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Tcc Os desafios da Inclusão Intelectual no ambiente escolar

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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Os desafios da Inclusão Intelectual no ambiente escolar
Inês da Silva Molinari
Orientadora: Profa. Profa. Dra. Márcia Regina Onofre
Co-Orientador (a): Carlos Eduardo Cândido Pereira
SÃO CARLOS
2016
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Os desafios da Inclusão Intelectual no ambiente escolar
Inês da Silva Molinari
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Aberta do Brasil – Universidade Federal de São Carlos – Curso de Licenciatura em Pedagogia como uma das atividades avaliativas da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II.
Orientadora: Profa. Profa. Dra. Márcia Regina Onofre
Co-Orientador(a) Carlos Eduardo Cândido Pereira
SÃO CARLOS
2016
Universidade Federal de São Carlos
Licenciatura em Pedagoga a Distância
SEad_UAB_UFSCar
 
PARECER 1
 
Assunto: Parecer do Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Pedagogia 
Parecerista: Carlos Eduardo Cândido Pereira
Aluno(a): Inês da Silva Molinari
Orientadora: Profa. Dra. Márcia Regina Onofre
Data: 
 Nota: 
	
São Carlos,
____________________________________________
Carlos Eduardo Cândido Pereira
Tutor
São Carlos
Licenciatura em Pedagoga a Distância
SEad_UAB_UFSCar
 
PARECER 2
 
Assunto: Parecer do Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Pedagogia 
Parecerista: Carlos Eduardo Cândido Pereira
 Aluno (a): Inês da Silva Molinari
Orientadora: Profa. Dra. Márcia Regina Onofre 
Data: 
 Nota: 
	
São Carlos,
____________________________________________
Carlos Eduardo Cândido Pereira
Tutor
RESUMO
Este trabalho visa explanar sobre os inúmeros desafios a serem superados quando se trata da Inclusão Escolar, ou melhor, da Inclusão Intelectual; ou seja, mais especificamente quando o aluno apresenta deficiência intelectual, diante da atualidade e com o propósito da efetivação da inclusão sem promover qualquer tipo de discriminação ou exclusão nas instituições de ensino. Todavia é preciso considerar a dualidade existente entre a legislação que rege o sistema de ensino brasileiro e o que de fato ocorre no cotidiano de sala de aula quanto as práticas pedagógicas e o desenvolvimento do processo ensino aprendizagem de discentes com necessidades especiais ao qual clama por mudanças pautadas no respeito às diferenças e as singularidades de cada ser humano como ser único e capaz de aprender; a seu ritmo e com seu modo particular de construir seus conhecimentos. Pois ao se preocupar com a efetivação de uma escola inclusiva é emergencial a redefinição dos processos de educação, este de ampla complexidade o que exige mais do que ensinar apenas conteúdos científicos, precisa se voltar à educação global, para a vida com tolerância e respeito às diferenças. Sendo essencial que a Educação Especial não se restrinja a apenas um nível de ensino, mas que se integre e complemente o processo educacional e de escolarização dos discentes com deficiência que frequentam as classes regulares de ensino. 
PALAVRAS CHAVE: Desafios; Contemporaneidade; Educação; Inclusão.
AGRADECIMENTOS
Primordialmente gostaria de agradecer a Deus, pois com a ausência de sua força eu não teria alcançado meus objetivos e nem ao menos concluiria meu curso. 
Deus obrigado também pelo conhecimento adquirido, pelos dias de dificuldades que foram dias difíceis, mas, o Senhor sempre esteve junto comigo, guiando o meu coração e minha mente para a solução dos meus problemas.
Agradeço também a instituição de ensino a qual escolhi para esta graduação. A Professa Dra. Márcia Regina Onofre por dividir seus conhecimentos conosco.
Ao meu orientador Carlos Eduardo pelo incentivo para concretizar o trabalho. Ao meu filho Paulo Moraes que deu o encorajamento necessário para que eu prosseguisse nesta caminhada.
	Aos amigos e companheiros de estudo o meu muito obrigada.
 
Dedico este trabalho a Deus, por ser extremamente paciente e piedoso comigo.
Aos meus familiares que foram companheiros em todas as horas. 
Aos meus professores e tutores e em especial meu orientador que muito me auxiliou nesta etapa final do curso, os meus sinceros agradecimentos e admiração!
"Nós não devemos deixar que as incapacidades das pessoas nos impossibilitem de reconhecer as suas habilidades." ( Hallahan e Kauffman, 1994) 
"Inclusão é sair das escolas dos diferentes e promover a escola das diferenças” (Mantoan) 
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO.................................................................................................................
	
10
	CONTEXTO HISTÓRICO SOBRE A INCLUSÃO ESCOLAR.................................................
	
13
	PARADIGMAS DA INCLUSÃO ESCOLAR.............................................................................
	
19
	PRÁTICAS DOCENTES E ESCOLARES QUE COLABORAM A INCLUSÃO INTELECTUAL NO COTIDIANO EDUCACIONAL..................................................................
	
26
	CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................
	35
	REFERÊNCIAS ......................................................................................................................
	
37
INTRODUÇÃO
Escolher um tema que te leve a escrever com paixão sobre um determinado assunto é a primeira justificativa válida para definirmos o quanto estamos interessados em estudar sobre a escolha feita. Contudo, o fato de ter ficado dentro de uma sala de aula fazendo estágio e observando o dia a dia do professor que lida com um núcleo heterogêneo formado por alunos com e sem deficiência intelectual foi o fator principal para que eu me interessasse em pesquisar e estudar mais sobre o tema. Assim, analisando as dificuldades percebi que há um árduo caminho para que a inclusão realmente aconteça do mesmo modo que foi possível notar que tais modificações irão acontecer quando ocorrer uma transformação dentro da escola de modo que as mesmas se adaptem as necessidades de todos e de cada um.
Levando em conta a relevância acadêmica que envolve a Inclusão de pessoas com Deficiência Intelectual e de acordo com Decreto Federal 3.298/1999, trazer as opiniões de autores diversos apresentando suas ideias e soluções para os casos só acrescenta conhecimentos para todos os envolvidos na busca por soluções a serem usadas dentro e fora da sala de aula. Todavia, vale destacar que a problemática da inclusão intelectual torna- se realmente preocupante quando percebemos que os pais dos alunos não sabem dos direitos que seus filhos têm e como fazer para que eles sejam cumpridos dentro da escola; o que requer que a legislação que rege os sistemas de ensino brasileiro sejam divulgados e colocados em prática a fim de quebrar o labirinto existente entre a teoria e a prática legal; desde a Constituição Federal Brasileira (1988), A Leis de Diretrizes e Bases Nacionais (LDB 9394/96), como os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) e outras leis mais especificas que se referem à Inclusão Escolar, como por exemplo, a Declaração de Salamanca (1994) que nos mostra um relevante desafio quanto aos conceitos de Educação Especial ao fazer uso do termo “pessoa com necessidades educacionais especiais” referindo-se a todas as pessoas que têm necessidades advindas de suas características de aprendizagem.
O que necessitamos com rapidez e conscientização de todos, docentes, gestores, pais, familiares, sociedade é a construção de umainovadora concepção de educação para todos sem qualquer indicio de preconceito e pautado na inclusão de todos, independente de suas dificuldades, mas embasado em suas habilidades; além de se dar oportunidades para que todos tenham suas deficiências vistas como maneiras diferentes de aprender, no tocante a este trabalho é dado maior ênfase as crianças e adolescentes que necessitam da Inclusão educacional em virtude de sua deficiência intelectual. O que requer que toda a sociedade e sistema educacional assumam suas responsabilidades perante o processo de inclusão. Porém para que de fato ocorram tais transformações no cotidiano escolar pé fundamental que docentes se envolvam em questões teóricas e práticas de forma reflexiva e que resulte em ações coletivas para a educação inclusiva. 
Diante desta perspectiva se faz primordial que a pratica profissional e social de docentes, educadores, gestores e demais membros de nossa sociedade se mobilizam e encontrem sustentação de práticas interdisciplinares e que integrem o trabalho com as necessidades especiais de cada discente, sem qualquer barreira que caracterize o preconceito ou discriminação. Assim, é fundamental o educador refletir e se questionar a todo o momento sobre alguns temas como, por exemplo, “Que estratégias o professor poderia usar para conciliar o aluno com deficiência intelectual com os demais, para que não haja comprometimento no planejamento de ensino do ano?” Bem como enumerar as dificuldades e buscar soluções de como acolher o aluno com inclusão intelectual; ou melhor, exemplificando:
-acompanhar as estratégias de ensino usadas pelos professores que tem aluno com inclusão intelectual na sala e analisar como o trabalho é feito.
-analisar o que realmente a lei aponta para os casos de inclusão intelectual e qual a realidade vivida pelas escolas.
-problematizar os conflitos e valores quem vem juntamente com a inclusão intelectual. 
Em síntese, vale mencionar que o método usado neste trabalho é o da pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica é um processo no qual o pesquisador tem "uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente". А pesquisa bibliográfica é o passo inicial na construção efetiva de um protocolo de investigação. Este processo de pesquisa se constitui em uma atividade científica básica que, através da indagação e (re) construção da realidade, alimenta a atividade de ensino e a atualiza frente à realidade. Além disso, o papel da pesquisa bibliográfica é de extrema importância, já que funciona como um processo de investigação, já que logo depois de escolher o assunto é preciso realizar uma revisão bibliográfica do tema proposto. 
Em suma, no tocante aos paradigmas e desafios da Inclusão Intelectual no ambiente escolar, cada docente, pesquisador e profissional da educação tem que plantar a semente em seus alunos para observar a germinação de uma nova geração preocupada em trazer soluções para problemas que antes pareciam insolúveis. Adicionados aos processos de conscientização de que precisamos educar e ensinar não apenas conhecimentos e saberes científicos e curriculares, mas educar para a vida, para o trabalho e para a convivência social pautado no respeito e para a diversidade livre de preconceitos ou discriminação; já que todos somos seres únicos, dotados de capacidades diferentes, mas capazes de aprender se respeitadas nossas dificuldades e ritmo de aprendizagem.
1. Contexto Histórico sobre a Inclusão Escolar
A educação é exposta de modo que é primordial que todas as instituições escolares devem garantir não apenas o acesso, mas a permanência e o desenvolvimento de todos os alunos, com rendimento escolar inclusive dos alunos com deficiências que frequentam as escolas públicas. Contudo neste primeiro momento o propósito é apresentar o percurso do contexto histórico da Educação Especial desde o período que compõe a evolução histórica da Antiguidade até a Contemporaneidade dando ênfase aos fatores que contribuíram ao processo da perpetuação da exclusão até as políticas públicas atuais que embasam a inclusão escolar, tratando assim da educação especial; pois mesmo diante de muitas evoluções ainda nos dias atuais presenciamos uma séria influência da herança dos tempos antigos no tocante a exclusão escolar e social.
Vale salientar que existem inúmeras ações de domínio internacional, na tentativa de agregar ao âmbito da educação brasileira como critérios legais além da capacitação e formação de profissionais da área educacional visando práticas que possam reverter a exclusão para a inclusão tendo a democracia como pilar dos direitos sociais e humanos.
Quanto às leis que regem os sistemas de educação no Brasil, ou ainda, no tocante as orientações para a prática pedagógica visando à concretização da Educação Inclusiva podemos elencar:
- Constituição Federal (1988), Título VIII, artigos 208 e 227; 
- Lei nº 7.853/89 - Dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiência, sua integração social, assegurando o pleno exercício de seus direitos individuais e sociais; 
- Lei nº 10.098/00 - Estabelece normas gerais e critérios básicos para promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências; 
- Lei n. 10.172/01 - Aprova o Plano Nacional de Educação e estabelece objetivos e metas para a educação de pessoas com necessidades educacionais especiais; 
- Decreto n. 5.296/04 - Regulamenta as Leis n. 10.048/00, que dá prioridade de atendimento às pessoas com deficiência, e 10.098/00, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. 
- Lei n. 9.394/96 - Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional;
 - Decreto n. 3.289/99 - Regulamenta a Lei n. 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências; 
- Portaria MEC n. 1.679/99 - Dispõe sobre os requisitos de acessibilidade a pessoas portadoras de deficiência para instruir processos de autorização e de reconhecimento de cursos e de credenciamento de instituições. 
De acordo com o processo histórico pode-se constatar que as pessoas com necessidades especiais sofrem com a sociedade tratou e ainda as tratam, porém agora em busca de novas conquistas perante as concepções de deficiência que pautaram as discussões sobre os indivíduos com necessidades especiais no âmbito social e diante de cidadãos com direitos, como acesso à educação sem discriminações pautadas, em ações sociais integradas as concepções da saúde, da enfermidade e da deficiência.
Dentro de um contexto brasileiro educacional e fundamental que se valorize os saberes na história da Educação Especial bem como a História da Educação na qual compõe e é misturada nos currículos dos cursos de formação docentes.
Iniciando o contexto histórico, vários autores como Jönsson (1994) e Mendes (1995) asseguram que até o século XVIII, havia a prática da exclusão de modo que as pessoas portadoras de qualquer tipo de deficiência, ou ainda, com necessidades especiais eram descriminadas e sofriam com a exclusão que a sociedade lhes impunha; com tamanha discriminação que não podiam participar de nenhuma atividade de caráter social; eram tidos como incapazes inválidos para o mercado de trabalho. Além disso, nesta época a educação não destinava nenhuma prioridade a essas pessoas.
Segundo Bueno (1993) iniciando o percurso sócio histórico da Educação Especial só após o século XVIII que é possível observar as primeiras tentativas com o intuito de comedir a isolação dos deficientes visuais e os demais portadores de deficiências, tendo em vista o desenvolvimento das aptidões e potencialidades desses (BUENO, 1993, p. 56).
Só no século XIX que ocorreram importantes conquistas no setor da medicina, da saúde e da parte biológica; poisos deficientes começaram a ser estudados com o propósito de encontrarem soluções para suas dificuldades. E de acordo com Pessotti (1984) surge o período da segregação visando o tratamento médico com a intenção de minimizar a sobrecarga dos familiares e da sociedade, todavia não há indícios de ofertar educação a pessoa com deficiências, pelo contrário, se restringia apenas ao tratamento médico em instituições relacionadas a religião ou mesmo filantrópicas e apesar do governo consentir tais ações não havia o seu envolvimento propriamente dito. Mas neste período tinha-se a esperança de que através das práticas educacionais especiais chegariam a evoluções e mesmo a cura das deficiências ocasionando ações normatizadas.
No término do século XIX e inicio do século XX segundo Mendes (1995) foram criadas algumas instituições educacionais especiais além de centros de reabilitação, em consequência da sociedade passa a reconhecer que se as pessoas com deficiências eram capazes se tivessem educação e capacidade adequada.
Neste mesmo período (fim do séc. XIX e começo do séc. XX) Stainback e Stainback (1997) surge nos Estados Unidos novas disposições; surgem as escolas comuns públicas que atendia a maior parte das crianças, contudo no período compreendido entre 1842 e 1918, todos os estados americanos seguiram o que decretava a legislação sobre o ensino obrigatório e as instituições escolares públicas ganharam muitos investimentos que favoreceram seu desenvolvimento. Porém, nos anos pós-guerra as pessoas passaram a serem classificados segundos conceitos do capitalismo em pessoa útil ou inútil, apto ou inapto (CANZIANI, 1995).
Em decorrência da1º e 2º guerras mundiais surge a ciência de mão de obra em virtude das muitas mortes dos soldados, que exerceu influências no movimento integracionistas de pessoas com deficiências ou melhora, com necessidades especiais no contexto educacional.
Na década de1950 a concepção da integração veio para desmontar as ações que caracterizavam a exclusão social já que as instituições passaram a dar maior atenção as pessoas portadoras de necessidades especiais oferecendo tratamento mais especializado. Contudo, a segregação persistia no cotidiano das pessoas e da sociedade que se negavam a aceitar as pessoas com deficiências e como alternativas paliativas se propunham a prover serviços educacionais diferenciados.
Aranha (2000) explana que nos Estados Unidos na década de 1060 houve uma ampliação relevante de escolas e instituições com atendimento especializado, inclusive em clínicas de habilitação, clubes, oficinas de trabalho e organização de associações especiais desportivas.
Mendes (1995) ainda expõe que nas décadas de 1960 e 1970 em decorrência do aumento financeiro para custear os programas de atendimentos sociais e diante de uma crise mundial do petróleo, visando baixar custos os programas de atendimentos segregados também sofreram com cortes nos investimentos e consequentemente os programas educacionais envolvidos com tais práticas integradoras começaram a ser discutidos a fim de serem conservados.
A partir de 1970 começa nos Estados Unidos e em outros países o chamado “vida independente”, movimento este que teve a participação de pessoas deficientes, de seus familiares e outros profissionais; com o propósito da extinção da dependência de tais pessoas expondo ainda sobre seus direitos além da conscientização sobre suas capacidades, autonomia, onde essas pessoas com necessidades educacionais especiais passaram a ser vistos como sujeitos capazes de tomar suas próprias decisões e não mais como um objeto quebrado ou inválido como acontecia.
Em 1975, nos Estados Unidos nasce a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes bem como o Programa de Ação das Nações Unidas objetivando efetivar os direitos das pessoas com necessidades especiais em locais mais abertos e menos privados.
Em 1981, com motivação ao Ano Internacional das Pessoas Deficientes e com o lema “Participação Plena e Igualdade” elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU) tinha o propósito de sensibilizar toda a sociedade perante a necessidade de admitir e colocar em prática os direitos das pessoas com necessidades especiais e em consequência os demais países pelo mundo aderiram os debates sobre a agregação da adoção do ensino especial com o regular (integração de ambos num mesmo ambiente).
De acordo com Sailor, Gee e Karasolft (1993) duas ondas de reformas políticas no sistema educacional norte-americano, também influenciaram este movimento. A primeira, marcada pela busca de excelência escolar, destinava às escolas, fundos para enfrentar o desafio de melhorar a qualidade do ensino americano; a outra, a da reestruturação escolar, visava uma revisão do currículo, avaliação do desempenho, instrução descentralizada, autonomia, orçamento, decisão compartilhada, fusão e coordenação dos recursos e envolvimento com a comunidade. Jönsson (1994) afirma que estes fatos citados acima deram início nos Estados Unidos e na Europa, seguidos por outros países, a uma nova caminhada em direção à conquista do direito à vida digna e integral, favorecendo o surgimento do conceito de inclusão no final da década de oitenta. Este autor enfatiza que: “para que as pessoas com deficiência realmente pudessem ter participação plena e igualdade de oportunidades, seria necessário que não se pensasse tanto em adaptar as pessoas à sociedade e sim adaptar a sociedade às pessoas (p.63)” (CAPELLINI; MENDES, 2016, p.5).
É notório que a procura da consciência por estratégias e práticas visando à emancipação do ser humano de suas próprias situações são constantes, de acordo com um contexto histórico que nos remete a reflexões de caráter instáveis que mesmo diante de tantas evoluções tecnológicas e do processo de globalização, em termos práticos não vivenciamos práticas evolutivas no tocante ao tratamento das pessoas que necessitam de ensino especial. E diante da história da Educação Especial a nível mundial, podem ser sintetizados e apresentados de acordo com três princípios, segundo Aranha (2000):
- O da Institucionalização;
- O dos Serviços;
- O de Suportes.
	Valendo destacar que o paradigma de Suportes tem embasamento técnico-científico nos saberes quanto as conquistas em desenvolvimento próprio de cada pessoa e social; advindos da relação de vivência no respeito a diversidade e, em termos sociopolíticos, pautados no fundamento da igualdade que remete para a inclusão de todos; ao qual merece mencionar que:
O processo de garantia do acesso imediato e contínuo da pessoa com necessidades especiais ao espaço comum da vida em sociedade, independentemente do tipo de deficiência e do grau de comprometimento apresentado (ARANHA, 2000, p.13).
Já restringindo sobre o contexto histórico da Educação Especial no Brasil, a princípio é preciso expor que segundo a Constituição Federal Brasileira (1988) em seu artigo 205, a educação é direito de todos:
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988, art.205).
 
	Como se vê a Educação Especial passou e passa por diversas discussões para cobrir as lacunas existentes no cotidiano dessas crianças.
Merece atenção a relevância do contexto histórico no que se refere a Educação Especial, principalmente aos docentes, educadores e profissionais da área de modo que a socialização sobre a história, assim como os vários conceitos possam ampliar seus conhecimentos e a prática educacional embasar um processo mais democrático as pessoas com qualquer tipo ou grau de deficiência.
Ao tratar da parte histórica envolvendo a educação de pessoas com deficiências é preciso explanar que a mesma não pode ser marcada e nem delimitada de maneira pontual e nem linear, mas visando através do histórico retratar das informações como fonte de compreensãopara melhor contribuir aos avanços e conquistas para minimizar e de fato concretizar uma educação sem discriminação.
2. Paradigmas da Inclusão Escolar
No Brasil, o Estado de São Paulo se destaca como pioneiro quanto às ações educacionais com prioridade as pessoas portadoras de necessidades especiais, mais especificamente no ano de 1917 foram criadas as instituições com tratamentos e educação especializada, a principio de cunho filantrópico, sem fins lucrativos, integrados a ações do governo que desempenharam papel relevante, auxiliando e contribuindo diretamente aos alunos com necessidades especiais bem como a com a conscientização da sociedade por meio da sensibilização e do fornecimento de informações a toda população.
 “São poucas as experiências onde se desenvolvem os recursos docentes e técnicos e o apoio específico necessário para adequar as instituições escolares e os procedimentos pedagógico-didáticos às novas condições de inclusão” (JERUSALINSKY E PÁEZ, 2001, p.35).
Vale lembrar que algumas instituições especializadas eram integradas e orientadas pela secretaria de Estado da Educação, ou ainda, o poder público que regia as disposições através de uma legislação que orientava naquele período sobre o atendimento de alunos com necessidades especiais. Onde através do Decreto nº 5.881/1933 se concretizou um norteio legal, o “Código de Educação”, este regulamentou as esferas sociais, fisiológicos e técnicos ao qual estabeleceu que a Educação Especializado aconteceria no âmbito da escola pública. Foi o que deu base para a origem de classes especiais com ambientes de recursos e as unidades itinerantes eram mais especializados para as deficiências visuais.
[...] inclusão estabelece que as diferenças humanas são normais, mas ao mesmo tempo reconhece que a escola atual tem provocado ou acentuado desigualdades associadas à existência de diferenças de origem pessoal, social, cultural e política, e é nesse sentido que ela prega a necessidade de reestruturação do sistema educacional para prover uma educação de qualidade a todas as crianças (MENDES, 2002, p. 64).
As classes especiais foram criadas segundo o principio da integração com o objetivo de preparar os alunos com deficiências para futuramente frequentar as classes regulares comuns de acordo com seu grau escolar. 
“Os objetivos da Educação Especial destinada às crianças com deficiências mentais, sensoriais, motoras ou afetivas são muito similares aos da educação geral, quer dizer: possibilitar ao máximo o desenvolvimento individual das aptidões intelectuais, escolares e sociais. ” (UNESCO, 1968, p. 12).
Terminamos um milênio e começamos este atual com a teórica da inclusão dos alunos com necessidades especiais no contexto da Educação Especial chegando aos termos da Educação Regular em todos os seus níveis. Porém, atualmente a Educação Especial apresenta altos índices de evasão, além de repetência no ensino Básico. E segundo Montoan (1997) na idealização da sociedade, dentro da cultura escolar, a necessidade de alguns é vista como insuficiência que atinge os deficientes e os pobres, para confrontar as requisições do ensino regular visto como convicção que surge na naturalidade das declarações do senso comum e incluindo alguns fundamentos e análises teóricas sobre o assunto. 
Não se trata de negar a existência da deficiência mental como condição apresentada por sujeitos com algum comprometimento orgânico ou não. Trata-se de compreender que esta condição não está dada inicialmente em nenhum sujeito; mas que vai se constituindo na medida em que não se possibilita condições de desenvolvimento de acordo com suas peculiaridades. Além disso, é preciso considerar o quanto se oferece a estes sujeitos ambientes e práticas simplificadas, adaptadas à condição inicial apresentada pelo sujeito (CARNEIRO, 2006, p. 146-147).
Conforme estabelece a Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994), a definição bem como o conceito de inclusão é um dos paradigmas da educação em tempos contemporâneos; um desafio que precisa encontrar solução já que determina a legislação rege que todos têm direito à educação; independente de ser ou não portador de algum tipo de necessidade especial. 
As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas (SALAMANCA, 1994).
De acordo com as Novas Diretrizes da Educação (SÃO PAULO, 2001) a princípio as classes especiais tinham caráter transitório, mas com o passar do tempo passou a ser permanente, todavia não correspondiam mais as expectativas de inserir os alunos com necessidades especiais em classes comuns; houve mudanças onde algumas se tornaram locais para avaliar e encaminhar os alunos com variadas necessidades e dificuldades no processo de aprendizagem, ou seja, aqueles alunos que não conseguiam evoluir e repetiam o ano escolar ficando atrasado em relação a sua idade / série; tal fenômeno contribuía a discriminação e a rotulação desses alunos e afetava negativamente suas vidas. Levando em consideração algumas exceções, as classes especiais também apresentaram seu lado positivo com docentes aplicados e profissionais especializados que desempenharam seu papel com louvor.
Quando se fala de adaptações curriculares está se falando, sobretudo e, em primeiro lugar, de uma estratégia de planejamento e de atuação docente e, nesse sentido, de um processo para tratar de responder às necessidades de aprendizagem de cada aluno (...) fundamentado em uma série de critérios para guiar a tomada de decisões com respeito ao que é, ao que o aluno ou aluna deve aprender, como e quando e qual é a melhor forma de organizar o ensino para que todos saiam beneficiados (MEC, 1992 apud GONZÁLEZ MANJÓN, 1995, p. 82).
Diante da atualidade e de novos desafios é preciso buscar a solução de novos paradigmas, no tocante a Educação Especial, o mesmo exige renovação já que se caracteriza como um processo amplo e dinâmico. Assim, gritando por renovação e novas ações por intermédio de políticas públicas, toda a sociedade pede pela efetivação dos direitos que constam na legislação brasileira. E ao se referir as pessoas com necessidades especiais a escola ganha enorme proporção de ambiente mediador e propagador do saber, sendo um dos relevantes ambientes de convívio entre as pessoas e por isso precisa e deve oportunizar situações de aprendizagem, de prática ao respeito, a solidariedade e de educar para a diversidade, respeitando e ensinando a respeitar as singularidades e capacidade de cada um como ser único; capacitado a boa convivência e valorizando as diferenças como algo que venha a somar e não a excluir. 
Uma escola comum só se torna inclusiva depois que se reestruturou para atender à diversidade do novo alunado em termos de necessidades especiais (não só as decorrentes de deficiência física, mental, visual, auditiva ou múltipla, como também aquelas resultantes de outras condições atípicas), em termos de estilos e habilidades de aprendizagem dos alunos e em todos os outros requisitos do princípio da inclusão, conforme estabelecido no documento, ‘A declaração de Salamanca e o Plano de Ação para Educação de Necessidades Especiais’ (SASSAKI, 2004, p.2).
O reconhecimento da Educação Especial como categoria de ensino deve atenção ao olhar na perspectiva transversal já que transpõe todo o processo escolar, em todos os níveis de ensino. Mesmo porque a Educação Especial não é uma segregação do sistema de ensino, ao contrário, é constituído pelo conjunto de recursos que precisam ser estruturados e disponíveis em todos os graus de ensino e nas escolas á todos os que precisam de suporte diferente em virtude de sua necessidade.Podemos definir as adaptações curriculares como modificações que é necessário realizar em diversos elementos do currículo básico para adequar as diferentes situações, grupos e pessoas para as quais se aplica. As adaptações curriculares são intrínsecas ao novo conceito de currículo. De fato, um currículo inclusivo deve contar com adaptações para atender à diversidade das salas de aula, dos alunos (LANDÍVAR, 2002, p.53)
Vale mencionar as soluções para os novos desafios diante da contemporaneidade e da caracterização da Educação Especial não dependem apenas da legislação que rege o sistema educacional, mas também do empenho da prática do modo de funcionar dos sistemas, desde as regras menores, dos decretos até as portarias e resoluções as ações diárias que os educadores enquanto profissionais preparados necessitam saber lidar com as diversidades.
[...] em termos ‘sociais’ (a sociedade é mais humana se for mais inclusiva), em termos educativos’ (a escola inclusiva responde melhor às exigências dos seus ‘clientes’) e em ternos económicos’, os recursos e equipamentos são distribuídos de forma mais sustentada e equitativa a toda a população, podendo garantir, por via de uma engenharia financeira mais adequada, melhor qualidade e mais abrangência social do sistema educativo (FONSECA, 2003, p.100).
É primordial que os governantes tenham conhecimento e coloque como prioridade o ensino á pessoas com deficiência, pois de acordo coma estimativas da Organização Mundial da Saúde aproximadamente 10% da população apresenta algum tipo de deficiência e a maioria delas estão fora da escola e sem acesso especializado (SÃO PAULO, 2001). Contudo é preciso mencionar que segundo os fundamentos legais a educação desses alunos com necessidades especiais precisa ser realizada nas classes comuns das escolas em todos os níveis de ensino praticando-se assim a educação inclusiva, mas respeitando as deficiências e seus graus. De modo que a inclusão seja compreendida como uma condição de comunidade educacional.
É dever do poder público avaliar o desenvolvimento das ações propostas e utilizar os dados dessa avaliação para o aprimoramento das políticas públicas de cunho social. A indagação é a seguinte: as ações educacionais do poder público respondem a uma política de atendimento ou de mera prestação de serviços? Têm-se garantida a aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais ou somente propiciado espaço de convívio social? Cabe ressaltar que não é suficiente usar como indicadores somente dados oficiais para análise de evasão e repetência escolar, tampouco informações sobre aceitação (ou diminuição das reclamações) do aluno pelo professor e colegas. Mais do que isso, é imprescindível que sejam criados instrumentos que avaliem a aprendizagem dos alunos e sinalizem as mudanças que devem ser implantadas para garantir educação para todos (PRIETO, 2016, p.11).
De acordo com as circunstâncias da inclusão escolar a mesma precisa respeitar as singularidades de cada aluno com suas respectivas necessidades, porém de maneira natural onde o discente não preciso ser incluído e sim ocorra uma inclusão escolar natural sem rotulações. 
Mendes (2001) explana que as leis da educação brasileira não estipulam com clareza que o aluno com necessidades especiais precisa compulsoriamente frequentar uma classe comum do ensino regular; o recurso conforme legitimado seria contemplado caso a colocação acontecesse em uma classe comum integrada á sala de recurso com acompanhamento do docente itinerante ou ainda em classe especial.
Os fundamentos do atendimento educacional, ou melhor, escolas de alunos com necessidades especiais precisam ocorrer, de modo preferencial, no sistema regular de ensino, em classes comuns, porém com suporte de atendimentos especializados estruturados na própria unidade escolar ou mesmo em centros de apoio setorizados por região. 
“[...] conhecer bem os alunos implica interação e comunicação intensas com eles, uma observação constante de seus processos de aprendizagem e uma revisão da resposta educativa que lhes é oferecida. Esse conhecimento é um processo contínuo, que não se esgota no momento inicial de elaborar a programação anual” (BLANCO, 2004, p. 296).
É imprescindível que se adote políticas públicas pautadas em ações que sirva de diretriz, ou como norteio e referenciais para tornar viável a modificação das normas que diz que o aluno estude não apenas na escola regular como preferencialmente nas classes comuns, mas que tenha uma organização condizente com as necessidades de cada aluno, como por exemplo, profissionais educacionais especializados, espaço físico adequado, materiais didáticos pedagógicos especiais a cada deficiência além de pessoal técnicos e sociais capacitados. Uma vez que só um trabalho em equipe, especializado e com o envolvimento de todos é que a Educação Inclusiva será democrática e pautada no respeito às diversidades especiais.
"Concluindo, poderíamos considerar que no conjunto tais evidências tem continuamente apontado para a ineficácia e incoerência do conjunto de princípios e propostas do poder público para a educação formal de indivíduos que apresentam necessidades educativas especiais, dado que a grande maioria dos alunos com necessidades educacionais especiais estão ainda em nosso país fora de qualquer tipo de escola. Alguns poucos estão inseridos em classes ou escolas especiais, ou se encontram ao acaso nas classes comuns das escolas públicas. Tal quadro indica muito mais uma exclusão escolar generalizada dos indivíduos com necessidades educacionais especiais na realidade brasileira, a despeito da recorrência no país da retórica da integração escolar e mais recentemente da educação inclusiva” (MENDES, 2001, p.12).
Torna-se relevante destacar que os atendimentos educacionais deveriam ser oferecidos de modo centralizado, nas classes comuns.
É de extrema necessidade que se busque mudanças além-adoção e da propagação de novas práticas docentes pautadas em vivências pedagógicas e experiências bem-sucedidas em nossas instituições escolares.
“a teoria em si não transforma o mundo. Pode contribuir para sua transformação, mas para isto tem que sair de si mesma. Entre a teoria e a atividade prática transformadora se insere um trabalho de educação das consciências, de organização de meios materiais e planos concretos de ação: tudo isso como passagem indispensável para desenvolver ações reais e efetivas. Nesse sentido, uma teoria é prática na medida em que materializa, através de uma série de mediações, o que antes só existia idealmente, como conhecimento da realidade ou antecipação ideal de sua transformação" (VASQUEZ, 1977, p.206-207).
A Escola Inclusiva pede por alterações em sentido amplo com uma educação voltada à cidadania global de modo integral e pleno, onde todos tenham oportunidades de aprender e evoluir no processo de aprendizagem como globalmente.
Em relação à pretensão da Educação Especial a mesma propõe incluir todos, portadores ou não de deficiência intelectual, física ou de qualquer outra natureza, independente de suas necessidades, em uma mesma modalidade educacional, mas na prática o que vivenciamos ainda é um processo fragmentado de cunho terapêutico e assistencialista com características conservadoras e pouco inovadora conforme rege as políticas públicas educacionais.
3. Práticas Docentes e Escolares que colaboram a Inclusão Intelectual no cotidiano Educacional
	
Durante anos o modelo de sistema de ensino brasileiro este vinculado por uma rede educacional elitista, ou seja, as vias de acesso e permanência visavam os alunos da elite da sociedade onde a exclusão era imposta de maneira tão corriqueira e natural que a educação especial era realizada como que um “favor” as pessoas portadas de deficiências por intermédio de programas de ensino extra e não incluso na grade curricular de forma compensatória. Apesar de muitos avanços há permanência de uma discrepância entre o que diz alegislação e o que de fato ocorre na prática de sala de aluna no tocante a educação especial.
As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas comuns que deverão integrá-las em uma pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a essas necessidades; Adotar com força de lei ou como política, o princípio da educação integrada que permita a matrícula de todas as crianças em escolas comuns. (SALAMANCA, 2004, p. 10).
O que torna fundamental que educadores e profissionais da educação tenham capacitação e habilidades para a prática inclusiva em sua formação bem como em constantes cursos de formação continuada onde possam aprender a lidar com as diferentes situações do processo educativo, se tornando profissionais com o hábito de práticas reflexivas singulares e coletivas colaborando para a concretização de uma escola livre de preconceitos e que respeite as singularidades e a procura permanente por novos saberes, tanto dos docentes como dos discentes.
A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência [...]. Práticas de formação que tomem como referência as dimensões coletivas contribuem para a emancipação profissional e para a consolidação de uma profissão que é autônoma na produção dos seus saberes e dos seus valores (NÓVOA, 1995, p. 25).
Ao analisar o contexto histórico da educação no Brasil são notórias práticas sociais segregadoras; bem como o conhecimento e acesso á escolarização não foram acessíveis á todos; e assim, a exclusão foi se concretizando e criando raízes em nossa sociedade; democrática na teoria e discriminadora na prática.
As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas comuns que deverão integrá-las em uma pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a essas necessidades; Adotar com força de lei ou como política, o princípio da educação integrada que permita a matrícula de todas as crianças em escolas comuns (DECLARAÇÃO SALAMANCA, 2004, p. 10)
Uma questão que precisa de maior atenção, mesmo que diante de grande avanço tecnológico e de plena globalização, são ações de caráter primordiais, mas significativas com poder de modificações e de políticas que contribuam a uma convivência social mais focada para a educação e à diversidade, com mais justiça e menos preconceito e assim uma sociedade mais solidária e humana.
Abrir a Escola para todos não é uma escolha entre outras: é a própria vocação dessa instituição, uma exigência consubstancial de sua existência, plenamente coerente com seu princípio fundamental. Uma escola que exclui não é uma escola [...]. A Escola, propriamente, é uma instituição aberta a todas as crianças, uma instituição que tem a preocupação de não descartar ninguém, de fazer com que se compartilhem os saberes que ela deve ensinar a todos. Sem nenhuma reserva (MEIRIEU, 2005, p. 44).
A situação atual pede por mais escolas e instituições preparadas para lidar com as deficiências de maneira natural, pois advindas de problemas conceituais vivenciamos o preconceito e o desrespeito às diferenças; ao fazer interpretações abrem-se portas para tendências no que tange as leis que regem a educação e engrossam os preconceitos além de distorcer o real objetivo da educação especial e da inclusão escolar. O que estamos conhecendo a passos lentos quando o propósito é de fato uma sociedade inclusiva. 
O desafio que enfrentam as escolas integradoras é o de desenvolver uma pedagogia centralizada na criança, capaz de educar com sucesso todos os meninos e meninas, inclusive os com deficiências graves. O mérito dessas escolas não está só na capacidade de dispensar educação de qualidade a todas as crianças; com sua criação, dá-se um passo muito importante para tentar mudar atitudes de discriminação, criar comunidades que acolham a todos e sociedades integradoras. As escolas que se centralizam na criança representam a base para a construção de uma sociedade centrada nas pessoas, que respeite tanto a dignidade como as diferenças de todos os seres humanos (SALAMANCA, 2004, p. 18).
Em decorrência de anos de abandono com nossa educação é que vivenciamos cicatrizes perversas em nosso contexto histórico. Pois a maneira como a rede de ensino e a estrutura das escolas enquanto instituições educadoras foram e ainda estão contribuindo para a reprodução da injustiça social e se não houver mudanças continuaremos favorecendo a existência da pobreza e da exclusão social e educacional. 
[...] [a] necessidade de atuação em favor de padrões satisfatórios de desempenho a serem alcançados, caracterizando-se como principais enfoques: melhorar a adequação de métodos; adotar procedimentos e instrumentos para identificação, diagnóstico e prescrição de atendimentos; aperfeiçoar currículos e programas; suprir material didático e escolar e equipamentos especializados; adequar instalações físicas e suprir de pessoal docente e técnico especializado o tratamento educacional de excepcionais (BRASIL, 1977, p. 13).
As pessoas com deficiências sofrem tanto com a situação de descaso social como operacional ao direito à educação livre da discriminação; incluindo a falta de capacitação de educadores, auxílio e parceria efetiva dos pais e familiares, negligências nas estruturas físicas e organizacionais, além do descanso de gestores e autoridades que acabam refletindo na atual circunstância de nossa rede de ensino. Deste modo, no cotidiano escolar encontramos situações que não favorecem a educação inclusiva, pois esta acontece de modo descontextualizado e não respeita a deficiência em suas particularidades, e aqui enfatizada a deficiência intelectual; ao qual nota-se que a educação inclusiva se dá por intermédio apenas da inserção de crianças e jovens com deficiência no ensino regular; deixando muito a desejar em todos os aspectos: estruturação funcional, física e organizacional; desprezando os benefícios que a educação especial proporciona à educação dos discentes ao objetivar modificações na base e nas metas de organização didático pedagógico das instituições escolares bem como no modo de compreender sua concepção funcional e institucional na formação de todos; independente de suas habilidades ou deficiências. 
[...] deve se pautar no respeito e no convívio com as diferenças, preparando os educandos para uma sociedade mais justa e solidária, contrária a todos os tipos de discriminação [...] Os professores precisam tratar das relações entre os alunos. Formar crianças para o convívio com as diferenças (ZOÍA, 2006, p. 23).
As pessoas com deficiência intelectual ou qualquer outro tipo de necessidade especial tem o direito não apenas de frequentar as instituições escolares, mas de terem a sua disposição práticas e princípios que caracterizam a prática da educação inclusiva tendo respeitado as diferenças e valorizado suas capacidades e habilidades. E mais do que se praticar no contexto escolar, a inclusão educacional precisa ser refletiva na esfera social, visando um sistema de cooperação e colaboração nas relações entre todos os envolvidos no processo escolar, educacional e social. Mesmo porque são vários os conflitos decorrentes das situações sociais globais e primordialmente no sistema educacional brasileiro. 
A Educação Básica deve ser inclusiva, no sentido de atender a uma política de integração dos alunos com necessidades educacionais especiais nas classes comuns dos sistemas de ensino. Isso exige que a formação dos professores das diferentes etapas da Educação Básica inclua conhecimentos relativos à educação desses alunos. (BRASIL, 2001, p. 25-26)
O Plano Nacional de Educação (PNE) com validade prevista entre os anos de 2011 e 2020 foi elaborado para nortear a organização do sistema educacional brasileiro, contando com metas e propostas para a práticada inclusão além de estabelecer um novo papel na educação especial enquanto modalidade escolar que transcorre todos os níveis de escolarização do mesmo modo que acompanha e avalia como se dá o atendimento especializado educacional, colocando a disposição serviços e recursos específicos com profissionais capacitados para orientar os docentes em sua prática diária nas classes regulares de ensino. Segundo o PNE concebe como parte integrante da educação especial na óptica da inclusão escolar dos alunos com as mais variadas deficiências, tais como: física, visual, auditiva, intelectual e múltipla, além do transtorno global e das altas habilidades.
Os educadores, os professores e os auxiliares de ação educativa necessitam de formação específica que lhes permita perceber minimamente as problemáticas que seus alunos apresentam, que tipo de estratégia devem ser consideradas para lhes dar resposta e que papel devem desempenhar as novas tecnologias nestes contextos (CORREIA, 2008, p. 28).
Mesmo em tempos atuais, mas não evoluindo com as iniciativas que pretendem a adoção de medidas novas para a escolarização de todos os discentes, nas escolas de ensino regular, regredimos a cada dia e com isso, temos lançado nosso ponto de vista, tendo novos caminhos pedagógicos a serem alcançados se realmente queremos avançar na trajetória de nossas escolas. 
É importante, contudo, que a formação inicial dos professores trate com solidez dos aspectos gerais que permeiam a educação especial permitindo que estes, percebam na sua prática de docência as necessidades especiais de seus alunos, assim como compreendam a educação inclusiva a partir de um olhar inclusivo. Contribuindo, com isso, para uma prática que considere as contingências e as possibilidades de melhora no processo de ensino e aprendizagem dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais tendo em vista que este aspecto é a função principal da docência (PINHEIRO, 2010, p. 71).
De acordo com nossa legislação educacional o ensino fundamental é obrigatório para todos. E segundo o Decreto nº 7.611/Presidência da República no tocante a Educação Especial, o Atendimento Educacional Especializado (AEE) rege que:
Art. 2o A educação especial deve garantir os serviços de apoio especializado voltado a eliminar as barreiras que possam obstruir o processo de escolarização de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
§ 2o O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola; envolver a participação da família para garantir pleno acesso e participação dos estudantes; atender às necessidades específicas das pessoas público-alvo da educação especial; e ser realizado em articulação com as demais políticas públicas.
Art. 3o São objetivos do atendimento educacional especializado:
I - prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de apoio especializados de acordo com as necessidades individuais dos estudantes; 
II - garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular;
III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no processo de ensino e aprendizagem; e
IV - assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, etapas e modalidades de ensino (BRASIL, 2011).
A educação básica tem sido analisada para que se melhor compreenda o grau de tanta dificuldade e perplexidade diante da inclusão. O aluno com deficiência é inserido especialmente, sendo organizado por séries escolares, o currículo é desenvolvido por disciplinas e o seu conteúdo é organizado pelas coordenações pedagógicas. Assim como a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio faz parte do ensino básico. Neste contexto, o discente com necessidades educacionais especiais está adicionado ao extenso número de excluídos do propósito principal da educação, que visa a promoção de circunstâncias capazes de modificar, de engajar o indivíduo para uma vida positiva, ativa, saudável e produtiva. Enfim, para exercer seu direito de cidadão.
[...] considerar os educadores e as educadoras nos seus contextos de sujeitos socioculturais, que trazem em suas trajetórias marcas e características próprias – particularidades que estarão presentes numa determinada forma de olhar o mundo, de se permitir analisar as lógicas da realidade e, claro, de conceber a educação. (DINIZ; RAHME, 2004, p. 130).
O conceito de cidadão significa ter acesso pleno aos direitos individuais, políticos, sociais e econômicos, permitindo uma vida digna ao indivíduo. Há, portanto, uma estreita relação entre cidadania e direitos humanos. Vale ressaltar aqui que a educação especial tem os mesmos objetivos gerais da educação regular, uma vez que ambos os processos educacionais devem propiciar ao educando, a formação integral necessária para o desenvolvimento de suas potencialidades, auto realização, qualificação para o trabalho e preparo para uma vida digna. 
Quanto a Educação Especial e no que se refere à Inclusão Intelectual é de suma importância os saberes necessários à formação docente para a efetivação do processo de inclusão.
[...] a proposta da inclusão é muito mais abrangente e significativa do que o simples fazer parte (de qualquer aluno), sem assegurar e garantir sua ativa participação em todas as atividades dos processos de ensino-aprendizagem, principalmente em sala de aula (CARVALHO, 2006, p. 110).
E ao realizar um paralelo aos discentes com deficiência, nota-se a necessidade emergencial de uma educação inclusiva, mas desprendida de ações de segregação e sim focada não apenas em conhecimentos científicos ou conteúdos da grade curricular, mas a educação com ensinamentos para a vida que seja capaz de tornar todos emancipados.
Evidentemente não a assim chamada modelagem de pessoas, porque não temos o direito de modelar pessoas a partir do seu exterior; mas também não a mera transmissão de conhecimentos, cuja característica de coisa morta já foi mais do que destacada, mas a produção de uma consciência verdadeira. Isto seria inclusive da maior importância política; sua ideia, se permitido dizer assim, é uma exigência política. Isto é: uma democracia com o dever de não apenas funcionar, mas operar conforme seu conceito demanda pessoas emancipadas. Uma democracia efetiva só pode ser imaginada enquanto uma sociedade de quem é emancipado (ADORNO, 2000, p. 141-142).
Quanto à significação dos termos, integração, educação inclusiva, inclusão e inclusão total, os mesmos possuem na literatura consenso e divergência, como podemos constatar na própria Declaração de Salamanca (2004) tais ambiguidades. Assim, o problema da terminologia na literatura que discute a integração ou inclusão, deve ser encarado como o desafio de implementar uma proposta de educação inclusiva diante das reais situações da educação no Brasil.
A capacitação de professores especializados deverá ser reexaminada com vistas a lhes permitir o trabalho em diferentes contextos e o desempenho de um papel-chave nos programas relativos às necessidades educativas especiais. Seu núcleo comum deve ser um método geral que abranja todos os tipos de deficiências, antes de se especializar em uma ou várias categorias particulares de deficiência (SALAMANCA, 2004, p. 38).
 Outro pilar relevante é a atuação do professor em sala de aula, bem como sua formação e conduta diante de alunos com deficiência intelectual e demais deficiências; sempre se colocando a favor de seu desenvolvimento e respeitando seu ritmo de aprendizagem além de suas necessidades particulares não serem vistas como empecilhos e sim diferentes maneiras de se aprender.
A formação dos professores deve abranger o desenvolvimento de sua sensibilidade para que possam refletir sobre a própria prática docente e, assim, planejar de maneira flexível, articulando o ensino às demandas de aprendizagem dos alunos, considerando diversas possibilidades de educacionais(COSTA, 2010, p.531).
Segundo Carvalho (2005) os alunos com ou sem deficiência, ou melhor, com dificuldades ou altas habilidades precisam ter as mesmas oportunidades de evolução nos quatros pilares do processo ensino aprendizagem, ou ainda, ter garantido o direito de aprender a: aprender, a fazer, a ser e a conviver. E de acordo com os dizeres de Crochik (2011):
Na atual educação formal, é nítido o incentivo para o desenvolvimento das competências, das habilidades, do ‘aprender a aprender’ o que é julgado importante. Essa tendência que aparentemente é democrática, por defender alunos autônomos, que possam buscar sozinhos o conhecimento nos diversos recursos existentes, entre eles e na internet, por preparar indivíduos que possam atuar de forma competente em suas vidas profissionais, auxilia na produção de sujeitos sem subjetividade. As competências e as habilidades não são neutras, dependem do que a sociedade necessita e, assim, dever-se-ia pensar a quem beneficiam em seu desenvolvimento. Certamente, como foi dito, são importantes para o indivíduo, mas para sua conformação à vida isenta de vida. A substituição do professor pelas máquinas, pelos métodos, incorre na mesma crítica feita anteriormente ao Positivismo, posto que dirigem os homens à mera adaptação (CROCHIK, 2011, p. 30).
O que realmente se faz necessário é uma proposta de Educação Inclusiva que seja ao mesmo tempo racional, responsável e inclusiva em todos os níveis da gestão e da sala de aula. 
[...] não se trata de formar um professor centrado na discussão dessa temática com bases na disfunção, ou nas causas orgânicas da deficiência, mas, sobretudo, essa formação precisa abordar as discussões sobre a diferença, sobre o OUTRO, sobre as diferentes formas de se tornar humano e aprender no mundo (SILVA; RODRIGUES, 2011, p. 64).
Mesmo porque a diversidade vem se firmando como algo natural e a sociedade necessita conscientizar-se para que cada pessoa, com sua singularidade, possa usufruir do bem coletivo. Nessas condições aumentam os movimentos em busca de autodefesa e de direitos humanos, tornando a discussão em torno de um novo conceito, chamado inclusão. Contudo, todos os profissionais que atuam na esfera educacional necessitam além de formação, capacitação e habilidade para a promoção da Inclusão, saber enfrentar os desafios e paradigmas que caracterizam a atualidade do ensino no Brasil, encontrando novas soluções para antigos desafios referentes a Inclusão Intelectual e todas as demais necessidades especiais que os alunos enquanto ser humano se diferencia um do outro exatamente por suas singularidades; que precisam ser valorizadas e enfrentadas como elementos que enriquece nossa sociedade e não motivo de preconceito ou discriminação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de uma análise do contexto histórico da educação brasileira, são perceptíveis as iniciativas e ações em prol da inclusão escolar e social de alunos e pessoas com necessidades especiais em nosso país. Porém até o inicio desde século (XXI) nosso sistema educacional ofertava dois tipos de atendimento: a escola com ensino regular e a escola com ensino especial; todavia, o aluno optava por frequentar apenas uma das duas modalidades. Foi só na última década que houve modificação com a proposta do ensino inclusivo com apenas um tipo de ensino. Ou melhor, foi adotado nas escolas o ensino regular que atende a todos os alunos; sendo acolhidos os alunos com necessidades especiais ou qualquer tipo de deficiência com utilização de recursos e metodologias adequadas além da atenção àqueles alunos que demonstram dificuldades no processo de aprendizagem.
Vale enfatizar que a Educação Inclusiva abrange a Educação Especial no contexto da escola regular; transformando a instituição escolar em um local e direito de todos, objetivando o convívio com respeito à diversidade já que leva em consideração que todos os discentes apresentam algum tipo de habilidade diferente dos demais, cada um com suas características próprias. Onde se faz necessário compreender que a Educação Inclusiva tem como pretensão educar todos os alunos em um mesmo ambiente escolar, mas este estilo de ensino não quer dizer ocultar ou não considerar as deficiências e dificuldades dos discentes; mas sim por intermédio da inclusão aceitar as diferenças como singularidades e sinônimo de uma boa convivência para a diversidade.
Educar para a diversidade e em prol de uma Educação Especial Inclusiva sugere um projeto educacional democrático e não homogeneizado como pode ser observado nas escolas e nas várias situações de exclusão.
A falta de formação e informação por profissionais competentes, de estruturação e também de queixas das escolas com fundamentos possíveis ocorre em muitos casos onde há discentes considerados indivíduos com deficiência; e assim colocados de forma indevida aos serviços da educação especial. Indevidamente também sofrem discriminação em programas que fazem o papel de compensação de ensino. 
Um dos grandes desafios da atualidade no que se refere aos sistemas de ensino (estaduais e municipais) é que cada esfera assuma sua parcela relevante dos discentes que frequentam as organizações escolares bem como aqueles que não têm acesso ao serviço de ensino; havendo assim necessidade emergencial de se colocar em prática o que diz nas leis que regem a educação brasileira e se faça concretizar a construção de escolas efetivamente mais inclusivas e com consequência teremos uma sociedade mais democrática, mais justa e embasada no respeito à diversidade. Vale lembrar que apenas uma pequena porcentagem dos alunos e adolescentes com necessidades educacionais especiais e enfatizadas neste trabalho as pessoas com deficiência intelectual têm acesso a um ensino de qualidade e que estão suprindo suas necessidades singulares especiais para que de fato ocorra uma educação especial, inclusiva e emancipatória.
A diversidade precisa ser aceita e respeitada como elementos enriquecidos da variedade, considerando as experiências sociais e globais que contribuem a ampliação do modo como encaramos as situações e o ângulo que cada pessoa tem do mundo, sendo capaz de promover o desenvolvimento de novas oportunidades e do convívio social. É fundamental a reflexão ampla e complexa da concepção e da significação do processo da educação inclusiva assim como é relevante considerar a diversidade dos alunos e seu direito à igualdade de oportunidades, independente das deficiências, mas garantindo a todos o direito de aprender e evoluir no processo de aprendizagem.
A Educação Especial Inclusiva, mais do que um direito é uma proposta democrática e perspicaz ás exigências da contemporaneidade. Além de incentivar e promover uma educação com ensino que não vise a homogeneidade, mas que contemple o favorecimento do desenvolvimento de competências e habilidade de todos os alunos. Uma vez que, na prática, o que deveríamos presenciar é a sala de aula como reflexo de toda diversidade dos seres humanos e não tentando padronizar como ocorre na maioria das vezes.
Ao se objetivar a contemplação da Educação Especial com a caracterização da Educação Inclusiva criam-se expectativas, conflitos e tensões, porém há a prática e o estímulo das habilidades sociais, morais o que favorecem a convívio democrático. 
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