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BORING, Eugene M INTRODUÇÃO AO NOVO TESTAMENTO

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In t r o d u ç ã o ao
Novo Testamento
INTRODUÇÃO
AO
NOVO TESTAMENTO
HISTÓRIA, LITERATURA E TEOLOGIA
V olume I
QUESTÕES INTRODUTÓRIAS DO 
NOVO TESTAMENTO E ESCRITOS PAULINOS
M. EUGENE BORING
INTRODUÇÃO
AO
NOVO TESTAMENTO
HISTÓRIA, LITERATURA E TEOLOGIA
QUESTÕES INTRODUTÓRIAS DO 
NOVO TESTAM ENTO E ESCRITOS PAULINOS
Tradutores:
Adenilton Tavares Aguiar 
Darcy Propodolski Pinto 
Diego Rafael da Silva Barros
Santo André - SP 
2016
V o l u m e I
ACADEMIA
CRISTÃ PAULUS
©byW JK Press 
© by Editora Academia Cristã
Título do original inglês: An Introduction to the New Testament
Editores:
Paulo Cappelletti 
Luiz Henrique Rico
Diagramação:
Cicero Silva - (11) 94983-5964 
Revisão:
Darcy Propodolski Pinto 
Capa:
James Valdana
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Boring, M. Eugene.
Introdução ao Novo Testamento: história, literatura, teologia / M. Eugene Boring; 
tradução Adenilton Tavares Aguiar. - Santo André (SP): Academia Cristã; São Paulo: 
Paulus, 2015.
ISBN 978-85-98481-94-4 (v. 1)
1. Bíblia - N.T. - Introdução. 2. Novo Testamento - Introdução. I. Título.
CDD -225.61
índices para catálogo sistemático:
1. Bíblia - N.T. - Introdução - 225.61
2. Novo Testamento - Introdução - 225.61
ACADEMIA
CRISTÃ PAULUS
Editora Academia C rista
Av. da Paz, 78 - Cam pestre
CEP 09080-607 - Santo André - SP
Tels./Fax: (11) 4424-1204 - 4901-5430 - 2857-0347 - 4421-8170
E-m ail: academ iacrista@globo.com
Site: w w w .editoraacadem iacrista.com .br
Tels.: (11) 5087-3700 - Fax: (11) 5579-3627 
E-mail: editorial@paulus.com.br 
Site: www.paulus.com.br
Rua Francisco Cruz, 229 
04117-091 -Sào Paulo-SP
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mailto:academiacrista@globo.com
http://www.editoraacademiacrista.com.br
mailto:editorial@paulus.com.br
http://www.paulus.com.br
Sumário
Lista de Ilustrações 
Lista de Quadros....
Prefácio...................
Abreviaturas..........
...XIV
.XVII
XVIII
XXIII
1 O que é o Novo Testamento?...................................................
1.1 "Testamento"..............................................................................
1.2 "Novo"..........................................................................................
1.3 "Novo Testamento"...................................................................
1.4 O Novo Testamento como Epístola e Evangelho.................
1.4.1 Ambos os gêneros fundamentais da literatura do
Novo Testamento são formas narrativas........................
1.5 O Novo Testamento como Narrativa......................................
1.5.1 A figura central do Novo Testamento é uma figura
histórica, um ser humano que viveu e morreu no mundo 
da história atual....................................................................
1.5.2 Do início ao fim, a Bíblia é uma história deste mundo....
1.5.3 A Bíblia projeta uma macronarrativa que envolve suas
histórias individuais de uma maneira abrangente.......
1.6 Para leitura adicional.................................................................
1
2
5
6 
9
11
12
13
13
14
15
2 Formação: "O Novo Testamento como o livro da Igreja"... 17
2.1 O Novo Testamento é o livro da igreja no sentido de que
ela o escreveu.............................................................................. ^
VIII Introdução ao N ovo Testamento
2.2 O Novo Testamento é o livro da igreja no sentido de
que a igreja o selecionou........................................................... 20
2.2.1 Esboço histórico................................................................. 22
2.2.2 Reflexões Teológicas.......................................................... 29
2.3 O Novo Testamento é o livro da igreja no sentido
de que a igreja o editou............ :................................................ 33
2.4 Para leitura adicional................................................................. 37
3 Crítica Textual: dos manuscritos ao texto eletrônico......... 39
3.1 Materiais para a reconstrução do texto do
Novo Testamento....................................................................... 39
3.2 As variações e suas causas........................................................ 45
3.3 Crítica Textual - Em busca do "texto original".................... 52
3.4 Resultados: O(s) Novo(s) Testamento(s) Grego(s)
moderno(s) impresso(s)............................................................. 56
3.5 Implicações para a Tradução.................................................... 58
3.6 Implicações Teológicas............................................................. 59
3.7 Para leitura adicional................................................................. 59
4 Da LXX à NRSV: Não há tradução sem interpretação....... 60
4.1 O Novo Testamento é o livro da igreja no sentido de
que a igreja o traduziu............................................................... 60
4.2 A Tarefa da Tradução................................................................ 61
4.3 História da Tradução Bíblica................................................... 62
4.3.1 A tradução na comunidade judaica................................ 63
4.3.2 Do Protocristianismo até a Reforma............................... 67
4.3.3 A Bíblia Inglesa.................................................................. 68
4.3.4 "Qual é a melhor tradução?"........................................... 83
4.4 Para leitura adicional................................................................. 87
5 O Novo Testamento Interpretado............................................. 88
5.1 O Novo Testamento é o livro da igreja no sentido
de que a igreja o interpreta....................................................... 88
5.1.1 Interpretação: Necessidade, Natureza e Valor.............. 89
5.1.2 Toda interpretação é perspectiva, dentro de uma
comunidade de interpretação................................................ 90
5.1.3 O Fluxo Contínuo de Interpretação Histórica............... 93
S u m á r i o IX
5.1.4 A Interpretação do Novo Testamento na
História da Igreja............................................................... 98
5.2 Para leitura adicional................................................................ 119
6 O Novo Testamento dentro do Mundo Helenístico.......... 120
6.1 O Novo Testamento como História........................................ 120
6.2 O Mundo Helenístico de Alexandre até Adriano................ 121
6.2.1 Helenização........................................................................ 122
6.2.2 A Crise dos Macabeus....................................................... 124
6.2.3 A Chegada dos Romanos................................................. 129
6.2.4 Herodes, o Grande (74 a.C. - 7 d.C.)............................... 130
6.2.5 A Judeia como Província, 6 a.C. - 66 d.C........................ 134
6.2.6 As Revoltas de 66 - 70 e 132 - 135 d.C............................ 135
6.3 Para leitura adicional................................................................. 138
7 O Judaísmo Palestino dentro do Mundo Helenístico........ 139
7.1 Principais Fontes Primárias...................................................... 140
7.1.1 Josefo.................................................................................... 140
7.1.2 Filo........................................................................................ 142
7.1.3 Pseudoepígrafos................................................................. 142
7.1.4 Rolos do Mar Morto.......................................................... 145
7.1.5 Literatura Rabínica............................................................ 150
7.2 O Templo, o Sumo Sacerdote e o Rei..................................... 151
7.3 A Sinagoga................................................................................... 153
7.4 Dos saduceus aos Sicários: O Espectro Pré-70
do Judaísmo Palestino...............................................................154
7.4.1 Samaritanos........................................................................ 156
7.4.2 Judeus Helenistas e Helenísticos..................................... 157
7.4.3 Essênios, Terapeutas e os Participantes de Qumran.... 158
7.4.4 Movimentos Batistas Sectários......................................... 161
7.4.5 Zelotes, Sicários, a "Quarta Filosofia",
o "banditismo social" e outros movimentos
militaristas revolucionários.............................................. 163
7.4.6 Os Herodianos.................................................................... 165
7.4.7 Os Saduceus........................................................................ 165
7.4.8 Os Fariseus.......................................................................... 167
X Introdução ao N ovo Testamento
7.4.9 "O Povo da Terra", cam-ha3aretz, "o povo comum",
"o judaísmo comum"........................................................ 170
7.5 A Profecia e o Espírito............................................................... 171
7.6 O Espectro da Esperança Apocalíptica,
Messiânica e Escatológica......................................................... 172
7.6.1 Os Traços Típicos da EsCatologia Apocalíptica............. 175
7.6.2 Apocalíptica e Império...................................................... 178
7.6.3 "Aquele que virá" - Variações da Esperança Messiânica... 180
7.7 Jâmnia e a "Divisão dos Caminhos"...................................... 190
7.7.1 A Academia em Jâmnia.................................................... 191
7.7.2 Uma liderança rabínica mais institucionalizada........... 192
7.7.3 Um senso crescente de um cânon autoritativo.............. 192
7.7.4 O Judaísmo da Sinagoga substitui o Judaísmo
do Templo........................................................................... 194
7.7.5 O Birkath ha-Minim.......................................................... 195
7.7.6 Perseguição judaica aos primeiros cristãos?.................. 196
7.7.7 Quando a "Divisão dos Caminhos" aconteceu?........... 197
7.8 Para leitura adicional................................................................. 198
8 Jesus no Judaísmo........................................................................... 200
8.1 Terminologia............................................................................... 201
8.2 As fases da "Busca do Jesus Histórico"................................. 202
8.3 Um esboço do que podemos saber sobre o Jesus histórico... 208
8.4 Para leitura adicional................................................................. 222
9 De Jesus a Paulo.............................................................................. 223
9.1 A Primeira Geração de Cristãos, 30-70 d.C............................. 223
9.2 Os Primeiros Vinte Anos: de Jesus a Paulo,
de Jerusalém a Corinto.............................................................. 224
9.2.1 Fontes para esse período................................................... 224
9.2.2 De Jesus a Paulo - Eventos-Chave.................................. 228
9.3 Para leitura adicional................................................................. 299 10
10 Paulo e Suas Cartas........................................................................ 301
10.1 Vida e Missão de Paulo até 50 d.C.:
Um Esboço Preliminar............................................................. 301
10.1.1 Nascimento e Primeiros Anos..................................... 301
S u m á r i o XI
10.1.2 Paulo, o Perseguidor..................................................... 304
10.1.3 Chamado ao apostolado............................................... 305
10.1.4 Paulo em Damasco e na Arábia................................... 307
10.1.5 Jerusalém (1) - Visita a Pedro (G11,18)...................... 309
10.1.6 Paulo na Síria e Cilícia (e Galácia?)
("Primeira Viagem Missionária"?).............................. 310
10.1.7 Jerusalém (2) - O Concilio (G12,1-10; At 15,1-29)..... 314
10.1.8 Confronto e Separação em Antioquia........................ 317
10.1.9 A Missão ao Egeu (ao que tudo indica,
"a Segunda e Terceira Viagens Missionária")........... 319
10.2 Introdução às Epístolas........................................................... 324
10.2.1 As Cartas no Novo Testamento e no
Cristianismo Primitivo................................................. 324
10.2.2 Cartas no Mundo Antigo.............................................. 327
10.2.3 Forma e Estrutura das Cartas Paulinas...................... 336
10.2.4 Perspectivas Teológicas sobre o Gênero Carta.......... 339
10.3 As Cartas de Paulo................................................................... 343
10.4 Para leitura adicional............................................................... 343 11 *
11 Cartas da Missão ao Egeu............................................................ 345
11.1 Interpretando 1 Tessalonicenses........................................... 345
11.1.1 Tessalônica...................................................................... 345
11.1.2 Contexto Histórico........................................................ 346
11.1.3 A Igreja em Tessalônica................................................ 348
11.1.4 Unidade e Interpolações............................................... 350
11.1.5 Estrutura e Esboço......................................................... 352
11.1.6 Sumário teológico-exegético........................................ 353
11.2 Interpretando Filipenses......................................................... 360
11.2.1 Filipos: Cidade e Igreja................................................. 361
11.2.2 Data e proveniência: o cenário da vida de Paulo...... 363
11.2.3 Gênero............................................................................. 370
11.2.4 Unidade Literária.......................................................... 371
11.2.5 Estrutura e Esboço......................................................... 372
11.2.6 Síntese teológico-exegética........................................... 373
11.3 Interpretando Filemom........................................................... 381
11.3.1 Gênero............................................................................. 381
11.3.2 Autoria............................................................................ 382
XII Introdução ao N ovo Testamento
11.3.3 Ocasião............................................................................ 382
11.3.4 Data, Origem e Destinatários....................................... 385
11.3.5 Escravidão no Mundo Antigo e na
Igreja Primitiva.............................................................. 386
11.3.6 Estrutura e Esboço......................................................... 392
11.3.7 Sumário Exegético-Teológico...................................... 392
11.4 Para leitura adicional.............................................................. 393
12 Paulo e os Coríntios....................................................................... 395
12.1 Interpretando 1 Coríntios....................................................... 395
12.1.1 Corinto: Cidade e Igreja................................................ 395
12.1.2 Cenário Histórico de 1 Coríntios................................. 397
12.1.3 Integridade Literária..................................................... 398
12.1.4 Estrutura e Esboço......................................................... 398
12.1.5 Sumário Exegético-teológico........................................ 400
12.2 Interpretando 2 Coríntios....................................................... 422
12.2.1 Estrutura e Esboço......................................................... 442
12.2.2 Síntese Exegético-Teológica......................................... 443
12.3 Para leitura adicional............................................................... 456 13
13 As Últimas Cartas de Paulo........................................................458
13.1 Interpretando Gálatas.............................................................. 458
13.1.1 Quem eram e onde estavam os gálatas?.................... 458
13.1.2 Data e Origem: como ela se encaixa na vida e
missão de Paulo?........................................................... 460
13.1.3 Resultados: A história à qual a carta pertence.......... 465
13.1.4 Tipo da Carta.................................................................. 467
13.1.5 Estrutura e Esboço......................................................... 468
13.1.6 Síntese exegético-teológica........................................... 469
13.2 Interpretando Romanos.......................................................... 484
13.2.1 A Igreja em Roma: a primeira geração....................... 485
13.2.2 Integridade Literária..................................................... 487
13.2.3 Tipo da Carta, Ocasião e Propósito............................. 488
13.2.4 Estrutura e Esboço......................................................... 492
13.2.5 Síntese exegético-teológica.......................................... 493
13.3 Questões Contínuas e Abrangentes...................................... 519
13.3.1 A "Nova Perspectiva" sobre Paulo............................. 519
S u m á r i o XIII
13.3.2 A Centralidade da Participação "em Cristo"............ 520
13.3.3 Apostolicidade e os desafiantes do apostolado
de Paulo: detratores, rivais e oponentes.................... 523
13.3.4 A "Vida de Paulo": Questões Cronológicas.............. 526
13.4 Para leitura adicional.............................................................. 532
14 Éfeso e a Escola Paulina................................................................ 534
14.1 O que aconteceu depois de Romanos?................................. 534
14.2 A Tradição da Escola Paulina Continua.............................. 536
14.3 Para leitura adicional............................................................... 550
15 Colossenses, Efésios e 2 Tessalonicenses............................... 552
15.1 Interpretando Colossenses..................................................... 552
15.1.1 Cinco cenários para a origem e interpretação de
Colossenses..................................................................... 552
15.1.2 Autoria............................................................................ 555
15.1.3 Data.................................................................................. 565
15.1.4 Estrutura e Esboço......................................................... 566
15.1.5 Síntese Exegético-Teológica......................................... 567
15.2 Interpretando Efésios.............................................................. 580
15.2.1 Efésios: Um Texto Didático da Escola Paulina.......... 580
15.2.2 Estrutura e Esboço......................................................... 590
15.2.3 Síntese Exegético-Teológica......................................... 591
15.3 Interpretando 2 Tessalonicenses........................................... 606
15.3.1 Autoria e Contexto Histórico....................................... 606
15.3.2 2 Tessalonicenses como um Produto da Escola Paulina. 609
15.3.3 Conclusão....................................................................... 615
15.3.4 Estrutura e Esboço......................................................... 615
15.3.5 Síntese Exegético-Teológica......................................... 616
15.4 Para leitura adicional............................................................... 623
16 As Pastorais e a Luta pela Tradição Paulina autêntica...... 624
16.1 Interpretando as Pastorais..................................................... 624
16.1.1 As Pastorais como Cartas Reais de Paulo a
Timóteo e Tito................................................................ 625
16.1.2 As Pastorais como Documentos Pseudoepígrafos
Escritos por um Mestre da Escola Paulina................. 626
16.1.3 Data, Testemunho, Canonicidade............................... 645
16.1.4 Procedência.................................................................... 647
16.1.5 A Teologia das Cartas Pastorais: Continuidade e
Mudança......................................................................... 647
16.1.6 Ordem, Estrutura e Esboço.......................................... 655
16.1.7 Síntese Exegético-Teológica......................................... 657
16.2 Retrospecto: A Luta pela tradição paulina autêntica......... 671
16.3 Para leitura adicional............................................................... 673
índice de Autores Citados.......................................................................... 675
índice de Passagens Bíblicas....................................................................... 681
XIV Introdução ao Novo Testamento
L ista de Ilustrações
Mapas
1 - A região do Mediterrâneo no primeiro Século............................Abertura
2 - Mapa da Atividade Missionária de Paulo.............................................322
3 - Palestina no primeiro Século d.C........................................................ Final
Fotos
1 - Pôncio Pila tos em Cesareia................................................................. 12
2 - Papiro 52 Fragmento........................................................................... 41
3 - 0 início do Evangelho de João, na edição de Nestle-Aland,
NovumTestamentum Graece................................................................. 46
4 - Dr. Marie-Luise Lakmann................................................................ 47
5 - 0 aparato crítico de Atos 1.1 no processo de revisão....................... 48
6 - Páginas do Códice Vaticano, mostrando Lucas 24 - João 1............. 55
7 - M. Eugene Boring (esquerda) e Bruce M. Metzger (sentado)
examinando o texto de Hebreus no Códice Vaticano na Biblioteca 
do Vaticano, em 1981........................................................................... 55
8 - Dr. Klaus Watchel................................ 56
9 - Teatro Romano em Cesareia............................................................... 130
10 - Cesareia de Filipe................................................................................ 132
11 - Arco de Tito em Roma, descrevendo sua vitória sobre
Jerusalém e a Judeia............................................................................. 136
12 - Relevo sobre o Arco de Tito em Roma............................................... 136
13 - massada, mostrando a rampa construída pelos romanos................ 141
14 - Caverna 4 de Qumran......................................................................... 145
15 - Séforis.................................................................................................... 209
16 - Inscrição no altar em Perge................................................................. 243
17 - Uma imagem em alto relevo em Tessalônica.................................... 244
XVI Introdução ao N ovo Testamento
18 -Oferendas votivas............................................................................... 246
19 - Templo de Apoio em Corinto, Grécia................................................ 247
20 - Delfos................................................................................................... 249
21 - Altar de Mitra em Roma..................................................................... 250
22 - Modelo de culto de mistério, no centro de Elísios............................ 252
23 - stoa reconstruída da Ágora em Atenas-.............................................. 256
24 - Ascensão do César deificado.............................................................. 259
25 - Uma inscrição latina onde se pode ler "do imperador
César Augusto..................................................................................... 260
26 - Inscrição do teatro em Mileto.............................................................275
27 - Porta da cidade de Mileto................................................................... 277
28 - Uma das inúmeras casas ricas e grandes,
escavadas recentemente em Éfeso...................................................... 281
29 - Principal rua de Antioquia da Pisídia................................................ 311
30 - Ruínas de uma estrada romana perto de Tarso, na Turquia........... 333
31 - Ruínas de uma prisão em Filipos........................................................ 361
32 - A Via Egnatia em Filipos.................................................................... 361
33 - Ruínas do fórum romano em Filipos................................................. 362
34 - Fórum romano em Filipos.................................................................. 362
35 - Templo em Corinto, Acrópolis........................................................... 396
36 - Berna Coríntio...................................................................................... 396
37 - Esta pegada esculpida numa calçada em Éfeso................................. 406
38 - casal em relevo, segundo século, Bereia............................................ 407
39 - Hierápolis............................................................................................. 554
40 - Inscrição de advertência no Templo.................................................. 598
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
10
14
19
75
76
76
82
82
128
464
521
528
533
556
583
L ista de Q uadros
Formação Literária do Novo Testamento................................
A Bíblia como uma história narrativa em cinco atos...............
O livro da Igreja..........................................................................
Exemplos para esclarecimento da RSV para a NRSV.............
Perguntas em grego que antecipam uma resposta particular .
Reformulação com linguagem de gênero inclusivo................
Comparação de Romanos 12,6-8...............................................
Comparação de Gênesis 1,26.....................................................
O Império, do Nascimento de Jesus à Revolta de Bar Kochba 
Comparação da Estrutura de Gálatas e Romanos de Schnelle
Uso de Paulo de "em Cristo"....................................................
Visitas a Jerusalém......................................................................
Contornos sugeridos da vida e Ministério de Paulo...............
Nomes Mencionados em Filemom e Colossenses...................
Comparação entre Colossenses e Efésios.................................
Prefácio
Este livro foi escrito a partir das seguintes perspectivas e convicções:
O Novo Testamento é um livro de histórias. Não é um livro de 
idéias, ideais e princípios religiosos, mas narrativas e interpretações 
de eventos relacionados à vida de Jesus e seus seguidores, os quais 
se tornaram a comunidade cristã primitiva. O Novo Testamento é 
mais (e não menos) do que um livro de histórias em que esses even­
tos são interpretados como revelação dos atos de Deus em favor da 
salvação do mundo. Em sua interpretação da história, os autores do 
Novo Testamento usam as idéias de seu mundo (judaico e gentio, 
religioso e secular). Cada escrito do Novo Testamento está arraiga­
do na história dos próprios autores, a história da igreja primitiva. 
O Novo Testamento como um todo contém uma história de cole­
ta, transmissão, tradução e interpretação. O Novo Testamento não 
apenas comunica uma história, ele tem sua própria história. Desse 
modo, um vislumbre histórico é um elemento necessário para uma 
compreensão autêntica.
O estudo do Novo Testamento requer um método crítico prático. Como 
um livro de histórias, o Novo Testamento requer um método crítico. 
"Quem escreveu o quê, quando, onde, para quem e por quê" são 
questões inevitáveis à compreensão histórica, ainda que essas ques­
tões não possam ser definitivamente respondidas. Este livro não tenta 
explorar cada ponto seguindo detalhes metodológicos; porém, a par­
tir dos casos analisados pretende fornecer uma base suficiente para 
ilustrar evidências e argumentos. Em quatro pontos, questões gerais 
de introdução ao Novo Testamento são tratadas em extensas divaga- 
ções, explorando evidências e argumentos sobre os quais estão funda­
mentadas algumas conclusões acadêmicas típicas: a unidade literária
P r e f á c i o
XIX
de 2 Coríntios, a pseudepigrafia, o problema sinótico e as marcas de 
paralelos nos evangelhos sinóticos. Em vez de meramente fornecer 
aos estudantes os resultados do que "os estudiosos pensam", evidên­
cia e argumentos são dados de modo a permitir que os estudantes 
julguem por si mesmos o grau de confiança que podemos ter sobre 
tais conclusões e que diferença elas fazem teologicamente. Estudantes 
que seguem os detalhes da evidência e argumento reforçam sua habi­
lidade de navegar e avaliar o oceano da literatura secundária sobre o 
Novo Testamento, e desenvolver suas próprias aptidões como intér­
pretes do Novo Testamento.
"Quem começa pelo início vai mais longe". Este livro foi escrito para 
iniciantes, pressupondo estudantes com grande interesse em explorar 
o assunto, mas ainda sem a experiência em um estudo detalhado da 
Bíblia. Trata-se de um livro consideravelmente técnico, o qual reflete 
muito da história e posição atual da pesquisa em Novo Testamento. 
Às vezes, conservei citações em grego, como um lembrete de que o 
engajamento com o Novo Testamento implica um estudo transcultu- 
ral, e que aqueles que querem compreendê-lo precisam entrar em seu 
mundo linguístico. O livro é completamente inteligível mesmo para 
aqueles que não dominam o grego e o hebraico. Tudo está traduzido, 
e também frequentemente transliterado a fim de facilitar a pronúncia. 
Tenho em mente o tipo de leitores que encontramos no seminário ou 
pastor ado, muitos dos quais são estudantes de nível secundário, os 
quais não passaram por uma graduação em estudos de religião ou 
línguas bíblicas. Embora as pressuposições sejam mínimas, o livro 
procura levar o estudante a uma compreensão e competência mais 
profundas como um intérprete do Novo Testamento.
O Novo Testamento é um livro áe fé e teologia. Os autores do Novo 
Testamento expressam sua fé de que Deus agiu na vida de Jesus e nos 
eventos da igreja primitiva. Quando a fé é expressa conceituai e ver­
balmente, o resultado é teologia, "fé que busca compreensão", para 
usar a frase histórica de A n s e l m o . Embora fé e teologia não sejam a 
mesma coisa, não pode haver reflexão sobre a fé, e nem comunicação 
de fé, à parte da teologia. "Teologia" não se refere apenas ao discurso 
sistemático e abstrato de segundo ou terceiro nível, mas ao discurso 
de primeiro nível, a qualquer articulação da fé. O Novo Testamento é, 
portanto, um livro inteiramente teológico. Isto significa que entender o 
Novo Testamento em seus próprios termos requer reflexão teológica,
XX Introdução ao N ovo Testamento
quer seus leitores compartilhem sua fé ou teologia, ou não. Uma in­
trodução ao Novo Testamento deve ser, em certo sentido, teológica, 
ainda que apenas no nível descritivo.
O Novo Testamento é essencialmente composto de Cartas e Evangelhos. 
O processo histórico que levou à formação do Cânon resultou em 
um Novo Testamento composto de apenas dois tipos de literatura. 
Isto ainda se reflete na leitura litúrgica da Escritura, na qual todos os 
textos do Novo Testamento ou são "Epístola" ou "Evangelho". Essa 
estrutura genérica bipartida do Novo Testamento tem sido frequen­
temente percebida. Contudo, até onde eu saiba, este livro representa 
o primeiro esforço de estruturar uma introdução ao Novo Testamen­
to nesses moldes. Isso está em harmonia com a teologia e a história 
protocristã; há também uma razão pedagógica. As Cartas são trata­
das primeiro, na ordem histórica discutida aqui: 1 Tessalonicenses a 
2 Pedro. Somente então nos voltamos para os Evangelhos e os Atos. 
Na metade do curso, os estudantes começam a perceber que havia 
uma extensa tradição,completa em si mesma, em expressar a fé intei­
ramente dentro dos limites do gênero epistolar. Eles se tornam cons­
cientes de que estudaram a maioria dos livros do Novo Testamento 
sem encontrar sequer uma história sobre Jesus. Eles veem as Epístolas 
como um gênero paralelo dos Evangelhos, e o enxergam com novos 
olhos, novas questões, novas idéias. Perto do fim do curso, eles perce­
bem, pela primeira vez, que Epístola e Evangelho estão combinados 
na comunidade joanina, a prolepse do Cânon do Novo Testamento.
Existe uma subestrutura narrativa do Novo Testamento e suas teolo- 
gias. Tanto as Cartas quanto os Evangelhos compartilham uma base 
comum: narrativa. Todos os documentos do Novo Testamento con­
fessam a fé dentro de uma estrutura narrativa. Os evangelhos e Atos 
são obviamentç narrativos. Mas as epístolas são também um gênero 
narrativo; cada carta funciona projetando um mundo narrativo. Este 
livro está em harmonia com esse modo narrativo; ele próprio é um 
tipo de narrativa. Ele conta a história do Novo Testamento, desde o 
judaísmo pré-cristão, passando por Jesus, a igreja primitiva, Paulo e 
a tradição das cartas, a tradição de Marcos e o Evangelho, até a com­
binação de Cartas e Evangelho na comunidade joanina. Isto envolve 
uma possível (re)construção de histórias. A alternativa é estudar os 
documentos do Novo Testamento como textos de flutuação livre, não 
ligados à História. Uma vez que o Novo Testamento é uma história,
P r e f á c i o
XXI
ou coleção de histórias dentro de uma história maior, este livro é uma 
narrativa. Ele conta a história do Novo Testamento.
A teologia do Novo Testamento é mais bem feita como exposição diacrô- 
nica de textos. Este livro é uma síntese dos gêneros tradicionais Intro­
dução ao Novo Testamento e Teologia do Novo Testamento. A teologia do 
Novo Testamento está entrelaçada na descrição narrativa da forma­
ção do Novo Testamento. Em vez de atentar para ensaios temáticos 
sob categorias do tipo "Cristologia" e "Eclesiologia" de cada livro ou 
do Novo Testamento como um todo, uma síntese exegético-teológica 
de cada documento do Novo Testamento apresenta sua teologia es­
truturada ao modo do próprio texto. O próprio ato de teologizar do 
Novo Testamento está no modo narrativo. O caminho adequado para 
compreender a teologia de cada livro é processando cada texto em seu 
próprio gênero e estrutura.
O Novo Testamento é o livro da igreja. Muito do que foi mencionado 
pode ser resumido nessa frase familiar, a qual, seguramente, não é 
original.1 Há cinquenta anos, eu fiquei impressionado com a impor­
tância central dessa chave hermenêutica nas palestras de Leander 
Keck's Vanderbilt. Eu tive outro professor, F r e d C r a d d o c k (também 
aluno de K e c k ) , que frequentemente se referia ao diálogo essencial 
entre Livro e Comunidade. A Comunidade precisa do Livro como 
norma e ponto de equilíbrio. O Livro precisa da Comunidade como 
seu contexto para compreensão. Eu devo muito a K e c k , C r a d d o c k e a 
todos os meus professores, assim como tenho uma dívida com todos 
os meus alunos, com quem também aprendi muito. Dedico este livro 
aos meus alunos das classes de "Introdução ao Novo Testamento", no 
Seminário da Phillips University (1967-1986), Texas Christian Univer- 
sity e Brite Divinity School (1987-2006).
Ao longo dos anos, minha compreensão do Novo Testamento foi 
alargada e aprofundada pelo diálogo sobre o material deste livro com 
inúmeros colegas e estudantes. Valorizo especialmente o que aprendi 
com L e a n d e r K e c k , F r e d C r a d d o c k , R u s s e l l P r e g e a n t , U d o S c h n e l l e , 
D a v id B a l c h e W il l ia m B ir d , tanto em função de seus escritos quanto
1 Cf. e.g. Willi M a r x s e n , The New Testament as Church's Book?l Trans. James E. Mig- 
nard (Philadelphia: Fortress Press, 1972); S a n d r a S c h n e i d e r s , The Revelatory Text: 
Interpreting the New Testament as Sacred Scripture, 2nd ed. (Collegeville, MN: Litur- 
gical Press, 1999), chap. 3, "The New Testament as the Church's Book.".
Introdução ao N ovo TestamentoXXII
a partir de conversas pessoais. Sou profundamente grato à equipe de 
edição e produção da Westminter John Knox Press, que me ofereceu 
não apenas habilidade profissional, mas também conselhos e enco­
rajamento. Ao concluir esse projeto, ofereço minha sincera gratidão 
a J o n L. B e r q u is t , que era o Editor Executivo para a área de Estudos 
Bíblicos na Westminster John Knox, quando fui convidado a escrever 
este livro, em 1994. Ele me acompanhou ao longo do caminho com 
muitas e úteis conversas; a M a r ia n n e B l ic k e n s t a f f , Editora da área 
de Estudos Bíblicos, que dirigiu o processo até sua edição final, e a 
J u l ie T o n in i , Diretor de Produção. Esses dois manusearam um lon­
go e complexo manuscrito; a D a n i e l B r a d e n , Editor-Gerente, por seus 
conselhos. Sou também grato a J e r r y L. C o y l e , B o b b y W a y n e C o o k e 
J a m e s E. C r o u c h , pela leitura perspicaz do penúltimo rascunho. Sua 
diligência resultou em diversas sugestões incorporadas ao texto atual. 
Um agradecimento especial vai para V ic t o r P a u l F u r n is h , que leu as 
seções sobre Paulo e a tradição epistolar paulina, oferecendo muitas e 
valiosas sugestões. Porém, posso afirmar com segurança que nenhum 
desses nomes mencionados acima deve ser responsabilizado pelas 
imperfeições deste livro. Quanto a isto, assumo totalmente o ônus.
A breviaturas
2DH
2GH
2SH
AB
Abraham 
ABRL 
Ag. Ap. 
Alleg. Interp. 
Ant.
ANTC
Apc.
Apol.
ASNU
ASV
AV
B
b.
B. Bat.
Bar
BETL
BJ
BJRL
BZNW
CBQMS
CD
CEB
[Hipótese dos dois Documentos]
[Hipótese dos dois Evangelhos ou Hipótese de Griesbach] 
[Hipótese das duas Fontes]
Anchor Bible
Philo, On the Life of Abraham
Anchor Bible Reíerence Library
Josefo, Contra Apião
Philo, Allegorical Interpretation
Josefo, Antiguidades Judaicas
Abingdon New Testament Commentaries
Apocalipse
Justino Mártir, Apologia
Acta seminarii neotestamentici upsaliensis
American Standard Version
Authorized Version
Codex Vaticanus
Babylonian tractate (of the Talmud)
Bava Batra 
Baruch
Bibliotheca ephemeridum theologicarum lovaniensium 
Bíblia de Jerusalém
Bulletin ofthe John Rylands University Library ofManchester 
Beihefte zur Zeitschrift für die neutestamentliche 
Wissenschaft
Catholic Biblical Quarterly Monograph Series 
Documento de Damasco 
The Common English Bible
XXIV Introdução ao N ovo Testamento
CJA
Ciem.
Col
Cor
Cr
D
De Princip. 
Did.
Dn
Dt
Ecl
EDNT
Ef
EKKNT
Ep.
Ep. Brut. 
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FGH
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Fm
FRLANT
GCS
G1
Gn
GTA
Hb
Heir
Hist. eccl. 
HNTC 
HTS 
HUT
Christianity and Judaism in Antiquity
Clemente
Colossenses
Coríntios
Crônicas
Bezae Cantabrigiensis '
Origen, De principiis
Didaquê
Daniel
Deuteronômio
Eclesiastes
Exegetical Dictionary of the New Testament. Edited by H. 
Balz, G. Schneider. ET. Grand Rapids, 1990-1993.
Efésios
Evangelisch-katholischer Kommentar zum Neuen Testa­
ment
Sêneca, Epistulae morales
Cícero, Epistulae ad Brutum
Esdras
Êxodo
Excursus
Ezequiel
Farrer-Goulder Hypothesis
Filipenses
Filemom
Forschungen zur Religion und Literatur des Alten und 
Neuen Testaments
Die griechische christliche Schriftsteller der ersten [drei]
Jahrhunderte
Gálatas
Gênesis
Gõttinger theologischer Arbeiten 
Hebreus
Philo, Who Is the Heir?
Eusebius, História eclesiástica 
Harper's New Testament Commentaries 
Harvard Theological Studies 
Hermeneutische Untersuchungen zur Theologie
A b r e v i a t u r a s XXV
ICC International Criticai Commentary
Ign. Eph. Inácio aos Efésios
Ign. Phld. Inácio aos Filipenses
Ign. Pol. Inácio a Policarpo
Ign. Rom. Inácio aos Romanos
Ign. Smyrn. Inácio à Esmirna
Is Isaías
JBL Journal of Biblical Literature
Jr Jeremias
Js Josué
JSNTSup Journal for the Study of the New Testament: Supplement 
Series
Jt Judite
Jub. Jubileus
Jz Juizes
KEK Kritisch-exegetischer Kommentar über das Neue Testament 
(Meyer-Kommentar)
KJV King James Version [Versão Rei Tiago]
LCL Loeb ClassicalLibrary
Life Josephus, The Life
LJS Lives of Jesus Series
Lv Levíticos
LXX Septuaginta
Mac Macabeus
Mal Malaquias
MAs Minor Agreements
Mq Miqueias
Mt Mateus
NAB The New American Bible
NACSBT New American Commentary Studies in Bible and Theology
NASB New American Standard Bible
NEB The New English Bible
NICNT New International Commentary on the New Testament
NIGTC New International Greek Testament Commentary
NIV New International Version
NJB The New Jerusalem Bible
Nm Números
NovTSup Novum Testamentum Supplements
XXVI Introdução ao N ovo Testamento
NRSV New Revised Standard Version
NT Novo Testamento
NTL New Testament Library
NTS New Testament Stuáies
Os Oseias
ÕTK Õkumenischer T aschenbuch-Kommentar
Pd Pedro
Pol. Phil. Policarpo aos Filipenses
Pv Provérbios
Q Fonte Q
Rab. Rabbah
REB The Revised English Bible
Rm Romanos
RSV Revised Standard Version
Salm. Sal. Salmos de Salomão
SBLDS Society of Biblical Literature Dissertation Series
SBLSBL Society of Biblical Literature Studies in Biblical Literature
SBLSBS Society of Biblical Literature Sources for Biblical Study
SIG Syllogeinscriptionumgraecarum. Editedby W. Dittenberger. 
4 vols. 3rd ed. Leipzig, 1915-1924
Sir Siríaco
SI(Sls) Salmo(s)
Sm Samuel
SNTSMS Society for New Testament Studies Monograph Series
SP Sacra página
T. Levi Testamento de Levi
t. Suk. Tosefta Sukkah
TDNT Theological Dictionary of the New Testament. Edited by G. 
Kittel and G. Friedrich. Translated by G. W. Bromiley. 10 
vols. Grand Rapids, 1964-1976.
TEV Today's English Version
THKNT Theologischer Handkommentar zum Neuen Testament
Tm Timóteo
TM Texto Massorético
TNIV Today's New International Version
TNTC Tyndale New Testament Commentaries
TOB Tobias
Ts T essalonicenses
A b r e v i a t u r a s
XXVII
TUGAL
War
WBC
Wis
WMANT
WUNT
Zc
ZNW
Texte und Untersuchungen zur Geschichte der altchri-
stlichen Literatur
Josefo, Guerra Judaica
Word Biblical Commentary
Wisdom of Solomon
Wissenschaftliche Monographien zum Alten und Neuen 
Testament
Wissenschaftliche Untersuchungen zum Neuen Testament 
Zacarias
Zeitschrift für die neutestamentliche Wissenschaft und die 
Kunde der alteren Kirche
1
O que É o Novo Testamento?
O Novo Testamento é a seleção dos escritos protocristãos que se tor­
naram a Bíblia Cristã. Abrir suas páginas é mergulhar numa história 
que está em curso há muito tempo. Trata-se do ato subsequente de 
um drama que se aproxima de sua cena culminante, uma história que 
alega comunicar o significado do universo e da vida humana. Com 
efeito, não é necessário ler essa coleção de cartas e narrativas como 
Santa Escritura. A mesma coleção de textos pode, legitimamente, ser 
chamada de Seleções da Literatura Religiosa da Antiguidade ou algo do 
tipo, e ser lida, portanto, pelo viés de um valor educativo de expan­
são horizontal. Certamente, o Novo Testamento é um tesouro cultu­
ral, o livro mais influente na formação da literatura, da arte e da fi­
losofia da civilização ocidental. Não obstante, quase todo indivíduo 
que se debruça sobre esses textos os lê como parte da Bíblia cristã, 
como o "Novo Testamento". A fim de entender por que a própria 
Bíblia (tanto o Antigo Testamento1 quanto o Novo Testamento) fala
1 Os judeus, é claro, não se referem à sua Escritura Sagrada como o "Antigo Testa­
mento", uma designação desses primeiros escritos recebidos como parte da Bíblia 
cristã. Eu sigo o modelo de S a n d r a S c h n e i d e r s , W a l t e r B r u e g g e m a n e diversos ou­
tros que preferem "Escrituras Judaicas", quando querem se referir à Bíblia dos 
judeus, antiga e moderna, e "Antigo Testamento", quando se referem à primeira 
parte da Bíblia cristã ( S c h n e i d e r s , Revelatory Text, 6; W a l t e r B r u e g g e m a n n , An In- 
troduction to the Old Testament: The Canon and the Christian Imagination (Louisville: 
Westminster John Knox, 2003), 1-3). Para uma coleção de ensaios que discutem
2 Introdução ao N ovo Testamento
de um "Novo Testamento", precisamos tentar entender a linguagem 
bíblica da aliança. O que significa chamar essa coleção de documentos 
de o "Novo Testamento"?
1 » 1 "Testamento"
Um poderoso rei do Antigo Oriente Próximo envia um exército du­
rante a noite para cercar uma cidade a certa distância. Pela manhã, 
o mensageiro do rei fala aos habitantes da cidade, os quais ficaram 
tomados de surpresa: "Eu sou seu novo rei. Vocês são o meu povo. 
Esta é a minha aliança com vocês. Eu os protegerei de seus inimi­
gos, e garantirei sua paz e prosperidade. De agora em diante, vocês 
devem obedecerás seguintes leis...". As pessoas não tinham direito 
a voz, nem tampouco a voto, na decisão de tomar-se parte do reino. 
A única coisa que podem escolher é como irão responder...
Terminologia. As traduções portuguesas da Bíblia usam os termos 
"testamento" e "aliança" de modo intercambiável. Portanto, "Anti­
go Testamento" e "Novo Testamento" significam, respectivamente, 
"Antiga Aliança" e "Nova Aliança". Embora o português contempo­
râneo utilize tanto o termo "aliança" quanto o termo "testamento" 
nos contextos não bíblicos, eles são usados em seus sentidos restri­
tos: o termo "aliança" é usado como sinônimo de "contrato", e na 
cerimônia de casamento tradicional, sendo bilateral e voluntário; o 
termo "testamento" pode ser encontrado na frase "última vontade 
e testamento", sendo unilateral e imposto. O significado bíblico dos 
termos não pode ser determinado com base no seu uso na língua por­
tuguesa, mas no seu uso nos contextos bíblicos. O termo consisten­
temente usado para "aliança" no Antigo Testamento é rrnn (berith); 
na LXX e no Novo Testamento, 8ia0f|KT| (diathêkê). A linguagem 
da aliança no Novo Testamento, como muito da sua terminologia 
e conceitualismo teológicos, deriva do Antigo Testamento. Embora 
o Antigo Israel pudesse falar de um "livro da aliança" (e.g. Êx 24,7;
essa questão a partir de diversas perspectivas, ver R o g e r B r o o k s e J o h n J. C o l l i n s , 
eds., Hebrew Bible or Old Testament? Studying the Bible in Judaism and Christianity 
(CJA 5; Notre Dame, IN: University of Notre Dame Press, 1990).
Francisco
1 • O q u e É o Novo T e s t a m e n t o ? 3
2 Cr 34,30-31; 1 Mac 1,57), a aliança em si não era um livro, mas uma 
ação unindo duas partes.
Unilateral. A terminologia da Aliança já estava presente no An­
tigo Oriente Próximo, antes e durante o tempo de Israel, que adotou 
o termo tanto no seu aspecto secular quanto no sagrado. No Antigo 
Testamento, as. alianças eram basicamente de dois tipos: aquelas entre 
os homens, e aquelas entre Deus e os homens.
As alianças entre os seres humanos eram frequentemente bilate­
rais, recíprocas e mútuas - como a "aliança" na tradicional cerimônia 
de casamento, (cf. e.g. 1 Rs 15,19, onde berith é um pacto negociado, 
traduzido como "aliança"; diathêkê de 1 Mac 11,9 é mútuo e bilateral). 
Contudo, mesmo no nível humano, as alianças são frequentemente do 
parceiro superior para o parceiro inferior. A aliança era, assim, unila­
teral e não negociada, como o uso que fazemos do termo "testamento" 
na língua portuguesa, mas não como nossa "aliança" de casamento. 
A aliança não era um contrato, nem mesmo um contrato sagrado. No 
berith entre Jônatas e Davi (1 Sm 18,3), Jônatas [o filho do rei] fez uma 
aliança com Davi [plebeu, pastor], e 'não' Jônatas e Davi fizeram aliança.* 2 
A aliança real na qual uma aliança é concedida/imposta sobre o inferior 
por um superior serve como modelo para a compreensão da relação 
entre Deus e Israel. Não se trata de parceiros iguais, numa relação em 
que cada um, livremente, escolhe e negocia os termos. Na Bíblia, Deus 
sempre fala da "minha aliança" (56 vezes), nunca da "nossa aliança". 
Assim, no texto chave de Jr 31,31-34, citado em Hb 8,8-12, Deus é o 
sujeito que faz toda a aliança e fala da "minha" (e não da nossa) aliança.
Evento. Na Bíblia, o divino berith é um evento, e não um ideal ou 
princípio. A aliança é um ato gracioso de Deus, realizado por iniciati­
va divina para o benefício da humanidade.Está sempre associada a li­
vramento, validação de vida e segurança, total bem-estar e paz, shalom 
[□íbsí], i.e., a aliança é um ato salvífico. O ato salvífico fundamental de 
Deus para Israel no êxodo foi interpretado à luz da história de Abraão
»
2 Na versão inglesa da Bíblia utilizada pelo autor, o texto de 1 Sm 18,3 lê-se: "Then 
Jonathan made a covenant with David" [Então Jônatas fez uma aliança com Davi] 
(cf. English Standard Version, New American Standard Bible, etc.), enquanto que a 
na versão portuguesa Almeida Revista e Atualizada, usada nesta tradução, o texto 
lê-se: "Jônatas e Davi fizeram aliança", que está em consonância com a tradução da 
versão K i n g J a m e s : "Then Jonathan and David made a covenant" [Então Jônatas e 
Davi fizeram uma aliança], N. do T.
e Noé, e foi visto como o paradigma da maneira como Deus lida com 
o mundo como um todo. Os autores do Antigo Testamento tomaram 
como ponto de partida o ato histórico de Deus ao formar Israel livran­
do-o do Egito e concedendo-lhe, graciosamente, a aliança - incluindo 
seus deveres - e então utilizaram isto como seu modelo para com­
preender a relação do Criador para com toda a criação. Aqui e em 
outras partes da teologia bíblica, a ação é primária em relação ao ser, 
a história em relação à ontologia, o particular em relação ao universal. 
A Bíblia não é uma discussão do ser de Deus, mas o testemunho dos 
atos de Deus.
Indicativo e Imperativo. A graça de Deus precede e é a base para o 
chamado à responsabilidade humana, algo também presente na aliança 
do Antigo Testamento. O judaísmo compreendeu isto. A graça re­
dentora de Deus precede a exigência, e a iniciativa divina de fazer 
uma aliança precede a resposta humana. Contudo, a aliança requer 
uma resposta humana, e a reclama. As boas novas da salvação ofere­
cida por Deus, o ato de fazer a aliança (indicativo) carrega consigo a 
exigência da resposta humana (imperativo).
Comunidade. A aliança não é com indivíduos, mas com o povo 
de Deus. Sempre que a aliança é feita com uma pessoa (Noé, Abraão, 
Davi), esta pessoa representa uma comunidade. O povo escolhido é 
o povo da aliança, que se tornou o que é pela ação de Deus. Essa co­
munidade é encarregada de uma missão: ser o meio pelo qual a bên­
ção de Deus pode alcançar a todos (Gn 12,1-3), e ser uma luz para 
as nações (Is 42,6). Assim, mais tarde na história israelita, a aliança 
com Israel é compreendida em termos de uma aliança com Davi e 
seus descendentes, o meio para a bênção de Deus ao mundo inteiro 
(cf. 2 Cr 7,18; 13,5; 21,7; 23,3; SI 89,3; Is 55,3; Jr 33,21).
Já/ainda não. Isto significa que há uma dimensão já/ainda não na 
linguagem da aliança de Israel, desde o início. Uma vez que Deus é já 
e eternamente Senhor e Rei do universo que ele criou, mas o governo 
de Deus ainda não se cumpriu entre suas criaturas rebeldes, então a 
aliança de Deus com o povo fiel da aliança já existe no mundo, mas 
ela ainda é parcial, fragmentária e espera uma consumação futura. 
A aliança não é estática, não é completa, mas espera um cumprimento 
final. Um dos quadros da consumação do propósito de Deus no fim 
da história é a renovação da aliança, envolvendo a renovação da hu­
manidade, pela qual Deus assume a responsabilidade (Jr 31,31-33).
................................................................................... Introdução ao N ovo Testamento
1 • O q u e é o Novo T e s t a m e n t o ? 5
Fidelidade unilateral, amor incondicional. A aliança de Deus é unila­
teral, e não pode ser anulada a partir do ponto de vista humano. Como 
uma determinação, a aliança está ali simplesmente pela imposição 
daquele que a fez. O povo da aliança pode ignorá-la ou recusar viver 
pelas responsabilidades para as quais ela o conclama. É unicamente 
nesse sentido que os seres humanos podem "quebrar" a aliança de 
Deus. Eles não podem quebrá-la no sentido de revogá-la, anulá-la ou 
destruí-la. Isto só pode ser feito unicamente pelo Criador da aliança. 
A fidelidade de Deus requer uma resposta humana, mas não está con­
dicionada a ela. Mesmo quando os seres humanos são infiéis, Deus 
permanece fiel (Lv 26,44-45; Jz 2,1; Is 54,10; Jr 33,19-21; SI 89,19-45).
A aliança e o livro. Como ato redentivo de Deus - passado, presente 
e futuro — a aliança tem sinais que atestam sua realidade e significado. 
Alguns são sinais não verbais, tais como o arco-íris (Gn 6,18; 9,9-16), 
a circuncisão (Gn 17,11-13), e a arca da aliança, a qual acompanhou 
Israel em sua jornada e tornou a presença de Deus algo tangível e real 
(Êx 26,34; Dt 10,8; 1 Sm 4). O "sangue da aliança" (Êx 24,8; Zc 9,11), o 
pão da aliança (Lv 24,5-8), e o vinho da aliança (Dt 7,12-13) apontam 
para sua realidade. Há também testemunhos verbais para a aliança: as 
tábuas dos mandamentos e o livro da lei, chamado de livro da aliança 
(e.g. Êx 24,7; Dt 29,21; 31,26; 2 Rs 23,3; cf. 1 Mac 1,56-57). O livro não é 
a aliança, mas ele é colocado na arca, e testemunha do significado da 
aliança e a torna tangível e real (Êx 24,7; 25,21).
1.2 "Novo"
Assim como "Testamento" não deve ser definido nos termos do por­
tuguês contemporâneo, o termo "novo" não deve ser compreendido 
nos padrões da cultura contemporânea, na qual "novo" é, geralmente, 
um termo relativo positivo; por sua vez, o termo "velho" tende a sig­
nificar algo como "fora de moda, relativamente inferior". As Escritu­
ras Judaicas usam o termo novo em sentido absoluto, como um termo 
para o cumprimento escatológico das promessas divinas. Assim no 
Deuteroisaías, com base na fidelidade de Deus à aliança, conclama 
Israel a perceber a "coisa nova" que Deus está para fazer (Is 43,19) 
- a qual não é uma negação do passado, mas seu cumprimento es­
catológico. Ezequiel fala da intenção de Deus de implantar um novo
Francisco
6 Introdução ao N ovo Testamento
coração e um espírito novo em seu povo (Ez 11,19; 18,31). Deus não 
desiste de pecadores que violaram a aliança; ao contrário, ele assume 
a responsabilidade de recriá-los conforme seu propósito final. O Tri- 
toisaías espera com interesse "novos céus e nova terra" nos quais ha­
bita justiça (Is 65,17; 66,22). Isto não significa que o Criador abandona 
a "antiga" criação, mas a conduz para o cumprimento final. Quando 
Paulo usa a linguagem da "nova criação" para falar do evento salví- 
fico de Jesus Cristo (2 Co 5,17; G1 6,15), isto não implica a rejeição da 
atual criação, mas sua redenção. Quando João descreve a salvação fi­
nal como a descida da "Nova Jerusalém" (Ap 3,12; 21,2), isto significa 
tanto a continuidade quanto a descontinuidade da atual Jerusalém. 
Em todas essas ilustrações, "novo" não é um termo relativo, mas esca- 
tológico. No pensamento bíblico, o novo não substitui o passado rela­
tivamente, mas cumpre-o absolutamente. Não é a anulação do antigo, 
mas sua renovação escatológica.
"Novo Testamento"
Jeremias, Especificamente, retrata o cumprimento escatológico dos pro­
pósitos de Deus como a realização de uma nova aliança, i.e., a reno­
vação escatológica da aliança de Deus com Israel (Jr 31,31-34). Como 
expressão da esperança escatológica de Israel, esse vocabulár a não é 
repetido em nenhum outro lugar do Antigo Testamento, mas a ideia é 
refletida (cf. Ez 16,60, 62; 34,25; 36,26; 37,26; Is 54,10; 55,3; 61,8, e 42,6; 
49,8, onde o Servo é o representante da aliança).
A comunidade judaica de Qumran, contemporânea de Jesus e da 
Igreja primitiva, entendeu os eventos de sua própria história como 
o ato escatológico de Deus da renovação da aliança. Os manuscritos 
do Mar Morto demonstram que eles compreenderam a realidade que 
estava acontecendo em seu meio, com a vinda do Mestre de Justiça, 
como o cumprimento e clímax da aliança de Deus com Israel, e viram 
a si mesmos como o povo da aliança (cf. CD 6,19; 8,21; 19,33; 20,12 
[Baruc 2,35?; Jub. 1,22-24?]). Os membros da comunidade de Qumran 
eram judeus que interpretaram sua própria experiência em termos de 
suas Escrituras e da aliança de Deus com Israel. Sua linguagem da 
nova aliançanão era uma rejeição da antiga aliança ou uma alegação 
de que ela havia sido substituída.
Francisco
71 • O q u e É o Novo T e s t a m e n t o ?
Análoga às perspectivas hermenêuticas de Qumran, a comuni­
dade cristã primitiva interpretou o evento Jesus de Nazaré como um 
evento salvífico e revelador definitivo de Deus, e viu este evento-Cristo 
como o cumprimento dos propósitos de Deus para o mundo, a re­
novação escatológica da aliança de Deus. Desse modo, o documento 
mais antigo que relata as palavras eucarísticas de Jesus apresenta-o 
falando de seu próprio corpo e sangue como a expressão dessa nova 
aliança (1 Co 11,23-26). A linguagem da aliança ocorre frequentemente 
no Novo Testamento; a expressão "nova aliança", por exemplo, é 
encontrada sete vezes: Lc 22,20; 1 Co 11,25; 2 Co 3,6; Hb 8,8,13; 9,15; 
12,24. Contudo, a nova aliança está frequentemente implícita mesmo 
onde o "novo" não está explícito. Paulo claramente fala nessas cate­
gorias (cf. e.g. G1 4), embora ele use a frase "nova aliança" apenas 
duas vezes 1 Co 11,25; 2 Co 3,6). As conotações da aliança também es­
tão presentes na linguagem da realeza (cf. acima). Jesus falou muitas 
vezes do reino de Deus, raramente da aliança.
Duas notas conclusivas
(1) Muito embora a aliança nunca tenha sido um livro, mas o ato 
salvífico de Deus que fundou uma comunidade, nós agora usamos 
corretamente "Novo Testamento" para referir-nos a um livro, uma 
coleção de documentos. Quando a comunidade cristã se refere a uma 
parte de sua Escritura sagrada como "Novo Testamento", isto é ape­
nas uma forma abreviada de afirmar que esta coleção de documentos dá 
testemunho autêntico do significado do evento-Cristo, o ato salvífico de Deus 
de renovação escatológica da aliança com Israel. No Novo Testamento, 
"Nova Aliança/Testamento" nunca se refere a um livro. Esse vocabu­
lário começou a ser usado no final do segundo século (Irineu, Contra as 
Heresias, 4,9.1), quando a igreja começou a selecionar os documentos 
que davam testemunho autêntico do ato de Deus em Cristo. No iní­
cio do terceiro século, Orígenes podia referir-se à "divina Escritura" 
como composta do "Antigo Testamento" e do "Novo Testamento" 
(De Principiis, [origem] 4,11.16).
(2) A discussão anterior deve deixar claro que os cristãos não 
precisam hesitar em usar a terminologia "Novo Testamento" e seu 
corolário "Antigo Testamento" para referir-se às duas seções da Bí­
blia cristã. A terminologia não deve implicar que o "novo" substituiu
o "antigo", ou que ele seja "melhor" (cf. "um antigo amigo" não 
significa que ele foi substituído por um "novo amigo"). Os cristãos 
confessam que o ato de Deus em Jesus Cristo é o evento escatológico. 
Uma maneira de expressar esse pensamento é a declaração de que 
a aliança de Deus com Israel foi escatologicamente renovada, e que 
os crentes em Jesus como o messias de Deus são incorporados nesta 
esta aliança através do ato gracioso de Deus. A linguagem tradicio­
nal da igreja: "Antigo Testamento" e "Novo Testamento" é uma afir­
mação de que ambos os Testamentos têm uma origem e centro co­
muns, de que o Deus que definitivamente agiu em Jesus Cristo não 
é outro senão o Deus de Israel, o Deus da aliança, que é fiel às suas 
promessas de cumprimento escatológico. Visto que essa terminolo­
gia tem sido algumas vezes mal compreendida, como implicando 
superação ou desvalorização do Antigo Testamento, alguns intér­
pretes contemporâneos preferem usar os termos "Bíblia Hebraica", 
para o Antigo Testamento, e "Primeiro Testamento" e "Segundo 
Testamento" para as duas seções da Bíblia Cristã. Embora desejem 
acertadamente evitar serem ofensivas, tais substituições modernas 
são, em si mesmas, problemáticas: "Bíblia Hebraica" exclui não ape­
nas as porções aramaicas das Escrituras Judaicas, mas também a 
maioria dos livros deuterocanônicos/ apocalípticos, não escritos em 
hebraico, mas considerados como parte do Antigo Testamento pela 
maioria dos cristãos do mundo. Os termos "Primeiro/Segundo Tes­
tamento" também estão sujeitos ao mesmo tipo de mal-entendido 
das expressões "Antigo" e "Novo", tendo em vista os seus sentidos 
relativos. Os termos "Primeiro" e "Segundo", na terminologia bíbli­
ca, não estão numa escala de relativizações, mas "segundo" significa 
"último", além do qual não pode haver um "terceiro" ou "quarto" 
(cf. e.g. 1 Co 15,45-47; Hb 8,7; 10,9; Ap 20,6). Na fé cristã, o Novo 
Testamento não é uma espécie de versão beta do "Antigo", mas o 
ômega do qual o "Antigo" é o alfa (cf. Ap 1,8; 21,6; 22,13). Os tex­
tos os quais, tradicionalmente, os cristãos têm denominado de An­
tigo Testamento certamente são recebidos pela comunidade judaica 
como Escritura Sagrada, mas num contexto cristão, ou no contexto 
da Bíblia cristã como um todo, falar de "Escrituras Judaicas" parece 
negar que o Antigo Testamento também é Escritura cristã - de fato, 
a Bíblia original da Igreja Cristã.
8 Introdução ao N ovo Testamento
91 • O q u e é o Novo T e s t a m e n t o ?
I A O Novo Testamento como Epístola e Evangelho
Em termos de gênero literário, o Novo Testamento contém apenas 
uma seleção restrita dos tipos de literatura produzida no cristianismo 
primitivo (ver abaixo §3.1, sobre a formação do cânon). Os primeiros 
cristãos fizeram coleções dos ditos de Jesus, hinos, e ditos de sabedo­
ria; eles escreveram constituições a fim de regular a ordem na igreja 
e fizeram listas de leis eclesiásticas, compuseram mitos explicando 
a origem do mal num mundo presumivelmente criado e governado 
por um Deus todo-poderoso. Efetivamente, nenhum desses tipos de 
literatura foi incluído na Bíblia. O Novo Testamento contém apenas 
textos relacionados a dois gêneros literários amplamente definidos, 
ambos relacionados com pessoas e situações particulares: cartas abor­
dando certos grupos de cristãos, lidando com problemas particulares 
no cristianismo primitivo; e narrativas sobre grupos particulares de 
pessoas. Desde o início, é importante perceber que todos os livros que 
fizeram o corte canônico são, de uma forma ou de outra, narrativas. 
Os Evangelhos e os Atos são obviamente narrativas; muitas vezes, 
não se nota que as próprias cartas, inclusive Apocalipse, são também 
um tipo de narrativa. As cartas são um gênero narrativo que pressu­
põem e projetam um mundo narrativo (cf. §10.2.4). Todos os textos do 
Novo Testamento são narrativas terrenais que lidam com eventos e 
perspectivas transcendentais. Parece ter havido uma força teológica, 
intuitiva e implícita no trabalho desses movimentos dentro do cristia­
nismo primitivo que se tornou dominante, uma força não coercitiva 
que tendia para a escrita de documentos confessionais da fé cristã no 
modo de narrativa, expresso em apenas dois gêneros: Cartas e Evan­
gelhos.3 Houve uma "pressão epistolar" para adaptar os escritos para 
a forma epistolar (cf. §10.2.1), e para confessar sua fé no ato de Deus 
em Cristo, escrevendo Evangelho como narrativas, e, finalmente, para 
aceitar apenas tais documentos nas Escrituras canônicas. Os cren­
tes falam disso, teologicamente, como o trabalho do Espírito Santo 
(ver §§2.2, 5.1.4).
3 Atos é o volume dois de um Evangelho; Apocalipse é uma carta. Todos os docu­
mentos do Novo Testamento se encaixam dentro das amplas categorias Carta e 
Evangelho. Veja as introduções a cada gênero e a cada livro abaixo.
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E historicamente apropriado e hermeneuticamenteútil colocar 
em foco essa estrutura bipartida do Novo Testamento, Carta/Evan­
gelho. Essa divisão em duas partes está presente em nossa coleção 
canônica mais antiga, representada em dois códices do Papiro Chester 
Beatty, o p i5 (que contém os quatro Evangelhos e os Atos) e o p 46 
(que contém as Cartas de Paulo). A igreja exercitou sua intuição e per­
cepção quando, num período primitivo, ela designou todas as leituras 
litúrgicas do Novo Testamento como Epístola ou como Evangelho.
No cristianismo primitivo, os dois gêneros se moveram em ca­
nais separados: a origem e transmissão dos Evangelhos (e Atos) foram 
posteriores e diferentes das Cartas.
As cartas vieram primeiro, tanto no que se refere à origem quanto 
à coleção. Pode-se ler tudo de Mateus a Atos, sem supor que havia 
outro gênero de confissão cristã em andamento na igreja, assim como 
se pode ler todas as epístolas sem qualquer indício de que há docu­
mentos do gênero Evangelho que narram "a vida e os ensinamentos 
de Jesus". Os gêneros não se misturam facilmente. Há, aqui, dois ti­
pos de Cristologia, duas maneiras diferentes de abordar o significado 
da vida e da fé cristã. Na fase final da história do Novo Testamento, 
a comunidade joanina foi a primeira a colocar juntos as Cartas e os 
Evangelhos, mas mesmo ali os gêneros se mantiveram distintos. 
A comunidade cristã uniu-os em uma Bíblia.
1.4.1 Ambos os gêneros fundamentais da literatura do 
Novo Testamento são formas narrativas.
Os gêneros literários adequados a uma fé histórica são relatos nar­
rativos relacionados a eventos concretos, e não discussões filosóficas re­
lacionadas a idéias abstratas. O denominador comum entre as Cartas e 
os Evangelhos é que tanto um quanto outro são formas narrativas. Este 
é um modelo fundamentalmente judaico de teologizar, diferente do 
pensamento discursivo e proposicional expressado na lógica do mun­
do grego. Tanto as Cartas quanto os Evangelhos projetam um mundo 
narrativo mais amplo do que a narrativa demarcada que eles apresen­
tam diretamente. Os documentos do Novo Testamento abordam seus 
leitores como vivendo suas vidas dentro dos mundos narrativos que 
eles projetam, quer os leitores vejam ou não suas vidas nessa perspec­
tiva. A narrativa implica ética. A Carta ou o Evangelho desafia seus
1 • O q u e É o Novo T e s t a m e n t o ? 11
1 2 Introdução ao N ovo Testamento
leitores a aceitar o mundo narrativo que eles projetam como o mundo 
real, a história como sua própria história e a viver de acordo com ela. 
O Novo Testamento não encontra seus leitores com uma lista moralista 
de "você deve" e "você deveria", mas com um estranho novo mundo.4 
A estrutura do mundo narrativo projetado pelos documentos do Novo 
Testamento constitui um chamado persistente e silencioso à conversão, 
a reconfiguração do próprio mundo narrativo que faz a vida ter sentido.
1.5 O Novo Testamento como Narrativa
Como um livro de fé, O Novo Testamento narra eventos no mundo 
real de espaço e tempo, compreendidos como os atos salvíficos de 
Deus na história. O Novo Testamento é um livro de história em três 
sentidos: (1) a figura central do Novo Testamento é uma figura his­
tórica; (2) assim como em toda a Bíblia, o Novo Testamento é sobre a 
história deste mundo; e (3) a Bíblia projeta uma macronarrativa que 
envolve suas histórias individuais de uma maneira abrangente.
[FOTO 1 - em 1961, arqueólogos italianos desenterraram uma estátua de Pôncio Pilatos, em 
Cesareia, a capital da província romana da Judeia. Crédito: M. Eugene Boring]
4 Cf. K a r l B a r t h , "The Strange New World within the Bible," in The Word ofGod and 
The Word of Man, ed. Karl Barth (New York: Harper & Brothers, 1957), 28-50.
1 • O q u e É o Novo T e s t a m e n t o ? 13
1.5.1 A figura central do Novo Testamento é uma figura histórica, um 
ser humano que viveu e morreu no mundo da história atual
Lc 3,1-2 estabelece o início de sua narrativa da missão de Jesus na 
história política real:
No décimo quinto ano do reinado de Tibério César, sendo Pôncio Pi- 
latos governador da Judeia, Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão 
Filipe, tetrarca da região da Itureia e Traconites, e Lisânias, tetrarca de 
Abilene, sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás...
Jesus nasceu durante o reinado de Herodes o Grande, que foi no­
meado e apoiado pelos romanos; viveu e trabalhou na Galileia sob o 
lacaio romano Herodes Antipas; e foi executado por Pôncio Pilatos, o 
governador romano da Judeia. Tal narrativa projeta um mundo dife­
rente do "era uma vez...".
1.5.2 Do início ao fim, a Bíblia é uma história deste mundo.
A Bíblia como um todo não é um livro de princípios eternos, 
de lei casuística ou mitologia sobrenatural. A Bíblia contém leis, 
materiais de sabedoria, poesia, hinos e coisas do gênero, mas tudo 
é definido numa estrutura narrativa. Assim, os Dez Mandamentos 
não são apresentados como leis abstratas ou ideais a ser almejados, 
mas são prefaciados com "Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirou 
da terra do Egito, da casa da servidão" (Êx 20,2). Todos os leitores 
da Bíblia sabem que ela é composta principalmente por histórias: 
Adão, Eva e a serpente; o assassinato de Abel por Caim; Noé e o di­
lúvio; Moisés e o êxodo; Davi e Golias; Daniel na cova dos leões; o 
bebê Jesus e os reis magos; Jesus curando um cego; Pedro negando 
a Jesus, enquanto o galo canta; a execução de Jesus pelas autorida­
des romanas; a aparição do Jesus ressurreto às mulheres que corre­
ram para dizer aos discípulos na manhã da Páscoa; a pregação de 
Paulo em Atenas; Pedro sendo miraculosamente libertado da pri­
são. Nem todos os leitores reconhecem, contudo, que a Bíblia não 
apenas contém um grande número de histórias, mas que a Bíblia 
como um todo, de Gênesis a Apocalipse, pode ser lida como uma 
Grande História.
Introdução ao N ovo Testamento14
1.5.3 A Bíblia projeta uma macronarrativa que envolve suas histórias 
individuais de uma maneira abrangente
O excesso de locais e micronarrativas são agrupados sobre uma 
grande metanarrativa, um drama em cinco atos. A narrativa bíblica 
começa com a criação deste mundo, com uma assinalada falta de inte­
resse no que acontecia no mundo celestial antes da criação, e conclui 
com o fim deste mundo, mas sem descrever que tipo de coisas ocorre­
rá na era vindoura. Mesmo quando ocorrem eventos "sobrenaturais", 
eles ocorrem neste mundo. O mundo do Novo Testamento inclui his­
tórias de anjos e demônios, e dos atos de Deus. Mas esses são atos de 
Deus neste mundo, entre a criação e o eschaton, e não mitos dos acon­
tecimentos do mundo transcendente antes, depois e acima da história. 
Um esboço improvisado e organizado do abrangente drama bíblico é 
apresentado abaixo:
QUADRO 2: A Bíblia como uma história narrativa em cinco atos
I. Criação (Gênesis): o Deus único criou tudo que existe;
II. Aliança (Êxodo - Malaquias): Quando a criação foi danificada pela 
humanidade rebelde, Deus criou um povo, Israel, para ser agente e 
testemunha de Deus, e portador da promessa da salvação presente 
e futura;
III. Cristo (Mateus - João): O evento definitivo de toda a história é o ato 
de Deus, na pessoa de seu Filho, o Messias, para efetuar a salvação 
e mediar a reconciliação.
IV. Igreja (Atos a Judas): Deus continuou a missão de Israel na igreja 
ao criar uma comunidade inclusiva, a partir de todas as nações, de 
modo que ela fosse testemunha e agente do ato salvífico de Deus, já 
realizado para todas as pessoas.
V. Consumação (Apocalipse): Deus conduzirá a história a uma conclu­
são digna, quando a criação que de jure pertence ao reino de Deus, 
de facto "se tornará o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele 
reinará para sempre e sempre (Ap 11,15).
O Novo Testamento pressupõe e reconta sua(s) própria(s) varia- 
ção(ões) da grande narrativa da história universal do judaísmo e de
1 • O q u e é o Novo T e s t a m e n t o ? 15
Israel desde criação até o eschaton. Dizer "Novo Testamento" { - Nova 
Aliança) ou "Jesus é o Cristo" é colocar cada parágrafode seus conteú­
dos dentro da varredura desta macronarrativa.
1.6 Para leitura adicional
Aliança e Nova Aliança
BEHM, Johannes " kouvóç, kocivóttiç, àvocmivíÇco ktà.. [new, newness, re- 
new]" In Theological Dictionary of the New Testament, edited by Kittel, Ger- 
hard and Gerhard Friedrich. Grand Rapids: Eerdmans, 1964-1976. 3.447-54
BROOKS, Roger, and John J. Collins, eds. Hebrew Bible or Old Testament? 
Studying the Bible in Judaism and Christianity. Vol. 5, Christianity and Juda- 
ism in Antiquity. Notre Dame, IN: University of Notre Dame Press, 1990.
GOLDINGAY, John "Covenant, OT and NT." In New Interpreter's Dictionary of the 
Bible, edited by Sakenfeld, Katherine Doob, 767 -78. Nashville: Abingdon, 
2006.
MENDENHALL, George E., and Gary A. Herion. "Covenant." In The Anchor 
Bible Dictionary, edited by Freedman, David Noel, 1.1179-202. New York: 
Doubleday, 1992,1.1179-1202.
Obras abrangentes e gerais sobre o Novo Testamento
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Introducing the New Testament: Its Literature and Theology. Grand Rapids: 
Eerdmans, 2001.
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Commentary (Louisville: Westminster John Knox, 2004).
BROWN, Raymond E. An Introduction to the New Testament. Anchor Bible 
Reference Library. New York: Doubleday, 1997 [em português: Introdução 
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BULTMANN, Rudolf Theology of the New Testament. Translated by Kendrick 
Grobel, 2 vols New York: Scribner, 1951 [em português: Teologia do Novo 
Testamento. São Paulo: Editora Academia Cristã].
CARSON, Donald A., and Douglas J. Moo. An Introduction to the New Testa­
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CHILDS, Brevard S. The New Testament as Canon: An Introduction. Philadel- 
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& Ministry Formation. Downers Grove: InterVarsity Press, 2004.
ELLIS, E. Earle The Making of the New Testament Documents. Leiden: Brill, 2002.
HOLLADAY, Carl R. A Criticai Introduction to the New Testament. Nashville: 
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and Literature of Early Christianity. Foundations and Facets. Philadelphia: 
Fortress, 1982 [em português: Introdução ao Novo Testamento. Vol. 1-2. São 
Paulo: Paulus].
KÜMMEL, Werner Georg Introduction to the New Testament. Translated by 
Howard Clark Kee, 2nd ed. Nashville: Abingdon, 1975 [em português: 
Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulus],
MARSHALL, I. Howard New Testament Theology: Many Witnesses, One Gospel. 
Downers Grove: InterVarsity, 2004.
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Translated by G. Buswell. Philadelphia: Fortress, 1970.
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Louisville: Westminster John Knox, 2007.
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SCHNEIDERS, Sandra The Revelatory Text: Interpreting the New Testament as 
Sacred Scripture 2nd ed. Collegeville, Minn.: Liturgical Press, 1999.
SCHNELLE, Udo The History and Theology of the New Testament Writings. 
Translated by M. Eugene Boring. Minneapolis: Fortress, 1998.
SCHNELLE, Udo Theology of the New Testament. Translated by M. Eugene 
Boring. Grand Rapids: Baker Academic, 2009 [em português: Teologia do 
Novo Testamento. São Paulo: Academia Cristã/Paulus, 2012],
STRECKER, Georg Theology of the New Testament. Translated by M. Eugene 
Boring. New York: De Gruyter, 2000 [no prêlo (Academia Cristã)].
WRIGHT, N. T. The New Testament and the People of God. Christian Origins 
and the Question of God. Vol. 1, Minneapolis: Fortress, 1992 [no prêlo 
(Academia Cristã)].
1 6 Introdução ao N ovo Testamento
2
F ormação: "O Novo Testamento
COMO O LIVRO DA IGREJA"
Retratações: ao chamar o Novo Testamento de o livro da igreja, não 
estou pretendendo ser esotérico, presunçoso ou incômodo; em pri­
meiro lugar, pretendo apenas expressar uma realidade histórica. A 
expressão é um tanto análoga à que se refere ao Alcorão como o li­
vro do Islã. Não é necessário pertencer à comunidade islâmica para 
ler seus textos significativos com discernimento e apreciação. Mas os 
muçulmanos os leem com olhos diferentes e veem lá o que os outros 
não veem. Aqueles que entendem esses textos devem ouvir as vozes 
daqueles que os confessam como sua própria fé. Ouvir a confissão em 
seus próprios termos é indispensável à compreensão, quer os intér­
pretes compartilhem ou não essa confissão. Embora os textos sejam 
escritos por autores que acreditam que estão testemunhando a verdade 
suprema e chamem os leitores a compartilhar tal confissão, eles foram 
escritos para "pessoas de dentro", mas sempre indiretamente chamando 
"pessoas de fora" para compartilhar a perspectiva "de dentro".
Por "igreja", não quero dizer qualquer instituição ou denominação 
particular, antes me refiro à comunidade ecumênica da fé cristã aber­
tamente reconhecível, a qual existe ao redor do mundo e ao longo dos 
séculos. Também não estou me referindo aos admiradores de Jesus no 
âmbito individual, nem aos defensores da "espiritualidade" privada, 
os quais contrastam aqueles com a "religião institucionalizada" -
18
embora também, é claro, tenham eles todo o direito de estudar e ava­
liar o Novo Testamento em seus próprios termos. Pela frase "o livro 
da igreja", não quero dizer que o Novo Testamento seja de proprie­
dade da igreja e sujeito à compreensão da igreja, como se a igreja pu­
desse ouvir dele apenas aquilo que não desafia seus dogmas, ideolo­
gias e pressuposições. Nem pretejido sugerir que apenas aqueles da 
comunidade cristã têm o direito de interpretá-lo. De fato, o Novo 
Testamento pode ser legitimamente interpretado de diferentes ma­
neiras. O que o indivíduo entende dele depende, em grande medida, 
daquilo que ele está procurando. Os linguistas podem estudá-lo como 
amostra do grego helenístico, analisando seu vocabulário e gramática 
e colocando seus vários documentos no lugar apropriado em relação 
ao desenvolvimento da língua grega. Os sociólogos podem estudar 
a família e as estruturas sociais refletidas em seus escritos, suas es­
truturas de poder e as diferentes formas em que as comunidades do 
Mediterrâneo do primeiro século estiveram em harmonia com elas, 
como importantes janelas para o mundo helenístico. Os historiadores 
da religião podem examiná-lo a partir da luz que ele lança sobre o 
status das instituições religiosas do mundo mediterrâneo do primeiro 
século, o novo grupo cristão. Representantes de diversas ideologias 
(e.g. nacionalismo, cosmopolitanismo, racismo, antirracismo, feminis­
mo, antifeminismo, militarismo, pacifismo, comunismo, capitalismo) 
podem vasculhar os textos do Novo Testamento à procura de dados 
relevantes às suas próprias crenças, assim como os defensores de 
qualquer seita ou denominação cristã. As perspectivas são sobrepos­
tas, e algumas trazem à luz dados que podem ser omitidos, mas que 
são importantes para a compreensão do Novo Testamento. No en­
tanto, todas trazem sua própria agenda ao texto, e nenhuma delas 
admite interpretar o Novo Testamento nos termos de sua agenda (so­
bre "agenda", ver abaixo §5.1.4). Interpretar o Novo Testamento como 
o Novo Testamento significa tentar compreendê-lo a partir do ponto de 
vista da comunidade para a qual ele se tornou o conjunto fundamen­
tal e normativo de documentos que dão testemunho autêntico do ato 
de Deus da renovação da aliança em Jesus Cristo.
Ninguém hoje recebe os documentos do Novo Testamento di­
retamente das

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