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Aula SISTEMA NERVOSO DO IDOSO Doenças CérebroVasculares e Parkinson

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 Sistema Nervoso 
 
 Sistematização 
 da Assistência 
 de Enfermagem em: 
 
- DOENÇAS CEREBROVASCULARES 
- DOENÇA DE PARKINSON 
- DOENÇA DE ALZHEIMER 
- DISTÚRBIOS MENTAIS 
 
 
Aula/Tema 8 (Parte 1: Doenças Cerebrovasculares e Doença de Parkinson) 
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Doenças Cerebrovasculares 
(DCV) 
• As DCV designam 
anormalidades no 
encéfalo, decorrentes de 
alterações vasculares. 
• Consistem nos quadros de 
AVE (Acidente Vascular 
Encefálico) 
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DCV- Doenças Cerebrovasculares 
AVE (Acidente Vascular Encefálico) 
Conceito: expressão que define uma lesão vascular 
no encéfalo, de início súbito e duração superior a 24 
horas. 
 
Epidemiologia 
• É a principal causa de óbito cardiovascular no Brasil 
(MS); 
• É mais freqüente em pessoas com mais de 65 anos; 
• 80% dos casos são AVCI; 
• 30% dos casos têm boa evolução, com pouca ou 
nenhuma seqüela; 
• É a principal causa de incapacidade. 
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• Fatores Predisponentes 
• idade / sexo / raça / 
história familiar / genética 
 
• Hipertensão arterial – 
principal causa 
• Tabagismo 
• Consumo de álcool 
• Diabetes 
• Distúrbios lipídicos / 
obesidade / sedentarismo 
• Fisiopatologia 
básica 
– Diminuição do 
transporte de 
oxigênio para 
determinada área 
encefálica 
levando a 
isquemia. 
AVE (Acidente Vascular Encefálico) 
 
DCV- Doenças Cerebrovasculares 
AVE - Classificação 
• Quanto à Patogênese 
 
A. ISQUÊMICOS: por 
diminuição do fluxo 
cerebral 
 
B. HEMORRÁGICOS: por 
hemorragia 
• Em idosos, a mais comum é 
do tipo Intracerebrais 
 
C. AVE LACUNAR: ocorre um 
comprometimento de pequenas 
arteríolas cerebrais 
 
D. ATAQUE ISQUÊMICO 
TRANSITÓRIO (TIA): lesão 
isquêmica cerebral transitória com 
aparecimento súbito, porém sua 
duração menor de 24 horas e 
remissão completa da 
sintomatologia. 
 
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DCV- Doenças Cerebrovasculares 
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DCV- Doenças Cerebrovasculares 
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AVEH – localização das hemorragias 
A = Epidural B = Subdural C = Intracerebral 
DCV- Doenças Cerebrovasculares 
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AVE - Principais sequelas 
 Déficit motor de MMSS 82 % 
 Déficit motor de MMII 79 % 
 Distúrbios da percepção 52 % 
 Afasia 46 % 
 Distúrbios urinários 41 % 
 Demência 37 % 
 Paralisia facial 36 % 
 Distúrbios da deglutição 27 % 
 Escara de decúbito 20 % 
DCV- Doenças Cerebrovasculares 
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Encéfalo após AVE 
DCV- Doenças Cerebrovasculares 
• Quadro Clínico 
• Tratamento 
• Diagnósticos de Enfermagem 
 
• EVOLUÍDOS NA DISCIPLINA 
DE ENFERMAGEM EM SAÚDE 
DO ADULTO 
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DCV- Doenças Cerebrovasculares 
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Doença de Parkinson 
• A doença de Parkinson foi descrita 
pela primeira vez em 1817, pelo 
médico inglês James Parkinson. 
• Após um estudo com 6 pacientes, 
sexo masculino, entre 50 e 72 anos, 
relatou: 
• “Enfermidade caracterizada pela 
presença de movimentos tremulantes 
involuntários, diminuição da força 
muscular, tendência à inclinação do 
tronco para frente e alteração da 
marcha. Os sentidos e o intelecto 
são preservados.” 
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Epidemiologia Etiologia 
• Acima de 50 anos. 
– Antes de 20 anos é rara (Parkinson 
Juvenil). 
• Mais comum em homens 
• Prevalência = 1 a 3 % da 
população > 65anos. 
• Incidência = 20 por 100.000 
habitantes/ano. 
• Risco de desenvolver a doença 
= 1 em 40. 
• Maior prevalência = América do 
Norte e Europa 
• Origem idiopática (não 
se conhece a causa) 
• Não há evidências de 
que seja hereditária 
• Apesar dos avanços 
científicos, ainda 
continua incurável 
• É progressiva (variável 
em cada paciente) 
 
Doença de Parkinson 
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Anatomia Básica da doença 
• A habilidade em produzir movimento depende de um circuito 
motor complexo que envolve a substância negra, os núcleos 
da base, núcleo subtalâmico, tálamo e o córtex cerebelar. 
Dopamina é o neurotransmissor desse circuito. 
• Nesta doença, a produção de Dopamina está reduzida. 
• Há degeneração dos neurônios contendo Melanina 
(dopaminérgicos) no tronco encefálico, principalmente, na 
substância negra e no locus ceruleus. 
• Sintomas aparecem quando a substância negra já perdeu 60% 
dos neurônios dopaminérgicos e o conteúdo de Dopamina é 
80% inferior ao normal. 
• Os neurônios sobreviventes, na substância negra e no locus 
ceruleus, contêm inclusões citoplasmáticas eosinofílicas 
conhecidas como Corpos de Lewy - a característica patológica 
da doença. 
Doença de Parkinson 
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Doença de Parkinson 
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Doença de Parkinson 
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Doença de Parkinson 
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Doença de Parkinson 
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Tais corpos são inclusões 
citoplasmáticas eosinofílicas 
constituídas por várias 
estruturas de natureza protéica 
encontradas em áreas de 
degeneração celular, podendo 
ser consideradas como 
marcadores de perda neuronal. 
Doença de Parkinson 
Corpos de Lewy 
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Doença de Parkinson 
Celebridades 
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SINAIS E SINTOMAS 
• Tremor em repouso 
• Rigidez muscular 
• Bradicinesia 
 + 
• Postura fletida 
• Perda dos reflexos posturais 
• Fenômeno de parada = “freezing” 
 
Doença de Parkinson 
TRÍADE 
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Doença de Parkinson 
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 TREMOR - 70% casos 
• Pode estar presente em um ou mais membros 
• É comum nos lábios, queixo e língua 
• Geralmente, assimétrico (4 a 5 ciclos/segundo) 
• Ocorre, tipicamente, quando o membro está em repouso. 
Desaparece à ação, ressurgindo quando os membros mantêm 
uma postura. Aumenta ao andar 
• Amplitude aumenta em períodos de estresse ou quando pede-
se ao paciente que realize alguma tarefa cognitiva 
• Desaparece durante o sono 
 Doença de Parkinson 
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 RIGIDEZ 
• Aumento do tônus muscular quando o 
examinador move os membros, o pescoço ou 
o tronco do paciente (movimentos passivos) 
• A rigidez é igual em todas as direções 
• Fenômeno da roda denteada (catraca) 
• A rigidez do membro passivo aumenta 
quando outro membro é envolvido em um 
movimento ativo voluntário 
 Doença de Parkinson 
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Doença de Parkinson 
 BRADICINESIA 
• Lentidão de movimentos, dificuldade em iniciar movimentos e 
perda de movimentos automáticos 
• A face perde a expressão espontânea = Facies em máscara 
ou hipomimia ou facies congelada - não traduz o estado 
emocional do paciente 
• Diminuição do piscar 
• Diminuição da movimentação espontânea = perda da 
gesticulação, tendência a ficar sentado, imóvel 
• Rigidez cérea (como se fosse de cera) 
• A voz torna-se baixa (hipofonia), com um tom monótono 
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BRADICINESIA 
• A bradicinesia da mão dominante leva a uma escrita lenta e 
com letra pequena (micrografia), dificuldade em fazer 
barba, escovar dentes, pentear o cabelo, abotoar roupas, 
maquiar, etc. 
 
• O andar é lento, com passos mais curtos e tendência a 
arrastar os pés. O balanço dos braços diminui. 
 
• Bradicinesia do tronco = Dificuldade em levantar-se de uma 
cadeira baixa, sair de automóveis e virar-se na cama. 
 
• A saliva escorre pelos cantos da boca devido à incapacidade 
para deglutir. ( Não há produção excessiva de saliva).• A deglutição pode alterar-se com o avanço da doença . 
Engasgos e aspirações são preocupações freqüentes. 
Doença de Parkinson 
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Doença de Parkinson - BRADICINESIA 
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Como é feito o diagnóstico da D.P. ? 
• Anamnese + exame neurológico. 
– POSSÍVEL = Se uma das características estiver presente: 
Tremor, rigidez ou bradicinesia. 
– PROVÁVEL = Se duas das características estiverem 
presentes (tremor, rigidez, bradicinesia ou instabilidade 
postural) ou se uma delas for assimétrica. 
– DEFINITIVO = Se três das características estiverem 
presentes, ou se duas das características estiverem 
presentes, sendo que uma delas apresente-se 
assimetricamente. 
 
O diagnóstico da doença de Parkinson é feito por exclusão, através de 
exames como EEG, TC, RNM, análise do líquido espinhal, etc., para 
assegurar que o paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro. 
Doença de Parkinson 
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Como é feito o diagnóstico da D.P. ? 
•Não há exames de 
sangue que façam o 
diagnóstico 
 
•TC de crânio e RNM 
de encéfalo, nada 
revelam de anormal. 
 
 
EXAMES ESPECÍFICOS 
• PET Scan ( Tomografia por 
emissão de positron com 
flurodopa) 
– Índice útil da função dopaminérgica do 
corpo estriado. 
– Cara e de acesso restrito. 
• SPECT (Tomografia 
computadorizada com emissão de 
fóton único, que utiliza radio- 
isótopos que ligam-se ao 
transportador da Dopamina nos 
terminais nigroestriatais). 
Doença de Parkinson 
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TRATAMENTO 
• Visa o controle dos sintomas, porque nenhum tratamento 
farmacológico ou cirúrgico impede a progressão da doença. 
• A doença evolui de forma lenta. Demência pode ocorrer após 
longos anos. 
• Maioria se dá bem com a medicação por 4 a 6 anos. 
• Muitos desenvolvem sério distúrbio de equilíbrio entre 10 e 12 
anos de doença. 
• A Levodopa é o tratamento gold standard ( É um precursor 
da Dopamina ; aumenta a concentração de Dopamina no 
corpo estriado). 
– Levodopa/carbidopa (Sinemet®, Cronomet®) 
– Levodopa/benzerazida (Prolopa®, Parkidopa®) 
Doença de Parkinson 
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Doença de Parkinson 
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OPÇÕES TERAPÊUTICAS 
Terapia Sintomática - Levodopa 
• Eficaz na redução da bradicinesia e da rigidez. 
• Efeito altamente variável sobre o tremor. 
• Metabolismo oxidativo da Dopamina pode formar radicais livres 
 degeneração neuronal acelerada. 
• Complicações a longo prazo (4 a 8 anos) em 50% dos casos: 
– Flutuações motoras 
– Discinesias (movimentos anormais involuntários) 
• Inicia-se: 1/4 comp 2x/dia e aumenta a cada semana. 
 
Doença de Parkinson 
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OPÇÕES TERAPÊUTICAS - Terapias 
Neuroprotetoras 
• Retardam a degeneração neuronal, tornando mais lenta a 
progressão da doença. 
• Selegilina (Niar®, Jumexil®, Deprilan®) = IMAO, inibe o 
metabolismo oxidativo da Levodopa e pode reduzir o 
estresse oxidativo e a formação de radicais livres. 
• Novos medicamentos estão avaliados - DATATOP: ( 
Deprenyl and Tocopherol Antioxidative Therapy of 
Parkinsonism ) 
– vitamina E ??? 
Doença de Parkinson 
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TRATAMENTO 
Doença de Parkinson 
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OPÇÕES TERAPÊUTICAS: Terapia 
Restauradora - Transplante Fetal 
• Visam substituir os neurônios perdidos = 
Implante de tecido embrionário. 
• Células geneticamente criadas, células 
dopaminérgicas de animais e células de 
outras partes do corpo estão sendo 
desenvolvidas para transplante, com 
possíveis efeitos restauradores. 
• São cirurgias experimentais. 
Futuro 
Doença de Parkinson 
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• Mobilidade Física Prejudicada 
• Conforto Prejudicado 
• Déficit no Autocuidado 
– Higiene, vestimenta, alimentação 
• Nutrição desequilibrada: menos 
do que as necessidades 
corporais 
• Deglutição Prejudicada 
• Enfrentamento Ineficaz 
• Comunicação Verbal 
Prejudicada 
• Risco de Constipação 
Outros diagnósticos muito 
frequentes: 
• Padrão de Sono Prejudicado 
• Conhecimento Deficiente 
• Enfrentamento Familiar 
Comprometido 
• Risco de Confusão Aguda 
• Risco de Quedas 
• Risco de lesão 
• Risco de Volume de Líquidos 
Deficiente 
• Risco de Intolerância à Atividade 
• Risco de Baixa Autoestima 
Situacional 
Diagnósticos de Enfermagem mais comuns 
Doença de Parkinson