo tenha sido extingüida 
nesse dia. Muitos acreditam que tenha sido o hebraico, mas é apenas mera especulação. Os 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 12 
filólogos (cientistas que estudam a flexão das línguas), por mais que estudem, nunca 
chegarão à língua original, pois, no dia em que Deus confundiu as línguas, a original deve 
ter sido extingüida e, por mais que eles estudem, eles chegam ao máximo de três grupos 
distintos e, depois disso, não encontram mais fundamento. Por isso, as línguas separam-se 
em três grupos principais. Desses três grupos principais, outras línguas foram surgindo e 
outras se extingüindo. É como o caso do latim, que deu origem às línguas latinas, como o 
Português, o Espanhol, o Francês. A língua saxônica deu origem ao Inglês, por exemplo. O 
hebraico e as línguas arábicas tiveram outra origem. O Tupi-Guarani, língua dos nativos 
brasileiros, perdeu lugar para o Português e foi-se extingüindo. Existem tribos, ainda hoje, 
que falam essa língua, principalmente no Paraguai, onde a língua oficial é o Tupi-guarani. 
Enfim, as flexões das línguas realmente existem e sua origem se encontra no dia da 
confusão das línguas, em Babel (nome que significa confusão). Daí, muitas línguas surgiram 
e outras se extingüiram. 
4 - OS FILHOS DE NOÉ – A ORIGEM DAS 
NAÇÕES 
4.1. Cam 
A. Seus descendentes: Canaã - os que habitavam a Palestina; Pute (Líbia); Mizraim
(Egito); Cuxe (Etiópia). 
As práticas cananitas e de seus descendentes, eram totalmente idólatras e imorais. Os 
descendentes de Canaã foram os povos expulsos da terra prometida, por sua rebeldia a 
Deus. (Gn 10:5,8; Lv 18:19,25; Ex 34:11,12; Dt 7:1,5). 
4.2. Sem 
"Bendito seja Jeová, Deus de Sem”. "O Senhor = Jeová"- é o nome pessoal de Deus, 
que destaca a obra redentora de Deus. Este seria o Deus deSem. Isto significa que Sem e 
seus descendentes seriam portadores especiais da revelação divina. JEOVÁ é o nome de 
Deus, Israel é descendente de Sem; a lei e os profetas, como também Cristo na Sua 
humanidade, vieram desta linhagem. 
Seus descendentes: assírios, babilônicos, árabes, hebreus (estes de Arfaxade). Gn 9: 
26 - "Disse mais: Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo”. 
4.3. Jafé 
"Engrandeça Deus a Jafé, e habite com ele nas tendas de Sem..”. Esta profecia indica 
extensão política, e que os de Jafé tomariam parte nas bênçãos dadas a Sem. Hoje, as 
nações que vieram de Jafé são as que dominam a política mundial e que também se 
beneficiaram do evangelho e mais espalham a Palavra de Deus pelo mundo. O Novo 
Testamento foi escrito por semitas, mas em língua jafética (grego). 
Seus descendentes: Gogue (citas, russos); Javã (gregos, italianos, franceses, 
espanhóis); Tubal (povos da região sul do mar Negro – provavelmente a cidade de Tubolski 
preserve o nome da tribo inicial); Gomer (alemães, celtas, eslavos, escandinavos, geters, 
teutões, belgas, anglo-saxões, holandeses, suíços); Meseque (russos); Mada (hindus e 
persas); Tiras (búlgaros e gregos). 
Observações 
De acordo com as genealogias de Gn 5,10 e 11: 
1. Houve 1656 anos entre Adão e o dilúvio.
2. 427 entre o dilúvio e Abrão.
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 13 
3. Por 243 anos Adão conviveu com Matusalém.
4. Por 600 anos, Noé conviveu com Matusalém.
5. Por 98 anos, Noé conviveu com Sem.
6. Matusalém morreu no ano do dilúvio.
7. Entre a morte de Adão e o nascimento de Noé, houve só 126 anos.
8. Noé viveu 350 anos após o dilúvio e morreu 2 anos depois de Abraão nascer.
9. Sem viveu 98 anos antes do dilúvio e até 502 após.
10. Sem viveu 75 anos após a entrada de Abraão em Canaã.
4.4. Pelegue 
Gn 10: 25 - "Em seus dias se repartiu a terra". Pode ser uma referência ao jugo de 
Babel e pode significar uma modificação na geologia da terra. Gn 11: 17,19 - "Viveu Eber, 
depois que gerou a Pelegue, quatrocentos e trinta anos; e gerou filhos e filhas. Pelegue viveu 
trinta anos, e gerou a Reú. Viveu Pelegue, depois que gerou duzentos e nove anos; e gerou 
filhos e filhas". Até Heber, a média de idade caiu para 400 anos e ficou assim por muitas 
gerações. Mas depois de Pelegue, caiu para 200 anos de uma geração para outra. Isto pode 
indicar que uma grande alteração climática causou a queda de longevidade. 
Sempre que Deus revela a Sua vontade, os poderes das trevas começam a trabalhar 
para que a raça humana não faça a vontade de Deus, nem a entenda. 
4.5. Primeiro Império 
Ninrod - (neto de Cão) começou a se destacar. 
Ninrod vem do hebraico "marad" = "rebelar-se". A tradução literal do seu nome poderia 
ser: "vamos nos revoltar". Gn 10: 8,9 - "Cuche também gerou a Ninrod, o qual foi o primeiro 
a ser poderoso na terra. Ele era poderoso caçador diante do Senhor; pelo que se diz: Como 
Ninrod, poderoso caçador diante do Senhor”. 
Dentro do contexto bíblico, expressões como: "valente", "poderoso" não tem boa 
conotação. Compare Sl 51:17, Is 57:15, II Co 12:9,10. 
Ninrod foi a primeira tentativa de satanás de formar um ditador mundial. Ele foi o 
primeiro tipo de Anticristo. Ele fundou um reino EM OPOSIÇÃO ao reino de Deus e chefiou 
a construção de uma torre (Babel) para a adoração dos astros, e de uma cidade - Babilônia - 
onde se originou todo o sistema anti-Deus. Todas as religiões falsas do mundo têm sua 
origem em Babilônia. 
Ap 17: 5 - "E na sua fronte estava escrito um nome simbólico: A grande Babilônia, a 
mãe das prostituições e das abominações da terra”.Gn 10: 10 - "O princípio de seu reino foi 
Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar”.Deus havia planejado um reino, um 
governo, mas quando lemos Gn 10: 10 vemos claramente que outro reino estava sendo 
formado em oposição ao de Deus. Gn 11: 4 - "Disseram mais: Eia, edifiquemos para nós 
uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu, e façamos nos um nome, para que não 
sejamos espalhados sobre a face de toda a terra”. 
Demonstrando sua profunda rebeldia contra Deus, Ninrode chefiou a construção de 
"uma cidade e uma torre cujo topo chegue até aos céus...”. O sentido literal destas palavras, 
revela que era uma torre para a adoração dos astros, a lua, o sol, as estrelas, e a história 
também mostra isto. Babel foi o modelo de todos os zigurates - o último degrau de um 
zigurate (geralmente havia 7), era considerado a "entrada do céu". Usando betume na 
construção da torre de Babel, junto com tijolos (no lugar de pedras) feitos por eles mesmos 
(OBRAS) , eles mostraram sua rejeição a Deus, pois o betume era símbolo de expiação (é a 
mesma palavra de Lv 17:11 ). Com isto estavam declarando que não precisavam da salvação 
de Deus, pois podiam fazer a sua própria salvação. Toda religião falsa tem seus próprios 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 14 
métodos para chegar a Deus, cometendo portanto o mesmo erro, e se desviando do "ÚNICO 
CAMINHO QUE É O SENHOR JESUS CRISTO". ( Jo 14: 6). A confusão das línguas é uma 
maldição sobre a raça humana, mas ainda não é o juízo de Deus; este se dará na tribulação. 
Desde que foram espalhadas, as nações estão entregues a seus próprios caminhos, sem se 
lembrarem que Deus tem o total controle da história e que um dia se cumprirá o Sl 2:2,4 - 
"Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram contra o Senhor e contra o 
seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas. 
Aquele que está sentado nos céus se rirá; o Senhor zombará deles”. 
Este período termina com a intervenção e a vitória de Deus sobre as trevas, para 
continuar o Seu plano redentor para o homem. 
5 - ABRAÃO 
Abraão, de origem Semita, do povo amorreu, nome original Abrão, nasceu em Ur dos 
Caldeus em 2160 a.C., região da Babilônia. Ur era uma cidade costeira na época de Abrão, 
que aos poucos foi se afastando do Golfo Pérsico devido à deposição de lodo dos rios Tigre e 
Eufrates. Ur era consagrada à deusa Lua. 
Originalmente, todos eram monoteístas, mas com a dispersão dos povos e mistura 
entre eles, foram surgindo deuses inventados. Para cada força da natureza se inventava um 
deus responsável àquilo e as pessoas passaram a adorar. Originalmente, deram origem a 3 
deuses: 
1. Anu, deus dos céus;
2. Bel, o senhor do mundo invisível;
3. Hea, a deusa dos infernos. Depois, inventaram uma esposa para Bel, de nome
Astarate (Afrodite ou Vênus para os gregos).
Abrão vivia numa terra idólatra, onde sua família possuía uma forma meio católica de 
adoração, eles tinham ídolos do lar. “Ora, tendo Labão ido tosquiar as suas ovelhas, Raquel 
furtou os ídolos que pertenciam a seu pai”. (Gênesis 31:19). Abrão casou-se com Sarai, filha 
de seu pai, Tera: “Além disso ela é realmente minha irmã, filha de meu pai, ainda que não 
de minha mãe; e veio a ser minha mulher”. (Gênesis 20:12). 
A arqueologia encontrou, em Ur, alguns escritos, onde encontra-se um documento em 
cerâmica, de um certo Abrão que arrendava um trato de terra e alugava bois e criados para 
a terra. Ainda, encontraram em Ugarite, na Síria, um fragmento de tablete, em que Teraque 
é dado como um comandante de um grande exército de mercenários. Em Gn 12 verificamos 
que Abraão tinha conhecimento de táticas de guerra. Teria ele aprendido de seu pai? A 
tradição islâmica diz que Abraão teria sido prefeito de Damasco. 
Conta-se no Talmude que Tera era fabricante de ídolos e, certa vez, tendo o seu pai 
saído, Abraão quebrou os ídolos do pai e pegou o martelo com o qual fizera a "quebradeira" e 
colocou esse martelo na mão de um único ídolo que deixou inteiro. O pai chegou e ficou 
furioso e logo acusou Abraão que se defendeu dizendo que não fora ele mas sim o ídolo que 
estava com o martelo nas mãos. O pai reagiu dizendo que o ídolo não andava, nem saia do 
lugar, não fazia nada,como faria isso? Foi assim que o jovem conseguiu explicar ao pai que 
aquele ídolo não podia nem com um martelo, nem se locomover, nem os demais puderam se 
defender, como poderiam então as estátuas ajudá-los? 
5.1. O Chamado de Abraão 
Passado alguns anos, depois da confusão das línguas, o Senhor começou a agir em 
relação ao Plano da Salvação: Ele escolheu um homem para dar início a uma nação que 
guardasse os mandamentos de Deus e rejeitasse toda prática mundana e idólatra dos 
outros povos. A razão disso é que nessa nação seriam guardados os oráculos de Deus e 
ainda por cima seria o local onde nasceria o Messias Salvador. 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 15 
Mas, para isso, essa nação teria que ser diferente dos outros povos, pois teria que 
adorar um Único e Verdadeiro Deus. Dessa maneira, o Senhor, conhecedor de todo o futuro 
da humanidade, escolheu a Abrão, da descendência abençoada de Sem, filho de Noé, dando 
continuidade à Sua Promessa de salvar o homem, conforme Gn 3.15. 
O Senhor, então, fez uma aliança com Abrão: “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da 
tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei 
de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção. 
Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão 
benditas todas as famílias da terra”. (Gênesis 12:1-3). Nessa aliança, Abraão, como prova de 
sua obediência e propósito divino, teria que sair de sua terra e ir para um lugar distante 
onde o Senhor lhe mostraria. Note que Abrão, nesse instante, não sabia para onde Deus o 
enviaria, mas mesmo assim ele obedeceu. Ainda, nesta aliança, o Senhor faria dele uma 
grande nação, que nos prova que Abraão era homem de fé, pois nesta ocasião ele já estava 
com 75 anos e sua mulher ainda não tinha lhe dado filhos e ainda por cima era estéril. Mas 
ele não duvidou! Outro aspecto desta aliança é que Abraão seria abençoado por Deus e o 
seu nome seria engrandecido. Hoje, todas as nações conhecem o nome de Abraão, mas em 
sua época ele morreu somente com a fé e a esperança, através de seu filho Isaque. Também, 
podemos ver que o povo Israelita é um povo abençoado, onde aparecem sempre novas 
descobertas científicas e tecnológicas, que fazem plantações no deserto, através do cultivo 
aéreo etc. Ainda, seriam abençoados os que o abençoasse e seria amaldiçoado os que o 
amaldiçoasse. E isso nos mostra também um aspecto escatológico, pois as nações que forem 
parceiras de Israel entrarão no Milênio e as nações que forem contra Israel serão 
aniquiladas, depois da Grande Tribulação, que já é um assunto para mais adiante. “Porque 
a nação e o reino que não te servirem perecerão; sim, essas nações serão de todo assoladas”. 
(Isaías 60:12) Mas, podemos notar que em todos os tempos as nações que se levantam 
contra Israel sempre sofrem o dano. Israel é a nação amada por Deus, embora muitos o 
rejeitaram. 
Quando Abraão entrou na Palestina, pode ver o Mar Morto original, antes da 
destruição de Sodoma e Gomorra. Hoje, ao olhar a região do Mar Morto não dá para ver 
campinas como Abraão narrava, claro, pois com a destruição de Sodoma e Gomorra até o 
Mar Morto foi afetado e lá não há vida. O Mar Morto tem esse nome devido ao fato de a 
quantidade de sal que contém ser seis vezes superior à dos restantes oceanos, o que torna 
impossível qualquer forma de vida – flora ou fauna – nas suas águas. Qualquer peixe que 
seja transportado pelo Rio Jordão morre imediatamente, assim que desagua neste lago de 
água salgada. A sua água é composta por vários tipos de sais, alguns dos quais só se 
encontram nesta região do mundo. Em termos de concentração e em comparação com a 
concentração média dos restantes oceanos, em que o valor de gramas de sal, por cem 
mililitros de água, não passa de três gramas, no Mar Morto essa taxa é de 30 a 35 gramas 
de sal por 100 mililitros de água, ou seja, dez vezes superior. A designação de Mar Morto só 
passou a ser utilizada a partir do século II, depois de Cristo. Ao longo dos séculos 
anteriores, outros e vários foram os nomes com que era conhecido e disso nos dá conta, 
entre outras fontes, a Bíblia Sagrada, concretamente alguns dos Livros do Antigo 
Testamento. Assim, nos Livros Génesis 14,3 e Josué 3,16 aparece com o nome de mar 
Salgado. Com o nome de mar de Arabá aparece em Deuteronómio 3,17 e em II Reis 14,25. 
Já em Joel 2,20 e Zacarias 14,8 surge como mar Oriental. Fora da Bíblia Sagrada, Flávio 
Josefo chamou-lhe lago de Asfalto e o Talmude designou-o por mar de Sodoma, mar de Lot 
entre outros nomes que ele recebeu. 
Além de Isaque, é claro, havia Ismael, que Abraão, tomou Agar e teve um filho com ela, 
em nome de Sara. Ismael deu origem aos árabes, que deu origem à religião Islâmica, grande 
inimiga de Israel. Além de Ismael e Isaque, Abraão ainda teve outros filhos com a mulher de 
sua viuvez, Quetura (Gênesis 25:2-6). 
Com o passar dos anos, todos esses filhos se multiplicaram e deu origem à povos e 
nações e a reis, conforme o Senhor tinha lhe prometido. 
A parte mais importante dessa aliança é que “em ti serão benditas todas as famílias da 
terra”. Essa chamada declara Israel como um povo sacerdotal que deveria trazer bênção às 
nações, que deveria pregar o amor de Deus à todas as criaturas e a convertê-las ao Senhor. 
Mas, Israel se contraiu e permaneceu em si, rejeitando pregar para samaritanos, para 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 16 
pecadores etc. É certo que eles não poderiam se juntar a eles, para que não se 
corrompessem também, mas Israel recebeu a missão de trazer os pecadores para Deus. E 
isso, embora os Israelitas em si não quisessem, se cumpriu quando o Judeu Jesus trouxe 
pecadores para se converterem a Deus e fez com que Nele todas as famílias da terra fossem 
benditas. Por isso, o desejo de Deus é que todas as famílias da terra se convertam e não 
somente algumas, como os Calvinistas declaram, pois “O Senhor não retarda a sua 
promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não 
querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se”. (2 Pedro 3:9) E, 
se pelo menos uma pessoa de cada família se convertesse, essa pessoa pregaria para os 
demais membros desta família e toda a terra se converteria ao Senhor. É por isso que 
Satanás ataca tanto as famílias, fazendo com que muitas se separem e se destruam entre si. 
Sendo assim, como pudemos ver, a Aliança de Deus com Abraão é o motivo de que Hoje nós 
somos povo de propriedade peculiar de Deus. E esse detalhe falaremos mais tarde quando 
falarmos do período da Graça. 
Abraão, em cada pedaço de terra que ele peregrinava, o Senhor lhe dava como 
possessão, ainda que haviam habitantes naqueles lugares - e tudo isso pela fé. Durante esta 
caminhada de fé, Abraão demarcou o território Israelita (Deuteronômio 11:24). Esse 
território ainda não foi completamente ocupado por Israel, nem nos tempos antigos, onde 
eles alcançaram, sim, uma grande parte desse território. Mas, no Milênio, o Senhor colocará 
Israel em seus termos: “A terra que ainda fica é esta: todas as regiões dos filisteus, bem 
como todas as dos gesureus, desde Sior, que está defronte do Egito, até o termo de Ecrom 
para o norte, que se tem como pertencente aos cananeus; os cinco chefes dos filisteus; o 
gazeu, o asdodeu, o asqueloneu, o giteu, e o ecroneu; também os aveus; no sul toda a terra, 
dos cananeus, e Meara, que pertence aos sidônios, até Afeca, até o termo dos amorreus; 
como também a terra dos Gebalitas, e todo o Líbano para o nascente do sol, desde Baal-
Gade, ao pé do monte Hermom, até a entrada de Hamate; todos os habitantes da região 
montanhosa desde o Líbano até Misrefote-Maim, a saber, todos os sidônios. Eu os lançarei 
de diante dos filhos de Israel; tão-somente reparte a terra a Israel por herança, como já te 
mandei”. (Josué 13:2-6) Osfilisteus são conhecidos hoje pelo nome de palestinos, 
simplesmente porque ao longo dos anos a palavra filisteus sofreu flexões até que chegou ao 
nome palestinos. No Milênio, Israel tomará posse de todas essas terras, onde será a capital 
do Mundo. 
Ainda, Abraão, durante a sua peregrinação, se encontra com um personagem muito 
importante: Melquisedeque (Gênesis 14:18-20). 
É um fato muito interessante que Melquisedeque era chamado de Rei de Salém, ou 
seja, Rei da Paz. Ainda, é interessante vermos que ele celebrou a Santa Ceia, trazendo pão e 
vinho, que futuramente seria realizado pelo Senhor Jesus, nosso Rei da Paz, na noite em 
que Ele havia de ser traído por Judas Iscariotes: (Lucas 22:15-20) Sim, Melquisedeque, o 
qual não se conhece a sua genealogia, nem o seu destino, celebrou a Ceia, prefigurando a 
morte e o derramamento de sangue de Jesus Cristo, que nos trouxe uma Nova Aliança. 
(Aliança, Pacto, Conserto, são palavras sinônimas, pois possuem o mesmo significado.) Na 
verdade, esse Servo do Altíssimo foi muito importante, pois fez com que o Senhor Jesus 
fosse reconhecido como Sumo Sacerdote: “Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és 
sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”.(Salmos 110:4). 
Veja tamanha importância de Melquisedeque em (Hebreus 7:1-8). 
Quando Abrão tinha 99 anos, chegou o tempo de Deus para Isaque nascer e, assim, o 
Senhor firmou um pacto com ele, onde, como sinal, o nome dele seria mudado para Abraão 
e todo varão teria que ser circuncidado. Abrão (Pai exaltado) mudou para Abraão (Pai duma 
multidão). 
Vejamos, com atenção, os termos deste pacto: “Ao que Abrão se prostrou com o rosto 
em terra, e Deus falou-lhe, dizendo: Quanto a mim, eis que o meu pacto é contigo, e serás 
pai de muitas nações; não mais serás chamado Abrão, mas Abraão será o teu nome; pois 
por pai de muitas nações te hei posto; far-te-ei frutificar sobremaneira, e de ti farei nações, e 
reis sairão de ti; estabelecerei o meu pacto contigo e com a tua descendência depois de ti em 
suas gerações, como pacto perpétuo, para te ser por Deus a ti e à tua descendência depois 
de ti. Dar-te-ei a ti e à tua descendência depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 17 
terra de Canaã, em perpétua possessão; e serei o seu Deus. Disse mais Deus a Abraão: Ora, 
quanto a ti, guardarás o meu pacto, tu e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações. 
Este é o meu pacto, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: todo 
varão dentre vós será circuncidado” (Gênesis 17:3-10). A circuncisão, então, era sinal entre 
os israelitas e Deus de um pacto perpétuo. Mas é bom lembrarmos que ele recebeu sinal de 
justiça antes mesmo da circuncisão, por causa da fé (Gênesis 15:5-6). 
Durante a época da igreja primitiva, muitas foram as tentativas de incluir no culto a 
circuncisão, mas Paulo combateu insensantemente contra isso, pois a verdadeira 
circuncisão era aquela feita no coração. E Paulo conhecia as Escrituras, pois mesmo no 
Antigo Testamento o Senhor falava sobre isso, mesmo na Época de Moisés: “Circuncidai, 
pois, o prepúcio do vosso coração, e não mais endureçais a vossa cerviz”. (Deuteronômio 
10:16). 
“Ora, Abraão tinha cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho” (Gênesis 21:5). 
Sim, foram 25 anos de espera para que nascesse o filho da promessa. Mas não bastava isso, 
o Senhor ainda precisava prová-lo, se ele amava mais o abençoador do que a bênção e
também foi provado que ele tinha fé até de que Deus podia ressuscitar seu filho dentre os
mortos. “Pela fé Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu unigênito
aquele que recebera as promessas, e a quem se havia dito: Em Isaque será chamada a tua
descendência, julgando que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar; e daí
também em figura o recobrou”. (Hebreus 11:17-19) E, se pararmos para meditar, o Senhor
Deus, Pai de Jesus, ofereceu seu Filho como sacrifício por nós, que cremos, e ainda
ressuscitou a seu Filho Jesus dentre os mortos. O crente Abraão realmente estava
guardando os preceitos de Deus.
Passado algum tempo, temos outro fato curioso, em que Abraão enviou seu servo para 
buscar uma esposa para Isaque: “E disse Abraão ao seu servo, o mais antigo da casa, que 
tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe a tua mão debaixo da minha coxa, para que 
eu te faça jurar pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não tomarás para meu filho 
mulher dentre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito; mas que irás à minha 
terra e à minha parentela, e dali tomarás mulher para meu filho Isaque”. (Gênesis 24:2-4). 
Esse fato é mais uma maneira de Deus nos ensinar através dos fatos, pois Ele enviou o 
Espírito Santo para buscar uma noiva para seu Filho Jesus. E é por isso que o Espírito 
Santo nos conduz à salvação através desse deserto da vida e, em breve, nos encontraremos 
com o Noivo Jesus, que receberá a sua igreja (noiva) para morarmos para sempre com Ele. 
Aleluia! 
Isaque foi o filho da promessa e por isso em Isaque foi chamado a descendência de 
Abraão. Ele também recebeu a confirmação da promessa, por parte do Senhor: “Depois 
subiu dali a Beer-Seba. E apareceu-lhe o Senhor na mesma noite e disse: Eu sou o Deus de 
Abraão, teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e te abençoarei e multiplicarei a tua 
descendência por amor do meu servo Abraão. Isaque, pois, edificou ali um altar e invocou o 
nome do Senhor; então armou ali a sua tenda, e os seus servos cavaram um poço”.(Gênesis 
26:23-25) Isaque recebeu a Rebeca como sua esposa e a amou. Então, Rebeca, sua esposa, 
ficou grávida de gêmeos. Abraão teve dois filhos: Ismael, o filho da escrava, e Isaque, filho de 
Sara, mas só um, Isaque, era o filho da promessa. Agora, Isaque estava para ter dois filhos 
também, mas só um poderia ser o filho da promessa. Dessa maneira, estava no coração de 
Isaque abençoar o filho mais velho e, dos gêmeos, o filho mais velho seria aquele que 
nascesse primeiro. 
Vejamos o que aconteceu: (Gênesis 25:24-27) O mais velho, como vimos, era Esaú e o 
mais novo, Jacó. Mas, o filho mais velho serviria ao mais novo e isso o Senhor falou para 
Rebeca: “E os filhos lutavam no ventre dela; então ela disse: Por que estou eu assim? E foi 
consultar ao Senhor. Respondeu-lhe o Senhor: Duas nações há no teu ventre, e dois povos 
se dividirão das tuas estranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o mais 
velho servirá ao mais moço”. (Gênesis 25:22-23) Por causa dessa Palavra, Rebeca amou 
mais a Jacó: “Isaque amava a Esaú, porque comia da sua caça; mas Rebeca amava a Jacó”. 
(Gênesis 25:28). 
Jacó era um grande negociante. Ele sabia que o direito de primogenitura estava, pela 
lei, sobre Esaú. Por isso, ele arquitetou um plano e o executou: (Gênesis 25:29-34) Assim, 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 18 
pela lei, Jacó passou a ter direito de primogenitura. É como os judeus: Jesus veio para eles 
mas como eles não o reconheceram, o Senhor nos deu o direito de sermos feitos filhos de 
Deus. (João 1.11,12) E isso serve-nos de exemplo: “e ninguém seja devasso, ou profano 
como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura”. (Hebreus 
12:16) Mas, apesar desse feito, Isaque ia abençoar o primogênito e, por isso, Jacó teve mais 
um de seus planos: o de trapacear seu irmão, enganando seu pai, se fazendo de Esaú para 
receber a bênção, tendo a ajuda de sua mãe Rebeca (Gênesis 27:27-29). Nesse ponto já não 
tinha mais volta, pois Isaque já tinha abençoado a Jacó. Assim, Esaú perdeu, além da 
primogenitura, a bênção também: (Gênesis 27:36-40) Esaú e toda a sua geração, até os dias 
de hoje, é um povo de guerra. Esaú viveu na terra de Seir, e formou o povo edomita. “ Então 
enviou Jacó mensageiros diante de si a Esaú, seu irmão, à terra de Seir, o território de 
Edom,” (Gênesis 32:3); “ Portanto Esaú habitou nomonte de Seir; Esaú é Edom. Estas, pois, 
são as gerações de Esaú, pai dos edomeus, no monte de Seir:” (Gênesis 36:8-9). 
Jacó, por precaução, foge da presença de Esaú e vai para a terra de sua mãe, na casa 
de Labão, seu tio. Durante o caminho, Jacó adormeceu e teve um encontro com Deus, 
recebendo, também, a confirmação da promessa de Deus (Gênesis 28:12-19). Assim, Jacó 
recebeu a herança da Aliança que o Senhor fizera a Abraão. E, um fato interessante é que, 
assim como Abrão teve o nome mudado para Abraão, Jacó teve seu nome mudado para 
Israel, quando este voltara de sua peregrinação na casa de Labão, na sua luta com o Anjo 
do Senhor (Gênesis 32:22-30). Assim como Abraão teve em seu caminho Melquisedeque, 
Jacó, que agora era Israel, teve em seu caminho um encontro com o Anjo do Senhor. 
Muitos, também, apontam tanto a Melquisedeque e o Anjo que lutou com Israel como se 
fosse o Senhor Jesus antes de se tornar carne. Isso seria até possível, pois antes que Abraão 
existisse, o Senhor Jesus já era Senhor (João 8:58). Na verdade, antes mesmo da fundação 
do mundo Jesus já estava com Deus, pois Ele é Deus e é Eterno (João 17:5). Mas não 
importa se era Jesus ou um anjo, pois mesmo sendo um anjo ele estava ali em nome do 
Senhor, portanto era o Senhor que o abençoara (Oséias 12:2-5). 
A partir de Israel, o povo judeu ia ser formado, através de seus doze filhos que ele 
tivera com suas esposas: “Os filhos de Léia: Rúben o primogênito de Jacó, depois Simeão, 
Levi, Judá, Issacar e Zebulom; os filhos de Raquel: José e Benjamim; os filhos de Bila, serva 
de Raquel: Dã e Naftali; os filhos de Zilpa, serva de Léia: Gade e Aser. Estes são os filhos de 
Jacó, que lhe nasceram em Padã-Arã”. (Gênesis 35:23-26). 
Dos filhos de Jacó nasceu as doze tribos de Israel, o povo escolhido de Deus. Mas, 
para essa nação ser formada ela precisava conhecer o Deus que a escolheu. Por isso, era 
necessário que eles padecessem em terra alheia, para então serem resgatados por Deus. E 
isso o Senhor já havia falado para seu servo Abraão (Gênesis 15:13-14). Por isso, veio a 
fome na terra e Jacó e seus filhos foram morar no Egito, por intermédio de José, que tinha 
sido vendido por seus irmãos ao Egito. José, antes de tudo acontecer, recebeu de Deus uma 
revelação através de sonhos de que ele, um dia, estaria como governante e seus irmãos e até 
seu pai como governado: (Gênesis 37:5-11) Por causa da inveja, seus irmãos prenderam a 
José e o venderam para mercadores que iam para o Egito. Chegando no Egito, ele virou 
servo de Potifar, oficial de Faraó (Gênesis 39:1). E o Senhor, mesmo no cativeiro, era com 
José e, por isso, ele prosperava em tudo que fazia e sempre ele estava em situação de 
destaque. E, por mais estranho que pareça, o Senhor permitiu que José fosse preso, pois o 
Senhor sabia que era na prisão que José seria exaltado. Por isso, a mulher de Potifar, por 
não conseguir seduzir a José, porque ele era fiel ao Senhor, cometeu perjúrio dizendo que 
José tinha tentado tomá-la à força e, por isso, foi preso. Mas, mesmo na prisão, o Senhor 
era com ele e ele foi tomado como chefe do cárcere (Gênesis 39:21-23). 
Na prisão, o Senhor lhe deu interpretação de dois sonhos os quais se cumpriram e o 
copeiro, por causa desse sonho, conheceu que José era especial, pois o Deus verdadeiro era 
com ele. O copeiro, quando libertado, conforme o sonho de José, não se lembrou dele, mas, 
em certo dia, Faraó teve um sonho que o atormentou mas ninguém do seu reino sabia 
interpretar aquele sonho. E, por isso, o copeiro se lembrou de José e fez menção dele a 
Faraó. Faraó, por sua vez, chamou José à sua presença, o qual declarou o sonho que 
salvaria todo o Egito: (Gênesis 41:25-32). Foi nesse momento que Faraó o fez governador de 
todo o Egito e somente Faraó era acima dele, naquela terra. Quando, porém, veio a fome 
HISTÓRIA E CULTURA JUDAICA - 19 
sobre a terra, a família de José ficou em grande aperto, o que fez com que eles fossem ao 
Egito para comprar alimento. 
Chegando lá, José os conheceu mas não declarou-se a seus irmãos, mas traçou um 
plano que traria toda a sua família para perto dele. Quando toda a sua família estava à sua 
frente e se inclinaram para ele, cumprindo a profecia que José havia sonhado, este se deu a 
conhecer à sua família e os acolheu. 
Antes de Jacó morrer, ele deixou a bênção do Senhor, tanto para os filhos de José 
como para seus próprios filhos. Também, deixou a profecia para os próximos tempos em 
Gênesis 49:3-28. Dentre as profecias deixadas, a mais importante para nós é a que foi dada 
a Judá. Judá, mesmo não tendo sido primogênito de Jacó, foi considerado como tal. De 
Judá sabemos que vieram toda a sucessão de reis em Israel, até chegar em Jesus (Gênesis 
49:8-12). Judá é um leãozinho, pois o leão é tido como símbolo de reinado e a vontade de 
Deus era que os filhos de Judá fossem reis em Israel. Por isso, Saul era segundo o coração 
do povo, mas Davi era segundo o coração de Deus, pois de Davi nasceria o Messias, 
cumprindo a profecia do versículo em estudo. Quando falamos em cetro falamos de poder, 
governo - e o governo não se apartaria de Judá. Se olharmos a História, veremos que depois 
de Davi só reinaram os seus descendentes. Somente quando Herodes morreu é que essa 
sucessão foi quebrada, mas isso porque Jesus, o Messias prometido, já tinha nascido na 
terra. O bastão de autoridade não se apartou dos pés de Judá e Jesus, o leão da tribo de 
Judá, pisou na cabeça da serpente. Veja que o versículo diz “até que venha aquele a quem 
pertence”, ou seja, Jesus, que veio para Reinar para sempre e os povos lhe obedecem. E, um 
grande sinal disso foi que Jesus desceu à Jerusalém, montado numa jumenta e foi 
proclamado Rei (Mateus 21:7-11). E, no final da profecia, Jacó declara que ele seria morto. 
(“Os olhos serão escurecidos pelo vinho, e os dentes brancos de leite”.) Na ocasião, acredito 
que eles não tinham nenhuma idéia do que tudo isso significasse, mas para nós tudo isso 
tem sentido e já aconteceu, ao pé da letra. Durante toda a profecia de Jacó, podemos 
verificar que tudo se deu cumprimento ao longo dos anos, mas realmente a de Judá foi para 
nós a mais importante. 
Em alguns anos, a família de Jacó foi se multiplicando no Egito. O Faraó amigo de 
José já havia morrido e o que o sucedeu escravizou o povo de Israel, porque estavam ficando 
numerosos. Isso fez com que a profecia do Senhor dado à Abraão se cumprisse, que 
importava que eles ficassem naquela terra por quatrocentos anos (Gênesis 15:13-14). Assim, 
passados os dias de servidão, o povo do Senhor começou a clamar. Nessa ocasião, o Senhor 
enviou a Moisés para libertar o povo, de maneira que todo o povo veria que só o Senhor é 
Deus. Israel saiu do Egito com muitos bens, cumprindo a profecia acima. Ainda, nessa 
ocasião, o povo de Israel passaria a ser povo em todo o seu sentido e, para isso, o Senhor já 
tinha reservado a terra que prometera a Abraão. Bastava somente eles tomarem posse. 
Nesse período, deu-se início a mais um período escatológico, chamado de Dispensação 
da Lei, que vai desde o Sinai até o Calvário. 
6 - A ERA DE MOISÉS 
Moisés, a quem Deus escolheu para pastorear a Israel, nasceu numa época difícil. 
Faraó estava vendo o povo de Israel crescer e por isso temeu que eles se juntassem com os 
inimigos do Egito e lutassem contra eles. Por isso, Faraó aumentou a carga do povo israelita 
e, não adiantando, pois eles cresciam mais e mais, ele ordenou às parteiras que matassem 
os filhos homens e poupassem as filhas mulheres (Êxodo 1:16). Foi nessa época que Moisés 
nasceu e, sua mãe, temendo, colocou-o num cesto, vedado com betume, dentro do rio Nilo, 
quando tinha três meses. A filha de Faraó, Hatshepsut, vendo-o, teve compaixão e o adotou. 
Porém, ela o entregou a uma hebréia que, por sinal, era a própria mãe de Moisés, para o 
criar. Assim, Moisés passou sua infância com seus irmãos e, quando

Mais conteúdos dessa disciplina