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BIOFÍSICA DA CONTRAÇÃO – CORAÇÃO COMO BOMBA •O coração está contido no espaço mediastino, no pericárdio, situado para trás ao esterno, com inclinação de 40 graus para o lado esquerdo. O pulmão esquerdo é menor que o pulmão direito, justamente por causa da posição do coração. Caso ocorra hipertrofia no miocárdio, vai interferir na função cardíaca (bombeamento de sangue), pois diminuirá as cavidades das câmaras (átrios e ventrículos), podendo ter complicações sistêmicas. • Nas arteríolas, podemos encontrar uma alta resistência vascular periférica, que vai regular o fluxo sanguíneo para os capilares. • A sequência de vasos que o sangue percorre é: Aorta artérias arteríolas capilares vênulas veias • O miocárdio é o tecido funcional do coração, fazendo contração e relaxamento, ou respectivamente, sístole e diástole. •Na sístole, teremos o trabalho do coração, que gera energia potencial e energia cinética. • O marcapasso tem estrutura elétrica distribuidora. O estímulo elétrico é liberado pelo nó sinoatrial, passa pelas fibras intermodais, nó AV, Feixe de His e por fim fibras de Purkinje. Existe uma ritmicidade cardíaca para todo esse processo, e com isso, vai existir ritmo para os batimentos cardíacos. • O ciclo cardíaco está em torno dos 70 bpm e tem duração de 0,8 s (no repouso). Esse ciclo corresponde à contração dos átrios, contração dos ventrículos e ejeção do sangue. • As câmaras são divididas por valvas, assim como também ocorre entre os ventrículos e a artéria pulmonar e aorta. A pressão no ventrículo direito precisa atingir 25 mmHg para que a valva semilunar pulmonar se abra, para o sangue ir para os pulmões para serem oxigenados. Quando ele volta para o átrio esquerdo e passa para o ventrículo esquerdo (pela diferença de pressão entre átrio e ventrículo: quando o átrio apresenta pressão maior que o ventrículo, a valva se abre), vai encher de sangue e quando a pressão do ventrículo for maior que a do átrio, a valva mitral se fecha, e o ventrículo começa a realizar contração isovolumétrica, aumentando sua pressão. Quando a sua pressão atinge 80 mmHg (pressão da artéria aorta), a valva semilunar aórtica vai se abrir e o sangue é ejetado. O tempo em que ele permanece em contração isovolumétrica é em torno de 0,1 s do ciclo cardíaco. OBS: Para medir a pressão sistêmica, podemos utilizar o tensiômetro. Mas para medir a pressão sanguínea pulmonar, precisamos inserir um cateter diretamente no tronco pulmonar. • Nos ventrículos, para ocorrer a ejeção do sangue, a pressão precisa se igualar com a da aorta (80 mmHg) para que a valva semilunar possa se abrir (aorta que estava com pressão 120 mmHg, começa a diminuir até 80 mmHg, e o ventrículo que estava em fase de relaxamento, começa a receber sangue e realizar contração isovolumétrica). O sangue que é ejetado vai causar contração do ventrículo e diminuição do seu volume, aumentando sua pressão até 110 mmHg, e enquanto isso, a aorta está recebendo esse sangue, mas como tem capacidade de se distender, vai aumentar menos sua pressão (aumenta para 90 mmHg). A pressão no ventrículo chega aser máxima (120 mmHg) enquanto a da aorta chega em 100 mmHg, com isso a contração do ventrículo cessa, e sua pressão começa a cair (fase de diástole = relaxamento), já na aorta continua a aumentar (para 110 mmHg). Com isso, para evitar que o sangue volte para o ventrículo, a valva semilunar aórtica vai se fechar, e a pressão na aorta aumenta para 120mmHg (máxima). τ = p x v (trabalho: contração) •Quando a valva semilunar se abre (80 mmHg), teremos a pressão diastólica. E quando a valva se fecha (120 mmHg), teremos a pressão sistólica. •A artéria aorta apresenta grande calibre elástico. Com isso, quando ela recebe de primeira o sangue ejetado (alta pressão), ela vai ter capacidade de se distender. Transferindo para a biofísica: o trabalho (sangue ejetado), será transformado inicialmente em energia potencial (elástica) e em seguida, será convertido em energia cinética (após distensão, o fluxo segue com velocidade). OBS: O volume de sangue, quando passa de energia potencial para elástica, não vai mudar, e sim será impulsionado para frente, gerando fluxo (com velocidade). • Quando o sangue é ejetado, ele tende a fluir por gradiente de pressão (de maior para menor). Ao longo de um vaso, a pressão exercida pelo fluxo sanguíneo no início desse vaso será maior que a pressão no “final” desse vaso. Com isso podemos dizer que a pressão quando chega aos capilares é baixa, e continua sendo baixa no retorno venoso. •Porém, o que se pode observar é que, o fluxo ao longo dos vasos é o mesmo, o que muda é a velocidade que ele percorre. Como se pode observar em relação à pressão é que, a variação de pressão será sempre a mesma, independentemente do tipo de vaso. Exemplo: •P1 = aorta; P2 = arteríola diminui diâmetro, mantêm gradiente de fluxo; diminui a pressão; diminui a velocidade. •P3 = arteríola; P4 = capilar com menor velocidade e pressão, vai permitir as trocas gasosas. A diferença entre elas será a presença de fenestras na parede (característica de capilar). •Quanto mais distante do coração, menor será a pressão. •O fluxo sanguíneo é cerca de 80 ml/s a 90 ml/s ao longo do trajeto sistêmico. E como o sistema circulatório é um sistema fechado, o fluxo será constante (regime estacionário). •Nos vasos, o fluxo sanguíneo será composto por 3 energias: potencial, cinética e dissipada. A energia dissipada será o atrito que o fluxo terá com a parede dos vasos. A energia potencial será a gravitacional (a gravidade mais atrapalha do que ajuda). Porém, se o fluxo é amontante (para frente), a energia dissipada vai gastar a energia cinética, porém a energia potencial vai repor a energia cinética perdida. P1 P2 100mmHg 85mmHg P3 P4 40 mmHg 25mmHg ΔP = 15 mmHg Ec Ep Ediss. Sentido do fluxo sanguíneo •Fluxo = volume/tempo. Utilizando o sistema LMT de unidades da física, podemos obter: F = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 => 𝐿³ 𝑇 E utilizando o achado na fórmula abaixo: 𝐿³𝑇 = 𝐿 𝑇 X 𝐿² (velocidade x área) •Dessa forma, podemos calcular o fluxo sanguíneo olhando a velocidade e multiplicando pela área (de secção). •Mas como o fluxo é constante, podemos confirmar o fato de que a área aumenta, e a velocidade diminui, e vice versa. Exemplo: Na aorta temos área de secção de 3 cm², já nos capilares, pelo fato de haver milhares de ramificações, a área de seção chega a ser 2.200 cm². Aorta Capilares Veias 3 cm² 2.200 cm² 4,5 cm² 100 mmHg 35 mmHg 5 a 0 mmHg 30 cm/s 0,04 cm/s 20 cm/s Fluxo: 90 cm³/s Fluxo: 88 cm³/s Fluxo: 90 cm³/s O fluxo que passa na aorta está relacionado com sua área e velocidade. Para manter o mesmo fluxo nos capilares, a aorta vai se ramificar em arteríolas e esta em muitas ramificações de capilares, para aumentar a área e diminuir a velocidade (sempre mantendo o fluxo). Havendo muitas ramificações, vai haver muita resistência dos vasos, diminuindo a pressão e a velocidade (aumenta energia dissipada). Nas veias, acontece a mesma coisa. Nos vasos sanguíneos, podemos encontrar anomalias ao longo do trajeto do fluxo sanguíneo: Aneurisma: será um alargamento da túnica média (muscular) do vaso, com isso vai aumentar a área e diminuir a energia cinética, aumentando a energia potencial, dessa forma, aumentando a pressão. A velocidade estará reduzida, com isso dificultando a irrigação para aos tecidos. O vaso pode não resistir e alargar mais ainda, até que chegue uma hora que a pressão vence e rompe o vaso. Estenose: será estreitamento dos vasos, geralmente causado por placa de ateroma. Essa placa é formada a partir da oxidaçãode lipídeos nos vasos, que vão se depositar na parede do vaso. Na placa, terei células de defesa que vão ativar o sistema plaquetário. É mais comum acontecer na porção distal dos vasos de médio calibre, ou na porção proximal de vasos menores (bifurcação entre eles). Quando tenho placa de ateroma dificultando o fluxo sanguíneo, terei claudicação intermitente: dor ao andar ou correr, por falta de fluxo sanguíneo (quando andamos precisamos de um fluxo maior). Quando a estenose é no intestino vai causar trombose mesentérica, causando dor abdominal. Quando ocorre obstrução das artérias coronárias, vai incialmente causar dor, conhecida como angina, que é estável em pacientes que apresentam 50 a 80% de obstrução (só dói quando faz esforço) e de 80 a 90% é instável. Quando a obstrução chega a 100% vai causar infarto agudo do miocárdio. •Pressão Hidrostática Resultante: vamos analisar as trocas que ocorrem entre o sangue e o líquido intersticial. •Pressão osmótica resultante: pelo fato do sangue ser mais concentrado que o Líquido intersticial, a resultante inicialmente é para o LI. No meio, representando os capilares, a resultante será zero, e após os capilares, a resultante será para o sangue, pelo fato da concentração do LI ser maior. Com isso, teremos a pressão osmótica resultante constante em todo trajeto. OBS: As pressões de saída do sangue são 0,3 mmHg maior que a de entrada. Dessa forma, vai acumular sangue no interstício, por isso tenho vasos linfáticos para drenar. Sangue Interstício